A Freire TC & Araújo MLD Artigo de Revisão A utilização da arginina em pacientes com sepse The use of arginine in patients with sepsis Thayana da Conceição Freire1 Maria Lúcia Diniz Araújo2 Unitermos: Sepse. Fatores imunológicos. Arginina. Key words: Sepsis. Immunologic factors. Arginine. Endereço para correspondência: Maria Lúcia Diniz Araújo Rua Ferreira Lops, 401, apt° 1501 – Parnamirim – Recife, PE, Brasil – CEP 52060-200 E-mail: [email protected] Submissão 16/11/2011 Aceito para publicação 28/3/2012 1. 2. Resumo Introdução: A sepse é uma síndrome inflamatória sistêmica grave, de origem infecciosa, em tecidos estéreis, e que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos, devido a sua intensa atividade inflamatória e ativação do complexo de coagulação, manifestando-se em níveis distintos de gravidade. Objetivo: O objetivo deste trabalho é abordar os aspectos clínicos e nutricionais do uso da arginina na sepse através de uma revisão da literatura, descrevendo a síndrome e as características do aminoácido, verificando a prevalência da sepse no mundo e no Brasil e abordando os possíveis benefícios e a quantidade recomendada que beneficie o paciente diagnosticado com a síndrome. Resultados: Apesar dos progressos no diagnóstico e no tratamento, continua sendo uma das grandes causas de morbimortalidade em todo o mundo, cerca de 30-80%. Em 2001, a Conferência Internacional de Definição da Sepse optou em ampliar a lista de sinais e sintomas, determinando o diagnóstico da síndrome em exame clínico. Algumas estratégias terapêuticas primárias são adotadas, mas vê-se a importância da terapia nutricional adequada. A arginina, nutriente imunomodulador, é um aminoácido não essencial ao adulto saudável, mas em algumas condições clínicas é classificada como semi-essencial, pois a sua demanda é ainda maior e sua disponibilidade é reduzida. Atualmente, há discussão se a suplementação de arginina deve ou não ser realizada em casos de sepse grave, já que pode resultar em aumento da produção de óxido nítrico, levando ao dano tecidual, da mesma forma que ainda não há um consenso em relação à quantidade fornecida. Abstract Introduction: The sepsis is a grave systemic inflammatory syndrome, of infectious origin, on sterile tissues, and that may determine dysfunction or failure of one or more organs, due to its intense inflammatory activity and the activation of the coagulatory complex, manifesting itself in distinct levels of gravity. Objective: The objective is to address the clinical and nutritional aspects of the use of arginine in sepsis through a literature review, describing the syndrome and the characteristics of the amino acid, checking the prevalence of sepsis in the world and in Brazil and addressing the potential benefits and the amount recommended that benefits the patient diagnosed with the syndrome. Results: Despite the progress achieved in diagnosis and treatment, it continues to be one of the great causes of morbimortality all over the world, around 30-80%. In 2001, the International Conference for the Definition of sepsis chose to increase the list of signs and symptoms, determining the diagnosis of the syndrome on a clinical exam. Some primary therapeutic strategies are adopted, but the importance of an adequate nutritional therapy is clearly visible. The arginine, an imunomodulator nutrient, is a non-essential amino acid to the healthy adult, but under certain clinical conditions it is classified as semi-essential, for its demand is even greater and its availability is reduced. Currently, there is a discussion if the supplementation of arginine should or not be executed in cases of grave sepsis, since it may result in the increase of the production of nitric oxide, leading the tissue damage, in a similar manner, there isn’t a consensus regarding the quantity supplied. Graduada em nutrição pela Faculdade Maurício de Nassau (FMN), Recife, PE, Brasil. Docente do curso de Nutrição da FMN, mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 36 A utilização da arginina em pacientes com sepse SEPSE INTRODUÇÃO A sepse é uma síndrome inflamatória