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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR
SOBRE A PRÁTICA DA AVALIAÇÃO
Vera Lúcia Martins Gramville1
Rozane Marcelino de Barros2
Resumo:
O presente Artigo é uma descrição reflexiva que produziu resultados e provocou
mudanças e aprendizagens e é também uma forma de avaliação e um indicativo das
necessidades da escola onde atuo. As referidas reflexões têm como embasamento
teórico os autores do material de apoio das salas ambiente do curso em andamento:
Both (2011), Bruel (2010),Lück (2008 e 2009), Oliveira (2011) e outros. Algumas
ações foram desenvolvidas e partilhadas entre o diretor e o coletivo da escola desde
a proposição, a elaboração e o desenvolvimento. Assim é possível criar formas e
modos de concretizar os princípios da Gestão Democrática como práxis criadora no
qual pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo. O alvo de
intervenção e reflexão é a implementação do Conselho de Classe, tendo como
objetivo uma avaliação mais completa do educando e do próprio trabalho docente,
oportunizando espaço de reflexão sobre ações educacionais e análise da prática
pedagógica favorecendo mudanças para estratégias mais adequadas ao processo
ensino aprendizagem. Este trabalho apresenta uma abordagem qualitativa, onde os
dados foram coletados, descritos e interpretados.
Palavras-chave: Avaliação; Gestão Democrática; Conselho de Classe.
1
Aluna do Curso de pós-graduação FACINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de
Curso, no Curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba. FACINTER, 1-2010
2
Professora Orientadora. Rozane Marcelino de Barros, Pedagoga (Universidade Tuiuti do Paraná –
Curitiba-PR), Especialista em Educação Infantil (FACINTER - Curitiba-PR) e orientadora de TCC do
Grupo UNINTER.
..obs: artigo cedido pela autora para publicação no website da Somática Educar
1
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho pretende refletir sobre o Projeto Político Pedagógico
porque é o documento que norteia em todos os âmbitos a ação educativa da escola,
onde é preciso criar estratégias para garantir o alcance dos objetivos educacionais,
pois é através da participação que se constrói a autonomia. O contexto escolar em
que ocorreu a intervenção foi em uma instituição pública de ensino da rede
municipal de Ijuí/RS que atende as etapas da Educação Básica: Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
O alvo de intervenção foi a implementação do Conselho de Classe na
instituição de ensino. Fez-se necessário abordar o ensino e a avaliação como
componentes educacionais que conseguem facilitar a aprendizagem quando
ensejados em atuação cooperativa e interativa. Considerando que o ensino, a
aprendizagem e a avaliação dependem de ações conjuntas para melhoria do
desempenho educacional, temos como eixo reflexivo o Conselho de Classe
enquanto espaço legitimador de discussão e participação, sendo este um órgão
colegiado de gestão que efetiva o trabalho coletivo onde seu resultado será melhor
quanto maior for a integração de seus membros.
As referidas reflexões têm como embasamento teórico os autores do material
de apoio das salas ambiente do curso em andamento. Alguns autores que também
contribuíram nas análises que constam neste documento, Both (2011), Bruel (2010),
Lück (2009) e Oliveira (2011).
A prática do trabalho pedagógico no dia-a-dia da escola, gera análise, crítica,
debates, convicções, incertezas. Todos esses fatores são fundamentais para
formação de bons profissionais, pois contribuem no sentido de fortalecer ações que
consolidem a qualidade da educação, garantindo direitos à aprendizagem nos
princípios da educação inclusiva, na perspectiva da gestão democrática.
Dessa forma a metodologia do presente trabalho que já possui uma
caminhada na instituição de ensino, tem como objetivo, analisar, avaliar, observar
potencialidades, limitações ou distorções e verificar implicações em relação ao
processo de avaliação. É uma explicação da ação desenvolvida no método do
trabalho da pesquisa que busca fundamentar a relação do embasamento teórico
com a prática educativa da escola.
