CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLA DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PESQUISA DE MARKETING: UMA FERRAMENTA PARA IDENTIFICAR PROBLEMAS E SOLUÇÕES DE MARKETING Ana Paula Bozza Ferraz Justini Gatti Maranhão Ayres CAPIVARI – SP 2009 CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLA DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PESQUISA DE MARKETING: UMA FERRAMENTA PARA IDENTIFICAR PROBLEMAS E SOLUÇÕES DE MARKETING Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da FACECAP – CNEC Capivari. Orientador: Profº. Jorge José Elias Ana Paula Bozza Ferraz Justini Gatti Maranhão Ayres CAPIVARI – SP 2009 Agradecimento Primeiramente agradecemos a Deus pela força e saúde, pela oportunidade oferecida, por termos conseguido enfrentar os maiores obstáculos encontrados nesse caminho percorrido durante os quatros anos, a todos os professores a todos os nossos colegas ao nosso orientador Jorge José Elias que nos auxiliou com seus conhecimentos e todo material de apoio. FERRAZ, Ana P. B.; AYRES, Justini G. M. Principais aspectos do Marketing e da Pesquisa de Marketing. Monografia de Conclusão de Curso. Graduação em Administração pela Faculdade Cenecista de Capivari, p. 31, 2009. RESUMO Um diferencial que está fazendo uma empresa ter mais sucesso que seu concorrente, além de focar no cliente, é a atenção disponibilizada ao mercado em que atua. Nas últimas décadas, houve um aumento significativo da prática do Marketing nas organizações, seja na exploração do âmbito acadêmico, seja no âmbito empresarial. Possuir um sistema de informação com dados confiáveis e atualizados sobre clientes, tendências e produtos, certamente permitirá um maior suporte na tomada de decisão. Para tanto, torna-se indispensável a prática de Pesquisas de Marketing, como ferramenta de gestão, capaz de identificar necessidades, implantar estratégias e programas que visem à satisfação dos clientes, bem como a percepção de informações pertinentes à concorrência e de outras forças que atuam no mercado. Palavras-Chave: 1. Marketing 2. Pesquisa de Marketing 3. Sistema de Informação de Marketing SUMÁRIO Introdução .............................................................................................................................5 Caracterização do Problema .................................................................................................5 Objetivo Geral ......................................................................................................................5 Objetivos Específicos ...........................................................................................................5 Justificativa e Relevância do Tema ......................................................................................6 Capítulo I – O Marketing e a Pesquisa de Marketing ..........................................................7 1.1: Conceito e Definição de Marketing ................................................................7 1.2: A importância de compreender o comportamento do consumidor .................8 1.3: As funções básicas de Marketing ....................................................................8 1.4: Marketing Intuitivo ........................................................................................10 1.5: Marketing Contra-Intuitivo ...........................................................................11 2.1: Pesquisa de Marketing – Conceitos ................................................................11 2.2: Objetivo da Pesquisa de Marketing .................................................................12 2.3: Usos da Pesquisa de Marketing .......................................................................13 2.4: O Processo da Pesquisa de Marketing .............................................................14 2.5: Formulando o Problema ..................................................................................14 2.6: Sistemas de Informação de Marketing – SIM .................................................15 2.6.1: Sistema de Inteligência de Marketing .............................................17 2.6.2: Sistema de Apoio a decisões de Marketing – SADM .....................18 2.6.3: Sistema de Registro Interno .............................................................19 2.6.4: Sistema de Pesquisa de Marketing ..................................................20 2.7: Fontes de Informação .....................................................................................20 2.8: Dados x Informação ........................................................................................21 2.9: Coleta e Processamento de Dados ..................................................................22 2.10: Dados Primários e Secundários ....................................................................23 2.11: Tipos de Pesquisa .........................................................................................25 2.12: Pesquisa Exploratória ...................................................................................26 2.12.1:Pesquisa Descritiva ..........................................................................27 2.12.2: Pesquisa Experimental (Causal) .....................................................28 2.12.3: Qualitativa x Quantitativa ...............................................................29 2.13: Amostragem ..................................................................................................31 2.13.1: Vantagens de Amostrar ..................................................................32 2.13.2: Técnicas Amostrais .........................................................................32 2.14: Ética na Pesquisa de Marketing ....................................................................36 Capítulo II – Metodologia ...................................................................................................38 2.1: Metodologia do Trabalho ...............................................................................38 Capítulo III – Considerações Finais ....................................................................................39 3.1 Conclusão .........................................................................................................39 Referências Bibliográficas ..................................................................................................43 Introdução O presente trabalho pretende demonstrar que a tarefa de pesquisa não é mais uma ferramenta exclusiva das Instituições Educacionais ou empresas especializadas, mas sim apresentar que a fonte de informações incorporou o dia a dia das organizações. Principalmente em relação à globalização da economia, estudos comprovam que muitas fronteiras dos negócios estão sendo quebrados, ultrapassando as mais diversas línguas, costumes, criando novos conceitos, comportamentos diferentes, além de um ambiente de grande competitividade. Exatamente nesse aspecto competitivo que as organizações crescem e “lutam” entre si por segmentos do mercado, onde o campo de batalha é o mercado consumidor. Além disso, importante destacar que, torna-se cada vez mais importante, para o desempenho competitivo das organizações, a utilização de algumas ferramentas que possibilitem aos gestores, a tomada de decisões cada vez mais assertiva e com relevância garantia, uma vez que a responsabilidade de referida atitude pode levar desde ao sucesso, como negativamente, ao fracasso de qualquer negócio. Diante do exposto acima, gostaríamos de enfatizar a presente monografia, numa das mais fundamentais ferramentas para o bom desempenho e competitividade organizacional: a Pesquisa de Marketing. Para tanto, e em caráter preliminar, esclarecemos que, dentre outros objetivos, a Pesquisa de Marketing nas organizações visa o planejamento de seus produtos e serviços, estratégias de comunicação e divulgação ao mercado, políticas de preço, distribuição dos produtos, resultando assim no atendimento das necessidades do consumidor. Ademais, a pesquisa de marketing busca mensurar os atuais aspectos do mercado consumista, bem como as futuras tendências do mesmo. Quanto à estrutura, a presente monografia abordará primeiramente as principais definições e conceitos do marketing, dentre outros. Posteriormente, trataremos da metodologia do trabalho, explicando quais métodos foram utilizados. 4 E então, no que tange ao tema principal, qual seja, pesquisa de marketing, apresentaremos conceitos quanto aos tipos de pesquisas, seu objetivo, sua aplicação, o processo de pesquisa de Marketing, a ética na pesquisa e o SIM (Sistema de Informação de Marketing). E ao fim deste trabalho, iremos ressaltar de maneira conclusiva, os principais conceitos, atribuídos à relevância do tema. Caracterização do Problema Este trabalho busca responder a seguinte questão: Qual a real importância da pesquisa de marketing nas organizações? Objetivo Geral A presente pesquisa tem por objetivo mostrar a importância da pesquisa de marketing a fim de identificar oportunidade mercadológica e de lançamentos de novos produtos, bem como problemas e soluções de marketing. Objetivos Específicos a) Discorrer sobre a história da pesquisa de Marketing; b) Estudar e Definir a pesquisa de Marketing bem como os seus tipos; c) Propor um quadro comparativo entre as pesquisas qualitativas e quantitativas; d) Comentar sobre a aplicação da Pesquisa de Marketing; e) Definir a importância da Ética na Pesquisa de Marketing; 5 Justificativa e Relevância do Tema O presente trabalho justifica-se pois nas últimas décadas tem-se presenciado um aumento substancial e vertiginoso da prática de marketing no mundo empresarial. Isso tem gerado uma enorme demanda pela pesquisa de marketing tanto na esfera acadêmica como no âmbito empresarial. Justifica-se também pela importância que vem assumindo a pesquisa de marketing para identificar problemas e soluções de marketing, bem como para desenvolver novos produtos nas empresas a fim de se obter vantagem competitiva sustentada. 