sistêmica grave, de origem infecciosa, em tecidos estéreis, e que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos, devido a sua intensa atividade inflamatória (na fase aguda principalmente) e ativação do complexo de coagulação. Manifesta-se em níveis distintos de gravidade e, caso o diagnóstico não seja logo determinado, levando a demora do tratamento, pode levar o indivíduo à morte. A sepse não está restrita apenas à síndrome inflamatória sistêmica relacionada à infecção bacteriana, mas àquela resultante de qualquer microrganismo (fungos ou vírus) e/ou suas toxinas4,11-13. Na Grécia Antiga, o termo Pepse era atribuído ao método de fermentação do vinho e ao processo de digestão da comida, indicando vida e boa saúde. O termo Sepse, por sua vez, foi aplicado aos casos onde havia putrefação, associando-se com morte e doença1. Grandes progressos no conhecimento da fisiopatologia da sepse apenas começaram a surgir após a II Guerra Mundial, onde pacientes com infecções graves morriam rapidamente, pois os antibióticos estavam apenas começando a ser usados e aqueles com falência múltipla dos órgãos não podiam ser mantidos vivos. Foi quando Beecher publicou seus estudos a respeito de estados hipovolêmicos, propondo a reposição rápida do volume perdido como terapêutica1, 2. É uma condição aguda ocasionada pela liberação de mediadores inflamatórios associada a um fluxo sanguíneo inadequado nos tecidos e ativação generalizada do endotélio, gerando quebra da homeostase com comprometimento e disfunção de órgãos distantes do foco primário, além da depressão miocárdica, redução do volume intravascular e metabolismo aumentado. É reflexo do grau de estresse orgânico, podendo associar-se a diversas condições clínicas, como: trauma, queimaduras, pancreatite aguda grave (na ausência de uma identificação de origem infecciosa), intervenção cirúrgica, terapia transfusional e infecção4,13. O conhecimento da fisiopatologia continua crescendo, mas ainda com muitas questões em aberto decisórias ao resultado final, pois a gravidade do quadro depende de fatores, como: a virulência do organismo agressor e pontos-chave relacionados ao hospedeiro, dentre os quais idade, influência genética, sítio de infecção e presença de comorbidades3. Apesar dos progressos no diagnóstico e no tratamento, a sepse continua sendo uma das grandes causas de morbimortalidade em todo o mundo, cerca de 30-80%. A sepse é uma causa importante de hospitalização e a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTI)4-6. O termo sepse é empregado quando a resposta sistêmica é clinicamente relevante, mas pode se manifestar por uma variedade de situações, com uma complexidade crescente (Tabela 1). Por essa variedade, os termos foram sendo erroneamente utilizados, concretizando a falta de homogeneidade e dificultando comparações e investigações epidemiológicas. Não é mais considerada uma doença de definição específica, mas um grupo de doenças com base na predisposição do paciente, na gravidade do insulto, na resposta fisiopatológica do hospedeiro e na quantidade de órgãos envolvidos1, 3, 11, 14. Alguns nutrientes imunomoduladores, como os ácidos graxos de cadeia média e curta, nucleotídeos e aminoácidos arginina e glutamina, têm a capacidade de interferir tanto na resposta inflamatória quanto na resposta imune e promover a redução da frequência de infecções e suas complicações, além da diminuição no tempo de internação, que também leva ao decréscimo do número de infecções7, 8. Atualmente, discute-se se a suplementação de arginina deve ou não ser realizada em casos de sepse. De modo geral, os benefícios são encontrados, porém alguns autores já não acreditam nesses efeitos, demonstrando até aumento na taxa de mortalidade quando comparado ao uso de fórmula padrão9,10. EPIDEMIOLOGIA DA SEPSE Apesar dos progressos no diagnóstico e no tratamento, a sepse continua representando um pesado fardo para os sistemas de saúde. A disfunção de múltiplos órgãos contempla parte da responsabilidade da elevada taxa de mortalidade, pois é o resultado dos distúrbios cardiovasculares que comprometem a oferta de oxigênio