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A avaliação é um processo que não se limita a julgar sucessos ou fracassos
dos, sujeitos, mas é compreendida como um conjunto de ações que têm a função
de orientar a intervenção pedagógica, com objetivo de facilitar a aprendizagem em
prol de um bom desempenho do ser humano. Acontece de forma sistemática e
constante, por meio da interpretação qualitativa no decorrer do desempenho na
construção do conhecimento. Oportuniza ao docente a possibilidade de conhecer o
nível em que o educando se encontra, em relação à expectativa de aprendizagem,
em função da intervenção pedagógica realizada.
Este trabalho tem como objetivo refletir e implementar o Conselho de Classe
na Educação Infantil, viabilizando uma escola que promova processos educativos
inclusivos, flexíveis e significativos num contexto amplo e articulado, como
mecanismo de participação na Gestão e no processo de ensino-aprendizagem
desenvolvido na instituição.
Para isso a função do Gestor é essencial para
realização deste trabalho na instituição, de maneira que atenda a demanda,
articulando a escola para promover um ensino de qualidade de acordo com
propostas e concepções que desenvolvam integralmente cada sujeito. Em relação a
este assunto é pertinente mencionar que uma das metas, é articular um processo de
mudança nas unidades escolares com envolvimento dos segmentos da comunidade
que buscam se adequar aos novos padrões de nossa sociedade, através da Gestão
Participativa.
Gestão democrática: Conselho de Classe
Considerando leituras sugeridas pelas Salas Ambiente do curso de
Especialização em Educação Infantil, na perspectiva da gestão democrática e da
efetivação do direito à educação escolar com qualidade social, busca-se neste
momento a fundamentação teórica como base de sustentação da pesquisa
apresentada neste trabalho, servindo como ponto de partida para que, como
pesquisadora, possa embasar o trabalho a partir da relação de ideias com o tema
pesquisado. Nesse sentido é necessária a utilização de teóricos para fundamentar
ideias e concepções na busca do conhecimento, na abrangência da abordagem
deste assunto.
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Na relação com o outro a criança aprende a interpretar o mundo físico, social
e cultural no qual está inserida. Esta condição atribui a Escola de Educação Infantil
uma grande responsabilidade que requer ações qualificadas e comprometidas com o
cuidar e educar nesta etapa da vida da criança.
Dessa forma é preciso pensar em estratégias para garantir a participação,
onde os sujeitos, ao se envolverem neste processo aprendem e ensinam com base
em suas experiências e visões de mundo, viabilizando uma escola que promova
processos inclusivos, flexíveis e significativos. Para garantir a efetivação do
processo de participação faz-se necessário uma gestão compartilhada que depende
da ação conjunta de todos os envolvidos na comunidade escolar.
No processo de gestão democrática percebe-se a necessidade de repensar a
educação escolar no Brasil em relação à sua função e seu significado para a
sociedade, atribuindo um novo sentido à escola pública brasileira, pois, conforme a
LDB 9394/96, a Gestão Democrática da educação que é tratada na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional como:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes (BRASIL, LDBEN, 1996).
Nesse sentido a participação é fundamental, pois é atitude que expressa
compromisso e mobilização. Em todo esse processo o Projeto Pedagógico é o ponto
inicial para uma gestão escolar efetiva, pois é esse documento que expressa as
informações sobre a identidade, as intencionalidades educativas e as estratégias
para promover o alcance dos objetivos definidos:
O ato de planejar é inerente à vida das pessoas e, no que concerne a área
educacional, uma atividade intrínseca. O planejamento dialógico, consciente
e participativo torna-se fundamental para se construir um projeto de
educação que vise à formação de sujeitos críticos, criativos, reflexivos e
solidários e, mais ainda, para a construção de uma escola democrática. É
um instrumento que possibilita a participação ativa de todas as pessoas
envolvidas no processo educacional. (LIMA, 2007, p. 91)
É pertinente refletir sobre gestão compartilhada e gestão participativa que são
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termos que, embora não se restrinjam ao campo educacional, fazem parte de luta de
educadores e movimentos sociais organizados em defesa de um projeto de
educação pública de qualidade social e democrática. O princípio de gestão foi
aprovado na Constituição Federal no art. 206, onde a gestão de sistema educacional
implica no ordenamento normativo e jurídico e a vinculação de instituições sociais
por meio de diretrizes comuns:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino (BRASIL, Constituição, 1988).
