SUMÁRIO - Artigos.com

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(MARCELO MARTINS CORREIA)
(MENTES DOENTES)
FAES- FACULDADE AVANÇADA DE ENSINO SUPERIOR-SP
(SÃO PAULO - SP)
2013
1
(MARCELO MARTINS CORREIA)
(MENTES DOENTES)
Trabalho apresentada ao Curso
Livre de Psicanálise Clinica, da
FAES – Faculdade Avançada de
Ensino Superior de São Paulo,
como requisito parcial à obtenção
do título de Doutorado.
Orientador(a): Prof: Dr: Valdivino Alves
(SÃO PAULO - SP)
2013
2
DEDICÁTÓRIA
Dedico este trabalho à:
A Minha esposa, á quem me ajudou a realizar alguns sonhos em minha
vida onde eu, achava impossível, mulher de Deus que acreditou nos meus sonhos.
3
AGRADECIMENTO
Estarei eternamente grato pela minha família um amor incondicional quer onde
estejam, estará sempre no meu coração, a minha amada mamãe que sempre foi meu
porto seguro em minha vida.
É preciso começar a perder a memória, ainda que se trate de fragmentos desta,
para perceber que é esta memória que faz toda a nossa vida. Uma vida sem memória
não seria uma vida, assim como uma inteligência sem possibilidade de exprimir-se não
seria uma inteligência.
Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nossos sentimentos.
Sem ela, não somos nada.
(Luis Buñuel)
4
Resumo
A memória constitui a base do conhecimento sendo através desta que damos
significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
A construção de instrumentos que possibilitem a avaliação precoce da memória
é fundamental para a compreensão do desenvolvimento e intervenção, quando
necessária.
O medo reside nos sofrimento do passado e cria a dor do futuro, quando não há
confiança em si próprio, nos amigos, em Deus, as ações nascem das preocupações.
Nesse caso, podemos até pensar, por exemplo, que estamos cuidando bem de
nós, mas na prática, porém, estamos nos protegendo para evitar que no futuro não
venham preocupações de ansiedades.
PALAVRAS-CHAVE: Mentes, Medo, Ansiedade, Cara ou Coroa, Normas. CID10
5
Abstract
The memory is the basis of knowledge and through this we give meaning to the
everyday life and accumulate experiences for use during life.
The construction of instruments which facilitate the early evaluation of memory
is critical to the understanding of development and intervention, when necessary.
The fear lies in the suffering of the past and create the future, pain when there is
confidence in himself, friends, God, born of the concerns.
In this case, we can even think of, for example, that we are taking care of us, but
in practice, however, we are protecting to prevent in the future will not concern of
anxieties.
Keywords for this page: Minds, fear, anxiety, heads or tails, Icd10.
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SUMÁRIO
QUEM NUCA TEVE MEDO, NUNCA FOI FERIDO
09
INTRODUÇÃO
13
ANSIEDADE: CARA OU COROA
16
MENTE EM PÂNICO SEM AVISO
20
FOBIA NO FIM DO TUNEL
24
QUADRO CLÍNICO
26
FOBIA DE OLHOS VENDADOS
29
MENTES DOENTES: COMO TRATAR
31
FELICIDADE: VINICIUS DE MORAES
34
O MEDO E AS CAUSAS PATOLOGICAS
35
O DESIQUILIBRIO FISIOLOGICO (NEUROQUÍMICA)
36
PERVERSÃO SEXUAL, ÉTICA E CLÍNICA PSICANALÍTICA
41
A IMPORTANCIA DO OLHAR PSICOSSEXUAL NA INFANCIA
45
FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO, NA VISÃO
50
DE FREUD
50
CONCLUSÃO
54
IMAGENS
55
REFERENCIAS
58
7
Aos meus pacientes e alunos
Pessoas de valores e de fé no coração a procura da busca do desconhecido.
8
QUEM NUCA TEVE MEDO, NUNCA FOI FERIDO
Dialogo entre filho e mãe:
Mãe, qual a diferença entre medo e ferido?
Onde é que você ouviu isso filho?
Na escola.
Ah, então vamos lá, medo é algo que sentimos do desconhecido é um gatilho
que temos em nossas mentes que faz com que tenhamos cuidados em certas atitudes.
Entendi.
E o ferido?
O ferido é aquele que se sente magoado não só por agressões, mas também por
palavras.
Então crianças têm medo de adultos, não é mesmo? Não. Ás vezes os adultos
usam palavras para poderem conseguir educar seus filhos e nem sempre eles estão
certos.
Adultos, fazem com que as crianças criem um medo invisível que no futuro
poderá deixa lãs com ansiedade daquilo que ouviu quando crianças.
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O medo são coisas que a mente cria e faz com que tenhamos uma autodefesa do
desconhecido, onde desperta o chamado TAG(Transtorno de Ansiedade Generalizada)
Segundo Raul Seixas o segredo do medo: (Letra)
É pena que você pense que eu sou seu escravo dizendo que eu sou seu marido e
não posso partir como as pedras imóveis na praia eu fico ao seu lado sem saber.
Dos amores que a vida me trouxe e eu não pude viver eu perdi o meu medo o
meu medo, o meu medo da chuva, pois á chuva voltando pra terra traz coisas do ar
aprendi o segredo, o segredo o segredo da vida vendo as pedras que choram sozinhas.
No mesmo lugar eu não posso entender tanta gente aceitando a mentira de que
os sonhos desfazem aquilo que o padre falou Porque quando eu jurei meu amor Eu traí a
mim mesmo, hoje eu sei.
Que ninguém nesse mundo É feliz tendo amado uma vez uma vez eu perdi meu
medo o meu medo, o meu medo da chuva, pois a chuva voltando Pra terra traz coisas do
ar aprendi o segredo, o segredo.
O segredo da vida vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar vendo
as pedras que Choram sozinhas no mesmo lugar Vendo as pedras que Sonham sozinhas
no mesmo lugar.
“O medo do desconhecido, de cair, de sair de se divertir, da felicidade, da
fatalidade, da bala perdida, da fome de ter e de perder, seja lá o que for”.
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Medo de esquecer o que foi bom, de enlouquecer, de não viver, de não morrer,
do prazer, do novo de querer sempre mais e nunca mais parar de querer.
Medo de trair e ser traído, medo da chuva, do trovão, de perder aquilo que nem
si quer conseguiu ganhar, seja um novo ou reconquistar o velho amor.
Medo de ficar velho, de ter rugas, cabelos brancos, doenças que talvez o mate
antes do tempo porque pensa constantemente nela.
Medo de olhar no espelho, do fracasso, da decadência, da não reação, do
marasmo, da acomodação.
Medo da solidão, da rejeição, do telefone que não toca, da palavra não dita, do
mico não pago, da alucinação da paixão, do beijo não roubado, da dor do amor não
correspondido, das velas não apagadas, do grito não ecoado depois do sexo em perfeita
comunhão.
Medo de arriscar o novo, o não contentamento no casamento a infelicidade de
estar junto com alguém que não te faz bem e não te da aquilo que você mais queira.
Medo da diferença, da indiferença, da arrogância, do desprezo, do complexo de
inferioridade, do preconceito, do politicamente correto, do jeitinho brasileiro, da
corrupção, da inflação, da humilhação, da falta de profissionalismo dos políticos, da
inveja da tristeza, das escolhas, do seu corpo, do passado, do presente e do futuro.
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“O ESPELHO SOU EU”
As vezes temos medo de ficarmos doentes, medo de gastrite, sinusite, faringite,
meningite, hepatite tudo que é “ITE”.
Medo da responsabilidade, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do
recomeço, de cantar, de dançar, das crenças, das encrencas, de dar e receber opinião, de
ter voz e voto, de não ter voz e voto, de aturar gente de má índole, de má vontade e sem
educação.
Quando falo de liberdade, igualdade e fraternidade têm a convicção real do que
se tratam essas três palavras, pois pessoas sabem o que é, mas não sabem o que
significam ▲ de fazer o bem e não olhar a quem, de serem inseguros e ter a mente
atormentada esperando um agradecimento, um reconhecimento por ter ajudado alguém
necessitado seja ela enferma ou no dia – dia.
A mente ansiosa do ser que por vaidade acaba deixando doente, pois as coisas
têm que ser do jeito delas e não como o mundo pensa.
Medo de errar, de não ter o que dizer, de falar demais, de se calar diante da
covardia, de engolir o choro da emoção, de não crer e não ter fé em Deus, em si e na
vida.
Medo de pensar “inho” e acabar tendo uma vidinha cercada de gentinha, de
perder o emprego, de nunca mudar por puro medo, “as coisas mudam quando a gente
muda”.
E por fim deixo aqui algumas frases de Lacan. "A angústia é a maior fonte da
criação".
"A criança, interiorizando a Lei, identifica-se com o pai e faz dele seu modelo. A
Lei torna-se então libertadora: pois, separada da mãe, dispõe de si mesma, toma
consciência do que se deve fazer e se orienta em direção ao futuro. Insere-se no social,
na Cultura e entra na linguagem".
12
INTRODUÇÃO
Era 29 de janeiro de 2010 ainda me lembro da situação como se fosse hoje, ou
melhor, aqui agora! Basta fechar os olhos que a fatídica cena se manifesta num telão em
minha frente. Sentado em uma agradável mesa tomando vinho em São Paulo, esta eu e
minha esposa quando um homem entra totalmente atormentado dizendo que estava
sendo perseguido por alguém, este imaginário, pois não víamos ninguém ao que ele
relatava.
Eu e minha esposa ríamos muito devidas algumas taças de vinho que já tínhamos
tomado e comentamos ás pessoas do lado que o homem estava com transtorno de
pânico.
Daí surgiu á idéia de questionarmos algumas idéias de Freud segundo sua visão
de pessoas histéricas, dizia ele; que essas pessoas costumavam serem queimadas como
bruxas, ou eram presas e perseguidas como se estivessem possuídas.
Essa era a visão do censo comum apesar de Charcot lidar com os histéricos de
forma mais humana e de acreditar que podiam ser tratados, ele se prendia à opinião de
que a histeria era uma degeneração hereditária.(cria-se assim o medo de pensar no
invisível).
13
O medo para que o leitor entenda, encontramos no dicionário a seguinte
definição para a palavra medo: “Sentimento de grande inquietação ante a nação de um
perigo real ou imaginário”. De forma muito semelhante, a palavra ansiedade é definida
como sensação de receio e de apreensão, sem causa evidente.
Sinônimo de ânsia, aflição; perturbação de espírito causada pela incerteza ou
pelo receio. Eu diria os dois lados da moeda “Cara ou Coroa”. O lado obscuro do que
você imagina.
Alguns transtornos de ansiedades possuem diversos aspectos que variam em
grau, intensidade e na forma como se apresentam. Podemos percebê-los em diversas
situações, tais como nas lembranças que insistem em nos perseguir após uma
experiência de estresse pós- traumáticos.
Aqui posso citar uma experiência de uma paciente onde tinha vários transtornos
entre eles: perseguição, insegurança, medos, Maria Helena, hoje tem vários traumas,
conflitos dentro dela que sofre por não conseguir se livrar, teve uma criação rígida onde
o pai foi delegado e que o homem era o provedor da família, hoje Maria Helena sofre
muito com seu casamento.
