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UNIÃO SOCIAL CAMILIANA
FACULDADE SÃO CAMILO
FACULADADE DE ENFERMAGEM LUIZA DE MARILLAC
Juliana Trindade
Jacqueline Xavier
Karla Valente
Thaís Ventury
Raquel Ramos
ESTRATÉGIAS GOVERNAMENTAIS PARA SE OBTER UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
RIO DE JANEIRO
JUNHO - 2008
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INTRODUÇÃO
No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi conquistado pela sociedade na
Constituição de 1988 e reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90. Por esse direito, entende-se o
acesso universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, garantindo a integralidade da atenção, indo ao encontro das
diferentes realidades e necessidades de saúde da população e dos indivíduos.
Concomitante à regulamentação do SUS, o Brasil organiza-se para responder às
crescentes demandas de sua população que envelhece. A Política Nacional do
Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada em 1996, assegura direitos sociais à
pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade e reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis
de atendimento do SUS (Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1.948/96).
O Programa de Saúde do Idoso, elaborado pelo Ministério da Saúde, é a política
que objetiva garantir atenção integral à Saúde da população idosa, que enfatiza o
envelhecimento saudável e ativo e fortalecendo a expectativa de vida das pessoas
idosas no Brasil.
O envelhecimento ativo e saudável compreende ações que promovem modos de
viver favoráveis à saúde e à qualidade de vida, orientados pelo desenvolvimento de
hábitos como: alimentação adequada e balanceada, prática regular de exercícios
físicos, convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas e/ou que
atenuem o estresse, redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco
e diminuição significativa da auto-medicação. Promover o envelhecimento ativo e
saudável significa, entre outros fatores, valorizar a autonomia e preservar a
independência física e psíquica da população idosa, prevenindo a perda de
capacidade funcional ou reduzindo os efeitos negativos de eventos que a
ocasionem. Além disso, garantir acesso a instrumentos diagnósticos adequados, a
medicação e a reabilitação funcional.
Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que objetivem a
construção de uma atenção integral à saúde dos idosos em seu território. No âmbito
municipal, é fundamental organizar as equipes de Saúde da Família e a atenção
básica, incluindo a população idosa em suas ações (por exemplo: atividades de
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grupo, promoção da saúde, hipertensão arterial e diabetes mellitus, sexualidade,
DST/aids). Seus profissionais devem estar sensibilizados e capacitados a identificar
e atender às necessidades de Saúde dessa população.
A meta final deve ser uma atenção à saúde adequada e digna para os idosos e
idosas brasileiras, principalmente para aquela parcela da população idosa que teve,
por uma série de razões, um processo de envelhecimento marcado por doenças e
agravos que impõem sérias limitações ao seu bem estar.
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1. OBJETIVOS
O objetivo primordial da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é
recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos,
direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em
consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo
dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros com 60 anos ou mais de idade.
2. DIRETRIZES
Deve ser um compromisso de todo gestor em saúde compreender que, ainda
que os custos de hospitalizações e cuidados prolongados sejam elevados na parcela
idosa, também aí está se investindo na velhice “Quando o envelhecimento é aceito
como um êxito, o aproveitamento da competência, experiência e dos recursos
humanos dos grupos mais velhos é assumido com naturalidade, como uma
vantagem para o crescimento de sociedades humanas maduras e plenamente
integradas” (Plano de Madri, Artigo 6º).
Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma ativa, livre de qualquer tipo
de dependência funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades.
Importante acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e envelhecem
apesar da falta de recursos e da falta de cuidados específicos de promoção e de
prevenção em saúde
As diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa:
 promoção do envelhecimento ativo e saudável;
 atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
 estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
 provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde
da pessoa idosa;
 estímulo à participação e fortalecimento do controle social;
 formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área
de saúde da pessoa idosa;
 divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
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 promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na
atenção à saúde da pessoa idosa; e
 apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
3. ESTATÍSTICAS
O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. No Censo de 2000, contava com
mais de 14,5 milhões de idosos, em sua maioria com baixo nível socioeconômico e
educacional e com uma alta prevalência de doenças crônicas e causadoras de
limitações funcionais e de incapacidades. A cada ano, 650 mil novos idosos são
incorporados à população brasileira.
Essa transição demográfica repercute na área da saúde, em relação à
necessidade de reorganizar os modelos assistenciais. Além disso, é notável a
carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis
de atenção. Outro fato importante a ser considerado é que saúde para a população
idosa não se restringe ao controle e à prevenção de agravos de doenças crônicas
não-transmissíveis. A saúde da pessoa idosa é a interação entre a saúde física,
a saúde mental, a independência financeira, a capacidade funcional e o
suporte social.
As políticas públicas de saúde, objetivando assegurar atenção a toda população,
têm dado visibilidade a um segmento populacional até então pouco notado pela
saúde pública - os idosos e as idosas com alto grau de dependência funcional -. É
possível a criação de ambientes físicos, sociais e atitudinais que possibilitem
melhorar a saúde das pessoas com incapacidades tendo como uma das metas
ampliar a participação social dessas pessoas na sociedade.
Por isso mesmo, é imprescindível oferecer cuidados sistematizados e
adequados a partir dos recursos físicos, financeiros e humanos de que se dispõe
hoje.
Segundo estudos realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas) a população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões
de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população brasileira).
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O IBGE também concluiu que nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil
poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da
população ao final deste período. Em 2000, segundo o Censo, a população de 60
anos ou mais de idade era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991.
A proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de
crianças. Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças; em 2000,
essa relação praticamente dobrou, passando para quase 30 idosos por 100
crianças. A queda da taxa de fecundidade ainda é a principal responsável pela
redução
do
número
de
crianças,
mas
a
longevidade
vem
contribuindo
progressivamente para o aumento de idosos na população. Um exemplo é o grupo
das pessoas de 75 anos ou mais de idade que teve o maior crescimento relativo
(49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa.
No Brasil, em média, as mulheres vivem oito anos a mais que os homens. As
diferenças de expectativa de vida entre os sexos mostram: em 1991, as mulheres
correspondiam a 54% da população de idosos; em 2000, passaram para 55,1%.
Portanto, em 2000, para cada 100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos.
Outra
conclusão:
residir
na
cidade
pode
beneficiar
a
mulher
idosa,
especialmente aquela que é viúva, por causa da proximidade com seus filhos, dos
serviços especializados de saúde e de outros facilitadores do cotidiano. Assim, o
grau de urbanização da população idosa também acompanha a tendência da
população total, ficando em torno de 81% em 2000. A proporção de idosos
residentes nas áreas rurais caiu de 23,3%, em 1991, para 18,6%, em 2000.
O Rio de Janeiro tem a maior proporção de idosos
Entre as capitais, Rio de Janeiro e Porto Alegre se destacam com as maiores
proporções de idosos, representando, respectivamente, 12,8% e 11,8% da
população total nesses municípios. Em contrapartida, as capitais do norte do País,
Boa Vista e Palmas apresentaram uma proporção de idosos de apenas 3,8% e
2,7%. Em termos absolutos, o Censo 2000 contou quase um milhão de idosos
vivendo na cidade de São Paulo.
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4. ACOMPANHAMENTO
Em 19 de outubro de 2006 de acordo com a portaria Nº 2.528, aprova a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). Considerando a necessidade de que
o setor saúde disponha de uma política atualizada relacionada à saúde do idoso.
A cada ano no Brasil cresce a demanda de sua população que vem
envelhecendo. A Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada
em 1996, assegura direitos sociais à pessoa idosa, criando condições para
promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e
reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS.
Em 1999, a Portaria Ministerial nº 1.395 anuncia a Política Nacional de Saúde do
Idoso, a qual determina que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde
relacionados ao tema promovam a elaboração ou a readequação de planos, projetos
e atividades na conformidade das diretrizes e responsabilidades nela estabelecidas
(Brasil, 1999). Essa política assume que o principal problema que pode afetar o
idoso é a perda de sua capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades físicas
e mentais necessárias para realização de atividades básicas e instrumentais da vida
diária.
