Controvérsias Públicas (O Aborto) O aborto (interrupção voluntária ou involuntária da gravidez) é um tema muito controverso, que divide muitas opiniões, umas a favor, outras contra. É um assunto que causa muita discussão de valores éticos, morais, religiosos, legais e sociais e até económicos. Na minha opinião sou a favor do aborto, penso que é uma questão de ética, uma decisão muito pessoal que cabe a cada mulher decidir se deve ou não ter o seu filho. Contudo não deve ser usado como forma de contraceptivo. Existem muitas razões que podem levar uma mulher a optar pelo aborto. Penso que em casos de extrema pobreza, instabilidade económica e emocional, falta de apoio social, quando existe desemprego ou por razões de saúde pode ser uma opção para a mulher. A maternidade não desejada pode ser fonte de problemas para a mãe e para o casal, para a família e sobretudo para a criança, que quando nascer poderá vir a sentir problemas de vinculação entre mãe e filho. Este tema é ainda hoje em dia um tema tabu, e só há pouco tempo foi despenalizada a lei do aborto. Esta prática não é aceite moralmente, nomeadamente pela Igreja, e enquanto continuar com a ideia de proibição por ser contra as leis cristãs, esta questão não evolui, apesar de se ter dado já um passo na despenalização da lei do aborto. A Igreja considera que nem a mulher nem ninguém tem o direito de tirar a vida humana, nem mesmo para salvar a sua própria vida. Só Deus o pode fazer, pois a vida começa no momento da fecundação. As mulheres que praticam o aborto ficam ainda muito no silêncio, pois os valores culturais da sociedade onde se inserem assim o exigem. Esses valores influenciam em muito a opinião pública e a forma de agir, pois nós sentimos o dever de seguir aquilo que todos fazem, muitas vezes contra a nossa vontade (ética), mas porque é o que a sociedade impõe. Acima de tudo penso que uma criança deve ser desejada, pois dessa forma os seus pais farão de tudo para garantir o seu bem-estar, felicidade e educação futuras. Do ponto de vista político houve um referendo como que para desresponsabilizar o Governo no sentido de aprovar a sua despenalização. Fez com que as pessoas expressassem as suas opiniões através do voto, onde foi depois aprovada a possibilidade de se poder praticar o aborto sem correr o risco de ser presa ou penalizada. A nova lei do aborto permite fazê-lo num hospital público, e isso vai trazer mais custos na área da saúde ao Estado. É certo que vai influenciar também o número de nascimentos e o desenvolvimento social e económico. A baixa natalidade não é, porém, sinónimo de crescimento e desenvolvimento. Helena Alcobia