6 Capítulo I O Marketing e a Pesquisa de Marketing 1.1: Conceito e Definição de Marketing Para Kotler (2003, p. 26), o marketing é a “entrega de satisfação ao consumidor (satisfação das necessidades do cliente), sob a forma de lucro”. O seu objetivo é atrair novos consumidores, prometendo-lhes valor superior, e manter os atuais clientes, concedendo-lhes satisfação. Ainda segundo Kotler (2003. p. 26), o marketing é, hoje, crítico para o sucesso de qualquer organização, seja ela pequena, grande ou eventualmente global; sendo praticado, de uma forma intensa, em todo o Mundo. Muitas pessoas associam-no a publicidade ou vendas. No entanto estas são apenas duas das suas muitas funções, e nem sempre as mais importantes. Podemos, então, considerar que a venda ocorre apenas depois do produto ser produzido, enquanto que o marketing começa muito antes de a empresa ter um produto, incluindo a fase de detecção de necessidades e a sua transformação em oportunidades. O marketing continua ao longo da vida do produto, tentando conquistar novos clientes, melhorando o aspecto e performance do produto, aprendendo com os resultados das vendas e com uma performance de gestão repetida. “Marketing não é apenas propaganda e publicidade, apesar de que muitas pessoas associam estas duas atividades, que representam uma das pernas do marketing de comunicações” (administradores.com.br, 2009). Desde então quando se começou a pronunciar a palavra marketing em jornais, revistas, agências de propaganda e publicidade, relacionando o marketing aos anúncios, muitas pessoas interessadas a trabalhar com ele, se mostraram decepcionadas quando de propuseram a aprender, vindo a conhecer o que realmente era. Ainda segundo o site administradores.com.br, o conceito e definição, ainda é mal disseminado pela mídia e por isso ocorrem as incompreensões. 7 Portanto o site administradores.com.br define como Marketing “sendo uma técnica de gestão (direção, planejamento, gerencia) empresarial que permite qualquer empresário conduzir seus negócios dentro de um padrão de causa x efeito, objetivo x resultado. Não se trata de uma palavra mágica, dizendo que faz marketing e que tudo se resolve. É muito mais do que isso, pois seu gestor precisa ter o domínio, ou uma visão geral, do que a empresa é, do que ela é capaz, o que deseja do mercado, o que deseja dos seus produtos, onde pretende chegar, como encantar seus clientes, como enfrentar seus concorrentes, etc. Se o gestor não souber fazer tudo isso, deverá contratar quem saiba fazer, ou aprender as técnicas”. 1.2: A importância de compreender o comportamento do consumidor Segundo Sandhusen (1998, p. 159), “entender o comportamento do consumidor ajuda o gerente de marketing a entender as necessidades do mercado e a desenvolver compostos de marketing para satisfazer essas necessidades”, ou seja, com o monitoramento do comportamento do consumidor o gerente de marketing consegue visualizar tendência de mercado podendo então se antecipar a seus concorrentes e trabalhar no lançamento de um novo produto que irá suprir estas novas necessidades/tendências estando sempre um passo a frente de seus concorrentes. 1.3: As funções básicas de Marketing Segundo Sandhusen (1998, p. 160), cabe ao gerente de marketing a função de identificar e definir mercados-alvo, criando com isso meios para explorá-los buscando sempre satisfazer necessidades ainda não satisfeitas, portanto para isso o gerente de marketing precisa trabalhar com as funções de marketing para que seja bem sucedido em seus planos. 8 • Funções de Troca São chamadas de funções de troca compra e venda, ou seja, a busca por um produto que detém certo valor/importância que supra as necessidades de seu público alvo, sendo assim a função venda é concretizada tendo a necessidade de um trabalho de pós-venda para uma melhor atenção e conseqüentemente fidelização daquele cliente. • Funções de Distribuição Física Nada mais são do que o armazenamento e transporte das mercadorias comercializadas sejam elas pra venda ou revenda, que enquanto não o realizar serão mantidas em estoques. • Funções de Facilitação Para criar trocas satisfatórias o gerente terá que trabalhar com: 9 Graduação – produtos para revenda são classificados em categorias diferentes de quantidade e qualidade para melhor armazenamento e exposição. 9 Financiamento – forma de a empresa pagar seus fornecedores, e de os clientes pagarem a empresa, pelos produtos e serviços comprados. 9 Tomada de risco – a empresa assume um numero de riscos associados com a compra, a venda, o armazenamento e o financiamento de produtos, incluindo o risco de encalhe, de inadimplência dos compradores, ou de esses produtos se tornarem obsoletos com a introdução de novos produtos. 9 Pesquisa de mercado – com a pesquisa de mercado o gerente de marketing trabalha com dados reais sobre a situação do mercado, ajudando assim a tomada de decisão que tenha menor possibilidade/risco de oscilações. • Importância para as pessoas Quando uma pessoa compra um produto qualquer o marketing esta presente, ou seja, todo e qualquer produto que esta sendo exposto para venda tem um trabalho, por menor que seja, de marketing por trás. Sendo assim o marketing se faz importante por trazer ao alcance das pessoas algo mais próximo do que elas desejam. 9 • Importância para as empresas Para a empresa é muito importante financeiramente, ou seja, é com um bom trabalho de marketing, conseguindo atingir o publico alvo com um produto que supra suas necessidade, ocasionará um aumento das vendas e conseqüentemente a receita da empresa aumentará sendo possível mais investimento e o crescimento da empresa. • Importância para a sociedade Com o crescente aumento de investimentos em marketing, há uma forte propensão de aumento das atividades de negócios (compra), gerando assim mais demanda, mais produtos no mercado, mais produção nas fabricas e mais empregos. 1.4: Marketing intuitivo De acordo com Clancy (2009) apud verveweb (2009) o marketing intuitivo é um tipo de marketing se caracteriza por decisões tomadas com base na intuição empresarial, que alguns chamam de implementação. Apresenta a vantagem de não ter custo, é um método rápido, mas não oferece nenhuma credibilidade e na maioria das vezes em que é utilizada as chances de sucesso são raras. Através de estatísticas e da própria experiência corporativa de muitos executivos é possível verificar que as tomadas de decisões apenas baseadas na intuição raramente levam a resultados positivos. Uma pesquisa realizada pala revista Fortune revelou que 89% dos executivos tomam decisões apressadas e 79% tem base apenas na própria intuição, ou seja, 73% dos executivos se concentram em resultados a curto prazo. O marketing intuitivo pode ser chamado também como marketing suicida, pois é composto por ações focadas em apresentar resultados a curto prazo para agradar a diretoria. Além disso decisões ditadas pelo bom senso ignoram e desconhecem as necessidades e problemas dos consumidores, avaliam poucas alternativas, desconhecem a rentabilidade dos programas e das ações de marketing e alocam gerentes em cargos aos quais ainda não estão aptos a assumi-los, todos esses fatores somados levam as empresas, as marcas e os produtos a uma situação crítica. 10 Portanto, pode-se concluir que levar em conta somente a própria intuição pode resultar no insucesso das empresas. 1.5: Marketing contra-intuitivo De acordo com o site www.mundodomarketing.com.br (2009), a prática do marketing contra-intuitivo impulsiona as empresas para o time das vencedoras, exigindo que a empresas pratiquem o marketing como o foco do universo dos seus negócios, garantindo a longo prazo o sucesso e o futuro no mercado. Toda pesquisa apresenta um custo relativamente alto e leva-se tempo para desenvolvê-la, mas tem muita precisão em acertar tendências do mercado além de oferecer credibilidade às empresas. É necessário também que o planejamento estratégico seja fundamentado em recomendações estratégicas contra-intuitivas, vindas de estudos criteriosos e quantitativos do mercado, além de ser cuidadosamente planejado e monitorado constantemente e que a avaliação dos resultados seja baseada no retorno sobre o investimento gerado. A partir destes princípios a empresa poderá gerir seus recursos e ações de forma objetiva, clara e bem sucedida a longo prazo. O pensamento contra-intuitivo, baseado em processo de análise de informações rigorosamente processadas, a partir de dados confiáveis, de fatos e evidências empíricas é o imperativo do sucesso do marketing contemporâneo. 2.1: Pesquisa de Marketing - Conceitos A Associação de Marketing Americana (AMA) define pesquisa de Marketing como a “função que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de Marketing por meio de informações – estas usadas para identificar oportunidades e problemas de Marketing”, ou seja, é o meio para que a empresa antecipe ou responda às necessidades dos clientes, seu potencial de mercado, característica dos consumidores e estuda as estratégias de seus concorrentes através de informações obtidas. A definição de Mattar (1996), é a seguinte: 11 “A pesquisa de Marketing é a investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir e (ou) descrever e (ou) de verificar a existência de relações presumidas entre fatos (ou variáveis) referentes ao Marketing de bens, serviços e idéias, e ao Marketing como área de conhecimento de administração” (MATTAR, 1996, p. 15). Pode-se dizer de acordo com Nickels e Wood (1999,p. 86) que a pesquisa de marketing é uma função de suporte do marketing. Malhotra (2001, p. 45) define que Pesquisa de Marketing é a identificação, coleta, análise e disseminação de informações de forma sistemática e objetiva e seu uso visando melhorar a tomada de decisões relacionadas à identificação e solução de problemas (e oportunidades) em Marketing. Ainda quanto ao conceito da Pesquisa de Marketing, citamos que segundo Cobra (1997): “devemos entender a pesquisa de marketing como um instrumento útil para descobrir novas oportunidades de mercado tanto para produtos como para serviços, além de outras finalidades, como testar impacto do esforço de marketing, com testes do tipo antes e depois”. (COBRA, 1997). O seu desenvolvimento teve a contribuição de diversos autores como EVRARD, PRAS e ROUX (1993); LAMBIN (1990); CHURCHILL(1987) e MARCHETTI(1974). Dessa forma e analisando os conceitos acima descritos, concluímos que a utilização de pesquisas de Marketing são benéficas e essenciais a qualquer empresa, pois dão uma ampla visão do seu posicionamento no mercado em relação a seus concorrentes e a seus consumidores, além de dar suporte a todas as áreas do Marketing e também às tomadas de decisões sendo de extrema importância para o futuro da empresa, podendo alcançando assim, o ápice do sucesso. 