UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA CURSOS
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO
EMERGENCIAL AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO
NO PRÉ-HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
Ana Carolina de Oliveira Sant’ana
Salvador - Bahia
2010
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CURSO ATUALIZA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA
ANA CAROLINA DE OLIVEIRA SANT’ANA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO
EMERGENCIAL AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO
NO PRÉ-HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
Monografia apresentada à: Universidade Castelo Branco /
Atualiza Associação Cultural, como requisito parcial para
a obtenção do título de Especialista em Enfermagem em
Emergência, sobre a orientação do professor Fernando
Reis do Espírito Santo.
Salvador - Bahia
2010
Dedico este trabalho a minha mãe,
pelo apoio, atenção, confiança,
ânimo e auxílio, por sempre desejar
e acreditar no meu sucesso
profissional, sem os quais não seria
possível vencer esta etapa da vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me ilumina, dá ânimo, coragem e esperança para prosseguir.
Aos meus pais, por estarem sempre ao meu lado incentivando durante o
desenvolvimento deste trabalho.
A todos os meus professores, que de forma direta ou indireta contribuíram neste
trabalho.
A minha amiga em especial Caroline Sande que esteve sempre presente todos os dias da
pós, mantendo sempre o bom ânimo e alegria.
Aos funcionários da Biblioteca da Atualiza, pela presteza e dedicação.
A todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram ao longo desta caminhada.
"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; é
melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até
o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em
casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em
conformidade viver..."
(Martin Luther King)
RESUMO
Este estudo trata-se de uma pesquisa realizada através de uma revisão sistemática de
literatura e tem como objeto do estudo conhecer a abordagem dos autores sobre a
assistência de enfermagem ao paciente politraumatizado no atendimento pré-hospitalar.
O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa e
com caráter exploratório descritivo. Teve como objetivo geral descrever a assistência de
enfermagem ao paciente politraumatizado com atendimento sequenciado em
emergência pré-hospitalar e, como objetivos específicos descrever o atendimento préhospitalar; identificar os aspectos clínicos e fisiopatológicos do paciente vítima de
politraumatismo e, descrever as etapas de atendimento e assistência ao paciente vítima
de politraumatismo. Na revisão de literatura foi descrito aspectos referentes ao paciente
politraumatizado, sobre o atendimento pré-hospitalar às vítimas de politraumatismo e o
papel do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar a tais pacientes. Ao analisar os dados
colhidos, foi observado a importância de se implementar um atendimento sequenciado à
vítima com politrauma e como estes procedimento podem contribuir para a evolução
deste paciente com bom prognóstico e diminuir os riscos de lesões e morte, além de
preservar os sinais vitais do paciente até ser transportado a uma unidade hospitalar.
Palavras-chave:
enfermagem.
Atendimento
pré-hospitalar;
politraumatismo;
assistência
de
ABSTRACT
This study is about a research carried out in a systematic review of literature and its
object of study approach the authors know about the nursing care of polytrauma patients
in prehospital care. The study was conducted through a literature with a qualitative
descriptive and exploratory. Aimed to describe the nursing care to patients with multiple
trauma care sequenced in pre-hospital emergency, and as specific goals to describe the
pre-hospital care, to identify clinical and pathophysiological Patient victim of
polytrauma, and describing the steps of care Patient care and suffered multiple injuries.
In the literature review was described aspects related to polytrauma patients, on the prehospital care for victims of multiple trauma and the role of nurses in pre-hospital care to
such patients. When analyzing the data collected, observed the importance of
implementing a care sequenced the victim with multiple trauma and how this procedure
may contribute to the evolution of this patient with good prognosis and reduce the risks
of injury and death, and preserve the vital signs of patient to be transported to a hospital.
Keywords: Prehospital Care, Polytrauma, The Nursing Care.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................08
REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................11
1.1.
O Politraumatismo...................................................................................11
1.2.
O Paciente Politraumatizado....................................................................12
1.3.
O Atendimento Pré-hospitalar (APH)......................................................14
1.3.1. Aspectos Legais Relacionados ao Atendimento Pré-hospitalar no
Brasil..................................................................................................15
1.4.
Atuação
do
Enfermeiro
no
Atendimento
Emergencial
Pré-
hospitalar........................................................................................................19
1.5.
Assistência
de
enfermagem
no
Atendimento
Pré-hospitalar
ao
Politraumatizado............................................................................................23
1.5.1. Controle da Cena ...............................................................................23
1.5.2. Avaliação Primária.............................................................................24
1.5.3. Reanimação........................................................................................28
1.5.4. Avaliação Secundária.........................................................................29
1.5.5. Tratamento Definitivo........................................................................29
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................31
REFERÊNCIAS..............................................................................................................34
INTRODUÇÃO

Apresentação do Objeto de estudo
O trauma ocorre atualmente em proporções epidêmicas e alarmantes na sociedade
brasileira. Entretanto, o trauma é reflexo da própria humanidade, talvez sendo a
patologia mais antiga da que homem tenha sido vítima.
Na atualidade o trauma pode ser rotulado como a doença do mundo moderno. O
aumento progressivo das estatísticas de vítimas politraumatizadas deve-se, a dificuldade
de adotar medidas unificadas para um atendimento adequado como também, medidas
preventivas efetivas para o controle e minimização das morbimortalidades, produzidas
pelos eventos adversos, sejam eles acidentes e/ou violência, partindo do princípio que a
vítima de traumatismos, deve ser considerada como paciente prioritário, pela
potencialidade da gravidade de suas lesões, pois as mesmas podem levar o paciente a
apresentar suas funções vitais deterioradas em um curto período de tempo (BESERRA
et.al., 2008).
Para um adequado socorro a vítima de politraumatismo faz-se necessário um
atendimento pré-hospitalar de qualidade que possa levar o paciente com segurança até a
unidade hospitalar.
O serviço de atendimento pré-hospitalar (APH) envolve todas as ações que ocorrem
antes da chegada do paciente ao ambiente hospitalar, e pode influir positivamente nas
taxas de morbidade e mortalidade por trauma. A assistência qualificada na cena do
acidente, o transporte e a chegada precoce ao hospital são fundamentais para que a
vítima chegue ao hospital com vida (PEREIRA & LIMA, 2006).
Este estudo constitui-se de uma pesquisa bibliográfica, através de uma revisão
sistemática de literatura, a fim de se conhecer as abordagens de autores sobre a
assistência de enfermagem ao paciente politraumatizado no atendimento pré-hospitalar.

Justificativa
O interesse por este tema surgiu da percepção de que os profissionais de enfermagem
têm de lidar com os pacientes politraumatizados no pré-hospitalar e da necessidade
destes em realizar um atendimento sequenciado dando ênfase na avaliação primária e
secundária, sendo que muitas vezes, tais profissionais demonstram falta de
conhecimento para realização dos procedimentos necessários no atendimento de
pacientes vítimas de politraumatismo.
