Aborto de repetição terá rede nacional de

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22/11/2007 - Aborto de repetição terá rede nacional de tratamento
Site Guia do Bebê
O ginecologista e obstetra Ricardo Barini, coordenador do Ambulatório de Perdas
Gestacionais Recorrentes da Divisão de Reprodução Humana da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp), reuniu-se a um grupo de médicos de vários Estados para
montar uma rede nacional na área, o Núcleo de Imunologia da Reprodução Humana
(Nidarh). Segundo Barini, a finalidade é ampliar o conhecimento sobre os mecanismos
envolvidos no aborto espontâneo e repetido - que afeta cerca de 5% dos casais em idade
fértil -, aprimorar o tratamento, criar uma base nacional de dados e estimular o debate
sobre os resultados com as vacinas que combatem falhas imunológicas. Participam
especialistas no tratamento de abortos de repetição que atuam nas cidades de Campinas,
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e
Florianópolis. O grupo começa a atuar de forma integrada já a partir deste mês de
novembro.
“Achamos o momento apropriado para criar um espaço de difusão de informações, troca
de idéias e que possibilite atividades conjuntas”, explica Barini, que introduziu em
1997, na Unicamp, o tratamento do aborto de repetição por meio de vacinas. Além de
um estudo clínico sobre o aborto recorrente, programado para ser iniciado em várias
capitais brasileiras no primeiro semestre de 2008, os especialistas reunidos no Nidarh
irão divulgar os trabalhos já consolidados dos grupos que atuam em várias regiões do
país. O site do Núcleo, ainda em construção, trará um banco nacional de dados sobre
imunologia da reprodução. “Os ginecologistas e obstetras de qualquer estado brasileiro
poderão tirar dúvidas sobre diagnóstico, tratamento e encaminhamento de pacientes”,
informa Barini, que é também professor livre docente da Unicamp.
BRASIL NA VANGUARDA
Segundo o coordenador do Nidarh, o entusiasmo do grupo é ampliado pela certeza,
observada nos congressos internacionais, de que o país está na vanguarda do tratamento
do aborto de repetição, em sintonia com os mais avançados centros mundiais.
“Esperamos que a criação da rede facilite a descoberta de outros mecanismos ligados a
este problema, além de tratar eficazmente o que já conhecemos. Sabemos que a vacina
muda o comportamento da resposta da mulher para a gravidez. Queremos saber como
essa resposta se expressa e rastrear outras alterações não ligadas ao aspecto
imunológico", diz Barini.
POR QUE O NIDARH?
Nidarh é um Núcleo que foi criado para realizar estudos científicos em todo o Brasil na
tentativa de auxiliar casais com dificuldade em ter filhos, seja por Aborto de Repetição
ou falhas em ciclos de Reprodução Assistida.
O QUE É IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO?
A Imunologia da Reprodução estuda os eventos imunológicos relacionados à nidação,
que é o mecanismo pelo qual o embrião adere ao útero e a gravidez tem
prosseguimento.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE GESTAÇÃO NORMAL, ABORTAMENTO DE
REPETIÇÃO E INFERTILIDADE?
A placenta e o embrião expressam informações paternas (50%) e maternas (50%), os
antígenos de superfície (HLA). A gestante normal produz anticorpos bloqueadores,
diminuindo a ação das células assassinas naturais, Natural Killer (NK). Essa resposta é
conhecida como Th2. Em gestantes com abortamento de repetição ou falhas em ciclos
de Reprodução Assistida, a resposta imunológica é Th1, com aumento da atividade das
células NK.
O QUE É IMUNOTERAPIA COM LINFÓCITOS?
A imunoterapia tem como finalidade a produção dos anticorpos bloqueadores,
transformando a resposta imunológica da gestação inadequada (Th1) em normal (Th2).
A imunoterapia com linfócitos é realizada a partir do sangue do marido ou doador e
deve ser aplicada após 6 horas da sua elaboração.
QUAL A CHANCE DO TRATAMENTO DAR CERTO?
Até 84% dos casais com perdas gestacionais repetidas e até 70% com duas falhas em
ciclos de Reprodução Assistida podem se beneficiar. Essa área teve grandes avanços a
partir dos estudos do Prof. Dr. Alan Beer, da Chicago Medical School, em 1987.
Atualmente, a imunoterapia com linfócitos é utilizada em diversos países como
Inglaterra, México, Chile, Argentina, Dinamarca, China, Índia, Austrália, Israel e Japão.
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