aos tecidos4- 6. O objetivo deste trabalho é abordar os aspectos clínicos e nutricionais do uso da arginina na sepse através de uma revisão da literatura, descrevendo a síndrome e as características do aminoácido, verificando a prevalência da sepse no mundo e no Brasil e abordando os possíveis benefícios e a quantidade recomendada que beneficie o paciente diagnosticado com a síndrome. Nos Estados Unidos, é a causa de 2 a 11% de todas as admissões hospitalares e, em estudo epidemiológico no país, nos últimos 20 anos, a incidência da sepse aumentou de 82,7 para 240,4 casos para cada 100 mil habitantes, bem como as mortes relacionadas a ela, mesmo havendo redução da taxa de mortalidade geral entre os pacientes com sepse. Estudos feitos na Europa, Austrália e Nova Zelândia relataram que as taxas de prevalência de sepse variavam de 5,1% a 30%3, 6, 11. Dessa maneira, foi realizada uma revisão bibliográfica com ênfase nos últimos anos (no período entre os anos de 1993 e 2010), fundamentado nas fontes de dados LILACS, SciELO, Medline, PubMed, revistas indexadas e sites governamentais, com base nos seguintes descritores: sepse, imunomoduladores e arginina. Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 37 Freire TC & Araújo MLD Bacteremia Sepse Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) Sepse grave Choque séptico Tabela 1 – Complexidade crescente para sepse. Presença de bactérias viáveis na corrente sanguínea. Pode não ter relevância clínica e sua presença não é suficiente para o diagnóstico de sepse Síndrome clínica caracterizada por resposta deletéria do hospedeiro a um processo infeccioso; infecção acompanhada de resposta inflamatória sistêmica, com a presença de dois ou mais de alguns critérios clínicos diagnosticados Reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não-infecciosa, caracterizada pela presença de dois ou mais critérios abaixo: • Temperatura >38°C ou <36°C; • Frequência cardíaca >90 bpm (desde que o paciente não esteja em uso de drogas cronotrópicas negativas); • Frequência respiratória >20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg; • Leucócitos >12.000/mm3 ou <4.000/mm3 ou >10% de bastonetes Sepse associada à disfunção de um ou mais órgãos (SNC, renal, pulmonar, hepático, cardíaco, coagulopatia, acidose metabólica) Sepse com hipotensão arterial, mesmo após adequada reposição volêmica, associado com redução da perfusão, acidose lática, oligúria e alteração do estado mental Adaptado de: Levy MM, Fink MP, Marshall JC, Abraham E, Angus D, Cook D, et al. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Crit Care Med. 2003;31(4):1250-615. irpm: incursões respiratórias por minuto; bpm: batimentos por minuto; SNC: sistema nervoso central; PaCO2: pressão parcial de oxigênio arterial SINAIS E SINTOMAS DA SEPSE No Brasil, as diferenças regionais foram relevantes para a taxa de mortalidade, justificadas pela diversidade populacional, bem como pelas diferenças no acesso à saúde. O Estudo Brasileiro de Epidemiologia da Sepse (estudo BASES – Brazilian Sepsis Epidemiological Study) realizado em cinco UTIs no sul e sudeste do Brasil com pacientes de doenças distintas encontrou taxas de mortalidade que variaram entre 11% e 52,2%, em pacientes com SIRS, sepse, sepse grave e choque séptico. Em termos gerais, a mortalidade teve maior relação com o evento infeccioso do que com a doença primária. Outro estudo brasileiro analisou dados de 75 UTIs em regiões diferentes e encontrou taxas de mortalidade de 16,7% para sepse, 34% para sepse grave e 65,3% para choque séptico3, 6. A sepse foi definida em 1991 pelo American College of Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine Consensus Conference Committee como um conjunto de pelo menos duas das seguintes manifestações, na presença de infecção: febre ou hipotermia (temperatura corpórea >38°C ou < 36°C, respectivamente); taquicardia (frequência cardíaca >90 batimentos por minuto); taquipneia (frequência respiratória >20 movimentos por minuto) ou hiperventilação (pCO2 <32 torr); leucocitose ou leucopenia (contagem de leucócitos >12.000/mm3 ou <4.000 mm3 de