GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO ORIENTADO PARA O MERCADO A organização vitoriosa do futuro estará focada no cliente e será auxiliada por uma competência em informação de mercado, que ligará a voz do cliente a todo o processo de oferecer valores da empresa... Organizações de marketing vitoriosas terão as habilidades necessárias para gerenciar processos de marketing com múltiplas estratégias, muitos dos quais não têm, até recentemente, sido considerados como dentro dos domínios do marketing. Frederick E. Webster (1997) Doyle (1997) tem argumentado que relativamente poucas empresas têm tido sucesso ao moverem-se além dos adornos de marketing publicitário, crescimento de vendas a curto prazo, inovações ornamentadas para alcançar a substância de uma estratégia de marketing robusta produtora de uma performance a longo prazo e forte valor acionário. Doyle distingue as estratégias entre: Estratégias radicais: Empresas podem conseguir crescimento espetacular em vendas e lucros, mas, por não construírem um valor para o cliente através de produtos e serviços superiores, elas não criam um valor acionário a longo prazo. Características de tais estratégias são a base em aquisições , ou a base em departamentos de marketing (por exemplo, os altos níveis de publicidade e proliferação de linhas de produto), ou a base em relações públicas (o papo-furado da mídia para atrair consumidores). Estratégias racionais: Algumas empresas alcançam alto desempenho a curto prazo criando novos produtos que são significativamente mais baratos ou melhores que os competidores tradicionais. Exemplos de tais estratégias são grandes inovações em tecnologia, métodos mercadológicos ou canais de distribuição .Suas limitações são que essas estratégias não oferecem vantagens competitivas, defensivas e sustentadas (por exemplo, o marketing direto , telemarketing para serviços financeiros ganhou uma competitividade espetacular no curto prazo, mas foi facilmente copiado por outros competidores. Elas não constroem relações com os clientes a curto prazo e, ultimamente, falham ao produzir valor acionário a longo prazo. Estratégias robustas: Essas empresas alcançaram um desempenho constante no longo prazo, criando um valor para o cliente supremo e construindo relacionamentos com o cliente a longo prazo. As características destas estratégias são o foco em um valor superior para o cliente, mas reconhecendo que a falta de inovação propriamente dita pode oferecer uma vantagem no longo prazo; fazer investimentos a longo prazo com os fornecedores, distribuidores, funcionários e clientes; processos de aprendizado contínuo, inovação e aprimoramento; e desenvolver cadeias de fornecimento e tecnologia para oferecer desempenho operacional superior. Grandes exemplos são: Johnson & Johnson e Toyota. 1 A implicação fica por conta do desafio real enfrentado por empresas que entram no século XXI e têm de sair da mera "perfumaria" e chegar ao marketing. e levar à sério o que é requerido para uma posição sustentável no mercado no longo prazo, o qual irá render lucro e valor acionário. Vencer esse desafio pode ou não envolver um departamento de marketing. Certamente irá envolver o desenvolvimento de uma estratégia de marketing que é baseada no conhecimento profundo do mercado para definir uma posição competitiva defensível, e que é apoiada por um processo contínuo de aprendizado e melhorias no valor para o cliente. Isso envolverá certamente competir contra novos benchmarks de relacionamento construído e serviço superior. Envolverá também um gerenciamento vitorioso de implantação de estratégia de marketing e tudo isso implica uma mudança organizacional. De fato, nosso conhecimento sobre fundamentos de marketing é cada vez mais aprimorado ao se olhar o mercado como "um processo de ir às compras" (Piercy, 1997), em vez de uma atividade departamental ou funcional nas empresas, e como um processo, o qual é motivado por uma criação de valores para os clientes. Webster (1997), por exemplo, propôs que comprar deveria ser visto como o projeto e gerenciamento de todos os processos empresariais para definir, desenvolver e oferecer valor para os clientes. Ele sugere que a lista de processos mercadológicos inclua o seguinte: Processos de definição de valor: Processos que capacitam a organização a entender o ambiente em que ela opera melhor (como pesquisa de marketing, estudos de preferências e necessidades do cliente, comportamento de compras, uso do produto e assim por diante), para entender mais claramente seus próprios recursos e aptidões, e para avaliar o valor que ela cria através de análises econômicas de sistemas de uso dos clientes. Processos de desenvolvimento de valor: Processos que criam valor por meio de uma corrente de valor, como estratégias de obtenção, desenvolvimento de novos produtos e serviços, projeto de canais de distribuição, seleção de vendedores, parceria estratégica com provedores de serviços (por exemplo: crédito, gerenciamento de data~base, serviço de produto e remoção), desenvolvimento de estratégia de preços e, ultimamente, o desenvolvimento de proposta de valores para clientes. Processos de oferecimento de valor: Processos que capacitam o oferecimento de valor para clientes, incluindo serviço de entrega, gerenciamento de relacionamento de clientes, gerenciamento de distribuição e logística, processos comunicativos (tais como publicidade e promoção de vendas), melhorias de produto e serviço, serviços de apoio ao cliente e a penetração do campo da força de vendas. O conceito de marketing e orientação mercadológica Elaborando definições de marketing Uma das primeiras peças de codificação e definição no desenvolvimento da disciplina de marketing estava preocupada com o conceito de marketing. 