Diante disso, considera-se este estudo de grande relevância para os profissionais de
enfermagem que atuam no atendimento pré-hospitalar, pois poderá contribuir com
informações pertinentes sobre esta temática e poderá trazer um conhecimento mais
aprofundado e específico sobre o atendimento pré-hospitalar para o paceinte vítima de
politraumatismo.

Problema
O que diz a literatura sobre a assistência de enfermagem no atendimento emergencial ao
paciente politraumatizado no pré-hospitalar?

Objetivo
Evidenciar, a partir da literatura, como se dá a assistência de enfermagem ao paciente
politraumatizado com atendimento sequenciado em emergência pré-hospitalar.

Metodologia
Este estudo caracteriza-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa e
com caráter exploratório descritivo.
Para a realização desta pesquisa, foram selecionados artigos publicados em revistas
científicas e trabalhos publicados na base de dados do Scielo, Bireme e em plataformas
de universidades brasileiras, utilizando os termos politraumatismo, assistência préhospitalar e assistência de enfermagem ao paciente politraumatizado. Foram
selecionados artigos publicados no período de 2000 a 2009. Além da utilização de
artigos, este estudo baseou-se em livros cietíficos e legislação brasileira referente a
urgência e emergência.
De acordo com Gil (2002), a principal vantagem da pesquisa bibliográfica é permitir ao
investigador a cobertura de uma variedade de fenômenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente. No entanto, o pesquisador deve se assegurar
dos dados obtidos, analisar as informações, a fim de detectar possíveis incoerências ou
contradições.
Para Marconi e Lakatos (2005), a pesquisa bibliográfica é também denominada de
pesquisa de fonte secundária, pois abrange toda a bibliografia já publicada em relação
ao tema de estudo, desde jornais, revistas, teses, pesquisas, dentre outras fontes. É
ressaltado que essa pesquisa não é uma simples repetição do que já foi dito ou escrito
sobre o assunto, porém favorece um novo enfoque ou abordagem do tema, podendo
chegar a conclusões inovadoras.

Estrutura do trabalho
Este estudo está constituído de um momento dividido em subtítulos. No primeiro
subtítulo, é caracterizado politraumatismo. No segundo subtítulo enfatiza o paciente
politraumatizado. No terceiro subtítulo, aborda o atendimento pré-hospitalar. O quarto
subtítulo é a descrição da assistência de enfermagem no atendimento emergencial préhospitalar. No quinto e último subtítulo é abordado a assistência de enfermagem ao
paciente politraumatizado no atendimento emergencial pré-hospitalar, onde é dividido
em controle da cena, avaliação primária (A, B, C, D, E; e reanimação); avaliação
secundária e tratamento definitivo. No final do trabalho tem uma figura que resume a
conduta imediata de atendimento pré-hospitalar a uma vítima de politraumatismo.
1. REVISÃO DA LITERATURA
1.1 O Politraumatismo
O trauma ocorre de maneira epidêmica em todas as sociedades conteporâneas, contudo,
não se pode dizer que se trata de um novo fenômeno. O ferimento traumático tem sido
reconhecido como uma parte da experiência humana desde as civilizações mais remotas.
Estudos antropológicos de achados ósseos do homem pré-histórico mostraram que este
grupo de pessoas era acometido por um grande número de traumas no decorrer de suas
vidas (ALEXANDER et. al., 1992 apud LIMA et. al. 2008).
Os traumatismos graves, maciços ou politraumatismo ceifam anualmente em todo o
mundo a vida de centenas de milhares de pessoas e provoca invalidez prolongada ou
permanente em adultos e jovens em plena fase produtiva de suas vidas.
Epidemiologicamente, o trauma representa atualmente, a terceira causa de morte em
todo o mundo. Segundo estatísticas, em um dia médio, 170.000 pessoas sofrem
traumatismos e aproximadamente 400 morrem diariamente devido as suas lesões
(JACINTO, 2006).
Estudo realizado por Pereira e Lima (2006) demontrou que em pesquisas realizadas no
estado do Rio Grande do Sul, nos serviços de atendimento pré-hospitalar foi observado
uma incidência de ocorrência de traumas em cerca de 40% dos atendimentos realizados
por esse serviço durante um período de um ano.
De acordo com Camargo et.al. (2004), o politrauma é uma síndrome decorrente de
lesões múltiplas, com reações sistêmicas sequenciais que pode levar à falha ou a
disfunção de órgãos ou sistemas vitais não necessariamente lesados diretamente pelo
trauma.
1.2 O Paciente Politraumatizado
Pode-se definir politraumatizado como o indivíduo vítima de traumatismo de média e
grande intensidade que atinja no mínimo dois compartimentos corporais representados
por crânio, tórax, abdome, coluna vertebral e extremidades exigindo necessidade
imperiosa de intervenção cirúrgica com objetivo de salvar a vida ou recuperar funções
orgânicas bem como do aparelho locomotor (COSTA, 2009).
Segundo Tashiro & Murayama (2001):
“A vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu
estado poderá se deteriorar rapidamente atingindo várias partes do
organismo e colocando o indivíduo em risco de vida.”
A gravidade das lesões no paciente politraumatizado é determinada pelos traumas que
podem ser menores, quando atinge apenas um sistema, ou maiores, quando as lesões são
graves e atingem múltiplos sistemas.
O paciente vítima de politraumatismo no ambiente extra-hospitalar deverá receber
atendimento rápido, específico, adequado e seguro, através de protocolo sequenciado,
na expectativa de evitar a morte encefálica e o agravamento do quadro clínico, preservar
os sinais vitais, minimizar morbimortalidade e otimizar o prognóstico do paciente
(BESERRA et. al., 2008).
Para que o atendimento pré-hospitalar possua tais características, os profissionais
envolvidos no atendimento devem ter segurança e conhecimento técnico-científico dos
procedimentos, manobras e medidas a serem realizadas.
Diante de uma vítima de politraumatismo, o socorrista deve ter em mente que o paciente
pode apresentar traumatismos na região da cabeça, em região torácica e abdominal,
além de lesões nos membros superiores e inferiores.
De acordo com Rosales (2008), o paciente com traumatismos em região da cabeça pode
manifestar consequências com maior intensidade e claridade horas depois do
acontecimento da lesão. Com presença de fratura ou não, as pancadas na cabeça exigem
uma observação imediata e continuada dos profissionais que prestam o atendimento.
