XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" DETERMINANTES DA DEMANDA DE CARNE BOVINA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG MARCELO CASTRO ALVES; MARÍLIA MACIEL GOMES. UFV, VIÇOSA, MG, BRASIL. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL ADMINISTRAÇÃO RURAL E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO Determinantes da Demanda de Carne Bovina no Município de ViçosaMG Grupo de Pesquisa: Administração e Gestão do Agronegócio Resumo O objetivo deste trabalho foi identificar os fatores que determinam o consumo de carne bovina no município de Viçosa-MG e averiguar o quanto o consumidor está disposto a pagar pelo tipo da carne mais consumida. A base teórica está fundamentada na teoria do consumidor, e os procedimentos analíticos estão focados na análise tabular e no modelo econométrico dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Os dados utilizados foram obtidos de fonte primária, mediante questionário semi-estruturado. Os consumidores finais dessa carne, em sua maioria, apresentaram baixo e médio nível de satisfação com a qualidade do produto, e maiores exigências no que se refere às melhorias nas condições sanitárias e de abate. Constatou-se que o corte de primeira de carne bovina mais consumida é a alcatra. A escolaridade, o preço pago, renda, preocupação com sanidade e sexo mostraram-se como variáveis influentes na decisão de comprar a alcatra bovina. Os consumidores deste tipo de carne possuem, em média, renda per capita de R$1.500,00, nível educacional fundamental ou médio, idade até 35 anos e são do sexo masculino. Percebeu-se que o preço médio que os entrevistados estavam dispostos a pagar pelo kg de alcatra bovina foi superior aos valores de venda nos supermercados, açougues e casa de carnes, sinalizando potencial de aumento na demanda desse produto. Palavras-chaves: demanda, carne bovina, disposição a pagar. Abstract 1 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" The objective of this paper was to identify the determinants of the bovine meat consumption in Viçosa-MG and to measure the consumer willingness to pay for the more consumed type of the meat. The theoretical model is based on demand theory, and the analytical procedures are focused on table analysis and Ordinary Least Square (OLS) method. The data were obtained from a survey. The meat consumers presented low and medium satisfaction levels about product quality, and larger exigencies in the improvements in the sanitary conditions and in meat processing. The study verified that the meat type more consumed was rump. The influential variables in the decision of buying bovine rump were education, product price, income, concern with sanity, and sex. The consumer characteristics are, on average, R$1, 500.00 of per capita income, fundamental or medium education level, age up to 35 years, and male. The medium price that the consumers were willing to pay for the bovine rump was greater than retail prices, signaling increase potential in the demand for the product. Key Words: demand theory, bovine meat, willingness to pay. 1. INTRODUÇÃO A cadeia produtiva da carne bovina, que envolve amplo conjunto de atividades econômico-sociais, é uma das importantes cadeias que constitui o complexo agroindustrial brasileiro. Os elos que a compõem estão ligados à produção; insumos e máquinas para a pecuária; abate, processamento, distribuição e comercialização do produto final; agroindústria e serviços. A extensão territorial, as condições edafoclimáticas e a habilidade produtiva baseada em alimentação a pasto a baixo custo contribuem para que a atividade tenha destaque no cenário mundial como grande produtor, exportador e consumidor de carne bovina. Até 2004, a carne bovina era o tipo de proteína de origem animal mais consumida no Brasil, porém seu espaço no mercado interno tem sido gradualmente perdido, tanto pela expansão das carnes de frango e suína, quanto pelo forte aumento nas exportações a partir do ano 2000. Em 1997, o consumo interno de carne bovina foi de 39 kg/hab/ano e o país exportou 4,5% da produção total. Já em 2006, o consumo decresceu perfazendo um total de 30 kg/hab/ano, enquanto a produção exportada ampliou para 26,3% do total produzido internamente (ANUALPEC, 2006). A abertura dos mercados e a integração econômica estimularam a modernização da pecuária bovina, tornando-a mais competitiva nacional e internacionalmente, devido à maior concorrência não só entre países, mas também com as demais fontes de proteína animal. Além da produtividade, custo e eficiência se imporem como regras básicas de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo, tem-se ainda a considerar as exigências impostas pelos consumidores, em que esses buscam produtos de maior qualidade. No caso da carne bovina, o surgimento de casos de BSE1 (Encefalopatia Espongiforme Bovina), o aparecimento de focos da febre aftosa e outros acontecimentos 1 Doença neurodegenerativa, transmissível ao homem e popularmente conhecida por “Mal da Vaca Louca”. 