A gestão é uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública
quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais,
artísticos e pedagógicos com a finalidade de dar transparência às suas ações e atos
e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, saberes,
ideias e sonhos, num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir,
transformar e ensinar. Essa nova forma de administrar a educação constitui-se num
fazer coletivo, permanentemente em processo. Processo que é mudança contínua e
continuada, mudança que está baseada nos paradigmas emergentes da nova
sociedade do conhecimento, os quais, por sua vez, fundamentam a concepção de
qualidade na educação e definem também a finalidade da escola. A gestão
democrática implica um processo de participação coletiva.
Dessa
forma
as
referidas
reflexões
devem
ser
compreendidas
e
desenvolvidas como ações conjuntas e partilhadas entre o diretor e o coletivo da
escola e se fundamentamnos pressupostos da pesquisa. Nesse sentido a gestão
educacional constitui uma dimensão que objetiva promover a organização, a
mobilização e a articulação para garantir o avanço dos processos educacionais.
Implica um repensar constante. Implica: “criar estratégias para garantir a
participação e a decisão na gestão dos espaços, dos equipamentos e dos processos
relativos ao convívio social...” (OLIVEIRA, 2011, p.57). Portanto, o Projeto Político
Pedagógico deve ser organizado coletivamente nos paradigmas da gestão
democrática e precisa tratar de questões como: função social da escola, concepções
de educação, currículo, avaliação, infância, desafios e demandas da comunidade,
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definição de objetivos, metas.
Como o próprio nome afirma, trata-se de um projeto, pois por meio de
estratégias de planejamento ele detecta desafios e organiza as
intencionalidades e potencialidades com vistas ao alcance de objetivos.
Étambém político, porque expressa o compromisso com a transformação
social. É pedagógico, porque tem como meio os processos de ensino e de
aprendizagem. (OLIVEIRA, 2011, p.59).
A atividade de gestão é considerada como atividade de mediação que, nesta
busca de mudança exige esforço contínuo, solidário e paciente a partir de ações no
cotidiano escolar. Nesse sentido é preciso pensar em estratégias para envolver toda
a comunidade escolar numa participação efetiva no compromisso com a educação
na escola.
Considerando todos esses aspectos e refletindo sobre a realidade da escola,
é possível afirmar que o trabalho do diretor é pleno de encontros, desencontros,
conflitos, desafios e realizações pensando na mediação para aprimorar relações
interpessoais, procurando criar um ambiente favorável ao trabalho coletivo. Acredito
que para construir uma escola democrática, interativa, aberta, dinâmica e
acolhedora é necessário o envolvimento político de todos os envolvidos no processo
educativo. A construção da participação é lenta e demanda tempo e trabalho. Para
construção de uma escola democrática é necessário a participação política, social e
cultural. Portanto, o projeto de administração escolar, além da participação, deverá
privilegiar a autonomia e a divisão de responsabilidades na escola.
É preciso pensar a educação com base nas mudanças históricas e na
mudança da escola para contextualizar os desafios que se apresentam na
administração, recursos humanos, currículo. Nesse sentido as relações mudam,
algumas pelas conquistas no campo da legislação e outras pelo conhecimento a que
temos acesso e que influenciam no modo de pensar e agir.
Enfim, é necessária avaliação constante para construir argumentos que
garantam uma discussão séria sobre a qualidade da educação. Portanto, é
fundamental a materialização de políticas públicas educacionais democratizantes
que busquem a emancipação dos sujeitos. Destaca-se a importância da
compreensão de que o mundo é produzido historicamente pelos homens na relação
em que estabelecem entre si e, por isso mesmo pode ser transformado e repensado.
Cabe ressaltar que a expressão:
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“educação infantil” foi consagrada na legislação de ensino apenas com a
aprovação da LDBEN nº 9.394/1996. Até o início deste século, a maior parte
das instituições de atendimento à infância permanecia vinculada aos órgãos
de assistência social, nas diferentes esferas do poder público (BRUEL,
2010, p.129).