sangue, respectivamente) ou presença de mais de 10% de bastonetes. Essa definição extinguiu de uma vez o termo abrangente de septicemia13, 18, 19. A expansão dos dados do estudo BASES para outras regiões brasileiras seria de relevante importância para estimar com mais precisão a real incidência de sepse e a morbimortalidade nas UTIs brasileiras. Tais definições levaram os pesquisadores a seguirem uma mesma linha de raciocínio, podendo realizar comparações entre seus estudos. Porém, esses critérios apresentaram pouca especificidade para um diagnóstico mais preciso. Foi quando a Conferência Internacional de Definição da Sepse, em 2001, contando com a experiência de pesquisadores de várias partes do mundo, optou em ampliar a lista de sinais e sintomas da sepse, como descrito na Tabela 2, determinando o diagnóstico da síndrome em exame clínico baseando-se em tais alterações11, 13. Koury et al.16, em estudo prospectivo, observacional e com amostragem não-aleatória formado por 199 pacientes da UTI de um hospital particular do Recife, classificados com sepse (1%), sepse grave (74,9%) e choque séptico (24,1%), identificaram taxa de mortalidade de 36,3% para sepse grave e 63,8% para choque séptico, constatando associação entre a gravidade da sepse e o risco de morte16. A resposta metabólica do organismo à sepse é muito semelhante à resposta de uma grande cirurgia ou trauma: aumento do gasto energético, catabolismo protéico e oxidação dos lipídeos armazenados juntamente com alterações significativas na capacidade do corpo para metabolizar carboidratos. Tudo isso desencadeia uma resposta endocrinometabólica intensa, na qual as repercussões podem ser desastrosas, a depender da intensidade da resposta14,19,20. A maior incidência de sepse deve-se ao envelhecimento da população, a procedimentos mais invasivos, ao uso de fármacos imunossupressores e a maior prevalência de infecção por síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Já Angus et al.17 afirmam em seu estudo que os gastos maiores com sepse foram em lactentes, nos não sobreviventes, nos pacientes de UTI, pacientes cirúrgicos e com falência de mais de um órgão6, 11, 17. Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 38 A utilização da arginina em pacientes com sepse TRATAMENTO DA SEPSE por via sistêmica. Para fins terapêuticos em hospitais, pode ser prescrita na forma de peptídeos, tripeptídeos ou ionizada21. Apesar das grandes iniciativas quanto a investigações e diagnósticos precoces da sepse, a abordagem inicial continua sendo o suporte clínico ao paciente. Caso nenhum outro relevante evento não infeccioso seja detectado na suspeita de SRIS, a conduta é orientada para sepse e outras medidas são tomadas de acordo com a gravidade da apresentação do quadro11. Embora seja considerado um aminoácido não essencial ao adulto saudável, havendo um equilíbrio no catabolismo e anabolismo, a arginina tem importante participação durante as fases de crescimento (gestação, infância e adolescência), agindo por meio do ganho de massa muscular; no trauma (ganho de peso póstrauma, com melhora da cicatrização de feridas pelo aumento na produção de colágeno e aumento na resistência cicatricial); síntese de poliaminas (cátions de baixo peso molecular importantes no crescimento celular) via ornitina; no sistema endócrino (aumenta a liberação de GH, insulina e glucagon); no aumento da síntese protéica; biossíntese de outros aminoácidos; ciclo da ureia (desintoxicação da amônia) e na produção de óxido nítrico (NO). Além desses papeis, atua em situações clínicas especiais (septicemia, trauma ou câncer), sendo, então, classificada como aminoácido semi-essencial, pois a demanda de arginina nesses casos é ainda maior e sua disponibilidade é reduzida, devido à sua redução na ingestão alimentar, diminuição da síntese endógena da arginina, e aumento da sua utilização pelo organismo, principalmente para a produção de NO7,10,22,23. Algumas estratégias primárias são adotadas, como a reperfusão tecidual e controle do foco infeccioso de forma precoce, auxiliando na redução da mortalidade, apesar de na maioria dos casos ocorrer um atraso