Na avaliação inicial de um traumatismo craniano há que determinar os cinco pontos
seguintes: o grau de consciência, a respiração, a resposta das pupilas ao estímulo
luminoso, os movimentos espontâneos e os sinais externos de lesão interna. Dentre os
sinais externos de lesão interna pode-se destacar um ferida profunda ou uma
irregularidade nos ossos do crânio que fazem levar a crer que há afundamento ósseo; um
hematoma ao redor dos olhos, hemorragia auditiva, epistaxe ou hemorragia pela boca
podem levar ao diagnóstico de fratura da base do crânio (ROSALES, 2008).
No caso de traumatismos em região torácica a preocupação deve ser maior devido ao
comprometimento que pode ocorrer nas estruturas vitais como pulmões e coração. Em
traumatismos torácicos deve-se considerar não só as possíveis fraturas em clavículas,
costelas ou esterno, mas também as lesões nos órgãos internos. O coração e os pulmões
podem sofrer rupturas internas sem que se tornem aparentes com grandes lesões
externas (ROSALES, 2008).
Já nos casos de traumatismos na região abdominal podem causar sérias complicações. O
abdômen está bem menos protegido do que o tórax. Ainda que as estruturas presentes
nessa região não sejam tão vitais quanto às do tórax, as feridas ou lesões no interior do
abdômen podem causar complicações importantes. Os traumatismos no abdômen
podem danificar o fígado, o baço, os rins, o pâncreas e o intestino. (ROSALES, 2008).
Diante de um paciente politraumatizado, separar as medidas diagnósticas das
terapêuticas, com freqüência, é impraticável. A restrição do tempo oferecida pela
gravidade das lesões, às vezes, impede a utilização de recursos propedêuticos
sofisticados e as indicações dos procedimentos terapêuticos são baseadas no exame
clínico inicial. Apesar da complexidade do caso, o politraumatizado deve ser encarado
como portador de uma entidade única, e, portanto, atendido, examinado e tratado de
forma global. O fator mais importante de erros e insucessos que acompanham o seu
tratamento é o atendimento inicial setorizado.
1.3 O Atendimento Pré-hospitalar (APH)
O Atendimento pré-hospitalar (APH) é definido como um conjunto de procedimentos
técnicos prestados a uma vitima de acidentes ou doença, no menor tempo possível. As
ações são executadas por profissionais especializados, com o objetivo de manter a
vítima com vida e em situação mais próxima possível da normalidade, com assistência
contínua no local da ocorrência e com um transporte seguro ao estabelecimento de
saúde que seja mais adequado à necessidade da vítima (FISCHER et. al., 2006).
O APH caracteriza-se como o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que
objetivam o suporte de vida à vítima, podendo ser básico ou avançado, estabelecendo-se
padrão vital que mais se assemelhe à normalidade, tendo como conceito supremo não
agravar lesões já existentes ou gerar lesões que não existiam, bem como transportar a
vítima para uma unidade hospitalar (VARGAS, 2006).
Pereira e Lima (2006) relatam que o serviço de atendimento pré-hospitalar (APH)
envolve todas as ações que ocorrem antes da chegada do paciente ao ambiente
hospitalar, e pode influir positivamente nas taxas de morbidade e mortalidade por
trauma. A assistência qualificada na cena do acidente, o transporte e a chegada precoce
ao hospital é fundamental para que a vítima chegue ao hospital com vida.
O perfil do atendimento pré-hospitalar, com ênfase no trabalho das equipes de suporte
básico, cumpre a finalidade desse tipo de serviço que é de fundamental importância na
prevenção das lesões secundárias, devendo ser realizado no menor tempo e de forma
que mantenha a estabilidade clínica da vítima até a chegada ao hospital (PEREIRA &
LIMA, 2006).
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar na área de urgência e
emergência aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos após
ter ocorrido o agravo à saúde que possa levar a deficiência física ou mesmo à morte,
sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e transporte a um hospital
devidamente hierarquizado (BESERRA et. al., 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde (2003), o atendimento pré-hospitalar pode ser
definido como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores
de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora
do ambiente hospitalar, podendo acarretar seqüelas ou até mesmo a morte.
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) teve início há mais de 30 anos na América do
Norte e Europa, apresentando notável expansão logo após a Guerra do Vietnã (19621973), quando as autoridades norte-americanas perceberam que a atuação de socorristas
nos locais de batalha e nos transportes para hospitais reduzia significativamente a
mortalidade e aumentava o tempo de sobrevida dos soldados feridos (VARGAS, 2006).
No Brasil, até o ano de 2002 o atendimento pré-hospitalar móvel foi exercido de forma
incipiente, fragmentada e desvinculada da saúde, tradicionalmente pelos profissionais
bombeiros, historicamente reconhecidos como responsáveis por essa prática, em
decorrência da inexistência de políticas públicas nessa área da saúde (NITSCHKE et.
al., 2008).
Os termos “resgate”, “ambulância”, “atendimento pré-hospitalar”, e “socorro” passaram
a ter significados semelhantes para a população leiga e também para alguns
profissionais de saúde, principalmente devido à visão historicamente construída. Esses
termos são utilizados de forma indiscriminada e aleatoriamente, evidenciando não uma
confusão meramente semântica, mas um total desconhecimento sobre como, o que, e
quem procurar em determinadas situações de segurança ou agravos à saúde
(NITSCHKE et. al., 2008).
1.3.1. Aspectos Legais Relacionados ao Atendimento Pré-hospitalar no Brasil
Uma das maiores dificuldades que o atendimento pré-hospitalar enfrentou no Brasil, foi
a falta de legislação específica. Este fato foi uma das causas que contribuiu para a
sustentação de várias estruturas de atendimento pré-hospitalar, cada uma com suas
peculiaridades e sem um padrão nacional a ser seguido (RAMOS & SINNA, 2005).
Realizando um levantameto cronológico da legislação brasileira relacionada ao
atendimento pré-hospitalar, ramo & Sinna (2005), encontraram várias Portarias do
Ministério da Saúde (MS), Resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), alé de
Resoluções Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina, a partir de 1997, passaram a questionar
a eficácia dos serviços de APH prestados pelo Corpo de Bombeiros, que não possuíam
embasamento técnico suficiente para essa atuação. Em 1998 o CFM lançou a Resolução
n.1.529/98 que normatizava a atividade médica na área da urgência/emergência na sua
fase pré-hospitalar. Posteriormente a esta resolução, o Ministério da Saúde transferiu
quase que integralmente o texto dessa mesma Resolução do CFM para a Portaria n. 824
de 24 de julho de 1999, normatizando assim o APH em todo o Brasil (RAMOS &
SINNA, 2005).