Em 2002, é proposta a organização e a implantação de Redes Estaduais de
Assistência à Saúde do Idoso (Portaria nº 702/SAS/MS, de 2002), tendo como base
as condições de gestão e a divisão de responsabilidades definida pela Norma
Operacional de Assistência à Saúde (NOAS). Como parte de operacionalização das
redes, são criadas as normas para cadastramento de Centros de Referência em
Atenção à Saúde do Idoso (Portaria nº 249/SAS/MS, de 2002).
Em 2003, o Congresso Nacional aprova e o Presidente da República sanciona o
Estatuto do Idoso, elaborado com intensa participação de entidades de defesa dos
interesses dos idosos. O Estatuto do Idoso amplia a resposta do Estado e da
sociedade às necessidades da população idosa, mas não traz consigo meios para
financiar as ações propostas. O Capítulo IV do Estatuto reza especificamente sobre
o papel do SUS na garantia da atenção à saúde da pessoa idosa de forma integral,
em todos os níveis de atenção.
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5. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS
Caberá aos gestores do SUS, em todos os níveis, de forma articulada e
conforme suas competências específicas, prover os meios e atuar para viabilizar o
alcance do propósito desta Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
5.1 GESTOR FEDERAL
 elaborar normas técnicas referentes à atenção à saúde da pessoa idosa no
SUS;
 definir recursos orçamentários e financeiros para a implementação desta
Política, considerando que o financiamento do Sistema Único de Saúde é de
competência das três esferas de governo;
 estabelecer diretrizes para a qualificação e educação permanente em saúde
da pessoa idosa;
 manter articulação com os estados e municípios para apoio à implantação e
supervisão das ações;
 promover articulação intersetorial para a efetivação desta Política Nacional;
 estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanhamento e avaliação
do impacto da implantação/implementação desta Política;
 divulgar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa;
 estimular pesquisas nas áreas de interesse do envelhecimento e da atenção à
saúde da pessoa idosa, nos moldes do propósito e das diretrizes desta
Política.
5.2 GESTOR ESTADUAL
 elaborar normas técnicas referentes à atenção à saúde da pessoa idosa no
SUS;
 definir recursos orçamentários e financeiros para a implementação desta
Política, considerando que o financiamento do Sistema Único de Saúde é de
competência das três esferas de governo;
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 Discutir e pactuar na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) as estratégias e
metas a serem alcançadas por essa Política a cada ano;
 promover articulação intersetorial para a efetivação da Política;
 implementar as diretrizes da educação permanente e qualificação em
consonância com a realidade loco regional;
 estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanhamento e a
avaliação do impacto da implantação/implementação desta Política;
 manter articulação com municípios para apoio à implantação e supervisão das
ações;
 divulgar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa;
 exercer a vigilância sanitária no tocante a Saúde da Pessoa Idosa e a ações
decorrentes no seu âmbito;
 apresentar e aprovar proposta de inclusão da Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa no Conselho Estadual de Saúde.
5.3 GESTOR MUNICIPAL
 elaborar normas técnicas referentes à atenção à saúde da pessoa idosa no
SUS;
 definir recursos orçamentários e financeiros para a implementação desta
Política, considerando que o financiamento do Sistema Único de Saúde é de
competência das três esferas de governo;
 discutir e pactuar na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) as estratégias e
metas a serem alcançadas por essa Política a cada ano;
 promover articulação intersetorial para a efetivação da Política;
 estabelecer mecanismos para a qualificação dos profissionais do sistema
local de saúde;
 estabelecer instrumentos de gestão e indicadores para o acompanhamento e
a avaliação do impacto da implantação/implementação da Política;
 divulgar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa;
 apresentar e aprovar proposta de inclusão da Política de Saúde da Pessoa
Idosa no Conselho Municipal de Saúde.
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5.4 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL
 reconhecimento do risco social da pessoa idosa como fator determinante de
sua condição de saúde;
 elaboração de inquérito populacional para levantamento e estratificação das
condições de risco social da população idosa brasileira;
 elaboração de medidas, com o apontamento de soluções, para abordagem da
população idosa sob risco social;
 criação de mecanismos de monitoramento de risco social individual, de fácil
aplicabilidade e utilização por profissionais da atenção básica do SUS e do
SUAS;
 difusão de informações relativas à preservação da saúde e à prevenção ou
recuperação de incapacidades;
 inclusão das diretrizes aqui estabelecidas em seus programas de educação
continuada;
 implantação de política de atenção integral aos idosos residentes em
Instituições de Longa Permanência para Idosos;
 promoção da formação de grupos sócio-educativos e de auto-ajuda entre os
indivíduos idosos, principalmente para aqueles com doenças e agravos mais
prevalentes nesta faixa etária;
 implantação e implementação de Centros de Convivência e Centros-Dia,
conforme previsto no Decreto nº 1948/96;
 apoio à construção de Políticas Públicas de Assistência Social que
considerem as pessoas, suas circunstâncias e o suporte social e que atuem
como aliadas no processo de desenvolvimento humano e social, e não como
tuteladora e assistencialista, tanto na proteção social básica, como na
proteção social
 especial;
 compromisso com a universalização do direito, inclusão social, eqüidade,
descentralização e municipalização das ações, respeitando a dignidade do
cidadão e sua autonomia, favorecendo o acesso à informação, aos benefícios
e aos serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária;
e desenvolvimento de ações de enfrentamento à pobreza.
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5.5 O PAPEL DO ENFERMEIRO
Cabe destacar aqui que os enfermeiros ocupam papel fundamental na atenção à
saúde do idoso, seguindo os princípios do SUS, a normatização do município de
atenção e os deveres, segundo preconiza o Conselho Federal de Enfermagem tais
como:
O Primeiro Contato que atende o idoso nos serviços de saúde quando há
ocorrência de problema(s) de saúde. Nesse atendimento cabe, também, ao
enfermeiro, comunicar-se efetivamente com o idoso e sua família, realizar a
avaliação multidimensional do idoso, conforme proposta do documento de Cadernos
de Atenção Básica, Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da
Saúde, além de outros documentos, livros e textos científicos que abordam a
avaliação do idoso, para a elaboração do plano de cuidado integral a ele,
envolvendo a participação de todos os membros da equipe de saúde, do idoso e da
família.
A Logitudinalidade, que se relaciona ao acompanhamento dos cuidados
prestados pela equipe, ao idoso, no decorrer da atenção à saúde. Neste momento é
que se estabelece vínculo e outras relações entre a família e a equipe.
A Integralidade, que é a prestação de cuidados, de acordo com as
necessidades identificadas no idoso em suas múltiplas dimensões diante da
diversidade e complexidade de sua existência, para planejar e implementar o plano
de cuidado, no domicílio e, também, a partir do reconhecimento do tipo de
intervenção necessária, acionar os serviços disponíveis em seus vários níveis
primário, secundário e terciário e de forma integrada.
A Coordenação, ou seja, capacidade da garantia de continuidade da atenção ao
idoso, mediante discussão dos casos das famílias, com a participação de todos os
membros da equipe, intra e extra-equipe, uma vez que a diversidade, multiplicidade
e complexidade das situações exigem que informações a respeito do paciente e sua
família sejam apropriadas por vários profissionais e serviços envolvidos no
atendimento.
Focalização na Família, considerando-a como sujeito ativo do processo de
cuidar do idoso e educá-la para tal.
Orientação Comunitária pelo reconhecimento das necessidades segundo o
contexto (físico e psicológico) em que o idoso está inserido.
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Esses princípios da Atenção Básica á Saúde são norteadores para a
implementação da prática de saúde, com ênfase na multidisciplinaridade, prática
essa comprometida com a produção de cuidados, defendida pela Enfermagem
brasileira.