As crianças ao brincarem, estabelecem relações entre suas vivências
individuais e familiares, sua imaginação e as situações nos novos contextos em que
se vêem inseridas. A partir destas inter-relações e da sua interação aos grupos a
que pertence, vão percebendo num espaço-tempo e, dessa forma, pela linguagem
vão conquistando autonomia, desenvolvendo maior consciência de si, do outro,
como também novas habilidades e capacidades e, assim constroem conceitos
essenciais para sua formação.
O desenvolvimento do trabalho pedagógico no dia-a-dia da escola gera
reflexões, questionamentos, discussões, certezas, incertezas.Todos esses fatores
são fundamentais para formação de bons profissionais, pois contribuem no sentido
de fortalecer ações que consolidem a qualidade da educação, garantindo direitos à
aprendizagem nos princípios da educação inclusiva, na perspectiva da gestão
democrática. Dessa forma a metodologia do presente trabalho, tem como objetivo,
analisar, avaliar, observar potencialidades, limitações, distorções e implicações no
processo de avaliação.
Este trabalho tem como objetivo refletir e implementar o Conselho de Classe
na Educação Infantil, viabilizando uma escola que promova processos educativos
inclusivos, flexíveis e significativos num contexto amplo e articulado, como
mecanismo de participação na Gestão e no processo de ensino-aprendizagem
desenvolvido na instituição.
Para tanto o papel do Gestor é fundamental para
desempenhar esse trabalho de maneira que atenda as demandas sociais, articule a
Escola para promover um ensino de qualidade sistematizando propostas alinhadas a
concepções contemporâneas que desenvolvam integralmente cada indivíduo. Nesse
desafio é necessário gerar um processo de mudança nas organizações escolares
que buscam se adequar aos novos padrões da sociedade atual, por meio da
inovação e da prática da Gestão Participativa.
No primeiro momento a proposta de trabalho teve como foco o Projeto Político
Pedagógico, no qual todos os segmentos da comunidade escolarestão envolvidos e
são desafiados a refletir sobre objetivos, metas, ações, propostas na instituição. No
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segundo momento, em conversas com o grupo de profissionais da Escola ficou
evidente o desejo de implementar e efetivar o Conselho de Classe que existe
apenas teoricamente no Regimento Escolar e na Proposta Político Pedagógica a fim
de qualificar o processo de avaliação:
Art. 61. O Conselho de Classe está previsto em calendário escolar e abrange os
profissionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental da Escola. O período de
realização do Conselho de Classe é anterior à entrega dos Relatórios de
Aprendizagem da Educação Infantil e Ensino Fundamental (REGIMENTO
ESCOLAR, 2012, p.21).
No cotidiano, os sujeitos estão constantemente avaliando e sendo avaliados
por aqueles que com eles estabelecem processos de interação, mesmo que muitas
vezes essa ação não seja percebida conscientemente. Na escola, a prática
pedagógica imbuída de concepções, representações de sentidos, ou seja, repleta de
ações que fazem parte de nossa cultura, de nossas crenças, expressa um “certo
modo” de ver o mundo. Esse modo de ver o mundo, que está imbricado na ação do
professor, traz para nossas ações reflexos de nossa cultura e de nossas práticas
vividas, que ainda estão muito impregnados pela lógica da classificação e da
seleção, no que tange à avaliação escolar.
A avaliação não se restringe ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do
educando, mas é compreendida como um conjunto de atuações que tem a função
de alimentar, sustentar e orientar a prática pedagógica. Acontece contínua e
sistematicamente, por meio da interpretação qualitativa do conhecimento construído
pelo educando. Propicia ao educador a possibilidade de saber o quanto o educando
se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem em função da intervenção
pedagógica realizada, ou seja, a avaliação do que se aprendeu só pode acontecer
se for realizada com as oportunidades oferecidas pelo educador no dia-a-dia.
