estratégias de promoção da alimentação saudável na escola

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CECANE – PR
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ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
NA ESCOLA
CURITIBA, 2010
SCHMIT, B. DE A. S. et al. A escola promovendo hábitos alimentares
saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e
donos de cantina escolar. Rio de Janeiro: Cad. Saúde Pública, v. 24, Sup.,
p. 312-322, 2008
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. DEPARTAMENTO DE
Nutrologia Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do
pré-escolar, alimentação do escolar, alimentação do adolescente,
alimentação na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento
de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria.
Departamento de Nutrologia, 2006. 64 p.
IRALA, R. C.; DUARTE D.; COUTINHO, J.; RECINE, P. F. E. Educação
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Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento de Nutrição. Brasília,
2001
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M.; RECINE, E. Manual para as escolas. A
escola promovendo hábitos alimentares saudáveis – Horta. Universidade
de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento de Nutrição.
Brasília, 2001
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M.; RECINE, E. Manual para as escolas. A
escola promovendo hábitos alimentares saudáveis - Peso saudável.
Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento
de Nutrição. Brasília, 2001
TEIXEIRA, I.B. DA C.; MORAIS, C. M. M. de. O rótulo do alimento como
veículo informativo de preceitos sobre alimentação saudável. São Paulo:
Revista Comunicação & Saúde, v.3, n.5, 2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – Campus Baixada Santista.
Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar - Região Sudeste.
Idéias para promover a alimentação saudável na escola.
VASCONCELOS, C. do S. Projeto Político Pedagógico – conceito e
metodologia de elaboração. In: VASCONCELOS, C. DO S. Planejamento –
Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. Cadernos
Pedagógicos do Libertad, v.1. São Paulo: Libertad, 2000
34
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar
para a população brasileira : Promovendo a alimentação saudável /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral
da Política de Alimentação e Nutrição – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
236p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Rotulagem nutricional obrigatória: Manual de orientação aos consumidores.
Brasília: Universidade de Brasília, 2005
BRASIL. Ministério Da Saúde E Ministério Da Educação. Portaria
Interministerial. MS/MEC n. 1010 de 08/05/2006. Institui as diretrizes para a
Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil,
fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito
nacional. Disponível em:
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-1010.htm.
Acesso em: 18/10/2010
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE E FUNDO NACIONAL DE
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12 e 13 de dezembro, 2006.
COSTA, E. de Q.; RIBEIRO, V.M. B.; RIBEIRO, E. C. de O. Organización
Panamericana de la Salud. Componentes educativos de los programas
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209-14,1997
COSTA, E.Q.; RIBEIRO, V.M.B.; RIBEIRO, E.C.O. Programa de
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conhecimento. Campinas: Rev. Nutr., v. 14.n. 3, p. 225-229, set./dez.,
2001
DOMENE, S.M.A. A escola como ambiente de promoção da saúde e
educação nutricional. São Paulo: Psicologia USP, v.19, n. 4, p. 505-517,
outubro/dezembro, 2008,
PHILIPPI, S. T.; CRUZ, A. T. R.; COLUCCI, A. C. A. Pirâmide alimentar
para crianças de 2 a 3 anos. Campinas: Rev.
Nutr. v.16 n.1, Jan./Mar. 2003
35
3
Passo a Passo para uma alimentação saudável no ambiente escolar
33
3 - Alimentação saudável: pirâmide dos Alimentos
Objetivo
Definir e explicar o que significa uma alimentação saudável através de
um instrumento simples e de fácil compreensão como a pirâmide dos
alimentos.
CONTEÚDO
Introdução .......................................................................
6
O Programa Nacional de Alimentação Escolar –
PNAE ...............................................................................
8
Caminhos para uma alimentação saudável .................
9
A importância da escola no processo de aquisição
de Hábitos alimentares saudáveis ................................
11
Recomendações para concretização de uma
alimentação saudável para os escolares .....................
18
Aprendendo e ensinando a ler rótulos nutricionais
dos alimentos .................................................................
24
Ideias para promover a alimentação saudável nas
escolas..............................................................................
25
Passo a passo para uma alimentação saudável no
ambiente escolar ............................................................