6. LINHAS DE AÇÃO
6.1 CADERNETA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Este documento faz parte de uma estratégia para o acompanhamento da saúde
da população idosa, Nessa Caderneta serão registradas informações importantes
sobre as condições de sua saúde e irá auxiliar os profissionais de saúde sobre quais
as ações necessárias para que a pessoa idosa tenha um envelhecimento ativo e
saudável. Com ela, pode-se acompanhar a evolução de saúde do idoso.
6.2 CAMPANHAS DE VACINAÇÃO
A campanha de vacinação tem como principal objetivo reduzir, na população
acima de 60 anos, a morbi-mortalidade e as internações causadas pela influenza.
A promoção da saúde contribuiu para a prevenção de agravos que interferem no
bem estar e qualidade de vida dos idosos.
6.2.1 VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA
A meta de vacinar a população na faixa de 60 anos e mais contra a influenza é
um desafio que vem sendo conquistado desde 1999, e se fundamenta no fato de
que essa população apresenta maior risco de adoecer e morrer em decorrência de
algumas doenças imunopreveníveis, tais como a gripe e a pneumonia (BRASIL,
1999). No Brasil, em 2007, cerca de 70.531 dos óbitos nesse grupo de idade
decorreu de doenças do aparelho respiratório (dados preliminares). A vacinação
busca modificar esse perfil, indo além ao viabilizar a proteção específica contra três
agravos: influenza, pneumonia e tétano.
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Numa aliança com a sociedade civil que se renova a cada ano, esse
compromisso se viabiliza com o imprescindível suporte das Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e das
sociedades científicas. Cabe destacar, também, a participação de setores
importantes do Ministério da Saúde, como o Comitê Técnico Assessor em
Imunizações, a Coordenação de Assistência à Saúde do Idoso e a Comissão de
Mobilização e Divulgação da Campanha do Idoso.
A vacina contra a influenza é segura. Constituída por vírus inativados (mortos)
não causa a doença, mas, como nas demais vacinas, alguns eventos adversos
podem surgir, como febre baixa e reações locais (dor, endurecimento e
vermelhidão). Raramente, podem ocorrer coriza, vômitos e dores musculares.
A vacina contra a influenza não deve ser administrada em:
a) Pessoas que apresentem alergia grave ao ovo de galinha (choque anafilático);
b) Pessoas que já desenvolveram a Síndrome de Guilian-Barré (SGB).
Os maiores de 60 anos recebem uma dose anual da vacina contra a influenza. A
dose tipo adulto da vacina corresponde a 0,5 ml. Ao contrario de outras vacinas, a
vacinação contra influenza é anual devido às características dos vírus influenza que
apresentam diversidade antigênica e genômica a cada ano.
A vacina contra a influenza é administrada por via subcutânea ou intramuscular.
6.2.2 VACINAÇÃO CONTRA PNEUMOCOCO
É indicada para a vacinação de idosos recolhidos em instituições e acamados
crônicos,
principalmente,
os
portadores
de
cardiopatias,
pneumopatias
e
insuficiência renal. Também devem ser vacinados os portadores de síndrome
nefrótica, o diabetes mellitus insulinodependente, cirrose hepática, fístula liquórica,
asplenias
anatômicas
ou
funcionais,
hemoglobinopatias
e
imunodeficiência
congênita ou adquirida e portadores do HIV.
A vacinação nestes casos tem demonstrado ser segura e efetiva na
prevenção de doença pneumocócica invasiva.
A vacina é administrada em dose única, com uma única revacinação depois
de decorridos anos, caso mantidas as condições expressas anteriormente.
É contra-indicada a administração da vacina em indivíduos com história
anterior de hipersensibilidade imediata à vacina ou a um de seus componentes.
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6.2.3 VACINA CONTRA DIFTERIA E TÉTANO
A orientação é atualizar a situação vacinal para todos os idosos pela
vulnerabilidade e exposição a condições de risco para o tétano acidental.
É contra-indicada a administração em indivíduos com história pregressa de
hipersensibilidade imediata à vacina ou a um de seus componentes e a ocorrência
da Síndrome de Guillain Barré, nas seis semanas após o recebimento de dose
anterior de vacina contra difteria e tétano.
7. RECURSOS HUMANOS
De acordo com a resolução COFEN 189/1996, que estabelece parâmetros para
o Dimensionamento do quadro de Profissionais de Enfermagem nas instituições de
saúde, no uso da competência que lhe confere o Art. 8º, inciso IV e XIII, da Lei nº
5.905, de 12 de julho de 1973, esta resolução quando voltada a atender o Protocolo
de saúde do Idoso, aplica no item que Considera que o caráter disciplinador e
fiscalizador dos Conselhos de Enfermagem sobre o exercício das atividades nos
Serviços de Enfermagem do país aplicam-se também, aos quantitativos de
profissionais de Enfermagem, por leito, nas instituições de saúde;
Considerando que, para garantir a segurança e a qualidade da assistência ao
cliente, o quadro de profissionais de Enfermagem, pela continuidade ininterrupta, e a
diversidade de atuação depende, para seu dimensionamento, de parâmetros
específicos. Deve-se levar em conta também os avanços tecnológicos e a
complexidade
dos
cuidados
ao
cliente,
quanto
às
necessidades
físicas,
psicossomáticas, terapêuticas, ambientais e de reabilitação,
Compete ao Enfermeiro estabelecer o quadro quantiqualitativo de profissionais,
necessário para a prestação da Assistência de Enfermagem.
De acordo com o Art. 1º desta resolução afirma que as instituições de saúde do
país deverão levar em conta, para o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de
formação dos profissionais de Enfermagem, o estabelecido na presente Resolução.
Enquanto o Art. 2º afirma que o dimensionamento do quadro de profissionais de
Enfermagem deverá basear-se em características relativas:
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I - à instituição/empresa: de acordo com a missão; porte; estrutura organizacional e
física; tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços
e/ou programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros; atribuições
e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou programas e
indicadores hospitalares do Ministério da Saúde.
II - ao serviço de Enfermagem: fundamentação legal do exercício profissional, (Lei nº
7.498/86; Decreto nº 94.406/87); Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
e as Resoluções COFEN e Decisões dos CORENs.
- Técnico-Administrativa: Dinâmica das Unidades nos diferentes turnos; Modelo
Gerencial; Modelo Assistência; Métodos de Trabalho; Jornada de Trabalho; Carga
Horária Semanal; Níveis de Formação dos Profissionais; Padrões de Desempenho
dos Profissionais.
- Índice de Segurança Técnica (IST) não inferior a 30%.
- Índice da proporção de profissionais de Enfermagem de nível superior e de nível
médio.
- Indicadores de avaliação da qualidade da assistência, com vista à adequação
quanti/qualitativa do quadro de profissionais de Enfermagem.
III - A clientela:
- Sistema de Classificação de Pacientes (SCP);
- realidade sociocultural e econômica.
De acordo com o Art. 3º, o referencial mínimo para o quadro de profissionais de
Enfermagem, incluindo todos os elementos que compõem a equipe, referido no Art.
2º da Lei nº 7.498/86, para as 24 horas de cada Unidade de Serviço, considerou o
sistema de classificação de pacientes (SCP), as horas de assistência de
Enfermagem, os turnos e a proporção funcionário/leito.
Quando aplicamos a Resolução COFEN 189/1996 no Programa Nacional do
idoso, podemos concluir que os profissionais de Enfermagem mínimos para atuar no
setor seriam baseados com área atendida, com a complexidade dos pacientes, os
recursos financeiros disponibilizados, para poder designar o quadro de profissionais
seja do nível superior (Enfermeiro) ou nível médio (Técnicos e auxiliares de
enfermagem).
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A equipe geral de atendimento ao Idoso Programa de Saúde é composta no
mínimo: por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6
agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista,
um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental.
