A Educação Física como meio de

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A Educação Física como meio de
inclusão social: mito ou verdade?
Discente em formação do curso de Licenciatura Plena
em Educação Física, da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia - UESB, Campus Jequié.
Ramon Missias Moreira
[email protected]
(Brasil)
Resumo
Para muitos a Educação Física é fonte de prazer e alegria, sempre bem esperadas dentro do período na escola. A partir dessa
característica, a Educação Física pode contribuir com o processo de inclusão de crianças com necessidades especiais na escola regular.
Seus conteúdos e objetivos contribuem para o melhor desenvolvimento integral da criança. A inclusão é um modo de garantir a igualdade
de oportunidades e permitir que as crianças portadoras de deficiências possam relacionar-se com outras crianças e estabelecer trocas para
poderem crescer. Este estudo teve o propósito de investigar se há a inclusão de crianças PNE's nas aulas de Educaçao Física da rede
pública regular de ensino do município de Jequié. A Educação Física contribui para o desenvolvimento, por ser uma disciplina onde a
ludicidade, a liberdade e a individualidade se expressam, tornando-se ambiente ideal para aprendizagem tanto das crianças tidas como
"normais", quanto das com necessidades especiais e propicia o relacionamento entre elas. Ao proporcionar o desenvolvimento integral de
aspectos motores, afetivos, cognitivos e sociais a Educação Física capacita a criança especial a se incluir na sala regular e a fazer parte do
sistema educacional de ensino.
Unitermos: Educação Física, Educação Física inclusiva, Crianças portadoras de necessidades especias, escola regular.
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 116 - Enero de 2008
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Introdução
Para que a criança com necessidades especiais seja verdadeiramente incluída na EF,
não basta estar no mesmo espaço físico ou participar de algumas atividades, mas ela
deve fazer parte do grupo e participar de todas as brincadeiras e atividades
desenvolvidas durante a aula, mesmo que necessite de ajuda e apoio do professor e de
outros colegas. Porém este apoio, não deve transformar-se em super proteção, pois esta
ao invés de contribuir, tende a dificultar o processo de inclusão.
Entender como a criança com necessidades especiais elabora e estrutura seu
conhecimento sobre o mundo facilitará a aquisição de sua autonomia e independência,
necessárias à sua inclusão. Devemos oferecer à criança oportunidades de aprendizado
individual e coletivo que lhe permitam, nas ações perceptivo-motoras, reconhecer a si
próprio, os elementos constitutivos do seu corpo e quais são suas possibilidades de ação
diante do meio.
A estimulação deve consistir de atividades que visem a intensificar a interação do
ambiente com a criança de maneira que seu desenvolvimento ocorra o mais próximo
possível da idade cronológica. A estimulação deve basear-se em ações perceptivomotoras, propostas em forma de jogos e/ou atividades ginásticas, com caráter
socializador e, sempre que possível, também lúdico, tendo em vista atingir os objetivos
de formar um indivíduo participativo, autônomo, independente e crítico.
O desenvolvimento da criança começa pelo reconhecimento de sua própria
corporeidade, pois é via organização corporal que todo ser humano estabelece relações
com os objetos e os indivíduos que fazem parte de seu ambiente.
No processo de intervenção no campo da EF, primeiramente devem ser estimuladas
as formas como as crianças podem agir sobre os objetos com a finalidade de aprender,
reconhendo suas propriedades, identificando suas múltiplas possibilidades de utilização
individuais e coletivas estabelecendo relações lógico-matemáticas, ao memso tempo que
executam ações comunicativas para aperfeiçoar sua linguagem, à luz das reflexões em
torno das atvidades executadas (Coletivo de autores,1992).
Alguns objetivos que podem ser alcançados nas aulas de Educação Física para crianças
com necessidades especiais são mencionados na obra de Palafox (1998) :
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Identificar, reconhecer, comparar, agrupar e/ou classificar os elementos
constitutivos e as propriedades do corpo, dos materiais utilizados e das
práticas sociais manifestadas na aula, com atividades que tenham
sentido, sejam desafiadoras e enfatizem a superação do egocentrismo
e/ou individualismo.
Socializar permanentemente em todas as experiências de aprendizagem,
fomentando a autonomia, a capacidade criativa, a busca do prazer pelo
que se faz e o acesso à possibilidade de mudança de regras, tendo a
organização grupal como fonte de resolução de problemas.
Ainda esse mesmo autor se refere, como objetivos mais específicos, aos elementos
psicomotores e cognitivos que são subjacentes ao desenvolvimento da criança:
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Esquema corporal;
Noções espacial e temporal;
Habilidades motoras básicas;
Desenho e escrita;
Lateralidade;
Coordenação fina e grossa;
Atenção;
Expressão oral e estimulação para a leitura;
Percepção sensorial e memória;
Equilíbrio e controle muscular;
Criatividade.
Ao meu ver esses objetivos referidos serão mais bem alcançados se as atividades
forem desenvolvidas, sempre que possível, em forma de jogos e de brincadeiras, pois
eles são a melhor maneira da criança comunicar-se, questionar e explicar. São os
instrumentos para relaciornar-se com o mundo, projetando seu universo interior e
recriando as relações com os que convivem no grupo social. Por meio dos jogos e das
brincadeiras, a criança tem a oportunidade de confrontar seu ponto de vista com os
demais colegas. Nessa interação, começa a considerar a existência de diferentes pontos
de vista, e isso favorece a construção de sua identidade, contribuindo também, para o
seu processo de socialização.