33
Desenvolvimento
Atividade prática - Consumo alimentar de 1 dia
Objetivos da atividade
Avaliar o conhecimento dos alunos a respeito do tema alimentação
saudável antes de serem introduzidos, pelo professor, os conhecimentos
a respeito desse tema. Introduzir conceitos de alimentação saudável
através da pirâmide dos alimentos.
Material necessário
Ficha de planejamento alimentar
Lápis ou caneta
Procedimento
O aluno deverá preencher a ficha de acordo com o que costuma comer
durante o dia (e não de acordo com o que acha que é certo). Não são
necessárias as quantidades, apenas os tipos de alimentos. O aluno deverá
somar o número de vezes que os alimentos de um mesmo grupo aparece e
colocar o total de cada grupo no espaço correspondente.
Após o aluno fazer o seu planejamento, o professor, baseado nos
princípios pirâmide dos alimentos e seus grupos irá discutir com a turma
os resultados obtidos.
32
5
Introdução
Buscando atingir as metas do milênio para a Educação e
a Saúde, o governo federal, por meio da Portaria
Interministerial nº 1010, de 08 de maio de 2006, instituiu as
diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas
escolas das redes pública e privada, em âmbito nacional,
favorecendo o desenvolvimento de ações que promovam e
garantam a adoção de práticas alimentares mais saudáveis
no ambiente escolar.
Diante do exposto e primando pela qualidade das suas
ações, o FNDE firmou parcerias com Instituições de Ensino
Superior, constituindo os CENTROS COLABORADORES EM
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DO ESCOLAR (CECANES).
Dessa forma, da parceria entre a Universidade Federal do
Paraná e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação surgiu o Centro Colaborador em Alimentação e
Nutrição do Escolar do Paraná – CECANE PR,
institucionalizado no Setor de Ciências da Saúde,
Departamento de Nutrição, com a participação do Setor de
Educação
Na gestão 2009/2010, as metas que estão sendo
desenvolvidas são: Curso de Aperfeiçoamento em Qualidade
da Alimentação Escolar (curso de extensão, em nível de
aperfeiçoamento para formação profissional de nutricionistas
que atuam na área de alimentação escolar); Assessoria aos
Municípios (assessoramento aos gestores municipais da
alimentação escolar) e a Capacitação dos Agricultores
Familiares em conjunto com os Agentes Sociais responsáveis
pela gestão, desenvolvimento, fiscalização, controle e
execução das ações relativas à alimentação escolar, na
esfera municipal.
6
As pessoas sofrem transformações com o passar dos anos: os bebês
crescem, aumentam de peso, aprendem a falar, andar; as crianças
continuam crescendo, aprendem a ler e escrever, correm, pulam,
dançam; os adolescentes aumentam de peso e altura, o corpo todo se
transforma; os adultos já não crescem e por isso devem ter um cuidado
maior com o peso; os atletas gastam muita energia e precisam de uma
alimentação que forneça os tipos e quantidades de alimentos
suficientes; os idosos devem se cuidar para não ficarem doentes, e
assim por diante. Isto é, para cada fase da vida, a alimentação tem uma
importância diferente mas é essencial em todas elas. Na infância, os
objetivos principais da alimentação são:
Crescimento
Os ossos, músculos, pele e órgãos (o corpo, por dentro e por fora)
aumentam de tamanho e os alimentos fornecem as substâncias de que
nosso organismo precisa para que isso aconteça;
Desenvolvimento
É durante a infância que aprendemos a ler, a escrever, temos que
estudar, gostamos de correr, pular, etc. O corpo e a mente têm que se
desenvolver para conseguir realizar essas mudanças e isso se dá
através da alimentação. Uma boa alimentação na infância ajuda ter e a
manter um peso saudável. Mas O que seria o peso saudável? Seria
aquele que está no “tamanho” certo com a altura, idade e atividade
física da pessoa. Um corpo bonito ou magro não é o mesmo que
saudável. O peso saudável é aquele adequado para o seu caso e por isso,
não tem sentido querer ter o corpo igual ao de uma outra pessoa. Um
nutricionista e/ou médico são os profissionais de saúde que podem
avaliar o peso saudável para cada pessoa. A atividade física também
ajuda a ter um peso saudável. É nessa época que são formados nossos
hábitos alimentares, ou seja, quando “aprendemos” a gostar ou não
de certos alimentos, quando criamos o costume de comê-los, etc.
