Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO MBA GESTÃO COMERCIAL MARINGÁ-PR 2012 Reitor: Wilson de Matos Silva Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenação de Marketing: Bruno Jorge Coordenação Comercial: Helder Machado Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha Coordenação de Curso: Silvio Silvestre Barczsz Assessores Pedagógicos: Marcelo Cristian Vieira e Lucélia Leite de Morais Supervisoria do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães Cripaldi Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi, Karla Regina dos Santos Morelli e Maria Fernanda Canova Vasconcelos Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a distância: C397 Gestão da comunicação integrada / Paulo Alexandre de Oliveira. Maringá - PR, 2012. 78 f. “Pós-Graduação MBA em Gestão Comercial- EaD”. 1. Gestão financeira. 2. Comunicação. 3.Conhecimento. 4.EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.15 CIP - NBR 12899 - AACR/2 “As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM”. Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - [email protected] - www.ead.cesumar.br GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira APRESENTAÇÃO DO REITOR Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação continuada. Professor Wilson de Matos Silva Reitor GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 5 Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido. Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento. Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa. Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária. Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem! Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR 6 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância APRESENTAÇÃO Livro: GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira Nesta parte introdutória apresentarei as linhas de pesquisa que este livro se baseia. Por ordem cronológica são as teorias cibernética, sistemas, complexidade e caos. Praticamente, iniciadas na sociedade pósindustrial, período da primeira metade do século XX. Além dessas teorias, há outras específicas das áreas de exatas, biológicas e tecnológicas. Ao estudar um determinado assunto, o ideal é esgotar as fontes de dados e informações, como pessoas, livros, revistas, eventos, cursos, internet, profissionais, arte, ciência, religião etc. Contudo, neste livro focaremos fontes bibliográficas de autores consagrados tanto no meio acadêmico como empresarial, além da experiência acadêmica e empresarial deste autor. Este livro foi elaborado em lato sensu, ou seja, oferecendo um panorama geral da comunicação no mercado. Portanto, as informações e ideias apresentadas aqui são orientadas para a generalização desta atividade. Durante as aulas, explanações mais segmentadas serão oferecidas. O papel do professor se transforma à medida que a sociedade passa por mudanças. Em pleno século XXI é possível encontrar formas muito variadas de ensino-aprendizagem. Desde tribais até pós-industriais. Portanto, o papel do professor e o seu valor também variam. Há uma tendência dos países mais desenvolvidos valorizarem mais os docentes e os em desenvolvimento menos. O papel do professor aqui será de contribuidor e orientador, oferecendo conteúdo teórico em nível de strict sensu e pessoal com mais de vinte e cinco anos trabalhando como profissional da área. O papel do aluno(a) é ter interesse em comunicação mercadológica, ou comumente conhecida como comunicação de marketing. Outros olhares sobre a comunicação no mercado As artes plásticas contribuem para a análise da comunicação mercadológica. Os registros nas telas são reflexos da própria sociedade. A imagem 1, produzida na década de 1960, retrata uma embalagem de sabão. O movimento artístico a que a obra pertence é a Arte Pop. Segundo Itau Cultural (2008): Na década de 1960, os artistas defendem uma arte popular (pop) que se comunique diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e a vida cotidiana. A defesa do popular traduz uma atitude artística contrária ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, a arte pop se coloca na cena artística que tem lugar em fins da década de 1950 como um dos movimentos que recusam a separação arte/vida. E o faz - eis um de seus traços