Segundo BOTH (2008, p. 51) a avaliação da aprendizagem pode ser
conceituada como processo diagnóstico-construtivo do desenvolvimento da
aprendizagem para a tomada de decisão. Assim, como processo diagnósticoconstrutivo, a avaliação leva em conta três aspectos relevantes. O primeiro refere-se
ao fato de que, como processo ela é dinâmica e evolutiva, constituindo-se em um
elemento que sofre transformação. O segundo, a questão diagnóstica que encontrase presente na fase inicial do processo de avaliação, e que acompanha educando e
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educador ao longo do processo de aprendizagem. O terceiro, o processo
construtivo, diz respeito à utilização dos dados mais significativos que somem
positivamente para o desenvolvimento do educando por meio da aprendizagem. De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o
acesso ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída
por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; (Incluído
pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias
para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; (Incluído
pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar,
exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei nº 12.796,
de 2013) (BRASIL, LDBEN, 1996).
Além disso, representa a avaliação um processo autônomo, pois é somente
dentro de um universo de autonomia com responsabilidade que ela, em sua
verdadeira concepção pode ser implementada.
A avaliação possui três grandes funções, conforme Proposta Político
Pedagógica de 2011:
a) Função Diagnóstica: tem por finalidade realizar uma sondagem
de conhecimentos e experiências já disponíveis no aluno, bem como
detectar a existência de pré-requisitos necessários à aquisição de um novo
saber. Permite, ainda, identificar progressos e dificuldades de alunos e
professores diante do objetivo proposto.
b) Função Formativa: tem por finalidade proporcionar o feedback
para o professor e para o aluno, durante o desenvolvimento do processo
ensino-aprendizagem. Propicia aos envolvidos (professor/aluno) no
processo a correção de falhas, esclarecimento de dúvidas e estímulo à
continuação do trabalho para o alcance do objetivo. Proporciona também,
ao docente informações sobre o desenvolvimento do trabalho, adequação
de métodos e materiais, comunicação com o aluno e adequabilidade da
linguagem.
c) Função Somativa: tem o propósito de oferecer subsídios para o
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registro das informações relativas ao desempenho do aluno. Esta função
visa proporcionar uma medida que poderá ser expressa em uma nota,
conceito ou relatório sobre o desempenho do aluno, entende-se que a
mesma acontecerá ao final de cada unidade de ensino, ou ao final de cada
trimestre, ou ainda no final do ano letivo, por ocasião do Conselho de
Classe, visto que esta avaliação é que proporcionará um diálogo mais
objetivo entre os professores. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2011,
P.48).
O processo de avaliação constitui-se em um momento de investigação onde o
educador visualiza o seu trabalho, verificando se alcançou os objetivos propostos e
quais as dificuldades dos educandos, de maneira a buscar novos encaminhamentos
para a superação dos problemas constatados, necessários para a compreensão da
realidade. Então a avaliação representa um momento dialético do processo de
avançar no desenvolvimento da ação-reflexão, da autonomia, do pensamento, da
criatividade e criticidade, não simplesmente do educando, mas do próprio educador.
Neste sentido, os registros da avaliação são importantíssimos para observar a
participação dos educandos, as suas descobertas, experimentações e as relações
que estabelecem com os conceitos/conteúdos, assim como as instabilidades
ocorridas a partir das expressas insatisfações dos sujeitos da aprendizagem.
A avaliação não é apenas um processo subjetivo, mas racional e cognitivo
dos sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem, que, em determinados
momentos utiliza-se de questões objetivas e conceituais para organizar o
pensamento e contextualizá-lo.
Conhecer cada criança e sua realidade para avaliá-la exige do educador
atenção e comprometimento para compreender cada um de seus educandos e suas
atitudes na amplitude do mundo psicoemocional.