Outro exemplo seria a de Dona Adriane Rocha, que em seu tratamento
detectamos o TAG, transtorno de ansiedade generalizado, Adriane é uma pessoa que
teve problemas no casamento e logo após se envolveu em um novo relacionamento,
onde esse foi conturbado. É uma pessoa que somatiza problemas que não faz parte de
sua vida, em sua terapia foi dito a ela: “Construímos muitos muros e poucas Pontes”.
Após o fato do direcionamento, começou a ter uma vida melhor, menos ansiosa
e conflitante com ela mesma. Ás vezes pessoas demoram a buscar tratamento adequado
se deve a muitos fatores, mas também posso afirmar, sem nenhum receio de incorrer em
erros estatísticos, que a maioria o faz por falta de expor tudo o que o aflige ou pela
crença errônea de que se trata de mera fraqueza.
Felizmente, é possível reverter esses quadros tão dolorosos ou, no mínimo,
amenizar de forma expressiva, com orientações e tratamentos adequados. Isso significa
muito mais do que enfrentar o inimigo que aparentemente pareça invencível.
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Dentro de minhas terapias “sugiro” sempre que o paciente faça um tratamento
auxiliar dentro das técnicas de acupuntura, o uso de florais e de fitoterápicos onde os
resultados são satisfatórios para o grau de ansiedades.
É restaurar as perdas nos seus diversos setores vitais, libertar-se, renascer e,
quem sabe, projetar um futuro próximo de mais confianças e esperança, para que seja
possível desfrutar a vida em sua plenitude de satisfação.
15
Não é sem razão que se faz a moeda redonda, pois ela não fica
parada."
(Santo Agostinho)
16
CAPITULO I
ANSIEDADE: CARA OU COROA
A mania de adivinhar o tempo, se ele vai ser bom ou ruim, é coisa que ocupa o
juízo do sertanejo, empolgando-o. Em tudo ele vê a mais positiva manifestação de
felicidade ou desventura: inverno ou seca. Destes dois fenômenos está a depender a
balança. Então passa a fazer mil conjecturas. Se o ano corrente foi de fortes chuvas e
inundações, por certo que o vindouro será de ausência absoluta de água. É sinal que não
tem nem base razoável nem muito menos feição de infalibilidade. Mas vive a pensar no
futuro com sofreguidão absorvente. Acontece que pequenas chuvas parciais, ou
“mangas” como são denominadas, tornam essa ansiedade cada vez mais preocupada,
pois que o panorama toma cores indecisas se o inverno será generalizado ou não.
Os votos do espírito místico do sertanejo convergem sempre para um só ponto:
água — e que ela venha em abundância porque representa a fortuna para todos.
Não se pega indivíduo dessa região que não seja bastante entendido em
astronomia. São astrólogos por natureza. Observam a barra dos dias de Natal e do Ano
Bom. Não perde de vista a experiência. E tiram as suas conclusões moldadas na forma
como surgiu ás auroras daqueles dias de dezembro. Conforme o resultado, conforme os
acontecimentos de amanhã — seca ou inverno. De modo que o sete-estrelo, a mancha
do sul, o “carreiro” ou “carrego”, o “circo da lua”, o ocaso do sol, o céu com nuvens
pequeninas (céu com escama de peixe ou alados rebanhos de carneiros brancos), tudo
isso significa sintoma de verdade desde que estudado nos seus detalhes. E com esse
propósito são estabelecidas discussões entre os habitantes da zona para melhor
esclarecimento do que tanto interessa à existência sertaneja. Resultados logo são tirados
em caráter definitivo com segurança de causar pasmo.
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E diga-se: raramente falham as previsões. (mentes doentes)
Mas também no meio dessa gente se destaca uma classe agudamente
supersticiosa. Não confia muito nos astros. Apega-se mais às experiências de Santa
Luzia, ao partir das hóstias nas missas do Natal e Ano Bom — e nelas se firmam com
unhas e dentes. Se as hóstias estalaram num som meio seco, adeus inverno próximo;
porém, se o estalido foi surdo, em sonoridade amortecida, pode-se encomendar foguetão
para as festas sanjuanescas. Os santos têm força inacreditável, eles podem muito e,
quando querem, as manifestações de seu poder nunca falham. Ninguém que duvide. E
se duvida é só esperar para ver. A crença, pois, é geral e, se porventura nada do previsto
acontecer, foi tudo “por obra e graça dos poderes de Deus, que é grande”. Até a culpa de
erro às vezes é atirada aos próprios que andaram fazendo “observações apressadas” e
tirando possíveis “conseqüências de doidos”. Nunca os santos do céu estão equivocados
nas suas determinações.
Há outro grupo mais apurado ainda nos estudos sobre a situação futura,
fundamentando o critério nos sinais que oferecem algumas espécies dos reinos animal e
vegetal — e nesses “sinais” põem atenção especial. Assim, o florescer prematuro ou
demorado do umbuzeiro ou da barriguda, do facheiro ou do pau-d’arco, serve de
argumento para fundamentar opinião segura e, com tal intuito, são feitas comparações
do que se apurou no momento com o que se colheu em anos anteriores. Como também o
canto de certas aves, o coaxar das rãs, a “mudança” de alguns insetos, perdendo a casca,
orientam o espírito sôfrego que deseja a todo custo penetrar “naquilo que há-de vir”.
Os debates que se estabelecem, a respeito, por vezes se acaloram, não sendo
incomum alguém arrematar com esta sentença: “Deus é quem sabe.” E, então, ninguém
discute mais, ficando o dito por não dito. Isto é — a confiança está baseada nos fatos
concretos, mas pode acontecer que tudo falhe e, em tais circunstâncias, só mesmo Deus
é que pode determinar a última palavra.
Inverno ou seca? Cara ou coroa? Nessa emergência duvidosa se mantém o
sertanejo até o dia de São José, que é o limite máximo para a realidade aparecer em toda
a sua lógica indisfarçável: chovendo com relâmpago e trovões ou, senão, o sol nem
como coisa, montado lá no alto no seu carro de fogo, ameaçando a terra e os homens
com a morte. Inverno ou seca? Cara ou coroa? Estas indagações se encontram sempre
no ar por maneira angustiosa. (Lendas e Superstições: Ademar Vidal).
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Dentro deste contexto podemos observar que ansiedade do ser humano anda de
norte a sul, de leste a oeste com graus de inquietações diferentes e que angustia da
sobrevivência a sua família faz com que entre em uma psique doentia de sua devoção
para que sejam salvos e assim suprir suas necessidades. (Cid-10-31-1).
Afinal, a ansiedade possui suas diversas facetas, e todas, a partir de determinadas
“quantidade”, mostram-se disfuncionais, modificando negativamente nosso cotidiano,
transformando nossa vida e, até mesmo, nos paralisando diante de tudo e de todos.
E por isso que á chamo de “Cara ou Coroa”, nossa mente parece ter sido
programada para nos salvar, ajudar e lidar com todo o tipo de perigo, que se pré destinase angustia do medo do desconhecido. “EU”.
Para lidarmos com a fuga, talvez a mente seja surpreendente, vamos citar alguns
fatos do cotidiano para manter o equilíbrio. Tomemos como exemplo um corte no
braço, em poucos minutos, o corpo reconhece que há um ferimento e aciona uma serie
de reações mecânicas e bioquímicas que fazem o corte pararem de sangrar. Quando o
sangue entra em contato como o ar, reage de maneira diferente e começa a coagular. O
sangue fica cada vez mais espesso e, em pouco tempo, uma crosta está formada,
tamponando totalmente o sangramento provocado pelo ferimento.
Pois bem, no caso da mente doente tiramos do mecanismo psique, que devemos
nos prevenir dos momentos de ansiedades que venham transformar o lado obscuro de
dor, de angustia e de sentimentos que acabam deixando o ser humano atormentados, a
mente não controla você e sim você controla a mente, na maioria das vezes as pessoas
são fracas ao deixar que pensamentos obsessivos ás dominem, assim causando
transtornos mentais.
Então questionamos o que devo fazer? Reagir? Fugir?
Talvez a resposta esta dentro de você, a ansiedade, o medo e outros transtornos
que causadas na DSM IV são tratadas na maioria das vezes por psicanalistas e
terapeutas ocupacionais.
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MENTE EM PÂNICO SEM AVISO
O medo é um sentimento que podemos dizer universal: todos sentem, e diversos
estudos demonstram ser uma emoção primaria “INATA”, do ser humano, necessária
para proteção e perpetuação da espécie. A mente é um gatilho onde esta á todo
momento pronta para o disparo, seja ela para uma causa de pânico ou de tortura psíquica
que cada um desenvolve. Esta incrustada em nosso DNA e faz parte de nossa existência.
Sua abrangência vai desde a decisão de lutar ou fugir até o acumulo traiçoeiro
que deságua no estresse e na ansiedade, levando ao esgotamento físico e mental. Como
visto, um estimulo que desperte o medo é capaz de, em frações de segundos, munirem o
corpo inteiro de adrenalina e prepará-lo para uma rápida reação física.
Se você já teve uma crise de pânico ou de ansiedade e ainda não consultou um
profissional para orientá-lo sobre como resolver a questão, é provável que a situação se
repita. Os sintomas mais comuns em uma crise deste tipo são: mal-estar físico geral com
náuseas, tonteira, sudorese intensa, aperto no peito, dificuldade respiratória, desconforto
gástrico, palpitações e confusão mental.
Um sintoma característico destas crises é o medo intenso de morrer de repente. É
freqüente o relato de "ter medo do medo". Muita gente recorre a médicos buscando
causas orgânicas que justifiquem o mal-estar, o que as faz perder tempo e dinheiro.
Se a crise se repetir, até começar um tratamento específico leve em conta estas
sugestões para sofrer menos, que uso em meus pacientes no dia-dia.
Passos:
1 - Procure um lugar onde você possa sentar ou recostar confortavelmente e concentrese em respirações profundas (movendo o ar a partir do abdômen), lentas e pausadas para
não aumentar o enjôo.
2 - Se estiver com uma pessoa da sua confiança, diga o que está acontecendo e peça que
faça companhia, mantendo-se em silêncio, sem fazer perguntas nem tentando descobrir
as causas do seu mal-estar.
3 - Repita para si mesmo que nada de mau ou irremediável vai acontecer. Aceite que o
seu corpo precisa de alguns minutos para recuperar o equilíbrio interno, e assim superar
a crise, voltando ao estado normal. Lembre-se de que geralmente uma crise com estas
características dura entre dois e quatro minutos.
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4 - Não tente negar o que está sentindo nem disfarçar. Aceite a crise como uma resposta
integral, apesar de ineficaz, do seu organismo a uma suposta ameaça que só existe na
sua realidade psíquica.
5 - Observe novamente o que está à sua volta para reforçar a noção de que não há
ameaças reais. Enquanto isso mantenha a respiração sob controle, realizando
conscientemente inspirações profundas e expirando lenta e suavemente.
6 - Tente não deixar a sua fantasia criar imagens trágicas ou de sofrimento. Procure
pensar em como o seu corpo está se esforçando para restabelecer a calma, o que com
certeza acontecerá em poucos minutos.
7 - Quando sentir que a crise começou a ceder, permita-se alguns minutos mais de
repouso e relaxamento. Não se exija retomar as suas atividades imediatamente, como se
nada tivesse acontecido.
8 - Repasse mentalmente a crise sem tentar tirar conclusões apressadas, e confirme que
ela já foi superada.