Devemos, então, provar diferentes tipos de alimentos e adquirir bons
hábitos para garantir saúde que será útil para a vida toda. Uma
alimentação saudável evita o aparecimento de doenças, desde uma
simples gripe até doenças mais sérias como a obesidade (pessoas
gordas) e a desnutrição (pessoas muito magras e fracas).
31
1 - Rótulo de alimentos
Objetivo da atividade
Explicar a importância da leitura dos rótulos dos alimentos.
Desenvolvimento da atividade
Conhecimentos prévios necessários
Alimentação saudável; tipos e funções dos alimentos.
Material necessário
Embalagem de alimento com sabor de fruta (embalagem de biscoito
de morango, por exemplo)
Procedimentos
Converse com seus alunos:
Quando vocês forem a um supermercado ou padaria, observem a
quantidade de alimentos com sabor morango (suco, iogurte,
biscoito...). Será que todos esses alimentos são realmente
preparados com morango? Ou o seu sabor e sua cor são produzidos
nos laboratórios químicos das indústrias?
E os alimentos de chocolate, será que todos são produzidos com o
cacau, a fruta da qual se faz o chocolate?
Mostre o rótulo do biscoito e leia a lista de ingredientes. Pergunte:
tem morango entre os ingredientes?
Peça para os alunos pesquisarem outros rótulos de alimentos e
discuta a importância disso.
2 - A importância da alimentação na infância
Objetivo da atividade
Informar sobre aspectos específicos da importância da alimentação
durante a infância, tais como crescimento e desenvolvimento.
Desenvolvimento
Pergunte para a turma “todas as pessoas devem ter a mesma alimentação?”.
Questione sobre a alimentação que os alunos tinham quando eram recémnascidos, bebês, sobre a alimentação dos pais, avós, de pessoas doentes, de
atletas (jogadores de futebol, por exemplo)... Todos devem se alimentar
sem diferenças?
30
As ações de educação permanente de Agricultores
Familiares As ações de educação permanente de Agricultores
Familiares e Gestores da Alimentação Escolar nos
municípios, em 2009/2010, foram distribuídas em dois eixos
temáticos com dois módulos de 10 horas cada:
Eixo I - Direito Humano à Alimentação Adequada – DHAA, e
Eixo II - Agricultura Familiar, Tecnologias Sociais e
Cooperativismo. Os municípios abrangidos pela capacitação
foram: Campo Bonito, Candói, Guaraniaçu, Honório Serpa,
Lindoeste e Nova Laranjeiras.
As capacitações foram desenvolvidas em escolas rurais
ou Casa Familiar Rural – uma em cada município - e
envolveu a participação de gestores da alimentação escolar e
agricultores familiares.
As ações de educação permanente resultaram no
entendimento de que:
1) é necessário promover a educação integral de todos
os atores envolvidos com a escola e a comunidade do
seu entorno;
2) a alimentação saudável e ambientalmente
sustentável deve ser incorporada como eixo gerador
de práticas pedagógicas.
Acredita-se
que
estratégia
para
garantir
o
desenvolvimento integral do aluno perpassa pela promoção
de saúde e alimentação saudável no ambiente escolar. Essa
cartilha foi desenvolvida pela equipe do CECANE-PR a partir
das experiências de atuação deste e dos anos anteriores e
tem como objetivo lançar bases e algumas ferramentas para
reflexão da inserção de ações educativas em alimentação e
nutrição como tema transversal ao currículo escolar, levando
em consideração a situação concreta dos municípios.
7
O Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
tem origem na década de 40 e atende atualmente de forma
gratuita cerca de 47 milhões de alunos matriculados na
educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental e
médio e educação de jovens e adultos de escolas públicas e
filantrópicas do país, tendo por base a perspectiva do direito
humano à alimentação.
O objetivo do programa é contribuir para o crescimento e
o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o
rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares
saudáveis dos alunos.
O programa é gerenciado pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) e se concretiza por
meio de repasse de recursos financeiros aos estados e
municípios ou ainda, diretamente as escolas, em caráter
complementar, cujo objetivo é a aquisição de gêneros
alimentícios para a alimentação dos escolares.
É considerado um dos maiores programas na área de
alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento
universalizado.
