Políticos de Teresina: perfil de sua imagem

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Políticos de Teresina: perfil de sua imagem
Andréa Lima Barros Lacerda
Resumo: O artigo procura apresentar o resultado de um estudo junto ao
eleitorado de Teresina, capital do Piauí, especificamente de um bairro
localizado na zona sudeste da cidade com aproximadamente 140mil
moradores, com o intuito de conhecer as características consideradas
primordiais por esse público, para que um político possa alcançar sucesso. As
formas a serem adotadas por esses homens ou essas mulheres para acesso
às classes mais desprovidas de recursos, conhecimento e infra-estrutura
básica foram focos do trabalho. O objeto da pesquisa foi selecionado a partir do
tema proposto na tentativa de potencializar a imagem dos políticos buscando
definir parâmetro para o perfil ideal traçado pela população para o homem
público e mulher pública, a pesquisa foi direcionada para o nível local, a capital
Teresina como forma de facilitar o acesso a informações rápidas, diretas e
objetivas do resultado bem como favorecer seu conteúdo para utilizações em
estudos na área de cidades do mesmo porte do bairro pesquisado.
Palavras-chave: imagem, pesquisa, perfil, político, população, voto.
O presente artigo poderá contribuir para o entendimento do marketing eleitoral
como estratégia fundamental em um cenário de disputa eleitoral.
A da palavra Marketing está integrada ao vocabulário da atualidade dentro de
um conjunto de outros termos próprios do século XXI, como globalização e
democracia, reforçados pelos estudos do setor apresentar o uso habitual desse
poderoso instrumento de gestão como sendo ponto chave de sucesso.
Levando em consideração esse aspecto, a popularidade do marketing vem
crescendo
e
se
diversificando,
marketing
direto,
endomarketing,
turbomarketing, telemarketing, são exemplos que as empresas buscam aplicar
seu capital humano em aperfeiçoamento da gestão com a finalidade de lograr
êxito em suas empreitadas, nesse contexto o Marketing também surge
relacionado com a política e as campanhas eleitorais.
O tema em estudo é instigante e complexo, pois faz uso dos “insigths” do meio
publicitário e jornalístico para atingir seu objetivo. No campo do marketing
eleitoral já podemos vislumbrar um avanço nos estudos e aplicação das
técnicas e experiências do marketing no Brasil, mas cresce no meio acadêmico
o interesse e multiplicam-se os cursos sobre marketing político e eleitoral e já é
possível encontrar um número crescente de teses e dissertações sobre a
atividade. De acordo com muitos autores, o marketing lida com a identificação
e o atendimento das necessidades humanas e sociais, daí a necessidade de
se aprofundar no desejo das massas.
No Brasil o estudo sobre o tema inicia-se na virada do século com o livro
“Marketing Político e Persuasão Eleitoral” (São Paulo, Konrad Adenaver, 2000).
Segundo Rubens Figueiredo, Bacharel em Ciências Sociais e especialista em
Marketing Político, autor de várias obras sobre o assunto, O Marketing Político
é uma estratégia orientada à comunicação e não somente propaganda
propriamente dita, nesse sentido
se faz
de suma importância procurar
conhecer e estudar cada um desses passos
e métodos balizadores de
campanhas eleitorais como forma de orientação para profissionais, estudantes
e políticos na arte de comunicar para as massas, bem como aproveitar o
conhecimento acumulado e procurar construir uma visão realista que leve em
conta a prática e o exercício orientado para o desenvolvimento de campanhas
eleitorais se propondo a esclarecer, ao contrário do que é repassado para os
leitores leigos, uma
imagem de mágica da atividade. Não são raras as
descrições de que um simples comercial foi capaz de levar um candidato à
vitória como se outras variáveis, como o perfil do eleitorado, os adversários, a
história do candidato, o contexto social, os aspectos políticos partidários não
merecessem atenção. A introdução do marketing político e eleitoral no campo
científico também se caracteriza pela busca incessante da conquista.
Infelizmente de acordo com Rubens Figueiredo prefaciado no livro Marketing
Político – O poder das estratégias nas campanhas eleitorais de Rodrigo
Mendes Ribeiro:
“o marketing político/eleitoral no Brasil
se desenvolveu de costas para a
universidade, os profissionais mais
conhecidos do país não têm formação
acadêmica: são oriundos do mercado
publicitário ou do meio jornalístico”
(RIBEIRO, 2002, p.13).
Segundo ainda o mesmo autor, deixa a linguagem e a conduta restrita ao
campo de atuação desses profissionais.
Para Gaudêncio o marketing já se coloca como avaliação de oportunidades,
satisfação de atividades dirigidas à estimulação de troca entre produtores e
consumidores.