8. RECURSOS MATERIAS
Os materiais necessários para proporcionar um atendimento adequado ao
paciente idoso vinculado ao Programa de saúde da Família (PSF) seriam os
relacionados abaixo:

Aparelho
para
aferição
de
Pressão
arterial:
o
estetoscópio
e
o
esfignomanômetro;

Aparelho verificar glicemia capilar (Realizar haemoglucotest);

Termômetro;

Mesa e cadeira para sala de consulta de Enfermagem;

Maca e escada (para realizar o exame físico);

Livro de ordens e ocorrências do setor;

Materiais de primeiros socorros contendo: gaze, esparadrapo, cateter venoso
periférico, medicamento anti-hipertensivo, seringa, agulha, frascos de solução
fisiológica 0,9%, soro glicosado a 5%, álcool a 70%. (vc acha q devemos
colocar isso???).
9. RECURSOS FÍSICOS
A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) de número 50 relata sobre a
necessidade de um conjunto de características e condições necessárias ao
desenvolvimento das atividades que serão realizadas em determinado setor, no
caso, a promoção, prevenção e tratamento da saúde do idoso.
Dentro das Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais, o atendimento do
Programa Saúde do idoso se classifica em:
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 Prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em
regime ambulatorial e de hospital-dia - atenção à saúde incluindo atividades
de promoção, prevenção, vigilância à saúde da comunidade e atendimento a
pacientes externos de forma programada e continuada;
Unidade/Ambiente
Quantificação
Dimensão
Instalações
1
9,0m2
HF
1
1,0m2 por ouvinte
HF
1
6,0m2
HF
1
6,0 m2
HF
1
8,0 m2
HF
Sala de atendimento
individualizado (consultório)
Sala de demonstração
educação em saúde
e
Sala de Imunização
Sala de preparo de paciente
(Consulta de Enfermagem,
triagem, biometria)
Sala
de
Enfermagem
Serviços
de
LEGENDA:
HF = Água fria
10. PRINCIPAIS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM OS IDOSOS
10.1 DOENÇA DE PARKINSON
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em
1817 pelo médico inglês James Parkinson. É uma afecção do sistema nervoso
central que acomete principalmente o sistema motor. É uma das condições
neurológicas mais freqüentes e sua causa permanece desconhecida. Os cientistas
costumam considerar duas hipóteses principais: a hipótese ambiental e a hipótese
genética e é provável que ambos os fatores sejam determinantes para o
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desenvolvimento da doença. Costuma aparecer depois dos 60 anos mais 10% dos
pacientes.
Os sintomas motores mais comuns são: tremor, rigidez muscular, acinesia e
alterações posturas. Entretanto, manifestações não motoras também podem ocorrer,
tais como: comprometimento da memória, depressão, alterações do sono e
distúrbios do sistema nervoso autônomo.
A evolução dos sintomas é usualmente lenta mais é variável em cada caso. A
doença de Parkinson é a forma mais freqüente de parkinsonismo. O termo
parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que podem ter várias causas e que
apresentam em comum os sintomas descritos acima em combinações variáveis,
associados ou não a outras manifestações neurológicas. Cerca de 75% de todas as
formas de parkinsonismo correspondem à forma primária.
O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. Às vezes os médicos
recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada,
ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para terem a certeza de
que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico da
doença faz-se baseada na história clínica do doente e no exame neurológico. Não
há nenhum teste específico para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem
para a sua prevenção.
As várias formas de tratamento são utilizadas visando à melhora dos sintomas.
Na maior parte dos casos, o tratamento farmacológico associado ao tratamento não
farmacológico (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional), costuma ser
suficiente para melhorar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Em
algumas situações especiais, o tratamento cirúrgico pode ser empregado.
10.2 ALZHEIMER
A doença de Alzheimer ou mal de Alzheimer é uma doença degenerativa do
cérebro caracterizada por uma perda das faculdades cognitivas superiores,
manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica. Estes défices
amnésicos agravam-se com a progressão da doença, e são posteriormente
acompanhados por défices visuo-espaciais e de linguagem. O início da doença pode
19
muitas vezes dar-se com simples alterações de personalidade, com ideação
paranóide.
Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memória. O cérebro de
um paciente com a doença de Alzheimer, quando visto em necrópsia, apresenta
uma atrofia generalizada, com perda neuronal específica em certas áreas do
hipocampo mas também em regiões parieto-occipitais e frontais.
A evolução da piora é em torno de 5 a 15% da cognição (consciência de si
próprio e dos outros) por ano de doença, com um período em média de oito anos de
seu início e seu último estágio. Com a progressão da doença passa a não
reconhecer mais os familiares ou até mesmo de realizar tarefas simples de higiene e
vestir roupas. No estágio final necessita de ajuda para tudo.
Os sintomas depressivos são comuns, com instabilidade emocional e choros.
Delírios e outros sintomas de psicose são frequentes, embora difíceis de avaliar nas
fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar e de tempo e da
deterioração geral. Em geral a doença instala-se em pessoas com mais de 65 anos,
mas existem pacientes com início aos quarenta anos, e relatos raros de início na
infância, de provável cunho genético. Podem aparecer vários casos numa mesma
família, e também pode acontecer casos únicos, sem nenhum outro parente afetado,
ditos esporádicos.
10.3 DIABETES MELLITUS
Diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), resultado de deficiências
na secreção de insulina, em sua ação ou ambos. É multifatorial pela existência de
múltiplos fatores implicado em sua patogênese. Calcula-se uma prevalência
estimada na população adulta de 7,4% (1995), com um valor esperado ao redor de
9% para 2025.
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é poliúria (pessoa urina com
frequência), polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos),
polifagia (apetite aumentado). Pode ocorrer perda de peso.
Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1,
particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou
completamente ausente — assim como se desenvolver muito mais lentamente — no
20
tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou
normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2
em pacientes cuja diabetes é má-controlada.
Pacientes (geralmente os com diabetes tipo 1) podem apresentar também
cetoacidose diabética, pode ocorrer o coma e, eventualmente progredir para a
morte. De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma emergência médica e
requer atenção de um especialista.
As complicações causadas pela diabetes se dão basicamente pelo excesso de
glicose no sangue, sendo assim, existe a possibilidade de glicosilar as proteínas
além de retenção de água na corrente sanguínea, e retirada da mesma do espaço
intercelular.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua
dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o
objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados.
Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a
longo prazo. Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e
perda de peso (tipo 2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de
insulina (tipo 1 e tipo 2 que não esteja respondendo à medicação oral). Além disso,
devido aos altos riscos associados de doença cardiovascular, devem ser feitas
modificações no estilo de vida de modo a controlar a pressão arterial e o colesterol,
se exercitando mais, fumando menos e consumindo alimentos apropriados para
diabéticos, e se necessário, tomando medicamentos para reduzir a pressão.
10.4 HIPERTENSÃO ARTERIAL
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior
prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial,
medida com esfigmomanômetro ("aparelho de pressão"), tendo como causas a
hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o etilismo, o estresse e outras. A sua
incidência aumenta com a idade. No Brasil, estima-se que um em cada cinco
habitantes seja portador dessa patologia.
A hipertensão ocorre quando os níveis da pressão arterial encontram-se acima
dos valores de referência para a população em geral.
21
Conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, compreende em estágios: 1 (leve - 140x90mmHg e
159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg e 179x109mmHg) e 3 (grave - acima
de 180x110mmHg).
A hipertensão arterial é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos
casos não são observados quaisquer sintomas no paciente. Quando estes ocorrem,
são vagos e comuns a outras doenças, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço,
enjôos, falta de ar e sangramentos nasais.
O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos as artérias
de diversas partes do organismo vivo. A Hipertensão Arterial é um fator de risco para
Aterosclerose.
Embora não exista cura para a Hipertensão Arterial Sistêmica, é possível um
controle eficaz, baseado quer na reformulação de hábitos de vida, quer em
medicação, permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida.