Dentre os avanços na área de alimentação escolar,
destaca-se a Lei n. 11.947, de 16/6/2009, que determina a
utilização de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo
FNDE para a compra de produtos da agricultura familiar.
Essa medida estimula o desenvolvimento econômico das
comunidades e estão em consonância com as diretrizes do
PNAE no que se refere ao respeito aos hábitos alimentares
regionais e o apoio ao desenvolvimento sustentável.
8
Como é o ecossistema da região? Quais as plantas e
animais que fazem parte da biodiversidade do ecossistema?
Construção de uma maquete da obra;
Ciências
Quais são os nutrientes presentes em cada hortaliça e sua
função no organismo;
Como as minhocas podem contribuir para um solo de melhor
qualidade;
Construção de uma pirâmide de alimentos para expor próximo ao
refeitório da escola;
Como a água chega até a escola ou a casa?
História
Como era a alimentação em 1500? O que mudou e por quê?
Qual o país de origem de cada hortaliça?
Qual a influencia da cultura na produção e consumo de
determinados alimentos?
O arroz, o feijão, a batata e a mandioca fazer parte da
alimentação da maioria dos brasileiros. Qual é a história desses
alimentos?
Alguns temas para discussão em sala de aula
Os temas a seguir foram extraídos do material: Educação
nutricional para alunos do ensino fundamental (IRICA et al,
2001).
28
Outras ideias que podem ser colocadas em prática em
sala de aula...
Português
Redações falando sobre as expectativas de construir uma horta;
Pesquisa sobre os hábitos alimentares da comunidade;
Cartazes de divulgação da horta
Concurso de poesia sobre a horta;
Matemática
Calcular os custos do projeto
Representação percentual dos alimentos mais consumidos na
região em cada época do ano;
Medir os ingredientes de uma receita e prepará-la na cozinha da
escola;
Pesquisar os indicadores de subnutrição e obesidade no Brasil e
realizar gráficos para representar os indicadores;
Geografia
A influência do clima e do solo na produção de hortaliças;
Que fatores contribuem para o adequado crescimento e
desenvolvimento de hortaliças?
Como as hortaliças que não são produzidas na região são
transportadas;
29
Caminhos para uma alimentação saudável
A infância é um período de intenso desenvolvimento
físico e intelectual, marcado por um gradual crescimento da
altura, ganho de peso e desenvolvimento psicológico. A
alimentação inadequada nessa fase pode ocasionar déficits
no desenvolvimento físico e cerebral.
Devido às deficiências crônicas de vitaminas e
minerais (principalmente ferro, vitamina A e iodo), cerca de
1/3 das pessoas não atinge seu potencial em
desenvolvimento intelectual e de crescimento. Quando
graves, essas deficiências podem resultar em cretinismo,
cegueira, anemia, comprometimento do desenvolvimento
imunológico, dentre outras doenças e incapacidades.
O que comemos e bebemos não é uma escolha
individual. A pobreza, a falta de acesso à informação, a falta
de acesso a alimentos de qualidade - dentre outros fatores restringem a opção por uma alimentação adequada. Os
hábitos e preferências alimentares são baseados em
questões sociais e familiares, que se pautam principalmente
pelo sistema de produção de alimentos.
O incentivo a uma alimentação saudável deve ser
baseada em práticas que remetam à significação social e
cultural dos alimentos. A ênfase deve ser dada aos alimentos
e não aos nutrientes, pois, apesar de sua importância, esses
alimentos não podem ser resumidos a eles.
O caminho de uma alimentação saudável passa então
pelo resgate de práticas e valores alimentares referenciados
pela comunidade, assim como o estímulo a produção e
consumo de alimentos regionais. É necessário estabelecer
um diálogo entre o saber popular e o saber técnico,
rompendo o modelo de intervenção que visa à transmissão
de normas. Esse diálogo deve aprofundar o entendimento
dos processos que determinam os nossos hábitos
alimentares a fim de possibilitar transformações concretas.
9
As pesquisas comprovam que mais do que o acesso à
informação, são as vivências de experiências positivas os
fatores de sucesso para o estabelecimento de hábitos
saudáveis, quando o acesso ao alimento está garantido.
A responsabilidade compartilhada entre os diversos
atores sociais envolvidos com a alimentação escolar é o
caminho para a construção de modos de vida que tenham
como objetivo central a promoção da saúde.