“Marketing é um conjunto de atividades
destinadas a promover as relações de
troca entre emissor e um receptor, no
momento certo por meio de canais
adequados e mensagens apropriadas
que atinjam o foco de interesses dos
segmentos-alvo”. (GAUDÊNCIO, 2002,
p.167-168.)
Para Rodrigo Mendes Ribeiro. (2002, p.26) “O marketing Político é uma forma
de persuasão”. Assim sendo, se faz necessária também uma compreensão do
Sofismo, e do entendimento dos gregos sobre o marketing. Segundo o mesmo
autor, sofista significa “especialista do saber” e em Atenas onde as ações
coletivas freqüentemente dependiam do resultado de debate, os sofistas
souberam captar e aproveitar o momento, por isso conseguiram adesão e
divulgação de suas idéias.
Todas as afirmações acima referidas se confirmam no posicionamento da
necessidade real de conhecer o perfil, o público alvo, as estratégias de uma
campanha, no campo do marketing político que são descobertas primeiramente
nas pesquisas eleitorais. O Marketing Político Eleitoral voltado para o
desenvolvimento de estratégia nas eleições em todos os níveis e atuações de
governantes e parlamentares tem surgido com maior intensidade nos últimos
anos,
despertando
a
curiosidade
de
pesquisadores
e
acadêmicos
especializados no assunto. Muitos políticos brasileiros estão cada vez mais
realizando ações que caracterizam o Marketing Político, tanto em seu
desempenho, internamente, quanto para as comunidades, externamente.
Apresentando-se como um meio de proporcionar a satisfação de bem estar dos
eleitores, gerando inclusive respeitabilidade e credibilidade em futuras eleições.
Portanto o Marketing Eleitoral bem posicionado traz uma visão, mais
profissional, organizada e sistematizada que define de forma clara e
mensurável uma campanha bem sucedida.
Uma variável destacada como fundamental para a organização de uma
campanha e objeto desse estudo se trata da pesquisa eleitoral que deve ser
realizada durante o processo, devendo permear as etapas de uma campanha.
Para Gaudêncio a pesquisa, é o termômetro de uma campanha, em sua fase
inicial segundo o autor:
”Tem a finalidade de aferir o
comportamento social, as demandas,
expectativas e reivindicações. Servem
para embasar o discurso do candidato e
ainda, para aferir as primeiras
intenções de voto. Uma fotografia
inicial” (TORQUATO, 2002. p.195).
No decorrer da jornada eleitoral, as pesquisas, complementam o autor, devem
continuar sendo realizada tanto interna, como externamente ao processo, como
ferramenta de trabalho indispensável para posicionar a estratégia traçada.
De acordo com o IBOPE, instituto de pesquisa criado em 1942 a:
“A pesquisa de mercado é a ferramenta
certa para suprir a necessidade de
desenvolver estratégias para valorizar
marcas,
conhecer
melhor
os
consumidores, identificar a estrutura da
concorrência, enfim, obter informações
que possam orientar não só a
formulação de um plano de marketing,
como a tomada de decisões mais
cotidianas”.(
Pesquisa
eleitoral.
Disponível
em:
<www.ibope.com.br/calandraWeb/BDar
quivos/sobre_pesquisas/pesquisa_eleit
oral.html>..Acesso em: 18 maio de
2005).
Sem a pesquisa o cliente fica sem conhecer o grau de influência no seu público
e com deficiência na hora de escolher e traçar qual o rumo para ser dado à
campanha promocional. Um dos referencias destacados na pesquisa eleitoral,
são as imagens projetadas pelos políticos nas comunidades e ela é a
responsável de certa forma, pelo direcionamento do voto, o apelo popular
contido na imagem do candidato em suas campanhas estrategicamente
planejadas, termina influenciando na decisão de votar ou não votar, do
eleitorado. È importante ressaltar que essa imagem atravessa momentos de
instabilidade que pode vir a desgastar a percepção que o eleitorado tem de seu
candidato. De acordo com uma pesquisa "A Imagem do Político Brasileiro, 12
Anos Depois", realizada pelos professores de Psicologia Bernardo Jablonski,
Celso Pereira de Sá, da UERJ, e Rodolfo de Castro Ribas Júnior, da UFRJ,
motivada pelas eleições para governador de 1986, e em que foram ouvidos
estudantes universitários e pessoas de camadas mais pobres da população, a
imagem do político é bem arraigada no imaginário popular como negativa e
como sendo uma representação social que está por um longo tempo como que
cristalizada e teria de haver algo muito significativo e real de positivo para
mudá-la – afirma Celso Pereira de Sá, “somente uma ruptura brusca,
inquestionável, utópica, algo nem esboçado nestes 12 anos que abrangem
escândalos diversos e declarações e atos infelizes”. Celso Pereira de Sá
especula que talvez uma série de "gestos grandiosos" dos políticos brasileiros
possa ser a única possibilidade de uma mudança brusca de opiniões. A
pesquisa apontou os 7 pecados capitais do po-lítico brasileiro: oportunismo,
corrupção, ambição, embromação, esperteza, egoísmo e omissão.
