CECANE – PR Av. Lothário Meissner, nº 632 – Jardim Botânico, Curitiba-PR, CEP: 80210-170 E-mail: [email protected] Fone: (41) 3360-4015 ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA ESCOLA CURITIBA, 2010 SCHMIT, B. DE A. S. et al. A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar. Rio de Janeiro: Cad. Saúde Pública, v. 24, Sup., p. 312-322, 2008 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. DEPARTAMENTO DE Nutrologia Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar, alimentação do adolescente, alimentação na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2006. 64 p. IRALA, R. C.; DUARTE D.; COUTINHO, J.; RECINE, P. F. E. Educação nutricional para alunos do ensino fundamental. Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento de Nutrição. Brasília, 2001 IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M.; RECINE, E. Manual para as escolas. A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis – Horta. Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento de Nutrição. Brasília, 2001 IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M.; RECINE, E. Manual para as escolas. A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis - Peso saudável. Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Departamento de Nutrição. Brasília, 2001 TEIXEIRA, I.B. DA C.; MORAIS, C. M. M. de. O rótulo do alimento como veículo informativo de preceitos sobre alimentação saudável. São Paulo: Revista Comunicação & Saúde, v.3, n.5, 2006 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – Campus Baixada Santista. Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar - Região Sudeste. Idéias para promover a alimentação saudável na escola. VASCONCELOS, C. do S. Projeto Político Pedagógico – conceito e metodologia de elaboração. In: VASCONCELOS, C. DO S. Planejamento – Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. Cadernos Pedagógicos do Libertad, v.1. São Paulo: Libertad, 2000 34 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira : Promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 236p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária Rotulagem nutricional obrigatória: Manual de orientação aos consumidores. Brasília: Universidade de Brasília, 2005 BRASIL. Ministério Da Saúde E Ministério Da Educação. Portaria Interministerial. MS/MEC n. 1010 de 08/05/2006. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-1010.htm. Acesso em: 18/10/2010 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE E FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). Relatório da Oficina de Estratégias para a Promoção de Alimentação Saudável na Escola. Brasília, 12 e 13 de dezembro, 2006. COSTA, E. de Q.; RIBEIRO, V.M. B.; RIBEIRO, E. C. de O. Organización Panamericana de la Salud. Componentes educativos de los programas para la promoción de la salud escolar. Rev Panam Salud Pública; v. 2, p. 209-14,1997 COSTA, E.Q.; RIBEIRO, V.M.B.; RIBEIRO, E.C.O. Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento. Campinas: Rev. Nutr., v. 14.n. 3, p. 225-229, set./dez., 2001 DOMENE, S.M.A. A escola como ambiente de promoção da saúde e educação nutricional. São Paulo: Psicologia USP, v.19, n. 4, p. 505-517, outubro/dezembro, 2008, PHILIPPI, S. T.; CRUZ, A. T. R.; COLUCCI, A. C. A. Pirâmide alimentar para crianças de 2 a 3 anos. Campinas: Rev. Nutr. v.16 n.1, Jan./Mar. 2003 35 3 Passo a Passo para uma alimentação saudável no ambiente escolar 33 3 - Alimentação saudável: pirâmide dos Alimentos Objetivo Definir e explicar o que significa uma alimentação saudável através de um instrumento simples e de fácil compreensão como a pirâmide dos alimentos. CONTEÚDO Introdução ....................................................................... 6 O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE ............................................................................... 8 Caminhos para uma alimentação saudável ................. 9 A importância da escola no processo de aquisição de Hábitos alimentares saudáveis ................................ 11 Recomendações para concretização de uma alimentação saudável para os escolares ..................... 