1. APRESENTAÇÃO Vejamos como os valores mudam: há muito tempo se dizia que o sujeito que "não dava para nada na vida" deveria se tornar um vendedor. Era uma época em que os consumidores não tinham muitas opções e também não exerciam seus direitos. Qualquer um poderia vender qualquer coisa, portanto não era necessário para as empresas estruturarem um processo de vendas, muito menos, treinarem seus vendedores. Os anos passaram e veio a era da famigerada "Lei de Gérson", que muitos prejuízos trouxe à área comercial das organizações e ao país, como um todo. A idéia de levar vantagem em tudo, fez com que os vendedores que enganavam os clientes, que faziam promessas (que não podiam cumprir), fossem valorizados pelas empresas que visavam o lucro rápido e o resultado no curto prazo. Grande equívoco cometeram as companhias, pois o consumidor enganado deixava de acreditar nas pessoas e nas corporações. Também já se foi o tempo em que se pensava que o vendedor nascia pronto, que eles tinham o dom natural de verbalizar, relacionar, convencer e fechar negócios. E só. Tudo isto mudou e, hoje em dia, os consumidores exigem seus direitos, alguns deixam de consumir determinados produtos devido à postura da empresa fabricante e, há ainda, aqueles que não compram mais em algumas lojas devido ao atendimento que receberam dos vendedores. Este novo cenário fez com que as organizações se movessem e o investimento na área comercial - principalmente em treinamento - crescesse bastante. Estamos vivendo então a era do conhecimento, da valorização e do chamado “Profissional de Vendas”. 1 E o que é necessário para ser um Profissional de Vendas? A resposta a esta pergunta é simples: é preciso ter competência em três aspectos: técnica, de informação, e de relacionamento. A competência técnica é a mais presente e a mais cobrada pelas empresas. O profissional tem que saber tudo sobre o produto que vende. Porém, esta que é a mais exigida das competências é, em contrapartida, a mais fácil de ser adquirida, sendo necessário para tal apenas estudo e memorização. A competência da informação vem da busca pela informação dos resultados obtidos pelo seu trabalho. O grande alimentador desta competência é e deve ser a empresa, porém o profissional tem que procurar, até mesmo pelo seu feeling, monitorar seus resultados. Já a competência do relacionamento é a mais complicada e difícil de ser apreendida, pois envolve o lado humano dos profissionais. Talvez por isto mesmo, muitas organizações ainda não ousaram o investimento nesta área. É nesta competência que se destacam: a capacidade de se adaptar ao perfil do seu cliente, o bom senso, a força interna que o impele à ação, e a capacidade de se buscar soluções. Os profissionais que reúnem estas três competências, normalmente são os mais bem sucedidos nas áreas comerciais das empresas. Mas, aqueles que reúnem um conhecimento apenas razoável dos seus produtos e, no entanto possuem uma grande competência de relacionamento podem superar, em muito, aqueles chamados "vendedores técnicos", pois têm o que é o mais difícil de se conseguir, e sabem que o papel de aconselhar e procurar a melhor solução junto ao seu cliente, é fundamental. Mostrar aos clientes os benefícios dos seus produtos e a vontade real de solucionar seus problemas, destacando a necessidade da realização de uma parceria duradoura, visando o desenvolvimento de ambos os lados, é um grande diferencial. Sejamos, então, profissionais e façamos uma auto-análise visando descobrir nossas carências para que possamos superálas e que isso traga bons resultados a todos nós. Walace Alexandre Carneiro Alves 2. INTRODUÇÃO Durante décadas, o vendedor pracista no Brasil sempre foi rotulado como uma pessoa que gostava de levar vantagem em tudo ou, como o próprio nome indicava, um sujeito que “vende dor”. Frases depreciativas - “só é vendedor quem não deu para nada na vida” - sempre foram ouvidas nas salas de compra das organizações varejistas, uma vez que os vendedores realizavam suas vendas sem considerarem seriamente as necessidades de seus clientes. Boa parte das empresas brasileiras desprezava seus próprios vendedores, seus gerentes os consideravam inconvenientes, eram tratados como “colaboradores de segunda classe” e, em algumas organizações, eram discriminados e colocados em seu devido lugar - a cadeira de plástico da sala de visitas. 2 Obtinham pouco ou nenhum treinamento em habilidades de vendas e eram considerados perdedores por seus supervisores de vendas, quando suas metas não eram alcançadas. Suas abordagens quase sempre envolviam frases desgastadas, apresentações decoradas, técnicas ultrapassadas e estratégias ineficazes, para enfrentarem negócios cada vez mais difíceis e clientes cada vez mais exigentes. Embora o vendedor pracista sempre tenha sido o elo de ligação entre a sua empresa e o comerciante e, no exercício dessa atividade, devesse representar satisfatoriamente ambas as partes, jamais conseguiu atender os verdadeiros anseios de seus clientes e da sua empresa. Pois, para exercer tal representação profissionalmente, é necessário possuir alguns conhecimentos e habilidades específicas em vendas. Hoje, é preciso conscientizar-se de que ser vendedor é uma profissão que exige, como todas as demais, uma criteriosa, profunda e detalhada preparação para o seu perfeito exercício. Este livro é uma contribuição para o desenvolvimento profissional dos vendedores pracistas no Brasil, principalmente para os que, em algum momento de suas carreiras, se sentiram rotulados, discriminados e não tiveram a oportunidade que eu obtive de transformarem seus conhecimentos e habilidades numa obra coletiva. O texto aborda os princípios fundamentais de vendas, instigando os vendedores a se transformarem em profissionais de vendas, através da utilização de conhecimentos específicos e das habilidades aqui sugeridas. O objetivo principal desse trabalho é demonstrar que, para se tornarem profissionais em vendas, as pessoas não necessitam aprender uma porção de regras, já que poucas são vitais ao processo de aprendizado em vendas e nem mesmo uma dúzia delas é relevante. Precisam apenas desenvolver suas aptidões naturais em vendas, através do aprimoramento e da aplicação de algumas técnicas no seu campo de atuação, além de um contínuo trabalho de auto-aperfeiçoamento. Para uma melhor compreensão do seu conteúdo, o trabalho foi dividido em 3 (três) partes: Na primeira apresentamos os conhecimentos específicos que os vendedores devem obter, os quais foram sub-divididos em 4 (quatro) tipos: - conhecimentos sobre os produtos comercializados; - conhecimentos sobre o território de atuação; - conhecimento de sua clientela; e - conhecimentos técnicos gerais, inerentes ao seu desenvolvimento profissional. Na segunda parte abordamos a analise do “Processo” de Vendas, enfocando as habilidades que os vendedores devem utilizar para conquistar o cliente, despertar seu interesse, convencê-lo dos benefícios do seu produto, provocar-lhe o desejo de compra e concluir a venda de forma eficaz. Na terceira e última parte discutimos os aspectos ligados às objeções levantadas pelos clientes; como lidar com elas; os vários tipos de objeções existentes; como contestá-las e como gerenciar as resistências. Além disso, sugerimos alguns comportamentos que devem ser adotados pelos vendedores, diante das objeções apresentadas pelos clientes no ato da entrevista de vendas. 3. OS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS O Profissional de Vendas deve apresentar competências específicas e particulares que o possibilitem desenvolver seu trabalho no departamento comercial das organizações, de forma a atender às expectativas e as condições impostas pelo mercado. 3 Para isso, além de apresentar algumas características como a iniciativa, a sociabilidade e a comunicabilidade você deve estar preparado para se adaptar rapidamente aos novos cenários mercadológicos. Conseqüentemente, torna-se imprescindível deter conhecimentos específicos sobre os mais diversos comportamentos, desejos e necessidades de seus clientes, no ato da sua visita. Além disso, você deve obter com presteza, vários controles estatísticos e precisos sobre o seu próprio desempenho; você deve saber, por exemplo, quantas visitas, entrevistas e pedidos faz por dia. Deve saber qual é o valor médio dos pedidos e quantos itens vende, em média, por pedido. Enfim, deve também estabelecer alguma forma precisa e rigorosa de registro, que o possibilite saber, quando necessário, onde está falhando, sem que alguém lhe diga. Por isso, seu primeiro passo numa entrevista é a “venda” da sua imagem, é a postura de “homem de negócios” assumida diante do Cliente, sendo vital nesse momento que você demonstre: Segurança; Entusiasmo; e Otimismo. Eles modificam o clima do ambiente e contribuem para que os Clientes tenham prazer em recebê-lo e para que suas vendas evoluam naturalmente. No entanto, você precisa diferenciar-se dos demais vendedores, algo que faça com que seja notado e não se esqueçam facilmente da sua imagem. Quanto mais personalidade e expressão pessoal você trouxer para seu trabalho, mais a sua marca registrada será evidenciada e você se valorizará no mercado. Esforce-se para conseguir um estilo pessoal que facilite suas visitas e faça seu Cliente perceber que você não é uma pessoa comum. As abordagens personalizadas, o toque pessoal, sua reputação e o conceito da sua empresa podem tornar sua visita personalizada o bastante para que seu Cliente a aprecie, e até goste de sua presença. Seus Clientes precisam comprar primeiro a imagem da sua “pessoa”, para depois comprarem seu produto. Dessa forma, você é quem abrirá o caminho para o seu produto, pois você se tornará um gerador de demanda. 3.1. O Conhecimento do Produto “Nunca fique irritado se um vendedor concorrente conhecer bem seu produto. Ele foi treinado”. (Ascar,p.28) E você, conhece seu produto ?. Se você não conhece o produto que vende como poderá vendêlo ? É espantoso como o vendedor médio sabe tão pouco a respeito do produto que está vendendo. Certo analista de vendas calculou que, em 75% das vendas ao varejo, o Cliente tem mais noção do que seja o produto do que o próprio vendedor (Whiting, p. 72). Ao assumir o cargo de Treinador de Vendas numa conceituada indústria multinacional de bens de consumo no Brasil, um dos meus primeiros treinandos foi o vendedor de uma cidade do interior noroeste do Rio de Janeiro. Depois de uma calorosa apresentação perguntei-lhe qual era o seu argumento para vender o “Sabão em pó MAGO-LIMÃO”. Depois de pensar um pouco, respondeu-me: “Esse sabão é danado de bom, sô !” 4 - “E o que mais ?” – perguntei. Ele não conseguia lembrar de mais nada. Então perguntei: - “Quando a dona-de-casa utiliza uma medida em 1 litro d’água, não faz bastante espuma ?” O vendedor achava que sim, mas não tinha muita certeza. - “E essa espuma não é de cor azulada ?”. Ignorou. Continuei: “E o aroma dessa espuma, não tem o cheirinho de limão ?” O vendedor então, achando que eu o estava perseguindo, perguntou sem refletir: - “E para que eu devo saber tudo sobre espuma e aroma, sô ?” - “Apenas porque essa espuma azulada e o aroma-limão são os fatores que diferenciam nosso produto do seu principal concorrente, o sabão em pó OMO, que por acaso é o líder de mercado. Porque esse mercado de detergente em pó aqui no Brasil, está concentrado nas mãos de três (três) grandes indústrias e movimenta centenas de milhões de dólares. Apenas porque uma dessas empresas é a que você trabalha e paga o seu excelente salário”. Quando retornei à filial 4 dias depois, procurei todo material disponível sobre o produto e despachei para o supervisor de vendas da região, informando-o da necessidade de seus homens serem reciclados. Muitos vendedores são como aquele rapaz. Sabem muito pouco sobre os produtos que representam e jamais foram treinados por seus gerentes (ou quem quer que seja) em habilidades de vendas. Também são extremamente limitados, quanto a conhecimentos específicos de seus produtos (ou serviços). O que me deixa perplexo é assistir a vendedores experientes, alguns até funcionários de grandes organizações, não saberem identificar para seus Clientes as características e os benefícios que os seus produtos podem proporcionar, a fim de atenderem as necessidades desses Clientes. E você, sabe o bastante sobre seu produto ? O consultor de marketing, Jorge Dib, acredita que o vendedor deva conhecer profundamente, tanto os produtos que ele representa como os produtos concorrentes; já que, somente dessa forma o vendedor conseguirá ressaltar com eficiência as características e os benefícios contidos em seus produtos : - “Não é bastante saber um pouco sobre seu produto, pois aquilo que você não sabe é objeto de estudo de alguém, pago para isto” (Dib, p.67). Mas, que tipo de vantagem o conhecimento dos produtos poderá trazer ao vendedor ? Eis algumas razões pelas quais o vendedor deve conhecer bem seu produto: 1ª Razão: O conhecimento sobre produtos é considerado um vigoroso fator de entusiasmo. Em geral, você deveria conhecer: a) Seu produto e sua utilidade. Como ele poderá beneficiar seus Clientes ?. b) Por que é superior (pelo menos em alguns aspectos) ao seu concorrente. c) Bastante; a seus concorrentes. d) A empresa que você representa, sua história, sua política, reputação e dependências. E, a fim de obter respostas a essas ações: - leia revistas (as dedicadas à sua indústria, ou revistas de negócios). Obtenha informações na Internet. - leia livros sobre o segmento ao qual pertence seu produto 5 - pergunte a seu chefe tudo a cerca dos seus produtos. Entreviste funcionários mais antigos. - adquira informações de seus próprios Clientes. - conheça as instalações industriais, os escritórios, o pessoal de apoio. - se o seu produto for tal que possa usá-lo, experimente-o. 2ª Razão: Necessitamos conhecer nosso produto para termos coragem, pois existe um grande receio dos principiantes - e até mesmo alguns veteranos - em não saberem responder a um Cliente. 3ª Razão: Precisamos conhecer bem o produto para a nossa satisfação pessoal, que provém do fato de sermos técnicos. 4ª Razão: Precisamos conhecer, para falarmos com confiança sobre os nossos produtos a outro técnico. Recentes pesquisas dão conta da opinião dos Cientes à respeito das qualidades de um bom Vendedor - “um vasto conhecimento sobre seu produto”. 5ª Razão: Conhecendo bem seus produtos você pode vencer mais facilmente as objeções. Para a objeção de “preço alto”, você deve provar a relação custo-benefício; e, para tal, deve conhecer como ninguém seus produtos. 6ª Razão: Quanto mais conhecemos, mais vantagens descobrimos sobre a utilização dos nossos produtos, podendo tirar vantagens disso. 