2.2 Objetivos da Pesquisa de Marketing Semenik & Bamossy (1996, p. 80), a pesquisa de mercado é a geração de informação que serão desenvolvidas com vistas a um ou mais dentre três objetivos básicos: planejamento, solução de problema e controle. Os objetivos de planejamento são de longo prazo em termos de propósito e perspectiva. O objetivo de planejamento na pesquisa está relacionada com a geração de informações 12 relativas às amplas influências do ambiente externo que afetam a capacidade da empresa comercializar seus produtos e serviços com sucesso. A solução de problemas é que quando uma empresa enfrenta uma questão difícil no planejamento ou na execução do seu marketing, ela recorre muitas vezes às informações de pesquisa para que possa lidar com aquela questão específica. Como por exemplo, se uma pesquisa está registrando uma redução na sua participação no mercado de uma determinada região, fatores como desempenho da equipe de vendas ou atividades da concorrência podem levar a um entendimento de quais mudanças operacionais são necessárias para melhorar o desempenho. Da mesma forma quando uma empresa deseja mudar o desenho de sua embalagem, os dados obtidos diretamente dos consumidores, relativos à sua opinião sobre as mudanças propostas, serão usadas no momento da decisão final. O controle como objetivo de pesquisa busca monitorar as atuais operações. Mesmo que uma empresa não esteja passando por problemas específicos, ela desejará ter um feedback da situação de todas as fases do seu programa de marketing. Além disso ele também possibilita aos estrategistas a mais rápida identificação dos problemas quando eles efetivamente surgem e podem avaliar suas forças e fraquezas em todos os tipos de atividades de marketing. Segundo Samara e Barros (1997, p. 12) Os objetivos de pesquisa devem ser detalhados e específicos, pois estes servirão como base para elaboração do formulário para coleta de dados-questionários ou roteiro. É um processo lógico onde em um primeiro momento indicamos “o que precisamos saber/queremos saber” – os objetivos e, por decorrência “perguntamos” – elaboramos os questionários para obter respostas ao objetivo proposto. 2.3 Usos da Pesquisa de Marketing A prática da pesquisa de marketing ajuda as organizações para satisfazer seus clientes, tanto no mundo dos negócios quanto nas organizações sem fins lucrativos. Os quatro usos principais da pesquisa de marketing são: • Analisar a satisfação e as necessidades dos consumidores; • Analisar as oportunidades de mercado; • Analisar a eficácia da estratégia e técnicas da empresa; • Analisar os objetivos do processo de marketing 13 2.4 O Processo da Pesquisa de Marketing Formular o problema Desenhar um projeto de pesquisa Analisar e interpretar os dados Coletar dados Preparar o relatório de pesquisa Fonte: Churchill & Peter (2000,p.125) No quadro a cima segundo Churchill & Peter (2000, p. 125), trata-se do processo de pesquisa de marketing, pois para que haja a devida realização da pesquisa ela deve-se passar por essas etapas. Primeiro, os profissionais e pesquisadores de marketing formulam o problema a ser resolvido. Depois, os pesquisadores desenham um projeto de pesquisa apropriado para solucionar o problema. Usando as ferramentas especificadas no projeto de pesquisa, os pesquisadores coletam dados. Em seguida, eles analisam e interpretam os dados e comunicam os resultados preparando e apresentando um relatório de pesquisa. 2.5 Formulando o Problema Para Churchill & Peter (2000, p. 125), o processo da pesquisa de marketing começa com a formulação do problema que requeira informações. Citam como exemplo pessoas que estão querendo avaliar novas oportunidades ou melhorar as práticas atuais. Sendo assim Churchill & Peter (2000, p.125), ressaltam que quando os profissionais de marketing precisam de informações, eles devem descrever o problema e os tipos de informações que poderiam ajudá-los a tomar uma decisão. Por exemplo, eles podem ter de melhorar o desempenho da equipe de vendas ou decidir os melhores canais de distribuição para um novo produto. Os autores acima citam também que alguns profissionais de marketing confundem sintomas com problemas, e explicam que problema é uma situação que requer 14 algum tipo de ação, enquanto um sintoma é meramente uma evidência de que existe um problema. Assim podemos dizer que os pesquisadores de marketing são contratados quando a empresa não está indo bem e ela vê que está com problemas, devido á venda que não está indo bem, ou queiram desenvolver novos produtos, arranjar um melhor caminho para os canais de distribuição dos produtos, os pesquisadores também podem melhorar o desempenho da equipe de sua empresa, como o setor de vendas. E tendo que sempre estar certificados de que estão resolvendo o problema da organização e não deixarem se enganar pelos sintomas, pois se acabarem levando em consideração mais os sintomas em vez de concentrar-se mais nos seus problemas, acabarão deixando a pesquisa vaga e de pouca utilidade. 2.6: Sistemas de informação de Marketing - SIM Conforme Churchill & Peter (2000, p. 118), antes que os computadores facilitassem a tarefa de registrar, classificar e analisar os dados, os profissionais de marketing geralmente tinham dificuldade para obter informações suficientes para tomar decisões. Atualmente, porém, o profissional de marketing típico está sobrecarregado de fatos, relatórios e análises. As informações necessárias estão disponíveis, mas pode ser difícil encontrá-las. Churchill & Peter (2000, p. 118) acrescentam ainda que a melhor defesa contra esses problemas é uma abordagem bem refletida e abrangente para conduzir pesquisas de marketing e para montar e usar um sistema de coleta, armazenagem e disseminação de informações de marketing. Para Kotler e Armstrong (1998, p.73) o SIM (Sistema de Informação de Marketing) é constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos que reúnem, selecionam, avaliam e distribuem informações necessárias, atuais e precisas para que os profissionais de Marketing possam tomar decisões. 15 Já Sandhusen (1998, p.104) define: Uma estrutura contínua e uma interação de pessoas, equipamentos e procedimentos para juntar, classificar, avaliar e distribuir informações pertinentes, oportunas e precisas para o uso dos tomadores de decisão de Marketing para melhorar o planejamento, a execução e o controle de Marketing. (SANDHUSEN (1998, p.104). Diante dos conceitos expostos acima, podemos citar que o SIM é um sistema que processa informações para torná-las mais úteis, diminuir o grau de incerteza e o risco de erros nas tomadas de decisões. Com base nas definições, elencamos abaixo alguns benefícios proporcionados pelo SIM: 9 Valor agregado aos produtos (bens e serviços); 9 Maior segurança nas informações; 9 Melhor serviço; 9 Vantagens competitivas; 9 Menos erros; 9 Maior precisão; 9 Produtos de melhor qualidade; 9 Tendências do mercado; 9 Maior eficiência; 9 Maior produtividade; 9 Administração mais eficiente; 9 Identificação de mais oportunidades; 9 Redução do número de decisões tomadas com base apenas em instituições ou experiências; 9 Integração de informações que estão dispersas pelas diversas áreas das organizações; São inúmeros os benefícios proporcionados pelo SIM, entretanto, torna-se importante ressaltar, a necessidade de que cada organização possuir referido sistema de maneira adaptada à sua realidade, que atenda especificamente suas particularidades. Do contrário, teremos 16 informações em excesso, atrapalhando as tomadas de decisões, ou ainda, a inexistência de informações que realmente são indispensáveis ao negócio. Um SIM possui quatro componentes essenciais: sistema de inteligência de marketing; sistema de registro interno; sistema de pesquisa de marketing e sistema de apoio às decisões de marketing. 2.6.1: Sistema de Inteligência de Marketing Kotler (2000, p. 124), explica que um sistema de inteligência de Marketing é um conjunto de procedimentos e ícones usado por administradores para obter informações diárias sobre eventos no ambiente de Marketing. Mais ainda, segundo o mesmo autor, podemos afirmar que: Os gerentes de Marketing coletam informações de Marketing lendo livros, jornais e publicações setoriais; conversando com clientes, fornecedores e distribuidores, e participando de reuniões com administradores de outras empresas. Uma empresa pode empreender vários passos para melhorar sua inteligência de Marketing. (KOTLER, 2000, p.124). Diante disso, citaremos a seguir os 6 (seis) passos elencados por Kotler (2000, p.124). Primeiro: treinar e motivar o pessoal de vendas, para que localizem e relatem novos acontecimentos. Os representantes de vendas são os “olhos e ouvidos” da empresa; eles estão posicionados para obter informações que não podem ser obtidas por outros meios. Segundo: motivar distribuidores, revendedores e outros intermediários a repassar alguma informação importante. Realizar pesquisas com distribuidores, questionando algo como “quanto tempo demorou para alguém de vendas o cumprimentasse?” Terceiro: as empresas podem aprender com seus concorrentes, comprando seus produtos; comparecendo a inaugurações e demonstrações; lendo relatórios publicados de seus concorrentes; Quarto: a empresa pode promover um painel consultivo de clientes composto de clientes representativos, para discutir, frente aos clientes maiores e mais antigos, questões de manutenção, novas tecnologias e necessidades estratégicas de clientes. 