na determinação do diagnóstico da sepse, o que levaria a progressão de múltiplas disfunções orgânicas e grave prognóstico do paciente13. A terapia nutricional adequada durante a sepse e infecções graves é fundamental, pois desempenha um papel importante na modulação da resposta inflamatória, manutenção da função imunológica, anulação do catabolismo muscular, cicatrização de feridas e manutenção da função da barreira mucosa14. Inúmeros avanços no entendimento da fisiopatologia estão sendo determinados, aliados ao crescente potencial benéfico de inúmeras alternativas terapêuticas como tratamento11. A deficiência de arginina pode levar a sintomas como astenia (sensação de fadiga e debilidade generalizada, semelhantes à distrofia muscular) e diminuição da produção de insulina, alterando o metabolismo da glicose e do lipídeo hepáticos. Por outro lado, sua toxicidade resulta em diarreia, dores estomacais e de cabeça, num nível de 50 a 500 vezes a faixa de dose terapêutica, variando de acordo com o peso do indivíduo e o grau de estresse orgânico21. ARGININA: NUTRIENTE IMUNOMODULADOR A arginina, ou o ácido (L)-2-amino-5-guanidinovalérico, é um sólido de aspecto cristalino e branco, praticamente sem odor, de alto ponto de fusão, solúvel em água e sensível à luz (Figura 1). É mais bem metabolizada na forma hidrolisada por não necessitar de digestão, sendo absorvida diretamente Variáveis inflamatórias Variáveis hemodinâmicas Variáveis de disfunção de órgãos Variáveis de perfusão tecidual Tabela 2 - Critérios para diagnóstico da sepse. *Leucocitose (contagem leucócitos totais >12.000/mm3 de sangue) *Leucopenia (contagem leucócitos totais <4.000/mm3 de sangue) *Contagem de leucócitos totais normal com > 10% de formas imaturas Proteína C- reativa no plasma > 2 DP acima do valor normal Procalcitonina plasmática > 2 DP acima do valor normal Hipotensão arterial (PAS < 90 mmHg, PAM < 70 mmHg, ou redução da PAS > 40 mmHg em adolescentes, ou PAs / PAM < 2 DP abaixo do normal para idade) Saturação de oxigênio venoso misto > 70% (não válido para crianças) Índice cardíaco > 3,5 l/min (não válido para crianças) Hipoxemia arterial (PaO2 / FiO2 < 300) Oligúria aguda (diurese < 0,5 ml/kg/h) Creatinina > 0,5 mg/dl Alterações de coagulação (INR > 1,5 ou KTTP > 60 s) Íleo paralítico (ausência de ruídos hidroaéreos) Trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000 /mm3 de sangue) Hiperbilirrubinemia (Bilirrubina total > 4 mg/dl) Hiperlactatemia (> 1 mmol/l); Enchimento capilar reduzido ou moteamento Adaptado de: Levy MM, Fink MP, Marshall JC, Abraham E, Angus D, Cook D, et al. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Crit Care Med. 2003;31(4):1250-615. DP: desvio padrão, PAs: pressão arterial sistólica, PAM: pressão arterial média, PaO2: pressão parcial de oxigênio arterial, FiO2: fração inspirada de oxigênio, INR – International Normalized Ratio, KTTP: tempo de tromboplastina parcial. * Critérios mantidos do American College of Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine Consensus Conference Committee, 1991. Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 39 Freire TC & Araújo MLD glândulas endócrinas. É importante secretagogo do hormônio do crescimento, prolactina e insulina. Estimula a liberação de glucagon, polipeptídeo pancreático e catecolaminas adrenais, além de atuar estimulando o metabolismo do nitrogênio e efeitos benéficos na cicatrização, no mecanismo das defesas anti-tumor e no metabolismo e crescimento tumoral. É descrita como estimuladora do hormônio do crescimento hipofisário, e tem sido relacionada ao aumento da atividade das células Natural killler e células T-helper e ao estímulo da produção das citocinas: interleucina-1 (IL-1), interleucina-2 (IL-2), receptor IL-2, interleucina-6 (IL-6), e o fator alfa de necrose tumoral (TNFalfa), que são importantes mediadores na gênese da caquexia. Também vem demonstrando melhora na condição clínica dos portadores do Mal de Alzheimer, a partir do aumento dos níveis de poliamina, fundamental na proliferação celular7, 9, 21. Figura 1 - Fórmula química da arginina. METABOLISMO DA ARGININA