7ªRazão: Quanto mais conhecemos, melhor preparado ficamos para enfrentarmos nossos concorrentes. Pois, não adianta insistir com o comprador que seu produto é melhor, se você não apresenta fatos e razões que o comprovem. 8ªRazão: Conheça seu produto e não tema ninguém. Sócrates dizia que todo mundo é suficientemente eloqüente naquilo que conhece. 9ª Razão: Ao conhecer bem seus produtos, você conquista a confiança do comprador e passa a ser visto não mais como um “ambulante”, mas como um “conselheiro de vendas”. 3.2. O Conhecimento do Território Outro conhecimento específico que deve ser adquirido pelo vendedor na sua trajetória rumo ao profissionalismo em vendas, diz respeito à sua área de atuação. Dentro de seu território de vendas você deverá, primeiramente, localizar os Clientes atuais e os Clientes potenciais, pois será através desse levantamento geográfico que você estimará sua freqüência de visitas, e alocará melhor seu tempo de vendas e locomoção. Neste território de atuação você deverá ser o responsável por vendas, promoções, pesquisas e prospecção de novos Clientes. Deverá analisar e conhecer profundamente todo o território e os respectivos limites geográficos; pois, dessa forma poderá obter uma estimativa dos seus ganhos, uma maior agilização do seu tempo e, conseqüentemente, melhores resultados. Nesses tempos de economia globalizada pode-se observar que os estilos conservadores de vida estão se popularizando e os Clientes estão se tornando mais sensíveis à relação custo – benefício; isso força você a levantar todas as possíveis informações sobre seus atuais Clientes e os Clientes potenciais. É extremamente importante saber quanto às suas compras passadas, algum produto específico, razões de sua preferência por determinadas marcas, sazonalidades, etc... Isso poderá 6 ajudá-lo nas suas argumentações e na demonstração de seus produtos. 3.3. A Preparação do Itinerário O estudo e a preparação do seu itinerário é a previsão e a coordenação do tempo/espaço dos seus deslocamentos. Eles podem se tornar uma fonte de lucros e eficácia operacional, ou uma fonte de prejuízos. Portanto, planeje seu itinerário baseado no potencial de compras de seus Clientes, na programação e na freqüência de visitas necessária. Deve-se considerar as condições das estradas, as interligações, o tempo de percurso e as condições das cidades para eventuais pernoites. A organização da sua área de atuação e o estabelecimento de roteiros racionais, estimularão o aproveitamento de seu tempo e a economia de combustível, além de facilitar o atendimento à sua clientela. A preparação de um itinerário racional vai proporcionar-lhe benefícios incalculáveis, tanto para sua vida profissional com sua vida particular. 3.4. O Conhecimento da Clientela Em rápidas palavras você deve informar quantos Clientes você visita por mês, quantos visita por dia útil e qual é o percentual em relação ao total de Clientes potenciais. Você deve saber quais são os Clientes da área governamental (ou institucional), quantos são da iniciativa privada e, de um modo geral, qual o perfil econômico da sua clientela. Você deve se inteirar quanto ao aspecto social, as tradições, os costumes, os hábitos familiares e as origens raciais. Deve saber qual o nível cultural e os valores morais da clientela, pois quanto maior for o volume de informações coletado mais forte e motivador será o seu trabalho. Obtenha informações sobre seus Clientes com seus colegas de profissão e, ao entrar em seus estabelecimentos, observe suas instalações, o equipamento, a aparência do local e a sua localização. Faça perguntas aos funcionários sobre o comportamento de seu Cliente, sobre os produtos ofertados e o seu sistema de compras. Ao ser entrevistado, faça perguntas sobre sua companhia e sua pessoa, pois sendo humanos todos nós gostamos de falar de nós e de nossos negócios. Acumule informações sobre o entrevistado ouvindo-o atentamente. Os conhecimentos que você vai adquirindo sobre seus Clientes, suas atitudes, seus hábitos de compra e seus estoques contribuirão para você obter a criatividade necessária, a fim de transformar cada entrevista num fato novo e cheio de oportunidades. Observe também suas vestimentas, sua aparência, sua dicção, seu sorriso e até mesmo sua forma de enxergar a vida, pois é preciso enorme vontade para mudar e se aprimorar. Mas, nada disso mudará se a sua disposição for para o imobilismo. 3.4.1. Organize Hoje seu Dia de Amanhã. 7 Em qualquer área de atuação, o sucesso de um profissional depende em grande parte da capacidade de desenvolver habilidades pessoais importantes para o cargo, além do conhecimento técnico. Com o profissional de vendas não é diferente. Ter sucesso como vendedor depende da habilidade em vencer a resistência dos seus Clientes, comunicar-se com eles e satisfazer suas necessidades. Resumindo, o segredo para que o vendedor tenha o controle sobre o processo da venda está na preparação. Mas, para organizar seu dia de trabalho, as perguntas clássicas que você deve fazer são: Aonde vou? Quem vou contatar ? Que materiais e argumentos usarei ? Que medidas prévias devo tomar ? Racionalize suas atividades para poder obter um bom desempenho no dia seguinte: Seu carro está abastecido e em ordem? Seu fichário (ou lap – top) está separado ? As solicitações e pendências do dia anterior estão resolvidas ? Sua argumentação está bem sustentada ? Desenvolva uma ampla visão de seus deveres e responsabilidades, fixando: Prioridades (coisas urgentes e importantes) Horários (deixe margem para acontecimentos inesperados) Rotinas (reduza ao mínimo, evitando atos pouco úteis aos seus objetivos) 3.4.2. A Preparação da Visita Junte e organize numa seqüência lógica todos os materiais que espera utilizar na sua visita. Ao desenvolver seu plano para cada entrevista você descobrirá que vai precisar de alguns objetos de apoio, tais como fichas de Clientes, catálogos, amostras de produtos, especificações, folder”s e outros materiais que possam ajudá-lo na sua apresentação. Reveja todas as informações disponíveis sobre seu Cliente, sobre sua empresa e registre detalhes como nome (verifique pronúncia correta), fatos pessoais, e-mail’s, formação acadêmica do entrevistado, filiação a entidades (sociais,cívicas, religiosas), peculiaridades das pessoas, principal motivação, melhor horário de visitas e outros detalhes inerentes à preparação da entrevista. Prepare um plano para atingir seus objetivos e pense na estratégia para cada passo da visita. Pergunte-se como irá atrair a atenção do comprador nos primeiros instantes de sua visita. Que argumentos de venda (características do seu produto) e de compra (benefícios oferecidos pelo seu produto) irá demonstrar para criar o desejo ?. Que testemunhos de outros compradores você utilizará para reforçar a convicção dele ?. Como pretende induzi-lo a agir favoravelmente quando você solicitar o pedido ? 3.5. Aumentando seus Conhecimentos 8 No campo do conhecimento humano a iniciativa é extremamente importante para o futuro dos Profissionais de Vendas. Conhecimentos paralelos irão torná-lo mais atrativo e seu Cliente gostará muito de conversar com você, caso você se mostre uma pessoa bem informada, tanto sobre seus produtos como sobre temas ligados à cultura geral. Um profissional sempre se considera um “aluno em vendas” , mesmo tendo anos de experiência e treinamento. Ele sabe que para continuar crescendo é preciso manter seu entusiasmo pelo conhecimento. Quem não pensa assim para no tempo e corre o risco de comprometer suas realizações futuras, ficando “velho” para a profissão de vendedor. Determine-se a aprender mais como um desafio a ser superado e jamais deixe de falar bem, o suficiente para causar boa impressão. As bibliotecas e livrarias possuem farto material para quem precisa estar bem informado. Os jornais, as revistas especializadas, a televisão educativa e a internet também colaboram muito na ampliação da sua cultura geral. No seu trabalho a comunicação é a base para o seu desenvolvimento e por isso você deve possuir bons conhecimentos sobre a língua portuguesa. Você deve procurar expressar-se corretamente, formando frases com sentido, observando a conjugação dos verbos, dos plurais e abolindo definitivamente qualquer tipo de gíria do seu vocabulário. O conhecimento do maior número possível de palavras vai ajudá-lo consideravelmente a evitar as constantes repetições das mesmas palavras, o que só demonstra pouca cultura e péssima leitura. Saber tudo sobre sua profissão e seus produtos é imprescindível para quem quer se tornar um Profissional de Vendas, pois você não terá nenhuma segurança se não souber colocar em detalhes, as características e os benefícios de seus produtos aos seus Clientes. 3.5.1. Estude as Pessoas e suas Reações As pessoas reagem diferentemente às diversas situações, e essas reações dependem das características básicas de cada ser humano, as quais são influenciadas por inúmeras razões. Nas entrevistas com seus Clientes, quanto mais subsídios você colher mais astutas e produtivas serão suas abordagens. Você perceberá que existem Clientes tímidos e hesitantes que precisarão de seu “empurrão” através de sondagens fechadas; e outros, livres e falantes que poderão ser valorizados com bom apoio e conduzidos para o fechamento. Existem aqueles que mencionam com freqüência suas esposas e filhos. Esses geralmente, não apreciam piadinhas ou linguagem chula. Com a experiência do dia a dia, você aprenderá a usar melhor suas técnicas e acabará se tornando sensível à identificação das atitudes de seus Clientes. A seguir, algumas sugestões de tratamentos a serem adotados para determinados tipos de Clientes: O pesquisador de preços Comportamento – seu interesse é pelo valor do produto (ou serviço), não pelos benefícios que possa obter. Sugestão de tratamento – faça uma pergunta curta como “você conhece o nosso produto?”. Se ele insistir informe o valor, mas adicione uma vantagem que ele obterá se efetuar a compra já. O amigão 9 Comportamento – ao entrar na loja dele imediatamente puxa conversa com o vendedor. Está sempre disposta a falar sobre qualquer assunto, mas pouco interessado em comprar. Sugestão de tratamento – o Cliente quer atenção, porém a mudança de assunto não implica na perda do ruma da venda. Identifique o que ele busca com seus produtos, pois esse é um bom princípio da interação positiva e produtiva. O tímido Comportamento – ele o observa cautelosamente e a seus produtos, mas fica intimidado quando você se dirige diretamente a ele. Em geral, não sabe quais produtos necessita. Sugestão de tratamento - não force confrontos, pois isso o intimidará ainda mais. Faça perguntas abertas para orientá-lo e fazer com que ele fale sobre suas necessidades. O falso importante Comportamento – é o tipo que quer impor-se aos vendedores através da imagem ou da aparência que julga sustentar. Sugestão de tratamento – num primeiro momento reconheça a importância que ele acredita possuir e, em seguida, utilize os procedimentos normais de vendas e atendimento. O prático Comportamento – geralmente trata-se de um diretor ou pertencente à alta gerência. É importante que você responda rapidamente às suas questões, pois é o que ele quer. Sugestão de tratamento – responda objetivamente, indo direto ao assunto, pois esse tipo de Cliente não gosta de “enrolação”. O autoritário Comportamento – usa a posição social ou profissional para intimidar quem o atende. Prefere falar com “chefes” a “comandados”. Sugestão de tratamento – ofereça seus produtos sem utilizar argumentos banais e não insista sobre pontos de menor importância. Seja breve e convincente, mas acima de tudo demonstre segurança no que diz. O examinador Comportamento – utiliza o conhecimento de uma determinada área para testar o vendedor. Sugestão de tratamento – utilize seus conhecimentos técnicos para abordá-lo. Deixe-o falar do assunto do qual ele entende e ofereça-lhe o produto de maior valor agregado que esteja à sua disposição. Veremos a seguir alguns tipos de pessoas com as quais você certamente irá interagir no decorrer de sua trajetória em vendas, tanto nas empresas que você venha a trabalhar, como até mesmo em algum Cliente. São tipos bastante difíceis de lidar, mas você poderá melhorar seu relacionamento com essas pessoas, bastando para isso seguir as seguintes estratégias: Pessoas que não querem se comunicar: São aqueles sujeitos de quem é difícil arrancar uma frase inteira. Costumam comunicar-se apenas através de monossílabos. Para lidar com eles : - faça sempre perguntas abertas aquelas que não podem ser respondidas com um simples "sim" ou "não". Então, sente-se perto da pessoa em questão e espere pela resposta. Não perca a paciência e resista a tentação de responder você mesmo à pergunta. 10 Pessoas que não querem lhe ouvir : Demonstram não estar dando a mínima atenção ao que você está dizendo. Geralmente estão muito ocupadas e não param o que estão fazendo para ouvir. Ou então são do tipo distraído, e não conseguem assimilar o que foi dito. Para lidar com elas : - ao passar seu recado, peça para a pessoa repetir o que você disse, para ter certeza que ela entendeu. Se for necessário, passe o assunto por escrito. Pessoas que não sabem dizer “não”: Não são assertivas. Dizem que podem cumprir determinada tarefa - e ao final do prazo ficará provado que não tinham tempo ou competência para tal. Esse tipo é bastante perigoso, pois pode causar sérios problemas, não só para eles, mas também para seu trabalho e o de toda a empresa Para lidar com elas: - faça você mesmo, ou sugira ao seu chefe que reveja a lista de atribuições dessa pessoa. E passe para ela um trabalho em que possa manter-se com afinco até terminá-lo, sem interrupções. Isso dará a ela confiança para recusar outros trabalhos que não façam parte de suas atribuições. Outros tipos difíceis : Pessoas que tentam dominar, controlar ou mostrarem-se superiores. Também são perigosas, pois são vistas por outros como "corajosas" ou "espertas" servindo de mau exemplo. Para lidar com elas : - antes de tudo, mantenha a calma. Lembre-se que geralmente esse tipo de pessoa é, na verdade, pouco autoconfiante, e é a insegurança que a faz agir dessa maneira. Pessoas que dizem uma coisa, mas tencionam – ou fazem - outra. Não são nem um pouco confiáveis, pois não se sabe o que esperar delas. Para lidar com elas: - não arrisque, coloque tudo no papel. Assim terá provas para mostrar quem está falando a verdade. Pessoas que pensam que sabem tudo sobre tudo. São as "donas da verdade". Teimosas como mulas, é difícil fazêlas verem que não estão certas. E quando isso acontece, pode ter certeza que não se darão por vencidas, pois colocarão a culpa em outra pessoa. Para lidar com elas : - não entre no seu jogo. Só rebata com veemência quando tiver certeza do que está falando. Outra maneira de lidar com esse tipo é dando a ele a chance de se tornar um expert em alguma área específica, deixando-o de fora das outras áreas da empresa. Olhar nos olhos : olhar nossos Clientes nos olhos enquanto falamos é a melhor maneira de demonstrar sinceridade. Postura do corpo : quando olhamos de frente e mantemos a cabeça ereta damos ênfase ao que dissemos aos nossos Clientes. Gestos : uma mensagem acentuada por gestos adequados adquire ênfase especial. Expressão facial : atitudes eficazes requerem expressões que combinem com o que dizemos. Tom de voz, inflexão e volume : um sussurro monótono não transmite sinceridade, enquanto que o grito bloqueia nossa comunicação Escolher a hora apropriada : use sua inteligência e percepção para selecionar o momento certo de falar corretamente. 