Ressalta-se que, longe da avaliação representar algum obstáculo, ela visa
redirecionar, realimentar, bem conduzir, enriquecer e valorizar o papel do ensino em
função da aprendizagem. Deve ser realmente a construção de indicadores para a
reorganização da prática pedagógica, considerando as condições de aprendizagem
de cada educando e desafiando-os no processo de evolução dessas condições,
pode-se dizer que:
O processo de avaliação na educação infantil concretiza-se eminentemente
por procedimentos de orientação como consequência das ações de
observação e acompanhamento pelos professores do comportamento e do
desenvolvimento social, psicológico, físico e cultural harmonioso das
crianças.(BOTH, 2011,p.114)
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A avaliação da criança acontece em todos os momentos. Os educadores
realizam o acompanhamento da mesma de forma contínua, diagnóstica e
participativa, considerando a criança como um todo, respeitando suas diferenças e
seus saberes.Nessa escola, o registro da avaliação éexpressa através de Relatórios
de Aprendizagem e acontece semestralmente para a Educação Infantil.
No Relatório de Aprendizagem da Educação Infantil constam: a adaptação, o
convívio sóciocultural, construções, progressos e dificuldades enfrentadas, bem
como a proposta de trabalho do grupo de educadoras, que utiliza este instrumento
como um meio de informar aos pais tudo o que está sendo oportunizado na escola.
Não se trata de uma mera observação, mas de um olhar atento, voltado para
intervenções. O acompanhamento também significa problematizar e questionar,
proporcionando ao educando uma interferência válida para que avance no seu
processo de desenvolvimento. Este processo é construído gradativamente na
medida em que a criança vai interagindo com o grupo no ambiente escolar.
A avaliação é entendida como o acompanhamento do desenvolvimento do
educando, possuindo um caráter qualitativo desvinculado de qualquer atribuição no
que diz respeito à nota ou conceito. Salienta-se que na Educação Infantil o ato de
avaliar visa promover o sujeito.
Os Relatórios de Aprendizagem contemplam a evolução do educando no
período. Para amparar o educador nesta avaliação, diferentes instrumentos de
registro são utilizados: portfólio (registro das observações do educador e registros do
educando), fotografias, filmagens e o Conselho de Classe. Ao referir-se aos
instrumentos utilizados nos processos de avaliação, se está falando das tarefas que
são planejadas com o propósito de subsidiar, com dados, a análise do educador
acerca do momento de aprendizagem dos educandos.
O Conselho de Classe é um espaço que contribui para a identificação e a
melhoria do desempenho do educando, favorecendo a integração entre educadores,
coordenação pedagógica e equipe diretiva, a análise do currículo e da eficácia dos
métodos de ensino utilizados, ao mesmo tempo em que facilita a compreensão dos
fatos com a exposição de diversos pontos de vista, possibilita orientações mais
homogêneas e a auto-análise do docente.
O Conselho de Classe é um dos mecanismos que possibilita a Gestão
Democrática na instituição de ensino. É um momento de discussão coletiva onde é
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apontado o aproveitamento do aluno, suas dificuldades, desempenho dos
profissionais da educação e seus métodos de ensino, compartilhando informações
na busca de melhorias do processo ensino-aprendizagem, acreditando nisso a
pesquisadora propôs a escola a realização do Conselho de Classe na instituição,
pois:
O conselho de classe é mais um dos mecanismos de participação da
comunidade na gestão e no processo de ensino-aprendizagem
desenvolvido na unidade escolar. Constitui-se numa das instâncias de vital
importância num processo de gestão democrática, pois “guarda em si a
possibilidade de articular os diversos segmentos da escola e tem por
objetode estudo o processo de ensino, que é o eixo central em torno do qual
desenvolve-se o processo de trabalho escolar”(OLIVEIRA, João Ferreira de;
MORAES, Karine Nunes de; E DOURADO, Luiz Fernandes apud DALBEN,
1995, p.16)
O primeiro Conselho de Classe aconteceu no segundo semestre do ano de
2012, no qual participaram professoras da Educação Infantil, Creche e Pré- escola,
professor de Educação Física, coordenação pedagógica e equipe diretiva. Na
ocasião o grupo debateu sobre o processo de avaliação em relação ao nível inicial
de desempenho do aluno, analisou seus progressos comparando o nível inicial de
desempenho com o nível atual considerando o que foi aprendido e desenvolvido e
também refletiu sobre as práticas educativas, oportunizando uma visão mais
completa, adequada e abrangente do papel da avaliação no processo ensinoaprendizagem.