2 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" relacionados à qualidade da carne levaram a uma revisão ampla de conceitos ao longo de toda a cadeia produtiva. Com vistas a reconquistar a confiança dos consumidores, tem-se atribuído maior atenção às tendências mundiais em relação à rastreabilidade da produção, padronização e preocupações com a saúde humana, o meio ambiente e o bem-estar animal. A estabilidade econômica e o aumento do nível de renda no Brasil têm permitido o aumento do consumo de produtos com maior valor agregado, tais como a carne bovina rastreada e embalada a vácuo; as exigências internacionais por qualidade têm favorecido a produtividade interna; enquanto a possibilidade de entrada em novos mercados tem possibilitado maior flexibilização para adequar o produto ao mercado (gosto, cultura, etc.). Face ao exposto, e dada a necessidade de maior conhecimento acerca do consumo de carne bovina, alimento de altíssimo valor nutricional, é relevante identificar quais são as exigências do consumidor, qual sua satisfação com o que consome e quanto ele estaria disposto a pagar pelo corte de primeira de maior consumo. Além disso, não existem pesquisas que definam quais os atributos são mais valorizados por esses consumidores, tampouco que identifique o perfil do consumidor de carne bovina no município de ViçosaMG. Dessa forma, os resultados servirão como base para o direcionamento e trabalho em marketing e comercialização e para informar os consumidores do produto no mercado regional. A escolha da cidade de Viçosa para a execução desta pesquisa refere-se ao fato de que, além do potencial de consumo da população local em expansão, o estado de Minas Gerais detém o terceiro maior rebanho bovino do país com cerca de 19 milhões de cabeças e é o quarto maior produtor dessa carne (ANUALPEC, 2006). Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Brasil (POF) 2002 - 2003, o consumo de carne bovina de primeira no estado de Minas Gerais foi de 4,5 kg/hab/ano, sendo a média brasileira igual a 6 kg/hab/ano. Espera-se que esta análise do consumo no município possa fornecer embasamento para o entendimento do comportamento deste consumidor no estado, e conseqüentemente, no país. 2. METODOLOGIA 2.1.REFERENCIAL TEÓRICO Este trabalho utiliza a Teoria do Consumidor, como referencial teórico na análise dos determinantes da demanda de carne bovina no município de Viçosa-MG. 2.1.1. Teoria do Consumidor A procura de um bem pode ser definida como as várias quantidades desse bem que os consumidores estão dispostos a retirar do mercado a todos possíveis preços alternativos, em dado período de tempo, ceteris paribus (MAGALHÃES, 2005). A função de demanda relaciona a quantidade demandada com os diferentes valores de preços, rendas e outros fatores que influenciam na decisão da compra (VARIAN, 2000), podendo ser expressa por: QDX = f (Px, R, PC, PS, N, G) 3 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" em que QDX é a quantidade demandada do bem X; Px é o preço do bem X; R é a renda disponível; PC é o preço do bem complementar; PS é o preço do bem substituto; N é o número de consumidores e G representa o gosto e preferência dos consumidores. Quando se tem informações sobre a restrição orçamentária dos consumidores (limitação da possibilidade da opção de compra das pessoas, em razão de os preços a serem pagos pelos diversos bens e serviços) e seus mapas de gostos pelos bens e serviços, podemse obter as curvas das demandas individuais dos consumidores de uma mercadoria. As curvas de Engel, que descrevem a relação entre a quantidade consumida de uma mercadoria e a renda dos consumidores, podem servir de ferramenta nas discussões sobre a forma de variação das despesas do consumidor em