3.5.2. Estabelecendo Critérios e Usando o Bom Senso 3.5.3. Exercite sua Criatividade Pessoas maduras têm o total controle de si, sentem-se confiantes, capazes e são espontâneas nas expressões de seus sentimentos e emoções. Quando você estiver com seu Cliente não fique inibido, magoado nem ansioso, mas procure sentir-se bem consigo mesmo para atingir seus objetivos sem agressividades e sem ferir inconscientemente seu Cliente. Seja cauteloso com suas palavras e suas ações. Veremos abaixo, algumas posturas físicas que “falam” por nós : “Criatividade é usar a imaginação para produzir uma nova idéia, visando um objetivo. Criação é algo útil e que reverte em benefício da humanidade” (Moraes, p. 33). Às vezes, por preguiça, tendemos a usar cada vez menos nossa imaginação criativa. E, conforme nos tornamos adultos, preferimos ir com cautela, interrompendo nossos fluxos de idéias e evitando soltar a imaginação. Um vendedor, ao alcançar certa estabilidade através de algumas vitórias talvez acredite que não precisa mais ser criativo, deixando os outros correrem os riscos por ele e observando o que vai acontecer. 11 Não faz mais nenhum esforço de imaginar novas abordagens, ou técnicas mais eficientes e acaba atrofiando sua imaginação, regredindo nas suas conquistas. Nesse momento ele começa a duvidar de si mesmo e fica com medo de cometer erros. Avalie seu comportamento e imagine algumas atitudes para tornar seu relacionamento o mais agradável possível. Conhecer novas pessoas com novos pontos de vista pode estimular novas idéias. Observe os acontecimentos sob diversos ângulos e esteja sempre aberto para criar novos padrões de pensamentos, mesmo que, a princípio, eles sejam ilógicos. Normalmente nossos Clientes nos apresentam novas necessidades ou atitudes, dizendo simplesmente o que têm em mente. Eles nos fornecem importantes informações, que nós, por não estarmos expostos a essa situação, talvez não tratemos adequadamente se não perguntarmos, se não sondarmos eficientemente. Portanto, após a nossa entrevista precisamos remontar o diálogo para colhermos as idéias fundamentais numa seqüência lógica e, qualquer esquecimento de alguma boa sugestão, deve ser imediatamente esclarecida com o Cliente. Não podemos confiar somente na nossa memória, por isso as fichas de visitas (ou o lap–top) são fundamentais e os objetivos da próxima visita só se concretizarão com anotações bem feitas, pertinentes e elaboradas imediatamente após o término da visita. 3.5.4. Comunicabilidade As palavras são poderosas fontes do nosso sucesso ou fracasso. E é através delas que conseguimos saber como é o interior das pessoas, sua vivência e sua bagagem de conhecimentos. Você se expressa com a boca, com os olhos, com os ouvidos, com a 12 cabeça, com o tronco, com os braços e com todo o corpo; e isso é comunicabilidade! Para Ribeiro (1993), quando você se comunica com alguém todo o seu corpo fala: ..... “observe seus gestos, durante uma conversa. Procure perceber também o seu tom, seu jeito, seu sentimento, pois são fatores que vão muito além das palavras. Mas, não basta observar apenas a si próprio; é fundamental saber observar também o seu interlocutor, percebendo nele mais do que as palavras.” (pg. 46) Para ele, o melhor ponto para se fixar o nosso olhar enquanto conversamos são os olhos do nosso interlocutor, pois saber observar os olhos da outra pessoa é praticamente uma forma de se ler pensamentos. Por outro lado, quem possui extenso vocabulário e o aplica adequadamente sempre levará vantagem na nossa profissão; por isso, procure conhecer a raiz de muitas palavras para compreender mais facilmente seu significado e usá-la mais concretamente. Empregue palavras do nosso dia a dia, mas que não sejam demasiado vulgares, nem pouco conhecidas. O tom com que nos comunicamos cria um clima tal que faz com nossos Clientes acreditem ou não no que dizemos, mas o curioso é que poucos dão importância à entonação ou ao timbre de nossas vozes. O profissional de vendas deve nivelar seu tom de voz à do Cliente – se ele é calmo e possui uma voz harmoniosa jamais demos retrucá–lo gritando, pois dessa forma ele poderá se sentir intimidado. A linguagem que empregamos nas nossas entrevistas deve corresponder ao objetivo de atender às necessidades de seu Cliente e adequar-se ao seu nível intelectual. Devemos tomar cuidado com dialetos e sotaques, pois quem não os domina e tenta imitá-los torna-se ridículo e às vezes antipático. As frases derrotistas também devem ser evitadas, pois não contribuem construtivamente e entorpecem a conversa; evite expressões fúteis ao alongar a conversa, pois são improdutivas e podem fazer você perder a oportunidade do fechamento. Ao contrário, encurte as frases, seja objetivo fazendo sondagens inteligentes e, não se esqueça que, “quem sonda conduz quem é sondado é conduzido” (Moraes, p.33). corrigidos, que todo ser humano consegue crescer profissionalmente. Ele entende que o problema não está em errar, mas sim em não conseguir transformar o erro em evolução, por isso ele não se permite repetir o mesmo erro. 4. HABILIDADES ESPECÍFICAS EM VENDAS 3.5.5. O Autoconhecimento Para Botelho (1999) o verdadeiro Profissional de Vendas é aquele que se auto desenvolve, procurando se conhecer profundamente e sabendo quais são seus pontos fortes e fracos. Mas, para poder se conhecer com lucidez ele deve praticar o conhecimento de si próprio. O principal exercício de todo profissional, em qualquer profissão, é fazer uma auto-análise após cada ato praticado. O cirurgião, por exemplo, se auto desenvolve quando, após a cirurgia, se permite repassar tudo o que acabou de realizar e, dessa forma, se dá o direito de localizar os pontos em que foi muito bem e os que ainda precisa melhorar. Portanto, após cada entrevista de vendas, o profissional deve se auto analisar e, dessa forma, procurar identificar claramente o que acabou de aprender e o que ainda precisa aprender para melhorar a si mesmo. Por isso, ele nunca segue para a entrevista seguinte sem antes fazer um auto diagnóstico e, conseqüentemente, o seu auto desenvolvimento. Ou seja, ele não se dá o direito de cometer o mesmo erro duas vezes. Ele sabe que não há problema algum em errar e também que é através dos seus erros, quando claramente identificados e 13 Segundo Couto (2001) vender é a arte de persuadir. E, persuadir, é a capacidade de conseguirmos induzir nossos Clientes a agirem conforme nossos interesses. Mas, a persuasão é uma habilidade, a qual as pessoas podem adquirir através da aplicação de algumas técnicas. Portanto, acredite, habilidades em vendas podem ser assimiladas; desde que sejam transmitidas através de um adequado programa de treinamento. Mas, e o que é um programa de treinamento em habilidades de vendas?. E, que benefícios pode trazer às pessoas que querem praticá-lo ?. Para Maria Tereza Gomes treinamento é um aprendizado contínuo, e a sua visão vai mais além da teoria ministrada nas salas de aulas: - “Não daríamos nem os primeiros passos sem treinamento. Não conduziríamos uma bicicleta, um veículo, nem mesmo teríamos chegado à lua sem muito treinamento. Nada se desenvolveria no campo das artes, da ciência, da dança ou mesmo a descoberta de uma nova substância, sem um assíduo programa de treinamento” (Gomes, p. 59). Nascemos com muitas aptidões que devem ser desenvolvidas ao longo da vida; e o treinamento é o desenvolvimento dessas habilidades específicas. Mas, o treinamento em habilidades de vendas exige uma grande aplicação de alguns dos nossos principais sentidos como a visão, o tato e a audição : - “Treinamento é um aprendizado; e para aprender é necessário praticar, portanto quem faz aprende” (Gomes, p.61). Por isso, o treinamento deve ser uma constante em nossa vida profissional, pois habilidades em vendas se adquire praticando; e o profissional de vendas deve ter em mente que essa prática requer muita disciplina e dedicação, uma pesada carga de repetição e uma grande dose de continuidade. Os benefícios do treinamento são imediatos e você colherá frutos em médio prazo, tais como : Você impressionará agradavelmente seus interlocutores. Será diferenciado pelos seus Clientes e colegas de profissão ao evitar chavões e as formas banais de questionamentos. Suas perspectivas profissionais se ampliarão e você obterá mais oportunidades. 4.1. O Processo de Venda O que é o “processo” de vendas?. Primeiramente, devemos entender o que é uma “venda” propriamente dita : - para o consultor Sidnei Couto, somente ocorre uma venda quando o vendedor e o comprador fazem um acordo mútuo de trocar produtos (ou serviços) por algo de valor, com ganhos equivalentes para ambos : “Alguns consideram obter um pedido como sinônimo de uma venda, mas o pedido é apenas uma ordem, uma autorização para o faturamento e expedição do produto (ou 14 serviço) desejado. E, somente quando o comprador tiver recebido e pago pelo produto (ou serviço), desfrutando das vantagens e benefícios prometidos, apenas nesse momento é que ambas as partes terão tido ganhos equivalentes, e, portanto ocorrerá a venda”. (Couto, p.9) Já para Paul Goldner, do Sales & Performance Group, “vender é, na verdade, a arte de administrar as percepções dos Clientes sobre o que é realmente importante num relacionamento” (p.13). Ele acredita que se o Cliente tem uma necessidade, ele pode escolher tanto a sua oferta quanto à oferta concorrente e, provavelmente, vai escolher o produto (ou serviço) que acredite ser o que melhor se adaptará ao que precisa. Como os Clientes fazem mentalmente esse 'encaixe' entre as próprias necessidades com as percepções que têm dos produtos (ou serviços), temos aqui ótima oportunidade de melhorarmos nossas chances de sucesso. A grande oportunidade reside no fato da venda ser um processo e não um evento. Isso significa que seus esforços de venda devem ser continuados e, como resultado, você terá mais oportunidades de trabalhar com seus Clientes, afim de ajudarlhe a moldar suas percepções sobre o que é realmente importante em suas relações. Mas para conseguir isso, você deve trabalhar com eles para educá-los sobre as melhores opções possíveis para aquela necessidade particular. E, essa educação deve ser conseguida através da arte da persuasão. Quando nos comunicamos com nossos Clientes estamos constantemente persuadindo, por isso, nós Profissionais de Vendas, precisamos melhorar nossas técnicas de vendas para sabermos persuadir. Conforme o dicionário, persuadir significa aconselhar, fazer acreditar, levar alguém a uma opinião. A persuasão é a indução que mexe com a vontade das pessoas e levam-nas a fazer o que queremos, transformando-se na mais fantástica de todas as habilidades em vendas. Para conseguirmos induzir nossos Clientes agirem conforme queremos, temos de mostrar-lhes que a nossa proposta é um meio de conseguirem satisfazer suas necessidades. Enfim, podese afirmar que “a persuasão é a arte de mudar o comportamento alheio apenas com palavras”. (Santos, p.11) A simplicidade, a naturalidade e a singeleza são indispensáveis para que você consiga persuadir melhor. Você não pode ser complicado, desorganizado ou artificial. O fato de levarmos nosso Cliente a fazer algo que queremos implica em que ele nos considere agradável. E só conseguimos ser agradáveis se formos simpáticos a ele e vice-versa 4.1.1. - As Etapas de Vendas Geralmente, a venda de qualquer artigo mais importante que uma caixa de chicletes ou um maço de cigarros, passa por cinco (cinco) etapas que podem ser descritas como : Atenção Interesse Convicção Desejo Conclusão Talvez você até conheça outras denominações para tais etapas, mas os nomes realmente não têm tanta importância assim, pois se você não consegue chamar a atenção de seu Cliente e que ele o escute, por que então você não desiste da entrevista ?. Você deseja que seu Cliente continue a ouvi-lo e por isso, você desperta seu interesse. Mas, se ele estiver realmente convencido 15 de que seu produto lhe trará benefícios, ele o ouvirá de qualquer modo e de boa vontade. Em seguida, você deve persuadi-lo de que fará um gesto sensato em comprar seu produto; e o seu Cliente poderá até estar interessado em adquiri-lo, mas ainda não foi atingido “na carteira”. Por isso, depois de interessar seu Cliente pelo seu produto e depois de persuadi-lo de suas vantagens, você deverá fazer com que ele deseje possuí-lo. Mas, mesmo que seu Cliente esteja convencido de que seu produto é tão bom quanto você diz, mesmo que ele deseje possuí-lo, poderá não assinar o pedido. Portanto, a etapa final do processo de vendas será a etapa da Conclusão (ou etapa do “Fechamento”). Freqüentemente, você terá ocasião de combinar duas etapas em uma só (principalmente as etapas da Atenção e do Interesse). Você não é obrigado a seguir as etapas na ordem apresentada, pois um vendedor experiente poderá tentar a Conclusão, várias vezes, durante a etapa Convicção. Você não precisa atravessar sempre as 5 etapas. Exemplo: se o Cliente conhece bem seu produto e o considerar o melhor do mercado; neste caso, a etapa Convicção será omitida. Quando falamos como você deve proceder para aumentar suas vendas, nossa suposição é de que uma venda se desenvolva nas 5 (cinco) etapas de vendas descritas acima : atenção, interesse, convicção, desejo, conclusão. Sendo assim, separadamente. abordaremos cada uma dessas etapas 4.1.2 - Etapa 1 : “Conquistar a Atenção” “Chame a atenção de seu pretendente, falando-lhe rapidamente sobre alguma coisa em que ele esteja interessado” (Couto, p. 17). A maioria das entrevistas de vendas começa com comentários sobre tempo, esportes, trânsito ou algum assunto banal do momento. Depois de alguns comentários amistosos, sem envolver a venda propriamente dita, a maioria dos Clientes se torna mais receptiva. Mesmo em Clientes habituais, o bate-papo não deve ser desprezado. Quando você e seu Cliente já se tornaram amigos, você descobrirá sobre o que ele quer conversar e por quanto tempo. Na maioria das situações, existem temas infalíveis para o batepapo inicial: Um assunto de interesse pessoal do Cliente ou da família dele; Um comentário sobre a empresa do Cliente, sua recente promoção, suas atribuições atuais, etc... Alguma boa notícia sobre o ramo de atividade ou profissão do Cliente, legislação favorável, aquecimento da economia, etc... Antes de sua visita, descubra algum assunto em que seu Cliente esteja interessado. Se o cargo exigir que você faça visitas freqüentes aos mesmos Clientes, procure levar sempre novas informações em cada visita que fizer, pois assim evitará que se aborreçam com sua presença. 