Brincar ou jogar para a criança com necessidades especiais é determinado por suas
características peculiares. Por meio do jogo e da brincadeira pode ser estimulado o seu
desenvolvimento nos aspectos socioafetivo, motor, sensorial e cognitivo. Salientando
que os jogos para as crianças com necessidades especiais não irá diferir daqueles usados
para crianças não 'deficientes', a diferença se encontra apenas nas estratégias
metodológicas utilizadas, e estas deverão priorizar as características de desenvolvimento
biológicas, afetivas e cognitivas, suas necessidades, interesses, capacidades e limitações
individuais decorrentes também da deficiência.
Tendo em vista o processo de inclusão social no contexto da escola regular de ensino,
poderão utilizar como conteúdo do jogo algumas sugestões do Coletivo de autores
(1992):
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Jogos que possibilitem o reconhecimento de si mesmo e de suas
possiblidades de desenvolvimento;
Jogos que possibilitem a identificação da capacidade de movimento com
os materiais para jogar, seja em ambiente natural, seja em ambiente
construído pelo homem;
Jogos que explorem a motricidade fina e grossa por meio da expressão
de desenho, mímica e pintura;
Dinâmicas em grupo que possibilitem a criação de jogos, definindo
coletivamente os objetivos e as regras.
Ao escolher os jogos, o educador deve priorizar os mais atrativos, que estimulem a
participação de todas as crianças e não ressaltem as diferenças individuais. Assim, nos
jogos e nas atividades em grupo deve predominar o caráter de cooperação, de
construção conjunta, em que cada um contribua, de acordo com sua capacidade, para
o produto final do grupo, com ênfase no processo.
A pesquisa de campo
Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória no campo da Educação
Física inclusiva, uma vez que realiza uma aproximação da temática com a realidade dos
professores de Educação Física. O método utilizado foi o da pesquisa de levantamento,
onde vinte professores que atuam no ensino fundamental, foram entrevistados através
da técnica de entrevista, e esta se encontra anexada ao projeto. Esses professores
pertencem a instituições públicas situadas nos bairros do Jequiezinho e do centro do
município de Jequié- Bahia.
O discurso dos professores sobre a Educação Física como meio de inclusão
social
Diante das informações coletadas nas entrevistas realizadas com os professores de
EF, na sua grande maioria com experiência superior a três anos em Educação Física
escolar, foi possível levantar alguns discursos. A maioria dos professores tem
conhecimento das novas perspectivas da educação, afirmam 'trabalhar com a Educação
inclusiva em suas aulas', e ratificam em suas falas que 'nenhum de seus alunos PNE's
são dispensados das suas aulas'. Estes professores declaram que 'quando necessário
eles também fazem adaptações para que esses alunos participem', sendo assim pensam
que a participação deles é importante fazendo com que haja uma integração já que eles
realizam atividades juntos com os outros alunos. Na questão que versava sobre' Há
dificuldade em adaptar suas aulas?' todos responderam que sim e dezoito justificaram
que era por causa da falta de materiais necessários e falta de local adequado para o
desenvolvimento de um trabalho mais qualificado e apenas dois afirmaram não obter
apoio da escola. Uma outra questão importante da pesquisa era ' o Para Pan influencia
de que forma no ensino escolar com relação aos deficientes nas aulas de Educação
Física? ' e todos os professores afirmaram que era um evento de suma importância pois
favorecia o estímulo da prática desportiva pelas crianças PNE's, servindo de grande
exemplo de vontade e superação. Mas em uma das questões, considerada chave nesta
entrevista, que foi verificar se ' A EF para crianças PNE's deve continuar sendo "Educação
Física adaptada?" para a surpresa dos pesquisadores diante de respostas tão otimistas
no desenrolar das entrevistas, não se esperava que 90% dos informantes dissesem que
"sim". Acreditamos então, que os professores não fizeram ainda a distinção entre os
conceitos de Educação Física adaptada e Educação Física inclusiva, ou seja o debate e a
continuidade dos trabalhos junto aos profissionais é muito importante para a conquista
de uma nova mentalidade à escola brasileira do que seja a formação de jovens
integrados e com seus preconceitos reconceituados.
Conclusão
A partir desses dados relevantes, investigamos que há possibilidade de se trabalhar
a educação inclusiva nas aulas de EF, partindo do princípio que a escola deve estar
disposta em receber e principalmente desenvolver esse novo sistema de inclusão. Cabe
portanto a escola e ao professor de EF, que visa uma formação global de seu aluno
(corpo e mente), proporcionar oportunidades a esses alunos para eles participarem das
aulas, visto que para eles é importante para o seu desenvolvimento social, físico, motor
e principalmente afetivo. A pesquisa empírica demonstrou que os professores tem um
norteamento para esse tipo de trabalho, mas a questão que fica é: Será que eles têm
realmente trabalhado os conceitos sobre crianças PNE's? Já que eles acham que a EF
para esses alunos deve continuar sendo EF adaptada? Ou será que a Educação Inclusiva
na representação destes professores ainda está centrada unicamente nos alunos
deficientes? Devemos pensar que enquanto criamos adaptações na educação, sem saber
se elas serão necessárias ou não, é importante verificarmos se o grupo que está
envolvido quer mudança ou não, porque senão iremos cair na divisão dos grupos, o que
acaba gerando privilégio para alguns, onde teria que haver inclusão acabará tendo
exclusão.
Anexo
Referências bibliográficas
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Tradução de Ângela G.Marx. SP: Manole, 1985.
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Renata Muzzeti. Educação Física inclusiva nas escolas municipais de Ribeirão
Preto: uma reflexão sobre as expectativas dos atuais profissionais de Educação
Física. Primeiros passos, Brasília: v. 4, n. 11, p. 21-30, jan./nov., 2005.
http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbeonline/obras.asp?autor=VERGANI,+ALESSANDRO+C%C9SAR
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