A partir de então, o Ministério da Saúde promulgou uma série de outras Portarias,
dentre as quais a de nº. 737 de maio de 2001, que define a política nacional de redução
de morbimortalidade; a Portaria nº. 814/GM, de 01 de junho de 2001, que estabelece a
normatização dos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel de urgências e define
princípios e diretrizes da regulação médica das urgências; a Portaria nº. 2048/GM de 5
de novembro de 2002, que regulamenta o atendimento das urgências e emergências; a
nº. 1863/GM de 29 de setembro de 2003, que institui a Política Nacional de Atenção às
Urgências, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as
competências das três esferas de gestão; e a Portaria nª. 1864/GM também de 29 de
setembro de 2003, que institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional
de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento
Móvel de Urgência em Municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU 192.
No âmbito da Enfermagem, o Conselho Federal de Enfermagem (2000) instituiu
Resoluções a fim de amparar legalmente a atuação da Enfermagem no atendimento préhospitalar. Na Resolução nº. 225 de 28 de fevereiro de 2000 dispôs sobre o
cumprimento de prescrição medicamentosa/terapêutica à distância, tornando legal, para
os profissionais da enfermagem, a prática de cumprir prescrições médicas via rádio ou
telefone em casos de urgência.
Um ano após, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo editou a Resolução
DIR/01/2001, que discorre sobre a regulação da assistência de enfermagem no
atendimento pré-hospitalar e demais situações relacionadas com o Suporte Básico e
Suporte Avançado à Vida (COREN/SP, 2001).
O COFEN, por sua vez, incluiu o atendimento pré-hospitalar no rol de especialidades de
enfermagem, mas não deu as diretrizes para a formação desses profissionais, que foram
deixadas implícitas pelo Ministério da Saúde, na Resolução 260/2001, na descrição de
atribuições desse profissional.
Analisando a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem n. 7498/86, que estabelece
ser privativo do enfermeiro a organização e direção de serviços e unidades de
enfermagem, a assistência direta ao paciente crítico e a execução de atividades de maior
complexidade técnica e que exijam conhecimento de base científica e capacidade de
tomar decisão imediata; e o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem(22), que
prescreve avaliar sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou
atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e clientela, levanta-se a
questão da impossibilidade da assistência de enfermagem ser executada por qualquer
outro agente que não o enfermeiro. Já que o Ministério da Saúde no exercício legal de
suas funções regulamentou esta prática, não cabe mais pensar em outra solução que não
a presença obrigatória e constante da enfermeira nas atividades de atendimento préhospitalar.
Como citado na cronologia da legislação brasileira referente ao atendimento préhospitalar, visando a unificação da estrutura e melhora na assistência, o Ministério da
Saúde optou em 2002 pela implantação de um serviço com características do modelo
francês, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, apesar da existência
de várias experiências nacionais diferentes. Dentre elas, destacam-se os serviços
pioneiros denominados "Grupo de Emergência do Corpo de Bombeiros" e o "Projeto
Resgate", estabelecidos na década de 80 do século XX, respectivamente no Rio de
Janeiro e em São Paulo, nos quais se inseriu a enfermeira na assistência à atenção préhospitalar pela primeira vez (RAMOS & SANNA, 2005).
Em 2002, o Ministério da Saúde por meio da Portaria Nº 2048/2002, reestruturou e
reorganizou o sistema de urgência e emergência médica no Brasil. No que se refere à
assistência pré-hospitalar, o sistema passa a ser denominado Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU).
O papel do SAMU pode ser entendido em duas dimensões: uma primeira como Unidade
de produção de serviços de saúde em um papel assistencial e uma segunda, como
instância reguladora da assistência às urgências, portanto em um papel regulatório do
Sistema de urgência, abrangendo o conceito de “observatório de saúde” (ARAÚJO,
2010).
De acordo com Brasil (2004), o SAMU, como componente do APH móvel, tem por
missão prestar assistência pré-hospitalar a pacientes vítimas de agravos agudos à saúde,
de natureza clínica ou traumática, além das parturientes, no momento e no local da
urgência, transportando essas vítimas, segundo critérios técnicos internacionalmente
aceitos, de forma segura, até àqueles serviços de saúde que possam acolher cada
paciente naquele momento, respondendo de forma resolutiva a suas necessidades, dando
continuidade à assistência. Trata-se, portanto, de uma atenção cuja abordagem é
individualizada, mas constitui um importante elo entre os diferentes níveis de atenção
do Sistema.
Segundo Araújo (2010), o SAMU como um serviço pré-hospitalar móvel de
urgência/emergência passou a atender com profissionais da saúde capacitados e com
equipamentos adequados para atendimentos de urgências. Esses profissionais são
autorizados a realizar procedimentos específicos para cada caso, levando socorro à
vítima nos primeiros minutos depois de ocorrido o agravo à sua saúde, prestando-lhe
atendimento e transporte adequados até um serviço de saúde que possa dar a
continuidade à assistência.
O SAMU, hoje, encontra-se constituído, conforme inicialmente idealizado, por uma
Central de Regulação Médica e o Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar móvel, com
suas equipes de suporte básico (motorista socorrista e técnico de enfermagem) e
avançado (motorista, médico e enfermeiro). A competência da Central de Regulação
Médica é assumida pelo médico regulador que tem a função de coordenador e de
disponibilizador do atendimento pré-hospitalar à população, podendo orientar o usuário,
encaminhá-lo de acordo com a complexidade para a Atenção Básica, unidades
secundárias ou terciárias (BRASIL, 2006).
Essa Central permite que se estabeleça uma porta aberta de comunicação do público
com o Sistema de Saúde, uma vez que tem o pedido de socorro acolhido, priorizado e
atendido no menor intervalo de tempo possível, no local mais adequado à resolução do
problema de saúde (ARAUJO, 2010).
O SAMU, no Brasil, possui três principais eixos: o Núcleo de Educação de Urgência, a
Central de Regulação Médica e, as equipes móveis de atendimento: suporte básico à
vida e um suporte avançado à vida (ARAÚJO, 2010).
A Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde propõe também, a existência de Núcleos
de Educação em Urgências, "que devem se organizar como espaços de saber
interinstitucionais de formação, capacitação, habilitação continuada de recursos
humanos para as urgências".
Os cursos de especialização em emergência ou em APH ainda são recentes. O
enfermeiro brasileiro vem se qualificando nessa área, por meio de cursos de
especialização Lato sensu em emergência ou APH, atendendo as diretrizes do
Ministério da Educação e do Conselho Federal de Enfermagem. (GENTIL et. al., 2008)
Considerando que, no Brasil, o APH é uma área emergente para atuação de enfermeiros,
ainda há escassez de programas ou cursos de capacitação que atendam a necessidade de
formação específica, qualificada e adaptada ao padrão brasileiro. (GENTIL et. al.,
2008).