18 Aprendendo e ensinando a ler rótulos nutricionais dos alimentos ................................................................. 24 Ideias para promover a alimentação saudável nas escolas.............................................................................. 25 Passo a passo para uma alimentação saudável no ambiente escolar ............................................................ 33 Desenvolvimento Atividade prática - Consumo alimentar de 1 dia Objetivos da atividade Avaliar o conhecimento dos alunos a respeito do tema alimentação saudável antes de serem introduzidos, pelo professor, os conhecimentos a respeito desse tema. Introduzir conceitos de alimentação saudável através da pirâmide dos alimentos. Material necessário Ficha de planejamento alimentar Lápis ou caneta Procedimento O aluno deverá preencher a ficha de acordo com o que costuma comer durante o dia (e não de acordo com o que acha que é certo). Não são necessárias as quantidades, apenas os tipos de alimentos. O aluno deverá somar o número de vezes que os alimentos de um mesmo grupo aparece e colocar o total de cada grupo no espaço correspondente. Após o aluno fazer o seu planejamento, o professor, baseado nos princípios pirâmide dos alimentos e seus grupos irá discutir com a turma os resultados obtidos. 32 5 Introdução Buscando atingir as metas do milênio para a Educação e a Saúde, o governo federal, por meio da Portaria Interministerial nº 1010, de 08 de maio de 2006, instituiu as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas das redes pública e privada, em âmbito nacional, favorecendo o desenvolvimento de ações que promovam e garantam a adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar. Diante do exposto e primando pela qualidade das suas ações, o FNDE firmou parcerias com Instituições de Ensino Superior, constituindo os CENTROS COLABORADORES EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DO ESCOLAR (CECANES). Dessa forma, da parceria entre a Universidade Federal do Paraná e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação surgiu o Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar do Paraná – CECANE PR, institucionalizado no Setor de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, com a participação do Setor de Educação Na gestão 2009/2010, as metas que estão sendo desenvolvidas são: Curso de Aperfeiçoamento em Qualidade da Alimentação Escolar (curso de extensão, em nível de aperfeiçoamento para formação profissional de nutricionistas que atuam na área de alimentação escolar); Assessoria aos Municípios (assessoramento aos gestores municipais da alimentação escolar) e a Capacitação dos Agricultores Familiares em conjunto com os Agentes Sociais responsáveis pela gestão, desenvolvimento, fiscalização, controle e execução das ações relativas à alimentação escolar, na esfera municipal. 6 As pessoas sofrem transformações com o passar dos anos: os bebês crescem, aumentam de peso, aprendem a falar, andar; as crianças continuam crescendo, aprendem a ler e escrever, correm, pulam, dançam; os adolescentes aumentam de peso e altura, o corpo todo se transforma; os adultos já não crescem e por isso devem ter um cuidado maior com o peso; os atletas gastam muita energia e precisam de uma alimentação que forneça os tipos e quantidades de alimentos suficientes; os idosos devem se cuidar para não ficarem doentes, e assim por diante. Isto é, para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância diferente mas é essencial em todas elas. Na infância, os objetivos principais da alimentação são: Crescimento Os ossos, músculos, pele e órgãos (o corpo, por dentro e por fora) aumentam de tamanho e os alimentos fornecem as substâncias de que nosso organismo precisa para que isso aconteça; Desenvolvimento É durante a infância que aprendemos a ler, a escrever, temos que estudar, gostamos de correr, pular, etc. O corpo e a mente têm que se desenvolver para conseguir realizar essas mudanças e isso se dá através da alimentação. Uma boa alimentação na infância ajuda ter e a manter um peso saudável. Mas O que seria o peso saudável? Seria aquele que está no “tamanho” certo com a altura, idade e atividade física da pessoa. Um corpo bonito ou magro não é