De acordo com sua função o Conselho de Classe, deve conduzir a reflexões
na prática pedagógica, oportunizando uma
gestão compartilhada, enquanto
instância colegiada. Tem destaque nos processos avaliativos adequados de
reorganização do conhecimento.
Considerando as práticas sociais e as relações humanas no contexto
educacional, fundamentadas pelos princípios da administração compartilhada que
gera participação, busca de autonomia e humanização nas relações é pertinente a
efetivação do Conselho de Classe. Assim a Gestão Democrática da educação que é
tratada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional como um dos princípios
que devem reger o ensino, traz contribuições na forma de administrar a educação,
constituindo-se num fazer coletivo permanentemente em processo de mudança
baseada nos paradigmas de qualidade que definem a finalidade da escola. Desta
forma a Gestão Democrática implica em novos processos de organização em uma
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dinâmica que favoreça processos coletivos e participativos que, neste caso tem
como objetivo analisar o processo de ensino no trabalho escolar tendo como meta o
fortalecimento de ações que consolidem a qualidade da educação.
Estudamos O Projeto Político Pedagógico que traz algumas considerações:
[...] o Conselho de Classe é outro instrumento que pode contribuir para a
identificação e a melhoria do desempenho do educando, favorecendo a
integração entre educadores e educandos, a análise do currículo e da
eficácia dos métodos de ensino utilizados, ao mesmo tempo em que facilita
a compreensão dos fatos com a exposição de diversos pontos de vista,
possibilita orientações mais homogêneas e a auto análise do
docente.”(PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2011, P.50)
A função do Conselho é, tornar dinâmico o processo de ensino aprendizagem,
por meio de analise e reflexão, é um meios para a superação das problemas tanto
na área administrativa como pedagógica.
A avaliação se designa a obter subsídios, oportunizando o desenvolvimento
integral das crianças e ampliação de seus conhecimentos. Nesse sentido, avaliar
não é apenas medir, comparar ou julgar. Para se alcançar e cultivar uma educação
com
índices
satisfatórios,
que
venha
valorizar
o
professor,
estimular
o
desenvolvimento do seu trabalho e promover a escola para todos, sendo o maior
objetivo a aprendizagem.
Porém nesse processo de construção/elaboração a participação constitui uma
forma significativa para promover maior aproximação entre os membros da escola, o
que ainda acontece de maneira limitada porque essa participação não envolve todos
de maneira efetiva, mas busca caminhos para uma gestão compartilhada da
educação escolar de acordo com a definição:
“...a gestão democrática como o processo em que se criam condições para
que os membros de uma coletividade não apenas tomem parte, de forma
regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam
responsabilidade por sua implementação.”(Lück, 2009,p.57).
Dessa maneira, a forma de gerenciar as escolas da rede pública, de acordo
com objetivos da Gestão Compartilhada é efetivar a execução de políticas públicas
assegurando qualidade, equidade e responsabilidade social na instituição escolar
envolvendo a comunidade que está inserida na respectiva unidade de ensino.
Pensar, portanto na educação atual torna-se um grande desafio no sentido da
ampliação e da qualificação deste processo onde a docência é compreendida como
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articulação e onde o objetivo da avaliação é enriquecer e valorizaras relações de
aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação no contexto da Educação Infantil é entendida como o
acompanhamento
do
desenvolvimento
da
criança,
de
caráter
qualitativo,
desvinculado de qualquer atribuição no que diz respeito à nota ou conceito.
O educador de Educação Infantil possui neste processo a importante função
de acompanhar a criança em sua totalidade, contemplando a adaptação ao
ambiente escolar e a interação com o grupo de colegas. Trata-se de um olhar
atento, voltado para intervenções.
O acompanhamento também significa
problematizar e questionar, proporcionando ao educando uma interferência válida
para que ele avance no seu processo de desenvolvimento.
É indispensável que o acompanhamento da criança seja documentado em
relatórios de avaliação que serão entregues às famílias, valorizando o vínculo
escola-família e proporcionando aos pais o acompanhamento do processo. À
medida que os pais forem informados, também poderão auxiliar no estímulo ao
desenvolvimento integral de seus filhos.