Importante:
A crise de pânico é uma resposta psicossomática (resposta física de origem
psicológica) a situações físicas, psicológicas e ambientais complexas que estão afetando
você no momento. Daí uma boa terapia com um bom profissional poderá ajuda lá (o)
em conflitos dentro de você, como já foi citado ajudar da acupuntura e florais também é
de grande importância para sanar aquilo que mais te incomoda “O Desconhecido”.
21
Assim, os transtornos de ansiedades correspondem aos estados de ansiedades
(estar ansioso) em indivíduos que possuem uma personalidade ansiosa de fundo
emocional. Porém, fisiologicamente pensando, quando o ser se une ao estar em uma
personalidade já ansiosa, estados severos de desconforto e sofrimento são gerados.
Os transtornos de ansiedade são os rebentos, não desejados, de um
relacionamento que sempre terá de evoluir para separação, ás vezes doloroso, mas
sempre libertador. As pessoas podem assumir múltiplas formas, porém todos possuem
uma matriz comum, que é a personalidade ansiosa. Esta constatação que, á primeira
vista, parece relativamente óbvia só teve seu reconhecimento pela ciência médica há
muito pouco tempo, quando se criou o termo espectro da ansiedade, que agrupou os
diferentes transtornos.
Segundo a associação de Psiquiatria Americana, os transtornos de ansiedades
são vários:
Súbitos ataques de pânico, que podem evoluir para o transtorno do pânico.
Fobia social ou timidez patológica, na qual as pessoas percebem ameaças
potenciais em situações sociais e em exposições em publico.
Transtorno de estresse pós- traumáticos (TEPT), quando vivemos experiências
traumáticas na família ou na infância; Transtorno de agressividade; Transtorno de
impulsividade; Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
Todos estes transtornos têm em comum presença de sintomas físicos
(taquicardia, sudorese, tontura, cólica, náusea e falta de ar) são sintomas psíquicos
(inquietação, irritabilidade, insegurança, insônia e dificuldade de concentração,
sensação de estranheza).
Além dos transtornos anteriormente citados, outras patologias também são
descritas em manuais específicos de classificação de tudo, não são objetos deste
trabalho, uma vez que me propus a desvendar aqueles que iram ler somente com os
quais me deparo com mais freqüência na prática clinica e que considero de maior
relevância.
Os transtornos de ansiedade ocorrem com a freqüência muito alta na população
em geral. Recentes estudos brasileiros, abrangência significativa, revelam que 30% das
pessoas apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade ao longo de suas vidas. A
primeira reação diante dessa estatística é assustadora; afinal, trocando em miúdos, o que
22
eles evidenciaram é que um quarto da população mundial sofre ou sofrerá algum tipo de
transtorno ansioso durante toda a sua existência.
Mas, infelizmente, esses dados refletem e atestam a mais absoluta realidade. O
que pode deixar as pessoas com a “pulga atrás da orelha” em relação a um percentual
tão grande assim é o fato de que grande parte dos indivíduos que apresentam transtornos
de ansiedade não procura tratamento, alem de tentar esconder seus sintomas das outras
pessoas. Isso não é muito difícil de explicar, uma vez que os transtornos de ansiedade
mais comum são as fobias simples, também chamadas de especificas (medo de insetos,
animais, elevadores, locais fechados etc.) e a fobia social (medo de falar e de se expor
em publico). Se considerarmos que muitos eventos sociais e o contato com animais
podem ser evitados, é provável que um número razoável de pessoas que sofram de tais
transtornos jamais procurará tratamento.
Somente o medo anormal (patológico) passa a interferir de forma acentuada no
cotidiano do individuo, com prejuízos concretos nos setores social, afetivo e
profissional, é que ele sente a necessidade de procurar ajuda especializada. “cito aqui
um amigo que é ansioso Alexandre Do Carmo, toda vez que se sente acuado ou
preocupado não para de roer unhas, desenvolveu um grau de ansiedade que o deixa
numa inquietação onde até gerou o diabetes emocional”.
Tenho comigo experiências na família, onde minha esposa apesar de sua rígida e
dura criação sofreu e sofre até hoje estresse pós-traumáticos, hoje através de
acompanhamento psicanalíticos e psiquiátricos vem buscando seu autocontrole para
melhor viver, desenvolveu um grau de TAG enorme, onde o pico mais alto é sempre no
final da tarde. Uma inquietação que a não deixa em paz, pensamentos obsessivos que
causam nela um incomodo inexplicável.
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FOBIA NO FIM DO TUNEL
É preciso ter em mente que todos os transtornos de ansiedade geram desconforto
ao individuo, em maior ou menor grau.
Fobia é o medo persistente, excessivo e irreal de um objeto, pessoa, animal,
atividade ou situação. É um tipo de distúrbio de ansiedade. Uma pessoa com fobia ou
tenta evitar a coisa que ativa o medo, ou suporta isto com grande ansiedade e angústia.
Algumas fobias são muito específicas e limitadas. Por exemplo, uma pessoa
pode ter medo só de aranhas (aracnofobia) ou de gatos (galeofobia). Neste caso, a
pessoa vive relativamente livre de ansiedade evitando a coisa que ela teme. Algumas
fobias causam dificuldade em uma variedade mais ampla de lugares ou situações. Por
exemplo, os sintomas de acrofobia (medo de alturas) podem ser ativados bastando á
pessoa olhar para fora da janela de um edifício comercial ou dirigir sobre uma ponte
alta. O medo de espaços limitados (claustrofobia) pode ser ativado ao usar o elevador ou
um sanitário público pequeno. Pessoas com estas fobias podem precisar alterar suas
vidas drasticamente. Em casos extremos, a fobia pode ditar a profissão da pessoa, seu
local de trabalho, seu roteiro ao dirigir, suas atividades recreativas e sociais, ou o
ambiente de sua casa.
24
Há três tipos principais de fobia:
Fobia Específica (fobia simples)
É a forma mais comum de fobia. Neste tipo, as pessoas podem temer certos
animais (como cachorros, gatos, aranhas ou cobras), pessoas (palhaços, dentistas, os
médicos), ambientes (lugares escuros, tempestades, lugares altos) ou situações (viajar de
avião ou de trem, por estarem em um espaço limitado). Embora a causa das fobias
específicas permaneça um mistério, estas condições são pelo menos em parte genéticas
(herdadas), e parecem ocorrer em outros membros de uma família.
Fobia Social (desordem de ansiedade social)
Neste tipo as pessoas têm medo de situações sociais onde elas possam ser
humilhadas, envergonhadas ou julgadas pelos outros. Elas ficam particularmente
ansiosas quando pessoas pouco conhecidas estiverem envolvidas nesta situação. O
medo pode ser limitado ao desempenho, como dar uma conferência, concerto ou
apresentação empresarial. Ou pode ser mais generalizado, de forma que a pessoa fóbica
evita muitas situações sociais, como comer em público ou usar um sanitário público. A
Fobia Social aparece em outros membros de uma mesma família. Pessoas que foram
tímidas ou solitárias na infância, ou que têm uma história de experiências sociais
infelizes ou negativas na infância, parecem ter propensão de desenvolver esta desordem.
Agora fobia
A agora fobia é um medo de estar em lugares públicos onde seria difícil ou
embaraçoso sair subitamente. Uma pessoa com agora fobia pode evitar ir a um filme ou
a um concerto, ou viajar em um ônibus ou trem. Em muitos casos, ela também tem
repetido e inesperados ataques de pânico (medo intenso e uma variedade de sintomas
físicos incômodos como tremer, ter palpitações, ter sudorese intensa e rubor facial).
As fobias da infância geralmente acontecem entre as idades de 5 e 9 anos, e
tende a ser de curto prazo. A maioria das fobias começa depois de adulto, especialmente
em pessoas acima dos vinte anos de idade. As fobias no adulto tendem á durar muitos
anos, e são menos prováveis de curarem sozinhas. Sem tratamento específico, a fobia
pode aumentar o risco de outros tipos de doença psiquiátrica na vida adulta,
especialmente outras desordens de ansiedade, depressão e uso de drogas.
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QUADRO CLÍNICO
Os sintomas de fobia incluem:
Sentimentos excessivos, irracionais e persistentes de medo ou ansiedade que são
ativados por um objeto, uma atividade ou uma situação em particular - Os sentimentos
ou são irracionais ou fora de proporção para qualquer ameaça atual. Por exemplo,
qualquer um pode ter medo de ser ameaçado por um cachorro não contido, mas não é
razoável correr de um animal calmo, quieto em uma coleira.
Sintomas físicos relacionados à ansiedade:
Estes sintomas podem incluir tremores, palpitações, sudorese, falta de ar,
vertigem, náuseas ou outros sintomas que refletem uma resposta ao perigo do tipo
“corram ou lute”.
Evitação do objeto, atividade ou situação que ativam a fobia:
Como as pessoas que têm fobia reconhecem que seus medos são irracionais, elas
freqüentemente se sentem envergonhadas ou embaraçadas sobre seus sintomas. Para
prevenir os sintomas de ansiedade ou de embaraço, elas evitam os fatores
desencadeantes da fobia.
Diagnóstico
Além das perguntas rotineiras, o médico ou psicanalista irá perguntar acerca dos
sintomas atuais, e da história familiar, particularmente se outros membros da família já
tiveram algum tipo de fobia. Ele também perguntará sobre qualquer experiência ou
trauma que possam ter provocado á fobia - por exemplo, um ataque por cachorro que
levou ao medo de cachorros. Não necessariamente a fobia tem como alvo o objeto ou
situação que levou ao trauma no passado.
A pessoa pode achar útil discutir como ela reage - seus pensamentos,
sentimentos e sintomas físicos - quando ela é confrontada com a coisa que ela tem
medo. Além disso, ela deve descrever o que ela faz para evitar situações de medo, e
como a fobia afeta sua vida diária, incluindo seu trabalho e suas relações pessoais.
O - psicanalistas irá perguntar sobre depressão e o uso de substâncias (drogas ou
medicamentos), porque muitas pessoas com fobias têm estes problemas também.
26
Prevenção
Não há nenhum modo de se impedir o aparecimento de uma fobia. Porém, se a
pessoa já tiver uma fobia ou qualquer outra desordem de ansiedade, ela pode reduzir seu
nível de ansiedade evitando estimulantes como: á cafeína (presente no café, chá e
refrigerantes), chocolate e nicotina (presente no cigarro).
Tratamento
O tratamento normalmente inclui a combinação de psicoterapia e medicamentos:
Fobia Específica
A terapia cognitiva comportamental pode ajudar, especialmente a chamada
terapia de dessensibilização ou terapia de exposição. Esta técnica envolve aumentar a
exposição gradual da pessoa às coisas que provocam medo, sob circunstâncias
controladas. Como a pessoa é exposta ao objeto, ela é ensinada a dominar seu medo por
relaxamento, controle da respiração ou outras estratégias para reduzir a ansiedade. Para
o tratamento á curto prazo das fobias, o terapeuta poderá sugerir o medicamento
fitoterápico, como o (Passiene ou Passiflorine). Se a fobia só é confrontada
ocasionalmente, como o medo de voar, o tratamento pode ser limitado ao uso de
medicamentos.