Um dos fatores que contribui para a péssima imagem dos governantes
brasileiros é, segundo os pesquisadores, a ausência de vínculos significativos
entre a maior parte do eleitorado e os partidos. Para os pesquisadores a
identidade partidária no Brasil está em nova formação o que dificulta a ligação
do eleitorado com ideologias defendidas pelos partidos políticos.
Um outro fator que contribui para tal desgaste é o próprio processo de
construção das campanhas eleitorais baseados em amadorismos e em uma
não preocupação com planejamentos de campanhas coerentes bem como no
desconhecimento acerca de ações concretas que possam ser cumpridas após
a eleição. Segundo Jacques Seqüela, no livro Voto é Marketing, o resto é
Política (1992), o Marketing Político “está relacionado com a formação de
imagem em longo prazo. É utilizado não apenas por político, mas por qualquer
pessoa que queira se projetar publicamente: empresários, sindicalistas,
apresentadores de televisão, técnicos de futebol etc., enquanto a preocupação
do Marketing Eleitoral é com o curto prazo. As estratégias e as táticas são
montadas em favor do candidato para que este possa somar o maior número
de votos no final da eleição. O fator crucial, aqui, é o tempo”.. Contudo esse
desgaste fruto da composição desses fatores relacionados entre si vem sendo
gestado historicamente dentro das relações de poder do estado moderno ainda
que se apresente com extrema clareza e visibilidade na conjuntura atual.
De acordo com Jürgen Habermas ao discutir pensamentos de como se forma a
“opinion publique” ele afirma que: “A opinião publica provém das pessoas
instruídas” (HABERMAS, 2003, p.126), segundo ainda o mesmo autor, as
classes mais baixas do povo sob a pressão das atividades do cotidiano e de
suas necessidades básicas, como trabalho, não têm disposição nem
oportunidades de se preocuparem com questões que não concernem de modo
imediato com o seu bem-estar corpóreo. Desta feita, esses atores ficam fora do
cenário democrático, senão participam de forma fragmentada, sendo
conduzidos ou induzidos pelos meios de comunicação de massa, pesquisas,
promoções assistenciais dos governantes.
Existem alguns fatores que favorecem a participação eleitoral a formação e a
conscientização de cidadania, a educação é uma delas. De acordo com Paulo
Freire (2001) "a prática educacional não é o único caminho à transformação
social necessária à conquista dos direitos humanos, contudo acredito que, sem
ela, jamais haverá transformação social". Fortalecendo a importância relevante
da educação na conquista de direitos. Por outro lado como destaca Octavio
Ianni, as elites buscam criar condições que nunca se resolvem, acena para os
indivíduos, constantemente, com novas perspectivas, aliam-se a setores
sociais, partidos ou governos, mas definem as decisões segundo as suas
razões e interesses políticos. (1995, p. 79): "o povo, as massas, os grupos e
classes sociais são induzidos a realizar as diretrizes estabelecidas pelas elites
modernizantes e deliberantes." Partimos dessas argumentações para concluir
que a educação pode influenciar na formação de idéia de identidade social e
que é definida sob forte influencia das camadas sociais mais altas, conhecidas
como elite.
Entendendo que a população mais carente notadamente de classes de menor
renda, dentro da faixa salarial de até um salário mínimo, são as que mais
apresentam dificuldades de obterem acesso a informação e conseqüentemente
sofrem mais influencia do saber do senso comum na hora de escolher a
composição de sua classe de gestores públicos, seja no município, na cidade
ou no país, surge à necessidade de se conhecer as imagens que a população
dos conglomerados periféricos nas comunidades tem dos homens públicos
para que possamos chegar a esquemas de pensamentos já estabelecidos que
possam referenciar o objeto em questão que será investigado. Já que na hora
da escolha de um produto (político) o comprador opta pelo registro da imagem
que ele fez em qualquer referencia que lhe foi dado anteriormente, como por
exemplo por propagandas, comentários, leituras entre outros meios.
