Cap1. Funções Reais de variável Real MatemáticaI – Gestão ESTG/IPB Departamento de Matemática 11. Conjuntos de Números 1, 2,3 Números Naturais , 2, 1, 0,1, 2, Números Inteiros a : a, b , b 0 b Irracionais Números Racionais Números Reais Irracionais Alguma notação normalmente usada 1, 2, 0 0,1, 2, , 2, 1, 0,1, 2, 1, 2, a : a, b , b 0 b 0 , 2, 1, 0 x : x 0 12. Intervalos de Números Reais Intervalo fechado 2x5 2 ESTG/IPB Departamento de Matemática ou x 2,5 5 Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar 28 Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB Intervalo aberto 2x5 ou x 2,5 2x5 ou x 2,5 5 2 Intervalos semiabertos 5 2 2x5 ou x 2,5 5 2 Exercícios Representar geometricamente os seguintes intervalos. (a) (b) x 2 x e (c) x 32 28 13. Funções Reais de Variável Real Domínio, Contradomínio, Imagem, Gráfico. Exemplo (função) B A f 4 1 5 2 6 3 f(1)=4 f(2)=5 f(3)=5 ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar 29 Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 30 Uma função é definida por três entidades: o domínio A, o contradomínio B e uma regra que associa aos elementos do domínio os elementos do contradomínio. Geralmente as funções designam-se por letras minúsculas (f no exemplo anterior), e a notação f(1)=4 significa que ao objecto 1 está associada, via função f, a imagem 4. Designa-se por imagem de f o conjunto de elementos do contradomínio que são imagens de elementos do domínio – se o domínio é A, a imagem de f representa-se por f(A); no exemplo anterior temos f ( A) 4,5 . Para indicar que uma função f tem domínio A e contradomínio B, escreve-se f : A B . Chamamos gráfico da função ao conjunto dos pares ordenados x, f ( x ) , obtidos para todos os valores x do domínio da função. No caso do exemplo anterior o gráfico da função é 1, 4 , 2, 5 , 3,5 . Uma relação de um conjunto A para um conjunto B, A B , define uma função sse a cada elemento do conjunto de partida, A, corresponde um e um só elemento do conjunto de chegada, B. A relação g definida no exemplo seguinte não é uma função, porque existe um elemento no conjunto de partida, 2, ao qual corresponde mais do que um elemento no conjunto de chegada, 4 e 5.1 Exemplo (a relação g não representa uma função) B A g 1 4 2 5 3 6 Nas funções que vamos utilizar no nosso curso, a regra de associação utilizada é geralmente expressa por uma fórmula matemática. 1 Em certos contextos considera-se que uma relação como g representa aquilo que se chama uma função multívoca (cada objecto pode ser associado a mais do que uma imagem). No nosso curso não usaremos esta definição de função. ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 31 Exemplo A função f : , f ( x) 2 x , é uma função que a cada objecto x do domínio associa o seu dobro, 2x , como imagem. Para efeitos de representação gráfica, e também por simplicidade, costuma escrever-se y 2 x em vez de f ( x) 2 x . A letra x designa-se por variável independente e y designa-se por variável dependente (o seu valor depende do valor atribuído a x ). Na representação do gráfico desta função, os valores da variável x marcam-se no eixo dos xx e os da variável y marcam-se no eixo dos yy . Dois pontos são suficientes para representar o gráfico, uma vez que a função corresponde a uma recta. y 1, 2 0, 0 x 0 y 2 0 0 x x 1 y 2 1 2 A expressão função real de variável real significa que na expressão f ( x) x tanto x como f ( x) tomam valores reais. 14. Funções Elementares Nesta secção vamos estudar um conjunto de funções designadas de funções elementares. São deste tipo a maioria das funções que vamos utilizar no nosso curso. O conjunto das funções elementares contém um núcleo de funções, ditas funções elementares principais, sendo as restantes funções elementares construídas por meio de um número finito de operações elementares efectuadas sobre as funções principais. As operações elementares são: adição, subtracção, multiplicação, divisão e composição. Apresentam-se de seguida as funções elementares principais. Funções Elementares Principais 1) Função Constante Forma geral: ESTG/IPB Departamento de Matemática y k, k Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB Representação do Gráfico k Exemplos: y 3 , y 3 22 2) Função Potência y xk , k Forma geral: 3 Exemplos: y x 3 , y x 2 , y x 2 Representação do Gráfico (gráficos retirados deste site) ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar 32 Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB (gráfico retirado deste site) (gráfico retirado deste site) 3) Função Exponencial y a x , a 1, a 0 Forma geral: Exemplos: y e x , y 0.1x , y 2 x Representação do Gráfico (gráfico retirado deste site) ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar 33 Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 34 4) Função Logaritmo Forma geral: Exemplos: y log a x, a 1, a 0 y log 3 x , y log 0.1 x , y log e x Representação do Gráfico (gráfico retirado deste site) 5) Funções Trigonométricas Directas e Inversas Directas: y sen( x), y cos( x), y tg ( x), y cotg ( x), y sec( x), y cos ec( x) Inversas: y arcsen( x ), y arc cos( x ), y arctg ( x), y arccotg ( x ), y arc sec( x ), y arc cos ec ( x) ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 35 Representação do Gráfico (gráfico retirado deste site) sen B C seno de cos A C coseno de C B A tg sen cos cotg sec cos sen Mário Abrantes B A tangente de A B 1 C cos A cos ec ESTG/IPB Departamento de Matemática 1 C sen B cotangente de secante de cosecante de http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 36 Decomposição de Funções em Combinações de Funções Elementares Principais Uma função diz-se elementar sse: (a) É uma função elementar principal; (b) É obtida combinando funções elementares principais, por meio de um número finito de operações de adição, subtracção, divisão, multiplicação e composição. A cada função elementar corresponde sempre uma só fórmula Exemplos 1. f ( x) x 2 é uma função elementar (FE), dado que é uma soma das funções elementares principais (FEP) f 2 ( x) 2 f1 ( x) x (função potência) e (função constante). O seguinte esquema representa a decomposição de f ( x) numa soma de FEPs. f ( x) x 2 f1 ( x) x f 2 ( x) 2 f ( x) f1 ( x) f 2 ( x) 2. A função módulo, f ( x) x , é uma FE. Embora na sua definição normal lhe sejam associadas duas fórmulas x, x 0 , x x0 x, esta função pode ser definida por meio da fórmula única x x 2 , que resulta da composição das FEPs f1 ( x ) x (função potência) e f1 ( x ) x 2 (função potência), x f1 f 2 ( x ) . ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 37 Exercícios Mostrar que as seguintes são FEs. (a) f ( x ) x 1 x 1 x 1 x 1 (b) f ( x) sen x (c) f ( x) e 2 Resolução f ( x ) é FE porque pode ser decomposta em FEPs como a seguir se mostra. (a) f ( x) x 1 f1 ( x) x x 1 f2 ( x) 1 f1 ( x) x f ( x) (b) x 1 x 1 f2 ( x) 1 f1 ( x ) f 2 ( x ) f1 ( x ) f 2 ( x ) f ( x ) é FE porque é a composição da FEP f1 ( x) sen( x) e da FE f 2 ( x ) x 1 : x 1 f ( x ) f1 f 2 x ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão (c) Cap1 ESTG/IPB 38 f ( x ) é FE porque pode ser decomposta em FEs como a seguir se mostra. Anteriormente já se mostrou que f3 ( x) x é FE. x f ( x) e 2 e f2 ( x) e x x f1 ( x) 2 f3 ( x) x f ( x) f 2 f3 ( x) f1 ( x) Proposição Se f ( x ) , g( x ) são duas funções elementares e f 0 g 0 , então a função f ( x ), x 0 h( x ) g( x ), x 0 é também uma função elementar. Prova A função h( x ) pode ser escrita com uma só fórmula (verificar), x x x x h( x ) f g g 0 . 2 2 x x Esta função é elementar porque é obtida combinando as funções f , que é 2 elementar porque é a composição das FEs f x e ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes x x 2 x x , que é 2 ; g http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 elementar porque é a composição das FEs g x e x x 2 ESTG/IPB 39 ; g 0 , que é elementar por ser uma constante. Exemplo 1, x 0 A função h( x ) x é elementar. e , x 0 Usando a demonstração da proposição anterior, podemos escrever, fazendo f x 1 e g x e x , x x x x h( x ) f g g 0 2 2 x x 1 e 2 x x 1 e 2 Um resultado que generaliza o anterior é o seguinte. Proposição Se f ( x ) , g( x ) são duas funções elementares e f ( a ) g( a ) , então a função f ( x ), x a h( x ) g( x ), x a é também uma função elementar. Prova A função h( x ) pode ser escrita com uma só fórmula (verificar), x a x a x a x a h( x ) f a g a g a , 2 2 que é uma função é elementar. Se substituirmos a por zero nesta expressão, obtemos a expressão da proposição anterior, mostrando que aquela é um caso particular da acima apresentada. ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB Exemplo x 1 x, A função h( x ) é elementar. ln x 1, x 1 Usando a demonstração da proposição anterior, podemos escrever, fazendo f x x e g x ln x 1 , x 1 x 1 x 1 x 1 h( x ) f 1 g 1 g 1 2 2 x 1 x 1 x 1 x 1 1 ln 1 1 2 2 x 1 x 1 x 1 x 1 ln 1 2 2 que é uma função elementar. Outro resultado interessante é o que segue. Proposição (aqui) Se f ( x ) , g( x ) são duas funções elementares, então a função f ( x ), x a h( x ) g( x ), x a é também uma função elementar. Prova A função h( x ) pode definir-se recorrendo à fórmula (verificar) h( x ) f ( x ) x a ( x a ) 2 xa g( x ) x a ( x a ) 2( x a ) . h( x ) é função elementar por ser obtida combinando funções elementares. ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar 40 Matemática I - Gestão Cap1 ESTG/IPB 41 A seguir apresenta-se um tipo de função definida por ramos, que não é elementar. Proposição Se f ( x ) , g( x ) são duas funções elementares e se f ( a ) g( a ) , então a função f x , x a h x g x , x a não é uma função elementar. Prova Como veremos na secção sobre continuidade de funções, a função h( x ) tem uma descontinuidade de 1ª espécie no ponto x a . Nenhuma função elementar principal tem descontinuidades deste tipo; se adicionarmos, subtrairmos, multiplicarmos, dividirmos ou compusermos duas funções que não tenham descontinuidades deste tipo, então a função resultante também não tem. h x não pode ser função elementar. Exemplo 2, x 0 A função h x não é elementar. 3 , x 0 3 2 ESTG/IPB Departamento de Matemática Mário Abrantes http://www.ipb.pt/~mar