o mesmo que saudável. O peso saudável é aquele adequado para o seu caso e por isso, não tem sentido querer ter o corpo igual ao de uma outra pessoa. Um nutricionista e/ou médico são os profissionais de saúde que podem avaliar o peso saudável para cada pessoa. A atividade física também ajuda a ter um peso saudável. É nessa época que são formados nossos hábitos alimentares, ou seja, quando “aprendemos” a gostar ou não de certos alimentos, quando criamos o costume de comê-los, etc. Devemos, então, provar diferentes tipos de alimentos e adquirir bons hábitos para garantir saúde que será útil para a vida toda. Uma alimentação saudável evita o aparecimento de doenças, desde uma simples gripe até doenças mais sérias como a obesidade (pessoas gordas) e a desnutrição (pessoas muito magras e fracas). 31 1 - Rótulo de alimentos Objetivo da atividade Explicar a importância da leitura dos rótulos dos alimentos. Desenvolvimento da atividade Conhecimentos prévios necessários Alimentação saudável; tipos e funções dos alimentos. Material necessário Embalagem de alimento com sabor de fruta (embalagem de biscoito de morango, por exemplo) Procedimentos Converse com seus alunos: Quando vocês forem a um supermercado ou padaria, observem a quantidade de alimentos com sabor morango (suco, iogurte, biscoito...). Será que todos esses alimentos são realmente preparados com morango? Ou o seu sabor e sua cor são produzidos nos laboratórios químicos das indústrias? E os alimentos de chocolate, será que todos são produzidos com o cacau, a fruta da qual se faz o chocolate? Mostre o rótulo do biscoito e leia a lista de ingredientes. Pergunte: tem morango entre os ingredientes? Peça para os alunos pesquisarem outros rótulos de alimentos e discuta a importância disso. 2 - A importância da alimentação na infância Objetivo da atividade Informar sobre aspectos específicos da importância da alimentação durante a infância, tais como crescimento e desenvolvimento. Desenvolvimento Pergunte para a turma “todas as pessoas devem ter a mesma alimentação?”. Questione sobre a alimentação que os alunos tinham quando eram recémnascidos, bebês, sobre a alimentação dos pais, avós, de pessoas doentes, de atletas (jogadores de futebol, por exemplo)... Todos devem se alimentar sem diferenças? 30 As ações de educação permanente de Agricultores Familiares As ações de educação permanente de Agricultores Familiares e Gestores da Alimentação Escolar nos municípios, em 2009/2010, foram distribuídas em dois eixos temáticos com dois módulos de 10 horas cada: Eixo I - Direito Humano à Alimentação Adequada – DHAA, e Eixo II - Agricultura Familiar, Tecnologias Sociais e Cooperativismo. Os municípios abrangidos pela capacitação foram: Campo Bonito, Candói, Guaraniaçu, Honório Serpa, Lindoeste e Nova Laranjeiras. As capacitações foram desenvolvidas em escolas rurais ou Casa Familiar Rural – uma em cada município - e envolveu a participação de gestores da alimentação escolar e agricultores familiares. As ações de educação permanente resultaram no entendimento de que: 1) é necessário promover a educação integral de todos os atores envolvidos com a escola e a comunidade do seu entorno; 2) a alimentação saudável e ambientalmente sustentável deve ser incorporada como eixo gerador de práticas pedagógicas. Acredita-se que estratégia para garantir o desenvolvimento integral do aluno perpassa pela promoção de saúde e alimentação saudável no ambiente escolar. Essa cartilha foi desenvolvida pela equipe do CECANE-PR a partir das experiências de atuação deste e dos anos anteriores e tem como objetivo lançar bases e algumas ferramentas para reflexão da inserção de ações educativas em alimentação e nutrição como tema transversal ao currículo escolar, levando em consideração a situação concreta dos municípios. 