virtude de sua renda. De acordo com Varian (2000), para cada conjunto de preços e renda, existe uma combinação diferente de bens que corresponderá à escolha ótima do consumidor. Assim, o consumidor procura a cesta que maximiza sua utilidade de acordo com sua renda disponível. Essas preferências do consumidor são representadas usando as curvas de indiferença e sua restrição orçamentária. No entanto, quando a renda aumenta e os preços continuam fixos, a reta orçamentária desloca-se para cima e para a direita, paralelamente à reta anterior. No caso dos bens normais, quando a renda aumenta, a demanda pelo bem, carne bovina, também aumenta e, se a renda diminui, a demanda também diminui. Neste caso, essa variação não é proporcional ao aumento da renda. A proporção do aumento da demanda é inferior ao da renda, uma vez que se trata de um produto de primeira necessidade (Figura 1). Curvas de Indiferença Outros produtos Escolhas ótimas Retas Carne bovina (kg) Fonte: Adaptado de Varian (1999, pág 78). Figura 1 - Demanda por bens normais ou de primeira necessidade. Para se obter o caminho de expansão do consumo, basta unir os pontos que representam as cestas demandadas pelo consumidor para cada diferente nível de renda, ou seja, para cada reta orçamentária deslocada para direita e para fora, conforme Figura 2. Essa curva também é conhecida como curva de renda-consumo. 4 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Outros produtos Curva de renda-consumo Curvas de Indiferença Carne bovina (kg) Fonte: Adaptado de Varian (1999, pág 105). Figura 2 - Curva de renda-consumo. Portanto, a função de utilidade é uma forma de rotular as curvas de indiferença, pois, todas as cestas de uma curva de indiferença possuem a mesma utilidade. Esse tipo de utilidade, que confere o ordenamento das cestas de bens, é chamado de utilidade ordinal e as razões que afetam o nível de utilidade são: preço atrativo, beleza, estética, economia de uso, eficiência, qualidade, durabilidade, garantia, conforto, prazer, prestígio, filosofia dentre muitas outras. A função de utilidade pode ser usada para calcular a Taxa Marginal de Substituição (TMaS). Essa, por sua vez, mede a inclinação da curva de indiferença de uma determinada cesta de bens e pode ser interpretada como a taxa à qual um consumidor está propenso a substituir uma quantidade de um bem por outro bem, mantendo seu nível de satisfação constante (BINGER; HOFFMAN, 1998). Essa taxa procura mostrar um sentido de compensação, isto é, quando se perde unidades de um bem, estas devem ser compensadas por unidades ganhas de um outro bem, permanecendo com o mesmo nível de satisfação anterior. Mediante a escala de utilidade marginal2, a disposição a pagar (DAP) do consumidor retrata a melhor estimativa de sua demanda, o que possibilita o cálculo das medidas de bem estar. Suas escolhas se baseiam na maximização da utilidade que está sujeita à restrição de seu orçamento. Sendo o consumidor um agente racional e que busca maximizar a utilidade, tem-se que os preços dos bens, sua renda e seu conhecimento sobre o produto são determinantes na decisão da compra. 2.1.2. Visão alternativa de Lancaster á teoria neoclássica do consumidor Considerando-se um bem de consumo, pode-se determinar a curva de demanda marshalliana (Equação 1): 2 É a satisfação adicional obtida de uma unidade extra de consumo. 5 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Xi = Xi (P, R) em que Xi é a quantidade consumida do bem X; P é o vetor de preço e R é a renda. Pode-se fazer a derivação da curva de demanda através das abordagens cardinal da utilidade, ordinal ou pela preferência revelada. Porém, LANCASTER (1979) contestou a abstração da existência de dois bens, dada à complexidade da economia moderna propondo um modelo alternativo, em que a escolha do consumidor depende tanto das características dos bens quanto da estimação subjetiva do valor dessas características. Segundo LANCASTER (1979), o consumidor realiza suas escolhas em um mercado onde existe uma quantidade muito grande de diferentes produtos. Portanto, é necessário estudar as escolhas do consumidor com base nas características dos bens através de um processo de três estágios: a) bens que podem ser adquiridos de acordo com a renda; b) características de cada conjunto de bens e c) suas preferências pelas características. Assim, o modelo de maximização da utilidade