característicos - pela incorporação das histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 7 Imagem 1 - Andy Warhol - Brillo Soap Pads Box, 1964 Fonte: THE ANDY WARHOL MUSEUM (1998). No final da década de 1950, a sociedade ocidental viveu um pico de euforia. Surgiu a geração conhecida por baby boomers (nascidos logo após a Segunda Guerra Mundial). Atividades mercadológicas passam a ser reconhecidas como arte. Esta importância é consequência do crescimento econômico e glorificação do sistema capitalista. Na segunda metade do século XX, a indústria se expandiu por todo o mundo, massificando os meios de vida nas cidades. A proliferação de indústrias está diretamente relacionada com a intensificação e crescimento das atividades econômicas. O comércio expandia à medida que a economia crescia. A concorrência e a informação fizeram o poder de barganha ir a favor dos consumidores. Pessoas com mais acesso às informações e mais opções de compra caracteriza nosso mercado dos anos 1990 e 2000. Na economia de escala, em que os preços são forçados para baixo à medida que as quantidades são ampliadas, criaram-se fenômenos como Walmart e muitas outras empresas globais. Sabe-se que entre as 100 maiores economias no mundo, aproximadamente a metade são de empresas, e não de países. Nesse mercado massificado destacar-se entre os concorrentes é sinônimo de valor da marca. A valorização de uma marca é realizada mediante o gerenciamento dos relacionamentos que uma empresa estabelece com as pessoas e outras organizações. Conceber, produzir, distribuir e promover produtos, serviços, ideias e tudo mais que atenda às expectativas dos envolvidos são itens básicos na valorização de uma marca. Nessa sociedade massificada pelos meios de produção, a publicidade vende uma beleza fugaz. A embalagem da imagem 1 revela sua vivacidade nas cores e na exclamação do texto. Contudo, essa vivacidade é perdida 8 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância assim que a embalagem é descartada. O descarte de lixo na sociedade contemporânea atingiu níveis muito altos. Problemas com os resíduos do lixo intensificaram a preocupação com a gestão dos recursos naturais no planeta. Reciclagem, redução dos desperdícios, baixo impacto no meio ambiente são algumas das questões que vêm ganhando destaque nas últimas décadas. Essas questões vêm ampliando a consciência ecológica nas pessoas. Nesse cenário, o senso de responsabilidade socioambiental se intensifica. Desde a segunda metade do século XX pesquisadores, pensadores, profissionais, consumidores e sociedade em geral vêm aumentando o interesse pela responsabilidade socioambiental. O papel da ciência é agregar conhecimentos de todas as áreas do conhecimento humano. A evolução do pensamento humano conduziu ao reconhecimento da interdependência entre homem, organizações e o meio ambiente. Logo, gerenciar os recursos no planeta é vital para a sobrevivência da espécie humana, melhorias nos sistemas organizacionais e interdependência com a natureza. As formas de produção e distribuição do sistema capitalista vêm sendo repensadas em uma forma sustentável. Essa forma exige menos desperdícios e impacto no meio ambiente, além de melhor produtividade e qualidade de vida dos stakeholders (públicos que interagem com a organização). Isso impacta diretamente na comunicação e no mercado. Marcas consideradas socialmente e ambientalmente mais responsáveis conquistarão credibilidade dos consumidores. As formas de se comunicar e relacionar no mercado se transformam periodicamente. Além de gerenciar relacionamento e comunicação com os clientes, o gerenciamento com os demais stakeholders é necessário para criar e manter vantagem competitiva no mercado. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 9 SUMÁRIO UNIDADE I O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO E MERCADO 15 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 17 COMUNICAÇÃO E CONSUMIDORES 19 UNIDADE II ELEMENTOS E FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING ELEMENTOS DO COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO 31 PROPAGANDA32 PROMOÇÃO DE VENDAS 35 VENDA PESSOAL 36 RELAÇÕES PÚBLICAS E PUBLICIDADE 37 FERRAMENTAS 38 UNIDADE III COMUNICAÇÃO INTEGRADA OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING 47 GESTÃO DE MARCAS 50 COMUNICAÇÃO INTEGRADA 52 ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE SERVIÇOS 66 ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE ONGS 67 ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS 67 QUESTÕES LEGAIS E ÉTICAS NA COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA 68 COMUNICAÇÃO NO MERCADO GLOBAL 69 MODELO DE GESTÃO DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING 70 CONCLUSÃO 76 REFERÊNCIAS 77 UNIDADE I O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira Objetivos de Aprendizagem • Identificar agentes e etapas do processo de comunicação. • Contextualizar o processo de comunicação. • Analisar o processo de comunicação mercadológica. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Comunicação e Mercado • Processo de Comunicação • Comunicação e Consumidores INTRODUÇÃO Comunicação vem do latim communis, que remete a comum, comunhão, comunidade. Conforme Melo (1977, p. 14): “Comunicar significa, assim, tornar comum, estabelecer comunhão, através de intercâmbio de informações”. Segundo o autor, existem vários conceitos científicos e filosóficos sobre comunicação. O processo de comunicação consiste na propagação de uma mensagem mediante um meio, gerada e codificada por um emissor e recebida e decodificada por um receptor. De acordo com Bordenave (2003), o ser humano constrói a si mesmo por meio das comunicações que estabelece em seu meio ambiente. Ainda, segundo o autor, não existe sociedade sem comunicação e vice-versa. Para Melo (1977), as origens da pesquisa em comunicação remontam da antiguidade grega, por volta do século III a.C. O autor divide a pesquisa em comunicação em quatro fases: (i) sofistas; (ii) enciclopedistas; (iii) filósofos sociais; e (iv) cientistas sociais. Ele ainda propõe uma quinta fase, a da pesquisa integrada, na qual as várias ciências que estudam o fenômeno trabalharão em conjunto, em equipes multifuncionais. De acordo com Bordenave (2003), as linguagens utilizadas pelos seres humanos são: (i) oral; (ii) gestual; (iii) pictograma; (iv) ideograma e (v) letras. Segundo o autor, os meios, também denominados mídias, utilizados para propagar informações, além do próprio corpo humano, são: (i) impressos, (ii) elétricos e (iii) eletrônicos. O autor também estabelece que todos esses meios são extensões do próprio ser humano. Além desses exemplos, podem-se incluir como linguagens os demais sentidos humanos (olfato e paladar) e mídias de qualquer espaço (físico ou virtual) em que veiculam dados e informações. De acordo com Jakobson (1970), o ato de comunicação é composto por seis elementos: (i) emissor (ou remetente); (ii) receptor (ou destinatário); (iii) mensagem; (iv) contexto (ou referente); (v) código e (vi) canal. Fonte: PHOTOS.COM COMUNICAÇÃO E MERCADO Urdan (2006) define comunicação como a capacidade de trocar e discutir ideias, de dialogar por meio de um bom entendimento entre as pessoas. É uma ligação entre duas ou mais pessoas que buscam compartilhamento de informações e significados. A comunicação não se separa da relação que existe entre as pessoas e organizações. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 15 Uma empresa desenvolve produtos e serviços buscando satisfazer as necessidades e desejos dos seus clientes. Ela utiliza a comunicação na sua relação com os clientes para levar a eles o conhecimento desses produtos. Ela promove os produtos, comunicando seus benefícios, preços, promoções e tudo o que pode ter valor percebido para o cliente. A empresa pode completar sua comunicação do produto mediante à promoção. Ela ajuda a conquistar e fidelizar os clientes e a divulgar com outros mercados-alvo. Essa comunicação liga a empresa a clientes, a outras empresas, a distribuidoras e a acionistas. Churchill (2008) também cita a comunicação de marketing como a junção de maneiras com as quais os profissionais de marketing se comunicam com seus clientes. E ainda acrescenta que eles utilizam da comunicação como um meio de aumentar as vendas, lucros e alcançar outras metas. Por isso, eles informam os benefícios desses produtos e persuadem os consumidores a comprá-los. Com o foco em aumentar as vendas, as organizações comunicam a combinação de benefício superior dos seus produtos e serviços com o custo baixo arrasador. Isso faz com que os