Publicação Jornal O Globo - Resultado de Habilitação - IBER

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l O GLOBO
l Economia l
Quarta-feira 28.9.2016
Empresários de multinacionais
prometem manter investimentos
[email protected]
MÍRIAM
LEITÃO
Executivos de Shell, Fiat e Hyundai se reúnem com Temer em Brasília
AILTON DE FREITAS
EDUARDO BARRETTO
[email protected]
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COM ALVARO GRIBEL (DE SÃO PAULO)
Melhora o horizonte
Uma inflação mais baixa e juros que podem
cair em breve. A atividade econômica se
estabilizando. A confiança dos consumidores
em nova alta. Essas foram as boas notícias de
ontem. O país começa a sair do ciclo
recessivo que fez o PIB ficar estagnado um
ano e cair dois anos consecutivos. Ainda não
é o fim do ciclo, mas o Relatório de Inflação
mostra que caminha-se para mudar de fase.
O
Banco Central divulgou que as expectativas
de inflação, no seu cenário, estão abaixo do
centro da meta em 2017 e 2018. Isso significa
que aumentaram as chances de cortes nas taxas de
juros. Já a Fundação Getúlio Vargas divulgou que a
confiança dos consumidores subiu novamente em
setembro, no quinto aumento seguido, e melhorou
também a confiança do setor de construção civil.
O Relatório de Inflação veio com mais novidades
que permitiram avaliar melhor como o Banco Central está analisando a conjuntura econômica. No
cenário de referência, em que tudo permanece como está, principalmente a taxa de juros, nos
14,25%, a inflação fica em 4,4% no ano que vem e
3,8% no ano de 2018. Em um dos cenários novos
que ele divulgou, considerando a hipótese de os juros caírem 3,25%, indo para 11%, a inflação terminaria o ano que vem em 4,8% e ao fim de 2018 estaria em 4,5%. Com isso, e outras informações e hipóteses do relatório, se chega à conclusão de que o
Banco Central está se preparando para baixar a taxa de juros, apesar de a inflação dos últimos 12 meses estar ainda em 8,7% e de a previsão para este
ano, feita pelo BC, ter subido de 6,9% para 7,3%.
O Bradesco divulgou análise, logo depois, dizendo que espera queda de 0,5% na Selic, em outubro,
e outro corte de 0,5%, em novembro, terminando o
ano com 13,25%. Outras instituições financeiras
soltaram relatórios
U
apostando em quedas
Os pontos-chave
das taxas de juros no
futuro próximo.
O departamento econômico do Itaú dissera
Relatório de Inflação, do
na véspera que a ecoBanco Central, mostra que
nomia brasileira pode
a economia começa a
crescer até 4% em 2018
entrar em um novo ciclo
se conseguir aprovar as
reformas. Mas nem todos estão assim otimisDepartamento econômico
tas. A mediana das predo Itaú estima que o PIB de
visões está em torno de
2018 pode crescer 4% se o
2,5% para 2018. Mas alajuste fiscal for aprovado
gumas instituições e
consultorias acreditam
em uma recuperação
mais rápida.
País pagou um preço alto
A quinta alta seguida
demais pelo descontrole
da confiança do consudas contas públicas e o
midor levou o índice ao
descuido com a inflação
maior patamar desde
janeiro de 2015. Olhando a pesquisa com mais atenção, no entanto, percebe-se que as famílias estão sofrendo com o momento atual, ao mesmo tempo em
que acreditam em melhora no futuro. Enquanto o índice de situação atual caiu 1,3 ponto, o índice de expectativas subiu 3,2 pontos. O brasileiro ainda sente
os efeitos da recessão, com inflação e desemprego
elevados, mas voltou a acreditar que possível deixar
a crise para trás.
O setor de construção civil foi duramente afetado
pela crise econômica, mas também começa a dar sinais de que volta a respirar. A confiança subiu pelo
terceiro mês seguido, em setembro, e retornou ao patamar de junho do ano passado. A expectativa de
queda dos juros vai ajudar a alavancar projetos de
longo prazo e o anúncio do Programa de Parceria de
Investimentos foi bem recebido pelos empresários.
