Cap. 6: Política Económica no Contexto da UE © 1GE211: MACROECONOMIA II © Equipa de Macroeconomia II, 2014/2015 Capítulo 6: Política Económica no Contexto da UE 6.1. Enquadramento institucional – União Europeia e Área do Euro 6.2. Política monetária Acompanhamento: Capítulo 17 - Burda e Wyplosz (2013) Capítulos 20, 24 e 25 - Blanchard, Amighini e Giavazzi (2010) – ”Macroeconomics, a European Perspective” BCE (jan 2013) – material didático 2 6.1. Enquadramento institucional – União Europeia e Área do Euro Retirar da soberania nacional os recursos que conduziram a 2 GMs (carvão e aço) Maior nível de integração – remoção de barreiras ao comércio CEE – Tratado de Roma Bélgica, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos Fusão das 3 instituições Tratado ‘reformador’. Estabelece um novo quadro institucional (visa: > democracia, transparência e eficiência) Ideia de criar uma moeda única constituição de uma União Económica e Monetária 9 membros da CEE (Bélgica, Dinamarca, Irlanda, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, RU) criam o SME para contrariar a instabilidade monetária e a resultante volatilidade das taxas de câmbio nominais. Reafirmou a necessidade de atingir a UEM Recomendava que a UEM fosse atingida em 3 fases Perda de dinamismo no contexto de enormes perturbações monetárias, após o colapso do sistema de Bretton Woods no inicio da década de 70 Eliminação de todas as barreira internas à livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais nos estados membros da EU. Em 1998 foi confirmado que 11 dos 15 membros (Bélgica, Alemanha, Irlanda, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal e a Finlândia) tinham cumprido os critérios de convergência para a adoção do euro. 2001: Grécia 2007: Eslovénia 2008: Chipre e Malta 2009: Eslováquia 2011: Estónia 1999: Eurosistema (BCE e BC dos EM) responsável pela política monetária; Estados membros/Governos responsáveis pela política económica Critérios a cumprir para passar à 3ª fase da UEM Taxa média de inflação não deve exceder, no máximo, mais de 1.5 pp, a verificada nos 3 EM com melhor desempenho Não deve ser objeto de decisão/declaração de existência de um défice excessivo A taxa de juro nominal a longo prazo não deve exceder, no máximo, mais de 2 pp, a verificada nos 3 EM com melhor desempenho As margens de flutuação normais previstas no mecanismo de taxas de câmbio devem ser respeitadas, sem tensões graves. 17 EM Dinamarca e RU EM que ainda não preenchem as condições necessárias para adotar o euro. Taxas de juro baixas devido a um elevado grau de estabilidade de preços (expetativas de inflação e prémios de risco de inflação baixas). Eliminação dos custos das transações cambiais, gerando enormes poupanças) Benefícios em termos de comércio e concorrência transfronteiriça derivados da ausência de flutuações cambiais. Estimula o comércio intra-área do euro e, por conseguinte, favorece o emprego e crescimento. Custos (temporários) da introdução do euro Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) 1. Estados-membros perdem a soberania monetária Política monetária e cambial passa a ser centralizada, cada país perde capacidade de usar instrumentos de política monetária e cambial, nomeadamente para fazer face a choques assimétricos (entre países) na procura / oferta agregada. Exemplo: país A sofre choque negativo na procura agregada, restantes países não. Para reajustar, país A necessitaria de política monetária expansionista e/ou depreciação cambial. 14 Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) 2. UEM/zona euro é união monetária incompleta i.e., sem união orçamental: 2.a. Dívida pública de cada país é emitida em moeda que não é controlada pelo país. ⇒ política orçamental de cada país torna-se mais dependente/refém dos mercados financeiros internacionais, i.e., com maior probabilidade de sofrer crises de liquidez soberana, uma vez que não tem capacidade de emitir liquidez monetária. 