10.5 ALTERAÇÕES DA SEXUALIDADE
Estudos mostram que 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm
vida sexual ativa após os 60 anos. A identificação de disfunção nessa área pode ser
indicativa de problemas psicológicos, fisiológicos ou ambos.
Muitas das alterações sexuais que ocorrem com o avançar da idade podem ser
resolvidas com orientação e educação. Alguns problemas comuns também podem
afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes, fadiga, medo de infarto, efeitos
colaterais de fármacos e álcool. Embora a freqüência e a intensidade da atividade
sexual possam mudar ao longo da vida, problemas na capacidade de desfrutar
prazer nas relações sexuais não devem ser considerados como parte normal do
envelhecimento.
Devem fazer parte da avaliação sistemática das pessoas idosas sexualmente
ativas a investigação de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS. As mulheres
após a menopausa, principalmente, após os 60 anos, normalmente apresentam
algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, devido às
condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos
genitais. A utilização de um creme vaginal à base de estriol, 2ml, uma a duas vezes
22
por semana, permite uma manutenção do trofismo do epitélio (mucosa), favorecendo
uma melhoria nas condições genitais para o exercício pleno da sexualidade. Para o
início de sua utilização, é necessário a realização dos exames preventivos para o
câncer ginecológico e mamário, conforme protocolos vigentes, recomendados nessa
faixa etária.
10.6 DEPRESSÃO
No Brasil, a prevalência de depressão entre as pessoas idosas varia de 4,7% a
36,8%, dependendo fundamentalmente do instrumento utilizado, dos pontos de corte
e da gravidade dos sintomas. É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre
as pessoas idosas e sua presença necessita ser avaliada.
As mulheres apresentam prevalências maiores que os homens na proporção de
2:1.
Pessoas
idosas
doentes
ou
institucionalizadas
também
apresentam
prevalências maiores. A depressão leve representa a presença de sintomas
depressivos frequentemente associados com alto risco de desenvolvimento de
depressão maior, doença física, maior procura pelos serviços de saúde e maior
consumo de medicamentos. É essencial que seja feita a diferença entre tristeza e
depressão, uma vez que os sintomas depressivos podem ser mais comuns nessa
faixa etária ocorrendo, com freqüência, no contexto de desordens médicas e
neurológicas.
O isolamento, dificuldades nas relações pessoais, problemas de comunicação e
conflitos com a família ou com outras pessoas podem contribuir ou desencadear a
depressão. As dificuldades econômicas e outros fatores de estresse da vida diária
têm igualmente um efeito importante.
É importante a investigação do consumo de bebidas alcoólicas na população
idosa, apesar do seu impacto ser reduzido se comparado com as pessoas mais
jovens. O uso abusivo do álcool pode mascarar os sintomas depressivos, agravando
a depressão. Existe ainda o risco de uma interação do álcool com outras
substâncias que podem acentuar a depressão ou gerar outros efeitos nocivos.
Os índices de reconhecimento dos sinais e sintomas de depressão e
conseqüente instituição de uma terapêutica adequada são baixos, especialmente, na
Atenção Básica.
23
A depressão não é provocada por um só fator. Há um entrecruzamento de vários
fatores: psicológicos, biológicos, sociais, culturais, econômicos, familiares, entre
outros que fazem com que a depressão se manifeste em determinado sujeito.
O tratamento da depressão visa: à promoção da saúde e a reabilitação
psicossocial; à prevenção de recorrências, a piora de outras doenças presentes e do
suicídio; a melhora cognitiva e funcional; e ajuda para que a pessoa idosa possa
lidar com suas dificuldades.
10.7 OSTEOPOROSE
A osteoporose é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
a “Epidemia Silenciosa do Século”, e atualmente um problema de saúde pública no
mundo inteiro devido ao aumento na expectativa de vida das populações. É uma
doença de grande impacto devido à sua alta prevalência e grande morbimortalidade.
Afeta indivíduos de maior idade, de ambos os sexos, principalmente, mulheres na
pós-menopausa, que também apresentam mais fraturas.
É definida como uma doença sistêmica progressiva que leva à uma desordem
esquelética, caracterizada por força óssea comprometida, predispondo a um
aumento do risco de fratura. Força óssea, primariamente, reflete integração entre
densidade e qualidade óssea.
As fraturas de corpos vertebrais e de quadril são as complicações mais graves. A
mortalidade das pessoas com fratura de quadril é de 10 a 20% em seis meses. Do
restante, 50% precisará de algum tipo de auxílio para deambular (caminhar) e 25%
necessitará de assistência domiciliar ou internação em casas geriátricas.
Uma formação óssea adequada nas duas primeiras décadas de vida é
fundamental para se evitar a osteoporose, sendo que o pico da massa óssea é
atingido entre a adolescência e os 35 anos de idade, sendo 20 a 30% maior nos
homens e 10% maior nos negros. A genética contribui com cerca de 70% para o
pico de massa óssea, enquanto o restante fica por conta da ingestão de cálcio,
exposição ao sol, exercícios físicos e época de puberdade - aproximadamente 60%
da massa óssea são formados durante o desenvolvimento puberal.
É fundamental a história clínica minuciosa com investigação dos fatores de risco
para a osteoporose e para fraturas. Deve-se considerar a avaliação de mulheres na
24
pós-menopausa que apresentam um ou mais fatores de risco e após os 65 anos
independentemente da presença de fatores de risco.
Evidências sugerem que, se medidas preventivas forem adotadas, a incidência
de osteoporose pode cair dramaticamente. A prevenção deve começar na infância
com a realização de exercícios com freqüência regular, associada à uma dieta rica
em cálcio e exposição regular ao sol (vitamina D), além da melhoria das condições
de equilíbrio e visão.
O tratamento da osteoporose também inclui dieta, atividade física, exposição
solar, além das medidas preventivas de quedas e uso de medicamentos. No caso da
osteoporose secundária, além das medidas citadas anteriormente, a terapia deverá
ser direcionada à doença de base estabelecida. Os principais medcamentos usados
são Cálcio, Vitamina D, Bifosfonados e Calcitonina.
10.8 INCONTINÊNCIA URINÁRIA
A Incontinência Urinária pode ser definida como “a perda de urina em quantidade
e freqüência suficientes para causar um problema social ou higiênico”. Pode variar
desde um escape ocasional até uma incapacidade total para segurar qualquer
quantidade de urina.
Entre as mulheres, a principal alteração é a redução da pressão máxima de
fechamento uretral, conseqüência de danos secundários à partos, cirurgias,
radiação,
tabagismo,
obesidade,
distúrbios
neurológicos,
da
redução
da
vascularização e hipotrofia dos tecidos que revestem e envolvem a uretra, a bexiga
e a vagina e outros.
Entre os homens, o aumento da próstata é, provavelmente, o principal fator
responsável pelas alterações do fluxo urinário. Algumas alterações da função vesical
e da uretra ocorrem em ambos os sexos e incluem redução da contratilidade e da
capacidade vesical, declínio da habilidade para retardar a micção, aumento do
volume residual (para não mais de 50 a 100 ml) e aparecimento de contrações
vesicais não inibidas pelo detrusor.
Causas:
25
 Endócrinas - hiperglicemia, hiperpotassemia, diabetes, vaginite atrófica. A
hipotrofia dos tecidos periuretrais e vaginais ocorre em mulheres após a
menopausa e implica em adelgaçamento epitelial com perda do selo mucoso
da uretra, irritação local, mucosa vaginal friável, com petéquias e eritema. A
incontinência é caracterizada por urgência e disúria.
 Psicológicas - depressão (quando severa, pode levar a pessoa a não se
importar com perda urinária ou reduzir a iniciativa de chegar ao banheiro)
idéias delirantes.