16 Mas, e onde buscar idéias que sirvam de colaboração ao seu Cliente ? Informações fornecidas por sua empresa. Publicações de indústria, comércio ou segmento especializado. Conversas entre vendedores amigos e/ou concorrentes. Matérias sobre finanças e economia nos jornais e tele-jornais. OBSERVAÇÕES: Cuide de sua aparência pessoal e apresente-se como um profissional digno de ser atendido. Jamais comece sua abordagem com uma “desculpa”. Obtenha o “sim” do seu Cliente com perguntas fáceis de serem respondidas. Não estique muito sua “história”; isso pode dispersar a atenção do seu Cliente. Nunca force um aperto de mão. Se ele espera por isso, aperte-lhe a mão, caso contrário não o obrigue. Sente-se à distância razoável do seu Cliente, para não impedir seus movimentos. Não se espreguice nem se espiche na cadeira. Você deve ser o portador de importante mensagem para seu Cliente, devendo portar-se de acordo ! Conserve a posição ereta. Em geral, não se deve fumar diante do Cliente, a não ser que ele esteja fumando. Mas, na dúvida, não fume. Não masque chicletes tampouco beba antes de suas visitas, pois alguns Clientes detestam hálitos que cheiram à bebida. Evite conversar com seu Cliente na presença de outras pessoas, principalmente as desinteressadas. Se uma terceira pessoa estiver presente desculpe-se, informando não saber que ele tinha outro compromisso. Isto, às vezes, faz com que a terceira pessoa se retire. Mas, se você for obrigado a falar na presença de outros espectadores, dirija-se a todos e não somente a um deles. Sorria com eficácia, pois isso sempre dá bons resultados. Por outro lado, não sorria perpetuamente. Depois de um sorriso amável, enverede para o assunto comercial e tenha a aparência de “homem de negócios”. Não procure ser muito esperto, logo de início. Uma boa observação cordial será menos arriscada que soltar um rojão. Saiba o nome exato de seu Cliente e não hesite em soletrá-lo, se for um nome incomum, pois este interesse o agrada. Prepare-se para iniciar a entrevista com uma pergunta, com uma afirmação ou com um ato que possa cativar e manter a atenção do seu Cliente. Da infinidade de abordagens comuns, podemos citar alguns exemplos: A abordagem de apresentação : envolve apresentar a si mesmo e à empresa que você representa (todo vendedor deve usar esta abertura ao encontrar um Cliente pela primeira vez). Entretanto, usá-la isoladamente, é uma abordagem ineficaz, visto que não promete nenhum benefício ao comprador. A abordagem do conhecimento : independe se você é iniciante ou veterano. Você sempre fará perguntas para conhecer o Cliente e a sua empresa. Suas perguntas devem demonstrar interesse por ele, suas necessidades e 17 seus problemas. Porém, só perguntas cuidadosamente elaboradas, asseguram a atenção do Cliente. Não confie em sua memória, anote tudo que julgar importante e possa utilizar mais tarde. Além do que, fazer anotações demonstra interesse genuíno e empatia. Se o Cliente quer falar de si mesmo (o tema predileto deles) e o seu trabalho, dê a ele toda a atenção possível. A abordagem do benefício : é o tipo mais largamente utilizado, pois conquista atenção imediata e dá a entender que o Cliente irá ganhar, se lhe der ouvidos imediatamente. A abordagem do caso : citando (sempre com autorização prévia) o negócio concretizado com algum outro Cliente, você deixa implícito que este Cliente também poderia ter benefício semelhante fazendo o mesmo tipo de negócio. A abordagem através de uma pergunta : leva o Cliente a participar da entrevista de vendas. Mas que tipo de perguntas irão lhe servir a um propósito específico e, simultaneamente, cativar a atenção do Cliente? - Perguntas que demonstrem interesse pelo Cliente, sua organização, suas necessidades e problemas. - Perguntas que confirmem que você está lidando com um comprador qualificado, com autoridade para comprar e investir recursos financeiros. - Perguntas que tratem diretamente da principal característica e do principal benefício, para este Cliente específico. A abordagem pelo produto : acontece quando você esta apresentando produtos novos ou exclusivos. Ao passar do bate-papo inicial para a abertura que atrai a atenção, coloque o produto ou uma peça promocional do produto, ao alcance da mão do Cliente, na frente dele, em sua mesa, e ele obterá a atenção. Atenção : Combine dois ou mais tipos de abertura para criar um forte “chamador de atenção”, seja criativo e engenhoso. 4.1.3. - O Que Não se Deve Fazer Nesta Etapa Não minta nem engane para despertar a atenção. Não inicie com uma pilhéria (a menos que seja à sua própria custa). Não seja barulhento nem impetuoso. Não fale sobre seus contratempos, seus problemas, nem de sua saúde, pois os Clientes estão interessados apenas em seus próprios problemas. Não os entretenha com más notícias, coisas fúnebres ou boatos. Traga novidades agradáveis ou, então, não conte nada. Não se exceda falando sobre um “hobby”. É difícil passar do assunto “futebol” para o assunto “mamadeira”, ou “detergente”, por exemplo. OBSERVAÇÕES: a) A maioria dos vendedores inexperientes receia aproximar-se de um novo Cliente, mas uma vez conseguida sua atenção, os receios desaparecem. b) Se o Cliente não lhe prestar atenção, você estará derrotado logo no início; portanto, é vital atrair rapidamente a sua atenção. 18 c) Chamar a atenção do Cliente é fácil; o difícil é conservá-la. Isto nos conduz à próxima regra básica para o vendedor (a regra de conservar a atenção fixada para convertê-la em interesse). 4.1.4 - Etapa 2 : “Como Despertar o Interesse” “Desperte o interesse de seu Cliente explicando-lhe como seus produtos lhe trarão vantagens ou como irão ajudá-lo”. (Ascar, p.13). Depois de ter feito uma introdução eficaz e explicado o motivo de sua visita, seu Cliente agora está interessado em ouvir sua proposta; e você terá conquistado o direito de apresentá-la. Mas como você pode deixar seu Cliente curioso, envolvido e ansioso para prestar atenção ao motivo de sua visita? Para criar o interesse, você deve combinar estes três elementos: Determinar as necessidades do Cliente; Confirmar os problemas dele; Oferecer a ele características e benefícios de seus produtos, que solucionem seus problemas. Lembre-se de que nesta fase do processo de vendas, seu Cliente desejará saber, não o que é seu produto, mas o que o seu produto fará por ele. Por isso, faça perguntas que despertem seu interesse e não pare de perguntar durante todo período das próximas 3 (três) etapas do processo de vendas (Convicção, Desejo e Conclusão). Para Botelho (1999) essa fase do ato da venda é exatamente igual ao trabalho que o médico realiza quando o paciente se aproxima dele pela primeira vez: “Você se lembra do que aconteceu quando foi ao médico?. Ele pediu para você se sentar, perguntou o que você estava sentindo e aí você contou-lhe tudo o que sentia. Dessa forma, ele lhe passou alguns exames e algumas radiografias e pediu-lhe para voltar lá depois, a fim de decidir o que deveria ser feito. Portanto, antes de falar, ouça. Antes de ensinar, aprenda. Antes de afirmar, pergunte e antes de discutir, observe” (pg58). E, se um Cliente perguntar qual o preço do pneu que você vende, a câmara de ar e outros acessórios, pergunte-lhe em que espécie de serviço utiliza o carro. Se for preciso, você explicará que deve saber a espécie de via pública em que é usado o veículo, a fim de recomendar-lhe o pneu adequado. Para que o Cliente fique interessado no que você está oferecendo, permita que ele veja, sinta, cavalgue, dirija, prove ou aspire. Mas, evite fazer elogios exagerados sobre seu produto, pois o exagero é sempre arriscado e, no início de um argumento de vendas, é quase sempre fatal. Evite empregar um sintonizador de atenção ao qual seu Cliente possa replicar “não estou interessado.” Se o vendedor diz: “Eu desejava mostrar uma nova lâmpada XYZ” – o Cliente poderá responder: “Não estou interessado.” Mas, se você disser: “Quero lhe mostrar como poderá reduzir suas contas de luz”, certamente ele ficará interessado. Você também pode despertar interesse, relatando uma história que ofereça um exemplo de como seu produto beneficiou alguém. “Muita gente tem sido presa por ter feito uma declaração; mas, até hoje, ninguém foi preso por ter feito perguntas.” (Drucker, p. 88). Por isso, não se intimide e faça muitas perguntas. Felizmente, a maioria dos Clientes costuma ter uma longa lista de problemas não resolvidos, necessidades e desejos não satisfeitos; por isso, para criar interesse, seu principal desafio será descobrir quais são os problemas, necessidades, desejos e interesses deles, fazendo perguntas. 19 Que itens encabeçam a lista de prioridades deste Cliente especificamente ? As respostas às suas perguntas lhe permitem dar um “tiro certeiro” na necessidade mais premente desse Cliente, em particular aquela que ele mais quer satisfazer. Se em lugar de um único tiro certeiro, você fizer uma abordagem de "metralhadora", conversar sobre generalidades, talvez não consiga reter a atenção do Cliente ou despertar o interesse dele. Então, como os Profissionais de Vendas obtêm as informações que precisam ? “Aqueles que fazem perguntas de sondagem certas e escutam com atenção as respostas, descobrem muito mais facilmente sobre as necessidades de seus Clientes” (Santos, p.33). Para determinar os problemas e as prioridades do seu Cliente, não tenha medo de perguntar. As pessoas querem que você se interesse por elas e suas perguntas irão demonstrar interesse pelas suas soluções. Quando você descobre e aponta um problema prioritário para seu Cliente e quando está interessado na sua solução, ele escutará sua proposta inteira com um ávido desejo de saber como poderá se beneficiar com ela. Os benefícios que solucionam problemas despertam o interesse do seu Cliente. Embora cada um tenha interesses e desejos diferentes e, apesar desses interesses e desejos mudarem constantemente, alguns motivos comuns costumam prevalecer. Quando se analisam as influências que levam um Cliente a comprar um determinado produto (ou serviço), pode-se perceber que elas recaem geralmente sobre cinco amplas categorias : - Utilidade, - Dinheiro, - Orgulho, - Prazer - Precaução. Para despertar interesse no motivo da sua visita, você terá de apelar para um ou mais desses motivos comuns. Precisará dizer ou deixar implícito que o Cliente poderá obter benefícios que solucionam problemas em função da sua visita : O motivo da utilidade - os Clientes querem produtos e serviços que poupem tempo, economizem mão-de-obra, sejam duráveis, fáceis de compreender e fáceis de usar. O motivo do dinheiro - os Clientes querem gastar dinheiro sabiamente e querem economizar. Quando os recursos são limitados, torna-se essencial comprar o melhor produto disponível ao menor preço possível. Produtos de alta qualidade, descontos, planos de incentivo, políticas de troca e venda a preços reduzidos, apelam para o motivo “dinheiro”. O motivo do orgulho - Auto-estima, status, posição social, bater recordes, lutas pelo poder, imitação, competição e sede de reconhecimento são todos relacionados ao motivo “orgulho”. As pessoas que compram são tão competitivas quanto às que vendem. O motivo do prazer - os prazeres humanos podem ser físicos ou estéticos. Agora, imagine como você poderia despertar o interesse de um executivo recém nomeado diretor, que está mobiliando seu escritório? O motivo da preocupação - o medo das conseqüências que podem resultar de se deixar de fazer alguma coisa específica, motiva muitas decisões. Colocamos os cintos de segurança, compramos alarmes contra ladrões, fazemos seguros de vida e de bens materiais, fazemos 20 muros de concreto entre as pistas de uma via expressa, contribuímos para a Previdência Social. A precaução causa tudo isso, o medo do desconhecido, a aversão a situações dolorosas nos tornam cautelosos. Quando você determina os problemas e as necessidades de seu Cliente; quando escolhe o que acha ser necessidade mais premente dele; quando ele confirma sua escolha; quando você oferece benefícios para atender a essa necessidade premente; quando apela para o motivo dominante do comprador; você está criando um genuíno interesse pelo motivo da sua visita. 4.1.5. - Etapa 3 : “A Convicção” “Apresente fatos em número suficiente e não em demasia, a respeito de seu produto, e como este irá beneficiar seu Cliente, a fim de que ele se convença de que estará justificando se o comprar”. (Santos, p.13) A parte de seu argumento de vendas denominada “Convicção” é a parte defensiva do Processo de Vendas, pois se você não apresentar os fatos com habilidade, provavelmente não fechará o negócio. Você deve persuadir seu Cliente de que seu produto fará aquilo que você havia afirmado. Apresente fatos, evidências, depoimentos, pois seu Cliente deseja respostas para 5 perguntas específicas sobre seu produto: O que é ? O que faz ? O que representa para mim ? Quem o disse ? Pode prová-lo ? OBSERVAÇÕES: a) Se você reduzir a etapa “Convicção” em apenas três regras, obterá as seguintes: Explique ao Cliente o que é o seu produto e em que sentido ele poderá beneficiá-lo; Explique e, se possível demonstre, que dá resultados satisfatórios; Sustente suas pretensões sobre o produto com depoimentos. b) Quanto tempo deve durar a parte “Convicção” ? Apenas o tempo necessário para convencer o Cliente; e não mais. Se você prolongar-se em demasia, o Cliente desejará livrar-se de você. Observe-o; e se ele começar a ficar impaciente, pare ! c) Estabeleça a “chave de emissão” e mantenha seu argumento dentro destes limites. Se o seu Cliente a um automóvel zero km. mostrar-se inicialmente interessado na economia de combustível, fale especialmente sobre isto e não se preocupe em detalhar-lhe sobre a pintura especial do veículo. d) Tenha pelo menos cem conhecimentos a respeito de seu produto, para empregá-los nos cem argumentos que fizer. Isto emprestará ao argumento um tom de autoridade que não será obtido de outra maneira. b) Não receie repetir. Este é um processo para fazer com que as pessoas acreditem no que você diz; repita isto muitas vezes, mas faça de maneiras diferentes e em diferentes ângulos. f) Faça uma infinidade de perguntas, mas ouça as respostas. Escute a história do Cliente, antes de você lhe contar a sua. Na 1ª parte do seu argumento de vendas, geralmente, deve constar mais de perguntas do que afirmações. 