clientes os desejem e comprem. Esses clientes podem passar a consumir mais desses produtos e serviços quando descobrem novos usos para eles. As organizações que não visam lucro também fazem o uso da comunicação para aumentar sua quantidade de donativos ou de voluntários. Uma das metas estratégicas que a empresa busca é criar consciência do produto na mente do consumidor. Ela é utilizada para conscientizar os clientes quando se diz respeito à marca, produtos, lojas ou organizações e, principalmente, quando busca a expansão de produtos existentes para o mercado global. Busca também fornecer imagens claras dos produtos ou marcas, para que os clientes entendam o valor que está sendo oferecido. Essas imagens geram percepções positivas e criam valor para os clientes, dando mais significado aos produtos e serviços. A comunicação pode ter um primeiro objetivo que é identificar os compradores e criar um relacionamento com eles. Depois, por meio de uma pesquisa de informações sobre os clientes, ela passa à organização como atender as necessidades dos clientes de forma satisfatória. Outra meta é formar um bom relacionamento no canal de distribuição. Quando a empresa usa a comunicação para estimular a venda dos produtos, ela ajuda os seus revendedores. Essa comunicação ocorre para que as empresas estimulem a venda nos varejistas oferecendo cupons para distribuir aos clientes, eventos promocionais que aumentam a população da loja e, consequentemente, as vendas. Já os varejistas apoiam os fabricantes quando apresentam as marcas em seus anúncios. O objetivo é atrair mais clientes e aumentar as vendas. Esses aumentos beneficiam a todos os membros do canal. Isso faz a relação se tornar mais forte. 16 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância E, no fim do ciclo de metas, reter o cliente é completar todo o processo de forma satisfatória. Reter os clientes é o que os negociantes desejam. Para isso, a comunicação deve apoiar todos os esforços para criar valor para os clientes e satisfazer as suas necessidades com o objetivo de torná-los leais. Essa lealdade ocorre por meio de um programa de fidelização que faz com que os clientes consumam mais frequentemente os bens e serviços dessas empresas. As empresas podem oferecer catálogos, ou mala direta, informando a quantidade de pontos necessários para ganhar brindes, ou sobre os descontos exclusivos para os clientes. Em uma outra visão, os sistemas de informação podem ajudar na retenção de clientes. Eles fornecem informações sobre como usar esses produtos corretamente e quais lançamentos para o ano. Esses canais de comunicação também podem fornecer informações mediante às pesquisas, qual o grau de satisfação dos clientes com os produtos, o que eles valorizam e quais as suas experiências com os produtos. Essas informações ajudam as empresas a aumentar o valor oferecido na troca com o cliente. Fonte: PHOTOS.COM PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Churchill (2008) acrescenta que comunicação é a transmissão de uma mensagem de um emissor, aquele que emite uma mensagem, para o receptor, aquele que recebe a mensagem. Ela deve ser compreendida da mesma forma pelos dois. Pode ser utilizado material impresso ou eletrônico, desde que seja possível transmitir claramente a mensagem. Essa comunicação envolve um processo longo e detalhado. O primeiro passo começa com a fonte, que é quem irá transmitir a mensagem. Essa fonte define a mensagem que será transmitida e a codifica em símbolos. Esses símbolos podem ser imagens ou palavras. Essa mensagem já codificada é transmitida por meio de um ou mais meios de comunicação. A mensagem é destinada ao receptor, que pode ser uma pessoa ou um grupo. Em seguida, o receptor decodifica a mensagem, que é um processo de conversão dos símbolos da mensagem em imagens ou palavras, necessários para a sua compreensão, e interpreta o significado. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 17 Se a mensagem não consegue ser traduzida pelo receptor, para que esse compreenda seu significado, então houve um ruído na mensagem. Um ruído pode ser um som físico na mensagem, um erro de impressão ou pronúncia etc. Esses ruídos atrapalham a compreensão da mensagem, comprometendo a qualidade da comunicação. Após a compreensão, o receptor responde à mensagem. Essa resposta é chamada de feedback, que reinicia o processo de comunicação, em que o emissor se torna o receptor, e o receptor se torna o emissor. Essa resposta pode ocorrer em um processo de compra, em que o consumidor pode solicitar mais informações a respeito do produto para o vendedor, ou se satisfazer com a imagem e solução transmitida pela empresa. Uma falha no processo de comunicação pode causar conflito entre a organização e seus públicos. Eles codificam a mensagem esperando que seus públicos consigam decodificar corretamente e ainda devolver um feedback positivo. Kotler (2000) adaptou os seis elementos propostos por Jakobson (1970), conforme mostra a Figura 1. Para Kotler (2000), a comunicação eficaz acontece quando todos os elementos do processo são adequados ao emissor e receptor. Dessa forma, qualquer comunicação deve transmitir claramente o significado pretendido e permitir o processo. Apesar da comunicação sempre ter composto as atividades de marketing, foi somente a partir da metade do século XX que pesquisas mais profundas surgiram. O marketing evoluiu da orientação para a produção, depois para as vendas e, por último, na década de 70 para o mercado (PINHO, 1998). Conforme se voltou para o mercado, ampliou-se a necessidade de compreender o comportamento do consumidor e de se comunicar com ele. A princípio, a comunicação de marketing tem um caráter persuasivo. Esse caráter único começa a ser questionado por autores como Linderberg-Repo e Grönroos (2004) e Duncan e Moriarty (1998). Para esses autores, a comunicação deve possibilitar a ambas as partes a manifestação, com o propósito de construir um relacionamento estável entre consumidor e organização. Meio EMISSOR Codificação Mensagem Decodificação Ruído Feedback Resposta Figura 1: O processo de comunicação Fonte: Kotler (2000, p.571). 18 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância RECEPTOR Fonte: PHOTOS.COM COMUNICAÇÃO E CONSUMIDORES A comunicação de marketing compreende todas as maneiras pelas quais as organizações podem se comunicar com os consumidores (CHURCHILL, 2003; DIAS et al., 2003; COBRA, 2003; IKEDA e CRESCITELLI, 2002; KOTLER, 2000 e GRÖNROOS, 1995). O Gráfico 1 apresenta a relação entre a receita das organizações de telecomunicações e o PIB, um entre vários indicadores da importância da comunicação de marketing na sociedade. Contudo, para apurar melhor sua dimensão, deve-se incluir a receita gerada por qualquer organização atuante no mercado, pois não há negócio sem comunicação. Todas as formas de produção, precificação, distribuição e promoção de bens e serviços são interdependentes da comunicação. Gráfico 1 – Telecomunicações e PIB Fonte: ABT (2010). A importância da comunicação de marketing se revela sob vários aspectos. Do ponto de vista das organizações, a comunicação é necessária para fazer conhecer seus produtos e/ou serviços, criar um clima de simpatia e cordialidade, oferecer novas alternativas, persuadir, comercializar produtos e/ou serviços e construir um relacionamento de longo prazo com seus consumidores. Do ponto de vista dos GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 19 consumidores, a comunicação fornece informações para a tomada de decisão de compra de produtos e/ ou serviços que satisfarão suas necessidades. Por meio da comunicação, o consumidor pode comparar várias alternativas. Conforme citado acima, a comunicação de marketing é vital para o relacionamento entre consumidores e organizações. Apesar dos mais modernos conceitos de comunicação de marketing terem abordagens amplas, a capacidade de influenciar o comportamento de compra ainda é fundamental. Engel et al. (2000) afirmam que a importância da comunicação de marketing é significativa na influência das atitudes e do comportamento dos consumidores. Segundo os autores, as reações dos consumidores dependem da maneira como as informações contidas na comunicação de marketing são processadas. Kotler (2000) afirma que há três estágios de resposta dos consumidores à comunicação de marketing: (i) cognitivo, (ii) afetivo e (iii) comportamental. O autor explica que o primeiro se refere ao momento em que o consumidor passa a conhecer aquilo (produto, serviço, marca etc.) que se comunica. O segundo, ainda conforme o autor, é relacionado ao afeto que o