 Farmacológicas - Efeitos adversos tratamentos medicamentosos. Os
principais fármacos ou substâncias que podem causar Incontinência são:
diuréticos,
anticolinérgicos,
antide-pressivos,
antipsicóticos,
hipnóticos-
sedativos, narcóticos, agonista alfa-adrenérgico, antagonista alfa-adrenérgico,
bloqueadores de cálcio, cafeína e álcool.
 Infecciosas - Infecção do trato urinário (ITU) sintomática6 é uma importante
causa transitória de incontinência urinária, uma vez que os sintomas de
urgência miccional e disúria podem ser intensos a ponto de não permitir a
chegada ao banheiro a tempo;
 Neurológicas:
 Doença vascular cerebral, doença de Parkinson, hidrocefalia normotensa.
A incontinência urinária crônica apresenta as eguintes causas:
 Redução da mobilidade pode impedir a pessoa de acessar o banheiro a
tempo e pode ser causada por fatores físicos (limitação ao leito ou cadeira de
rodas) ou dificuldades de deambulação, por neuropatia diabética ou
osteoartrose, má acuidade visual etc.
 Excesso de débito urinário - pode ocorrer em condições como hiperglicemia e
hipercalcemia e com o uso de diuréticos, inclusive cafeína e álcool.
 Constipação Intestinal - impactação fecal (fecaloma) que pode levar a
incontinência urinária e fecal e deve-se fazer suspeita em caso da
coexistência de ambas as condições. O mecanismo pode envolver o estímulo
mecânico de receptores opióides ou da uretra e bexiga. A remoção do
fecaloma resolve ambas as condições.
26
O processo diagnóstico pode identificar claramente o tipo e causa da
incontinência. Todos os fatores que possam precipitar uma incontinência transitória
devem ser avaliados e manejados.
Medidas gerais devem fazer parte da orientação de todas as pessoas com
incontinência e incluem:
 Evitar ingestão de grandes quantidades de líquidos quando não houver
disponibilidade de banheiros acessíveis.
 Evitar alimentos como cafeína e bebidas alcoólicas.
 Tratar adequadamente quadros de constipação intestinal crônica.
10.9 ENVELHECIMENTO E AIDS
A epidemia de HIV e AIDS em pessoas idosas no Brasil tem emergido como um
problema de saúde pública, nos últimos anos, devido a dois aspectos emergentes:
incremento da notificação de transmissão do HIV após os 60 anos de idade e o
envelhecimento de pessoas infectadas pelo HIV.
Segundo o IBGE, o grupo populacional com 60 anos ou mais representa 8,6% da
população em geral: cerca de 15 milhões de pessoas. A incidência de aids entre as
pessoas idosas está em torno de 2,1%, sendo a relação sexual a forma
predominante de infecção pelo HIV. Mas há uma crescente evidência de que esse
grupo está se infectando cada vez mais não só pelo HIV, mas também, por outras
doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, gonorréia, etc.
O número de casos de aids, em pessoas idosas, notificados ao Ministério da
Saúde, na década de 80, eram apenas 240 em homens e 47 em mulheres. Na
década de 90, verifica-se um total de 2.681 homens e 945 mulheres. Do primeiro
caso, nessa população até junho de 2005, o total de casos passou para 4.446 em
homens e 2.489
em mulheres.
O avanço das tecnologias de diagnóstico e assistência em HIV / AIDS, associado
à política brasileira de acesso universal à terapia anti-retroviral (TARV) e à
implementação de uma rede de serviços qualificada para o acompanhamento
27
promove o aumento da sobrevida e da qualidade de vida das pessoas que vivem
com HIV ou com aids.
Quando nos reportamos ao envelhecimento e aids uma primeira questão a ser
abordada é a sexualidade das pessoas idosas, mas esta questão não é exclusiva e
está relacionada a outros fatores que também são determinantes da infecção pelo
HIV.
Os profissionais de saúde, e em especial os médicos, do clínico geral ao
geriatra, não valorizam as queixas sexuais do paciente idoso. Evitam tocar nesse
assunto, seja por medo de não saberem lidar com ele, seja por não saberem o que
fazer com as respostas que as pessoas podem dar. As pessoas idosas, nas quais
ainda é intenso o desejo sexual, experimentam por essa razão, um sentimento de
culpa e de vergonha.
Se o profissional de saúde considerar com naturalidade a ocorrência de
atividade sexual na terceira idade, o encaminhamento dessa pessoa para o exame
do HIV tornar-se-ia um procedimento rotineiro, da mesma forma como é feito junto
ao segmento mais jovem da população. Do ponto de vista da aids não é a
sexualidade que torna as pessoas vulneráveis ao HIV/aids, mas as práticas sexuais
que são realizadas de forma desprotegida, e este é um pressuposto válido para
todas as idades. No entanto, convém ressaltar que o profissional de saúde deve
estar atento para as queixas específicas das pessoas idosas.
É responsabilidade pública colocar à disposição das pessoas idosas os insumos
necessários à adoção de práticas sexuais mais seguras, como o preservativo
masculino e feminino e gel lubrificante.
10.9 QUEDA DA PRÓPRIA ALTURA
A cada ano no Brasil vem aumentando o índice de internações de idosos por
quedas. Comprovação de uma real necessidade de realização desta pesquisa e
muitas outras, com relação ao uso da residência, em especial do banheiro, por
idosos com segurança e conforto.
A maior suscetibilidade dos idosos a sofrerem lesões decorrentes de uma queda
se deve a alta prevalência de diferentes doenças presentes nesta população,
associado ao declínio funcional decorrente do processo de envelhecimento, como o
28
aumento do tempo reação e diminuição da qualidade das coordenações motoras e
do equilíbrio corporal, fazendo de uma queda leve um evento potencialmente
perigoso.
A queda pode ser o reflexo de uma doença aguda como infecção urinária ou
respiratória, arritmia cardíaca, acidente vascular encefálico, delírio, dentre outras. A
mesma pessoa pode cair em diferentes momentos por várias razões.
O objetivo é manter a capacidade funcional da pessoa, entendendo esse novo
conceito de saúde particularmente relevante para os idosos como a manutenção
plena das habilidades físicas e mentais, prosseguindo com uma vida independente e
autônoma.
A perda gradativa da saúde vem, de alguma forma sendo monitorada pelo idoso,
mas a ocorrência de acidentes pode antecipar restrições e mudar drasticamente o
quadro de vida deste indivíduo; ele torna-se parcial ou completamente dependente
de terceiros, sofre constrangimentos físicos pelas próprias dificuldades, seja dentro
ou fora de casa.
11. MEDICAÇÕES PADRONIZADAS
11.1 ANTI-HIPERTENSIVOS
As drogas anti-hipertensivas padronizadas pelo Ministério da Saúde estão
disponíveis em seis classes de anti-hipertensivos: os diuréticos, os inibidores
adrenérgicos (os de ação central, os alfa-1 bloqueadores e os betabloqueadores), os
vasodilatadores diretos, os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA),
os antagonistas dos canais de cálcio e os antagonistas do receptor da angiotensina
II.
11.1.1 DIURÉTICOS
Os diuréticos são as drogas mais usadas no tratamento da Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), em todo o mundo, há mais de trinta anos. Têm papel vital no
controle dessa condição, seja isolado ou em associação com outras drogas.
29
A Hidroclorotiazida (HCT) - é o diurético padronizado pelo Ministério da Saúde
para uso rotineiro. Deve ser usado, na maioria das vezes, como droga inicial,
permitindo uma ação anti-hipertensiva lenta, com reações compensatórias reflexas
menos intensas.
Pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica (creatinina >
que 3,0 mg/dl) deverão usar a furosemida, ao invés da hidroclorotiazida.
11.1.2 INIBIDORES SIMPÁTICOS
O cérebro exerce grande controle sobre a circulação. Portanto, atuar
farmacologicamente, nesta área, é imprescindível para diminuir a pressão arterial
nos hipertensos – clonidina e alfametildopa são as drogas preferenciais.