7 O Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem origem na década de 40 e atende atualmente de forma gratuita cerca de 47 milhões de alunos matriculados na educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental e médio e educação de jovens e adultos de escolas públicas e filantrópicas do país, tendo por base a perspectiva do direito humano à alimentação. O objetivo do programa é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. O programa é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e se concretiza por meio de repasse de recursos financeiros aos estados e municípios ou ainda, diretamente as escolas, em caráter complementar, cujo objetivo é a aquisição de gêneros alimentícios para a alimentação dos escolares. É considerado um dos maiores programas na área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado. Dentre os avanços na área de alimentação escolar, destaca-se a Lei n. 11.947, de 16/6/2009, que determina a utilização de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo FNDE para a compra de produtos da agricultura familiar. Essa medida estimula o desenvolvimento econômico das comunidades e estão em consonância com as diretrizes do PNAE no que se refere ao respeito aos hábitos alimentares regionais e o apoio ao desenvolvimento sustentável. 8 Como é o ecossistema da região? Quais as plantas e animais que fazem parte da biodiversidade do ecossistema? Construção de uma maquete da obra; Ciências Quais são os nutrientes presentes em cada hortaliça e sua função no organismo; Como as minhocas podem contribuir para um solo de melhor qualidade; Construção de uma pirâmide de alimentos para expor próximo ao refeitório da escola; Como a água chega até a escola ou a casa? História Como era a alimentação em 1500? O que mudou e por quê? Qual o país de origem de cada hortaliça? Qual a influencia da cultura na produção e consumo de determinados alimentos? O arroz, o feijão, a batata e a mandioca fazer parte da alimentação da maioria dos brasileiros. Qual é a história desses alimentos? Alguns temas para discussão em sala de aula Os temas a seguir foram extraídos do material: Educação nutricional para alunos do ensino fundamental (IRICA et al, 2001). 28 Outras ideias que podem ser colocadas em prática em sala de aula... Português Redações falando sobre as expectativas de construir uma horta; Pesquisa sobre os hábitos alimentares da comunidade; Cartazes de divulgação da horta Concurso de poesia sobre a horta; Matemática Calcular os custos do projeto Representação percentual dos alimentos mais consumidos na região em cada época do ano; Medir os ingredientes de uma receita e prepará-la na cozinha da escola; Pesquisar os indicadores de subnutrição e obesidade no Brasil e realizar gráficos para representar os indicadores; Geografia A influência do clima e do solo na produção de hortaliças; Que fatores contribuem para o adequado crescimento e desenvolvimento de hortaliças? Como as hortaliças que não são produzidas na região são transportadas; 29 Caminhos para uma alimentação saudável A infância é um período de intenso desenvolvimento físico e intelectual, marcado por um gradual crescimento da altura, ganho de peso e desenvolvimento psicológico. A alimentação inadequada nessa fase pode ocasionar déficits no desenvolvimento físico e cerebral. Devido às deficiências crônicas de vitaminas e minerais (principalmente ferro, vitamina A e iodo), cerca de 1/3 das pessoas não atinge seu potencial em desenvolvimento intelectual e de crescimento. Quando graves, essas deficiências podem resultar em cretinismo, cegueira, anemia, comprometimento do desenvolvimento imunológico, dentre outras doenças e incapacidades. O que comemos e bebemos não é uma escolha individual. A pobreza, a falta de acesso à informação, a falta de acesso a alimentos de qualidade - dentre outros fatores restringem a opção por uma alimentação adequada. Os hábitos e preferências alimentares são baseados em questões sociais e familiares, que se pautam principalmente pelo sistema de produção de alimentos. O incentivo a uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas que remetam à significação social e cultural dos alimentos. A ênfase deve ser dada aos alimentos e não aos nutrientes, pois, apesar de sua importância, esses alimentos não podem ser resumidos a eles. O caminho de uma alimentação saudável passa então pelo resgate de práticas e valores alimentares referenciados pela comunidade, assim como o estímulo a produção e consumo de alimentos regionais. É necessário estabelecer um diálogo entre o saber popular e o saber técnico, rompendo o modelo de intervenção que visa à transmissão de normas. Esse diálogo deve aprofundar o entendimento dos processos que determinam os nossos hábitos alimentares a fim de possibilitar transformações concretas. 