Com a Portaria 2048/2002 e a criação do SAMU ficou evidente o crescimento e a
melhoria no atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência no Brasil, com
profissionais habilitados e capacitados para realizarem os procedimentos de maneira
eficaz e respeitando os princípios técnicos e científicos.
1.4. Atuação do enfermeiro no Atendimento Emergencial Pré-hospitalar
Atualmente, no Brasil, o atendimento pré-hospitalar está estruturado em duas
modalidades: o Suporte Básico à Vida (SBV) e o Suporte Avançado à Vida (SAV). O
SBV consiste na preservação da vida, sem manobras invasivas, em que o atendimento é
realizado por pessoas treinadas em primeiros socorros e atuam sob supervisão médica.
Já o SAV tem como características manobras invasivas, de maior complexidade e, por
este motivo, esse atendimento é realizado exclusivamente por médico e enfermeiro.
Assim, a atuação do enfermeiro está justamente relacionada à assistência direta ao
paciente grave sob risco de morte (RAMOS & SINNA, 2005).
A incorporação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar não é nova. Desde as
grandes guerras as enfermeiras já estavam presentes no atendimento às vítimas, citandose como exemplo, o importante papel de Florence Nigthingale no cuidados aos feridos
na Gerra da Criméia. Porém, a presença do profissional enfermeiro só é bem
evidenciada no Brasil a partir da década de 90, quando da estruturação do atendimento
às urgências/emergências ganhou um novo foco (RAMOS & SINNA, 2005).
Desde a década de 90 do século passado, o enfermeiro é participante ativo da equipe de
atendimento pré-hospitalar e assume em conjunto com a equipe a responsabilidade pela
assistência prestada as vítimas. Atua onde há restrição de espaço físico em ambientes
diversos, em situações limite de tempo, da vítima e da cena e, portanto são necessárias
decisões imediatas, baseada em conhecimento e rápida avaliação (THOMAZ & LIMA,
2000).
Ramos e Sinna (2005) destacam que apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no
Brasil, a atuação do enfermeiro e a sua capacitação está em atraso, se comparados com
outros países como, por exemplo, Estados Unidos e França, que possuem um sistema de
APH mais desenvolvido, nos quais os enfermeiros têm sua função consolidada e
reconhecida em seus sistemas de atendimento. Mas, mesmo nos países desenvolvidos, a
função do enfermeiro é constantemente repensada.
A Emergency Nurses Association propõe que o grau de dependência ou independência
nas intervenções do enfermeiro esteja relacionado com as ações práticas da enfermagem
e com uma política institucional e educacional. Entre as proposições daquela entidade
está o desenvolvimento de protocolos de atendimento ao trauma, que têm possibilitado,
à enfermeira, atuar com um grau maior de independência, conservando o aspecto de
interdependência das atividades da equipe de atendimento ao prover os cuidados aos
pacientes vítimas de trauma. Em relação aos protocolos é importante registrar que, no
Brasil, são utilizadas referências internacionais, com adaptações à realidade nacional
(RAMOS & SINNA, 2005).
No APH, o enfermeiro participa da previsão de necessidades da vítima, definindo
prioridades, iniciando intervenções necessárias, fazendo estabilização, reavaliando o
estado geral e realizando o transporte da vítima para tratamento definitivo (THOMAZ &
LIMA, 2000).
De acordo com as orientações da Ordem dos Enfermeiros de Portugal apud Souza
(2007), no atendimento pré-hospitalar o enfermeiro deve atuar sempre de acordo com o
seu enquadramento legal, procurando assegurar, no exercício das suas competências, a
estabilização do indivíduo vítima de politraumatismo, no local da ocorrência,
garantindo a manutenção das funções vitais por todos os meios à sua disposição;
garantir o acompanhamento e a vigilância durante o transporte primário e/ou secundário
do indivíduo vítima de politraumatismo, desde o local da ocorrência até à unidade
hospitalar de referência, assegurando a prestação de cuidados de enfermagem
necessários à manutenção/recuperação das funções vitais, durante o transporte;
Assegurar a continuidade dos cuidados de enfermagem e a transmissão da informação
pertinente, sustentada em registos adequados, no momento da recepção do indivíduo
vítima de acidente e/ou politraumatismo, na unidade hospitalar de referência e, garantir
adequada informação e acompanhamento à família do individuo vítima de politrauma,
de forma a minimizar o seu sofrimento.
A atuação do enfermeiro não se restringe à assistência direta. Azevedo (2002) apud
Ramos e Sanna (2005) relata:
"Ao longo dos últimos anos, tenho participado de vários cursos de
capacitação técnica e capacitação pedagógica, já que o enfermeiro,
neste sistema, além de executar o socorro às vítimas em situação de
emergência e fora do ambiente hospitalar, também desenvolve
atividades educativas como instrutor. Como parte da equipe técnica,
participo na revisão dos protocolos de atendimentos, elaboração do
material didático, além de atuar junto à equipe multiprofissional na
ocorrência de calamidades e acidentes de grandes proporções".
Em seu estudo, Ramos e Sinna (2005), afirmam que a participação do enfermeiro na
estruturação dos serviços, desenvolvimento de ações educativas e gerenciamento da
atenção pré-hospitalar, ainda requer um esforço organizado para sua ampliação. É
necessário expandir a atuação do enfermeiro, não se restringindo puramente à prestação
da assistência; mas estender-se à organização e gerenciamento do atendimento como o
Suporta Básico à Vida, acrescentando um novo olhar aos serviços de APH e propondo
nova distribuição de autoridade e responsabilidade para todos os envolvidos no
funcionamento do APH.
De acordo com Holleran apud Thomaz e Lima (2000), nos Estados Unidos da América
(USA), o enfermeiro deve ter as seguintes habilidades para o desenvolvimento de suas
funções no pré-atendimento hospitalar:
- Manejo de vias aéreas: auxiliar os procedimentos de intubação, cricotireoidostomia,
monitorização de CO2 expirado e oximetria de pulso;
- Manejo ventilatório: descompressão e drenagem torácica, assistência na torocotomia,
pericardiocentese e uso de ventiladores;
- Manejo circulatório: acesso vascular, central, periférico e intra-ósseo;
- Administração de medicamentos: sangue e seus derivados, líquidos, drogas vasoativas;
- Manejo de intraórtico e marcapasso;
- Monitorização de sinais vitais;
- Monitores invasivos: monitores de pressão, cateteres pulmonares e monitores
intracranianos;
- Sondagem vesical e nasogástrica;
- Monitores eletrocardiográficos de 3 e 12 derivações;
- Manejo de temperatura;
- Cuidados com ferimentos: controle de hemorragia e proteção contra contaminação;
- Cuidados adicionais: controle da dor durante o transporte, apoio psicológico, apoio à
família.