Na Educação Infantil, o ato de avaliar visa observar e promover o sujeito,
diferenciando-se por ser uma avaliação dialética, acontecendo no decorrer do todo o
processo de ensino aprendizagem, não se limitando a resultados no final de um
período.
Neste contexto em que nos propusemos a acreditar e praticar os princípios
norteadores da gestão democrática na referida instituição de ensino numa
abordagem que fortalece o coletivo, propiciando a centralidade nas aprendizagens,
onde a docência precisa ser entendida, além de mediação, mas também como
compartilhamento para construção e articulação nesta relação de saberes.
Durante o corrente ano realizamos mais um momento privilegiando o
Conselho de Classe, espaço em que está se fortalecendo a discussão coletiva com
vistas a um objetivo comum: qualidade educacional. Nesse sentido, pensar a
educação em nosso tempo é, sem dúvida um grande desafio, pois são avanços
pertinentes à ampliação e qualificação da democracia que, consequentemente
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abrange a garantia de direitos. Conseguimos traçar metas na escola a partir dessas
discussões, entre as quais se destacam a ativação da biblioteca na escola com
livros adquiridos pela instituição e recebidos pelo Programa Nacional do Livro
Didático e acompanhamento pedagógico em turno inverso.
Considerando a ação de avaliar como processo que se faz necessário no
acompanhamento permanente do desenvolvimento do educando, é pertinente
oportunizar momentos na escola para refletir sobre a prática pedagógica na
instituição buscando fortalecer ações que consolidem qualidade na educação e que
proporcioneconhecimento e valores de formação cidadã em relações democráticas e
participativas, pois: “se não houver a aprendizagem esperada, estamos diante de
uma certeza: o ensino não cumpriu sua finalidade – a de fazer aprender”.(Both, 2011
apud Saraiva, 2008,p.27).
Neste sentido o que chama atenção é o envolvimento do grupo de
educadores da escola que demonstra cada vez mais comprometimento com sua
prática educativa na busca de melhores resultados. Temos ainda muito trabalho a
ser feito dentro da organização proposta, por isso acredito que este instrumento terá
muitas contribuições no processo educacional e no fortalecimento da melhoria da
qualidade da educação.Este projeto de trabalho propõe acesso a espaços e ações
com vistas ao fortalecimento da escola pública como direito social básico.
REFERÊNCIAS:
BOTH. Ivo José. Avaliação: ”voz da consciência” da aprendizagem. Curitiba:
Ibpex, 2011. Série Avaliação Educacional.
BOTH. Ivo José. Avaliação planejada, aprendizagem consentida:é ensinando
que se avalia, é avaliando que se ensina. Curitiba: Ibpex, 2008. Série Avaliação
Educacional.
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BRASIL. LEI nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 1996.
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Brasil. Curitiba: Ibpex, 2010.
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LIMA. Márcia Regina Canhoto de. Paulo Freire e a administração escolar: em
busca de um sentido. Brasília: Líber Livro Editora, 2007.
LÜCK. Heloísa. A gestão participativa na escola. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
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LÜCK. Heloísa. Concepções e processos democráticos de gestão educacional.
Petrópolis: Editora Vozes, 2008. Série Cadernos de Gestão.
LÜCK. Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis:
Editora Vozes, 2009. Série Cadernos de Gestão.
LÜCK. Heloísa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
Série Cadernos de Gestão.
OLIVEIRA. Márcia Cristina de. Caminhos para a gestão compartilhada da
educação escolar. Curitiba: Ibpex, 2011. Série Processos Educacionais.
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Fernandes. Texto: Gestão escolar democrática: definições, princípios e
mecanismos de implementação. Políticas e Gestão na Educação/UFRGS.
IJUÍ. Secretaria Municipal de Educação. Escola Municipal Fundamental Dona
Leopoldina. Proposta Político Pedagógica (2010-2011). Parecer de aprovação n°
CME/Ijuí: SMED, 2011.
IJUÍ. Conselho Municipal de Educação. Escola Municipal Fundamental Dona Leopoldina.
REGIMENTO ESCOLAR (2012-2016).
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