15 Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) 2.b. Choques assimétricos são amplificados por crises de liquidez soberana. exemplo: país A sofre grave choque negativo na procura agregada, restantes países menos ⇒ (no país A) ↓ output ⇒ ↓receita fiscal e ↑despesa, i.e., ↑défice público ⇒ ↓sustentabilidade da dívida pública ⇒ crise de liquidez soberana,↑tx juro longo-prazo ⇒ ↓procura agregada (amplifica choque inicial) 16 Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) União orçamental completaria a União monetária e evitaria/ mitigaria os custos permanentes: - Orçamento comum centralizado, abarcando parte substancial das receitas e despesas públicas da União ⇒ - transferências automáticas face a choques assimétricos (exemplo: subsídio de desemprego centralizado) Emissão centralizada de dívida pública, i.e., “Governo” central emite dívida pública em moeda própria ⇒ Probabilidade de crise de liquidez soberana ↓ 17 Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) Mas é muito difícil reunir condições para União orçamental na zona euro / EU - “risco moral” (moral hazard) do orçamento e dívida pública centralizados Exemplo: país A teria menos incentivos ao ajustamento, o que poderia tornar as transferências permanentes, o que, por sua vez, seria dificilmente aceitável pelos outros países. - muito próximo de União política / federalismo, o que não parece politicamente exequível na EU atual. 18 Custos (permanentes) da introdução do euro (UEM) Atualmente, para tentar reduzir os custos, em vez da União orçamental - reforço do Pacto de Estabilidade e Crescimento, com o Pacto Orçamental, i.e., comprometimento de cada país-membro relativamente á disciplina orçamental. - projeto de União bancária, que reforça a integração financeira, e reduz o contágio entre as crises de liquidez soberana e os sistemas bancários nacionais, evitando assim amplificar choques assimétricos. 19 http://en.wikipedia.org/wiki/Template:Supranational_European_Bodies 20 6.2. BCE e a política monetária na UE Ler os vários artigos de jornais disponibilizados sobre a política monetária, o BCE e o Fed. Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Os clássicos (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus e John Stuart Mill) 1723-1790 1772-1823 1766-1834 1806-1870 Defendiam o liberalismo económico e que o Estado não deveria intervir na economia pois esta auto ajustava-se (a intervenção estatal poderia ‘bloquear’ a mão invisível). Defendiam a lei de Say, segundo a qual a oferta gera a sua própria procura (assim, o produtor não devia se preocupar com a procura porque toda a produção seria absolvida pelo mercado). Economistas clássicos focaram-se na tendência do mercado de atingir o equilíbrio no longo prazo. 22 Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Keynes (‘revolução keynesiana’) 1833-1946 A economia Keynesiana foi desenvolvida pelo economista britânico John Maynard Keynes durante a década de 1930 em uma tentativa de compreender a Grande Depressão. Defendia o estado interventor, que regula a economia - o "welfare state" ou estado de bemestar social, onde o estado era responsável por garantir condições dignas para as pessoas como saúde e educação, sendo a sua intervenção essencial para atingir o pleno-emprego. Não acreditava na lei de Say (“a oferta gera a sua própria procura”). Keynes defendeu o aumento dos gastos do governo e impostos mais baixos para estimular a procura e retirar a economia da depressão. A economia Keynesiana é considerada uma teoria "do lado da procura" que incide sobre as alterações na economia no curto prazo. 23 Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Novos clássicos A nova economia clássica destaca particularmente a importância das ações dos indivíduos como agentes racionais, que baseiam suas escolhas em modelos microeconométricos. Um desenvolvimento central no novo pensamento clássico veio quando Robert Lucas introduziu as expectativas racionais à macroeconomia. A macroeconomia tem um único equilíbrio em pleno emprego que é atingido através do ajustamento entre preços e salários (equilíbrio de mercado). Defendem a ineficácia da política económica. Adotam o liberalismo económico como sua ideologia e refutam e rejeitam o Keynesianismo em favor do monetarismo - é possível manter a estabilidade de uma economia através de instrumentos monetários (i.e., pelo controle do volume de moeda disponível e de outros meios de pagamento). 