9 As pesquisas comprovam que mais do que o acesso à informação, são as vivências de experiências positivas os fatores de sucesso para o estabelecimento de hábitos saudáveis, quando o acesso ao alimento está garantido. A responsabilidade compartilhada entre os diversos atores sociais envolvidos com a alimentação escolar é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde. Método: FESTIVAL DA COLHEITA Desenvolvimento A escola poderá convidar as famílias para participarem do momento simbólico da primeira colheita. As crianças serão responsáveis por apresentar o projeto, suas etapas e objetivos. Dependendo da situação específica pode-se preparar algum prato com os produtos colhidos para que todos possam provar ou cada família leva uma pequena amostra dos produtos colhidos para sua casa. Método: PREPARANDO O CARDÁPIO DA MERENDA ESCOLAR Desenvolvimento A partir do momento que os produtos cultivados comecem a estar prontos para a colheita cada turma pode ficar responsável por preparar o cardápio semanal da merenda incluindo os produtos disponíveis. Nesta atividade além do resgate de receitas locais, os conceitos da Pirâmide Alimentar poderão ser reforçados e implementados. Método: COZINHA EXPERIMENTAL NA ESCOLA Desenvolvimento A pesquisa de receitas de preparações de hortaliças é outra atividade feita com as crianças para estimular a adoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis. Após o dia da colheita, as crianças trazem de casa uma receita com as hortaliças colhidas neste dia. Em seguida, o professor faz um concurso na sala para escolher com as crianças, a melhor receita para ser preparada e saboreada pela turma. Nessa atividade, o professor aborda todos os passos para o cultivo da hortaliça. Interações da alimentação saudável 10 27 Método: PLANEJANDO E ADMINISTRANDO UMA HORTA A importância da escola no processo de aquisição dos hábitos alimentares saudáveis Desenvolvimento Cada turma se responsabiliza por um canteiro da horta. Em seguida, o professor orienta as crianças sobre plantio, formação de mudas, espaçamento entre as covas, irrigação, além de colheita e conservação das hortaliças para o consumo. O professor supervisiona os alunos em todos os passos. Tudo isso motiva as crianças a cuidar de seu canteiro, administrá-lo para que as hortaliças cresçam e estejam apropriadas para o consumo. Além disso, essa experiência reforça as qualidades de organização, planejamento, responsabilidade e o processo de promoção de saúde através da alimentação saudável. Método: APLICANDO CIÊNCIAS E SAÚDE NO DIA-A-DIA DA HORTA Ah! Ah! – pois o A, com a sua cartolinha bicuda, parece o chefe do batalhão. Pára na frente de todas as letras e grita: A... A... A... A... Atenção! Atenção! – que digo: Acorda, menino, vamos ser Alegre, vamos ser Ativo, eu te dou o Ar pra respiração, eu te dou a Água, eu te dou as Árvores e todas as belas frutas Amarelas, trago-te Apetite e Alimentação! Venho dançando na frente do Almoço, carregando Alface tão fina e tão fresca que todos me pedem: “Quero uma porção!” [...] Cecília Meireles e Josué de Castro. A festa das Letras. Editora Antares, 1996 Desenvolvimento Um dos conceitos mais aplicados em ciências é o da cadeia alimentar. Por isso, o professor pode utilizar esse conceito e relacionar o papel da horta com o fornecimento de nutrientes do solo para as hortaliças e, posteriormente, o consumo das hortaliças fundamentais para a nutrição do ser humano. O professor divide a turma em grupos de trabalhos e determina que cada grupo seja responsável por explorar as qualidades nutricionais das hortaliças cultivadas, ao mesmo tempo, a criança é motivada a se alimentar da hortaliça para garantir os nutrientes ao seu corpo. Outro aspecto importante de ser discutido nesta atividade são os conceitos de variedade, combinação e moderação contidos na Pirâmide dos Alimentos. 