Método: FESTIVAL DA COLHEITA
Desenvolvimento
A escola poderá convidar as famílias para participarem do momento
simbólico da primeira colheita. As crianças serão responsáveis por
apresentar o projeto, suas etapas e objetivos. Dependendo da
situação específica pode-se preparar algum prato com os produtos
colhidos para que todos possam provar ou cada família leva uma
pequena amostra dos produtos colhidos para sua casa.
Método: PREPARANDO O CARDÁPIO DA MERENDA ESCOLAR
Desenvolvimento
A partir do momento que os produtos cultivados comecem a estar
prontos para a colheita cada turma pode ficar responsável por
preparar o cardápio semanal da merenda incluindo os produtos
disponíveis. Nesta atividade além do resgate de receitas locais, os
conceitos da Pirâmide Alimentar poderão ser reforçados e
implementados.
Método: COZINHA EXPERIMENTAL NA ESCOLA
Desenvolvimento
A pesquisa de receitas de preparações de hortaliças é outra atividade feita
com as crianças para estimular a adoção de hábitos alimentares e estilos de
vida saudáveis. Após o dia da colheita, as crianças trazem de casa uma
receita com as hortaliças colhidas neste dia. Em seguida, o professor faz
um concurso na sala para escolher com as crianças, a melhor receita para
ser preparada e saboreada pela turma. Nessa atividade, o professor aborda
todos os passos para o cultivo da hortaliça.
Interações da alimentação saudável
10
27
Método: PLANEJANDO E ADMINISTRANDO UMA HORTA
A importância da escola no processo de aquisição dos
hábitos alimentares saudáveis
Desenvolvimento
Cada turma se responsabiliza por um canteiro da horta. Em seguida,
o professor orienta as crianças sobre plantio, formação de mudas,
espaçamento entre as covas, irrigação, além de colheita e
conservação das hortaliças para o consumo. O professor
supervisiona os alunos em todos os passos. Tudo isso motiva as
crianças a cuidar de seu canteiro, administrá-lo para que as
hortaliças cresçam e estejam apropriadas para o consumo. Além
disso, essa experiência reforça as qualidades de organização,
planejamento, responsabilidade e o processo de promoção de saúde
através da alimentação saudável.
Método: APLICANDO CIÊNCIAS E SAÚDE NO DIA-A-DIA DA
HORTA
Ah! Ah! – pois o A, com a sua cartolinha bicuda,
parece o chefe do batalhão.
Pára na frente de todas as letras
e grita: A... A... A... A... Atenção!
Atenção! – que digo: Acorda, menino,
vamos ser Alegre, vamos ser Ativo,
eu te dou o Ar pra respiração,
eu te dou a Água, eu te dou as Árvores
e todas as belas
frutas Amarelas,
trago-te Apetite e Alimentação!
Venho dançando na frente do Almoço,
carregando Alface tão fina e tão fresca
que todos me pedem: “Quero uma porção!” [...]
Cecília Meireles e Josué de Castro.
A festa das Letras. Editora Antares, 1996
Desenvolvimento
Um dos conceitos mais aplicados em ciências é o da cadeia alimentar.
Por isso, o professor pode utilizar esse conceito e relacionar o papel
da horta com o fornecimento de nutrientes do solo para as
hortaliças e, posteriormente, o consumo das hortaliças fundamentais
para a nutrição do ser humano. O professor divide a turma em
grupos de trabalhos e determina que cada grupo seja responsável
por explorar as qualidades nutricionais das hortaliças cultivadas, ao
mesmo tempo, a criança é motivada a se alimentar da hortaliça para
garantir os nutrientes ao seu corpo. Outro aspecto importante de
ser discutido nesta atividade são os conceitos de variedade,
combinação e moderação contidos na Pirâmide dos Alimentos.
26
A promoção de saúde na escola se divide em três áreas de
atuação:
1) Educação em saúde: pode ser efetivado através da
inclusão do tema ao currículo, o desenvolvimento de
materiais educativos e a capacitação de docentes;
2) Serviços de saúde e alimentação: serviços de saúde
baseados nos aspectos preventivos, com execução de
exames periódicos para os escolares; o fornecimento da
merenda escolar e a formação de hortas escolares;
3) Ambientes saudáveis: é necessário assegurar
condições adequadas do espaço físico escolar, a fim de
promover bem estar às pessoas, buscar assegurar aos
alunos habilidades para a vida, dotando-os de
capacidade para analisar os fenômenos comunitários e
estimular a prática de atividade física na escola.