Fobia Social
Se a fobia social concentra-se em um desempenho em particular (por exemplo,
dar uma conferência ou tocar em um concerto) o terapeuta poderá indicar um
relaxamento mental ou até mesmo fazer uso de florais amenizarem a ansiedade. Este
floral só pode ser tomado antes do evento estressante. Ele ameniza os efeitos físicos da
ansiedade (batimento do coração ou tremor dos dedos), mas normalmente não afeta a
eficácia mental necessária para falar ou a destreza física necessária para tocar um
instrumento. Para formas de fobia sociais mais generalizadas ou em longo prazo, o
psicanalista poderá encaminhar o paciente para um psiquiatra onde o médico
prescreverá um antidepressivo, normalmente um ISRS (Inibidor Seletivo da Receptação
de Serotonina) como a Sertralina (Zoloft®), Paroxítona (Cebrilin ®) ou Fluoxetina
(Prozac®). Se um ISRS não for efetivo, o médico pode prescrever um antidepressivo
alternativo ou um medicamento ansiolítico. A terapia cognitiva comportamental
também funciona bem para muitas pessoas com fobia social.
27
Agora fobia
O tratamento para esta desordem é semelhante ao tratamento para a desordem do
pânico. O tratamento medicamentoso inclui medicamentos ansiolíticos, como o
Clonazepam (Rivotril®), Diazepan (Valium®) e Lorazepan (Lorazefast®);
antidepressivos ISRS ou antidepressivos mais antigos, como a Clomipramina
(Anafranil®) e a Imipramina (Tofranil®). A psicoterapia também é um tratamento útil,
particularmente a cognitiva comportamental. Mas aqui especificamente aos
medicamentos somente médicos especialistas deverão indicar. O papel do psicanalista é
somente direcionar e averiguar o grau de transtorno que seu paciente esta e daí tentar as
terapias alternativas, caso não atinja o esperado, deverá encaminha para um especialista.
Terapia
Marque uma consulta com um psicanalista ou psiquiatra o mais cedo possível se
você está preocupado com seus medos ou ansiedades que estão perturbando sua paz
interior, interferindo com suas relações pessoais, ou lhe impedindo de viver
normalmente em casa, na escola ou no trabalho.
Prognóstico
A perspectiva é muito boa para pessoas com fobia específica ou fobia social.
Aproximadamente 70% das pessoas com fobias específicas superam seus medos com
terapia cognitiva comportamental, enquanto 85% têm alívio da fobia social com
medicamentos, terapia cognitiva comportamental ou uma combinação de ambos.
Quando a agora fobia ocorre com a desordem de pânico, o prognóstico também
é bom. Com o tratamento apropriado, 30 a 40% dos pacientes ficam livres de seus
sintomas por um período prolongado, enquanto outros 50% continuam a experimentar
só sintomas leves que não afetam a vida diária significativamente. Só 10 a 20% dos
pacientes não melhoram. Daí requer um trabalho mais duradouro.
28
FOBIA DE OLHOS VENDADOS
Ao seguir o sentido do súbito de terror, sensação de morte iminente, coração
disparado, suor intenso, dores no peito, falta de ar, tontura, por vezes acompanhados de
sensação de despersonalização, irrealidade ou de que alguma catástrofe vai acontecer! O
que os olhos não vêem o coração não sente. O que existe do outro lado da luz?
Irei contar aqui um pouco do que aquilo que todos não sabem o que esta detrás
do desconhecido: A morte; sem sombra de duvidas, a idéia de morrer é a mais que
aterroriza quem sofre de transtorno de pânico (TP). É claro que o assunto “morte”
costuma incomodar quase 100% da população humana, afinal somos os únicos animais
que tem consciência de sua inevitável ocorrência. Mas o que chama atenção entre os
pacientes com pânico é o fato de eles associarem diretamente esse medo a alguns
sintomas que ocorrem durante o ataque de pânico, em especial a taquicardia e a falta de
ar (ou dispnéia).
Por outro lado, se pensarmos bem do outro lado da luz, veremos que essas
mesmas sensações estão presentes, de forma absolutamente normal, em nosso cotidiano.
Quem já não teve taquicardia e ligeira falta de ar ao ter uma maravilhosa relação sexual,
após á pratica de um esporte de lazer, após a subida rápida de uma escadaria ou mesmo
durante uma forte emoção de alegria? E ao dormir ao sonhar do outro lado, onde teve
seus pesadelos e até em conflitos de transtornos com seus parceiros, chefes etc.
Quando cito a palavra do outro lado da luz, me refiro a uma experiência de uma
paciente que tinha medo do escuro, onde fiz com que ela fizesse uma viajem de olhos
vendados tendo a impressão de que estava em uma sala escura e que nesta sala não
existiam monstros que ela mesma criará. Assim em poucas sessões fez com que Adriane
conseguisse se desvincular de seu medo obscuro e irreal.
29
Aos olhos vendados, vem do outro lado da luz o medo da morte, do
desconhecido, do ansioso, do sofrido por seus distúrbios mentais: cito a letra:
(Raul Seixas).MORTE: (CID 10 - Z71.1)
Eu sei que determinada rua que eu já passei Não tornará a ouvir o som dos meus
passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos. E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa Pode ser que essa pessoa esteja me
vendo pela última vez. A morte, surda, caminha ao meu lado E eu não sei em
que esquina ela vai me beijar Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim, Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho Que eu quero e não desejo, mas tenho que
encontrar Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
30
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo, mas tenho que
encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
31
CAPITULO II
MENTES DOENTES: COMO TRATAR
32
Medicinas alternativas como já citado neste trabalho, faz com que as pessoas que
sofrem ou tem algum distúrbios emocionais, busquem técnicas terapêuticas
coadjuvantes no processo da sua recuperação. Dentre elas, destacamos a ioga, a
meditação, a acupuntura, o shiatsu, entre muitas outras disponíveis e aprovadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto não defendo, aqui, as terapias
citadas substituírem o tratamento convencional medicamentoso e ou psicoterápico para
quem sofre de transtornos ansiosos. Porém, a minha experiência clínica mostra que a
procura por outras técnicas traz resultados bastante satisfatórios quando associadas ao
tratamento estabelecido. Em geral, as terapias complementares estão voltadas para o
bem estar do individuo como um todo = corpo = mente = alma= equilíbrio emocional.
E por fim, reforce os laços afetivos com as pessoas queridas, procure ser
generoso (a) e não se descuide da sua espiritualidade, seja qual for a sua fé. O equilíbrio
é fundamental para o seu bem estar.
33
A Felicidade
Vinicius de Moraes
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor,
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor
34
O MEDO E AS CAUSAS PATOLOGICAS
Na desafiadora tentativa de governar as forças da natureza seja elas nas falas de
Vinicius de Moraes o destino da humanidade, acaba por citar por novos riscos e
ameaças para nossa própria sobrevivência: estradas de alta velocidade armam de fogo,
bombas nucleares, gases que provocam efeito estufa, armas biológicas, cobranças
sociais provocadas por fracassos profissionais ou mesmo por períodos de dificuldades
financeiras e afetivas, aos quais não se apresentam subitamente de forma que não
provocam uma reação de medo, intenso e real, na maioria das pessoas não conduz, em
absoluto, o caráter inofensivo deles. A ansiedade manifesta por tais situações banais
representa hoje na vida moderna, um dos principais fatores debilitantes para a saúde.
A ansiedade pode reprimir certas sensações, como a alegria de fazer uma nova
descoberta pessoal ou profissional, o prazer de um evento social ou uma competição
esportiva, sem falar na inibição da iniciativa e da criatividade que existe em cada um de
nós.
35
DESIQUILÍBRIOS FISIOLÓGICOS (A NEUROQUÍMICA)
Durante muito tempo se atribuiu à adrenalina o papel de principal neurotransmissor,
responsável pela resposta de “luta ou fuga“ apresentada pelo organismo diante de
situações que oferecem riscos, sejam reais, sejam imaginários. (Ana Beatriz Barbosa Silva –
Mentes Ansiosas pág,172)
Vamos entender um pouco esses desequilíbrios, através de pesquisas feitas o sistema
límbico é o responsável por todas as emoções, desde as mais agradáveis, como alegria e
paixão, até as mais incômodas, como tristeza, medo, desespero e ansiedade.
O córtex cerebral corresponde à camada mais externa do cérebro dos vertebrados,
sendo rico em neurônios e o local do processamento neuronal mais sofisticado e
distinto. O córtex humano tem 2-4mm de espessura, com uma área de 0,22m² (se fosse
disposto num plano) e desempenha um papel central em funções complexas do cérebro
como na memória, atenção, consciência, linguagem, percepção epensamento.
Em animais com capacidade cerebral mais desenvolvida, o córtex forma sulcos para
aumentar a área de processamento neuronal, minimizando a necessidade de aumento
de volume. É constituído por cerca de 20 bilhões de neurônios, que parecem
organizados em agrupamentos chamados micro colunas. É formado por massa
cinzenta e é responsável pela realização dos movimentos no corpo humano.
36
O córtex é o local de representações simbólicas, o que ele recebe é processado e
integrado, respondendo com uma ação.
É a sede do entendimento, da razão, se não houvesse córtex não haveria: linguagem,
percepção, emoção, cognição, memória. No Homem, o desenvolvimento do córtex
permitiu o desenvolver da cultura que, por sua vez, foi servindo de estimulo ao
desenvolvimento cortical.
O estudo entendimento aqui citado podemos dizer que: adrenalina e a noradrenalina não
são os únicos neurotransmissores envolvidos na resposta ao medo e à ansiedade.
Enquanto a parte interna das glândulas suprarrenais esta enviando adrenalina, outra
região também são ativadas pelo estresse e liberam o chamado transmissor
neuroendócrino cortisol.
O corpo caloso é uma estrutura do cérebro de mamíferos localizados na fissura
longitudinal que conecta os hemisférios cerebrais direito e esquerdo é a maior estrutura
de substância branca no cérebro, consistindo de 200-250 milhões de
projeções axônicas contralaterais muito da comunicação inter-hemisférica do cérebro,
entre o 3º e 4º ventrículos, é conduzida através do corpo caloso.
O tronco do corpo caloso dilata-se posteriormente no esplênio do corpo caloso e se
flerte, na porção anterior, em direção à base do cérebro, para constituir o joelho do
corpo caloso. Abaixo do esplênio do corpo caloso, emerge na forma de arco o fórnix,
um feixe de fibras constituído por duas metades laterais e simétricas, afastadas na
extremidade e unidas entre si no traje o abaixo do corpo caloso, o corpo caloso é
formado por rosto, joelho, corpo e esplênio. Entre o corpo caloso e o fórnix, estende-se
o septo pelúcido.
Patologia uma lesão no corpo caloso pode provocar dificuldades em comunicar-se
como afasias, como dislalia e disfasia. Sua má-formação congênita resultando é
conhecida como Agenesia de corpo caloso e geralmente está associada com outras másformações no encéfalo. Pode ser classificada em 3 níveis:


Tipo I: Agenesia total. O corpo caloso é completamente ausente;
Tipo II: Agenesia parcial ou hipogenesia. O corpo caloso apresenta graus
variados de encurtamento causados principalmente por fatores interruptivos
primários ou relacionados à obstrução orgânica;
Tipo III: Hipoplasia. O corpo caloso é completamente formado, porém apresenta
redução em seu tamanho, podendo ser focal ou difusa, e em geral está associada a
importantes alterações do córtex.
tem origem na vesícula encefálica primitiva média do tubo neural,
denominada mesencéfalo. Para além desta vesícula existem mais duas: o prosencéfalo
(vesícula encefálica anterior) e o romboencéfalo (vesícula encefálica posterior).