17 Quinto: comprar informações de fornecedores externos; há Institutos de pesquisa que compilam e armazenam dados de painéis de clientes a um custo menor para a empresa, caso ela fizesse por conta própria. Sexto: estabelecer um centro de informações de Marketing para coletar e disseminar informações de Marketing. Essa equipe compila e arquiva informações relevantes e dá assistência aos gerentes na avaliação dessas informações. 2.6.2: Sistema de Apoio a decisões de Marketing – SADM Churchill e Peter (2000, p.118), explicam que uma forma popular de sistema computadorizado de informações de marketing é o sistema de apoio a decisões de marketing (SADM), que é uma coleção coordenada de dados, ferramentas de sistema e técnicas com software e hardware de apoio, com os quais a organização reúne e interpreta informações relevantes e as transforma numa base para a tomada de decisões gerenciais. Ele, não só proporciona informações, como o faz numa forma destinada a auxiliar os responsáveis durante o processo de tomada de decisões. O SADM permite acesso rápido e fácil a elas. Contudo, Churchill e Peter (2000, p.188) ressaltam que tais informações só têm plena validade se forem continuamente atualizadas. Como deixa as informações prontamente disponíveis, um sistema de apoio a decisões de marketing muda as expectativas sobre o que os profissionais e pesquisadores de marketing devem fazer. Para Churchill e Peter (2000, p.118), o sistema de apoio a decisões de marketing requer três tipos de programas: • software de gerenciamento de banco de dados para classificar e recuperar dados de fontes internas e externas. • Software de gerenciamento de base de modelos com rotinas para manipular os dados de forma interessantes para os profissionais de marketing. • Um sistema de diálogo que permita aos profissionais de marketing explorar o banco de dados e usar os modelos para produzir relatórios que abordem seus temas de interesse. 18 E para Nickels e Wood (1999, p. 89), o SADM é uma análise dos resultados dos esforços de marketing. Segundo eles no passado, os profissionais de marketing gastavam semanas após o final de um programa coletando detalhes a respeito das vendas. Então enfrentavam a tediosa tarefa de analisar os dados para interpretar o significado. Hoje, o SADM ajuda a Kraft e outras empresas a estudar a lucratividade de um programa logo após o seu término. Igualmente importante, o SADM pode usar os resultados de programas anteriores para projetar a lucratividade dos programas de marketing que estão sendo considerados, argumentam os autores. 2.6.3: Sistema de Registro Interno É por meio de análise de informações contidas nos registros internos de pedidos, custos, vendas, preços, estoque, contas a pagar e contas a receber que os gerentes de marketing são capazes de localizar boas oportunidades e problemas. • Ciclo pedido-pagamento: segundo Kotler este ciclo é o núcleo do sistema de registro interno, pois as áreas como departamento de vendas, departamento financeiro, estoque, enfim, há a necessidade de uma realização rápida e eficaz das atividades, pois a necessidade dos clientes é imediata.Por isso muitas empresas têm adotado sistemas de computador para a facilitação das tarefas utilizando-se de troca eletrônica de dados(EDI) ou intranets agilizando assim o ciclo pedido-pagamento. A empresa varejista Wal-Mart é um exemplo, pois acompanha os níveis de estoque dos produtos e seus computadores enviam automaticamente pedidos de reposição para seus fornecedores. • Sistemas de informações de vendas: as empresas utilizam-se da tecnologia da informação para fazer projetos com sistemas rápidos e abrangentes sobre relatórios de vendas, assim os gerentes de vendas podem monitorar tudo em seu território e obter previsões de vendas a qualquer instante. 19 2.6.4: Sistema de Pesquisa de Marketing Os gerentes de marketing podem encomendar uma pesquisa de mercado, teste de preferência de produto, previsão de vendas por região,ou avaliar uma propaganda. Churchill & Peter (2000, p. 120) descreve o sistema de pesquisa de marketing como a elaboração, coleta, analise, e edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada por uma empresa. Empresas de pequeno porte podem encomendar os serviços de um instituto de pesquisa de marketing ou conduzir a pesquisa de maneira criativa e econômica, as empresas em geral reservam um orçamento na ordem de 1 a 2 por cento das vendas para a pesquisa de marketing. Os institutos de pesquisa de marketing distinguem-se em três categorias: Institutos de pesquisa; Institutos de pesquisa de marketing customizada e institutos de pesquisa de marketing de linhas especializadas. 2.7: Fontes de Informação Os pesquisadores de marketing podem obter informações dentro e fora da organização. Quando os profissionais de marketing determinam que precisam gerar informações internamente, é preciso assegurar que os sistemas de manutenção de registros da empresa possam fornecê-los. Fontes internas de informação: os profissionais de marketing podem encontrar grande riqueza de dados dentro da própria organização. Fontes externas de informação: os profissionais de marketing também precisam saber o que está ocorrendo no ambiente externo. Eles precisam conhecer a economia, o ambiente legal, seus clientes atuais, os esperados e muito mais. Estas informações podem ser obtidas através de publicações empresariais e setoriais, serviços de pesquisas, grupos profissionais, pesquisas com clientes, relatórios do governo e bancos de dados computadorizados. Para empresas que comercializam bens de consumos, Churchill e Peter (2000, p. 120) afirmam que uma fonte externa importante são os fornecedores que trabalham com um único 20 banco de dados contendo dados sobre vendas por produto e marca, uso de cupons e veiculação da propaganda pela televisão. Churchill e Peter (2000, p. 121) citam que os bancos de dados únicos podem ser úteis para tomar uma variedade de decisões. Além de que os bancos de dados únicos podem, ainda, ser especialmente úteis para profissionais de marketing que vêem as informações como um meio de responder a novas perguntas. Mais ainda, os profissionais de marketing podem levar todos esses esforços um passo adiante ao conduzir experimentos e usar os bancos de dados únicos como uma medida dos resultados. Assim, eles podem usar diferentes campanhas publicitárias ou propagandas de cupons em diferentes locais. Depois, comparam o volume de vendas e os lucros para descobrir quais esforços de comunicação parecem ser mais eficazes, citam Churchill e Peter (2000, p.121). 2.8: Dados x Informação Conforme o site apresentado pela autora Aran Bey Tcholakian Morales (www.stela.ufsc.br), temos a definição de dado como sendo: Dados: representam fatos, eventos, conceitos, instruções, coisas, antes de terem sido organizados e arranjados em um formato inteligível e útil ao usuário; Os dados podem ser entendidos numa organização como registros estruturados de transações; O dado puro e simples não carrega obrigatoriamente nenhum caráter informativo, ele é a matéria-prima da informação; O dado deve então ser trabalhado para que se torne uma informação e seja utilizável; Informações: representam dados formatados de uma maneira inteligível e útil ao usuário; A informação é criada a partir dos dados inseridos em um contexto; Informação é uma abstração informal que representa algo significativo para alguém; A diferença entre dado e informação é que os dados são os componentes básicos a partir dos quais a informação é criada e as informações são dados inseridos em um contexto, ou seja, uma situação que está sendo analisada. 21 Diante dos conceitos expostos acima, podemos dizer que Informação é todo o conjunto de dados devidamente ordenados e organizados de forma a terem significado. E que os dados são representados por símbolos, como por exemplo, as letras do alfabeto. Um exemplo prático para diferenciarmos dados de informações é o seguinte: L S B R A I (dados) processando tais dados, obtemos a palavra BRASIL (informação). 2.9: Coleta e Processamento de Dados Esta fase da coleta de dados é iniciada após a seleção de uma amostragem. Tem como tarefa principal o cuidadoso monitoramento do pessoal envolvido no trabalho da coleta dos dados, e tem que se tomar cuidado para que o pessoal pouco treinado possa causar em coletar dados inexatos. Para que isso não ocorra é necessário que se faça um treinamento cuidadoso de seu pessoal interno ou então solicite informações completas sobre treinamento de pessoal junto à firma contratada para a coleta de dados. Para Nickels e Wood (1999, p.98) uma vez coletados os dados, a empresa precisa analisá-los e interpretá-los. Em primeiro lugar as repostas devem ser tabuladas através da contagem, separação da categoria e resumo dos dados e números. Depois os dados devem ser analisados através de sua separação, classificação, comparação e busca de padrões que revelem algum significado. Os autores também argumentam que dependendo de quem tem que tomar a decisão do marketing, a análise pode ser apresentada para outras pessoas na organização, sendo assim necessário interpretar as descobertas, fazer interferências a respeito do significado e implicações da pesquisa. Citam como exemplo a Lubrizol, uma companhia química de Ohio, analisou e interpretou seus dados de pesquisa de marketing para descobrir o que os consumidores queriam e como ela era comparada com seus concorrentes. Um fornecedor externo colheu os dados a respeito do nível de satisfação expressado por diversas pessoas nos negócios que utilizavam os produtos da empresa. A análise mostrou que os agentes de compra estavam menos satisfeitos do que os técnicos e os concorrentes eram mais rápidos no atendimento aos pedidos dos clientes. A interpretação da Lubrizol: ela precisava realizar mudanças para aumentar a satisfação do cliente. 