2 Aproximadamente 40 anos atrás, Felton (1959) propôs o que é o conceito de marketing: Um estado de espírito corporativo que existe na integração e coordenação de todas as funções de marketing, as quais, por sua vez, estão fundidas com todas as outras funções corporativas, para o objetivo básico de produzir lucros de longo alcance. Mais recentemente, Kotler . (1996) sugeriu que a característica definidora é: O conceito de marketing diz que atingir metas organizacionais depende de determinarem-se as necessidades e desejos do público-alvo e oferecer as satisfações desejadas mais eficiente e eficazmente que os competidores. Basicamente, o conceito de marketing diz que, em mercados cada vez mais competitivos e dinâmicos, as empresas ou organizações mais prováveis a vencer são aquelas sensíveis às expectativas, desejos e necessidades e que se engrenam para satisfazer mais seus clientes do que o fariam seus competidores. Isso prova que não há razão para os consumidores comprarem os produtos ou serviços de uma empresa, a não ser que essa empresa esteja de algum modo oferecendo uma forma melhor de atender a seus desejos e necessidades do que aquelas formas disponíveis por outras empresas concorrentes. De fato, o significado e domínio do marketing permanecem controversos. Em 1985, a American Marketing Association reviu mais de 25 definições antes de chegar à sua própria definição, agora uma definição mais ou menos aceita universalmente : Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, custo, planejamento e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos de empresas e indivíduos. Essa definição identifica marketing como um processo executado dentro de uma organização. Esse processo pode, ou não, ser conduzido por uma função ou departamento de marketing. Isso nos leva a um modelo de "trocas mutualmente beneficientes" como uma perspectiva do papel do marketing. Entretanto, saindo das definições teóricas de marketing e entrando na realidade proporcionada pelo que o marketing significa operacionalmente é mais complicado. Webster (1997) disse que, de todas as funções de gerenciamento, o marketing encontra a sua maior dificuldade em definir seu posicionamento na organização, porque ele é simultaneamente cultura, estratégia e tática. O argumento de Webster é que o marketing envolve: Cultura organizacional: O marketing pode ser expresso como o "conceito de mercado" (Drucker, 1954; McKitterick, 1957; Keith, 1960), isto é, um conjunto de crenças e valores que motivam a organização por meio de um compromisso fundamental em atender às necessidades do cliente através de um caminho lucrativo. 3 Estratégia: No sentido que estratégia de marketing procura desenvolver respostas eficientes a ambientes de mercado em transição ao definir segmentos de mercado, e desenvolver e posicionar produtos àqueles públicos-alvo. Táticas: Marketing como tática é preocupado com as atividades do dia-a-dia como o gerenciamento de produtos, preço, distribuição e comunicação, tais como publicidade, vendas diretas, propaganda e promoção de vendas. ORIENTAÇÃO DE MERCADO Orientação voltada ao cliente: Entender os clientes bem o suficiente para continuamente criar um valor superior a eles. Orientação voltada ao competidor: Consciência das capacidades dos competidores a curto e longo prazos. Coordenação interfuncional: Usar todos os recursos da empresa para criar valor para o público-alvo. Cultura organizacional: Ligar o comportamento gerencial e empregatício com a satisfação do cliente. Foco no lucro a longo prazo: Servindo de meta predominante da empresa. Uma tentativa interessante de "reinventar" o conceito de marketing, para uma nova era de estruturas organizacionais diferentes, relações complexas e globalização, a qual pode ser relevante para superar as barreiras da orientação de mercado, é feita por Frederick Webster (1994). Webster apresenta "o novo conceito de marketing como um conjunto de regras para criar, se uma organização focada no cliente e dirigida para o mercado", e desenvolve quinze idéias, as quais abrem mão da "fábrica do novo conceito de marketing": 1. Criar um foco no cliente por meio da empresa. 2. Ouvir o cliente. 3. Definir e nutrir as competências distintas da organização. 4. Definir marketing como inteligência de mercado. 5. Escolher precisamente seu público-alvo. 6. Gerenciar para lucrar, não aumentar as vendas. 7. Fazer o cliente valorizar sua estrela guia. 8. Deixar o cliente definir lealdade. 9. Medir e gerenciar as expectativas dos clientes. 10. Construir relações e lealdade com o cliente. 4 11. Definir a empresa como um serviço Empresarial. 12. Comprometer-se com melhoria contínua e inovação 13. Gerenciar cultura com estratégia e estrutura. 14. Crescer com parcerias e alianças. 15. Destruir a burocracia de mercado. O ambiente mutável do marketing Estar ciente do grau de mutação do ambiente em que o marketing ocorre é de grande importância para o desenvolvimento e implementação de uma orientação de marketing e de estratégias robustas. De forma simplificada, o ambiente de marketing pode ser dividido em competitivo (incluindo a empresa, seus concorrentes imediatos e clientes) e macroambiente (o cenário social, político e econômico mais amplo). 5