PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA | SEGUNDA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2012 | POR Os alimentos fora de prazo nem sempre são perigosos Nem sempre um produto cujo prazo já expirou tem de ser, forçosamente, enviado para o lixo, pois pode estar em perfeitas condições. Depois da data indicada no rótulo, o alimento não está, necessariamente, estragado; pode é não corresponder aos padrões de qualidade existentes no momento da compra. Nem sempre um produto cujo prazo já expirou tem de ser, forçosamente, enviado para o lixo, pois pode estar em perfeitas condições. Depois da data indicada no rótulo, o alimento não está, necessariamente, estragado; pode é não corresponder aos padrões de qualidade existentes no momento da compra. Consumir alimentos fora do prazo de validade deve, no entanto, ser a excepção e não a regra, por isso, para que não ponha em risco a sua saúde e segurança, antes de os consumir, deve ter em atenção alguns aspectos importantes. A mensagem que se pretende transmitir, hoje, vai um pouco além das portas do supermercado. Antes de comprar um alimento embalado, deve verificar sempre o respectivo prazo de validade. Essa menção é obrigatória! Apenas os produtos hortícolas frescos sem processamento estão isentos desta obrigação, tendo, no entanto, de exibir sempre a data de embalagem. Pretende-se, deste modo, garantir a segurança do consumo e as características comerciais, como, o sabor, a cor ou a textura. Para sua segurança, compre alimentos apenas se tiver a certeza de que os irá consumir antes de expirar o respectivo prazo de validade. Por regra, quanto mais reduzido é um prazo e mais específica a sua data de validade, menos margem haverá para o consumir depois. Isto não deve ser novidade para si! Em geral, quanto mais água e gordura tiver na sua composição, mais rapidamente um alimento se irá deteriorar. Qualquer embalagem que esteja empolada deve ser rejeitada já que este inchaço é um provável indício da existência de dióxido de carbono no interior: uma reacção quando há proliferação de microorganismos. Na sua casa, quando se deparar com um alimento cujo prazo de validade supostamente expirou, repare se a data que consta na embalagem acompanha a expressão “Consumir até:” ou “Consumir de preferência antes de:”. A frase “Consumir de preferência antes de” é utilizada em produtos que podem ser armazenados durante mais tempo (por exemplo, cereais, arroz, conservas e especiarias). No que respeita à menção “Consumir até”, é utilizada para produtos que se estragam rapidamente (por exemplo, carne embalada, ovos e lacticínios). Não deve consumi-lo após a data indicada de modo a evitar uma possível intoxicação alimentar. Se encontrar a frase “Consumir de preferência…” saiba que não existe qualquer perigo em consumir esses alimentos após a data que consta na embalagem, mas poderá notar pequenas alterações no sabor ou na textura dos mesmos. Assim, poderá consumir tais alimentos, salvo se as referidas alterações forem de tal forma significativas que o seu consumo, ainda que não constitua perigo, seja claramente desaconselhado (por exemplo, alimentos com bolor ou ranço). No que respeita aos ovos, evite o seu consumo depois de terminar o prazo, mesmo que esteja indicado na embalagem “consumir de preferência antes de”, na medida em que por conterem muitos nutrientes, o risco de contaminação com staphilococus e salmonelas é maior. Um dos truques para saber se os ovos estão frescos é emergi-los em água e verificar se permanecem no fundo do recipiente. Os alimentos em que surge a expressão "consumir de preferência antes de..." (ou "antes do fim de...") podem ser consumidos após o prazo, sem risco de intoxicação alimentar, mas "a empresa já não garante" que estejam em perfeitas condições. Tenha em atenção que os prazos de validade apenas garantem o bom estado dos alimentos antes da abertura da embalagem. É comum vermos em alguns alimentos frases como “Depois de aberto conservar no frigorífico e consumir no intervalo de uma semana”. A venda de produtos fora de prazo é proibida por lei, mas para evitar que os produtos se vençam dentro da sua casa, evite comprar quantidades grandes de alimentos que não sejam consumidos com frequência ou que tenham o prazo de validade curto. Observe sempre o prazo de validade no momento da compra e armazene os produtos, deixando os "mais antigos" à frente daqueles cujo prazo de validade é maior, para usá-los primeiro. Sobre esta matéria surgem as mais variadas dúvidas. Os exemplos que se seguem ilustram algumas dúvidas que muitos consumidores têm diariamente: Podemos consumir um iogurte cujo prazo de validade expirou há um dia? Quanto tempo podemos guardar a maionese no frigorífico depois de aberta? O chocolate esbranquiçado está estragado? Em relação a este assunto, em 2008, foi noticiado o caso de homem britânico que decidiu efectuar uma experiência, comendo apenas alimentos fora do prazo de validade durante duas semanas. O objectivo era provar que se deitam fora toneladas de comida, quando ainda estavam próprias para serem consumidas, sem qualquer prejuízo para a saúde. O referido homem não morreu nem sofreu de indigestão, mas a questão não deixa de ser pertinente e controversa. Afinal, que critérios presidem à definição dos prazos de validade dos alimentos? Seguem-se algumas conclusões que resultaram de estudos realizados por empresas de consultoria em segurança alimentar: a) Iogurtes – Podem ser consumidos um ou dois dias depois do prazo, apesar de começarem a perder algumas características nutricionais. b) Leite – O UHT pode eventualmente ser consumido até alguns dias depois do prazo, porque é sujeito a uma temperatura muito elevada num período de tempo muito curto, o que elimina praticamente todas as potenciais bactérias. Já no leite do dia, a margem é menor, e não convém ultrapassar o prazo indicado, porque a esterilização é feita a uma temperatura menor e num tempo mais alargado, o que apesar de contribuir para o leite manter as características em termos de sabor, torna-o mais sujeito a contaminação. (A segunda parte do texto será publicada na próxima semana)