Enquanto, a partir do 32º dia de desenvolvimento intra-uterino, o prosencéfalo e o
romboencéfalo se subdividem em duas partes cada um, o mesencéfalo permanece
apenas uma estrutura, continuando como tal até terminar o desenvolvimento encefálico.
O mesencéfalo
37
Durante o desenvolvimento das vesículas primitivas, desenvolvem-se simultaneamente
cavidades no seu interior. Inicialmente existe a prosocele (no interior do prosencéfalo),
a mesocele (no mesencéfalo) e a rombocele (no romboencéfalo).
A cavidade do mesencéfalo, tal como este, não se subdivide e corresponde ao aqueduto
de Sylvius no encéfalo já desenvolvido. Este é um canal estreito que faz comunicar o III
e o IV ventrículos.
O Cerebelo tem origem na parte posterior das placas alarem do metencéfalo. Estas
placas inclinam-se, internamente, de cada lado, para formar os lábios rômbicos. Estes,
ao longo do desenvolvimento, aumentam de tamanho e projetam, caudalmente, sobre a
placa do tecto do 4º ventrículo e unem-se na linha média, para formar o cerebelo. Na
décima segunda semana do desenvolvimento embrionário, podem reconhecer-se uma
estrutura pequena, na linha média, o vérmis do cerebelo, e duas partes externas, os
hemisférios cerebelares. Por volta do final do quarto mês, aparecem fissuras na
superfície do cerebelo e desenvolvem-se gradualmente, as folhas características do
cerebelo adulto. Os neuroblastos derivados das células da matriz, na zona ventricular,
migram para a superfície do cerebelo e acabam por dar origem aos neurônios que
formam o córtex cerebelar. Outros neuroblastos permanecem próximos à superfície
ventricular e diferenciam-se nos núcleos intracerebelares (núcleos de substância
cinzenta integrados na substância branca central). No desenvolvimento subseqüente, os
axônios dos neurônios que formam esses núcleos crescem para fora do mesencéfalo
chegando ao córtex cerebral. Deste modo, estas fibras vão formar a maior parte do
pedúnculo cerebelar superior. Posteriormente, o crescimento do axônio das fibras
pontos-cerebelares e das fibras córtico-pontinas ligará o córtex cerebral ao cerebelo,
formando-se, então, o pedúnculo cerebelar médio. O pedúnculo cerebelar inferior será
formado, principalmente, pelo crescimento dos axônios sensoriais da medula espinhal,
dos núcleos vestibulares e dos núcleos olivares.
O bulbo tem origem no rombencéfalo que por sua vez dá origem ao metencéfalo e
mielencéfalo, sendo este último que está na base embriológica do bulbo. O Bulbo
consiste numa substância branca e cinzenta rearranjadas, este arranjo é explicado
embriologicamente pela expansão do tubo neural formando a vesícula do metencéfalo,
que forma o quarto ventrículo. As paredes da vesícula rombencefálica mostram,
inicialmente, a organização típica do tubo neural, com os espessamentos anteriores
(laminas basais) e os espessamentos posteriores (lâminas alares), separados pelo sulco
limitante. Com o desenvolvimento do quarto ventrículo e expansão do mesmo, as
paredes laterais são deslocadas e como conseqüência, as lâminas alares passam, a
localizar-se lateralmente a lâminas basais. Os neurônios da lâmina basal constituem os
núcleos motores dos IX (n. glossofaríngeo), X (n. pneumogástrico), XI (n. espinhal) e
XII (n. grande hipoglosso) e constituem o pavimento do quarto ventrículo, medialmente
ao sulco limitante. Os neurônios da lâmina alar formam os núcleos sensitivos do V
(trigêmeos), VIII (n. auditivo), IX (n. glossofaríngeo) e X (n. pneumogástrico) pares
cranianos e os núcleos gráceis ou Goll e o núcleo cuneiforme ou Budarch. Outras
células da lâmina alar migram ventrolateralmente formando os núcleos olivares. Os
axônios descendentes dos neurônios das áreas motoras do córtex cerebral, da
circunvolução pré-central produzem intumescências proeminentes denominadas de
pirâmides.
38
A medula espinhal atinge o seu tamanho adulto antes de o canal vertebral o atingir,
deste modo até ao terceiro mês de vida fetal (embriologia do sistema nervoso), ambos
apresentam aproximadamente a mesma taxa de crescimento, apresentando-se a medula
a preencher todo o canal vertebral. Após este período, o corpo e conseqüentemente a
coluna vertebral, crescem a um ritmo bem mais acelerado que a medula de modo a que
na altura do nascimento a medula se encontra ao nível de L3. O crescimento diferencial
continua após o nascimento, embora com um intervalo menor de forma a que na idade
adulta a medula espinhal ocupa no canal vertebral a posição ao nível de L1/ L2. Por
outro lado, os nervos raquidianos continuam a abandonar os espaços intervertebrais
inicialmente correspondentes, o que implica um crescimento destes nervos e verificando
também que os gânglios dorsais raquidianos continuam ao nível dos respectivos buracos
intervertebrais. De cervical para sacral, as raízes dorsais e ventrais tornam-se
progressivamente maiores uma vez que se encontram cada vez mais afastados do seu
local de saída do canal vertebral.
Outra estrutura surge como conseqüência deste crescimento diferencial – a cisterna
lombar – que é um fundo de saco dural, após a terminação da medula espinhal que
começa de L1/L2 até S2, local onde primariamente se localizava a medula espinhal.
Esta cisterna está preenchida com a seleção de raízes dorsais e ventrais que descem da
medula para formarem os nervos raquidianos a sair ao nível correspondente inicial e que
nos seus conjuntos e designam de cauda eqüina. Como esta cisterna é conseqüência de
um espaço entre medula espinhal e dura-máter, este local é propício à acumulação
de líquido cefalorraquidiano, sendo muito freqüentemente utilizado para análise e
diagnóstico de certas doenças através de punção com risco de lesões mínimas – punção
lombar.
A suspensão da medula no canal vertebral faz-se ao longo de todo o seu comprimento
através dos ligamentos denteados – extensões da pia-aracnoide sobre a dura-máter – e
do filum terminal – localizado na terminação caudal da medula e que se estende para se
ancorar no final do saco dural na dura-máter e que é uma extensão da pia-máter que
recobre o saco medular. Este filum terminal é constituído por duas partes – o filum
terminal interno com aproximadamente 15cm (até L2) e o filum terminal externo com 5
cm, que se fixa à primeira vértebra coccígea.
Também conhecida como protuberância apresenta então a protuberância basal,
o tegmento, os pedúnculos cerebelares médios e parte do quarto ventrículo.
Na face ventral esta contém um sulco basilar, onde se encontra a artéria
basilar; pedúnculos cerebelos médios lateralmente e para onde convergem as fibras
transversas da protuberância. O nervo trigêmeo (V), entra no tronco cerebral no seu
ponto médio, e outros três nervos cranianos entram, no sulco que existe entre a
protuberância basal e obolbo raquidiano (abducente, facial e vestibulococlear). Origem
aparente do nervo oculomotor, ao nível do sulco pôntico superior.
O nervo abducente (VI) é o menor e o localizado mais medialmente, emergindo
no sulco ponticobulbar sobre as pirâmides. O nervo facial (VII) é mais lateral e
apresenta duas partes – a raiz motora que é a maior e mais medial e a raiz sensitiva,
menor, às vezes referida como nervo intermédio. O nervo vestibulococlear(VIII) é mais
lateral que o nervo facial e apresenta também duas partes – a divisão vestibular que é
mais medial à divisão coclear.
39
A parte tegmentar da protuberância apresenta vários núcleos – núcleo abducente, facial
e vestibulococlear. Apresenta também o corpo trapezóide que separa a protuberância
basal do tegmento e é perfurada pelo lemnisco medial.
E finalizado assim o Tálamo: é um centro de organização cerebral, como uma
encruzilhada de diversas vias neuronais em que podem influenciar-se mutuamente antes
de serem redistribuídas. Suas ligações mais abundantes são, de longe, com o córtex. A
principal função do tálamo é servir de estação de reorganização dos estímulos vindos da
periferia e do tronco cerebral e também de alguns vindos de centros superiores. Lá
fazem sinapse os axônios dos neurônios situados nesses locais, e daí partem novos
axônios que vão efetuar ligações com outros centros superiores, principalmente
o córtex. Quase todos os sinais ascendentes que vão para o córtex fazem sinapse nos
núcleos do tálamo onde são reorganizados e/ou controlados, excetuando o sentido
do olfacto.
Centro Autônomo
O tálamo tem também circuitos de integração dos sinais que recebe, e julga-se que
algumas das sensações menos elaboradas que o indivíduo experimenta têm aí sua
origem. Por exemplo, é sabido que animais dos quais foi retirado o córtex continuam, de
alguma forma, a reagir a estímulos de dor — ainda que esta possa não ser a mais
apropriada. Ou doentes, cujas patologias apresentam a porção correspondente do córtex
danificada, que ainda conseguem sentir um objeto na palma da mão, mesmo que não
consigam identificar exatamente sua forma, temperatura ou peso.
Neuroanatomia
O tálamo é um conjunto bem definido de vários núcleos de neurônios e forma uma parte
maior do diencéfalo. Existem dois deles situados em posições simétricas, à esquerda e à
direita, cada um com cerca de 1 cm de comprimento. Sua extremidade anterior é estreita
e arredondada, e constitui a parede posterior do forame interventricular; a porção
posterior é expandida e está acima do colículo superior; a superfície inferior situa-se
continuamente ao tegmento do mesencéfalo; sua face medial está confrontada com a
mesma do outro tálamo e contém uma região de comunicação com ele, a adesão
intertalâmica, que está rodeada pelo terceiro ventrículo.
O tálamo contém diversos núcleos: anterior, dorso medial, lateral dorsal e lateral
posterior, pulvinar, ventral anterior, ventral lateral, ventral posterior lateral e medial,
intralaminares, da linha média, reticulares, e os geniculados laterais e mediais.
Ao ler e entender cada item acima pode ter uma noção da patologia estudada dentro da
área psicanalítica aqui colocada nas regiões cerebrais.
40
PERVERSÃO SEXUAL, ÉTICA E CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aqui iremos analisar a busca de lesões no cérebro ou disfunções físicas responsáveis
pelas doenças mentais é tão antiga quanto a psiquiatria. No entanto, nem sempre a visão
fiscalista foi dominante no campo psiquiátrico. Em meados do século XX, pôde-se falar
da hegemonia de pelo menos duas vertentes “morais” – não fiscalistas – entre os
psiquiatras. De um lado a psicanálise. É importante assinalar que essa “biologização”
das classificações psiquiátricas se articula a uma tendência “biologizante” mais ampla –
que leva a uma compreensão fiscalista do ser humano.
(psicologia evolucionária, neurociências, genética) – e cuja discussão foge ao escopo
deste trabalho.
São listados os seguintes desvios: “homossexualidade”, “fetichismo”, “pedofilia”,
“travestis mo”, “exibicionismo”, “voyeurismo”, “sadismo”, “masoquismo”, “outros
desvios sexuais”.