24 Ligados à "Escola de Chicago“ de George Stigler e Milton Friedman que influenciaram os regimes políticos liberais de M. Tatcher (RU) e R. Reagan (EUA) – ‘Contra-revolução‘ monetarista (anos 1970s). 1912-2006 Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Novos Keynesianos A nova economia keynesiana é uma corrente de pensamento económico nascida nos anos 1980, em resposta à nova economia clássica. Tal como os novos clássicos, usam as expectativas racionais e defendem a lei de Say. Não acreditam que os mercados se equilibrem rapidamente segundo a lei da oferta e da procura. Assumem que a causa do desemprego involuntário é rigidez de preços e salários. Os salários e os preços não são flexíveis mas "viscosos". Essa viscosidade seria ligada a imperfeições da informação. Não defendem o substituir o mercado pelo Estado, mas antes encontrar meios de melhorar o funcionamento da economia. Os novos keynesianos acreditam no poder ativo da política fiscal e monetária no curto prazo (mesmo que muitos não defendam seu uso recorrente pelas autoridades). 25 Nota: Não confundir novos keynesianos com pós-keynesianos (tentam retomar as origens do modelo keynesiano, enfatizando o papel da procura agregada e da incerteza) Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Novos keynesianos Novos clássicos Joseph Stiglitz George Akerlof James Mirrlees Robert E. Lucas, Jr. Thomas J. Sargent Michael Spence Janet Yellen Robert Barro N. Gregory Mankiw Olivier Blanchard Lawrence Summers Paul Krugman 26 Finn E. Kydland Edward Prescott Só para contextualizar/ não é objeto de avaliação Sobre os limites da intervenção das autoridades de política… Presidente do FED, 2006-Jan 2014 “Os decisores políticos não são capazes de prever com grande grau de confiança, nem sequer de que modo (ou com que rapidez), a probabilidade das suas próprias ações afetarem a economia. Em suma, se implementar políticas monetárias fosse como guiar um carro, então o tal carro seria daqueles que têm um velocímetro inexacto, um pára-brisas embaciado e uma tendência para reagir de forma imprevisível e retardada ao acelerador ou ao travão”. 27 Ben Bernanke fez um discurso em 2002, intitulado “Deflation: Making Sure “It” Doesn’t Happen Here.” Nesse discurso, Bernanke afirmou: "As fontes de deflação não são um mistério. A deflação é em quase todos os casos, um efeito colateral de um colapso da procura agregada - uma queda nos gastos tão grave que os produtores reduzem os preços em uma base contínua, a fim de encontrar compradores. Os efeitos económicos de um episódio de deflação, na maioria das vezes, são semelhantes aos de qualquer outro acentuado declínio no total de gastos, ou seja, recessão, desemprego crescente e instabilidade financeira". No mesmo discurso, referiu que o governo pode evitar a deflação imprimindo mais dólares relembrando a uma declaração feita por Milton Friedman, sobre o uso de um helicóptero para largar dinheiro na economia e combater a deflação. Desde então, Bernanke teve o apelido de "Helicopter Ben". BCE: A Comissão Executiva 31 6.2. BCE e a política monetária na UE A conceção do BCE Objetivos do Banco Central (BC) Modelo Anglo-Francês Modelo Alemão Vários: Estabilidade de preços. Estabilização do ciclo económico. Manutenção de emprego elevado. Estabilidade financeira. Estabilidade de preços. Conceção Dependência política – as institutional do BC decisões de política monetária estão sujeitas à aprovação do governo (ministro das finanças). 32 Independência política – as decisões sobre a taxa de juro são tomadas pelo BC sem interferência das autoridades de política 6.2. BCE e a política monetária da UE A concepção do BCE – Tratado de Mastricht Opção pelo modelo alemão: - Estabilidade de preços como objetivo principal (art. 105) - Independência política como condição necessária para assegurar a estabilidade de preços (art. 107). 