suicídio egoista altruista
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Correntes suicidógenas: Observando ”os estados dos diferentes meios sociais (credos religiosos, família, sociedade política, grupos profissionais etc.), em função dos quais o suicídio varia”, Durkheim chega a etc.), em função dos quais o suicídio varia três correntes suicidógenas principais: Egoísta: fruto do enfraquecimento dos laços sociais e individuação excessiva. (sobreposição do ”eu individual” sobre o ”eu coletivo”) Altruísta: excesso de laços sociais e fraca individuação (sobreposição do ”eu coletivo” sobre o ”eu individual”) Anômico: quebra ou desregulamentação das normas e expectativas sociais. (indefinição das regras) Suicídio Egoísta: Inicia sua análise observando a influência dos cultos religiosos sobre a taxa de incidência dos suicídios. Constata que a taxa de mortalidade­suicídio entre protestantes era discrepantemente maior que entre católicos e judeus. (pg 71 XVIII) ”É na natureza destes sistemas religiosos que encontraremos a (causa) encontraremos”(p164) Tanto o catolicismo quanto o protestantismo condenam o suicídio com a mesma intensidade. O fundo da autoridade religiosa: Durkheim constata que o efeito protetor das religiões sobre a taxa de mortalidade suicídio tem menos relação com o conteúdo de suas crenças (ambas condenam o suicídio) do que com o seu sistema de práticas e credos impostos que a constituem como uma sociedade coesa de fortes sentimentos de solidariedade social social (interdependência/ estados coletivos) O essencial é que tenham possibilidade de alimentar uma vida coletiva suficientemente intensa. P 182 O suicídio varia na razão inversa ao grau de integração dos grupos sociais A influência da sociedade religiosa, doméstica e política vai depender de sua maior ou menor integração. Durkheim chega a conclusão de que quanto mais enfraquecido os grupos, menos os indivíduos depedendem deles e mais reconhecem apenas as regras de comportamento que se baseiam em seus interesses particulares. Ele chama de egoísmo o estado em que o eu individual se sobrepõe exageradamente ao eu social. Por outro lado... suicídio altruísta. Típicos da sociedades ”primitivas” Praticado por pessoas doentes, idosas, víuvas, fiéis, heróis de guerra e etc. (ex homem bomba, harakiri, sectários de Amida) Suicídio Altruísta Em todos esses casos quando o homem se mata não é porque reivindique esse direito mas porque tem esse dever. (p246) A sociedade intervém no suicídio egoísta ao desligar (ou enfraquecer) os laços que unem o indivíduo a existência e, no suicídio altruísta, ao ordenar­lhe diretamente que deixe de existir. P 246 Um deriva do fato da sociedade, que está desagregada em certos aspectos, ou mesmo globalmente, deixar que o indivíduo lhe escape; o outro provém do fato de ela o manter demasiado em sua dependência. P 248 Exemplo de Suicídio Altruísta nas sociedades complexas: Constata­se que em todos os países da Europa a inclinação dos militares é muito superior da população civil da mesma idade. A diferença varia de 25% à 900 % Em primeiro lugar os indivíduos que o compõem representam, debaixo de um ponto de vista físico, a nata do país. Selecionados cuidadosamente, não tem taras orgânicas graves. Além disso, o espírito coletivo, a vida em comum deveria ter aqui a mesma influência profiláctica que revelou ter noutros casos. Donde provém portanto uma agravação tão considerável? P 258 Suicídio Altruísta: A causa que mais frequentemente se invocou foi a repugnância pelo serviço – rigor da disciplina, a falta de liberdade, a falta de conforto o inclinaria para o suicídio. Se de fato fosse assim, repugnância pelo serviço as taxas de mortalidade suicídio deveriam ser muito maiores nos primeiros anos e deveriam diminuir a medida que o soldado ou se habitua a vida do quartel, ou deserte, ou mesmo se mate. A medida que se prolonga o serviço as dificuldades de aclimatação devem ter sido superadas. Suicídio Altruísta: É necessário que esteja exercitado a não dar grande importância à sua pessoa, dado que deve estar preparado para sacrificá­la quando lhe derem ordem para isso. (…) exige dele que obedeça sem discutir e por vezes sem compreender”. P 265 “os princípios que regem o comportamento do soldado sãolhes dados pelo exterior; o que é precisamente a característica do estado de altruísmo. (…) tudo leva a crer que o suicídio militar se caracteriza pela mesma maneira e tem a mesma origem. (…) Se se matam mais é porque não há função que exija tão intensamente o hábito de submissão e da passividade”. SUICÍDIO ANÔMICO: desregramento social. Mas a sociedade não é unicamente um objetivo que suscita, com intensidade desigual, os sentimentos e a atividade dos indivíduos. É também um poder que os regula. Existe uma relação entre a maneira como se exerce esta ação regularizadora e a taxa social dos suicídios. Suicídio Anômico: Nota uma aumento nas taxas de suicídio em países que passaram tanto por uma crise financeira, quanto momentos de abrupta prosperidade econômica. Mas porque dois fenômenos sociais que aparentam ter efeitos completamente distintos (empobrecimento ou enriquecimento) podem influênciar as taxas de suicídio da mesma maneira? Suicídio Anômico “Não é portanto sem razão que tantas religiões enalteceram os benefícios e o valor moral da pobreza. É que ela é de fato a melhor escola para ensinar o homem a dominar­se. Ao obrigar­nos a exercer sobre nós próprios uma disciplina constante, prepara­nos para aceitarmos docilmente a disciplina coletiva, ao passo que a riqueza, ao engrandecer o indivíduo, corre sempre o risco de despertar esse espírito de revolta.”p 294. Segundo Durkheim, a prova disso estaria no fato de que a esfera social que encontrava­se em estado crônico de mortalidade­suicídio era a da economia, do comércio e da indústria. Suicídio Anômico Antes havia a Igreja que ensinava aos mais abastados a ter comedimento e consolava os mais pobres lhes ensinando o contentamento. A indústria que deveria ser encarada como um meio para atingir um fim, torna­se o próprio objetivo. ”O suicídio egoísta provém do fato de os homens não encontrarem uma justificação para a vida; o suicídio altruísta do fato desta justificação lhes parecer estar para além da vida; o (anômico), provém do fato da atividade dos homens estar desregrada e do fato de eles sofrerem com isso.”p.299 Egoísmo/Altruísmo: ORA, MAS SE A INDIVIDUAÇÃO EXAGERADA DAS SOCIEDADES COMPLEXAS CAUSA MAIS SUICÍDIOS, MAS TAMBÉM AS FORMAS MAIS TRADICIONAIS PODEM IMPLICAR EM AUMENTOS DAS TAXAS, QUAL SERIA A NOVA FONTE DE SOLIDARIEDADE SOCIAL (QUE PERMITA EXPANDIR SEM SE DESLIGAR???) O grupo profissional ou corporação: A única descentralização que, sem destruir a unidade nacional, pode, efetivamente, contribuir para multiplicar os centros da vida comum é aquela a que se poderia chamar descentralização profissional. Numa sociedade cada vez mais complexa, em que os indivíduos estão cada vez mais encerrados em seus próprios interesses e especializações, não adianta recorrer a velhos métodos de uniformização (tornar todos iguais) do pensamento (como a religião, ou esquemas políticos autoritários), mas antes recorrer a uma forma que permita a individualização e ao mesmo tempo gere solidariedade social.