Mecanismo de ação - estas drogas deprimem o tônus simpático do sistema
nervoso central.
Os Betabloqueadores são drogas que antagonizam as respostas às
catecolaminas, mediadas pelos receptores beta. São úteis em uma série de
condições, tais como: arritmias cardíacas, prolapso da valva mitral, infarto do
miocárdio, angina do peito e hipertensão portal esquistossomótica. Mecanismo de
ação – ainda não está bem esclarecido como estas drogas produzem redução da
pressão arterial. Diminuição da freqüência e do débito cardíaco são os resultados
encontrados após a administração das mesmas.
Tipos de betabloqueador:
 Propranolol - foi o primeiro betabloqueador sintetizado e ainda é o mais
usado. Efeitos adversos - contra-indicado em atópicos ou asmáticos, pelo
desencadeamento ou agravamento do broncoespasmo, podendo levar à
insuficiência respiratória aguda. Também, contra-indicado em bloqueios
cardíacos e insuficiência vascular periférica. Importante lembrar que, no
paciente diabético, além das suas clássicas contra-indicações, como a
insuficiência arterial periférica, os betabloqueadores podem mascarar e
prolongar os sintomas de hipoglicemia.
11.1.3 VASODILATADORES DIRETOS
30
Os Vasodilatadores Diretos são drogas que têm efeito relaxador direto no
músculo liso vascular, sem intermediação de receptores celulares.
Mecanismo de ação - leva à vasodilatação da arteríola pré-capilar e
conseqüente queda da resistência vascular periférica. Isto pode, por mecanismo de
compensação, levar ao aumento da retenção de sódio e água. Esta é uma das
razões porque essas drogas só devem ser usadas em associação prévia com
betabloqueadores e diuréticos em hipertensão grave e resistente.
Tipos de vasodilatador direto:
 Minoxidil - deve ser usada como quarta droga em HA grave.
11.1.4 INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA AGIOTENSINA (IECA)
Mecanismo de ação - esses compostos inibem a formação de angiotensina II,
bloqueando a enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II é um dos
maiores vasoconstrictores conhecidos e se origina por uma clivagem seqüencial do
angiotensinogênio pela renina e enzima conversora. Para a formação da
angiotensina II, vindo da angiotensina I, faz-se necessária a presença da enzima
conversora (ECA). Essas drogas bloqueiam essa enzima, que transforma a AI em
AII (convertase). Do ponto de vista terapêutico, os inibidores da enzima de
conversão da angiotensina (ECA), além da redução da pressão arterial sistêmica,
reduzem a pressão intraglomerular, que tem como conseqüência proteção renal
específica.
Tipos de IECA:
 Captopril - foi o primeiro inibidor da conversão da angiotensina. Tem
indicação formal para os hipertensos portadores de diabetes, haja vista o fato
de provocar queda da pressão intraglomerular, tão danosa para a função
renal, e evitar perda de albumina pela urina (albuminúria). Apresenta a
vantagem de não prejudicar a sensibilidade à insulina e o perfil lipídico do
plasma, e associa-se à redução da Hipertrofia Ventricular Esquerda – HVE.
Na neuropatia autonômica do diabetes, a possibilidade de hipoaldosteronismo
31
hiporreninêmico com elevação de potássio pode limitar o uso de IECA.
Dosagem de potássio e de creatinina auxiliam na avaliação da função renal.
11.2. CLASSES DE ANTI-DIABÉTICOS
11.2.1. ANTIDIABÉTICOS ORAIS
Os antidiabéticos orais devem ser empregados, no DM tipo 2, quando não se
tiver atingido os níveis glicêmicos desejáveis, após o uso das medidas dietéticas e
do exercício. A natureza progressiva do DM, caracterizada pela piora gradual da
glicemia de jejum, ao longo do tempo, provoca a necessidade de aumento da dose
dos medicamentos e acréscimo de outros, no transcorrer da doença.
11.2.1.1 SULFONILURÉIAS
Esses agentes têm sido utilizados, há mais de 40 anos, no tratamento da
hiperglicemia do DM tipo 2. A clorpropamida foi um dos primeiros fármacos
desenvolvidos nessa classe de medicamentos, conhecida como sulfoniluréia de
“primeira geração”. Subseqüentemente, outros agentes mais potentes, tais como a
glibenclamida, glipizida e gliclazida, foram sintetizados e são denominados agentes
de “segunda geração” – e, mais recentemente, a glimepirida.
O mecanismo de ação da droga se faz a partir do estímulo à célula beta a
secretar insulina, sendo, portanto, ineficazes em pacientes com redução importante
na função destas células. Após alguns meses de terapia, os níveis de insulina
retornam aos valores pré-tratamento, enquanto os níveis glicêmicos permanecem
mais baixos.
Tipos de Sulfoniluréias:
 Clorpropamida - de 1ª geração, este fármaco tem maior duração de ação,
sendo por isso usado em dose única. Pode provocar icterícia colestática,
hiponatremia, especialmente em idosos e em combinação com tiazídicos.
Pode causar reação tipo dissulfiram (Antabuse), quando usada com álcool.
Por estas razões, não é apropriado como terapêutica de primeira
escolha, especialmente em pessoas idosas (> 60 anos). Deve-se dar
32
preferência às sulfoniluréias de 2ª geração, considerando-se sua boa
eficácia e menor incidência de efeitos adversos.
 Glibenclamida - tem duração de ação de 16 a 24 horas e pode ser usada em
uma ou duas doses diárias.
 Glipizida - tem vida plasmática curta, podendo ser usada em idosos e em
uma ou duas doses diárias.
 Gliclazida - se houver insuficiência renal crônica leve (creatinina sérica < 2
mg/dl), é preferencialmente indicada. Existem evidências de que possa ter
efeito antioxidante.
 Glimepirida - deve ser usada em dose única. Existem evidências de haver
uma menor interação com o sistema cardiovascular, o que poderia resultar
em efeito cardiovascular benéfico.
Contra-indicações
 DM tipo 1 ou DM pancreático (pancreatite crônica, pancreatectomizados).
 Gravidez.
 Grandes cirurgias, infecções severas, estresse, trauma.
 História de reações adversas graves às sulfoniluréias ou similares
(sulfonamidas).
 Predisposição a hipoglicemias severas (hepatopatias, nefropatias), ou seja,
pacientes com diminuição da função hepática ou renal.
 Acidose ou estado pré-acidótico.
Fármacos que aumentam o risco da hipoglicemia:
 Ácido acetil-salicílico (AAS) e trimetropim.
 Álcool e anticoagulantes.
 Probenecida e alopurinol.
Fármacos que pioram o controle glicêmico:
 Barbitúricos, rifampicina.
 Tiazídicos, diuréticos de alça, corticóide, estrógeno.
33
11.2.1.2 BIGUANIDAS
Metformina é a biguanida em uso. O Mecanismo de ação se dá através do
aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos (muscular e adiposo) e,
principalmente, no fígado. A redução da glicemia provocada pela metformina devese especialmente à diminuição da produção hepática de glicose. A magnitude na
diminuição da glicose plasmática em jejum e da glicohemoglobina é semelhante à
das sulfoniluréias.
É indicada para diabéticos tipo 2 obeso, com hiperglicemia não controlada com
dieta e exercício e também para diabéticos tipo 2, associado às sulfoniluréias,
quando há falha secundária a estes fármacos. É contra indicado para diabéticos tipo
1 e durante a gravidez.
11.2.2 INSULINAS
A insulina é um hormônio produzido pelas células beta das ilhotas de
Langerhans do pâncreas. A molécula de insulina é uma proteína formada por duas
cadeias interligadas de aminoácidos, não tendo ação, quando administrada por via
oral.