Um estudo realizado através de pesquisa exploratória com a finalidade de
desenvolver hipóteses, isolar variáveis
e relações-chave para exames
posteriores com relação a perfil e imagem que a população dos bairros
populosos possuem dos seus políticos. Foram coletados dados secundários
através de dados da internet, publicações e relatórios do Tribunal regional
eleitoral do comportamento do eleitor da região nas ultimas eleições bem como
dados primários coletados com entrevistas de profundidade aplicados em
visitas de campo. Inicialmente o bairro foi visitado por seis (06) pesquisadores,
numa vistoria da região, sua movimentação comercial, situação física e
estrutural. Constatado o cotidiano da população e verificado o número de
habitantes, foi escolhido uma amostra aleatória do universo de um dos
conjuntos que compõem o conglomerado do Grande Dirceu Arcoverde. Um
percentual de 10% da população estratificada por quadra de um dos conjuntos
que constavam de 144 residências.
A importância da pesquisa está em que o objeto pesquisado não tem
constituído estudo na área do Marketing Político e Eleitoral local o que pode
favorecer o conhecimento no campo. Um outro veio importante é de poder vir a
colaborar na comunicação direta do homem público de Teresina, capital do
Piauí, com o eleitor e a sociedade. Nesse sentido, o conhecimento da
concepção que as populações menos esclarecidas têm do político ajuda-os a
ampliar as pontes de comunicação com as comunidades, a desenvolver o
hábito de prestar contas periódicas, a criar climas de aproximação e simpatia
com o público, a abrir fluxos de acesso direto com a sociedade, a identificar
pontos de estrangulamento nas estruturas burocráticas, a identificar anseios,
expectativas e demandas sociais, a primar pela atividade com transparência e
ética nas administrações e, sobretudo, a estabelecer um clima de confiança e
credibilidade na gestão pública, dentre outros.
Foi aplicado um questionário composto de doze (12) perguntas fechadas,
sendo as cinco primeiras questões de diagnóstico da situação de vida de cada
individuo entrevistado.
Inicialmente pode-se constatar que 68,23% dos entrevistados pertencem ao
sexo feminino e apenas 31,77% do sexo masculino. Isso denota a maior
disponibilidade das mulheres em responder ao questionário aplicado. 34,92%
dos entrevistados encontram-se na faixa de 30 a 39 anos, 19,05% na faixa de
22 a 29 e o mesmo percentual na faixa de 40 a 49 anos, 14,29% na faixa de 16
a 21 anos e ainda 12,70% entre 50 e 59 anos. Uma outra constatação
apontada na pesquisa é o fato de apenas 14,29% dos entrevistados estarem
na faixa do eleitorado jovem, entre 16 e 21 anos. Com relação ao nível de
escolaridade 30,16%dos entrevistados concluíram o ensino médio, 23,81%
detêm o ensino fundamental incompleto, 22,22% ainda não concluíram o
ensino médio, 7,94% não são alfabetizados e apenas 3,17% são detentoras de
curso superior completo. Percebe aí que mesmo aplicando-se uma pesquisa na
grande periferia de Teresina, o grau de instrução é relativamente alto. Verificase que 44,44% entrevistados, apresentam uma renda mensal da ordem de até
R$ 240,00, 50,79% têm renda mensal situada entre R$ 241,00 e R$ 500,00 e
apenas 4,76% apresentam renda situada no intervalo de R$ 501,00 a R$
1.000,00. Podemos observar por esta análise que o maior grau de instrução
está correlacionado com a maior renda apurada.
Com relação ao estado civil na comunidade em estudo podemos observar que
42,86% são casadas, 34,92% são solteiros, 15,87% são divorciadas e ainda
6,35%
são
desquitadas.
Nesta
análise
percebe
a
unidade
familiar
preponderantemente maior que as famílias dissolvidas. Um dado importante é
a análise do domicílio eleitoral constou-se na pesquisa que 88,88% dos
entrevistados são eleitores das zonas eleitorais de Teresina e apenas 11,12%
entrevistados são votantes no interior do Piauí. Apesar da influência sofrida
pelos eleitores de outras cidades, não se observou um desvio significativo de
opiniões. A pesquisa também reafirmou um dado conhecido sobre a imagem
dos políticos, verificou-se que 46% dos entrevistados consideram a imagem do
político teresinense regular, 35% consideram boa, 11% péssima e 8% a
consideram ruim. Assim, constata-se que 65% dos entrevistados não vêem
com bons olhos a imagem do político teresinense.
Com relação às qualidades em destaque para o homem público a pesquisa dita
que às mais admiradas pelo eleitorado teresinense, 78% elegeram a
honestidade como a principal, 18% apontaram a coragem, 3% a boa aparência
e apenas 2% escolheram o discurso como a principal qualidade. A maioria
esmagadora atesta como escolhida a honestidade a principal qualidade o que
denota a descrença do eleitorado nos próprios valores do homem.