Pelo que foi descrito acima, observa-se uma maior autonomia do enfermeiro nos
Estados Unidos com relação à prática da enfermagem no Brasil. As principais
diferenças estão na formação, requisitos básicos para a função, legislação ética e do
exercício profissional, entre outras.
No Brasil, a atividade pré-hospitalar é relativamente nova para o enfermeiro, não tendo
paralelos de comparação com a atividade hospitalar e por isso, carece de estudo e
regulamentação pelas entidades de classe e das instituições envolvidas nessa área. Vale
ressaltar que na última década houve um avanço significativo no que se refere ao papel
do enfermeiro nesse tipo de atendimento com a regulamentação de leis e portarias já
citadas nesse estudo.
1.5. Assistência de Enfermagem ao Paciente Politraumatizado no Atendimento
Emergencial Pré-hospitalar
O atendimento pré-hospitlar ao paciente politraumatizado deve ser realizado por equipe
capacitada e treinada para realização de um atendimento sistemático, com harmonia de
raciocínio preciso e de forma integrada entre os profissionais da equipe (JACINTO,
2006).
O objetivo inicial do atendimento da vítima politraumatizada é identificar rapidamente
situações que coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe
socorrista. Tal atendimento deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita
decisões quanto ao atendimento e transporte adequados, assegurando a vítima maior
chance de sobrevivência.
A complexidade e a multiplicidade das lesões somadas à necessidade de iniciar
rapidamente o atendimento ao traumatizado, condicionam a um atendimento caótico.
Portanto, é importante que se estabeleçam prioridades de avaliação e condutas no
atendimento no pré-hospitalar. Essas prioridades são estabelecidas nos sinais e nas
lesões que impedem a função vital.
Para que esta estabilização seja obtida de forma rápida e eficiente é fundamental contar
com pessoal qualificado e devidamente treinado, meio de transporte rápido, eficaz e
devidamente equipado para esta finalidade e, hospitais de referência. A definição de
protocolos para um atendimento sequenciado é imprescindível para a otimização do
atendimento pré-hospitalar a vítima politraumatizada (THOMAZ & LIMA, 2000).
O atendimento inicial a vítima de politraumatismo se divide em: controle de cena,
avaliação primária e avaliação secundária.
1.5.1. Controle da Cena
De acordo com o Manual da Defesa Civil do Estado do Paraná (2007), antes de iniciar o
atendimento propriamente dito, a equipe que presta o socorro a vítima, deve garantir sua
prórpia condição de segurança, da vítima e dos demais presentes. De nenhuma forma
qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se transformar em
vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento disponíveis para
aquela ocorrência.
1.5.2. Avaliação Primária
De acordo com Beserra et. al. (2008), a avaliação primária visa identificar e manejar
situações de ameaças à vida.
Numa situação de urgência, a avaliação primária reque poucos inutos e da sua
realização pode depender a vida do acidentado. A avaliação primária inicia-se com a
impressão geral que o socorrista tem ao ver a vítima, que se forma a partir do que vê e
ouve; consiste em identificar problemas que ameaçam a vida do indivíduo,
permeabilidade das vias aéreas, percepção da existência de respiração espontânea,
existência de pulsação cardíaca e ausência de grandes hemorragias (ROSALES, 2008).
Na abordagem primária completa segue-se uma sequência fixa de passos estabelecidos
cientificamente. Convencionou-se o “ABCD do trauma” para designar essa sequência
fixa de procedimentos utilizando as primeiras letras das palavras da língua inglesa que
define cada passo (airway, breathing, circulation e disability).
Quadro 1: Passos da Abordagem Primária (ABCD).
PASSOS
DEFINIÇÃO
PASSO A (AIRWAY)
Avaliação de vias aéreas com controle
cervical.
PASSO B ( BREATHING)
Avaliação da respiração (existência e
qualidade).
PASSO C (CIRCULATION)
Avaliação da circulação com controle de
hemorragias.
PASSO D (DISABILITY
Avaliação do estado neurológico.
PASSO E (EXPOSURE)
Fonte: Manual da Defesa Civil do Estado do Paraná, 2007.
As etapas da avaliação primária serão descritas a seguir.
A – Atendimento das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical:
As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas para assegurar que estão abertas e
limpas, e que não existe risco para obstrução. Quanto ao controle da coluna cervical o
enfermeiro que permeabilizar a via aérea, deve sempre lembrar que existe a
possiblidade de lesar a coluna cervical. Devido a isto, o enfermeiro deve auxiliar outro
profissional da equipe de atendimento pré-hospitalar a colocar o colar cervical para
proteger a área e evitar danos mais graves ao paciente (BESERRA et. al., 2008).
Segundo Riggenback e Albino (2004), durante o exame primário do doente
traumatizado, as vias aéreas devem ser avaliadas em primeiro lugar para assegurar a sua
permeabilidade. Esta rápida avaliação para identificar sinais de obstrução das vias
aéreas deve incluir o diagnóstico quanto à presença de corpos estranhos e fraturas
faciais, mandibulares ou tráqueo-laríngeas, que podem resultar em obstrução das vias
aéreas. Todas as manobras para estabelecer a permeabilidade das vias aéreas devem ser
feitas com proteção da coluna cervical. Como primeira medida, é recomendada a
manobra de “levantamento do queixo” (“chin lift”) ou de “anteriorização da mandíbula”
(“jaw thrust”).
Durante as manobras de manipulação de vias aéreas, deve-se tomar excessivo cuidado
com a movimentação excessiva de região cervical (usar colar cervical). A cabeça e o
pescoço não devem ser hiperestendidos ou hiperfletidos ou rodados (RIGGENBACK &
ALBINO, 2004).
A integridade da coluna cervical é avaliada com Rx (até a C7 e T1) lateral, porém essa
radiografia não exclui todas as lesões da coluna cervical. Por isso cabeça e pescoço
devem ser imobilizados e alinhados por um membro da equipe, enquanto outro coloca o
colar cervical. O colete só deve ser retirado quando não houver mais suspeita de lesão
cervical. (RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
B – Respiração e ventilação:
A ventilação envolve uma função adequada dos pulmões, parede torácica e diafragma.
Cada um desses componentes deve ser examinado e avaliado rapidamente, através de
ausculta, percussão, palpação e inspeção visual (RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
As lesões que podem agudamente impedir a ventilação são: pneumotórax hipertensivo,
contusão pulmonar maciça e pneumotórax aberto. O hemotórax, pneumotórax simples,
fratura de arcos costais e contusão pulmonar comprometem a ventilação em menor grau
(RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
Após a abertura e manutenção das vias aéreas, deve ser checado se a respiração está
presente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respiração estiver ausente, a recomendação é
iniciar a ventilação artificial, quando presente, analisar sua qualidade (lenta, rápida ou
superficial ou profunda, ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa). Esta análise
permite identificar se a vítima está inalando ar suficiente que permita as trocas gasosas
(BESERRA et. al., 2008).