O aminoácido arginina é bem absorvido no trato gastrointestinal, produzindo níveis plasmáticos máximos em aproximadamente 2 horas após administração oral. Em uma alimentação equilibrada, a arginina não é requerida para manutenção do balanço nitrogenado, pelo fato da dieta oferecer a quantidade necessária, mas durante períodos críticos, ocorre uma síntese endógena a partir da citrulina, outro aminoácido resultado do metabolismo da glutamina no intestino, que é suficiente para a demanda corporal. A dieta ocidental contém, aproximadamente, 5 gramas/dia de arginina, que provém principalmente do chocolate, germe de trigo, granola, derivados do leite (queijo cottage, ricota, iogurte), castanhas (coco, nozes, amêndoas, amendoim), sementes (abóbora, girassol), carnes (frango, boi, porco e peru), frutos do mar (lagosta, salmão, camarão, atum), soja cozida e da síntese endógena da arginina pelos rins, a partir da citrulina; não havendo, por isso, a necessidade de suplementação em casos de homeostase7,21. A arginina é precursora de nitritos, nitratos e NO. O NO é produzido no interior das células, através da reação entre L-arginina e oxigênio, utilizando como catalizador a NO sintetase. No sistema imune, é responsável pela citotoxidade dos macrófagos ativados e pela inibição da agregação dos neutrófilos. Além disso, é um importante vasodilatador e agente oxidativo, danoso às células, devendo ter cuidado com a suplementação em cardiopatas8,22. O NO está envolvido em vários fenômenos fisiológicos e fisiopatológicos, incluindo a regulação da pressão arterial, a neurotransmissão (função vital na dilatação e constrição de pequenos vasos sanguíneos no cérebro), a síntese de proteínas hepáticas, o transporte de elétrons na mitocôndria, a redução do crescimento bacteriano e tumoral (por mediação da enzima óxido nítrico sintetase), a imunidade mediada por células, a hipotensão arterial induzida por septicemia e de algumas doenças neuro-degenerativas, além de ter importante participação na redução da imunossupressão induzida-por-tumor. Também aumenta os níveis de citrulina, que pode ser convertida para ornitina por fibroblastos, a qual é usada para formação da prolina e para síntese de colágeno; e também pode ser convertida para arginina. Assim, níveis adequados de citrulina podem acelerar os estágios de cicatrização. O NO promove a retenção nitrogenada e participa nos metabolismos do nitrogênio e da creatina e na síntese de poliaminas, processos importantes na transcrição do DNA e transdução do RNA7,21. Em casos de solicitação metabólica continuada da arginina, existe uma neo-síntese nos túbulos proximais renais a partir da citrulina. Proteínas ingeridas são degradadas até a arginina, que pode ser diretamente absorvida e utilizada no ciclo da ureia no tecido hepático, ou transformadas no epitélio intestinal em ornitina que, juntamente com a glutamina secretada como glutamato, são convertidas em citrulina. A citrulina absorvida se transforma em arginina no ciclo renal. A citrulina também pode ser convertida diretamente em arginina no citoplasma das células endoteliais e dos macrófagos. A arginina é absorvida diretamente ou pode ser transformada em ornitina e citrulina. A arginina absorvida diretamente vai para o ciclo da ureia. A citrulina é transportada para os rins, onde é substrato da neo-síntese de arginina. Em algumas células, como os macrófagos, há a transformação da citrulina em arginina. O rim apresenta grande concentração da enzima arginina sintase, enquanto que no fígado há muita arginase, resultando na formação de ureia e ornitina7, 23. ARGININA: INDICADA OU CONTRAINDICADA NO TRATAMENTO DA SEPSE? Atualmente há uma discussão se a suplementação de arginina deve ou não ser realizada em casos de sepse grave, já que pode resultar em aumento da produção de NO, levando ao dano tecidual. Nas situações de inflamação moderada, a suplementação tem sido indicada10. A quantidade recomendada diverge bastante entre os autores. McCowen & Bistrian24 referem 17g de arginina por dia ou 2-4% do valor calórico total (VCT). Kreymann et al.25 recomendam doses acima de 12g por dia (0,3 a MECANISMO DE AÇÃO DA ARGININA A arginina tem múltipla e potente atividade secretagoga (capacidade de aumentar o volume de secreção) sobre várias Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 40 A utilização da arginina em pacientes com sepse confiança = 0,1, 5,1; p = 0,04), e a permanência hospitalar (2,9 dias, intervalo de confiança = 1,4, 4,4; p = 0,0002) em relação a dieta enteral padrão, porém não alterou a mortalidade, provavelmente devido à inclusão de populações muito diferentes nos estudos31. 