de Lancaster é: Maximizar Uz Sujeito a: PX≤ R Com Z = BY X = AY X, Y, Z ≥ 0 em que Uz é a função de utilidade ordinal que depende da quantidade de características que Z consome; X é o vetor do total de bens necessários à atividade econômica; P é o vetor de preços do bem X; R é a renda do indivíduo; Z características do bem X; Y é o vetor do nível do consumo; B é a matriz linear de relacionamento entre Z e Y; A é a matriz linear de relacionamento entre X e Y e PX≤ R = é a restrição orçamentária. Já para KICK (2002), um bem ou um conjunto de bens é considerado uma atividade de consumo na forma X = AY apresentando um vetor fixo de características da forma Z = BY. Assim, o consumidor possui uma função de utilidade ordinal, Uz, que depende da quantidade de características Z que o indivíduo consome. É necessário um mecanismo para a obtenção de um valor ou escolha do entrevistado, além de incluir questões que visam obter informações sobre as atitudes relacionadas com o problema em questão e sobre as características sócio-econômicas desses entrevistados para que possam ser convertidas em variáveis explicativas que, provavelmente, poderão ser usadas na estimação de uma função de disposição a pagar. 6 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Segundo MITCHELL e CARSON (1989) existem quatro mecanismos ou técnicas para o método de avaliação que são os mais utilizados: - “os jogos de leilão”, proposto por DAVIS (1964), que consiste em apresentar um conjunto de valores, sucessivamente, aos entrevistados, os quais devem responder sim ou não, iniciando-se por um valor médio e aumentando caso a resposta seja sim até que se responda não, ou, ao contrário, diminuindo caso a resposta seja não até que a resposta seja sim; - “referendum”, introduzido por BISHOP e HEBERLEIN (1979) o qual apresenta, dentro de um intervalo de valores, apenas um valor aleatório a cada entrevistado que responde apenas sim ou não a questões como: “Você estaria disposto a pagar R$ X pelo bem Y?” Ao contrário dos jogos de leilão, o entrevistado não possui uma segunda chance de encontrar um valor adequado, simulando, assim, aos mercados reais. - “cartão de pagamento”, proposto por MICHELL e CARSON (1981), diferencia-se dos jogos de leilão apenas pela ajuda visual em que se apresenta cartões com diferentes valores de modo que o entrevistado apenas aponte a sua disposição máxima a pagar. - “referendum com follow-up”, desenvolvido por CARSON, HANEMANN e MITCHELL (1986), consiste no mesmo mecanismo do referendum, porém, oferecendo-se um segundo valor aleatório. No modelo desenvolvido por Lancaster (1971), os bens não são objetos imediatos de preferência ou de utilidade, mas têm associados a eles atributos, que são diretamente relevantes para o consumidor. Nessa formulação, a função utilidade é fruto do conjunto de atributos ou características do bem, obtidas através de uma série de produtos, ou seja, a escolha do consumidor depende tanto das características dos bens quanto da estimação subjetiva do valor dessas características. O estabelecimento dos fatores que interferem a decisão final dos consumidores a respeito do que irão ou não adquirir é objetivo de muitos estudos. Recentes alterações no mercado de alimentos têm evidenciado a importância de modelos de processo de compra de produtos agroalimentares tanto pelo aspecto emocional quanto racional3. 2.2. REFERENCIAL ANALÍTICO Com o intuito de verificar os fatores que influenciam a disposição a pagar (DAP) dos consumidores pela carne bovina no município de Viçosa-MG são usadas variáveis qualitativas e quantitativas para aplicação do Modelo de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), tais como disposição a pagar, preço pago, renda, idade, sexo, tamanho da família e preocupação com sanidade animal. 2.2.2. Determinantes do Preço da carne bovina De acordo com Gujarati (2006), o modelo de regressão da população (FRP) pode ser escrito da seguinte forma: 3 Para mais detalhes ver Braga; Lirio (2002). 