21 g) Nesta etapa de Convicção, um bom processo para auscultar o interesse de seu Cliente é fazer uma pausa eventualmente e observá-lo nos olhos, antes de perguntar-lhe : “Estou sendo claro ?”. Seja específico nesta etapa de Convicção, pois um fato sólido geralmente tem mais “peso” do que toda lógica e retórica. Via de regra, seja exato, apresentando fatos e não conjecturas. Elimine de seu vocabulário as expressões de generalidades como “alto nível”, “melhor qualidade”, ou “assim por diante”. h) Como pode ter a certeza de estar usando uma linguagem clara e inteligível em seu argumento de vendas ? Tenha o assunto bem claro na memória, pois a metade das vendas fracassa pela falta de reflexão. Empregue palavras curtas e familiares. Não fale muito depressa. Pense além de seu Cliente, mas fale após as suas colocações. Faça pausas freqüentes. Não espere que seu Cliente compreenda a “gíria” de seu ramo de negócios, ou mesmo usada pelos colegas de profissão. i) Dirija a entrevista e não permita que seu Cliente o faça. E se ele procurar desviar a conversação, demonstre apenas interesse complacente e, tão logo permita a boa educação, pergunte-lhe sobre o que falavam e volte ao seu argumento de vendas. j) Por que as demonstrações são tão eficazes para interessar aos Clientes ? Porque eles gostam de um “show”, gostam de ver as coisas em movimento, acontecendo. As demonstrações tornam um argumento mais convincente. O que seu Cliente vê com seus próprios olhos, acreditará com seu próprio cérebro. Um recente questionário sobre os métodos de 213 gerentes de vendas indicou que uma apresentação dramatizada era 8 vezes mais eficaz em evidenciar os pontos de venda do que apenas o apelo para os ouvidos. Apresentamos abaixo, algumas sugestões para boas demonstrações: Escreva detalhadamente os termos que usa em sua demonstração e pondere seus argumentos, aperfeiçoando e abreviando. Desenvolva as palavras e procure encaixar a ação. Planeje intervalos em suas demonstrações. Repita a demonstração várias vezes. Peça à sua esposa (ou marido) que a escute. Peça a seu colega de profissão que sugira críticas à sua demonstração. Pratique sua demonstração até que possa fazê-la com perfeição e soe naturalmente. Deixe o Cliente manejar seu produto e permita que o demonstre por si mesmo. Sustente cada vantagem da venda à medida que for demonstrando. Exemplo: “Sua esposa vai gostar deste transmissor automático, não acha ?”, ou “Esta máquina vai contribuir para que sua secretária termine a tarefa diária, a tempo, não acha ?” Manobre seu produto respeitosamente durante sua demonstração. Observe que o especialista em vender sapatos lustra-os sempre antes de você experimentá-lo. Inclua movimento em sua demonstração. Não mostre apenas seu produto, mostre como funciona. Os vendedores da Johnson & Johnson ao demonstrarem o “Band-Aid Super-Stick”, grudavam a ponta de um Band-Aid em um ovo; depois, o levantavam (pela bandagem) para mergulharem-no em água fervendo, e puxarem-no. 22 4.1.6. - Etapa 4 : “Como Provocar o Desejo” As pessoas compram motivadas pelas necessidades, desejos, ameaças, oportunidades e etc. Mas, no fundo, todos queremos obter um benefício, ou evitar uma perda, e ninguém quer algo que não tenha utilidade. Por isso que é importante a identificação das necessidades dos clientes para satisfaze-las com produtos e/ou serviços. Para Braga, as necessidades se traduzem em algo que precisamos : - “é o espaço a ser preenchido entre a situação de momento e a de futuro. E essa necessidade pode estar bastante evidente, como também não muito clara para o cliente” (2002) No primeiro caso ela é explícita, estando implícita no segundo caso. Exemplo : uma geladeira com certo tempo de uso apresenta um defeito que não compensa o conserto e isso significa que se torna necessária uma nova geladeira (necessidade explícita). Entretanto, na loja existe um modelo que atende às necessidades do cliente, mas com uma tecnologia mais avançada, que se traduz em benefícios que o cliente não conhece completamente (necessidade implícita). Faz parte do trabalho do vendedor transformar essa necessidade implícita em explícita, de modo que o cliente fique convencido dos benefícios desse novo produto. Com isso, justifica o preço cobrado – que talvez seja mais elevado do que o cliente esperava – com base num produto obsoleto. Foi, portanto, agregado valor ao produto pelos benefícios que atendem a uma necessidade que não estava evidente para o cliente. Segundo Braga, o desejo é o anseio ou a vontade de possuir algo, mas nem sempre os desejos podem ser realizados: ..... “podemos desejar um carro de luxo, com tudo que tem direito, mas a condição financeira não permite e aí, temos que nos contentar com um carro mais simples, satisfazendo assim as nossa necessidades, mas não as nossas vontades”. (2002) Por outro lado, muitas pessoas desejam algo que está dentro de suas possibilidades, mas não estão estimuladas a satisfaze-las n’aquele momento, cabendo ao vendedor trabalhar o cliente para que a sua vontade seja concretizada. Antes de se iniciar na etapa do “Desejo” propriamente dita, deve-se ter em mente o motivo dominante de compra do Cliente. Todo o motivo de compra é um movimento íntimo, um impulso ou uma intenção que nos leva a comprar. Um motivo dominante é aquele que tem a influência controladora de nosso movimento. Os mais importantes motivos de compra são: 1- O desejo de continuar vivo e com saúde (autoconservação). 2- O desejo de ganhar dinheiro (avareza ou ambição). 3- O desejo de se sentir importante (orgulho, prestígio). 4- Amor à família (o desejo de prover e proteger esposa, filhos e parentes). 5- Atração sexual (o desejo da boa aparência diante das pessoas, de sexo oposto). 6- O desejo de progredir e de se tornar alguém (ambição). 7- O instinto de negociar (economia – o desejo de obter lucro). Como descobrir o motivo de compra predominante de seu Cliente ?. Se você está vendendo algo com preço muito elevado, deve procurar saber o motivo predominante de compra do Cliente, 23 antes de visitá-lo. Se não conseguir, procure descobrir durante o processo de venda, fazendo perguntas e escutando. Há 300 anos, Hobbes escreveu: “Desejar é querer alguma coisa que ainda não se possui”. Portanto, todo desejo é baseado na sensação da falta, da necessidade ou aspiração. A missão do vendedor consiste em apontar a carência ou em intensificar a sensação de falta. Um Cliente não compra um produto, ele compra os benefícios, as vantagens e os serviços que obterá, se fizer o que você propõe. Mas, para criar eficientemente o desejo, você primeiro precisa compreender a diferença entre “características” e “benefícios” de um produto e/ou serviço. Características são componentes exclusivos ou diferenciadores de um determinado produto. Respondem à pergunta do Cliente: "O que é?" As características são argumentos de venda que as empresas incorporam a seus produtos. Os fabricantes de eletrodomésticos, por exemplo, incorporaram às geladeiras a característica de degelo automático e a característica auto-limpante aos fornos de fogões, dois bons atrativos para donas-de-casa. Benefícios são derivados das características do seu produto. Quando você apresenta os benefícios, responde à pergunta do Cliente: "O que faz?" Os benefícios são argumentos de compra. A dona-de-casa compra o refrigerador com degelo automático, porque quer os benefícios de poupar tempo, esforço e alimentos. Se você deixar de enfatizar os benefícios, certamente você terá enorme dificuldade em fechar a venda. Geralmente, você deve usar estes dois tipos de persuasão em conjunto. Destaque uma característica importante, exclusiva e observe imediatamente os benefícios que o comprador obterá com ela. Veremos abaixo alguns exemplos de ccaarraacctteerrííssttiiccaass,, vvaannttaaggeennss ee bbeenneeffíícciiooss, tanto para produtos comercializáveis quanto para serviços : Considerando um automóvel, temos : Trava nas portas traseiras CARACTERÍSTICAS Desenho Moderno Air bag VANTAGENS BENEFÍCIOS Não oferece resistência ao Economia ar de combustível e maior velocidade final No caso de acidentes, infla-se uma bolsa de ar. Possibilita frear sem o risco do travamento em menor tempo Evita acidentes de choque das Na traseira rodas ede veículos à frente e derrapagens. Aparelho de ar condicionado Permite a temperatura desejada Proporciona conforto aos ocupantes Direção hidráulica Permite manobras mais fáceis Proporciona maior leveza Aos esforços de manobra Injeção eletrônica Funcionamento assistido por computador Quatro portas Fácil acesso ao seu interior Freios ABS 24 Evita ferimentos graves ao motorista. Economia de combustível, de tempo e manutenção Impede a abertura das portas traseiras pelo lado interno Considerando uma mesa, temos: CARACTERÍSTICAS VANTAGENS Uma mesa de 80 cm.X 80 cm. com tampo de madeira forrada com fórmica (imitando mogno) e com pés de ferro e proteção de borracha Proporciona maior Segurança ao transportar crianças no banco traseiro. BENEFÍCIOS Pés muito resistentes. Com proteção para o piso. Superfície em fórmica lavável e em padronagem decorativa (mogno) Grande durabilidade. Não arranha o piso A superfície não mancha e se mantém sempre nova, combinando com os móveis Considerando um balde de tinta, temos : CARACTERÍSTICAS VANTAGENS Balde de tinta Rendimento Não há necessidade de maior esforço para se Tinta acrílica para interiores Acetinada sentar no banco traseiro,especialmente Alta cobertura Menos demãos idosos. Facilita a saída dos ocupantes do banco traseiro em caso de acidentes. BENEFÍCIOS Superfície sem manchas, Acabamento aveludado com ótimo aspecto, representando economia de tempo e dinheiro. Considerando-se uma cadeira de estudante, temos : CARACTERÍSTICAS VANTAGENS BENEFÍCIOS Confeccionada em estrutura Maior resistência de aço estrutural Braço com acabamento em De fácil limpeza Madeira forrada com fórmica Cores modernas Boa aparência Braço articulado Pés com protetores de borracha Assento e encosto com forração acolchoada. Proporciona maior durabilidade e vida útil. Facilita o trabalho e reduz o tempo de limpeza Fácil aceitação dos alunos Permite o movimento Facilita o acesso ao do braço usuário da cadeira. Impede o contato da Evita arranhar o piso Estrutura em aço da cadeira, com o piso Maciez ao sentar Maior conforto Televisor 29” Controle remoto Funções completas Manual em português VANTAGENS Tela panorâmica Conforto Facilidade de operação Fácil entendimento BENEFÍCIOS Um verdadeiro cinema em casa, com ajustes automáticos.Completo aproveitamento de todas as funções Considerando um biquíni, temos : CARACTERÍSTICAS Biquíni em lycra, com alças ajustáveis. VANTAGENS Elasticidade nos dois Sentidos Não retém umidade Alças que permitam regulagem para a altura do busto BENEFÍCIOS Modela o corpo Proporciona beleza visual Seca rapidamente no corpo Para os serviços o raciocínio é semelhante. Os Clientes desejam garantia, rapidez, bom acabamento, limpeza, tranqüilidade, qualidade e bom atendimento. Considerando-se um televisor de 29”, temos : CARACTERÍSTICAS Os serviços de uma lavanderia : CARACTERÍSTICAS VANTAGENS BENEFÍCIOS Máquinas modernas e automáticas O próprio Cliente “opera” Auto-atendimento e e Acompanha os serviços rapidez Opção de atendimento a domicílio O Cliente não precisa ir até a loja , o serviço vai até o Cliente Pessoal especializado e sempre bem treinado Serviço feito com cuidado Garantia e de qualidade Segurança, preservando as características das roupas Conforto e comodidade para o cliente Fonte : CANDELORO, Raúl. “Resistências ? Sem problemas”. Revista Venda Mais. São Paulo, 2001 25 Use palavras curtas e simples que criem imagens mentais. Repita palavras, frases e idéias que enfatizem e gravem na sua memória os benefícios mais desejados pelo Cliente. Evite superlativos e exageros que comprometem a credibilidade e a confiança. Evite palavras e frases elaboradas como : "esperançosamente"; - "utilização"; - "tratativas"; - “significativo"; - "cronologicamente"; - "viabilidade”. Elas podem estar na moda ou não, mas devem ser mantidas fora da sua apresentação. Evite expressões vagas como "acho que", "parece que", "tenho a impressão", "talvez", "pode ser". Você deve saber e estar convicto, não devendo, à essa altura, possuir qualquer tipo de dúvida . A comunicação é uma via de mão dupla. Cada vez que você faz uma pergunta, encoraja o Cliente a participar da entrevista. Quando o comprador participa, é menos provável que ele sinta que você esta falando mentiras, ou exageros, para ele. Ele terá a impressão de que você está discutindo um assunto de interesse mútuo com ele, o que é uma diferença substancial. Não afirme, demonstre. Os Clientes compreendem e lembram melhor o que vêem do que o que ouvem. Quando você demonstra algo que disse verbalmente, a demonstração comprova a verdade. Se você pretende usar folhetos, folhas de especificações ou materiais promocionais em sua apresentação, certifique-se de que estão apresentáveis. Materiais sujos, amassados ou rasgados criam uma impressão negativa. Quando estiver apresentando uma peça de apoio, certifique-se de que o Cliente está vendo o que você quer que ele veja. Para 26 ter certeza disto, aponte diretamente para a característica ou benefício para qual está chamando a atenção dele. 4.1.7. - Etapa 5 : “A Conclusão” (ou “Fechamento”) Um dos maiores tabus conhecidos em vendas é o que todos chamam de “Fechamento” (ou “Conclusão”). Esta etapa do trabalho do profissional de vendas é a que mais assusta as pessoas e, quando a maioria delas afirma que jamais venderia algo para alguém, na realidade está dizendo que não seria capaz de fechar uma venda, pois todas se consideram aptas a fazer o restante, que é se aproximar, falar e negociar com as outras pessoas. Mas, ......... e “fechar” ?. Para Botelho (1999) há vários e importantes aspectos que devem ser registrados sobre essa fase do ato da venda: tudo o que foi feito antes dele; isto é, se alguma coisa não ficou clara, bem feita e acertada entre o comprador e o vendedor, o fechamento será muito complicado, ou mesmo impossível. O fechamento exige iniciativa e determinação do profissional de vendas, do contrário dificilmente haverá fechamento. Em outras palavras, o vendedor tem que enfrentar o possível risco de não vender. Aqui é preciso registrar um fato curioso : a maioria das pessoas não percebe que o risco de não vender existe o tempo todo, e não apenas no final da entrevista. O fechamento depende do estado de espírito de ambos, sendo preciso que eles estejam em perfeita sintonia e que entendam que, fazer aquele negócio, será o melhor para os dois. Da parte do vendedor isso significa que ele não está temeroso e respeito da decisão do comprador e este está completamente seguro de que deve realizar o negócio que o vendedor está propondo. O fechamento não pode significar o encerramento de uma relação entre as “partes”, como sempre se entendeu e se fez. Exatamente o oposto é o correto; ou seja, o fechamento tem de ser apenas mais uma fase de um processo maior que terá continuidade, se possível, por muito tempo. O fechamento exige, muitas vezes, grande sensibilidade do vendedor, pois ele precisa enxergar mais do que os olhos vêem e ouvir mais do que o cliente diz. O vendedor tem que estar totalmente ligado no comprador, prestando atenção ao menor gesto, expressão ou palavra dele, pois qualquer coisa pode significar comprar ou não. O fechamento se dá quando a venda acontece e também quando ela não ocorre. Portanto, não é o fechamento que assusta as pessoas, mas sim não vender. Alguns vendedores não entendem a necessidade do Fechamento e esperam que o Cliente compre sem qualquer ajuda para tomar essa decisão. Alguns vendedores não estão preparados para fazer um Fechamento eficaz, daí percebem que não sabem como solicitar o pedido. Alguns vendedores avaliam seu próprio desempenho e julgam-no deficiente. Portanto, eles acreditam que não têm o direito de solicitar o pedido; e por isso não o fazem. Alguns vendedores têm preconceitos em relação à venda, não compreendem a importância do papel do vendedor, que é tornar os produtos disponíveis e prestar um serviço ao Cliente. Em vez disso, acham que, ao solicitar o pedido, estão pedindo ao Cliente que lhes faça o favor de concedê-lo. Alguns vendedores têm medo de rejeição, pois sabem que ao solicitarem um pedido, podem receber um "não". Eles traduzem o "não" do Cliente numa rejeição pessoal. 