Qual o destino dos “desvios sexuais” no DSM III? Em primeiro lugar o número de
transtornos cresceu bastante. Em vez dos nove transtornos do DSM II encontramos 22
“Transtornos psicossexuais”, subdivididos em quatro categorias (Gender Identity
Disorders, Paraphilias, Psychosexual Dysfunctions e Other Psychosexual Disorders). O
desdobramento dos transtornos sexuais prosseguiu no DSM IV – nesta última versão o
tipo de transtorno passou a se intitular “Sexual and Gender Identity Disorders”, dele
fazendo parte 27 transtornos (vários com mais de uma subdivisão), agrupados em
Sexual Dysfunctions, Paraphilias e Gender Identity Disorders.)
No DSM III o grupo “para filias” praticamente repetia a lista publicada no DSM II, que
por sua vez nada mais fazia do que listar as antigas “perversões” delineadas por Krafft
Ebing no final do século XIX. A novidade está no fato da “Homossexualidade” deixar a
rubrica “para filia”, transformando-se em “Homossexualidade ego-distônica” sob a
rubrica “Outros transtornos psicossexuais”. Os dois movimentos, de permanência e
transformação, apontam para uma questão de suma relevância na história das
classificações psiquiátricas.
Lanteri-Laura (1994), no seu excelente estudo sobre a apropriação médica da
sexualidade e seus “desvios”, demonstra como a classificação das “perversões”, surgida
a partir da obra de Krafft Ebing em fins do século XIX, permanece como fato
indiscutível no decorrer de todo o século XX, impermeável a observações clínicas ou
discussões etiológicas. Foucault (1977), referência incontornável quando se trata de
história da sexualidade, argumenta que a medicalização da sexualidade implicou, entre
outros processos, a focalização nas sexualidades “periféricas”, sua delimitação e
especificação rigorosas. A atenção então concedida aos “desviantes” da sexualidade
41
conjugal (e por isso pro criativa) produziu a identificação do “perverso” como uma
pessoa que é definida pelos seus comportamentos sexuais e eróticos. Ao invés de fazer
como as instâncias religiosas e jurídicas, que condenavam e julgavam o ato em si (por
exemplo, a sodomia), passava-se a circunscrever uma patologia que comprometia o
sujeito como um todo, definido pelos atos que cometia (continuando com o exemplo
anterior, o sujeito que pratica a sodomia passa a ser um homossexual). A história das
para filias, portanto, seguindo as formulações de Lanteri-Laura e Foucault, é a história
de sua apropriação médica e concomitante produção de personagens sociais. O caso da
homossexualidade é exemplar porque esta era, de fato, a grande “perversão”. É quase
possível falar na produção de uma nova categoria de pessoa – o “perverso” – pela
psiquiatria. Dado o escopo limitado deste trabalho, não poderemos aqui discutir as
implicações morais de tal classificação. É importante observar, entretanto, que essa
nova “identidade” – por se constituir contra a concepção propriamente criminal ou
jurídica de atos passíveis de punição legal – não era de todo antipática aos sujeitos
classificados. A história de como a homossexualidade, após ter sido circunscrita e
caracterizada como “doença” pela psiquiatria, acabou por constituir um elo políticoidentitário entre grupos de pessoas a ponto de sustentar um importante movimento
político e cultural é, a esse respeito, emblemática. O feitiço se vira contra o feiticeiro: a
luta pela retirada do diagnóstico “homossexualismo” do DSM II empreendida no início
dos anos 1970 pelo movimento gay norte-americano é extremamente bem-sucedida.
Além disso, a idéia da produção de personagens que encontram nas definições médicas
tanto uma espécie de ancoragem identitária quanto algo contra o que se bater certamente
atinge outros tipos de “desviantes”. Como uma via de mão dupla, acreditamos que a
atual afirmação da diversidade sexual e dos direitos sexuais como parte dos direitos do
cidadão aponta para uma tendência à “despatologização” das antigas “para filias”.
Seguindo essa linha argumentativa, parece-nos que a grande novidade introduzida pelo
DSM III e versões posteriores no que tange aos “Transtornos sexuais” é duas: em
primeiro lugar a própria autonomização do tema da sexualidade, que passa a qualificar
um grupamento em si (não mais englobado por outra classificação mais abrangente), e,
em segundo, o transbordamento das antigas “perversões”, com a inclusão de novos tipos
de transtornos representados de um lado pelos “Transtornos de identidade de gênero” e,
de outro, pelas “Disfunções sexuais”.
No caso das “disfunções sexuais” temos de fato algo inteiramente novo, que ultrapassa a
simples persistência da concepção oitocentista de “perversão”, voltada para as
“sexualidades periféricas”, ou a mera inclusão de novos “desviantes”. A “disfunção
sexual” diz respeito à “sexualidade normal”, definindo-se por “uma perturbação nos
processos que caracterizam o ciclo de resposta sexual ou por dor associada com o
intercurso sexual” (APA, 1995, p. 467). O ciclo de resposta sexual, por seu turno,
comporta as seguintes fases: desejo, excitação, orgasmo e resolução, cada fase estando
referida a transtornos específicos.
De fato, é a idéia de um funcionamento ideal ou normal da sexualidade que se
depreende das descrições encontradas no manual. Na página 470 do DSM IV, por
42
exemplo, lemos que o “Transtorno de desejo sexual hipoativo” se caracteriza por uma
“deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de ter atividade sexual” e que “o
baixo desejo sexual pode ser global e abranger todas as formas de expressão sexual ou
pode ser situacional e limitado a um parceiro ou a uma atividade sexual específica”.
Ora, a idéia de “deficiência de fantasia” ou de “baixo desejo” não deixa dúvidas quanto
à concepção normativa subjacente segundo a qual há um quantum ideal de fantasia ou
de desejo.
É possível articular o surgimento das “disfunções sexuais” como classificação
psiquiátrica tanto ao processo já descrito de multiplicação e medicalização das antigas
neuroses, quanto à ruptura com a lógica psicanalítica e à própria produção de novas
representações sociais sobre os indivíduos. Acusada por alguns por seu excesso de
preocupação com o “sexual”, a psicanálise, em suas diversas vertentes, vê a sexualidade
como a chave do adoecimento psíquico.
Ao mesmo tempo, por englobar e perpassar a vida psíquica como uma toda a
sexualidade não pode ser concebida de modo isolado. A transformação promovida pelo
DSM III, neste caso, diz respeito à “extração” de determinados sintomas – antes vistos
como parte de um transtorno mais abrangente – que passam a constituir um transtorno
em si mesmo. A sexualidade deixa de ser uma “força subjacente” ou um fundamento
oculto, e passa a ser um comportamento objetivamente observável e passível de
disfunção. O importante no caso é que não se trata mais de avaliar e classificar
comportamentos transgressores ou marginais, mas sim a desempenho sexual de
qualquer um. Isto é, não se está mais produzindo identidades desviantes ou definindo
novos sujeitos na cena pública (como foi o caso, por exemplo, da homossexualidade),
mas alargando e pavimentando o caminho para uma compreensão biomédica das
perturbações mais ou menos corriqueiras da vida cotidiana.
A importante e radical transformação terminológica levada a cabo pela publicação do
DSM III em 1980 teve, portanto, conseqüências cruciais tanto no que tange às
concepções prevalentes sobre o adoecimento psíquico quanto ao seu tratamento. Como
tentamos demonstrar, as “neuroses” não tanto desapareceram, mas sofreram uma
transformação radical, na verdade crescendo e se multiplicando a partir de um
objetivismo descritivo como critério classificatório.
O termo “neurose” – que carreava como vimos grandes peso simbólico – foi substituído
por uma multiplicidade de categorias classificatórias muito mais especificadas (sendo
favorecida a designação genérica “transtorno”). O surgimento da categoria “Transtornos
sexuais” – autonomeada em relação ao conjunto dos “Transtornos da personalidade”
para formar um grupo específico e delimitado – segundo nossa hipótese fez parte dessa
multiplicação. A essa transformação conceitual correspondeu, como não poderia deixar
de ser, uma transformação concomitante no modo de tratar os transtornos. A visão
predominantemente biológica que fundamenta a nova nomenclatura articula-se à
hegemonia do tratamento farmacológico que, presente desde pelo menos o final dos
43
anos 1950 no campo da psiquiatria, tem se firmado como a terapêutica por excelência
dos distúrbios mentais.
A discussão que aqui empreendemos não pretendeu ser conclusiva, pelo contrário.
Consideramos que há mais questões em aberto a serem debatidas e investigadas, do que
o contrário. Concluímos com um comentário acerca da abrangência classificatória dos
DSM’s e seu significado.
David Healy, estudioso atento da psicofarmacologia, afirma que “há várias maneiras de
cortar o bolo psicopatológico”. O DSM III parece ter aumentado não apenas o número
de fatias, mas o próprio bolo. Segundo o mesmo Healy, o crescimento desmesurado do
número de categorias diagnósticas do DSM III e versões posteriores parecem manter
uma relação estreita com a produção de novos medicamentos. Para além do óbvio
interesse econômico contido nessa relação, entretanto, há que se considerar que o
conjunto de novas classificações produz e responde a uma demanda não apenas de
medicamento e alívio, mas de sentido.
A autoridade outorgada à medicina e suas especialidades para nomear e dar sentido a
diversos tipos de sofrimento e perturbação é inegável. O alargamento impressionante
das possibilidades diagnósticas, com um sistema classificatório que buscam dar conta
de todas as perturbações possíveis do comportamento humano, expressas na delimitação
de um número crescente de transtornos descritos de forma cada vez mais precisa e
específica, parece não ser mais que a atualização da velha pretensão ortopédica e
moralizante da psiquiatria. Entretanto, sabemos que essa velha pretensão se realiza de
formas diferentes em diferentes épocas. Se todos eram neuróticos no período de
hegemonia da psicanálise, hoje cada um é capaz de encontrar seu próprio transtorno. A
extrema banalização do diagnóstico psiquiátrico, se por um lado contribui para diminuir
o estigma associado à doença mental, favorece ao mesmo tempo e na mesma proporção
uma penetração intensa da psiquiatria e de sua lógica no dia a dia das pessoas.
Os responsáveis pelas versões mais recentes do DSM assemelham-se aos cartógrafos do
conto de Borges (1960) que, insatisfeitos com o resultado de mapas cada vez maiores e
mais detalhados, construíram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império,
coincidindo inteiramente com ele. Do mesmo modo que um mapa “do tamanho do
Império” é inútil como mapa, a atual abrangência classificatória dos DSM’s, ao se
estender indefinidamente, corre o risco de abolir a própria razão de ser do manual:
assinalar a presença ou a ausência de patologia.
44
A IMPORTANCIA DO OLHAR PSICOSSEXUAL NA INFÂNCIA
Muitas das dificuldades de aprendizagem são sintomas de distúrbios emocionais, por
outro lado, as dificuldades de aprendizagem afetam a saúde emocional do sujeito,
influenciando sobre o desenvolvimento da organização mental e por vezes a
personalidade da criança. Por esses fatores psicógenos é que a Psicanálise tem trazido à
prática clínica psicopedagógica grandes contribuições ao permitir uma melhor
compreensão das concepções psicanalíticas que participam na compreensão dos
processos pedagógicos como, por exemplo, as funções simbólicas, a organização do
pensamento, estruturas da personalidade, as influências do inconsciente sobre a vida
consciente, tipos de ansiedade, características da estrutura do ego, investimento afetivo,
agressividade, ansiedade, fixações, regressões, inibições e mecanismos de defesa.