33 6.2. BCE e a política monetária da UE Razões pela opção pelo modelo alemão: - Desenvolvimento intelectual: a ‘contra-revolução monetarista’. - Posição estratégica da Alemanha no processo para a UEM. 37 6.2. BCE e a política monetária da UE A ‘contra-revolução monetarista’: - 1950s-1960s: primazia do keynesianismo Objetivos principais das políticas monetárias e fiscais: Elevado crescimento económico Baixo desemprego Instrumentos de política: Políticas monetárias e fiscais expansionistas (e.g., ↑ massa monetária; ↓ carga fiscal; ↑ gastos públicos) 38 6.2. BCE e a política monetária da UE A ‘contra-revolução monetarista’ - 1970s: emergência da ‘contra-revolução monetarista’ evidência que as políticas keynesianas produziam um viés inflacionista. perspetiva monetarista: - Os governos/autoridades de política não podem baixar sistematicamente a taxa de desemprego abaixo do seu nível natural (apenas o podem fazer temporariamente à custa de mais inflação). - A única forma de baixar o desemprego permanentemente é baixando o desemprego natural (i.e., aumentando o produto natural) isto apenas pode ser alcançado via ‘políticas estruturais’ (e.g.,maior flexibilidade no mercado trabalho e diminuição dos impostos sobre o trabalho). 39 6.2. BCE e a política monetária da UE A ‘contra-revolução monetarista’ perspetiva monetarista (...) - O BC deveria apenas ocupar-se do que pode controlar: o nível de preços (Milton Friedman, 1968; Prémio Nobel 1976; Escola de Chicago) - O BC deveria estar protegido das pressões políticas (i.e., ser independente): os políticos frequentemente implementam políticas monetárias expansionistas com objetivos de curto prazo (ganhos eleitorais). 1980s: primazia da perspetiva monetarista - Os BCs por todo o mundo, e especialmente na Europa, tornaram-se os maiores adeptos do monetarismo [Margaret Thatcher na Inglaterra (thatcherismo) e Ronald Reagan nos EUA(reaganomics)] 40 6.2. BCE e a política monetária da UE Crise financeira a partir de 2007: re-acender do Keynesianismo (os novos-keynesianos) EUA - A Reserva Federal (Fed) tem tomado iniciativas para estimular a atividade económica. Área do Euro - O re-acender do Keynesianismo não tem sido particularmente notório. 45 In http://www.tutor2u.net/blog/index.php/economics/comments/chart-of-the-day-interest-rates-in-the-euro-zone-uk-and-usa 46 47 In http://blog.thomsonreuters.com/index.php/world-interest-rates-graphic-of-the-day-2/ BCE Fonte: Banco de Portugal • Relatório de Estabilidade Financeira • maio 2014 48 6.2. BCE e a política monetária da UE BCE: um banco ‘conservador’... O Fed tem usado a taxa de juro muito mais ativamente que o BCE: Em 2001 reagiu fortemente à recessão económica baixando as taxas de juro de 6.5% (fim de 2000) para menos de 2% (fim de 2001) muitos analistas argumentam que o Fed manteve a taxa de juro muito baixa durante muito tempo, potenciando a bolha imobiliária. Em 2007 baixou a taxa de juro de uma forma notória. O BCE parecer ter sido muito mais cauteloso do que o Fed: Na recessão de 2001-2003 baixou a taxa de juro de uma forma muito menos agressiva do que o Fed (e subiu-a menos durante o boom de 2006-7). Quando a recessão apareceu em 2008 reagiu muito mais lentamente e menos intensamente que o Fed. 49 Taxa de juro de curto prazo e output gap na área do Euro (1999-2010) 50 Fonte: OECD, Economic Outlook, Statistical Annex Tables 6.2. BCE e a política monetária da UE BCE: um banco ‘conservador’... O BCE dá alguma importância à estabilização do produto: ‘parece’ existir evidência de que quando o output gap é pequeno, o BCE tende a reduzir a taxa de juro para estimular a economia, e vice-versa. Mesmo estando essencialmente preocupado com a inflação e não tanto com a estabilização do produto, o BCE reage a movimentos no output gap porque estes são um bom previsor da taxa de inflação no futuro: Se o output gap aumenta (i.e., a atividade económica acelera) é muito provável que a inflação aumente no futuro. O BCE reagiu menos intensivamente aos movimentos do output gap do que o Fed Em 2003-2004 o declínio no output gap da Área do Euro foi tão forte quanto o dos EUA nos anos anteriores e no entanto o BCE não reagiu com um corte análogo na taxa de juro o BCE atribui menos importância à estabilização do produto do que o Fed. 51 Área Euro ∴ O BCE atribui menos importância à estabilização do produto do que o Fed. EUA Fonte: OECD, Economic Outlook, Statistical Annex Tables 52 Uma estratégia de política monetária é uma descrição coerente e estruturada da forma como as decisões de política monetária serão tomadas, com vista a que o objetivo do banco central seja alcançado. A principal função do BCE, como cerne do Eurosistema, é a condução da política monetária