22 Podemos então assim dizer que a coleta de dados é necessária para saber como está sua empresa em relações aos seus concorrentes, como está o seu andamento, se está satisfazendo seus consumidores, e até mesmo para saber como está o andamento de sua própria empresa. Assim são coletados os dados e apresentados a empresa analisada, os devidos erros e melhorias a serem feitas em relações aos seus concorrentes. 2.10: Dados Primários e Secundários Para Nickels e Wood (1999, p. 93), definem: É nesse momento que os dados primários se tornam necessários: dados números ou detalhes coletados por uma pesquisa de Marketing específica. A coleta dessa informação pode ser cara e demorada. No entanto, os dados primários são valiosos por se ajustarem às suas necessidades de forma precisa, além de serem tão atuais quanto possível. Os dados primários são essenciais para as decisões de marketing. (NICKELS e WOOD, 1999, p. 93). Já Churchill e Peter (2000, p. 122), esclarecem que a partir das fontes internas e externas, os profissionais de marketing podem gerar dados para responder a suas próprias questões específicas. Por exemplo, eles poderiam pedir aos clientes para avaliar os serviços da organização. Os profissionais de marketing também podem consultar relatórios de atividades de coleta de dados anteriores da organização ou de fontes externas. No Brasil, eles fazem isso quando consultam dados do Anuário Estatístico do IBGE sobre seus mercados-alvo. Dados Primários: são dados “coletados especificamente para o propósito da investigação pretendida”, citam Churchill e Peter (2000). Inferência estatística. Com freqüência, os dados são usados para inferir algo sobre um grupo de pessoas ou empresas, como todas as pequenas empresas ou todas as adolescentes de uma região. Os pesquisadores entrevistam ou observam uma amostra da população, depois usam estatística para chegar a conclusões sobre a população inteira. A inferência estatística pode ser mais precisa do que um levantamento de toda a população (um censo). A principal razão é que o levantamento de uma população inteira é uma tarefa tão grande que acaba gerando mais erros ainda. Além disso, a coleta de dados pode demorar tanto tempo que acabam ocorrendo mudanças na população durante a própria pesquisa. 23 Amostragem. Para que a inferência estatística produza resultados acurados, a amostra deve ser representativa da população. Os resultados de levantamentos que consistem num convite aberto a registrar uma opinião podem ser tendenciosos. A maneira habitual de reunir amostras respectivas de produções é usar a amostragem probabilística, ou seja, a seleção de sujeitos pesquisados de forma que cada membro da população tenha uma chance conhecida de ser escolhido, uma vez que a seleção é aleatória. Churchill e Peter (2000, p. 123) também comentam sobre o Benchmarking, como sendo uma fonte de informações que utiliza algo já experimentado por outra empresa gerando idéias para a melhoria do marketing e de outras atividades da sua empresa. Esse processo varia de acordo com as necessidades de informação da organização e com os recursos disponíveis. Para referidos autores, as organizações realizam o benchmarking por meio de atividades como ler algo a respeito de outras organizações, visitar ou telefonar para elas, ou ainda, desmontar produtos concorrentes para ver como eles são feitos. É uma fonte de informação porque o processo gera idéias para a melhoria do marketing e de outras atividades. Finalmente, Churchill e Peter (2000, p. 123) garantem que o benchmarking pode produzir resultados, mas apenas sob certas condições. Ele é mais útil para se obter informações sobre produtos existentes, e não novos produtos, e sobre práticas empresariais, incluindo maneiras de proporcionar valor pra os clientes. Em contrapartida, não se deve esperar que as organizações usadas para benchmarking revelem informações sobre novos produtos ou suas estratégias para os concorrentes, alertam Churchill e Peter (2000, p.123). Já em relação aos Dados Secundários, Churchill e Peter (2000, p. 124) esclarecem que os pesquisadores podem obter as informações necessárias – ou, pelo menos, estreitar o âmbito da procura – usando dados coletados para alguma outra finalidade. O governo e as organizações empresariais são as principais fontes externas de dados secundários; as fontes internas podem incluir registros de vendas e documentação de consertos de produtos. São aqueles dados que não foram coletados par o estudo imediato em mãos, mas para algum outro propósito. Muitos tipos de dados secundários encontram-se disponíveis a um custo baixo ou nulo. Uma das fontes de dados mais importantes sobre o Brasil é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 24 Nickels e Wood (1999, p. 93) definem os dados secundários conforme a seguir: São dados e números que já foram colhidos para um outro propósito. Tais materiais disponíveis são um bom lugar para se começar quando se está buscando uma descrição de um novo mercado ou segmento de consumidores, ou quando você precisa de informações para formar uma hipótese. Os dados secundários também podem dar idéias valiosas a respeito da natureza ou extensão do problema, áreas para pesquisa futura e possíveis soluções. (NICKELS e WOOD, 1999, p. 92). Dados secundários podem ser excessivamente datados ou não ser específicos o bastante para uso numa determinada decisão, explicam Churchill e Peter (2000, p. 124). Porém, como a coleta desses tipos de dados tende a ser menos cara do que a condução de uma pesquisa primária, uma estratégia de pesquisa eficiente é começar procurando dados secundários. As informações geradas por essa busca podem estreitar o foco de qualquer pesquisa primária necessária e, às vezes, podem até mesmo eliminar a necessidade de obter dados primários. 2.11: Tipos de Pesquisa Segundo Philip Kotler (2003, p. 38), existem três tipos de pesquisas básicos. A saber: 9 Pesquisa exploratória – Pesquisa de marketing para reunir informação preliminar que ajudará a melhor definir os problemas e a sugerir hipóteses. 9 Pesquisa descritiva – Pesquisa de marketing para melhor descrever os problemas de marketing, tais como o potencial de marketing de um produto ou as características demográficas e as atitudes dos consumidores. 9 Pesquisa causal (experimental) – Pesquisa de marketing para testar hipóteses sobre relações causa-efeito. 25 2.12: Pesquisa Exploratória Nickels e Wood (1999, p. 91) definem a pesquisa exploratória como: Um tipo de pesquisa preliminar projetada para mostrar de forma mais completa a natureza do problema e da situação atual e apontar o caminho para pesquisas futuras. A pesquisa exploratória pode incluir conversas com especialistas na área em questão e a verificação de bancos de dados de Marketing disponíveis ou fontes externas para informação a respeito de problemas similares (NICKELS e WOOD, 1999, p. 91). Já Mattar (1996, p. 18) cita que: A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, pouco ou inexistentes. (MATTAR, 1996, p. 18). Para Churchill e Peter (2000, p. 126), a pesquisa exploratória reúne informações de qualquer fonte que possa proporcionar idéias úteis. Assim e em geral, é usada para gerar hipóteses ou explicações prováveis e identificar áreas para um estudo mais aprofundado. Acrescenta-se ainda, que Samara e Barros (1997, p. 25) mencionam que a grande vantagem do estudo exploratório é obter informação a baixo custo, já que possibilita a investigação de informações existentes e de conversas informais, porém sua desvantagem é a possível obsolescência dessas informações, por falta de atualização, ou a inexistência de dados fundamentais. Esse fato é relevante no Brasil, onde há dificuldades na obtenção de dados recentes em órgãos oficiais, citam Samara e Barros (2000, p. 126). Para Kotler (2003, p. 38), a pesquisa exploratória visa a proporcionar ao pesquisador uma maior familiaridade com o problema em estudo. Este esforço tem como meta tornar um problema complexo mais explícito ou mesmo construir hipóteses mais adequadas. O autor ainda afirma que o objetivo principal é possibilitar a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. Diante dos conceitos expostos acima, podemos afirmar que a pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão e identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais antes que se possa desenvolver uma 26 abordagem. Como o nome sugere, a pesquisa exploratória procura explorar um problema ou uma situação para prover critérios e compreensão. 