7 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Yi = ß1 + β2 X2i + β3X3i + ... + βkXki + eti (4) em que Y é a variável dependente; X2, X3, ..., Xk são as variáveis explicativas; β1 é o intercepto; β2, β3, ..., βk são os coeficientes parciais de inclinação; et é o termo de perturbação estocástica; i é a i-ésima observação e n é o tamanho da população. O modelo linear clássico possui as seguintes pressuposições: o modelo de regressão é linear nos parâmetros; a relação entre Y e X é linear; não há relação perfeita entre os X’s, ou seja, ausência de multicolinearidade; os valores das variáveis explicativas são fixados em amostragem repetida, ou seja, é não estocástica; a média de et é zero; cada erro aleatório tem distribuição com mesma variância, ou seja, é homoscedástico; ausência de autocorrelação nos erros; as variáveis aleatórias têm distribuição normal e o modelo de regressão deve estar corretamente especificado (GUJARATI, 2006). Empregando-se o método dos mínimos quadrados ordinários para verificar os fatores que influem na disposição a pagar do consumidor pela carne bovina, a equação a ser estimada é: DISPOSTOPAGAR = α0 + α1 PREÇOPAGO + α2 RENDA + θ1D1 + θ2D2 + θ3 D3 + θ4 D4 + θ5 SANIDADE + θ6 SEXO + θ7 MORADORES + et (5) em que DISPOSTOPAGAR = preço que o consumidor está disposto a pagar pelo corte de carne bovina em questão, expresso em R$/kg, em 2006; PREÇOPAGO = preço pago pelo consumidor referente ao corte de carne bovina em questão, expresso em R$/kg, em 2006; RENDA = renda do consumidor, expressa em R$, em 2006; MORADORES = número de pessoas que moram na residência do consumidor de carne; SEXO = variável dummy que representa se o consumidor de carne é do sexo feminino, em que essa assume valor igual a um e zero caso for do sexo masculino; D1 = variável dummy que representa a idade, em que o intervalo entre 35 e 60 anos assume valor igual a um e zero caso contrário; D2 = variável dummy que representa a idade, em que mais de 60 anos assume valor igual a um e zero caso contrário; D3 = variável dummy que representa o nível de escolaridade, em que o nível fundamental e médio assume valor igual a um e zero caso contrário; D4 = variável dummy que representa o nível de escolaridade, em que o nível de formação superior assume valor igual a um e zero caso contrário; SANIDADE = variável dummy que representa a preocupação com questões de sanidade animal, em que essa assume valor igual a um e zero caso contrário (não preocupação). et = termo de erro estocástico que, por pressuposição, tem média igual a zero e variância constante. Espera-se que os coeficientes comportem-se da seguinte forma: • α1 > 0, dado que qualquer variação no preço de venda do produto afetará a disposição a pagar no mesmo sentido. • α2 > 0, dado que qualquer variação na renda afetará a disposição a pagar pela carne bovina no mesmo sentido. • Ө2 > Ө1 < 0, espera-se que quanto mais jovem maior o consumo de carne e menor a renda afeta a disposição a pagar pela carne no mesmo sentido. 8 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" • • • • Ө3 < Ө4 > 0, pois, espera-se que aquele que possui maior escolaridade tem maior disposição a pagar pela carne do que aquele que tem menor. Ө5 > 0, pois, espera-se que aquele que já comprou carne bovina possui maior preocupação com sanidade animal do que aquele que não comprou. Ө6 > 0, dado que, geralmente, são as mulheres que fazem as compras domésticas. Ө7 < 0, pois, espera-se que qualquer variação na quantidade de moradores em uma mesma residência afetará a disposição a pagar pela carne bovina no sentido contrário. 2.2.3. Fonte de dados Os dados utilizados foram obtidos por meio de levantamento primário, ou seja, mediante questionário semi-estruturado. O levantamento primário teve como área de estudo o município de Viçosa-MG e foi realizado com os consumidores finais do produto, e com os principais vendedores de carne bovina na cidade (açougues, supermercados, mercados de médio porte e restaurantes). 2.2.4. População e amostragem A população do presente estudo refere-se aos consumidores de carne bovina do município de Viçosa, o que envolve os consumidores finais do produto, açougues, supermercados, mercados de médio porte, casas de carnes e restaurantes. Assim, utilizouse para fins de cálculo do número mínimo de questionários a serem aplicados a Equação 6, com nível de confiança de 90% devido às peculiaridades da pesquisa, tolerância amostral de 10% para a população e 5 % para os demais agentes (GIL, 1994). n = (Z2.p.q.N)/[d2. (N-1) + Z2.p.q] (6) em que o N representa o tamanho da população; Z é a abscissa da curva normal padrão (90% = 1,645); p é a estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis da variável escolhida (no caso, p = q = 0,5); e d é o erro amostral admitido. Assim, foram aplicados 100 questionários com consumidores finais, 8 com proprietários e, ou, gerentes dos supermercados, 23 em açougues e 15 em restaurantes da cidade. Os questionários foram aplicados durante três meses (março, abril e maio de 2006), em dias e horário alternados, a fim de evitar vieses nas informações obtidas a partir das entrevistas realizadas, conforme recomendado por Richardson (1985). 