(LEVISKY, 1991)
Sobre a importância do olhar psicanalítico na clínica psicopedagógica, Fernández (1991,
p. 70) comenta: “Porém, um psicopedagogo, cujo objeto de estudo e trabalho é a
problemática de aprendizagem, não pode deixar de observar o que sucede entre a
inteligência e os desejos inconscientes”.
Freud, o pai da Psicanálise, foi quem formulou a teoria topológica da estrutura da
mente, na qual encontramos os conceitos de mente inconsciente e mente consciente. Na
mente inconsciente há guardado os conteúdos dos quais não temos acesso em condições
normais e que dificilmente vem à consciência, mas que determinam a ação do sujeito.
São lembranças e sentimentos que podem trazer grande dor, culpa ou vergonha. Assim
seu acesso é negado a consciência através de um mecanismo ou força inicial de
repressão e depois de resistência. O conteúdo acessível à mente consciente que faz parte
de uma lembrança ou sentimento passado é armazenado no pré-consciente. A mente
humana pode trazer esse conteúdo a consciência através de um simples esforço da
memória. A mente consciente também se apropria dos fatos e das vivencias imediatas,
bem como dos sentimentos e sensações que estas despertam. (ASSIS, 2007)
Na Psicanálise, á descoberta da resistência e da repressão marcam a gênese do conceito
de mecanismo de defesa e posteriormente o modelo dinâmico da estruturação da
personalidade, Id, Ego e Superego. Isto porque, segundo Fiori (1981, p. 20):
Por exemplo, se por motivos éticos e estéticos, o consciente não podia suportar a
percepção de uma vivência e mantinha permanentemente a resistência bloqueando esta
percepção, isto poderia ser visto como uma indicação inexplicável de que o consciente
45
sabia o que não queria saber. Não se pode considerar inadequado o que não é
conhecido.
O Id, estrutura quase em sua totalidade inconsciente, é o reservatório de energia e
corresponde aos instintos mais primitivos do sujeito. Freud (1976). O identificava
como um caldeirão cheio de excitações fervescentes, que desconhece o julgamento de
valores, o bem e o mal. Na busca da satisfação imediata das necessidades “não
questiona qualquer aspecto da adaptação do desejo à realidade física, social ou moral”
(FIORI, 1981, p. 22) pois está no grau da fantasia.
O Superego, outra estrutura da personalidade, é o oposto do Id. Esta é responsável pela
organização das regras sociais ou culturais aprendidas pelo sujeito desde a infância.
Uma vez internalizadas as condutas aceitáveis ao grupo social onde o sujeito está
inserido, está formado o superego que fará parte deste quando tiver que julgar entre o
certo e o errado. Podemos dizer que o superego é a moralidade do sujeito, que acarretará
em sentimentos de culpa caso haja transgressão dos valores internalizados. Freud o
descreve como o "defensor da luta em busca da perfeição - o superego é, resumindo, o
máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo do que é considerado o lado
superior da vida humana" (Freud, 1976, p. 67).
O Ego é a estrutura que serve de intermediário entre os processos internos, o Id e o
Superego, e os relaciona com a realidade. “Cabe ao Ego efetuar conciliação entre os
desejos e proibições internas e desejos e as proibições da realidade objetiva, de forma a
possibilitar a atuação conciliatória mais produtiva do sujeito” (Fiori, 1981, p. 27). É este
quem vai dominar sobre a práxis, funções lógicas e operatórias do pensamento, a
memória, pois é o setor mais organizado e atual da personalidade.
Os mecanismos de defesa são funções inconscientes do Ego, que se situa em parte no
consciente e em parte no inconsciente. Estes servem para proteger o sujeito de uma
possível angústia insuportável, afastando o evento gerador dessa angústia da percepção
consciente. Vejamos alguns desses mecanismos conforme descritos por Fiori (1981):
Repressão e Resistência: Enquanto a repressão impede que pensamentos dolorosos e
angustiantes se infiltrem na consciência, a resistência os mantêm por período
indeterminado no inconsciente. Estes são os principais mecanismos existentes, dos
quais derivam os outros.
Divisão ou cisão: Quando o sujeito não aceita que seu objeto de estima contém
características que despertam o amor e o ódio ou temor, o divide em dois. Uma parte
para amar, e outra para odiar sem culpa.
Negação: este mecanismo consiste em negar os fatos que causam angústia, ansiedade,
culpa ou vergonha.
46
Projeção: Este mecanismo consiste em afastar as angústias causadas pelo próprio
fracasso e atribuir a outros essa responsabilidade que na realidade é sua.
Racionalização: Consiste basicamente em justificar, através de argumentação racional,
as ações ou sentimentos que se considera inadequado a fim de proteger o Ego.
Formação reativa: Este mecanismo mantém o impulso, ato ou sentimento indesejado
reprimido ao superenfatizar um impulso, ação ou sentimento contrário. Ou seja, o
sujeito mantém uma atitude extremamente oposta ao desejo do Id recalcado.
Identificação: Diante do sentimento de inadequação, o sujeito identifica-se com alguém
a quem valoriza, passando a desejar ser ou sentir-se como ele.
Regressão: Ocorre quando o sujeito volta a níveis de desenvolvimento anteriores a fim
de sentir-se mais valorizado ou pelo medo que possui de crescer.
Isolamento: Consiste em isolar um sentimento, atitude ou comportamento com o qual
não se consegue lidar ou elaborar. Assim o sujeito não precisará lidar com este, pois não
causa mais ameaças.
Deslocamento: Consiste em deslocar os sentimentos agressivos dos objetos, reais donos
ou provocadores destes sentimentos, a outros, que considera menos perigoso.
Sublimação: Consiste na busca de modos socialmente aceitáveis de satisfazer as pulsões
do Id. É um mecanismo característico de um sujeito saudável e faz parte do
desenvolvimento da aprendizagem na criança.
Quando a criança volta seu interesse afetivo (libido) para o conhecimento e para a
escola, este direcionamento dá a ela a possibilidade de controlar suas ansiedades e
encontrar novas vias de prazer através deste direcionamento. Esta orientação em sua
vida afetiva atenua os sentimentos de culpa oriundos de fantasias sexuais diretas.
(LEVISKY, 1991, p. 49)
Durante o período de latência, fase que abrange dos 6 ou 7 anos até o início da
puberdade, a criança satisfaz seus prazeres orais de incorporação e destruição através da
incorporação do conhecimento, do rasgar, desmontar, cortar objetos. Os prazeres
sádicos e visuais são sublimados no ato de pesquisar e observar. As fantasias de
penetração, pela curiosidade acerca do funcionamento do corpo e outras coisas ou seres.
Dessa forma atenua os sentimentos de culpa ao sublimar esses desejos, oriundos das
fases de desenvolvimento psicossexual anteriores, considerados impróprios socialmente.
(FIORI, 1981; LEVISKI, 1991)
47
Os prazeres orais de incorporação são oriundos da fase oral do desenvolvimento
psicossexual, onde a libido está organizada em torno da zona oral. Esta fase abrange
basicamente o primeiro ano de vida da criança onde a estrutura sensorial mais
desenvolvida é a boca. É por esta boca que a criança se mobilizará na luta pela
sobrevivência, pelo descobrimento do mundo e da afetividade.
Na fase anal, período que abrange o segundo ano de vida, a libido se organiza em torno
da região anal. Nesse período é que se dará a maturação do controle muscular da
criança, permitindo um controle dos esfíncteres.
As fezes nesta fase assumem o papel central na fantasia da criança, sendo considerado
por esta um objeto a ser dado como troféu ou reprimido como punição aos pais.
Conforme sua aceitação social será visto como objeto de valor ou repulsa pela criança.
Essa aceitação será levada por esse sujeito durante toda a sua vida, fazendo com que
este veja suas produções ou condutas como adequadas ou inadequadas.
A fase fálica abrange do terceiro ao sexto no de vida da criança, e compreende uma
nova organização da libido, que passa a ser dirigida para os genitais. Inicia-se neste
período o conceito de gênero. “Curiosamente esta discriminação sexual não caracteriza
a existência de dois genitais, o masculino e o feminino, mas apenas a presença ou
ausência do pênis. [...] O menino exibe seu membro orgulhoso”, enquanto a menina
sente falta do seu. (FIORI, 1981, p. 41 e 42)
Após o período de latência, descrito anteriormente, vem a fase genital. Segundo a
Psicanálise, alcançar esta fase significa atingir o pleno desenvolvimento do adulto
normal. O sujeito passou pelas adaptações biopsicossexuais, desenvolveu seu intelecto,
sua capacidade de amar, de competir e viver em sociedade. (FIORI, 1981)
Freud, Erikson, Spitz, Winnicott e Bowlby são alguns dos psicanalistas que
argumentam da importância das primeiras relações vinculares. Embora possamos notar
um crescendo no conhecimento sobre as relações objetais e certas divergências, são
unânimes ao afirmar que o cuidado materno e o apego nos primeiros anos de vida são de
extrema importância para o desenvolvimento da criança e a construção do senso do self.
São características biológicas, sociais, sexuais e mentais que este sujeito carregará pelo
resto de sua vida e que influenciarão a formação de sua identidade, sua maneira de agir
e pensar. (SCHERMANN &BRUM, 2004)
Caso essas primeiras relações não sejam saudáveis, a criança passará por crises no
desenvolvimento ou conflitos intra-psiquicos. O que fará com que apresente
movimentos de fixação e/ou regressão da libido, que desencadeará certo mecanismo de
defesa para tentar suprimir a elevação do nível de ansiedade suportável para o ego. “A
conseqüência é que tal situação enfraquece suas possibilidades de lidar e suportar as
angústias oriundas de seu desenvolvimento na vida escolar”. Isso pode ocorrer em
48
maior ou menor escala de duração ou intensidade, dependendo da estrutura de
personalidade desta criança. (LEVISKI, 1991, p. 51)
Neste sentido, o trabalho do psicopedagogo com esses sujeitos, segundo Leviski (1991,
p. 54), seria o de ajudá-las no processo de elaboração e desenvolvimento de suas
capacidades estruturais e dinâmicas, de suas funções egóicas no processo de
identificação, na elaboração de seus conflitos conscientes e inconscientes e no
desenvolvimento de uma instancia criativa à prática clínica do psicopedagogo, os quais
entendem deve ter conhecimento dos aspectos estruturais, dinâmicos e econômicos que
constituem a atividade psíquica, para que possa melhor compreender e desenvolver o
trabalho psicopedagógico.
Na clínica psicopedagógica, torna-se necessário um trabalho avaliativo na área
socioafetiva que proporcione produtos concretos para um diagnóstico mais acurado e,
também, um ponto referencial para analise da eficácia da intervenção. Os testes
projetivos é que cumprem esse papel. (ROSA, 2009).
49
FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO, NA VISÃO DE FREUD
Freud percebeu que havia um transcurso das pulsões sexuais a contar do nascimento até
a generalização, como se aquelas fossem dotadas de uma viscosidade, levando-o a
denominar este fenômeno como "viscosidade da libido", o que faz antever a existência
de etapas ou fases neste desenvolvimento da psicossexualidade.
Autores outros subdividem algumas dessas fases e divergem quanto às faixas etárias
que as demarcariam. Mas, o propósito deste trabalho é o de registrar estas fases na ótica
de Freud.
