SEPI - Sistema de Ensino Presencial Integrado

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Capítulo 04 – Análise de mercados
As economias dos países estão cada vez mais entrelaçadas. Entretanto, as
diferenças regionais não desapareceram e devem ser analisadas, principalmente
quanto ao estágio de desenvolvimento econômico, o poder de compra da população
e a força da moeda local.
A grosso modo, podemos separar os países em dois blocos: desenvolvidos e em
desenvolvimento. Os países desenvolvidos possuem economias que usam alta
tecnologia e têm capacidade de oferecer ampla variedade de produtos e serviços.
Estão neste grupo os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, etc. De outro
lado estão os países que passam da economia agrícola para a industrial. Alguns
estão mais avançados que outros neste processo, como Brasil, Argentina, Egito,
Turquia e outros.
O poder de compra da população de países desenvolvidos é maior do que o dos
outros países. Mas nem por isso os mercados em desenvolvimento, também
chamados emergentes, deixam de ser atraentes, principalmente para produtos que
já atingiram o estágio de maturidade nos países mais desenvolvidos, como os
telefones fixos – a China instala por ano mais linhas de telefone fixo do que as que
existem na Espanha.
Os mercados emergentes também são atraentes para médias empresas explorarem,
antes que as grandes o considerem atrativo.
Renda
O Produto Interno Bruto, conhecido pela sigla PIB, e o PIB per capita são dois
parâmetros de análise do potencial dos mercados. O PIB mede o total de riqueza
produzido no país. O PIB do Brasil é de 2,3 trilhões de reais, enquanto o dos
Estados Unidos é de 11.2 trilhões de dólares. Já o PIB per capita é a divisão do PIB
pela população do país. Teoricamente, seria quanto em média ficaria da riqueza
nacional com cada habitante. No caso brasileiro seria mais de R$ 10.500,00. Como
este número pode esconder – e quase sempre esconde – as desigualdades, a ONU
criou o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano para avaliar o desenvolvimento dos
países. O índice analisa além do PIB per capita o acesso da população à Educação
e à Saúde. No critério Educação, mede a taxa de matrícula nas escolas básicas e o
índice de alfabetização da população adulta. E no critério Saúde, mede a esperança
de vida ao nascer.
Ao analisar a economia de um país, os analistas de marketing devem estar atentos à
estrutura da economia. Uma renda relativamente alta não significa um poder de
compra alto, necessariamente. Na China, por exemplo, a renda é baixa, mas o custo
de vida também é baixo, fazendo com que a população tenha muita renda disponível
para o consumo.
Uma empresa de distribuição de autopeças dos Estados Unidos, a Amparts
International, descobriu que o mercado de peças de ônibus na Cidade do México é
maior do que todo o mercado norte-americano.
Moedas e taxas de câmbio
A grande maioria dos países tem sua própria moeda. No Brasil é real, no México é
peso, no Japão é iene. Suponhamos que uma empresa de liquidificadores brasileira
vendeu um lote de mil aparelhos para o Japão. O preço unitário foi R$ 20,00. Como
a moeda brasileira é o real, a empresa receberá pelos liquidificadores em reais. O
comprador japonês, por sua vez, pagará em ienes. Como, então, se processará a
venda?
Para viabilizar esse tipo de transação os países criaram uma taxa de câmbio,
administrada por algum órgão do Governo Federal. No caso brasileiro é o Banco
Central. A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira em relação à local.
Suponhamos que o Banco Central do Brasil estabeleceu que um iene vale R$ 2,00.
Neste exemplo a empresa receberá R$ 20.000,00 pelo lote de liquidificadores –
1000 aparelhos vezes R$ 20,00 – e o comprador japonês pagará 10.000 ienes. Se o
iene valesse R$ 4,00, a empresa brasileira continuaria a receber R$ 20.000,00, mas
o comprador japonês teria desembolsado apenas 5.000 ienes. Analise o quadro a
seguir:
Repare que para o exportador é melhor que sua moeda valha pouco em relação às
outras, pois seu produto custará menos no país importador. Já no sentido inverso, é
o contrário. Suponha que um comprador brasileiro encomende liquidificadores
japoneses, no valor de 20 mil ienes. Se o iene estiver cotado a R$ 2,00 ele
desembolsará R$ 40.000,00, se estiver cotado a R$ 4,00 ele desembolsará R$
80.000,00. Veja o quadro a seguir:
Como vemos no quadro, quanto mais alto o valor do iene em relação ao real, mais
caro será o produto para o comprador brasileiro. Já para o exportador, quanto mais
alto o valor do iene em relação ao real, melhor, pois mais barato será seu produto
para o mercado japonês. Isto explica porque os exportadores pedem a
desvalorização do real em relação às outras moedas, e os importadores, o contrário.
As taxas de câmbio também são variáveis em muitos países, o que cria um risco
adicional para os negócios. Uma empresa atuante no mercado internacional deve
ser capaz de prever como estará a taxa de câmbio no médio prazo para poder
planejar sua produção ou sua venda. Por isso a União Européia criou uma moeda
única para os países-membros, o euro, e estabeleceu uma taxa de câmbio
permanente. Dessa forma, incentiva o comércio entre os membros da comunidade,
pois cada um sabe quanto vai receber ou pagar pelas suas vendas ou compras num
espaço relativamente longo de tempo.
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