3. RESULTADOS Os resultados estão apresentados em duas partes. Na primeira parte está exposta a avaliação qualitativa das variáveis questionadas, ou seja, a análise tabular. Já na segunda, apresenta-se a análise econométrica, e essa está focada, especificamente, nos consumidores finais de alcatra, uma vez que se trata do corte de primeira mais consumido, segundo dados da pesquisa. 9 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" 3.1. Avaliação qualitativa dos questionários Os cortes de primeira mais consumidos, em ordem de importância, foram a alcatra (39,3%), o contra filé (20,2%) e a picanha (11,2%). Já os cortes de segunda, em ordem de importância, foram o acém (84,1%) e fraldinha (5,7%). Nos restaurantes submetidos à pesquisa o corte de primeira é o mais servido, sendo a alcatra (42,9%), o patinho (21,4%) e o Lagarto (21,4%) os cortes de maior aceitação. Dentre os cortes de segunda servidos 92,3% é de acém. Apenas 28% dos restaurantes citaram que servem carne bovina de terceira, sendo a costela a mais comumente servida. Dentre os cortes de primeira, alcatra foi o mais vendido em 77,4% dos locais de venda; o contra filé foi o segundo mais vendido em 71% dos casos e o chã de dentro o terceiro em 29% dos estabelecimentos. Dos cortes de segunda, o acém foi o corte de maior venda em 67,7% dos estabelecimentos, seguido pela fraldinha em 48,4% dos locais de venda dessa carne. Para os vendedores da carne bovina, o fato de ela supostamente ser menos prejudicial à saúde que a carne suína, é um fator de grande influência na decisão de compra, e foi uma variável citada por 33,3% dos entrevistados. No que tange às características intrínsecas da carne em questão, 40% dos consumidores finais e dos vendedores disseram que o sabor é a variável que mais induz o consumo desse produto e 30% citaram a tradição. A principal desvantagem da carne bovina para 58,9% dos consumidores diretos e 58,6% dos vendedores foi a qualidade, principalmente por não existir frigorífico com Serviço de Inspeção Federal (SIF) no município (Figura 3). Qualidade Preço Outras características prejudiciais à saúde Não tem desvantagem Fonte: Resultados da pesquisa. Figura 3 – Principais desvantagens da carne bovina para os consumidores de Viçosa-MG. A maioria dos vendedores da carne bovina, 74,2%, compra o produto direto do criador e 25,8% dos frigoríficos. De modo geral, 75% dos entrevistados, o vendedor é o próprio criador do rebanho, e é ele que também abate o animal. Dessa forma, as condições sanitárias e de higiene ainda são um grave problema para a carne bovina de Viçosa. 10 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" No que se refere ao nível de satisfação com o produto, os vendedores disseram estar altamente satisfeitos, em detrimento a uma marcante exigência por parte dos consumidores e, principalmente, dos gerentes de restaurantes (Quadro 1). Quadro 1 – Nível de satisfação da carne bovina para os consumidores Nível de Satisfação Consumidores Vendedores (%) Restaurantes (%) Diretos (%) Alto 26,0 58,1 7,0 Médio 37,0 32,3 57,1 Baixo 37,0 9,7 35,7 Fonte: Resultados da pesquisa. Há um visível descontentamento dos consumidores no que se refere às informações de como é realizado o abate e processamento da carne bovina em Viçosa. E a importância da construção de um abatedouro na cidade foi indicada por muitos dos entrevistados. Com relação aos bens substitutos, a carne de frango foi o produto mais consumido para 53% dos consumidores finais entrevistados, seguida pela carne de suíno, preferência de 40% dos consumidores; peixe, para 4% dos entrevistados; e apenas 3% mostraram a preferência por ovos (Figura 2). Esses resultados são semelhantes à tendência de consumo no Brasil (ANUALPEC, 2006). E curiosamente, diferentemente da carne bovina, existem grandes frigoríficos de aves e suínos nas proximidades do município em estudo. Frango Suíno Peixe Ovos Fonte: Resultados da pesquisa. Figura 4 – Principais substitutos da carne