As notícias são boas, mas não se pode perder de
perspectiva quanto custa errar na economia. O
descontrole fiscal e o descuido com a inflação levaram a taxa a ficar em dois dígitos e o país teve que
viver, por um longo tempo, uma soma de amarguras: uma economia em contração de mais de 3% ao
ano, com uma taxa básica de juros estratosférica,
de 14,25%, e uma inflação elevada. No Brasil, pela
sua história inflacionária, por haver ainda muita
indexação, e por ter parte do seu mercado de crédito direcionado, a inflação é muito menos sensível
aos juros. Na maioria dos países, uma taxa de juros
alta como esta e uma economia em retração reduziriam a inflação mais rapidamente. Por isso é tão
perigoso ser leniente com a inflação no Brasil.
O Banco Central fez uma avaliação positiva também do cenário internacional. Houve uma redução
da aversão ao risco e não houve o que se temia com
o plebiscito a favor do Brexit. A incerteza maior
continua sendo interna. Não se sabe qual será o ritmo de aprovação das reformas, e em quantos anos
o país conseguirá conquistar o reequilíbrio das desorganizadas contas do governo. l
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oglobo.com.br/economia/miriamleitao
SIMONE IGLESIAS
[email protected]
-BRASÍLIA- Pouco menos de um
mês após ser confirmado no
cargo, o presidente Michel Temer recebeu ontem, no Palácio
do Planalto, os principais executivos de três grupos estrangeiros importantes que atuam
no Brasil: Shell, Fiat Chrysler e
Hyundai. Temer ouviu dos executivos que os investimentos no
país serão mantidos e, em alguns casos, até expandidos.
O presidente da Hyundai no
Brasil, William Lee, disse que
estuda aumentar investimentos
no Brasil. Afirmou que a crise
econômica brasileira é normal
e vai passar. Acrescentou que a
empresa tem uma parceria estratégica com o país.
— Todos os países passam por
dificuldades na economia. Essas
subidas e descidas são normais
— disse Lee, que parabenizou
Temer pela efetivação na Presidência e também pelo sucesso
da Olimpíada do Rio.
A Hyundai tem uma fábrica
em Piracicaba (SP) e nela produz o modelo o HB20. A empresa disse que investiu cerca
de US$ 130 milhões para um
novo modelo, o Creta, e já
anunciou que vai investir US$
25 milhões num centro de pesquisa na cidade paulista. Segundo o executivo, o grupo ge-
Foco. William Lee, presidente da Hyundai: “Estudamos mais investimentos”
“Tudo o que venho
ouvindo ajuda a
respaldar o Brasil
como um lugar
seguro para
investimentos”
Ben van Beurden
Presidente mundial da Shell
ra atualmente, no Brasil, cerca
de cinco mil empregos diretos
e 20 mil indiretos.
— Apesar de vendermos carros em dezenas de países, só
temos fábricas em sete. E o
Brasil é um deles. No Brasil, só
a nossa fábrica trabalha 24 horas, em três turnos, sem demissões. Estamos há anos no
Brasil e estudamos mais investimentos para o futuro — declarou o presidente da montadora coreana.
PREOCUPAÇÃO COM CORRUPÇÃO
Já o presidente mundial da petrolífera Shell, Ben van Beurden, admitiu que as notícias de
corrupção envolvendo a Petrobras, de quem a empresa é parceira, preocupam. O executivo
afirmou, no entanto, que acredita na capacidade de a estatal
brasileira se recuperar.
A reunião com Temer, segundo Beurden, foi agendada para
conversar sobre o ambiente de
negócios no país e para dizer
que a petrolífera americana
confia no governo brasileiro.
— Trabalhamos com a Petrobras há muitos anos. Ela é de
classe mundial no que se refere à capacidade técnica, e isso
não mudou. Óbvio que acompanhamos as manchetes, e isso traz um grau de preocupação, mas a grande pergunta era
se a empresa conseguiria manter os investimentos e ela tem
feito escolhas adequadas —
afirmou Beurden.
O executivo disse que a Shell
mantém a mesma confiança
que tinha no Brasil no começo
deste ano, quando comprou a
britânica BG e se tornou a maior sócia da Petrobras.
