Com o objetivo dos trabalhos serem avaliados pelo nível de ensino dos autores principais, é necessário que seja marcada a opção relacionada a escolaridade do autor (es) principal (is), desconsiderando o orientador. Ensino Médio Graduação X Pós-Graduação Trabalho Conclusão de Curso Contribuições da epistemologia, política e educação de John Dewey ao Ensino de Filosofia. Fernando Cesar Pilan1 1 Instituto Federal de São Paulo – IFSP – SP Boituva – SP – Brazil {[email protected]} Resumo. A presente pesquisa pretende trazer contribuições ao Ensino de Filosofia a partir dos pressupostos epistemológicos, políticos e educacionais de John Dewey, buscando corroborar a importância da disciplina de Filosofia na escola e seu papel formador dentro de uma sociedade democrática. Introdução O Ensino de Filosofia no Brasil, apesar de atualmente integrar o currículo nacional como componente obrigatório, tem seu aspecto histórico marcado por idas e vindas, devido principalmente a interesses políticos e ideológicos que ora o incluíam, ora o excluíam do cenário educacional. Percebe-se que com o retorno da obrigatoriedade do Ensino de Filosofia no Brasil, com a Lei 11.684 de 2008, o tema do Ensino de Filosofia reaparece com suas várias problemáticas e questões. Principalmente no que se refere à formação dos professores, e aos pressupostos teórico-metodológicos ainda temse muito a discutir no Brasil. Conforme HENNING (2011, p. 157), Entendemos que a busca por subsídios teóricos ao tema “ensino de Filosofia” se configura imperativo, revelando-se, por isso, como algo de extrema validade nas discussões realizadas também por aqueles interessados nas questões filosóficas em si mesmas. A velha questão “para que serve a Filosofia?” retorna agora com vigor, uma vez que todo professor tem que construir as suas crenças e apreender o sentido da ação que pratica, em sala de aula e na esfera escolar. Para que servem os seus ensinamentos? Ou, qual é a intenção movedora da sua prática educacional ou, ainda, qual é o seu papel social enquanto profissional? Quais as contribuições que pode oferecer, no âmbito da escola e, por conseguinte, na esfera da sociedade como um todo? Neste sentido, a presente pesquisa pretende trazer contribuições ao Ensino de Filosofia a partir dos pressupostos epistemológicos, políticos e educacionais de John Dewey, buscando corroborar a importância da disciplina de Filosofia na escola e seu papel formador dentro de uma sociedade democrática. Contribuições da epistemologia, política e educação de John Dewey ao Ensino de Filosofia. A Filosofia de John Dewey é reconhecidamente um dos marcos do pensamento ocidental na passagem do século XIX ao XX. Suas contribuições se propagaram por diversas áreas filosóficas e educacionais como a Epistemologia, a Política, a Filosofia da Educação, a Pedagogia, dentre outras. Em especial, no que tange as duas últimas áreas citadas, o pensamento de Dewey ainda é objeto de investigações e estudos, pois sua ampla concepção de educação, como um processo biopsicossocial mostra-se relevante para a discussão de diversos aspectos atuais que envolvem a educação. Pretende-se absorver de sua epistemologia a ideia de continuidade que, segundo nossa interpretação, seria relevante para o Ensino de Filosofia. Um dos maiores esforços de toda a obra de Dewey, especialmente os escritos Democracia e Educação e Reconstrução em Filosofia é investigar as abordagens dualistas presentes nas diversas esferas da sociedade ocidental e mostrar sua insuficiência. Assim, o autor aponta que na epistemologia as concepções dualistas criaram ao longo da história inúmeros problemas artificiais, desligados da vida real, justamente por encaminhar o pensamento filosófico a um plano que se supunha pairar sobre a precariedade da vida. Contrário às teses dualistas, Dewey propõe reconstruir as bases do conhecimento, colocando como origem e finalidade da reflexão filosófica a vida comum. Portanto, a epistemologia deweyana pode contribuir relevantemente ao Ensino de Filosofia no sentido de apontar para a continuidade entre a vida da comunidade e as aulas de filosofia. Levar em conta a riqueza do senso comum trazido pelo aluno e formá-lo em direção ao amadurecimento intelectual é sem dúvida de extrema importância ao ensino de filosofia. Desta maneira, o ensino de filosofia deve partir da realidade do aluno, dos problemas que envolvem a vida cotidiana do aluno para, a partir daí, desenvolver-se a experiência filosófica rumo ao “bem pensar”. De sua teoria política e educacional pretendemos investigar principalmente a indissociabilidade destas duas áreas, conforme apresentadas pelo autor. A união entre democracia e educação, bem como a abertura à discussão das ideias são típicas da atividade filosófica, ou, com alguma ressalva, pode-se dizer que são natureza originária da Filosofia. Portanto, o Ensino de Filosofia precisa vislumbrar majoritariamente a boa convivência social, por meio do desenvolvimento do espírito democrático, e do bem pensar, por meio da discussão e do diálogo. Considerações Finais Em suma, pretende-se apresentar algumas reflexões sobre o cenário atual do Ensino de Filosofia no Brasil e apontar alternativas teórico-metodológico que o pensamento de John Dewey pode inspirar ao ensino da atividade filosófica na escola e à educação de maneira geral. Bibliografia ALVES, Dalton José. Filosofia no Ensino Médio: ambigüidades e contradições na LDB. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. – (Coleção educação contemporânea) DEWEY, John. Democracia e educação. Tradução de Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. 3° ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959. HENNING, Leoni Maria Padilha. Contribuições ao Ensino de Filosofia no Brasil a partir dos princípios deweyanos sobre educação. In: Educação em Revista, Marília, v.12, n.1, p.155-168, Jan.-Jun., 2011.