2.12.1: Pesquisa Descritiva Segundo Samara e Barros (1997, p. 25), os estudos descritivos: Procuram descrever situações de mercado a partir de dados primários, obtidos originalmente por meio de entrevistas pessoais ou discussões em grupo, relacionando e confirmando as hipóteses levantadas na definição do problema de pesquisa, respondendo às questões das relações de consumo. (Samara e BARROS, 1997, p.25). Quanto à pesquisa descritiva, Kotler (2003, p. 39), afirma que busca de maneira objetiva, conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la. Muitas das pesquisas de marketing realizadas são de caráter conclusivo descritivo, explica Kotler (2003). Pode-se dizer que está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevêlos, classificá-los e interpretá-los. Além disso, ela pode se interessar pelas relações entre variáveis e, desta forma, aproximar-se das pesquisas experimentais. Já Churchill e Peter (2000, p. 127), explicam que a pesquisa descritiva é a que estuda com que freqüência algo ocorre ou que relação existe entre duas variáveis. Como exemplo, Churchill e Peter (2000, p. 127) citam que um pesquisador pode querer saber se homens ou mulheres selecionam com mais freqüência o destino de viagens de férias. Ele pode examinar se mais pessoas selecionam um cruzeiro marítimo a partir de um folheto cuja capa mostra uma foto de pessoas nadando e dançando ou de um que mostra mesas de refeição generosas. Neste último caso, Churchill e Peter (2000, p. 127), afirmam que o pesquisador está procurando uma relação entre o projeto do folheto e o sucesso do trabalho promocional. Nickels e Wood (1999, p. 91) citam: A pesquisa descritiva dá uma idéia bastante precisa da natureza de um problema de Marketing e da freqüência com que ele ocorre. Esse tipo de pesquisa ajuda a descrever em detalhes o que está acontecendo no mercado específico ou como os membros de um determinado grupo de consumidores estão utilizando os produtos da empresa (NICKELS e WOOD, 1999, p. 91). 27 Diante disso, podemos também acrescentar que a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou de determinado fenômeno, mas não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Será a pesquisa descritiva que com base nos dados levantados, descreverá as situações e definições dos problemas de Marketing. Para Mattar (1996, p. 24), um dos propósitos a pesquisa descritiva é descrever as características de grupos. Por exemplo, obter um perfil dos consumidores, através de sua distribuição em relação a sexo, faixa etária, nível educacional, nível socioeconômico, preferências e localização. 2.12.2: Pesquisa Experimental (Causal) Conforme Churchill e Peter (2000, p. 127), a pesquisa causal: Procura relações de causa-efeito, ou seja, ela não investiga simplesmente se há uma relação entre duas variáveis, como um folheto e a compra de um pacote de férias. Em vez disso, ela procura descobrir se o folheto é a causa de as pessoas escolherem o pacote de cruzeiro. Relações de causa-efeito são difíceis de demonstrar. (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 127). Nickels e Wood (1999, p. 92) definem: A pesquisa causal é concebida para ajudar a identificar relacionamentos de causa e efeito entre determinados elementos nos problemas de Marketing. Qual será o efeito de mudar partes científicas do produto, preço, da comunicação integrada de Marketing ou do canal? Esses são os tipos de questões investigadas pela pesquisa causal. Quando compreende como um elemento afeta o outro – por exemplo, como os clientes reagem a um novo produto. (NICKELS E WOOD, 1999, p. 92). No que tange à pesquisa experimental, Kotler (2003, p.39) esclarece que neste tipo de investigação manipula-se deliberadamente algum aspecto da realidade. É usada para obter evidências de relações de causa e efeito. A causalidade pode ser inferida quando entre duas ou mais variáveis houver variação concomitante, ordem de ocorrência correta das variáveis no tempo e quando os outros possíveis fatores causais forem eliminados, explica Kotler (2003). 28 Mattar (1996, p. 30) comenta que em diversas situações da prática de marketing, tais como alterações no preço de um produto, escolha do nome para um novo produto, escolha de uma nova embalagem para um produto existente, qual o melhor perfil para a equipe de vendas, quais devem ser os resultados de uma nova campanha de propaganda ou de promoção de vendas, quais as razões de um insucesso de vendas, há a necessidade de os gerentes de marketing descobrirem relações de causa e efeito entre as variáveis de decisão de Marketing (sobre as quais eles têm controle) e as variáveis de resultado (sobre as quais eles não têm controle). 2.12.3: Qualitativa x Quantitativa E ainda segundo Kotler (2003), as pesquisas podem ser: 9 Pesquisa qualitativa (mede-se uma pequena amostra dos hábitos dos consumidores) – pesquisa exploratória usada para descobrir as motivações, atitudes e comportamento dos consumidores. Já Semenick & Bamossy (1996, p 90), a pesquisa qualitativa de dados é usada quando as informações são geradas de forma não numérica. Em alguns casos, as empresas recebem informações que simplesmente não podem (e provavelmente nem deveriam) ser convertidas a uma forma numérica. Nessas condições, os analistas recorrem ao seu próprio julgamento e experiência para interpretar aquele dado. Samara e Barros (1997, p.26) argumentam que este tipo de pesquisa tem como característica compreender as relações de consumo “em profundidade”. Esse estudo procura identificar as motivações de consumo em aspecto realista, respondendo as questões “Como as pessoas compram?”, “Por que compram?”, “Que imagem têm das marcas e dos produtos?”, entre outros tópicos que podem ser investigados. A discussão em grupo é um recurso muito utilizado na pesquisas qualitativas. Consiste na reunião de, geralmente, oito a dez pessoas, com um mediador e, tem como finalidade investigar de forma aprofundada de um determinado tópico em estudo. Ainda segundo eles, na pesquisa qualitativa é possível conhecer a opinião dos consumidores sobre os produtos, seus hábitos de compra e consumo, assim como avaliar o uso 29 e detectar sugestões para novos produtos, entre outras situações de consumo que exijam uma análise qualitativa e não quantitativa. 9 Pesquisa quantitativa (fornece informação estatística de uma grande amostragem de consumidores) – envolve a recolha de informação por correio ou entrevistas pessoais de uma quantidade suficiente de clientes de forma a permitir análise estatística. Para Semenick & Bamossy (1996, p 90), as pesquisa quantitativas permitem que o tomador de decisões possa trabalhar os dados e, partindo de várias perspectivas diferentes, tenta obter o máximo possível de informações. Os métodos quantitativos têm a vantagem de serem objetivos e imparciais, embora possam ser interpretados de forma parcial, as quais não poderiam ser identificadas por meios não-estatísticos. Para concluir Samara e Barros (1997, p.26), acrescentam que a pesquisa quantitativa buscará uma análise quantitativa de consumo, respondendo a questão “Quanto?” para cada objetivo do projeto de pesquisa que tenha adotado esta metodologia. Ainda citam que vêm daí a necessidade de esses estudos serem realizados a partir da elaboração de amostras da população, utilizando-se a estatística para este fim, pois o que se pretende é extrapolar os resultados obtidos na amostra em estudo para determinada população. Os resultados da pesquisa serão analisados e interpretados a partir das médias e percentuais de resposta. Então podemos dizer que a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa segundo Samara e Barros (1997, p 17), para cada tipo de pesquisa cabe ao pesquisador indicar a metodologia adequada que venha solucionar o problema de pesquisa, decidindo-se, para cumprir aos objetivos propostos, a metodologia deve ser quantitativa, qualitativa ou ambas. Se o objetivo do projeto for verificar a aceitação de um novo produto no mercado ao identificar o perfil do consumidor de um produto já existente, ficará claro que a pesquisa deve ser quantitativa, pois desejam-se conhecer características da maioria da população, tendo como base uma amostra selecionada por critérios estatísticos. No entanto argumentam Samara e Barros (1997) se desejarmos saber os motivos de compra de preferência ou imagem de determinada marca de produtos, podemos realizar discussões em grupo com consumidores especialmente recrutados para este fim, ressaltando 30 que as pesquisas de qualitativas detectem tendências não-mensuráveis, ou não quantificáveis, e por essa razão seus resultados não podem ser generalizados para a população. Pelos motivos expostos acima, podemos então apresentar o quadro comparativo a seguir: COMPONENTE QUALITATIVA QUANTITATIVA Hipótese Indutiva Dedutiva Amostra Intencional, pequena Aleatória, grande Ambiente Mundo real Laboratório Coleta Dados O pesquisador Os instrumentos Delineamento Flexível Inflexível Análise dos dados Interpretativa Estatística Quadro 1 – Fonte: Malhotra (2001) 2.13: Amostragem Segundo Samara e Barros (1997, p. 67) o conceito de amostragem é comum a todos nós. A amostra é uma parte de um universo, ou população, com as mesmas características destes. Como por exemplo, se ao escolhermos determinado tecido para a confecção de uma peça de vestuário, o fazemos a partir da seleção de amostras dos tecidos disponíveis, e, mesmo em uma indústria alimentícia, os padrões de qualidade dos produtos são efetuados a partir da aferição de amostras dos lotes fabricados. Argumentam também que na pesquisa de marketing, a maioria dos estudos são realizados a partir de amostras, que podem ser de pessoas, empresas, entidades, famílias, lojas 31 etc., e uma das vantagens de trabalharmos com amostras é que, dependendo das proporções da população em estudo, é praticamente impossível pesquisar todo o universo. 2.13.1: Vantagens de Amostrar Mattar (1996, p. 128), cita as vantagens de amostragem como, a amostra economiza mão-de-obra e dinheiro, à medida que podem ser entrevistadas, como por exemplo, apenas 1.000 pessoas em vez de toda uma população. A amostra também economiza tempo e possibilita rapidez, na obtenção dos resultados pois toda essa economia de tempo possibilita grande rapidez no fornecimento dos resultados, sendo este um fator fundamental no processo de decisão de marketing, esta técnica também colhe os dados mais precisos, este fato ocorre como resultante da eliminação ou redução de inúmeras fontes de erros não amostrais. A amostra tem como vantagem também ser a única opção quando o estudo implicar a destruição ou contaminação dos elementos pesquisados: o teste de uso do produto resulta no consumo do produto; é evidente que a realização de um censo para se verificar a aceitação de um novo sabor de iogurte não parece ser um bom início para se conduzir um negócio que se pretenda ser lucrativo. 