MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO – GUT ERRO DE MEDICAÇÃO Rosangela Jeronimo 2011 HOSPITAL SANTA CRUZ Filantrópico Foco na comunidade japonesa Localizado no bairro da Vila Mariana – São Paulo 166 leitos destinados a internação clínica e cirúrgica – adultos (30 UTI) Média de ocupação em torno de 75 - 85% Média 1000 cirurgias/ mês Média de 1200 internações/mês MATRIZ GUT É, em geral, utilizada na priorização de problemas e de análise de riscos. Os problemas são arrolados e analisados sob os aspectos de: Gravidade (G) Urgência (U) Tendência (T) VALORES Atribuem-se valores inteiros entre 1 e 5. G = 1: ocorrências de baixa gravidade G = 5: ocorrências graves U = 1: baixa urgência U = 5: alta urgência para resolução T = 1: situação não irá piorar se nada for feito T = 5: situação irá ficar muito pior se nada for feito Os valores devem ser multiplicados para determinar o fator de risco analisado: G x U x T OBJETIVO Focar a atenção do grupo para as opções mais relevantes. Determinar a prioridade entre as ações. - As ações serão implementadas de acordo com os valores apresentados na análise de risco. - Primeiro corrigir as falhas com maior valor. - As ações seguintes seguirão os valores, sequencialmente. COMO DETERMINAR A PRIORIDADE DO PROBLEMA? PRIORIDADE DO PROBLEMA QUAL A GRAVIDADE DO DESVIO? Que efeitos surgirão em longo prazo, caso o problema não seja corrigido? Qual o impacto do problema sobre o ambiente, as pessoas e os resultados esperados? PRIORIDADE DO PROBLEMA QUAL A URGÊNCIA DE SE ELIMINAR O PROBLEMA? Qual o tempo disponível para a sua resolução? PRIORIDADE DO PROBLEMA QUAL A TENDÊNCIA DO DESVIO E SEU POTENCIAL DE CRESCIMENTO? Será que o problema tornar-se-á progressivamente maior? Será que sua tendência é desaparecer por si só? JULGAMENTO Os conceitos são subjetivos nem sempre havendo concordância entre todos do grupo. O aprimoramento na utilização da ferramenta somente acontecerá com a sua utilização. É fundamental a avaliação dos resultados obtidos. Assim como a mensuração do tempo gasto nas definições dos problemas a serem resolvidos. Exemplo de utilização da Matriz GUT Erros relacionados à administração de medicamentos pela enfermagem. Não conformidade relacionada à administração de medicamentos pela enfermagem Definição (CQH): qualquer evento evitável que, de fato, ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado de medicamento. Não conformidade relacionada à administração de medicamentos pela enfermagem Administração de medicamento não prescrito Via de administração incorreta Dose errada Não administração (tolerância de 60 minutos para causas não justificadas) Tempo de infusão divergente do prescrito No Hospital Santa Cruz Medicação é preparada em carrinhos específicos junto ao leito do paciente, imediatamente antes de sua administração. Os medicamentos são enviados pela farmácia separados por paciente e por horário, ficam armazenados no próprio carrinho. O hospital trabalha com prontuário eletrônico 2010 Incidência oscilando entre 0,5 e 1% Definição dos critérios para classificação de ocorrências como erro de medicamento Treinamento e conscientização sobre o registro das ocorrências Garantir sigilo e política de não punição Divulgação mensal do indicador na intranet e mural Indicador - série histórica Análise crítica do problema Mediana do CQH: 0,15 Principais ocorrências: Atraso superior a 60 minutos (20%) Atrasos e não administração por erro de aprazamento (80%) QUANTI DADE G U T Atraso no envio pela farmácia (inferior 60 minutos) 04 5 5 5 125 2º Atraso por falha de aprazamento (superior a 60 minutos) 20 5 5 5 125 1º Não administração por falha de aprazamento 06 5 5 5 125 1º Não checagem do item em prescrição médica: medicamento administrado (correção feita no próprio plantão) 05 3 3 3 27 4º 07 4 3 5 60 3º CAUSAS Atraso: medicamento não padronizado PRIORID VALOR ADE Ações - prioridade 1 Enfermagem Treinamento dos enfermeiros: aprazamento eletrônico Acompanhamento (via sistema) do intervalo entre a liberação da prescrição médica e tempo de aprazamento Treinamento dos enfermeiros, técnicos, auxiliares quanto à leitura completa da prescrição e não apenas de itens com horário Ações - prioridade 1 e 2 Farmácia Ajuste do horário de liberação da prescrição para a farmácia e início da disponibilização do medicamento Mudança física da farmácia para ficar mais próxima as unidades de internação Acompanhamento do intervalo de tempo entre a liberação do medicamento pela farmácia e sua entrega nos setores (código de barras) Entrega de medicamentos por plantão e não mais por horário do medicamento Ações - prioridade 3 - Farmácia Revisão dos medicamentos padronizados Padronização pelo uso de medicamentos de marcas Quando o médico prescreve com outro nome o sistema sinaliza o termo adotado pelo hospital e o médico é orientado a fazer a alteração Alerta, em tela, para o médico quando este prescreve item não padronizado, sendo necessário o preenchimento de justificativa imediato (não é possível continuar a prescrição) Ações - prioridade 4 - Farmácia e Enfermagem Devolução de itens não utilizados no primeiro horário do plantão seguinte Conferência eletrônica (código de barras) dos itens devolvidos sendo necessário justificar o motivo da devolução (taxa de devolução está em torno de 2% com sinais de redução) Resultados de maio e junho Propostas Aplicação dessa ferramenta e outras conhecidas para analisar todas as ocorrências Iniciar o tratamento de não conformidades com a participação de todos os envolvidos (incluir técnicos e auxiliares de enfermagem) Intensificar o treinamento na integração de funcionários recentemente admitidos Referência bibliográfica ALVES, Vera Lucia de Souza. Gestão da Qualidade: ferramentas utilizadas no contexto contemporâneo da saúde. São Paulo: Martinari, 2009. 120p. OBRIGADA Rosangela Jeronimo [email protected] 5080-2136