0,5 g/kg/dia) ou de 4% a 6% do VCT. Heyland et al.26 defendem uma dose diária de 2% do VCT, cerca de 30 g/dia para um adulto de 70 kg. Já para doses acima de 4% do VCT, afirmam que levam a perda dos efeitos benéficos (imunológicos, retenção nitrogenada, dentre outros), aumentando a mortalidade na sepse. Mas até o ano de 2004, o National Research Council’s Food and Nutrition Board ainda não havia estabelecido a recomendação diária ou o Requerimento Mínimo Diário (RDA – Recommended Dietary Allowance) de arginina, pois há necessidades diferentes de doses suplementadas entre os indivíduos, afetadas pelo tipo de dieta, sexo e ambiente8, 21. Heyland & Samis32, na discussão de três estudos envolvendo subgrupos de pacientes doentes críticos que aparentemente pioraram com o uso de dietas imunomoduladoras suplementadas com arginina, afirmam que esse nutriente seja responsável pelos danos, capaz de promover um aumento na produção de NO através do aumento na produção de óxido nítrico sintetase podendo ter um efeito adverso nos pacientes doentes críticos. Por estimulação de um desequilíbrio na liberação de NO, a arginina pode intensificar a inflamação sistêmica nos pacientes sépticos e em outros grupos de pacientes onde a óxido nítrico sintetase está acima do normal32. Lorente et al.27 avaliaram os benefícios da suplementação da arginina isolada em sete pacientes com sepse, recebendo administração endovenosa de arginina isolada, numa dose de 200 mg/kg/dia. Foi observada ação benéfica sistêmica, com vasodilatação pulmonar com consequente aumento no consumo de oxigênio e rendimento cardíaco28. Bertolini et al.33, em análise íntegra de 39 pacientes com septicemia, de um subgrupo analisado de um grande estudo em 237 pacientes, que fizeram uso de uma dieta imunomoduladora específica (IED), suplementada com arginina e ω-3, de forma precoce, observaram que a mortalidade em UTI foi significativamente maior no grupo que fez uso de IED (44,4% x 23,8%; p = 0,179). Devido ao excesso de mortalidade nesse grupo, o recrutamento de pacientes com sepse foi prematuramente suspenso33. No entanto, a suplementação de arginina isolada não é comum na prática clínica, sendo mais ofertada em combinação com outros nutrientes na configuração de fórmula imunomoduladora. Galbán et al.29, em estudo clínico, prospectivo, randomizado e multicêntrico, utilizaram 181 pacientes com sepse admitidos em UTIs de seis hospitais espanhóis, ofertando nutrição enteral imunomoduladora precoce (iniciada 36 horas após o diagnóstico de sepse) enriquecida com arginina, RNA (ácido ribonucléico) e ácido graxo ω-3 para 89 pacientes, e formaram o grupo controle com os 87 restantes. Os autores observaram redução na mortalidade no grupo com dieta enteral imunomoduladora (19%) em relação ao grupo controle (32%) (p < 0,05), redução no número de pacientes com bactericemia (7,8% contra 21,8%; p = 0,01) e redução do número de pacientes que apresentaram mais de uma infecção nosocomial (5,6% contra 19,5%; p = 0,01)28. Em pacientes com sepse, o uso de pacotes imunomoduladores com arginina pode ser benéfico, contando com poucos estudos a esse respeito. Mas há outros estudos que continuam a apontar os riscos da suplementação desse aminoácido e recomendam com critério o seu uso até que estejam disponíveis maiores esclarecimentos28. Alguns autores afirmam observar benefícios da suplementação da arginina em pacientes cirúrgicos, com redução na taxa de mortalidade e rápida cicatrização das feridas. Porém, quando é analisada uma população específica de pacientes com sepse, há o aumento da mortalidade, comparados ao