2.13.2: Técnicas Amostrais Samara e Barros (1997, p. 68) citam que a determinação da amostra leva à qualidade de uma pesquisa de marketing. As técnicas amostrais se subdividem em dois grupos: • Amostras Probabilísticas: Segundo Nickels e Wood (1999, p. 93) a mais básica das amostras probabilísticas é a amostra aleatória simples, na qual todos os membros de uma população possuem uma chance igual de serem incluídos. Para projetar uma amostra estratificada, deve-se dividir a população em subgrupos distintos e então selecionar uma amostra aleatória simples em cada grupo. Argumentam que para projetar uma amostrar de cluster (ou células) e então selecionar aleatoriamente qual será pesquisada. 32 Já Samara e Barros (1997, p. 69) para se obter uma amostragem probabilística, utilizam-se os conceitos de estatísticas, pois neste tipo de amostra, todos os elementos da população têm igual probabilidade e diferente de zero, de serem selecionados para compor a amostra. Definem as técnicas amostrais em 4 procedimentos básicos. • Probabilística Simples: é a técnica mais perfeita para se obter uma amostra representativa do universo, ou população, porém impraticável quando a população é muito grande, pois não possibilita a aplicação da tabela de números aleatórios. • Probabilística Estratificada: é a aplicada quando há necessidade de subdividir a população em extratos homogêneos, como por exemplo, por classe social, idade, sexo e etc. • Probabilística Sistemática: serão selecionados aleatoriamente e será estabelecido um intervalo entre esses elementos. Esse intervalo é obtido como divisão do número do universo, ou população, pelo número da amostra. Assim os autores definem que este tipo de amostra probabilística é muito utilizado em pesquisas domiciliares, pois acreditam que os vizinhos, se influenciam e que, utilizando-se um intervalo para aplicação dos questionários diminuem-se as possíveis distorções provenientes dessa influência. • Probabilística por Conglomerado: esta técnica exige mapas detalhados de regiões, estados, municípios e cidades, pois para a seleção da amostra, há subdivisão da área a ser pesquisada por bairros, quarteirões e domicílios, que serão sorteados para a composição dos elementos da amostra, e a pesquisa será realizada de forma sistemática para que não haja interferências nas informações. • Amostras Não-Probabilísticas: Existem três tipos básicos e três variações de amostras não probabilística, segundo os autores a seguir: 33 • Amostras por Conveniências ( ou acidentais) : Nickels e Wood (1999, p. 94) descrevem este tipo de amostra como uma amostra de conveniência, pois uma amostra é retirada de membros da população que podem ser facilmente atingidos pelo pesquisador. Citam como exemplo, quando você vai a um Shopping Center e pergunta aos compradores a respeito de suas preferências por candidatos políticos, você está usando uma amostra de conveniência. Tais amostras são fáceis de serem projetadas, mas a validade de seus resultados muitas vezes é questionável por causa do erro de amostragem potencial. Mattar (1996, p. 133) define este tipo de amostra como o tipo de projeto de amostragem menos confiável, apesar de ser barato e simples. Argumentam que enganosamente, esta forma de amostragem pode dar a impressão de ser tão bom que parece desnecessário utilizar outras formas mais sofisticadas e precisas. Este tipo de amostragem é recomendado para os objetivos da pesquisa exploratória e não recomendadas para as pesquisas conclusivas. Segundo Mattar (1996, p.133), alguns exemplos de amostragem por conveniência são: - solicitar a pessoa que voluntariamente testem um produto e, em seguida, respondam a uma entrevista; - parar pessoas em um supermercado e colher suas opiniões; - durante um programa de televisão ao vivo, colocar à disposição dos telespectadores linhas telefônicas acopladas a computadores para registrar, automaticamente, opiniões a favor ou contra alguma colocação formulada. • Amostras por quotas (ou proporcionais): Nickels e Wood (1999, p. 94) definem a amostra por quota como aquela na qual as pessoas que respondem são selecionadas de acordo com características predeterminadas que refletem a população como um todo. Como por exemplo a Delta Airlines teve há pouco que decidir se deveria estender sua proibição ao fumo a todos os seus vôos internacionais. Utilizando uma amostra por quota, os profissionais de marketing da empresa pesquisaram 34 4.200 passageiros que voavam para destinos no Pacífico durante dois meses. Os resultados mostram um apoio maciço para as proibições, e a Delta se tornou a primeira linha aérea americana a proibir o fumo em todos os seus vôos no mundo. Mattar (1996, p. 134) argumenta que as pesquisas por quotas ou (proporcionais) são simples de ser delineadas quando, além de dispor de informações sobre a população, o pesquisador trabalhará apenas com poucas categorias em cada uma. Amostras por julgamento (ou intencionais): Já à amostra por julgamento ou (intencionais), os membros da população são selecionados com base no que o pesquisador acredita que seja uma boa amostra. Mattar (1996, p.133) argumenta que as amostras por julgamento é uma estratégia muito utilizada na amostragem intencional é a de se escolher casos julgados como típicos da população em que o pesquisador está interessado, supondo-se que os erros de julgamento nessa seleção terão a contrabalançar-se. Se os critérios na escolha do julgamento na escolha da amostra forem corretos, uma amostra intencional deverá trazer melhores resultados para a pesquisa do que uma por conveniência. Mattar (1996, p. 134) complementa também com os três tipos de variações de amostragem não probabilística. Amostras por tráfegos: as pesquisas envolvem observar as pessoas que trafegam por determinado local, tais como pessoas dentro de uma loja de departamentos, visitantes em uma exposição, expectadores de um evento, etc. Os entrevistadores escolhem entre os presentes a quem entrevistar, e para se ter uma amostra mais precisa faz-se necessário que o trabalho de campo seja realizado em diferentes horas do dia, em diferentes dias da semana, e em certos casos, até em diferentes dias do mês, à medida que haja variações no tempo do público que trafega pelo local da pesquisa. Amostras autogeradas: há casos de pesquisas em que o desconhecimento da população pelo pesquisador é tão grande que nem o tamanho da população, nem a localização de seus elementos podem ser determinados. À medida que se consegue localizar alguns elementos, 35 solicitam que indiquem conhecidos que também faça parte dessa população, e assim, sucessivamente, vai se construindo a amostra. Amostras desproporcionais: podem ser aplicadas a qualquer tipo de amostragem em que a proporção dos estratos na população sejam conhecidas. Na amostragem por quotas, são consideradas apenas amostras que sejam proporcionais a algumas características conhecidas na população. No entanto, nem sempre é possível, ou recomendável, a obtenção de elementos na amostra com a mesma proporcionalidade. 2.14: Ética na Pesquisa de Marketing Para a realização de uma pesquisa de marketing, é essencial que os profissionais tomem algumas precauções éticas para que não haja um desconforto pela parte que está sendo entrevistada. Podemos citar como exemplo que todo indivíduo tem o direito de estar ciente da finalidade da pesquisa e sobre o uso que lhe será dado, o intuito da pesquisa de marketing é criar laços com seus clientes, por isso faz-se necessário que a pesquisa seja realizada com muita responsabilidade e ética, passando assim confiança aos respondentes. Nickels e Wood interpretam da seguinte maneira: Ao longo do tempo, práticas antiéticas como fazer ligações telefônicas de vendas ou solicitar contribuições de caridade sob o manto da pesquisa de Marketing fizeram com que os respondentes se tornassem cautelosos ou se recusassem a participar. A pesquisa de Marketing também adquiriu má reputação quando pesquisadores pouco éticos mudaram os dados dos respondentes ou interpretaram mal os resultados de forma deliberada para apoiar uma conclusão particular. (NICKELS e WOOD, 1999, p. 99). Churchill e Peter (2000, p. 136) destacam que a informação é tão importante para se ganhar vantagem competitiva que, para obtê-la, os profissionais de Marketing podem-se sentir tentados a ultrapassar limites éticos. Por isso, a relação entre os pesquisadores e os participantes deve ser mantida dentro de rígidos limites éticos, pois as principais áreas de preocupação ética dos pesquisadores de Marketing incluem preservar a privacidade dos participantes, evitando situações que os exponham a tensão mental, perguntas contrárias aos próprios interesses dos participantes, equipamentos ou técnicas que possam ameaçar sua 36 segurança ou privacidade, além de descartar a trapaça, a coerção e o envolvimento dos participantes em pesquisas sem o seu conhecimento. Destacamos abaixo, algumas perguntas importantes que podem ajudar os profissionais de Marketing frente às decisões de pesquisas éticas: A ação é arbitrária ou extravagante? Ela discrimina de maneira injusta um indivíduo ou grupo? A ação viola direitos morais legais de algum indivíduo ou grupo? A ação conforma-se a padrões morais aceitos? Há cursos de ação alternativos que tenham menos probabilidade de causar danos reais ou potenciais?Como por exemplo: se prejudica a segurança do indivíduo causa um desconforto, uma irritação ou alguma injustiça. Diante disso, quando as respostas a essas questões surgirem um curso de ação antiética, a pesquisa de Marketing deve ser revista e analisada cautelosamente para evitar esses problemas e podendo gerar até demandas judiciais à empresa. 