bovina. Quando questionados se seriam ou não incentivados a ampliar o consumo após mudança no preço da carne bovina, verificou-se que 55,7% dos entrevistados seriam estimulados a aumentar o consumo se houvesse uma queda de mais de 10% no preço do 11 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" produto; 10,3% elevariam o consumo se a queda fosse entre 5 e 10% no preço e 25,8% precisariam apenas de uma queda de 5% no preço do produto. No entanto, cerca de 8,2% indicaram que a queda no preço do produto não os estimulariam a aumentar o consumo. De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, além dos preços a característica que mais estimularia o aumento do consumo de carne bovina em Viçosa é a melhoria nas condições sanitárias e de abate (Quadro 2). Quadro 2 – Características que estimulam o aumento do consumo de carne bovina no município de Viçosa Consumidores Vendedores (%) Restaurantes (%) Diretos (%) Melhoria nas condições 41,2 50,0 61,5 sanitárias e de abate Preços mais baixos 39,2 30,8 23,1 Melhoria na qualidade de 1 7,7 0 entrega Faz menos mal 0 0 7,7 Marketing 18,6 3,8 0 Fonte: Resultados da pesquisa. 3.2. Estimativa da disponibilidade a pagar pela carne de primeira mais consumida alcatra bovina A estimação do modelo com variáveis qualitativas e quantitativas para estimar o quanto os consumidores finais entrevistados estão dispostos a pagar pela alcatra estão no Quadro 3. Para tanto, corrigiu-se a heteroscedasticidade do modelo pelo método de White. Os resíduos apresentaram distribuição normal e não houve multicolinearidade significativa. Quadro 3 – Estimativa do modelo sobre a disposição que o consumidor de carne bovina tem a pagar pela alcatra no município de Viçosa-MG, em 2006 Variáveis explicativas Coeficiente Erro Estatística t Nível de Selecionadas do modelo significância C -6.4988 3.6856 -1.7632 0.0851 D3 3.3767 1.2312 2.7426 0.0089 D4 2.0321 1.0979 1.8507 0.0712 PREÇOPAGO 1.3946 0.2963 4.7068 0.0000 RENDA 0.0006 0.0003 1.7965 0.0796 SANIDADE 0.5402 0.2750 1.9644 0.0561 SEXO 0.7558 0.3450 2.1905 0.0341 R2 = 0.600073 R2 aj = 0.542940 F = 10.50318 Prob (F-statistic) = 0.000000 Fonte: Dados da pesquisa. Nota-se que, das nove variáveis propostas inicialmente para estimação da disposição a pagar pelo kg de alcatra bovina, apenas três não foram significativas (D1, referente à idade entre 35 e 60 anos, D2, que representa a idade acima de 60 anos e MORADORES, número de pessoas que moram na residência) e todos os sinais dos coeficientes estimados apresentaram-se de acordo com o esperado. 12 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" A estimativa do modelo sobre a disposição a pagar apresentou R2 de 0.60 e o teste F foi significativo em nível de 1% de probabilidade. Esse resultado confirma qualidade do ajustamento do modelo. A variável dummy D3, referente a grau de escolaridade, teve coeficiente estimado de 3.3767, e mostra que os consumidores que têm ensino fundamental ou médio (completo ou incompleto) estão dispostos a pagar R$3,38 a mais do que os entrevistados que não têm esse grau de escolaridade. Essa variável mostrou-se significativa em nível de 1% e positiva. A variável dummy D4, referente a grau de escolaridade (ensino superior), teve coeficiente estimado de 2.0321, e mostra que os consumidores que têm ensino superior (completo ou incompleto) estão dispostos a pagar R$2,03 a mais do que os entrevistados que não têm esse grau de escolaridade. Essa variável mostrou-se significativa em nível de 10% e positiva. No entanto, esperava-se que o coeficiente da variável dummy D4 fosse maior do que o coeficiente da variável dummy D3, pois se espera que aquele que possui maior escolaridade tenha maior disposição a pagar pela carne do que aquele com menor nível de escolaridade. O coeficiente da variável PREÇOPAGO foi de 1.3946, e indica que quando o preço pago pelo kg de alcatra bovina aumentar em R$1,00 a disposição a pagar por essa carne aumentará em R$1,39. Essa variável mostrou-se significativa a 1% e positiva, visto que se o preço dos outros cortes de carne bovina aumentar, conseqüentemente, o consumidor estará disposto a pagar mais pela alcatra. A variável RENDA obteve coeficiente de 0.0006, e mostra que quando a renda familiar aumenta em R$100,00 o preço que o consumidor estará disposto a pagar pelo kg de alcatra aumentará em R$0,0688, ou 6,88 centavos. Essa variável mostrou-se