grupo que fez uso de fórmulas padrão. Explica-se pelo fato da arginina aumentar a liberação de citocinas pró-inflamatórias e NO, com aumento da resposta inflamatória, resultando em hipotensão temporária, aumento do débito cardíaco, diminuição na resistência vascular e pulmonar sistêmica e, além disso, maior custo. Devido a esse risco potencial, seu uso não é recomendado nesses pacientes9, 26. Em contrapartida, Heyland et al.26, em metanálise de 22 estudos randomizados, incluindo 2.419 pacientes críticos ou submetidos a cirurgias eletivas, observaram que a nutrição enteral contendo arginina, glutamina, nucleotídeos e ácidos graxos ω-3, em relação à dieta padrão, diminuiu a infecção bacteriana (risco relativo = 0,66; intervalo de confiança = 0,54, 0,80), mas não alterou a mortalidade desses pacientes. Os autores sugerem que os resultados na evolução de doentes que sofreram cirurgia eletiva não devem ser analisados juntamente com os de pacientes críticos, porque o efeito do tratamento com dieta imunomoduladora varia de acordo com a população de pacientes, a intervenção e a qualidade da metodologia do estudo30. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar dos grandes avanços tecnológicos na área da saúde, nos cuidados com os pacientes, principalmente os graves em cuidados intensivos, e do vasto saber sobre as diferentes doenças que acometem esses pacientes, os dados epidemiológicos mostraram a alta incidência da morbimortalidade daqueles que são diagnosticados com sepse ou alguma de suas derivações (SRIS, sepse grave ou choque séptico). Resultados semelhantes foram encontrados por Beale et al.30, na qual foram inclusos 12 estudos randomizados e controlados, que contaram com a participação de 1482 pacientes críticos. A dieta enteral imunomoduladora reduziu o índice de infecções (risco relativo = 0,67, intervalo de confiança = 0,50, 0,89; p = 0,006), o tempo de ventilação mecânica (2,6 dias, intervalo de Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42 41 Freire TC & Araújo MLD 13. Westphal GA, Feijó J, Andrade PS, Trindade L, Suchard C, Monteiro MAG, et al. 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Algumas estratégias primárias são tomadas, mas vê-se na terapia nutricional adequada uma estratégia importante. O uso de fórmulas imunomoduladoras, com componentes isolados ou em combinação, é elevado. No entanto, alguns nutrientes levam a muitas discussões quanto ao seu uso e à quantidade usada. A arginina é um deles, vastamente encontrado nos alimentos e sintetizado endogenamente. Mas quando o paciente encontra-se grave, com o diagnóstico de sepse, diminuição da ingestão alimentar e a produção endógena insuficiente para atender à grande demanda em resposta ao estresse, inicia-se a grande dúvida quanto a sua suplementação. Há grupos que defendem seu potente poder tóxico, enquanto que outros afirmam que o aminoácido é deficiente na sepse e deve ser suplementado. Seu uso rotineiro e indiscriminado deve ser visto com cautela, pela falta de estudos adequados. Todas as fontes coletadas para a confecção dessa revisão literária concluíram que são necessários mais estudos para uma conclusão mais sólida. REFERÊNCIAS 1. Salles MJ, Sprovieri SR, Bedrikow R, Pereira AC, Cardenuto SL, Azevedo PR, et al. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica/ sepse: revisão e estudo da terminologia e fisiopatologia. Rev Assoc Med Bras. 1999;45(1):86-92. 2. Brito MVH, Nigro AJT, Montero EFS, Nascimento JLM, Silva PRF, Siqueira RBP. Viabilidade celular da mucosa do intestino delgado de ratos, após correção de choque hipovolêmico com solução de NaCl 7,5%. Acta Cir Bras. 2003;18(4):326-31. 3. Castro EO, Figueiredo MR, Bortolotto L, Zugaib M. Sepse e choque séptico na gestação: manejo clínico. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(12):631-8. 4. Friedman G, Soriano FG, Rios ECS. Reposição de volume na sepse com solução salina hipertônica. Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):267-77. 5. Sales Júnior JAL, David CM, Hatum R, Souza PCSP, Japiassú A, Pinheiro CTS, et al. 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