EXCESSO DE VITAMINAS PODE SE TORNAR UM PROBLEMA As vitaminas são essenciais para manter o corpo saudável e a mente sempre alerta. A falta de algumas delas pode levar uma pessoa a ter fadiga, doenças de pele, deficiência nos dentes e ossos, entre outros malefícios. Mas apesar de pertencerem a um grupo de nutrientes orgânicos que promovem o bem-estar físico e mental, as vitaminas devem ser ingeridas em porções adequadas. Em excesso, elas podem por em risco a sua saúde e até levar a sintomas tóxicos. A hipervitaminose, ou envenenamento por vitaminas, ocorre quando o indivíduo ingere altos níveis de vitaminas, que pode lavar a um quadro de intoxicação. O quadro clínico irá depender da substância, mas é geralmente mais grave quando o paciente tem grandes quantidades de vitamina A e vitamina D no organismo. Com outras vitaminas não é habitual, uma vez que eles são eliminados através da urina normalmente. “A hipervitaminose dificilmente se dá pelo consumo excessivo de alimentos ricos em vitaminas, mas sim pela ingestão indiscriminada de suplementos vitamínicos. Por isso, é muito importante seguir as recomendações do médico. Nenhum medicamento deve ser tomado sem orientação médica, nem mesmo vitaminas”, adverte o médico dermatologista com prática em oxidologia Amilton Macedo (CRM/SP - 80686). Na hipervitaminose A, por exemplo, os sintomas iniciais da intoxicação crônica são o cabelo escasso e áspero, a queda parcial das sobrancelhas, as rachaduras labiais e a pele seca e áspera. As cefaleias intensas, a hipertensão intracraniana e a fraqueza generalizada são manifestações tardias. Em crianças as excrescências ósseas e as dores articulares são comuns. O fígado e baço também podem aumentar de tamanho. “O diagnóstico de intoxicação pela vitamina A é baseado nos sintomas e na concentração anormalmente alta de vitamina A no sangue. Os sintomas desaparecem quatro semanas após a interrupção do uso do suplemento”, diz o médico. No caso de hipervitaminose causada ingestão excessiva de vitamina B, quando se trata da vitamina B12 (cianocobalamina) pode lavar a reações alérgicas e alterações esplênicas. “Quando for intoxicação por vitamina B1 (tiamina), altas doses pode levar a uma vasodilatação periférica, queda na frequência respiratória, convulsões, podendo levar até a óbito por paralisia do centro respiratório”, alerta Macedo. Quando o excesso é de vitamina D, os sintomas só aparecem meses após a alta administração de altas doses dessa substância, podendo causar graves danos aos ossos e uma fragilidade dos tecidos e dos rins. Provoca também um aumento exacerbado de cálcio sanguíneo, retirando este mineral dos ossos para a corrente sanguínea. Esse excesso tende a ser depositado nos tecidos moles do organismo. Pode haver a formação de litíases renais, pois o sangue tentará excretar o cálcio; além disso, pode haver formação de esclerose dos vasos sanguíneos. “O tratamento consiste na interrupção do uso do suplemento de vitamina D e na instituição de uma dieta pobre em cálcio, visando reduzir os efeitos da concentração elevada do mineral no organismo. O médico também pode prescrever corticosteroides para reduzir o risco de lesão tissular, e cloreto de amônio, para manter a urina ácida, reduzindo o risco de formação de cálculos de cálcio”, explica o dermatologista. É importante ressaltar que nem todas as vitaminas geram um quadro de hipervitaminose. A vitamina K, quando em altas doses, não apresenta toxicidade, assim como o excesso de vitamina C, que também não apresenta efeitos tóxicos quando administrada no tratamento de doenças graves. No entanto, em indivíduos saudáveis a superdosagem pode causar um forte efeito laxativo. Fonte: Dr. Amilton Macedo (CRM/SP - 80686), médico dermatologista com prática em oxidologia.