C – Circulação e Controle de Hemorragia:
De acordo com Beserra et. al. (2008), em pacientes vítimas de politraumatismo deve-se
pesquisar a presença de hemorragia bem como a vigência de estado de choque.
O enfermeiro deve sempre avaliar o volume sanguíneo circulante e o débito cardíaco.
Toda hipotensão em paciente politraumatizado deve ser considerada como
hipovolêmica em origem, até que se prove o contrário (RIGGENBACK & ALBINO,
2004).
De acordo com Riggenback e Albino (2004), a hipovolemia no politraumatizado
apresenta três parâmetros que em segundos pode fornecer informações essenciais são: o
nível de consciência, a coloração da pele e o pulso.
O nível de consciência diminui quando cai a perfusão cerebral conseqüente à queda do
volume circulante, embora deve-se lembrar que mesmo um paciente consciente pode ter
perdido quantidade significativa de sangue (RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
A coloração da pele tem que ser especialmente avaliada na face e extremidades. Um
paciente com face e extremidades de cor rósea, difícilmente está criticamente
hipovolêmico (RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
O outro parâmetro a ser avaliado é o pulso. Um pulso cheio e regular geralmente é sinal
de paciente relativamente euvolêmico, ao passo que um pulso fino e rápido é sinal
precoce de hipovolemia. Um pulso irregular pode significar disfunção cardíaca
(RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
Riggenback e Albino (2004) referem que a presença de sangramento deve ser observada
e avaliada no paciente vítima de politraumatismo. O sangramento externo rápido e
volumoso pode ser controlado primariamente por pressão manual ou digital. Nunca usar
torniquete, que pode lesar os tecidos e causar isquemia distal. A hemorragia oculta se dá
para dentro de cavidade torácica ou abdominal, para os músculos que circundam uma
fratura ou como resultado de injúrias penetrantes com envolvimento de artérias ou veias
calibrosas.
Em todo paciente seriamente traumatizado deve-se providenciar dois cateteres
intravenosos calibrosos, preferentemente nas extremidades superiores. A linha venosa
central pode ser usada de acordo com a habilidade do médico que presta o atendimento.
No momento da punção venosa, deve-se colher material para a tipagem sanguínea e
estudos hematológicos, incluindo teste de gravidez em toda paciente feminina em idade
fértil. Inicia-se, então, reposição intravenosa vigorosa, em bolus, com solução salina
isotônica, que pode chegar a dois ou três litros em alguns pacientes, até que se obtenha
uma resposta hemodinâmica satisfatória. Se o paciente não respondeu à reposição com
cristalóides, muito provavelmente necessita de reposição com sangue. No choque
hipovolêmico está contra-indicada a administração de vasopressores, esteróides ou
bicarbonato de sódio (RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
D – Incapacidade Neurológica:
Tendo avaliado e corrigido os fatores envolvidos no transporte do oxigênio aos pulmões
e na circulação pelo corpo, a próxima etapa da avaliação primária é a medida da função
cerebral, que uma é medida indireta da oxigenação cerebral. O objetivo é determinar o
nível de consciência do doente e inferir o potencial de hipóxia (BESERRA et. al.,
2008).
Um nível de consciência diminuído deve alertar o socorrista para quatro possibilidades:
oxigenação cerebral diminuída (hipóxia ou hipoperfusão), lesão do sistema nervoso
central (SNC), intoxicação por drogas ou álcool e distúrbio metabólico como diabetes,
convulsão e PCR (Beserra et. al., 2008).
A diminuição do nível de consciência tanto pode ser provocada pela diminuição da
oxigenação e/ou perfusão cerebral, como pode ser conseqüência de lesão cerebral
traumática. Só depois da exclusão de hipóxia e hipovolemia é que pode-se atribuir a
mudança no nível de consciência ao trauma cranioencefálico
(RIGGENBACK &
ALBINO, 2004).
A avaliação das pupilas também é um fator importante para a detecção de lesões
neurológicas. As pupilas medem de 3 a 4 mm e reagem à luz direta ou indiretamente.
Devemos observar o aumento unilateral da pupila (anisocoria) e perda do reflexo à luz,
que significam compressão do nervo óculo-motor ou de mesencéfalo (RIGGENBACK
& ALBINO, 2004).
E – Exposição e Ambiente:
O paciente deve ser completamente despido, geralmente cortando-se as suas vestes, para
facilitar o exame, tendo-se o cuidado de protegê-lo da hipotermia. Perdas significantes
de calor podem ocorrer com temperaturas moderadas (15 a 20 graus centígrados) se as
vestes estão molhadas ou se está presente a vasodilatação provocada por álcool ou
outras drogas que comprometem a habilidade do paciente em preservar calor
(RIGGENBACK & ALBINO, 2004).
1.5.3. Reanimação
A reanimação descreve as etapas de tratamento para corrigir problemas com risco de
vida, que são identificadas no exame primário. Deve-se identificar os riscos o mais cedo
possível e monitorá-los. O socorrista deve verificar a presença de parada cárdiorespiratória (PCR) e iniciar compressões no tórax, caso seja necessário (BESERRA et.
al., 2008).
1.5.4. Avaliação Secundária
O exame secundário é a avaliação da “cabeça aos pés” do doente. A avaliação
secundária tem por objetivo procurar lesões que não foram identificadas no exame
primário, através da inspeção, palpação, percussão e ausculta, devendo se iniciar depois
da completa abordagem primária (BESERRA et. al., 2008).
De acordo com Riggenback e Albino (2004), o exame secundário consiste na avaliação
completa do paciente, avaliando-se cuidadosamente cada região do corpo e incluindo
um exame neurológico completo. É nesse momento que o enfermeiro colhe informações
sobre a história do paciente. O paciente ou o familiar informa sobre alergias,
medicações em uso, antecendentes patológicos, as condições onde ocorreu o acidente
que levou ao trauma.
Segundo Rosales (2008), a avaliação secundária consiste na avaliação do estado da
vítima avaliando todo o corpo através do exame físico céfalo-caudal. Observar a
presença de fraturas de membros superiores e inferiores, observação prudente da coluna
vertebral, cabeça, tórax, abdômen e região posterior que posam ocasionar hemorragias
internas, lesões, contusões, dentre outros.Durante este processo de exame físico, se
vítima estiver consciente, deve ser interrogado para se obter a maior quantidade de
informações sobre o acidente.
Após a avaliação secundária, o enfermeiro deve realizar os procedimentos necessários
para auxiliar o paciente a manter o quadro estável até sua chegada a unidade hospitalar.