da área do euro, com vista a manter a estabilidade de preços. Ao fixar as taxas de juro de curto prazo, a política monetária influencia a economia, afetando desse modo o nível de preços. O BCE analisa regularmente a evolução do produto global, as condições da procura e do mercado de trabalho, um vasto conjunto de indicadores de preços e de custos, a política orçamental e a balança de pagamentos da área do euro. M3 inclui o M2 mais títulos financeiros com elevada liquidez mas que não são meios imediatos de pagamento (com prazo até dois anos). A análise do agregado monetário largo M3 deve ser considerada numa perspetiva de médio a longo prazo. A análise monetária do BCE baseia-se no facto de o crescimento monetário e a inflação estarem estreitamente relacionados no médio a longo prazo, apoiando, assim, a orientação a médio prazo da estratégia de política monetária. A análise do crédito e das condições de liquidez permite ao BCE ver para além do impacto transitório dos vários choques e fornece informações antecipadas sobre o desenvolvimento de instabilidade financeira. O mecanismo de transmissão é o processo através do qual as decisões de política monetária afetam a economia em geral e o nível de preços em particular. O mecanismo de transmissão caracteriza-se por desfasamentos temporais longos, variáveis e incertos. É assim difícil prever os efeitos exatos das ações de política monetária sobre a economia e o nível de preços. Tal como outros bancos centrais, o BCE enfrenta uma incerteza considerável quanto à natureza dos choques económicos que afetam a economia. Para que a sua política monetária seja bem-sucedida, é necessário que os mercados financeiros funcionem corretamente com vista a que o mecanismo de transmissão da política monetária cumpra a sua função. Uma política monetária bem sucedida deve: As operações de mercado aberto são o instrumento mais importante (a 3 meses) Destinadas a ceder e absorver liquidez pelo prazo overnight Em períodos de tensões extraordinárias nos mercados financeiros, o Eurosistema pode decidir responder a essas tensões através de medidas atípicas ou não convencionais, de natureza excecional e temporária. Política monetária não convencional 6.2. BCE e a política monetária da UE Políticas monetárias convencionais adoptadas nos últimos anos (2012-2014) pelo BCE: Alterações nas taxas de juro de referência da política monetárias (as taxas de juro da Operações Principais de Refinanciamento (OPR) e as taxas de juro das facilidades permanentes de depósito e cedência marginal de liquidez). Políticas monetárias NÃO convencionais adoptadas nos últimos anos (2012-2014) pelo BCE: Operações Principais de Refinanciamento (OPR) através de leilões e taxa fixa com colocação total da procura. Operações Principais de Refinanciamento (OPR) de prazo alargado (com maturidade de 3 anos). Programa de transações definitivas de títulos de dívida pública em mercado secundário (Transações Monetárias Definitivas) – concentrando-se em obrigações soberanas com maturidades de 1 a 3 anos. 61 6.2. BCE e a política monetária da UE Políticas monetárias NÃO convencionais e o ‘quantitative easing’ (QE): QE nos EUA (ver o artigo do The Economist, jan 2014) Programa de compra mensal de obrigações do tesouro norte-americano por parte do Fed Compra OT ↑Ms (excesso oferta moeda/excesso procura de títulos ↑ preço ơtulos) ↓i Implicações no Mercado de B&S: No curto prazo (preços constantes), ↓i ↓ r ↑I ↑Y Implicações no Mercado cambial: Excesso oferta de $ ↓ preço moeda norte-americana ↓ e’, no curto prazo (preços constantes), ↓σ ↑compeƟƟvidade externa (↑exportações e ↓ Importações ↑Y ). Implicações no Mercado de B&S no médio prazo: Excesso oferta de moeda/Excesso procura B&S ↑ Preço B&S ↑π e πe ↑i … ↓ Y. [eficácia destas políticas pode ser limitada…] 62 Há um perigo de aparecimento de ‘bolhas imobiliárias’ aumento da instabilidade financeira. 6.2. BCE e a política monetária da UE Políticas monetárias NÃO convencionais e o Funding Lending Scheme (FLS) do Bank of England: Introduzido em julho de 2012 com o objetivo de incentivar os bancos a emprestar às famílias e empresas, sobretudo PMEs. 63 Fonte: In http://www.bankofengland.co.u k/publications/Documents/quart erlybulletin/qb120401.pdf