4.2. - Por que Alguns Vendedores Relutam em Fechar a Venda ? 4.3. -Quando se Deve Fechar a Venda ? Os Profissionais de Vendas sempre se preocupam com o passo do Fechamento (ou Conclusão), embora para eles este passo não seja tão importante quanto os outros, pois eles sabem que cada passo tem seu propósito. Até a etapa do Fechamento alguns vendedores têm um desempenho magnífico! E então falham. Por que ?. Veremos algumas razões abaixo : Provavelmente, a mais velha piada sobre Técnicas de Vendas em Treinamento, seja : Cliente : “Muito bem ! Ficarei com 10 caixas”. Vendedor : “Mas Sr, ainda não terminei meu argumento de vendas !”. Claro que estamos diante de um exagero, mas isso faz surgir a seguinte pergunta: “Quando se deve apresentar o talão de pedidos ao cliente ?” 27 Sem dúvida, chega um momento durante o argumento de vendas bem sucedido que o Cliente está pronto para comprar. Este instante tanto pode ser uma fração de segundos, como um mês inteiro. Mas, existem alguns “sinais de compra” que os vendedores devem vigiar : aquilo que o Cliente faz; e aquilo que o Cliente diz. Se o Cliente fizer algum dos movimentos mencionados abaixo, estará demonstrando inconscientemente, que está pronto para a “Conclusão”. Portanto, preste atenção e veja se o Cliente: a) relaxa os músculos (especialmente, se abre as mãos); b) inclina-se para você; c) mostra uma expressão mais satisfeita; d) parece concordar com os pontos que você está apresentando, fazendo curvaturas com a cabeça; e) descruza as pernas; f) reexamina a amostra; g) lê a literatura ou o broad-side (prospecto) . OBSERVAÇÕES: Um sinal ainda melhor do que aquilo que o Cliente faz, será alguma coisa que ele diga. Se estas perguntas indicarem que, mentalmente, ele já adquiriu o produto, não perca mais tempo, pois o pedido será seu se assim o solicitar. O que dirá o Cliente, provavelmente ? O Cliente de imóveis dirá: “Nós poderíamos colocar o piano ali e a TV aqui.” E o Cliente que estiver decidido a comprar perguntará: 28 “Será fácil receber a encomenda ?” “Posso pagar a prazo ?” __ “O senhor se encarrega de instalar ?” __ “Essa loja tem departamento de assistência técnica ?” Se você perceber um sinal de compra, não pare a fim de prosseguir com outros pontos, nem pare a fim de terminar sua frase; apenas conclua a venda. Execute a Conclusão (ou Fechamento) como se fosse a coisa mais natural do mundo e, justamente neste ponto, solicite o pedido. Entretanto, vendedores inexperientes têm tanto receio de solicitar o pedido, como se tivessem de enfrentar uma rajada de balas. Esta é a razão da dificuldade em fazê-los adotar os “ensaios de conclusão”. De que constam estes ensaios ? São as perguntas (ou sugestões) feitas em várias ocasiões de seus argumentos de vendas, para determinarem se o Cliente está, ou não, pronto para concluir a venda. Geralmente, um ensaio de conclusão é uma pergunta a respeito de um ponto insignificante ou uma decisão alternativa. Exemplos: __ “O senhor prefere que remetamos o carnê para sua casa ou escritório ?” __ “A senhora prefere lavar suas roupas esta tarde, se lhe pudermos entregar a máquina de lavar, ou achará melhor recebê-la 2ª feira ?” Faça perguntas que induzam a mais de uma alternativa, tais como: __ “Na sua loja, o Sr. vende mais essa ou aquela linha de mercadoria ? __ “Minha experiência é de que a procura é de três para este tamanho, dois para aquele e somente um para __ __ aquele outro.” “Este produto está acondicionado para ser exposto. Portanto, acho que vale a pena expô-lo assim que o receber.” O fechamento, no processo de vendas, não é um ato importante, admirável, extraordinário e muito menos isolado. Significa meramente um passo no processo de vendas e, se você tiver observado os outros passos eficientemente, terá razão de esperar o pedido. __ 4.4. Defenda o Preço dos Seus Produtos (ou Serviços) Quando uma empresa não sabe oferecer outra coisa senão o menor preço, significa que ela está vulnerável e já perdeu o foco do que o Cliente mais valoriza no relacionamento comercial. Isto se evidencia quando olhamos para os departamentos de Vendas de algumas empresas e percebemos que eles se tornaram escravos do preço. Nenhuma idéia nova surge a não ser acompanhada da ultrapassada visão de que é preciso reduzir os preços. Os argumentos usados para justificar a falta de vendas são, na maioria das vezes, relacionados ao preço. Quando os vendedores (e/ou a assessoria de marketing) começam a acreditar que no mundo dos negócios o que faz vender é o menor preço, nenhuma solução, que não seja a de baixar os preços, é bem aceita. Como resultado desta crença o que temos visto, é a falta de motivação, de persistência e principalmente ausência de entusiasmo para defender o preço dos produtos (ou serviços), ingredientes essenciais para o sucesso de quem atua em vendas. Para reverter este quadro, sugerimos um grande esforço na formação e/ou reciclagem da Equipe de Vendas. Eles precisam 29 entender que cada uma das características da empresa, do produto ou do serviço, tem vários benefícios. Cabe à empresa fazer com que, num trabalho conjunto, a Equipe de Vendas e de Marketing estudem o que está sendo vendido, a fim de identificar o que cada característica pode oferecer de benefícios. Também deve ser tema deste estudo, os benefícios oferecidos pelos serviços que a empresa presta aos clientes. Por outro lado, o preço é o resultado dos benefícios de cada uma das características do produto (ou do serviço) e, desta forma, ele não é mais e nem menos importante do que qualquer outra característica. Quando nos falta este entendimento, passamos a não lidar bem com a questão do preço, principalmente quando o Cliente menciona que ele está alto. Mas, na verdade o Cliente quer saber o que irá obter com a compra e, quando não recebe está informação, ele julga que o preço é maior do que ele esperava pagar. O fato do vendedor não saber passar estas informações ao Cliente, de maneira adequada, faz ele próprio acreditar que o seu preço está alto mesmo. O que mais nos surpreende é que muitas empresas oferecem produtos (e serviços) de ótima qualidade, bem posicionados e com benefícios suficientes para justificar o preço. No entanto, as equipes não se preparam para explorar adequadamente os benefícios e os valores agregados. Muitos que atuam em Vendas não possuem um entendimento amadurecido sobre o que fazem. É comum não terem uma compreensão adequada do que as organizações precisam que eles façam, e poucas empresas costumam dizer o que querem que eles façam. Por isto continuam a tentar os velhos e ultrapassados truques de vendas. 5. AS OBJEÇÕES Sob o ponto de vista de Botelho (1999) objetar é necessário e normal em qualquer conversa, seja ela de venda ou não. Para ele, não é normal alguém ouvir algo passivamente e não reagir: ..... “não pense que as objeções existem apenas no ato da venda, pois elas também estão presentes em nossas relações com as outras pessoas. Assim, o filho objeta com o pai e/ou a mãe; o marido objeta com a mulher; o vizinho com outro vizinho, etc... Portanto, vamos deixar claro que esta ação de objetar faz parte da vida do ser humano sempre”. (pg. 133) Já, a visão comercial de Whiting (1978), nos dá conta que as objeções são declarações ou perguntas que comunicam direta, ou indiretamente, a existência de um problema ou uma dificuldade a qual precisa ser solucionada, antes que a decisão de compra seja tomada. Mas, as objeções são o pavor de inúmeros vendedores, os quais, muitas vezes, acabam se colocando na defensiva e fugindo do confronto com seus Clientes, pois para Candeloro (2001), “eles não sabem que 63% das vendas acontecem após a sexta objeção.......e 75% desses vendedores desistem na primeira objeção colocada pelo Cliente” (p.64). Eles também não sabem que algumas objeções podem ser testes que os Clientes fazem para sentir se o vendedor está seguro do que diz. Na verdade, as objeções indicam que o Cliente está interessado no que o vendedor tem para vender e se tornam, em muitos casos, nas grandes construtoras das vendas realizadas no varejo. 30 Pense nas objeções apenas como perguntas difíceis que terá que responder, pois elas também são sinais demonstrados pelo Cliente quando este necessita de mais informações. O Profissional de Vendas deve procurar o perfeito entendimento da objeção e não evitar esclarecimentos ao Cliente, porém deve manter-se atento para não correr o risco de atribuir demasiada importância a uma objeção que ele, verdadeiramente, quer : - Minimizar; - Neutralizar; e - Eliminar. Entretanto, mais importante do que as técnicas de como vencer as objeções, o comportamento inicial do vendedor frente às objeções é que fará a distinção entre o vendedor tirador de pedidos e o verdadeiro Profissional de Vendas. Apresentaremos a seguir, cinco (cinco) comportamentos iniciais vencedores, a fim de prepará-lo para encarar de frente as objeções do Cliente : Comportamento 1 : “nada de pânico” – demonstre tranqüilidade quando a objeção for colocada, pois apesar desse momento ser muito delicado, o Profissional de Vendas deve manter a calma sem apresentar medo ou insegurança. Mostre uma linguagem corporal positiva (cabeça levantada, olhos abertos focados no Cliente, mãos abertas, corpo ereto, voz forte e confiante). Comportamento 2 : “nada de agressões” – muitas vezes as objeções podem se parecer com um ataque; mas, não demonstre sinal de hostilidade e arrogância quando ouvir uma objeção de seu Cliente. Evite externar suas conclusões precipitadas de que o Cliente está errado e você está certo. Se o Cliente for agressivo na sua objeção, contenha-se. Comportamento 3 : “nada de brincadeiras” – uma objeção é coisa séria, por isso evite comentários divertidos como : “que caro nada !!! cara é a despesa com os deputados em Brasília”, ou “problemas de entrega, nós ?. Acho que o Sr. confundiu com algum concorrente nosso”. Lembre-se que, na maioria das vezes, o Cliente não está a fim de se divertir, ele quer a atuação de um Profissional de Vendas que possa ajudálo no atendimento de suas necessidades, e na solução de seus problemas. Comportamento 4 : “não finja que não ouviu” – toda objeção merece ser “resolvida”, por isso não fuja dela fazendo de conta que não é importante, ou que o Cliente irá esquecê-la logo em seguida. Nada irrita mais um Cliente do que sentir que está sendo “enrolado”, quando o vendedor tenta desviar o assunto, deixando sem solução a objeção colocada. Comportamento 5 : “torne-se empático” - expressar um sincero interesse e preocupação pelo seu Cliente definem o que seja “empatia”. Tornar-se empático é colocar-se ao lado do Cliente, procurando entender os motivos das suas objeções. Empatia é expressar-se assim : “Eu me importo com o seu problema”. “Estou aberto para ouvir sua opinião”. “Eu me preocupo com o você e não estou aqui somente para vender”. Quando expressamos uma sincera empatia com nossos Clientes, diminuímos suas reações defensivas e o influenciamos a se “abrirem” conosco, neutralizando assim uma futura objeção. 5.1. - Tipos de Objeções 31 As objeções podem pertencer a 4 tipos : Objeção trivial: é uma observação, lançada apenas como assunto de conversação. Exemplo: “Estou um pouco ocupado” ou “Não preciso disto.” Objeção meio encoberta : é algo que o Cliente leu ou ouviu de alguém, mas não compreendeu perfeitamente e procura impressionar o vendedor, demonstrando ser esperto. Exemplo: “Este produto é feito de matériaprima que polui o ambiente.” Objeção sincera: é algo que o Cliente considera forte razão para não comprar. Elas são inevitáveis ? Algumas sim. Contudo, podemos reduzi-las, contando a história completa ou certificando-se de ter narrado tudo claramente; ou mesmo, quando possível, contestando-as antes de serem levantadas. Objeção que indica indecisão: se o Cliente achar difícil tomar uma decisão, lançará mão do recurso mais fácil : criará uma objeção. OBSERVAÇÕES: Para contestar as objeções com eficiência, o vendedor precisa : Saber como conseguir a atitude mental certa, para com a objeção e o objetor. Saber por que o Cliente levanta as objeções. Conhecer as várias classes de objeção, uma vez que objeções diferentes exigem diferentes respostas. Saber quando responder. Saber como contestá-las – e o que dizer (argumentos). As Objeções podem ser amplamente classificadas das seguintes formas : Objeções sem esperança São aquelas que não podem ser contestadas. Exemplo: uma suposta “vítima” de um bom vendedor de automóveis disse: “Eu estou pagando as prestações do carro, que troquei por outro carro, o qual já negociei, dando-o como parte do pagamento do meu atual carro, do qual já estou com 2 pagamentos atrasados !” Objeções que podem ser contestadas As objeções respondíveis podem ser divididas em duas classes: - Objeções ocultas: são as objeções que o Cliente tem em mente, mas que não expressa, talvez por acanhamento ou timidez. Freqüentemente ele oculta sua real objeção, usando um adiamento como: “Desejo refletir sobre isto”, etc. Já que você não pode responder às objeções antes de conhecê-las, sua única esperança será desmascará-las. Eis algumas sugestões: a) Dê ao cliente uma oportunidade de falar e de declarar suas objeções. b) Faça perguntas destinadas a trazer à tona a objeção. Pergunte-lhe por que não quer comprar. - 32 Objeções declaradas: essa é a forma mais comum de objeção; e as formas para contestá-las veremos a seguir. 