11
Ideias para promover a alimentação saudável na escola
A escola possui os atributos necessários para promover
a educação em saúde: o PNAE proporciona uma realidade
concreta para realizar uma proposta pedagógica em
educação alimentar e nutricional; pelo ambiente escolar
transitam inúmeros atores sociais – alunos, familiares,
funcionários técnico-administrativos, profissionais de saúde –
o que proporciona uma atuação em conjunto.
O PNAE e suas potencialidades não têm sido explorados
amplamente no processo educativo. Muitos o consideram
apenas na sua dimensão assistencial, com objetivo de
suplementação alimentar para alunos carentes. Isso
obscurece as possibilidades educativas e dificulta o pensar e
executar atividades que permitiriam a produção de
conhecimentos significativos à realidade do aluno.
Os desafios lançados para a escola e os docentes se
pautam em dois aspectos:
1 - Aprimoramento da formação técnica dos docentes
sobre o tema;
2 - Construção de um projeto pedagógico que sirva
como instrumento para o educador formar cidadãos.
Discuta o cardápio do dia da alimentação escolar com os
alunos quanto à composição e os benefícios para a saúde,
além da origem daqueles alimentos, formas e tipos de
produção. Uma forma de mudar a relação do aluno com o
alimento é convidar a merendeira para falar sobre as formas
de preparo do alimento, além do nutricionista. Explore as
possibilidades!
A horta escolar como eixo gerador de dinâmicas
comunitárias, educação ambiental, alimentação saudável
e sustentável
A horta serve como base de referências para inúmeras
atividades didáticas, além de proporcionar uma grande
variedade de alimentos a baixo custo para a merenda
escolar. Com o auxílio da horta, o professor pode relacionar
diferentes
conteúdos
e
colocar
em
prática
a
interdisciplinaridade. As atividades também asseguram que a
criança e a escola resgatem a cultura alimentar brasileira e,
consequentemente, estilos de vida mais saudáveis.
A horta como recurso pedagógico
A seguir, estão apresentados exemplos de como a horta
pode ser utilizada como recurso pedagógico. Para mais
informações consulte o material: Hortas - manual para as
escolas (IRALA et al, 2001).
12
25
A rotulagem nutricional obrigatória pode ser visualizada
no infográfico seguinte:
A Lei nº 11.974/2009 refere no Art. 2º, parágrafo II - A
inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de
ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar,
abordando o tema alimentação e nutrição e o
desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na
perspectiva da segurança alimentar e nutricional.
Porém, como fazer? Para início, é necessário delimitar
alguns passos.
A educação alimentar e nutricional necessita ser:
·
·
·
·
Pedagogicamente
estruturada
(dialogal,
significativa, problematizadora, transversal ao
currículo escolar, lúdica, que cultive a construção
de cidadania);
Adequada à realidade local;
Sustentável;
Integrada;
O conjunto de ações formativas devem ter por objetivo
estimular a adoção voluntária de práticas e escolhas
alimentares saudáveis!
O fluxograma a seguir mostra alguns fatores que levam a
inadequação de hábitos alimentares dos escolares. É uma
forma útil de problematizar os principais entraves para o
asseguramento de bons hábitos alimentares e planejar as
ações em educação alimentar e nutricional. Pode ser utilizado
para construir o diagnóstico a nível local, do município ou da
escola.
13
24
Alimentos e porções dos grupos alimentares
Fluxograma de inadequação de hábitos alimentares nos escolares
Aprendendo e ensinando a ler os rótulos nutricionais dos
alimentos
A Rotulagem Nutricional garante o direito à informação do
cidadão-consumidor ao auxiliá-lo na escolha e consumo de
alimentos saudáveis. Os fabricantes devem indicar sempre uma
porção equivalente ao grupo alimentar ao que o produto
pertence.
14
23
Sugestões de porções para compor a alimentação de
crianças saudáveis em idade escolar (de 7 a 10 anos) durante
um dia, baseadas na Pirâmide Alimentar, com 2000 kcal.