consumidor passa a sentir pelo o que se comunica. E, o terceiro, o consumidor, já ciente e afeto ao que se comunica, realiza a compra. Essas repostas unidas formam o processo de aprendizado. Também é conhecido como aprendizado, percepção e ação. Mediante esse processo, o profissional de marketing deseja que ele aceite a ideia, mude seu comportamento ou sentimentos, e complete uma ação. A resposta cognitiva é o conjunto de informações e de conhecimentos que o consumidor adquiria e que influenciam a interpretação e a resposta deles referente à mensagem. O resultado das informações adquiridas é chamado de percepção, que é um processo de interpretação das informações individualmente. O objetivo principal da comunicação de marketing é ultrapassar a barreira que pode existir no consumidor, decorrente pela falta de interesse ou saturação do mercado. Um tipo de resposta cognitiva é a lembrança da marca. Ela é a consciência que o consumidor tem de que existe um produto ou marca, e o que ajuda ele a decidir ou não sobre seu consumo. A lembrança da marca pode ser realizada por meio de duas medidas. Uma é a share of mind, ou quanto cada consumidor lembra-se da marca. A outra é o top of mind, que é a primeira marca que o consumidor lembra ao ser questionado quanto a um produto. Um outro tipo de resposta cognitiva é a recordação da propaganda. Ocorre quando é lembrada a mensagem de comunicação do produto, assim como seus benefícios. Um modo de medir o posicionamento da marca na mente do consumidor é por meio do mapa perceptivo, que é a distinção ocorrida entre as marcas de acordo com os seus benefícios. Para Kotler (2000), a resposta afetiva está diretamente relacionada com a atitude e os sentimentos dos consumidores. Atitude é o processo mental que uma pessoa usa para seu comportamento futuro, de acordo com os sentimentos e percepções. A resposta comportamental é a união de comportamento e ações de consumidores decorrentes dos 20 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância estímulos de marketing. Um método simples de medir a resposta comportamental é mediante a quantidade de vendas e a participação de mercado obtida pelo produto, e a mais importante, a fidelidade à marca. Também relacionado com as respostas afetivas cognitivas e comportamentais, o processo de aprendizado, como é chamada a decisão de compra nos produtos complexos, exige maior envolvimento e reflexão do consumidor. Existem outros processos, como o ação-percepção, aprendizado em que possui baixo envolvimento e pouca resposta afetiva. A ação-aprendizado-percepção é um processo que possui baixo envolvimento e alta resposta cognitiva. E, por último, a percepção-aprendizado-ação, que é um processo afetivo com alto envolvimento e alta resposta afetiva. Esses processos surgem da ideia de que os consumidores seguem uma sequência de decisões relacionadas aos três tipos de respostas do consumidor. Essas decisões começam desde os estímulos de marketing até a decisão de compra. Um dos modelos mais difundidos é o modelo AINDA, que descreve o processo de aprendizado por meio da sequência de atenção, interesse, desejo e ação. Os estímulos produzidos pela comunicação de marketing não são os únicos a influenciar o comportamento dos consumidores. Há uma série de outros estímulos, como étnicos, culturais e sociais. Portanto, Engel et al. (2000) afirmam que após o processamento dos estímulos gerados a partir da comunicação de marketing, ou de outros que possam influenciar os consumidores, se inicia o processo decisório de compra. De acordo com Engel et al. (2000), o processo decisório de compra é composto por seis etapas: (i) reconhecimento de necessidade; (ii) busca; (iii) avaliação de alternativa e pré-compra; (iv) compra; (v) consumo; e (vi) avaliação pós-consumo. A seguir, definições da cada uma das etapas de Engel et al. (2000): • Reconhecimento da necessidade “[...] a percepção de uma diferença entre o estado desejado de coisas e a situação real que seja suficiente para despertar e ativar o processo decisório” (p. 115). O reconhecimento de necessidade nem sempre é ativado. É necessário que seja importante e que esteja dentro da realidade do poder aquisitivo. Antes de reconhecer uma necessidade, ela precisa ser ativada e, para tanto, vários fatores podem influenciar, como o