significativa em nível de 10% e positiva conforme esperado, já que com o aumento da renda se espera um aumento na disposição a pagar pelo kg dessa carne, visto que se trata de um bem de primeira necessidade. O coeficiente da variável SANIDADE foi de 0.5402, e mostra que quando os consumidores têm preocupação com a sanidade animal, o preço que ele estará disposto a pagar pelo kg da alcatra aumentará em R$0,54. Essa variável mostrou-se significativa em nível de 5% e positiva, conforme esperado, já que quanto maior o conhecimento das condições de abate, processamento e, da sanidade, é esperado aumento na disposição a pagar pelo kg do corte de carne em questão. A variável dummy SEXO teve coeficiente estimado de 0.7558, e demonstra que o consumidor do sexo feminino está disposto a pagar R$0,75 a mais do que o consumidor do sexo masculino. Essa variável mostrou-se significativa em nível de 5% de probabilidade. É interessante notar que apesar dos homens estarem mais propensos a comprar a alcatra do que as mulheres, essas estavam dispostas a pagar mais pelo produto. Em resumo, o preço médio que os consumidores estavam dispostos a pagar pelo kg de alcatra bovina foi de R$9,82, variando entre R$8,00 e R$18,00, sendo, a moda de R$10,00. Segundo dados da POF para o município de Viçosa 2005-2006, a renda mensal média da população é de R$448,00 per capita e o consumo mensal de alcatra é de 0,754 kg por habitante que consome esse tipo de corte. Neste trabalho, a renda mensal média foi de R$1.500,00 per capita. Nesta pesquisa, constatou-se que o corte mais consumido de carne bovina no município de Viçosa-MG foi a alcatra, da mesma forma que concluiu a POF (Pesquisa de 13 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Orçamentos Familiares) 2002-2003 para o estado de Minas Gerais e a POF 2005-2006 para a cidade de Viçosa. No entanto, o consumo observado de carne bovina de primeira para a cidade em questão foi de 15,6 kg/hab/ano e os dados da POF para o Estado foram de 4,5 kg/hab/ano, sendo a média brasileira igual a 6 kg/hab/ano. Essa variação pode ser explicada, em parte, pelas peculiaridades da amostra utilizada neste trabalho, visto que se trata de uma cidade universitária, com grande número de repúblicas estudantis e, conseqüentemente, alto consumo de carne para churrasco. 4. CONCLUSÕES Percebeu-se grande exigência relacionada à sanidade animal e qualidade da carne, visto que o consumidor tem priorizado, cada vez mais, a qualidade de vida, principalmente, no que tange à alimentação. Os consumidores finais de carne bovina, no município de Viçosa-MG, demonstraram, em sua maioria, nível de satisfação com a qualidade do produto médio e baixo. O produto substituto mais consumido foi a carne de frango, seguida pela carne de suíno. A maioria dos consumidores mostraram susceptíveis ao aumento de demanda de carne de boi em resposta a queda no preço da mesma. A escolaridade, o preço pago, renda, preocupação com sanidade e sexo mostraram-se como variáveis influentes na decisão de comprar a alcatra bovina. Os consumidores de alcatra, em média, possuem renda per capita de R$1.500,00, nível educacional fundamental ou médio, idade até 35 anos e são do sexo masculino. O preço médio em que os entrevistados estavam dispostos a pagar pelo kg de alcatra bovina foi de R$9,82, sendo que os valores de venda nos supermercados, açougues e casa de carnes é inferior a esse preço. Assim, verifica-se potencial de aumento da demanda do produto. A partir dos resultados obtidos, pôde-se verificar o grande potencial do mercado de carne bovina no município de Viçosa-MG e, por conseguinte, foi possível definir quais os tipos de cortes mais desejados pelos consumidores, em ordem de importância, e a disposição destes em pagar por esse produto. Tais informações poderão auxiliar as empresas públicas e privadas na definição de políticas públicas a serem implantadas para o setor. Destaca-se ainda a necessidade de ações coordenadas que melhorem a imagem da carne bovina e ampliem a divulgação desse produto salientando seus benefícios à saúde. 14 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" REFERÊNCIAS ANUALPEC 2006. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2006. 369 p. BINGER, B.R.; HOFFMAN, E. Microeconomics with calculus. 2nd ed. Addison – Wesley, Reading, MA, 1998. 241p. BISHOP. 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