Implantar a SAE agrega qualidade

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Setembro e
Outubro de 2008
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História de sucesso
Implantar a SAE agrega qualidade
◘ Drª Elaine
Tonda aplica
SAE em
paciente,
enquanto
Drª Marta
mostra
material
da SAE
S
istematizar a assistência de
Enfermagem é obrigatório em
Mato Grosso desde 2004, por
meio da Decisão 025/2004, mas o
COREN-MT reconhece que
não é uma atividade fácil e
optou por orientar os
enfermeiros para que eles
tenham condições de
implantar a Sistematização
dentro de um prazo razoável,
ao invés de punir.
A implantação demanda
recursos financeiros e
humanos e qualificação.
Sabendo disso, o CORENMT tem oferecido oficinas
de sistematização aos
enfermeiros responsáveis técnicos.
Depois disso, resta ainda mostrar aos
gestores a importância de implantar o
método e alocar os recursos necessários.
A enfermeira Maria Marta Santos,
responsável técnica (RT) de um hospital
particular de Cuiabá, passou por esse
trabalho e já conseguiu implantar a 'SAE'
em 100% dos pacientes da UTI, dos
pacientes do Centro Cirúrgico, dos
pacientes acamados e dos clientes com
permanência maior no hospital.
Drª Marta disse ter percebido
claramente a melhoria da qualidade da
assistência, após a implantação da SAE.
“Com certeza melhorou. Para você
escrever [no prontuário], você tem que
examinar o paciente, manipulá-lo, você
tem que ir lá ver”, descreve.
A entrevistada infor-mou que hoje a
Sistematização é exigência da empresa em
que trabalha. “Se a Auditoria Interna
verificar que não aplicou a SAE, o prontuário volta”, explica. Drª Marta lembra
que a Sistematização ainda é uma forma
de incrementar a equipe: “Você pode
argumentar que precisa de mais uma
enfermeira, porque não tem condições de
fazer a SAE 100%”.
Para garantir a qualidade, a RT realiza,
regularmente, reuniões com a equipe.
Além disso, o material da SAE também é
freqüentemente reformulado.
Quem precisar de orientação para
também implantar a SAE, pode entrar em
contato com o COREN-MT, pelo
telefone (65) 3623-4075 ou pelo e-mail
[email protected].
Artigo Científico
Úlcera por pressão é tema de pesquisa em MT
O
tratamento de feridas,
assim como para muitos
profissionais de enfermagem, sempre foi uma área interessante
para a enfermeira Idevânia Geraldina
Costa, mestre em Enfer magem
Fundamental pela USP.
Dentre as pesquisas desenvolvidas
por ela com esse tema, houve sua tese de
mestrado e uma pesquisa elaborada em
atendimento a um edital lançado pelo
Ministério da Saúde, em 2005.
Tratava-se de um projeto que custeava
pesquisas de interesse para o Sistema
Único de Saúde. Doutora Idevânia
inscreveu, então, o trabalho “Incidência e
Prevalência de 'Úlcera por Pressão' em
três Hospitais Regionais de Mato
Grosso”, que foi aceito e elaborado entre
os anos de 2005 e 2007.
Com auxílio de pesquisas teóricas e a
partir do acompanhamento da evolução
dos pacientes hospitalizados com o risco,
doutora Idevânia pôde detectar a
porcentagem de pacientes com risco para
'úlcera por pressão' que desenvolviam a
ferida nos três hospitais pesquisados e
pôde sugerir algumas medidas para evitar
a alta incidência da doença. “A gente
percebeu que a incidência foi muito alta e
que há a necessidade de muito cuidado
preventivo”, disse a pesquisadora.
Idevânia Costa sugeriu que o Estado
qualificasse os enfermeiros para identificar os pacientes de risco e, por fim,
tomar medidas preventivas, a fim de
reduzir a incidência.
Segundo a pesquisadora, as características de um paciente de risco são
déficit de mobilidade, percepção sensorial
diminuída, excesso de umidade por
excreções, desnutrição, idade avançada e
doenças crônico-degenarativas. E a
medida preventiva mais eficaz é a
mudança de decúbito para liberar a
pressão. O paciente em cadeira deve ser
movimento a cada hora e o acamado, a
cada duas horas.
Drª Idevânia acredita que todo hospital deva fazer um mapeamento de incidência de 'úlcera por pressão', pois a baixa
incidência é indicador de boa qualidade na
prestação de serviços. “É simples: a
incidência alta implica que não há
cuidados com o paciente, pois profissional
não o movimenta, não o alimenta
corretamente, nem verifica se ele está
úmido”, conclui.
“A cuidado com a úlcera por pressão é
responsabilidade principalmente do
enfermeiro, pois é ele que acompanha o
paciente nas 24 horas e verifica a evolução
da ferida”, defende a pesquisadora,
convidando o enfermeiro para se qualificar
nessa área e reduzir os casos da doença.
A próxima etapa do trabalho da enfermeira será divulgar os resultados aos hospitais estudados, a fim de colaborar para
que seja reduzida a incidência da ferida.
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