Os efeitos da insulina consistem em reduzir os níveis sangüíneos de glicose,
ácidos graxos e aminoácidos e estimular a conversão destes para compostos de
armazenamento, que são o glicogênio, os triglicerídeos e as proteínas. Classificação
As insulinas geralmente são classificadas de acordo com:
 Sua origem - podem ser bovinas, suínas ou humanas.
 Grau de purificação - as preparações de insulina são altamente purificadas,
em particular as humanas, por DNA recombinante. As de origem animal
podem ou não ser monocomponentes (grau máximo de purificação).
 Tempo de ação:
•
Curta - Ultra-rápidas e Rápidas
•
Intermediária - Lentas e NPH (Neutral Protamine Hagedorn)
•
Prolongada – Ultralenta
34
As insulinas humanas apresentam ação mais rápida e de menor duração do que
as insulinas suínas.
Para o uso de insulina dos pacientes diabéticos tipo 1, é importante considerar a
fase de crescimento e desenvolvimento em que o paciente se encontra, a secreção
residual de insulina, a fase da doença, o estilo de vida e a atividade profissional.
O uso de insulina nos pacientes diabéticos tipo 2 é indicado quando os níveis de
glicose plasmática estiverem acima de 270 mg/dl, especialmente se acompanhados
de perda de peso, cetonúria e cetonemia, durante a gravidez, quando não houver
normalização dos níveis glicêmicos com dieta, quando os medicamentos orais não
conseguirem manter os níveis glicêmicos dentro dos limites desejáveis.
O uso de insulina, nos pacientes com diabetes tipo 2, pode ser combinado com
os antidiabéticos orais que serão usados durante o dia, e a insulina de ação
intermediária ou ultralenta, ao deitar.
A hipoglicemia constitui a principal complicação da insulinoterapia. Existem
estudos que demonstram estar a hipoglicemia envolvida como fator primário ou
secundário de morte em 4% dos pacientes com DM tipo 1.
11.3 MEDICAMENTOS PROTOCOLADOS PARA ALZHEIMER
Os medicamentos abaixo poderão ser utilizados para o controle do Alzheimer,
porém não serão permitidas associações entre estes fármacos.
 Rivastigmina: Início com 1,5 mg duas vezes ao dia com aumento gradual até
6mg duas vezes ao dia.
 Galantamina: Início com 5 a 8 mg ao dia com aumento gradual até 24 a
25mg ao dia.
 Donepezil: dose inicial de 5 mg ao dia, podendo ser aumentada para 10mg
ao dia não havendo resposta em algumas semanas.
Critérios de Interrupção de Tratamento
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a. Após 3-4 meses do início do tratamento o paciente deverá ser reavaliado; não
havendo melhora ou estabilização da deterioração do quadro o tratamento deve
ser suspenso por falta de benefício;
b. Mesmo que em tratamento continuado, este deve ser mantido apenas enquanto
o Mini-exame de Estado Mental estiver acima de 12 para pacientes com mais de
4 anos de escolaridade e acima de 8 para pacientes com menos de 4 anos de
estudo, abaixo do que não existe nenhuma evidência de benefício da medicação
e esta deve ser suspensa; de forma semelhante, somente deve ser mantido em
tratamento pacientes com Escala CDR igual ou inferior a 2;
c. Intolerância da medicação.
11.4 MEDICAMENTOS PROTOCOLADOS PARA OSTEOPOROSE
O tratamento preventivo das fraturas por osteoporose está fundamentado na
melhora geral das condições necessárias para saúde esquelética que consistem de
uma alimentação balanceada, rica em cálcio lácteo, de uma atividade muscular
regular com carga, da melhoria das condições de equilíbrio e visão e, da intervenção
farmacológica.
Os Medicamentos usados são: Bisfosfonados, Calcitonina, Carbonato de Cálcio,
Vitamina D, Estrógenos e Raloxifeno. Caso não seja assegurada pela dieta 1000 a
1500mg de cálcio(3,14) ao dia e de 400 a 800 UI de vitamina D a reposição destes
deve ser realizada. A suplementação de cálcio e de vitamina D mostrou-se capaz de
melhorar a densidade mineral óssea e de reduzir fraturas em vários estudos,
especialmente nos idosos e institucionalizados.
A terapia de reposição hormonal tem sido extensamente estudada. Estudos
observacionais sugerem um benefício desta terapia nos ossos, entretanto, tais
estudos são passíveis de vieses, principalmente de seleção e o efeito de “querer
viver”.
Os Bisfosfonados são a classe de drogas de primeira escolha no manejo da
osteoporose, devendo ser utilizados com suplementação de cálcio e de vitamina D.
Estas drogas já demonstraram serem capazes de melhorar a densidade mineral
óssea ereduzir a incidência de fraturas em prevenção secundária.
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Entre os bifosfonados, o alendronato e o risendronato são preferíveis devido à
maior documentação de benefício em prevenção de fraturas e à maior comodidade
posológica.
O Raloxifeno, um modulador seletivo dos receptores estrogênicos, comprovou
ser eficaz na redução da perda da massa óssea da menopausa e na redução do
número de fraturas vertebrais de mulheres com osteoporose e com osteoporose
estabelecida, mas não em outros tipos de fraturas osteoporóticas. Comparado com
placebo o raloxifeno produziu melhora da massa óssea e redução de fraturas.
A Calcitonina já demonstrou ser capaz de melhorar densidade mineral óssea e
de reduzir fraturas vertebrais em pacientes com osteoporose estabelecida, embora
seu benefício seja inferior aos bifosfonados, especialmente em relação às demais
fraturas osteoporóticas. A calcitonina pode ser uma alternativa para casos de
doença péptica ou insuficiência renal.
11.5 MEDICAMENTOS PROTOCOLADOS PARA DOENÇA DE PARKINSON
Os medicamentos antiparkinsonianos aprovados para uso pelo presente
protocolo são descritos abaixo:
 Levodopa/carbidopa
 Levodopa/benserazida
A levodopa, através da enzima L-aminoácido-descarboxilase, é convertida em
dopamina, principal neurotransmissor depletado na Doença de Parkinson (DP).
Acredita-se que a levodopa reponha parte dos estoques deficientes de dopamina
no estriado, produzindo, portanto, melhora dos sintomas. Apesar de não haver
estudos de nível I placebo-controlado para levodopa, sua eficácia no controle
sintomático da DP está claramente estabelecida.
A levodopa, após administração oral, é completamente absorvida pelo tubo
gastrointestinal alcançando nível sérico máximo em 15 a 45 minutos. Na circulação,
além da conversão pela levodopa-descarboxilase para dopamina, uma fração da
droga é convertida de maneira irreversível para 3-O-metildopa, através da enzima
catecol-O-metiltransferase.
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Somente 5% da levodopa chegariam ao cérebro caso ela não fosse associada
aos inibidores da descarboxilase, carbidopa e benserazida, que diminuem a
conversão a nível periférico. A meia vida da levodopa é de 1 a 2 h.
A levodopa de liberação lenta é absorvida no trato gastrointestinal de maneira
controlada, modificando o pico de concentração máximo da droga para 45 a 90
minutos. Apresenta uma baixa biodisponibilidade, o que requer aumento da dose em
relação à levodopa.
As doses diárias iniciais de levodopa são usualmente de 250/25 mg/d
(levodopa/carbidopa) ou 200/50 mg/d (levodopa/benserazida) divididas em pelo
menos duas tomadas.
12. BIBLIOGRAFIA
-
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ed,2008, p.2.
-
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Atenção à Saúde do idoso – Instabilidade e Queda,
2000.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, 2003.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, 2006.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Estatuto do idoso, 1ª Edição, 2003.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Políticas de Saúde do Idoso, 2006.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Alzheimer, 2002.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas –
Osteoporose, 2002.
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- http://pt.wikipedia.org/wiki/diabetes_mellitus (Acessado em:18/03/08)
- http://pt.wikipedia.org/wiki/alzheimer (Acessado em:10/04/08)
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