26 A promoção de saúde na escola se divide em três áreas de atuação: 1) Educação em saúde: pode ser efetivado através da inclusão do tema ao currículo, o desenvolvimento de materiais educativos e a capacitação de docentes; 2) Serviços de saúde e alimentação: serviços de saúde baseados nos aspectos preventivos, com execução de exames periódicos para os escolares; o fornecimento da merenda escolar e a formação de hortas escolares; 3) Ambientes saudáveis: é necessário assegurar condições adequadas do espaço físico escolar, a fim de promover bem estar às pessoas, buscar assegurar aos alunos habilidades para a vida, dotando-os de capacidade para analisar os fenômenos comunitários e estimular a prática de atividade física na escola. 11 Ideias para promover a alimentação saudável na escola A escola possui os atributos necessários para promover a educação em saúde: o PNAE proporciona uma realidade concreta para realizar uma proposta pedagógica em educação alimentar e nutricional; pelo ambiente escolar transitam inúmeros atores sociais – alunos, familiares, funcionários técnico-administrativos, profissionais de saúde – o que proporciona uma atuação em conjunto. O PNAE e suas potencialidades não têm sido explorados amplamente no processo educativo. Muitos o consideram apenas na sua dimensão assistencial, com objetivo de suplementação alimentar para alunos carentes. Isso obscurece as possibilidades educativas e dificulta o pensar e executar atividades que permitiriam a produção de conhecimentos significativos à realidade do aluno. Os desafios lançados para a escola e os docentes se pautam em dois aspectos: 1 - Aprimoramento da formação técnica dos docentes sobre o tema; 2 - Construção de um projeto pedagógico que sirva como instrumento para o educador formar cidadãos. Discuta o cardápio do dia da alimentação escolar com os alunos quanto à composição e os benefícios para a saúde, além da origem daqueles alimentos, formas e tipos de produção. Uma forma de mudar a relação do aluno com o alimento é convidar a merendeira para falar sobre as formas de preparo do alimento, além do nutricionista. Explore as possibilidades! A horta escolar como eixo gerador de dinâmicas comunitárias, educação ambiental, alimentação saudável e sustentável A horta serve como base de referências para inúmeras atividades didáticas, além de proporcionar uma grande variedade de alimentos a baixo custo para a merenda escolar. Com o auxílio da horta, o professor pode relacionar diferentes conteúdos e colocar em prática a interdisciplinaridade. As atividades também asseguram que a criança e a escola resgatem a cultura alimentar brasileira e, consequentemente, estilos de vida mais saudáveis. A horta como recurso pedagógico A seguir, estão apresentados exemplos de como a horta pode ser utilizada como recurso pedagógico. Para mais informações consulte o material: Hortas - manual para as escolas (IRALA et al, 2001). 12 25 A rotulagem nutricional obrigatória pode ser visualizada no infográfico seguinte: A Lei nº 11.974/2009 refere no Art. 2º, parágrafo II - A inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional. Porém, como fazer? Para início, é necessário delimitar alguns passos. A educação alimentar e nutricional necessita ser: · · · · Pedagogicamente estruturada (dialogal, significativa, problematizadora, transversal ao currículo escolar, lúdica, que cultive a construção de cidadania); Adequada à realidade local; Sustentável; Integrada; O conjunto de ações formativas devem ter por objetivo estimular a adoção voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis! O fluxograma a seguir mostra alguns fatores que levam a inadequação de hábitos alimentares dos escolares. É uma forma útil de problematizar os principais entraves para o asseguramento de bons hábitos alimentares e planejar as ações em educação alimentar e nutricional. Pode ser utilizado para construir o diagnóstico a nível local, do município ou da escola. 13 24 Alimentos e porções dos grupos alimentares Fluxograma de inadequação de hábitos alimentares nos escolares Aprendendo e ensinando a ler os rótulos nutricionais dos alimentos A Rotulagem Nutricional garante o direito à informação do cidadão-consumidor ao auxiliá-lo na escolha e consumo de alimentos saudáveis. Os fabricantes devem indicar sempre uma porção equivalente ao grupo alimentar ao que o produto pertence. 