Fase Oral: sabidamente, a criança ou qualquer outro animal, assim que vem à luz, por
inescondível instinto, procura saciar a fome que o assola. Contudo, no homem, o ato do
bebê ir a busca do seio materno vai além da questão da sobrevivência, tendo aí a
satisfação de um prazer de índole erótico, sem que isto signifique conteúdo genital.
De início o bebê e sua genitora, sob a perspectiva daquele, é um aglomerado único,
onde o contato com o seio materno constitui na saciação de dois desejos: a alimentação
e o prazer sexual. Onde a boca é a região que constitui a fonte da satisfação.
À medida que a criança já atinge a casa de um ano de idade, com ganho de rudimentares
movimentos, para superar a sensação de ausência do objeto de seu desejo (seio da mãe)
começa a utilizar artifícios para supor que controla o desaparecimento momentâneo de
sua mãe.
Exatamente isso é que resultou na descoberta de Freud, que verificou, em seu neto, que
estava no berço, que essa oralidade tinha grandeza superior ao encontro com o seio da
mãe, mas representava um desejo de dominá-la perto de si. Tal verificação decorreu do
jogo do carretel, que aquela criança empreendia.
Eventual fixação do adulto nesta etapa infantil da oralidade é perceptível diante dos
hábitos que se relacionam com a boca, tais como: fumar, falar demais, beber, comer em
demasia, etc. Logicamente que se podem sublimar algumas dessas atitudes, como, por
exemplo, a utilização da fala para o campo da oratória e musicalidade.
Derradeiramente, a idade que esta fase se pronuncia, tem como termo inicial o
nascimento e final por volta dos 2 anos, lembrando o dissenso entre os autores quanto a
este viés etário. Logicamente, que se os zeladores das crianças tiverem ciência desta
fase contribuirão, em muito:
a) com a aquisição de brinquedos adequados;
b) com a compreensão da possibilidade de transformar aquele pequeno falante em
alguém voltado à música, à declamação poética dentre outras salutares possibilidades.
Jamais dirão frases como: "cale a boca menino, você fala demais...";
c) entenderão que a criança deverá alimentar-se dentro de um esquema que satisfaça a
sua necessidade orgânica, não lhe empanturrando de víveres, como é do gosto,
principalmente, das avós. Assim as pouparão de se tornarem porvindouras
desequilibradas no campo gastronômico, glutonas e obesas;
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d) não repreenderão o natural desejo da criança, nesta quadra, de levar tudo à boca. Tal
recalque, produzido pelos cuida dores da mesma, poderá dar azo a que, no futuro, por
um mecanismo de compensação, aquele ser torne-se um fumante, porque quando adulto,
encontrará liberdade de levar à boca o cigarro, que, simbolicamente será a representação
do objeto negado quando de sua meninice;
e) aquilatará, máxime se empregador, a função do aleitamento materno e da licença
maternidade, dado que anteverá que nesta fase a mãe é o espelho da criança, ou seja,
não será uma creche, mamadeira, babá que a substituirá. Essa proximidade do bebê com
a mãe impingirá nele segurança necessária a romper com ansiedade e angústia que
poderiam culminar, no futuro, em grave processo neurótico, e quiçá, se ausente da mãe,
por não ter como melhor dar vazão ao instinto de morte (destruição = Tanatus), vir a
tornar-se um indivíduo violento, já que privado de, no momento oportuno, expressar sua
agressividade através das mordidas no seio materno e nos brinquedos.
2 – Fase Anal
Nesta etapa do desenvolvimento, que se dá em média entre 2 e 4 anos de idade (6), a
criança passa a ter controle sobre os músculos estriados (esfíncteres). Tem prazer,
igualmente erótico – que não se confunde com genitalidade – em manter as fezes no seu
intestino e ao depois despejá-las para fora de si.
Poderá utilizar-se disso para desafiar seus cuidadores, seja evacuando em local
supostamente impróprio ou mantendo o estrume quando, por exemplo, a mamãe queria
que ele o alijasse.
Tem gênese, nesta fase, a idéia de poder, de controle. Surgindo, por associação, no
período adulto, desde que ele o tenha fixado na anualidade, a avareza, já que o dinheiro
é tido popularmente como sujo, sem contar, também, que o enriquecimento remete a
idéia de poder.
Natural, pois, que na fase em comento, as crianças adoram brincar com barro, massas de
moldar, até mesmo com as próprias fezes, sendo esta última uma atividade que
horroriza os pais que não conhecem a psicossexualidade. Repressões nesta fase, geram
em regra, constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização:
"quando viajo não consigo fazer cocô".
As pulsões sexuais ligadas ao toque com substâncias que lembrem as fezes podem ser
sublimadas, mormente nas atividades artísticas afetas à pintura e escultura.
Eis, uma vez mais a imprescindibilidade do conhecimento dessa fase pelos cuidadores
da criança, evitando-se nefastas repressões e, até quem sabe, em vista dessa ignorância,
deixar de estimular aquele pequeno ser a se tornar um portentoso artista.
3 – Fase Fálica
O estágio fálico do ser humano está presente quando o órgão genital masculino (pênis)
passa a ser a representação simbólica de virilidade para os meninos e, igualmente para
as meninas, uma vez que estas acreditam que o dito órgão está incrustado nelas,
especialmente no clitóris, e que virá um dia acrescer tal qual o dos garotos.
51
Nesta escala temporal, cerca dos 3 aos 6 anos (8), aparece o complexo de Édipo, onde o
menino deseja sua mãe, querendo eliminar seu pai (rival), ainda que o veja como uma
figura de autoridade, o que faz emergir uma nítida ambigüidade: desejo de matálo/desejo de se parecer com ele.
Na menina, por sua vez, o objeto indesejável é a mãe, visto que aquela quer fazer às
vezes desta, ser a namorada de seu pai e, quando percebe que seu pênis não erupcionará
nutre o desejo de lhe dar um filho como um substitutivo daquela representação.
Se dissolver, com naturalidade este complexo edipiano na criança, a libido, em sua
viscosidade, atingirá a bom termo a fase da genitalização. Lembrando-se, porém, que
nenhuma criança escapa do complexo de Édipo, a resolução dele, positiva ou
negativamente, é que marcará o ser vida afora.
Soa oportuno exemplificar uma ocorrência, dentre outras tantas, evidenciadora de um
nó na resolutividade edipiana; aquele solteirão, que racionaliza (mecanismo de defesa)
dizendo que não encontrou uma mulher que satisfaça suas exigências, e por isso
continua morando na casa da mãe e, para piorar, quando é frustrado na vida, geralmente
adoece para que isso sustente a necessidade íntima de ser levado ao médico pela figura
materna.
Portanto, é recomendável aos cuidadores do rebento, em especial os pais e as mães, que
evitem estimularem certa fantasia sexual de enamora mento com o filho do sexo oposto.
Por exemplo: não incentivar os ciúmes do filho com a mãe e vice-versa; evitar dizeres
relacionando a filha como a "namoradinha do papai", e o menino como "o homem da
mamãe".
Agora, em se declinando o complexo edípico, as pulsões sexuais como que serenam,
onde a criança abre um leque para a socialização, voltando-se às atividades escolares,
esportivas, como se houvesse uma significativa perda da erotização, substituindo-a pelo
que Freud chama de ternura, marcando o seu ingresso não noutra fase, mas sim no
período de latência.
Nesse instante da vida do pequeno surge ocasião, mais que ideal, que se deflagrem uma
plêiade de atividades socializantes para o mesmo, tais como: teatros, cinemas, jogos
diversificados, lazeres familiares (pescarias, idas ao shopping, zoológico, parque,
clubes, tudo isso em parceria com os cuida dores, ou seja, integradamente). Soa o
momento do (a) filho (a) se sentir unido (a) com o genitor (a), que mesmo tendo um
ritmo forte de trabalho haverá de planejar tempo livre para tais deleites, aproveitando-se
da ternura que timbra a criança neste período de latência, tornando-a mais permeável a
um diálogo construtivo.
4 – Fases Genital
O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização sexual completa,
selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade.
Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer suas pulsões
sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que Freud denomina
inversão.
52
Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo sexual, que, para não ser
caracterizado com perversão deverá resultar no coito, daí a importância desta fase de
genitalização respeitando as diferenças anatômicas.
Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais genitalizados, não mais
representados como pulsões parciais, é que faz com que o jovem, de um lado, sinta-se
como dominante de seus desejos e, por outro, como um meio termo entre a condição de
criança e a de púbere, culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a
lei, etc.
Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente, em regra,
o apoio e a auto-afirmação necessária, conquanto entre os "amigos" ele se identifica em
plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a linguagem e os gostos são
semelhantes, dado o menor grau de interditalidade de condutas.
Por conta disso, é que os cuidadores desses entes, na fase genital haverão de conhecer as
amizades dos mesmos, promovendo, dentro das possibilidades, confraternizações em
sua casa para receber os amiguinhos da sua prole, para que no amanhã não descubra,
com inominável dor, que seu petiz se tornou um drogado de modo amplo (maconha,
cocaína, álcool, prostituição, etc).
Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na
família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar
esteja próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre
um espaço para um diálogo tranqüilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcandolhe limites.
53
CONCLUSÃO:
“O sonho é a satisfação de que o desejo se realize.”
Sigmund Freud
Concluir este trabalho requer buscar o entendimento de todo o contexto aqui trabalhado,
mostrar ao leitor e profissionais que a mente do ser, trás consigo desde suas ansiedades,
medos fóbicos, desequilíbrios emocionais patológicos e fisiológicos ao olhar da
psicossexualidade na visão de Freud as fases desenvolvimento da criança. E finaliza sua
fala da seguinte maneira:
É observável que as pulsões sexuais não se realizam por inteiro até que se dê a
culminância da fase genital. Antes disso a organização sexual é parcial, isto é, a
erotização ou está voltada para a boca (fase oral), para o ânus (fase anal) ou para o pênis
(fase fálica), sem contudo, significar uma realização sexual generalizada. Bem por isso
é que Freud denominou tais etapas de pré-genitais, ocorrendo o direcionamento da
pulsão sexual integral somente quando da fase genital.
Deste contexto, pode se extrair duas expressivas conseqüências, que se bem entendida
pelos cuida dores das crianças, evitar-se-iam problemas psíquicos porvindouros.
a) enquanto o sujeito está na fase pré-genital, como mencionado acima, a erotização
volta-se a uma determinada região corporal mais específica (zona erógena),
entrementes, estas descargas sexuais não significam qualquer indício de cópula. Então,
se um adulto vir duas crianças de sexo oposto tirando suas roupas, não deverá olhar tal
ato com a visão pornográfica, mas sim com uma percepção de que eles apenas estão se
conhecendo, por estarem, possivelmente, na fase fálica.
O mesmo raciocínio dá-se com a masturbação infantil, que geralmente escandaliza mães
e pais, que, se soubessem sobre a pré-genitalização entenderiam que esta fricção nada
tem com uma idéia sexual-genital, mas sim está ligada a uma erotização desaguadora de
prazer, tão somente isso.
b) Na fase genital, esta sim, abarcada pelo direcionamento da pulsão sexual completa,
com alvo na organização sexual também otimizada, o interesse do sujeito, divorcia-se
de um até então auto erotismo, para a busca de objeto sexual diverso de si. Ocorrendo aí
a procura dos grupos para neles, por meio de um processo de identificação, encontrar
auto-afirmação, mormente em famílias mais castradoras.
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