— Vendo o plano de investimentos que a Petrobras apresentou recentemente, ficou
claro que as prioridades estão
no pré-sal, onde temos negócios conjuntos. Tudo o que venho ouvindo nesta visita ao
Brasil ajuda a respaldar o país
como um lugar seguro para investimentos e isso tem a ver
com a segurança das regras e
das leis — disse Beurden.
Sergio Marchione, presidente
mundial da Fiat Chrysler, não falou com os jornalistas. l
Engevix faz acordo com
Ministério Público Federal
Empresa e Ecovix, do
mesmo grupo, pagam
R$ 288 milhões de garantia
à Operação Greenfield
MANOEL VENTURA*
[email protected]
-BRASÍLIA- O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal
fechou um acordo com a Engevix
e a Ecovix, no âmbito da Operação Greenfield, na qual as empresas se comprometem a reservar o valor de R$ 288 milhões. A
garantia financeira é uma forma
de assegurar, em caso de condenação no fim do processo, que os
recursos sejam usados para ajudar a recompor o rombo financeiro no fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, o Funcef.
A Justiça já homologou o
acordo, confirmado ontem pelos procuradores. Procurada, a
empresa não se manifestou.
Com a reserva financeira, as
companhias, que são do mesmo grupo, ficam livres das sanções impostas pela Justiça, como o bloqueio de bens e contas.
Segundo o MPF, as empresas se
comprometeram a colaborar
com as investigações e a garantir o comparecimento de representantes sempre que solicitado pelos investigadores.
A Ecovix apresentou bens como garantia das reserva financeira, que ficam indisponíveis
até a o final do processo. Já a Engevix deu como garantias cotas
num fundo de investimentos.
Os acordos do MPF com empresas envolvidas na Greenfield
homologados pela Justiça já somam, pelo menos, R$ 2,132 bilhões. O primeiro acerto entre
os investigadores e alvos da
operação foi fechado com com
o grupo J&F, que deverá depositar R$ 1,5 bilhão. A BEM Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários, pertencente ao
Bradesco, se comprometeu a
dar garantia de R$ 104 milhões.
E a OAS separou R$ 240 milhões
para recompor prejuízos financeiros de fundos de pensão.
INVESTIGAÇÕES CONTINUAM
Todos esses acordos seguem a
mesma linha. Eles não significam a interrupção das investigações — que ainda estão em andamento e não tiveram até agora apresentação de denúncias
formais ou abertura de ações
penais —, nem absolvição dos
suspeitos. Os acertos antecipam
à Justiça, em caso de uma futura
condenação, condições de reparar supostos prejuízos nos fundos de pensão, estimados pelo
MPF em R$ 8 bilhões no total. A
Operação Greenfield investiga a
suposta má gestão e as fraudes
nos investimentos dos fundos
de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Postalis
(Correios) e Funcef (Caixa) em
dez empreendimentos. l
* Estagiário, sob supervisão de
Eliane Oliveira
LICITAÇÃO
CONCORRÊNCIA Nº. 16/00001-CC
INSTRUMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DE SOLO
A ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO comunica a realização da licitação acima.
O Edital está disponível no site: www.escolasesc.com.br (licitações).
ITAGUAÇU DA BAHIA ENERGIAS RENOVÁVEIS S/A
DECISÃO – CONCORRÊNCIA Nº CO.IBER.001.2016
ITAGUAÇU DA BAHIA ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A - IBER torna pública aos
interessados, por autotutela, a INABILITAÇÃO da empresa WEG EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS S.A., por desatendimento dos itens (i) 10.5.1, alínea “c.1” e “c.2”; (ii)
10.5.1, alínea “e.2”; e (iii) 10.5.1, alínea “e.4”, todos previstos no Edital de Licitação nº
CO.IBER.001.2016, cujo objeto é a contratação na modalidade “DDP”, da fabricação,
fornecimento, teste de fábrica, transporte, seguros, montagem, supervisão de
montagem e comissionamento dos Aerogeradores, materiais e sistemas associados,
necessários à implantação do Empreendimento, bem como a sua operação e
manutenção, sendo declarada a licitação FRACASSADA, por não restar outra empresa
licitante para ser chamada.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2016.
MARCUS VINICIUS DO NASCIMENTO
JOSÉ LUIZ OLIVEIRA DE AGUIAR
Diretor Técnico
Diretor Administrativo-Financeiro
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