Um dado surpreendente apontado na pesquisa é com relação ao desleixo do
eleitorado com a vida política do seu escolhido como representante, 76% dos
entrevistados não acompanham a performance do candidato que elegeu, 8%
acompanha através do plenário, 6% através de jornais e o mesmo percentual
pela TV e 4% se utilizam de outros meios para seguir os passos de seu
político. O que impressionou nesta análise foi o altíssimo percentual de
eleitores que não demonstraram interesse em acompanhar o político que
elegeu.
Já o nível de escolaridade do político é considerado importante para o eleitor
67% das pessoas ouvidas consideram o nível de escolaridade um item
importante quando da escolha de um político e 33% apontam o nível de
escolaridade como não sendo importante para um político. Essa segunda
opinião pode estar influenciada pelo fato do nosso Presidente ser uma pessoa
que não apresenta um nível de escolaridade elevado.
Relativamente à classe social do político teresinense não influencia o eleitorado
na escolha de seu candidato percebe-se que 75% dos entrevistados não
consideram essa particularidade como importante e apenas 25% apontam que
é importante. Essa análise pode estar atrelada ao universo escolhido para a
pesquisa.
Quanto à presença do político no reduto que o elegeu, verifica-se que 49%
dizem que ocasionalmente ele aparece, 35% diz que nunca aparece e apenas
16% percebem a presença do seu eleito na base. Consideram-se o percentual
dos que freqüentam ocasionalmente e o que nunca freqüenta as bases que o
elegeram temos aí 51% do eleitorado demonstrando sua insatisfação com o
seu político.
Quanto aos perfis solicitados à análise, vê-se que 40% analisam as propostas
do candidato para definir seu voto, 27% acreditam em políticos experientes
com vários mandatos, 22% preferem escolher um cidadão experiente, mas
iniciante na política e somente 11% externam seu interesse em votar em um
jovem sem mandatos. Constata-se que a maior parcela dos entrevistados
analisa as propostas dos candidatos para depois fazer a sua escolha.
Quando os entrevistados foram indagados se votariam em algum candidato por
indicação de alguém, verificou-se que 48% não votariam por indicação, 43%
seguiriam a opinião de um familiar e apenas 9% se deixariam influenciar por
um cabo eleitoral.
Indagados quanto à forma que os políticos teresinenses devem buscar para
melhorar sua imagem junto ao eleitorado, verificou-se que 54% acreditam que
o político deve tornar-se mais presente em sua base eleitoral, 43% apontam a
criação de leis que os beneficiem, apenas 1,5% dos entrevistados apontam a
divulgação do mandato e pequenos agrados como
formas de tornarem-se
mais populares.
Como última abordagem, escolhi por fim verificar o grau de satisfação dos
eleitores com os seus políticos, verificou-se que 60% dos entrevistados estão
pouco satisfeitos com o desempenho do político que elegeram, 24% se dizem
razoavelmente satisfeitos, 14% se disseram estar totalmente insatisfeitos e
apenas 2% estão satisfeitos com o desempenho de seu eleito. Com essa
análise fica clara a grande insatisfação do eleitorado teresinense com os seus
políticos.
Ao concluir este trabalho-pesquisa, duas análises se apresentam. A primeira
está voltada para o veio importantíssimo do estudo de pesquisa nas faculdades
facilitando o acesso a tecnologia via software de tabulação de dados que
maximizou a iniciativa e valorizou toda a pesquisa de campo efetuada.
A segunda análise refere-se ao próprio trabalho que foi feito em campo,
utilizando-se da boa vontade e disponibilidade do eleitorado do grande Dirceu
repassou algumas informações que poderão ser utilizadas, e proporcionar
ganhos substanciais, por quaisquer cidadãos que pretendam se lançar na
política teresinense e também para os políticos que já se encontram no
mercado e que tenham como objetivo principal de suas caminhadas,
satisfazerem aos eleitores sem se utilizarem de meios assistencialistas.
Pode se constatar, ainda, uma mudança substancial na politização do
eleitorado teresinense que demonstra estar mais consciente do seu papel
enquanto cidadão e apto a selecionar seus candidatos de forma mais rigorosa
e menos centrada em favoritismos individuais. O fato da imagem atual do
político teresinense ter sido reprovada pela grande maioria dos entrevistados
deixa patente a necessidade do homem público modificar sua forma de
atuação sob pena de, num futuro bem próximo, ser dizimado da vida pública.
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