14 23 Sugestões de porções para compor a alimentação de crianças saudáveis em idade escolar (de 7 a 10 anos) durante um dia, baseadas na Pirâmide Alimentar, com 2000 kcal. 22 Grupo de alimentos Pães, cereais, raízes, tubérculos e seus derivados Leguminosas Verduras, hortaliças e conservas vegetais Frutas e sucos Leite e derivados Carne o ovos Óleos e gorduras e sementes oleaginosas Açúcares e produtos que fornecem energia provenientes de carboidratos e gorduras 6 Valor energético médio por porção** 150 kcal 1 4 150 kcal 30 kcal 3 3 2 1 70 kcal 125 kcal 125 100 2 100 kcal Número de porções* FONTE: *SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2006; **BRASIL, 2005 Para auxiliar na seleção e consumo de alimentos, os rótulos dos alimentos indicam a informação nutricional dos alimentos, com as porções em medidas caseiras. A Tabela a seguir apresenta alguns exemplos de alimentos que representam uma porção de cada grupo da Pirâmide. A Portaria nº 1010 estabelece 10 passos essenciais para promover a 15 alimentação saudável nas escolas. A seguir algumas idéias para o alcance desses passos: Pirâmide de alimentos para crianças de 7 a 10 anos 1º Passo: A escola deve definir estratégias, em conjunto com a comunidade escolar, para favorecer escolhas saudáveis. · Sensibilizar a comunidade escolar e professores em relação à importância da alimentação para a educação; · Realizar e divulgar avaliação do estado nutricional dos escolares; · Valorizar os profissionais envolvidos com o PNAE, especialmente as merendeiras; 2º Passo: Reforçar a abordagem de promoção de saúde e da alimentação saudável nas atividades curriculares da escola. · Estimular o conhecimento e aplicações do Guia Alimentar para a população brasileira; · Realizar educação continuada para professores sobre o tema alimentação e nutrição; 3º Passo: Desenvolver estratégias de informação às famílias dos alunos para a alimentação saudável no ambiente escolar, enfatizando sua coresponsabilidade e a importância de sua participação neste processo. · Inserir o tema alimentação e nutrição na reunião de pais e mestres; · Fortalecer o Conselho de Alimentação Escolar; · Fortalecer parcerias com a Estratégia de Saúde da Família; 4º Passo: Sensibilizar e capacitar profissionais envolvidos com alimentação na escola para produzir e oferecer alimentos mais saudáveis, adequando os locais de produção e fornecimento de refeições às boas práticas para serviços de alimentação e garantindo a oferta de água potável. · Estimular a elaboração de Manual de Boas Práticas pelo nutricionista; · Capacitar merendeiras; · Estimular a fiscalização das unidades de alimentação e nutrição escolares por intermédio do CAE; FONTE: PHILIPPI, Sonia T., 2000, citado por IRALA et al, 2001 5º Passo: Restringir a oferta, a promoção comercial e a venda de alimentos ricos em gordura, açúcares e sal. · Trabalhar a composição dos alimentos, rotulados ou não, e suas conseqüências sobre a saúde; 16 21 Grupo do Leite e derivados, Carnes e ovos (parte intermediária da pirâmide) Todos os alimentos são ricos no nutriente chamado proteína. Ela faz parte da composição dos tecidos celulares, sendo fundamental no crescimento e manutenção da pele, dos ossos, do cabelo, das unhas, etc. Exemplos de alimentos desse grupo são leite, queijo (mussarela, prato, ricota, etc.), iogurtes, carne bovina, aves, peixes, ovos, feijão, ervilha e amendoim. Além disso, os leites e derivados também são ricos em cálcio, um dos responsáveis pela formação dos ossos. Grupo dos açúcares e gorduras (topo da pirâmide) Os alimentos desse grupo como chocolate e sorvetes são ricos em açúcar, também chamado de carboidrato simples. A margarina, óleos vegetais e gordura animal (manteiga, banhas) também fazem parte deste grupo alimentar por serem ricos em gordura e devem ser consumidos em menor quantidade em relação aos outros grupos. 