1.5.5. Tratamento Definitivo
Após esta fase, onde foram identificadas as lesões e tratadas as condições que
impunham risco imediato de vida ao paciente, inicia-se a fase do tratamento definitivo,
que foge ao objetivo deste estudo, por serem desenvolvidas em unidade hospitalar.
Quadro 2: Conduta Imediata de Atendimento Pré-hospitalar a uma Vítima de
Politraumatismo.
POLITRAUMATISMO
CONDUTA IMEDIATA
TUBO
OROTRAQUEAL
A) Colar cervical + desobstruir vias aéreas)
B) Identificar e tratar:
- pneumotórax hipertensivo
- pneumotórax aberto
- hemotórax maciço
- tórax instável
C) Choque. Identificar e tratar:
- traumatismo abdominal
- fratura de bacia
- lesões em extremidades
- hemorragia externa
- tamponamento cardíaco
D) Lesão do SNC. Veja TCE
E) Despir o paciente, examinar e evitar hipotermia (a melhor
maneira é manter boa perfusão tissular).
F) Realizar em todos os pacientes RX de: coluna cervical,tórax,
bacia, ECG, BHCG em mulheres férteis, ultra-som do abdome
ATENÇÃO
total.
SEGUIR
ESTABILIDADE
HEMODINÂMICA
VIA AÉREA
DEFINIDA
CHOQUE
PERSISTENTE
APNEIA OU IMINENTE
APNEIA
GLASGOW < 8
RISCO DEASPIRAÇÃO
VIA AÉREA INSEGURA
TRATAMENTO
ADEQUADO
Fonte: Defesa Civil do Estado do Paraná. 2007.
2.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O politraumatismo é atualmente, um sério problema de saúde pública por apresentar
elevadas taxas de mortalidade.
O aumento progressivo do número de pessoas
vitimadas de politraumatismo, seja por acidentes ou por violência, faz com que os
profissionais que compõem as equipes de pré-atendimento necessitem de treinamento e
capacitação para realizarem um atendimento de maneira eficiente, rápida e com
segurança para o paciente e para a equipe.
O serviço de pré-atendimento hospitalar é o primeiro atendimento prestado à vítima de
politrauma. Tal atendimento tem a finalidade de prevenir lesões, manter a integridade
física e a vida do paciente, por meio de medidas corretas, especializadas e sistmatizadas
para um possível transporte do paciente, pois o mesmo necessita ser removido para uma
unidade hospitalar.
Este estudo teve como objetivo descrever o atendimento de enfermagem ao paciente
politraumatizado no ambiente pré-hospitalar. Durante a elaboração dessa pesquisa
observou-se a importância da utilização de protocolos pré-estabelicidos com ênfase no
atendimento sequenciado na avaliação primária e secundária do paciente vítima de
politrauma.
Observou-se um avanço nos serviços de pré-atendimento no Brasil nos últimos anos e,
com a publicação da Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde, que trata dos serviços
de urgência e emergência e institui as diretrizes do atendimento pré-hospitalar, houve
uma melhora no atendimento às vítimas de acidentes e politraumatismo. Com a
implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) com seus
protocolos de atendimento sequenciado trouxe uma padronização do atendimento, o que
contribui para que o profissional desenvolva suas ações e procedimentos de maneira
mais consciente e eficiente.
Neste estudo percebeu-se a necessidade de se realizar um atendimento pré-hospitalar
sequenciado para um melhor desenvolvimento das ações e procedimentos adequados a
situação do paciente vítima de politraumatismo, com o objetivo de minimizar maiores
danos ao paciente, evitar a morte encefálica e o agravamento do quadro clínico,
preservando os sinais vitais, minimizando a morbimortalidade, otimizando o
prognóstico através da promoção e proteção da saúde da vítima.
O serviço de pré-atendimento hospitalar no Brasil obteve um grande avanço nos últimos
anos. Com a Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde que regulamentou os serviços
de urgência e emergência, trouxe também, um avanço significativo para o préatendimento hospitalar.
A implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) com suas
equipes formadas por profissionais capacitados e unidades de suporte básico e suporte
avançado de vida trouxe outra abordagem para este tipo de atendimento no país. A
utilização de protocolos de atendimento específicos para diversas situações de
emergência contribui para um atendimento eficaz das vítmas, onde se respeitam as
etapas de atendimento sequenciado preconizadas por tais protocolos.
O enfermeiro é um profissional que atua de maneira ativa no atendimento pré-hospitalar
e assume com os demais profissionais da equipe de pré-atendimento a resposabilidade
dos cuidados da vítima até a chegada na unidade hospitalar.
Observa-se na prática do atendimento pré-hospitalar que o enfermeiro que atua nesse
tipo de serviço necessita de características específicas para o serviço como a formação
específica na área de urgência e emergência, habilidade técnica para a realização dos
procedimentos e também capacidade física e outras características como de lidar com
estresse, de tomada de decisão imediata, de definição de prioridades e perfil de trabalho
em equipe.
De acordo com Thomaz e Lima (2000), o enfermeiro também necessita de ter
habilidade de nogociação e realização de trabalho em conjunto com profissionais de
outras áreas de conhecimento como policiais, corpo de bombeiros, trabalhadores de
companhia de energia elétrica e de saneamento básico e ambiental e ainda, guardas e
fiscais de trânsito.
Verificou-se nesse estudo a importância da atuação do enfermeiro com práticas que
visem o atendimento pré-hospitalar de maneira sistemática e planejada através de
protocolos sequenciados de atendimento para se obter um resultado satisfatório no
atendimento a vítima de politrauma.
Percebeu-se, ainda, que é importante o conhecimento técnico e científico quanto ao
atendimento pré-hospitalar de pacientes vítimas de politraumatismo, para que o
profissional de enfermagem possa realizar os procedimentos de maneira adequada.
Faz-se necessário a realização de atividades de educação continuada para capacitar e
treinar não só o enfermeiro, como toda a equipe de saúde que presta cuidados em
equipes de pré-atendimento. O desenvolvimento de atividades de educação continuada
também pode contribuir para práticas adequadas em procedimentos invasivos e desta
forma minimizar as infecções e possíveis complicações na evoulução do quadro clínico
do politraumatizado e consequentemente, reduzir os custos com o atendimento deste
paciente.
Inicialmente, pensou-se que haviam muitos trabalhos publicados sobre a temática. No
entanto, no decorrer da pesquisa foi observado que a produção científica referente ao
papel do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar era escassa. Diante disto, espera-se
que esse estudo contribua para auxiliar profissionais que trabalham em serviços de
urgência e emergência pré-hospitalar e desperte o interesse dos mesmos em publicar
suas experiências para troca de informações entre os profissionais.
3.
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