características dos agentes biológicos de doença

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CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES BIOLÓGICOS DE DOENÇA
Prof. Francisco Baptista
São agentes biológicos de doença todos os seres vivos não vertebrados capazes de se
desenvolver no organismo hospedeiro e daí resultar prejuízo para este. Esse prejuízo pode ser
funcional ou estrutural. Os agentes biológicos de doença podem ser classificados em
infecciosos e infestantes. Os primeiros podem ser vírus, bactérias, fungos ou protozoários e
exercem a sua ação deletéria multiplicando-se na intimidade dos tecidos e órgãos dos
hospedeiros. São agentes infestantes os helmintos, ácaros, piolhos e insetos capazes de
colonizar na superfície corporal ou nas mucosas e aí exercerem ação patogênica direta ou
indireta (como veiculadores de agentes infecciosos - vetores). A capacidade dos agentes
biológicos provocarem doença depende dos seguintes fatores:
1. Resistência do hospedeiro;
2. Dose e via de penetração do agente biológico;
3. Infectividade (capacidade de multiplicação do agente no hospedeiro);
4. Patogenicidade (capacidade de o agente provocar doença clínica) – uma
patogenicidade de 25% significa que 25 em cada 100 indivíduos infetados
desenvolvem sinais ou sintomas da infecção;
5. Virulência - medida da patogenicidade, se expressa pela quantidade mínima capaz de
provocar efeito (doença ou morte) em 50% dos animais de experiência; se o efeito for
a morte designa-se por DL50 – Dose Letal 50. A letalidade denota assim a proporção
de mortes entre os doentes.
A persistência de uma infecção ou infestação depende não só da capacidade do hospedeiro se
defender, mas também da possibilidade do agente alterar as suas características e tornar
inativas as defesas específicas do hospedeiro. Vários agentes (vírus e protozoários) têm essa
habilidade, o que lhes permite tornar ineficaz o sistema imunológico do hospedeiro. Os
agentes biológicos de doença e partes ou produtos seus têm ainda duas outras características:
a de induzirem resposta imunológica (imunogenicidade) e de reagirem especificamente com
anticorpos ou células imunocompetentes produzidos sob sua indução (antigenicidade). A
imunogenicidade está associada ao peso molecular, complexidade estrutural e natureza
estranha dos agentes relativamente aos constituintes dos organismos afetados. Geralmente as
proteínas, com estrutura complexa e com elevado peso molecular, são bons imunógenos. Já a
antigenicidade é atribuída a constituintes superficiais de macromoléculas e governam a
especificidade da reação antígeno-anticorpo. Estes constituintes, por si sós, não induzem
resposta imunológica e, por isso, são ditos haptênios ou “meios antígenos”.
Bibliografia
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