22
Grupo de alimentos
Pães, cereais, raízes,
tubérculos e seus
derivados
Leguminosas
Verduras, hortaliças e
conservas vegetais
Frutas e sucos
Leite e derivados
Carne o ovos
Óleos e gorduras e
sementes oleaginosas
Açúcares e produtos
que fornecem energia
provenientes de
carboidratos e
gorduras
6
Valor
energético
médio por
porção**
150 kcal
1
4
150 kcal
30 kcal
3
3
2
1
70 kcal
125 kcal
125
100
2
100 kcal
Número
de
porções*
FONTE: *SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2006; **BRASIL, 2005
Para auxiliar na seleção e consumo de alimentos, os
rótulos dos alimentos indicam a informação nutricional dos
alimentos, com as porções em medidas caseiras.
A Tabela a seguir apresenta alguns exemplos de
alimentos que representam uma porção de cada grupo da
Pirâmide.
A Portaria nº 1010 estabelece 10 passos essenciais para promover a
15
alimentação saudável nas escolas. A seguir algumas idéias para o alcance
desses passos:
Pirâmide de alimentos para crianças de 7 a 10 anos
1º Passo: A escola deve definir estratégias, em conjunto com a
comunidade escolar, para favorecer escolhas saudáveis.
· Sensibilizar a comunidade escolar e professores em relação à
importância da alimentação para a educação;
· Realizar e divulgar avaliação do estado nutricional dos escolares;
· Valorizar os profissionais envolvidos com o PNAE, especialmente as
merendeiras;
2º Passo: Reforçar a abordagem de promoção de saúde e da alimentação
saudável nas atividades curriculares da escola.
· Estimular o conhecimento e aplicações do Guia Alimentar para a
população brasileira;
· Realizar educação continuada para professores sobre o tema
alimentação e nutrição;
3º Passo: Desenvolver estratégias de informação às famílias dos alunos
para a alimentação saudável no ambiente escolar, enfatizando sua coresponsabilidade e a importância de sua participação neste processo.
· Inserir o tema alimentação e nutrição na reunião de pais e
mestres;
· Fortalecer o Conselho de Alimentação Escolar;
· Fortalecer parcerias com a Estratégia de Saúde da Família;
4º Passo: Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com
alimentação na escola para produzir e oferecer alimentos mais
saudáveis, adequando os locais de produção e fornecimento de refeições
às boas práticas para serviços de alimentação e garantindo a oferta de
água potável.
· Estimular a elaboração de Manual de Boas Práticas pelo
nutricionista;
· Capacitar merendeiras;
· Estimular a fiscalização das unidades de alimentação e nutrição
escolares por intermédio do CAE;
FONTE: PHILIPPI, Sonia T., 2000, citado por IRALA et al, 2001
5º Passo: Restringir a oferta, a promoção comercial e a venda de
alimentos ricos em gordura, açúcares e sal.
· Trabalhar a composição dos alimentos, rotulados ou não, e suas
conseqüências sobre a saúde;
16
21
Grupo do Leite e derivados, Carnes e ovos (parte
intermediária da pirâmide)
Todos os alimentos são ricos no nutriente chamado
proteína. Ela faz parte da composição dos tecidos celulares,
sendo fundamental no crescimento e manutenção da pele,
dos ossos, do cabelo, das unhas, etc.
Exemplos de alimentos desse grupo são leite, queijo
(mussarela, prato, ricota, etc.), iogurtes, carne bovina, aves,
peixes, ovos, feijão, ervilha e amendoim.
Além disso, os leites e derivados também são ricos em
cálcio, um dos responsáveis pela formação dos ossos.
Grupo dos açúcares e gorduras (topo da pirâmide)
Os alimentos desse grupo como chocolate e sorvetes são
ricos em açúcar, também chamado de carboidrato simples.
A margarina, óleos vegetais e gordura animal (manteiga,
banhas) também fazem parte deste grupo alimentar por
serem ricos em gordura e devem ser consumidos em menor
quantidade em relação aos outros grupos.
6º Passo: Desenvolver opções de alimentos e refeições saudáveis na
escola.
· Estimular a criação de hortas comunitárias;
· Adequar o tipo de refeição ao horário de distribuição;
· Realizar oficinas culinárias e concurso de receitas com os escolares
7º Passo: Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e
verduras, com ênfase nos alimentos regionais.