37 Capítulo II Metodologia 2.1: Metodologia do Trabalho O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica dos mais renomados autores da área. Conforme orientação do Professor orientador, a presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica, que pretende comparar conceitos e definições de pesquisadores. Além de analisar referidos conceitos. Por oportuno, esclarecemos que não houve pesquisa de campo, mas tão e somente, revisões bibliográficas. Podemos afirmar ainda que com tais estudos, coletas, pesquisas e análises, conseguimos dimensionar o objeto do estudo, qual seja, Pesquisa de Marketing, conhecendo a importância e características dos mais diversos tipos de pesquisas como as Pesquisas Descritivas que são pesquisas que buscam descrever mais em detalhes o que está ocorrendo no mercado por meio de dados, entrevistas pessoais, discussões em grupos procurando reunir essas informações para solucionarem os problemas buscando sempre pela forma de descrevêlos, classificá-los e interpretá-los, já as Pesquisas Experimentais buscam dados de fontes externas, buscando sempre explorar um problema ou uma situação para prover critérios e compreensão, vale destacar também que este tipo de pesquisa possui um baixo custo perante as outras, e também as Pesquisa Qualitativa e Quantitativas, todos estes tipos de pesquisas são usada por profissionais da área para ajudar organizações que estão com problemas tanto externamente como internamente, necessitando assim dos tipos de pesquisa para cada tipo de caso a ser solucionado. Por fim, esclarecemos que a bibliográfica básica e principal para a elaboração do presente trabalho, foi a do Kotler, Samara, Churchill & Peter, Sandhusen, Nickels & Wood e Mattar, maiores autores do tema. 38 Capítulo III Conclusão 3.1: Considerações Finais Este trabalho buscou responder a real importância da pesquisa de marketing nas organizações, pois nos últimos anos a pesquisa de mercado tornou-se essencial para o auxilio dos executivos nas tomadas de decisões dentro da empresa, bem como na observação de tendências/necessidades dos clientes para o lançamento de novos produtos, atingir novos mercados consumidores, obter uma ampla visão do posicionamento da empresa, analisar a eficácia da estratégia utilizada e os objetivos do processo de marketing. Vale ressaltar também que devido ao surgimento de cada vez mais de novas empresas para disputar os consumidores, e entre elas, existem pessoas despreparadas que se arriscam a entrar no mercado, sem saber da grande importância da pesquisa de marketing, e o marketing entre si, apenas pensando no sucesso e em ganhar dinheiro. Sendo assim por isso que existem muitos empreendedores que acabam não sendo bem sucedidos, pois há uma grande diferença de empreendedores que possuem grandes idéias dos outros que apenas possuem talento para extrair o lucro delas. Assim para um empreendimento obter sucesso existe uma grande necessidade de conhecer primeiramente o seu consumidor, sendo que ele é a chave do seu sucesso, mas que para isso aconteça deve-se antecipar as necessidades dos seus clientes, pois hoje em dia existem empresas que primeiro elaboram seu planejamento estratégico, sem no entanto conhecer suas necessidades, desejos e expectativas, havendo assim uma grande necessidade de se obter a pesquisa de mercado para não correr o risco de ter uma empresa fora dos padrões das grandes organizações que já prestam consultoria com os grandes pesquisadores de marketing. Para se iniciar a pesquisa de marketing é necessário que em primeiro lugar coletem os dados nas empresas analisadas o qual pode ser identificados os erros e problemas transformando-os assim em oportunidades, ajudando os executivos nas soluções de problemas. 39 Para uma organização que está se iniciando no mercado ela também irá fornecer todos os dados importantes para o começo de um plano de negócio, assim o futuro empreendedor saberá como está o mercado, se poderá ou não abrir o seu próprio empreendimento, se será economicamente viável, e se há oportunidades para o novo negócio. Quanto mais informações obtiverem sobre o mercado em que irá atuar melhor será sua atuação na nova organização, pois assim é mais fácil conhecer os seus principais clientes, suas necessidades, conhecer seus concorrentes e saber qual ameaça proporcionam a sua futura empresa. É também importante conhecer os pontos fortes e fracos de seu concorrente para compará-los aos de sua empresa. É importante afirmar, que atualmente, com os aspectos e influências da globalização, não há como uma organização se manter no mercado utilizando-se da própria intuição para tirar conclusões rapidamente, é o que explica o marketing intuitivo, mas é importante ressaltar que apesar dessa prática de marketing não ter custo e ser um meio rápido na tomada decisões, esse método não tem nenhuma credibilidade e raramente produz resultados positivos para a organização, pois se concentram em resultados á curto prazo. Já o marketing contra-intuitivo utiliza-se de ferramentas como a própria pesquisa de marketing que demonstra dados confiáveis e tem precisão em acertar a real situação do mercado, além de passar total credibilidade. Toda pesquisa leva tempo para ser bem elaborada e geralmente possui um custo alto, mas os investimentos com pesquisas podem ser obtidos com resultados á longo prazo, ou através de amostragens por meio de estatísticas a onde estes resultados podem ser estimados para o universo ou população, pois o custo para este tipo seria muito alto, então eles selecionam apenas algumas pessoas que representariam toda a população pesquisada, assim este tipo de pesquisa por meio de amostras é uma das mais benéficas para a empresa. Utilizando-se dessa ferramenta a organização é capaz de se sobressair em relação aos seus concorrentes. Segundo a pesquisa realizada pelo diretor da empresa Manalais Comunicação, Jemon Brustolin divulgada no site www.manalais.com.br, segundo ele se consta que o Brasil investe pouco em pesquisa de mercado, principalmente empresas de médio e pequeno porte. Os investimentos brasileiros anuais totalizam US$ 250 milhões, enquanto os investimentos mundiais chegam a US$ 23 bilhões, os cinco maiores países investidores são respectivamente Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Japão. 40 Esses números revelam o atraso do Brasil no uso dessa importante ferramenta, devido os costumes dos empresários brasileiros o de tomar decisões com base em suas intuições e suas experiências pessoais, para seguir uma carreira e acabam assim fechando as portas com no máximo 3 anos de carreira. Mas a boa notícia é que os investimentos tendem a crescer devido o aumento da produção, resultado da superação da crise mundial. Ademais, apresentamos a relevância do SIM (Sistema de Informações de Marketing) e de seus componentes: os sistemas de registro interno, sistema de pesquisa de marketing, sistema de inteligência de marketing e o sistema de apoio as decisões de marketing, que são ferramentas indispensáveis capazes de proporcionar ao gerente de marketing, grande suporte para a tomada de decisões e estratégias de Marketing. Neste trabalho também discorremos sobre os tipos de pesquisa de marketing, que incluem as pesquisas descritivas, pesquisas experimentais, pesquisas causal e abordaremos as pesquisa qualitativa e quantitativa, que são apresentadas em um quadro comparativo. Apresentamos o processo da pesquisa que se destaca primeiramente a definição do problema e os objetivos da pesquisa. Destacamos a importância e necessidade da ética nas pesquisas de marketing, sendo que em vários momentos da história, alguns profissionais do marketing tentaram de certa forma “manipular” e fraudar os dados e resultados com o intuito de iludir seus clientes para ganhar com a lucratividade dos produtos oferecidos, fazendo assim com que a pesquisa de Marketing tivesse uma má reputação. Assim devido a todos os nossos estudos, revisões bibliográfica, podemos concluir que a pesquisa de marketing mesmo ela sendo utilizada nas organizações ela não garante o sucesso, mas se ela for usada corretamente pode levar as empresas a grandes conquistas. Finalmente, esclarecemos que o presente trabalho não buscou julgar nenhum dos tipos de pesquisas ou conceitos/definições dos autores, mas tão somente objetivou a explanação dos principais conceitos e pontuar a importância da Pesquisa de Marketing no dia a dia das organizações. 41 Referências Bibliográficas CHURCHILL, G.A.JR. e PETER, J. Paul. Marketing: Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. CLANCY, J. KEVIN . disponível no site www.verveweb.com.br, capturado em 23 de novembro 2009 COBRA, M. H. N. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: ed. Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip. e ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1998. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma Orientação Aplicada. Editora Bookman, Porto Alegre, 2001. MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996. NICKELS, W. G. e WOOD, M. B. Marketing: relacionamentos – qualidade – valor. Rio de Janeiro: LTC, 1999. SAMARA, B. S. e BARROS, J. C. Pesquisa de Marketing: Conceitos e Metodologia. São Paulo: Makron Books, 1997. SANDHUSEN, Richard L. Marketing Básico. São Paulo: Editora Saraiva, 1998. 42 SEMENIK, J. RICHARD Princípios de Marketing: Uma Perspectiva Global. São Paulo: Makron Books, 1996. Disponível na internet via www.administradores.com.br capturado em 15 de setembro de 2009. Disponível na internet via www.stela.ufsc.br capturado em 05 de novembro de 2009. Disponível na internet via www.mundodomarketing.com.br capturado em 23 de novembro de 2009. Disponível na internet via www.manalais.com.br, capturado em 23 de novembro de 2009 43