6º Passo: Desenvolver opções de alimentos e refeições saudáveis na escola. · Estimular a criação de hortas comunitárias; · Adequar o tipo de refeição ao horário de distribuição; · Realizar oficinas culinárias e concurso de receitas com os escolares 7º Passo: Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e verduras, com ênfase nos alimentos regionais. · Adequar o cardápio para incluir ampla variedade de frutas, legumes e verduras; · Trabalhar a origem e composição das frutas, legumes e verduras e conseqüências do consumo para a saúde; · Estimular formação de hortas; · Incentivar o consumo de produtos horti-fruti locais e regionais; 8º Passo: Auxiliar os serviços de alimentação da escola na divulgação de opções saudáveis por meio de estratégias que estimulem essas escolhas. · Elaboração de cartazes feitos pelas crianças; · Garantir o conhecimento, pelas crianças, das etapas de produção dos alimentos ofertados na alimentação escolar; 9º Passo: Divulgar a experiência da alimentação saudável para outras escolas, trocando informações e vivências. · Realizar fóruns de discussão entre as escolas; · Divulgar experiências exitosas em sites de órgãos públicos; · Aproveitar a semana mundial da alimentação para realizar trabalhos e oficinas sobre o tema; 10º Passo: Desenvolver um programa contínuo de promoção de hábitos alimentares saudáveis, considerando o monitoramento do estado nutricional dos escolares, com ênfase em ações de diagnóstico, prevenção e controle dos distúrbios nutricionais. · Avaliar o estado nutricional, consumo dos escolares e da comunidade escolar periodicamente; · Manter programa de educação nutricional permanente e contínuo; · Fomentar projetos de atividade física e alimentação saudável dentro do ambiente escolar; 20 17 Recomendações para concretização de uma alimentação saudável para escolares As proibições ou limitações impostas devem ser evitadas, a não ser que façam parte de orientações individualizadas e particularizadas do aconselhamento nutricional de pessoas portadoras de doenças ou distúrbios nutricionais específicos. Por outro lado, supervalorizar determinados alimentos em função de suas características nutricionais não deve constituir a prática da promoção da alimentação saudável. Ou seja, os alimentos não devem ser classificados em “saudáveis” ou “ruins” para a saúde. Devemos olhar o contexto integral da alimentação. A Pirâmide dos Alimentos ilustra grupos de alimentos. Na sua essência estão implícitos os três princípios da alimentação saudável: · Variedade: utilização de diversos tipos de alimentos durante as estações do ano, dia e durante cada uma das refeições. · Moderação: cada grupo de alimento deve ser consumido em determinada quantidade, para que se evite carências nutricionais por excesso ou deficiência. · Equilíbrio: reúne os conceitos de variedade e moderação, respeitando a utilização de vários alimentos em quantidades adequadas à cada pessoa. As pessoas não se alimentam de nutrientes, mas de alimentos, com cheiro, cor, textura e sabor; portanto as diretrizes da alimentação saudável são baseadas em alimentos e, consideradas no seu conjunto, abarcam um plano alimentar completo. Grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes (base da pirâmide) Os guias alimentares são instrumentos informativos sobre a seleção, forma e quantidade de alimentos a ser consumidos e podem auxiliar na orientação nutricional e alimentar. Esse grupo se constitui de arroz, milho, mandioca, biscoitos salgados, batata, etc. Fornecem um nutriente chamado de Carboidrato complexo. Normalmente são expressos na forma de ícones e a pirâmide alimentar é a mais conhecida no Brasil. Ela expressa o número de porções de cada grupo alimentar que cada pessoa - segundo sua idade, peso e altura - deve ingerir. Grupos das hortaliças e frutas (parte intermediária da pirâmide) A pirâmide de alimentos deve ser utilizada como uma ferramenta de auxílio para a promoção de práticas alimentares saudáveis. Pode ser construída com os alimentos produzidos localmente e de acordo com sua sazonalidade. 18 A pirâmide alimentar e os grupos de alimentos Abaixo, os grupos das pirâmides são apresentados: Os alimentos que fazem parte desse grupo são todas as frutas e hortaliças (verduras e legumes) como, por exemplo, cenoura, maçã, banana, mamão, entre outros. É importante variar as cores destes alimentos, para assegurar a ingestão de ampla variedade de vitaminas e minerais. 19