· Adequar o cardápio para incluir ampla variedade de frutas, legumes e
verduras;
· Trabalhar a origem e composição das frutas, legumes e verduras e
conseqüências do consumo para a saúde;
· Estimular formação de hortas;
· Incentivar o consumo de produtos horti-fruti locais e regionais;
8º Passo: Auxiliar os serviços de alimentação da escola na divulgação
de opções saudáveis por meio de estratégias que estimulem essas
escolhas.
· Elaboração de cartazes feitos pelas crianças;
· Garantir o conhecimento, pelas crianças, das etapas de produção dos
alimentos ofertados na alimentação escolar;
9º Passo: Divulgar a experiência da alimentação saudável para outras
escolas, trocando informações e vivências.
· Realizar fóruns de discussão entre as escolas;
· Divulgar experiências exitosas em sites de órgãos públicos;
· Aproveitar a semana mundial da alimentação para realizar
trabalhos e oficinas sobre o tema;
10º Passo: Desenvolver um programa contínuo de promoção de hábitos
alimentares saudáveis, considerando o monitoramento do estado
nutricional dos escolares, com ênfase em ações de diagnóstico,
prevenção e controle dos distúrbios nutricionais.
· Avaliar o estado nutricional, consumo dos escolares e da comunidade
escolar periodicamente;
· Manter programa de educação nutricional permanente e contínuo;
· Fomentar projetos de atividade física e alimentação saudável dentro do
ambiente escolar;
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Recomendações para concretização de uma alimentação
saudável para escolares
As proibições ou limitações impostas devem ser evitadas,
a não ser que façam parte de orientações individualizadas e
particularizadas do aconselhamento nutricional de pessoas
portadoras de doenças ou distúrbios nutricionais específicos.
Por outro lado, supervalorizar determinados alimentos em
função de suas características nutricionais não deve constituir
a prática da promoção da alimentação saudável. Ou seja, os
alimentos não devem ser classificados em “saudáveis” ou
“ruins” para a saúde. Devemos olhar o contexto integral da
alimentação.
A Pirâmide dos Alimentos ilustra grupos de alimentos.
Na sua essência estão implícitos os três princípios da
alimentação saudável:
· Variedade: utilização de diversos tipos de alimentos
durante as estações do ano, dia e durante cada uma das
refeições.
· Moderação: cada grupo de alimento deve ser
consumido em determinada quantidade, para que se
evite carências nutricionais por excesso ou deficiência.
· Equilíbrio: reúne os conceitos de variedade e
moderação, respeitando a utilização de vários alimentos
em quantidades adequadas à cada pessoa.
As pessoas não se alimentam de nutrientes, mas de
alimentos, com cheiro, cor, textura e sabor; portanto as
diretrizes da alimentação saudável são baseadas em
alimentos e, consideradas no seu conjunto, abarcam um plano
alimentar completo.
Grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes (base da
pirâmide)
Os guias alimentares são instrumentos informativos sobre
a seleção, forma e quantidade de alimentos a ser consumidos
e podem auxiliar na orientação nutricional e alimentar.
Esse grupo se constitui de arroz, milho, mandioca,
biscoitos salgados, batata, etc. Fornecem um nutriente
chamado de Carboidrato complexo.
Normalmente são expressos na forma de ícones e a
pirâmide alimentar é a mais conhecida no Brasil. Ela expressa
o número de porções de cada grupo alimentar que cada
pessoa - segundo sua idade, peso e altura - deve ingerir.
Grupos das hortaliças e frutas (parte intermediária da
pirâmide)
A pirâmide de alimentos deve ser utilizada como uma
ferramenta de auxílio para a promoção de práticas alimentares
saudáveis. Pode ser construída com os alimentos produzidos
localmente e de acordo com sua sazonalidade.
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A pirâmide alimentar e os grupos de alimentos
Abaixo, os grupos das pirâmides são apresentados:
Os alimentos que fazem parte desse grupo são todas as
frutas e hortaliças (verduras e legumes) como, por exemplo,
cenoura, maçã, banana, mamão, entre outros. É importante
variar as cores destes alimentos, para assegurar a ingestão
de ampla variedade de vitaminas e minerais.
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