5.2. - Cinco Maneiras de Contestar Objeções: a) Transforme a objeção em uma razão para compra => Ex.: o pretendente a um automóvel diz: “Eu não preciso de um carro novo, pois não dirijo muito.” O vendedor replicará: “Justamente por essa razão deveria comprar um automóvel ZERO. Talvez o Sr. não dirija receando que ele enguice. Agora, se comprar um novo...” b) Deixe-o contestar sua própria objeção => Muitas vezes o vendedor consegue que o Cliente responda à sua própria objeção, confessando que esta não tem muito valor. Este método deveria ser adotado quando o pretendente criar objeções num assunto que talvez ele pouco conheça. Portanto, façalhe perguntas a respeito de sua objeção e deixe que ele fale, afrouxando sua tensão. Freqüentemente essas objeções não têm valor, pois ele possui idéias obscuras sobre o assunto e, geralmente, se perturba, confessando não ser tão importante esse assunto. c) Esclareça-as de modo contrário => Ex.: o Cliente diz: “Seu preço é alto demais.” você presume que ele perguntou: “Por que seu preço é mais alto que alguns concorrentes ?” Então, explique por que é mais caro. Outro exemplo: “Eu não tenho tempo de ler revistas.” E o vendedor de assinaturas diria: “A alguns anos, antes de o Sr. comprar sua 1ª TV, não achava que passaria 2 ou 3 horas por dia em frente de uma televisão, não é verdade ?” Acontecerá o mesmo com esta revista, pois, quando descobrir quantas informações e divertimento que ela contém, facilmente achará uma ocasião para sua leitura.” d) Aceite-as => Certas objeções não podem ser contestadas porque são válidas e justas. Não perca tempo tentando convencê-lo de estar errado, principalmente se não estiver ! Se a objeção tem fundamento, admita-a, mas procure demonstrar como poderá ser superada pelas outras vantagens do seu produto. e) Negue a objeção => Refutar uma objeção negando-a, raramente será um bom negócio. Entretanto, uma negação será justificável quando: 1- a objeção for obviamente inverídica. Ex.: Seu Cliente rico afirma não ter dinheiro. Você sorri e diz: “É claro, eu acredito nisso.” 2- quando você estiver certo de que o Cliente não tem em mira, ou tem apenas parcialmente, aquela objeção. 33 5.3. - Como Lidar com Clientes de Opinião Preconcebida: Alguns Clientes são cheios de prevenções. E, dessas opiniões preconcebidas, às vezes crescem as objeções. Eis algumas regras para lidar com prevenções: trate uma prevenção com respeito, demonstrando ao Cliente que você compreende como ele chegou àquela opinião (mesmo que você não concorde). Faça-o sentir que lhe é simpático. Lembre-se de que as opiniões de seu Cliente lhe são muito importantes. Os homens raramente debatem sobre fatos, mas freqüentemente discutem sobre prevenções. não procure superar uma prevenção por meio de um argumento, pois o Cliente não chegou ao preconceito através do raciocínio; e não cederá pelo raciocínio. a melhor maneira de vencer uma prevenção é sugerir, com tato, que o preconceito é inconsistente com mais alguma coisa que o Cliente acredita. Exemplo: um dono de uma rede de lojas de móveis disse ao vendedor de publicidade que a razão de não anunciar em sua revista era por não apreciar a política da referida revista (democrata liberal). O vendedor respondeu àquela objeção dizendo apreciar sinceramente a franqueza do Cliente, mas que não imaginava o Cliente indagando sobre a política de cada consumidor, antes de deixá-lo entrar na sua loja. E que não acreditava que o Cliente tivesse objeção em vender seus móveis às pessoas de partido contrário ao seu, pessoas estas que viriam à sua loja, em resposta ao anúncio publicado na tal revista. 5.4. - Regras Gerais para Contestar Objeções Declaradas: REGRA 1 Conteste muitas objeções perguntando “por quê ?” A maior vantagem dessa regra é que ela força o vendedor a ouvir e o Cliente a falar. REGRA 2 Desmascare todas as objeções importantes. Se achar que o Cliente tem certa razão para não comprar, ainda não declarada, pergunte-lhe a razão. REGRA 3 Para contestar eficientemente uma objeção, assuma a atitude mental justa e conserve-a. Você está ali para persuadi-lo a comprar algo que vai beneficiá-lo, para prestar-lhe um serviço. Se ele criar várias objeções, provavelmente é por desconhecer alguns fatos. Você deve ter falhado em apresentá-los de maneira clara e enérgica para apagar de sua imaginação todas as objeções. REGRA 4 Não argumente com seus Clientes. Vença um argumento e perderá a venda. REGRA 5 Reconstitua a objeção em suas próprias palavras, antes de contestá-la. Se uma objeção merecer resposta, também merecerá uma reestruturação. Esta reconstituição fará seu Cliente sentir -se importante. REGRA 6 Descubra algum ponto de acordo antes de começar a contestar outra objeção, pois este é um bom meio de “atenuar” sua resposta e torná-la irrefutável. Esta é uma das regras mais importantes para se contestar objeções; portanto, quando contestar uma objeção, descubra algum ponto em que ambos estejam de acordo. REGRA 7 Proceda como se a objeção fosse justa, mesmo não sendo. Antes de escolher a maneira de contestar uma objeção trivial, você terá de descobrir como ela é considerada pelo Cliente. REGRA 8 Responda rapidamente e não leve a objeção 34 muita a sério. Encontre o meio-termo entre o “demasiado” e o “muito pouco”. Use o menor número de palavras e não estenda muito as respostas. REGRA 9 Quando refutar uma objeção, não discuta com seu Cliente. Ele expõe suas objeções e você as contesta, mas, se ele demonstrar que vai entrar num longo debate, saia da conversa educadamente e retome o fio do seu argumento de vendas. REGRA 10 Nunca demonstre que está em dúvida de ter contestado por completo a objeção. Alguns vendedores, depois de uma longa contestação de uma objeção, costumam dizer: “Agora, Sr. X, que eu esclareci este ponto, o Sr. concorda que esta máquina é perfeita neste aspecto ?” Ao fazer isso, você estará pedindo ao Cliente que confesse estar enganado; e isso é uma coisa que o Profissional de Vendas jamais deve fazer. REGRA 11 Colecione algumas respostas-padrão para as objeções. Recomenda-se escrever estas respostas até conseguir a forma mais eficiente. Nesta altura, sua memória já terá se encarregado disto, poupando considerável esforço mental. 5.5.- Como Gerenciar as Objeções A venda começa efetivamente quando o Cliente diz “não”, uma vez que as objeções fazem os vendedores pensarem e agirem criativa e rapidamente. Por isso, a fim de melhor gerenciar as objeções colocadas por seus Clientes durante a entrevista de vendas, observe no quadro abaixo os passos e as ações que devem ser considerados : Quadro 1 : “Como gerenciar as Objeções” Fonte : Seminário – “Conquistando a Fidelidade do Cliente. São Paulo, 1997. 5.6.- O Que Fazer se Você for Repelido: Você não deve se preocupar com os “não” que receber em seus testes de Conclusão, devendo mesmo ignorá-los. Mas, agora, no final da última etapa, o que acontece ? PONTO 1 Não desista. Se você acreditar no benefício do produto ao Cliente e se já o tiver levado através das 5 (cinco) etapas do processo de vendas, terá o direito de esperar uma feliz Conclusão. Portanto, uma recusa nesta etapa do processo deve significar que você fracassou em seus argumentos de vendas. PONTO 2 Procure saber por que o Cliente disse não. Muitas vezes é o resultado de indecisão ou motivado pelo receio. PONTO 3 Desarme o Cliente. O Cliente não diz apenas “não”, pois se você solicitar, ele também lhe contará por que disse “não”. INTERESSE “O Sr. acha, Sr. X, que esta máquina realmente vai economizar-lhe R$ 150 anuais ?” CONVICÇÃO “Já lhe disse que essa máquina movimentará x m3 de terra, por dia ?” DESEJO “O Sr. não está satisfeito com a temperatura de seu forno ?” PASSOS : 1) NÃO REAJA AÇÕES : Escute, não discuta. Nunca diga “não”, sempre diga “sim”, mas explique as razões. 2) ENCORAJE Seja empático. Utilize-se da empatia. 3) PERGUNTE Verifique se a objeção apresentada é real. O Exemplifique e faça perguntas. 4) VERIFIQUE ENTENDIMENTO 5) RESOLVA 6) CONFIRME Apresente soluções; esclareça. Esteja preparado para as objeções clássicas Verifique a satisfação. OBSERVAÇÕES: Se o Cliente confessar a verdadeira razão de não comprar você saberá exatamente o que dizer. Mas, suponha que ele se recuse e apresente uma resposta evasiva. Às vezes, isto pode ser uma oportunidade para você fazer mais perguntas. Examine cada ponto: As respostas que você obtiver possivelmente lhe demonstrarão o que deverá dizer em seguida. 5.7.- Dicas para Lidar com Resistências 35 Se tudo correu às mil maravilhas na primeira visita, mas na segunda o Cliente está completamente diferente, 36 pergunte : “Da última vez que conversamos eu tive a impressão que você tinha gostado da idéia. O que aconteceu nesse intervalo ?” Se você ouviu uma desculpa esfarrapada como “nós não precisamos disso” já no começo da entrevista, responda : “eu também ainda não tenho certeza, por isso gostaria de fazer algumas perguntas para determinar.........” Quando um Cliente disser : “quero pensar no assunto”, pergunte : “em que áreas você ainda tem dúvidas ?” Quando você ouvir uma objeção oculta e quiser descobrir a verdadeira intenção por traz dela, responda com “acho que não entendi direito”. O Cliente, provavelmente, responderá com mais informações e detalhes. As objeções consistem somente de palavras que representam um sintoma do verdadeiro problema; é esse problema que deve ser solucionado se quiser ter sucesso – e não os sintomas. A única maneira de fazer isso é com perguntas. Um velho ditado diz “que a venda não começa até que o Cliente diga não”. Se o seu processo de vendas fosse executado perfeitamente, as objeções já teriam sido respondidas – e não apareceriam. Nunca diga a um Cliente que ele está errado – mesmo que esteja. Ao contrário, assuma você a responsabilidade : “acho que eu não me expressei corretamente. O que eu quis dizer foi que.......” Se alguém lhe der um “chega p’rá lá” como : “Me telefone daqui a 3 meses”, verifique se estão sendo sinceros : “OK ! Posso presumir que você está interessado em fazer negócios comigo, mas explique- me, por favor, por que agora não é um bom momento ?” (Afinal, se o Cliente estiver “enrolando”, é melhor descobrir antes e economizar tempo, não é mesmo ?) Não ponha o foco de todas as suas energias procurando respostas brilhantes para todas as objeções. Pense primeiro em todas as razões que alguém pode ter para apresentar inicialmente uma objeção. Compreenda-as – do ponto de vista do Cliente. Isso o ajudará a criar perguntas que farão o Cliente falar mais sobre o assunto. Quando ouvir uma Objeção tenha pronta uma resposta que não seja agressiva, tal como “fale mais sobre isso”. Depois, passe à fase seguinte, fazendo perguntas para descobrir os verdadeiros motivos da Objeção. Para descobrir a verdadeira intenção de uma Objeção Oculta, responda : “Acho que não entendi direito, poderia repetir, por favor”. Certamente o Cliente lhe fornecerá mais detalhes. Se existe uma Objeção que todos os Clientes fazem, mencione-a antes, junto com a resposta (de preferência junto com um benefício). Uma introdução para essa situação poderia ser : “O Sr. deve estar se perguntando se ......” No começo de uma venda, resistências são mais fáceis de lidar do que uma Objeção ao final da entrevista e, além disso, no começo da apresentação você tem muito mais opções para mudar o rumo da conversa, se necessário. Então, é melhor perguntar já no começo e descobrir se existe alguma resistência : “o que o Sr. achou até aqui ?”, “qual a sua opinião sobre o que vimos até agora ?”. Crie a sensação de urgência, apontando para benefícios que estejam sendo perdidos a cada dia de demora : “Se nós concordamos que esse sistema irá ajudá-lo a economizar cerca de R$ 100 por semana, então a cada dia que passa o Sr está perdendo R$ 20”. Depois de tratar uma Objeção e “ouvir” um silêncio, procure fechar a venda novamente. Não facilite o “empurrar com a barriga” nem fique falando demais, pois assim poderá levantar outras objeções. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. E, lembre-se que na maioria das vezes, não existem objeções ao preço, existem somente dúvidas quanto à relação comercial: - Custo X Benefícios. B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; 5.8. Você é um Bom Profissional de Vendas? Este teste foi desenvolvido por João Baptista Vilhena – consultor do Instituto MVC - e, certamente poderá ajudar executivos e técnicos a sistematizar todo o processo de Vendas, (seja ele de produtos, serviços ou idéias), algo para se ter sempre à vista. Depois de ler o texto, o leitor poderá achá-lo simplista demais; mas lembre-se de que seu valor está na utilização integrada e permanente. O teste está dividido em Prévenda, Venda e Pós-Venda. Cada questão possui três alternativas de resposta: A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; 37 1) Fique atento aos sinais do mercado e gere leads. Um lead é uma pessoa (ou uma organização) com o potencial para tornarse um cliente. Fique atento aos sinais do mercado. Por exemplo, se você ouvir que uma certa pessoa (ou empresa) está interessada em comprar seu produto, essa pessoa ou empresa torna-se um lead. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 2) Identifique os clientes em potencial. Nem todos os leads se tornarão realmente clientes. Identifique aqueles com maiores possibilidades. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 3) Qualifique os clientes em potencial. Procure o máximo de informações sobre o cliente em potencial. Conheça-o bastante a fim de adequar sua oferta às necessidades dele. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; informações sobre o produto em uma conversa informal com o cliente. Planeje o formato que você utilizará. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; 4) Defina os objetivos de sua visita de vendas. Se você pensa que o objeto de uma visita de vendas é unicamente vender o produto, está enganado. Outros objetivos podem ser vislumbrados e nem sempre a venda se dá a partir de uma única visita. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 5) Planeje sua estratégia de persuasão. Quais mecanismos específicos de persuasão você irá utilizar? Adotará uma postura baseada em poder? Ou em credibilidade? Ou, ainda, no estilo de venda? B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 7) Planeje o conteúdo de sua visita de vendas. Quer sua apresentação seja estruturada ou não-estruturada, o conteúdo deve demonstrar como seu produto pode beneficiar o cliente. Isso significa que você deve chegar em sua visita de vendas com total conhecimento de seu produto e dos produtos de seus concorrentes. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 6) Planeje o formato de sua visita de vendas. Os formatos de uma visita de vendas podem variar, indo desde os muito formais e estruturados, em que o vendedor repete um discurso memorizado, aos não-estruturados, nos quais vai incluindo 38 8) Planeje o uso de dispositivos audiovisuais. O uso de dispositivos audiovisuais pode tornar a visita de vendas mais eficaz. No entanto, não há nada pior do que um vendedor que planeja, por exemplo, a utilização de uma apresentação de slides e na hora dá tudo errado. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; 9) Identifique as possíveis objeções e prepare contraargumentos. As objeções sempre aparecem. Mas podem ser superadas. Prepare seus argumentos. Lembre-se de que, no fundo, objeções representam interesse. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 10) Exercite o que foi planejado e marque a visita de vendas. Não acredite que um bom planejamento seja suficiente para uma visita de vendas eficaz. Exercite o planejado, faça testes. Depois disso, verifique qual a melhor data para se encontrar com o cliente. 13) Faça perguntas. Diversas informações sobre o cliente ainda podem ser conseguidas na própria visita de vendas. 12) Estimule o cliente a participar da entrevista. Comente seus objetivos com a visita, seja cordial, mostre-se solícito. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; 14) Ouça com atenção. Ouça, ouça e ouça. Com muita atenção. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; 11) Inicie sua venda de maneira profissional. Cumprimente o cliente, apresente-se e identifique sua empresa (ou área). B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; 39 15) Enfatize os benefícios e não as características. As características de um produto por si só não vendem um produto. É preciso que o cliente saiba quais benefícios ele obterá a partir destas características. 18) Preste atenção aos sinais do cliente. Se por um lado você deve tomar cuidado com sua comunicação não-verbal, por outro, fique atento para os sinais transmitidos pelo cliente. Eles podem indicar se a visita deve continuar ou não, se está na hora do fechamento, etc. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 16) Tome cuidado com a comunicação não-verbal. O processo de comunicação se dá nos níveis verbal e não-verbal. Atente para o segundo; tome cuidado com a postura, a altura e a firmeza da voz, a vestimenta, a gesticulação, etc. 19) Em caso positivo, feche a venda. Existem vários tipos de fechamento de uma venda. Identifique rapidamente o mais adequado para a situação. E não fuja. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 17) Esteja preparado para as objeções. Elas aparecerão e você terá de enfrentá-las. Se você se preparou anteriormente, fica mais fácil. 20) Lembre-se de prometer apenas o que pode cumprir. A venda não acaba com a "venda". Você terá que cumprir todas as promessas feitas ao longo da visita. Assim, prometa o que pode cumprir. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 40 C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 21) Se prometeu, cumpra. Garanta que tudo que foi prometido ao cliente seja cumprido. Você é o intermediário entre ele e sua empresa. (ou área). 24) Faça follow-up em quantidade adequada. Não se esqueça de seu cliente. Nem o procure todo dia. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 22) Lembre-se de que o cliente nem sempre tem razão, mas nunca está completamente errado. Se o cliente reclama, tente descobrir o motivo que o levou a agir assim. Não se deixe levar pela "ditadura do cliente", mas também saiba aproveitar as oportunidades de aumentar sua satisfação. 25) Assuma o problema do cliente como se fosse seu. Não passe o problema do cliente para outra área. Assuma sua responsabilidade. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 23) Não misture seus problemas pessoais com os problemas do cliente. Para o cliente não interessa seus problemas pessoais ou os problemas de sua empresa (ou área). Resolva os dele. 26) Use tecnologia amigável. Nada de complicações na hora do cliente lhe procurar como, por exemplo, "Disque 3 para o Departamento de Vendas e depois disque 259 para vendas de produtos descartáveis". Facilite-lhe o caminho. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 41 27) Seja pró-ativo. Não espere os problemas aparecerem. Aja antes. Ofereça novas soluções para novos problemas do cliente. 30) Cumpra mais do que prometeu. Não se contente com a satisfação do cliente. Procure encantá-lo ao máximo. Dê a ele aquele algo mais. A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 28) Agradeça a comunicação do cliente. Muitos vendedores se esquecem de agradecer a oportunidade que lhes é oferecida a partir de um contato pós-venda. Mostre ao cliente a importância deste contato. E agradeça-o. INTERPRETAÇÃO A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; Atribua 3 pontos a cada item A respondido. Atribua 2 pontos a cada item B respondido. Atribua 3 pontos a cada item C respondido. T O T A L : ___________ PONTOS B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; RESULTADOS E COMENTÁRIOS C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. A seguir, eis alguns comentários sobre suas respostas: 29) Lembre-se de que a pós-venda é o início de um novo ciclo de venda. O objetivo não é só conquistar o cliente, mas sim torná-lo fiel e permanente. Entre 90 e 76 pontos: você é um(a) excepcional vendedor(a). A (....) Desenvolvo sempre ou quase sempre; Entre 75 e 61 pontos: seu progresso tem sido enorme, atenção para os itens com 1 ou 2 pontos. Entre 60 e 46 pontos: você não está mal, mas precisa cuidar dos itens em que atribuiu 1 ou 2 pontos. B (....) Às vezes desenvolvo, às vezes não; C (....) Raramente ou nunca desenvolvo. 42 Entre 45 e 30 pontos: se continuar assim vai perder o emprego, reaja rápido; cuidado com itens com 1 ou 2 pontos atribuídos 5.9. O Que É Ser Vendedor? O texto abaixo foi escrito por Eduardo Botelho (2002) e retrata sua visão sobre o perfil do vendedor moderno. Com mais de duas décadas dedicando-se ao gerenciamento e ao treinamento de equipes de vendas por todo Brasil, faço minha as suas palavras: “Ser vendedor é: 1) Gostar de pessoas e ter grande facilidade em fazer com que elas sorriam para você; 2) Gostar da vida e de viver, acordando sempre com um sorriso nos lábios e estando sempre pronto a soltar, se for o caso, uma gostosa gargalhada; 3) Respeitar profunda e totalmente os espaços e os direitos de todos e jamais ser agressivo com quem quer que seja; 4) Ter sensibilidade suficientemente desenvolvida para perceber momentos, gestos e reações de forma a nunca se tornar desagradável ou inconveniente; 5) Saber que ouvir é muito mais interessante, inteligente e lucrativo do que falar; 6) Ser capaz de ouvir o que as pessoas dizem, interpretando corretamente o que elas disseram e entendendo perfeitamente bem o que elas estão deixando de dizer. Ou seja, é ouvir mais com a inteligência do que com os ouvidos; 43 7) Estar sempre disposto, haja o que houver, a prestar o melhor serviço e gerar o maior lucro possível para os clientes e para a sua empresa; 8) Saber interpretar os tons de voz usados pelos clientes, sabendo que aí está a real importância do que eles estão nos dizendo 9) Ser capaz de ter o comportamento e as atitudes adequadas a cada tipo de cliente. Saber falar a linguagem do cliente é descobrir o que é especial e único em cada cliente e ajudá-lo a conseguir; 10) Não desistir jamais, mas nunca se tornando desagradável e inoportuno e sabendo que vender não é insistir, mas sim, persistir; 11) Gostar de correr riscos, tendo consciência de que todos os dias, pela manhã, você está sempre desempregado e que tem que ir buscar todos os dias a sua própria segurança; 12) Saber que o sucesso e o fracasso em vendas nada mais são do que momentos passageiros e que serão imediatamente sucedidos por outros diferentes; 13) Ser ético, não fazendo jamais para os outros o que não queremos que façam para nós; 14) Ter capacidade para se tornar inesquecível para os clientes em virtude do bem que fez a eles; 15) Ter consciência de que é o seu próprio chefe, instrutor, motivador e que não pode delegar nenhuma dessas funções para ninguém; 16) No final de cada dia, separar alguns minutos para si mesmo e fazer um balanço do “movimento do dia”, identificando aí quais foram os erros cometidos nesse dia e que não serão repetidos no dia seguinte; 17) Transformar problemas e dificuldades em oportunidades fazendo funcionar e dar certo, situações onde todos achavam que não ia ser possível funcionar ou dar certo; 18) Ser capaz de mudar rápida e competentemente o rumo de uma conversa que estava se dirigindo para uma situação de difícil solução; 19) Buscar sempre os entendimentos e os acordos em todas as situações, por mais difíceis que elas possam ser, acreditando sempre que sempre há uma solução boa para todos; 20) Dominar os seus próprios medos, inseguranças e incertezas, sabendo fazer com que o seu cérebro esteja sempre positivo e agindo como um grande aliado, impedindo que idéias negativas façam parte da sua vida; 21) Procurar sempre o lado positivo de todas as coisas, situações e pessoas, dominando a tendência natural de se fazer críticas constantes, evitando assim situações difíceis e conflitos pessoais; 22) Saber que a discordância das idéias é a situação mais comum que o ser humano vive durante toda a sua vida e que ela não significa nada pessoal contra quem quer que seja; 23) Estar sempre disposto a dar a sua contribuição para o bem estar de todos e colaborar no que lhe for possível para que situações difíceis ou desagradáveis sejam imediatamente superadas; 24) Saber trabalhar e produzir em grupo, respeitando profundamente as individualidades de todos os seus 44 participantes e tendo absoluta consciência de que todos dependem de todos, sempre; 25) Ter sempre uma palavra amiga e confortadora para com aqueles que estejam precisando dela; 26) Amar profundamente a sua profissão sabendo que o lucro maior que usufruirá dela jamais será o dinheiro apenas que ganha, mas sim, a plena realização do seu projeto de vida; 27) Gostar de falar de vendas e sempre que possível conversar e debater com outros as suas conquistas e dificuldades; 28) Estabelecer autodesafios permanentemente, buscando sempre evoluir pessoal e profissionalmente e jamais sentindo que é melhor do que quem quer que seja; em outras palavras, sabendo que tem que vencer a si mesmo e nunca os outros; 29) Gostar de aprender, estudando sempre a sua profissão e sabendo que o aprendizado e o autotreinamento jamais terminam em vendas; 30) Pedir ajuda sempre que estiver em situação de difícil solução e, ao obtê-la, aprender imediatamente a lição; 31) Aplicar os conselhos que ouvir, mas sempre tomando muito cuidado com os “conselheiros”, ou seja, só aplicando os conselhos que vierem dos campeões, pois estes adquiriram o “direito” de serem conselheiros; 32) Jamais se incomodar ou ter inveja do sucesso dos outros, mas sim, fazer disto mais um desafio pessoal a ser enfrentado e, se possível, vencido; 33) Nunca perder a ambição de melhorar sempre sua própria situação espiritual e material; jamais aceitando que como está já está bom e sabendo que quem quer pouco, sempre fica com pouco; 34) Saber que ser ambicioso é absolutamente necessário em vendas, mas não deixar jamais que isto faça com que nos tornemos mercenários, mesquinhos ou invejosos; 35) Ensinar sempre o que já aprendeu para os que estão começando para que eles possam também evoluir e crescer, e saber que ensinar é uma forma muito inteligente e eficaz de tornar a aprender; 36) Olhar para os clientes e ver neles pessoas com as quais precisamos interagir, colaborar e nunca como uma nota de dinheiro ou um talão de cheques; 37) Ao sair, deixar sempre aquela porta aberta para que possamos voltar, passar por ela e sermos recebidos com um largo e sincero sorriso; 38) Conhecer e, principalmente, reconhecer os seus pontos fortes e fracos, sabendo desenvolver os bons e trabalhando sempre para corrigir os ruins; 39) Ter a humildade e, principalmente, a honestidade de assumir o erro quando o pratica, e jamais procurar justificá-lo como se fosse uma criança indefesa e sem culpa; 40) Nunca procurar nos outros as causas dos seus próprios erros, buscando assim fugir à responsabilidade pelo que fez; 41) Reconhecer que, na maioria das vezes, a não venda é muito mais conseqüência dos próprios erros do que qualquer outro fator; 42) Fazer do “não” do cliente uma fonte de energia e nunca a causa de um dramalhão mexicano; 43) Gostar do desconhecido e odiar a rotina, e até mesmo aqueles clientes que sempre compram as mesmas coisas precisam ser re-trabalhados porque se tornaram chatos e rotineiros; 44) Estar sempre disposto a conhecer mais pessoas e mais clientes, jamais se satisfazendo com o que já conhece; 45 45) Acreditar sempre que, apesar das dificuldades, o resultado final será sempre ótimo; 46) Fazer da não venda material e oportunidade para o seu autotreinamento, tirando assim um bom proveito de todas as situações, inclusive das aparentemente negativas; 47) Se emocionar honestamente com as vitórias e os sucessos dos seus clientes, vibrando como se fossem seus e saboreando o fato de ter dado a sua parcela de contribuição para que isso acontecesse; 48) Ser disciplinado e organizado em todas as suas atitudes e também com todas as suas coisas, jamais desperdiçando o seu mais valioso recurso que é o tempo; 49) Contribuir positivamente para a qualidade de todos os ambientes em que estiver através da sua alegria e o seu prazer de viver e conviver com todos; 50) Ter a grandeza de perdoar e esquecer aqueles que o tenham magoado ou ofendido, tendo consciência de que ficar ruminando e “alimentando” essas coisas só fazem mal para si mesmo. Ser vendedor é ser um ser especial, maravilhoso e eternamente humilde e, portanto, disposto a aprender o tempo todo e com todos. É para qualquer um ? É claro que não ! Ser vendedor é um enorme privilégio que Ele nos deu.” BIBLIOGRAFIA ASCAR, Antonio C. “Tendências”. Revista Superhiper , São Paulo, outubro, 1996. BOTELHO, Eduardo. “Como Gerar Lucros Para Seus Clientes e Vencer em Vendas”, Ed. Gente, São Paulo, 1999. _________________ . “O Que É Ser Vendedor ?”. Revista Venda Mais, Casa da Qualidade, Curitiba, agosto, 2002. BRAGA, Antonio P. B. “Desejo ......., mas não preciso no momento”. Biblioteca Temática do Empreendedor – SEBRAE – (www. bte.com.br). 2002 CANDELORO, Raúl . “Resistências ? Sem Problemas”. Revista Venda Mais. Casa da Qualidade, Curitiba, julho, 2001. COUTO, Sidnei S. “Treinamento de Vendas - II”. S/C Consultoria. Rio de Janeiro,abril., 2001. DIB, Jorge. “Tendências”. Revista Superhiper, São Paulo, novembro, 1996. DRUCKER, Peter F. “O Gerente Eficaz”. Ed. 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