tempo, a mudança de circunstâncias, aquisição de um novo produto, consumo de produto, diferenças individuais e influências de marketing. O reconhecimento de uma necessidade pode ter caráter genérico ou seletivo. Para genérico, pode-se pensar em calçados e para seletivo a marca Samello, por exemplo. • Busca “[...] a ativação motivada de conhecimento armazenado na memória ou aquisição de informação do ambiente” (p. 115). Essa etapa pode ser de natureza interna ou externa. A busca interna consiste nas lembranças armazenadas na memória do consumidor. Experiências passadas com o produto ou serviço, GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 21 comunicação de marketing, conversas com amigos etc., compõem o quadro de informações que a memória do consumidor pode armazenar. Se o consumidor possuir um nível elevado de informações não será necessária a busca externa. Caso o consumidor não se julgue informado o suficiente para continuar o processo decisório, ele sempre pode apelar para novas fontes de informações. • Avaliação de alternativa pré-compra “[...] o processo pelo qual uma alternativa de escolha é avaliada e selecionada pra atender as necessidades do consumidor” (p. 135). Esta etapa e a anterior estão bastante interligadas durante a tomada de decisão. Da mesma maneira que a busca, essa etapa varia conforme a complexidade, ou seja, se os consumidores estão diante de uma compra habitual ou ampliada. Essa etapa possui vários componentes, como os critérios de avaliação que compreende o preço, a marca, país de origem etc., e cada um desses critérios possui uma saliência própria, isto é, importância relativa. Dentre as várias alternativas, o consumidor deve determinar quais as mais relevantes para satisfazer sua necessidade. O resultado dessa escolha é chamado de conjunto de considerações. Em seguida, o consumidor deve avaliar as opções de seu conjunto de considerações. Para isso, ele pode fazer uso de cortes ou de sinais. • Compra Esta etapa compreende cinco principais decisões: (i) comprar ou não; (ii) quando comprar; (iii) o que comprar; (iv) onde comprar e (v) como pagar. Frequentemente as compras são planejadas. Contudo, existe as compras não planejadas ou por impulso. As compras podem ser feitas no ponto de venda ou em casa. Existe uma grande gama de formas de distribuição de bens e serviços, cada qual com as suas características, vantagens e desvantagens. Fonte: PHOTOS.COM • Consumo Entre as mais recentes etapas incorporadas ao processo decisório, o consumo é recorrente do marketing individualizado. A necessidade de se reter os consumidores exige o conhecimento íntimo de como eles 22 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância utilizam e avaliam os produtos e serviços escolhidos. Ao se aprofundar nesta etapa, se investiga os significados diretos e indiretos que os produtos e serviços desenvolvem na vida do consumidor. • Avaliação pós-consumo A avaliação iniciada na terceira etapa é continuada aqui, principalmente se o valor envolvido for alto. Existem duas formas de resultado dessa avaliação: (i) satisfação; ou (ii) insatisfação. Com a primeira forma, a tendência é de se fidelizar o consumidor. Já a segunda forma, ou insatisfação, apresenta respostas verbais, particulares e de terceiros. Para minimizar as respostas de insatisfação existe uma série de atributos e procedimentos que se devem desenvolver. Esses autores resumem que entender e adaptar-se à motivação e comportamento dos consumidores é uma necessidade absoluta para a concepção e desenvolvimento da comunicação de marketing. De acordo com eles, os consumidores podem ignorar totalmente a comunicação de marketing de um produto, serviço ou organização se os mesmos não sejam percebidos como relevantes às suas necessidades ou estilos de vida. Mendes (1998, p. 08) corrobora as afirmações acima ao escrever: [...] o consumidor não se empenha em busca excessiva de informações a fim de fundamentar sua compra. Esse é um motivo convincente para que toda estratégia de comunicação de marketing seja dirigida e esteja disponível a qualquer tempo e a um baixo custo ao cliente [...] Conseguir um espaço, mesmo o menor que seja, na mente do consumidor não é tarefa a fácil, e se consegue conhecendo suficientemente bem suas motivações, desejos, crenças e atitudes. A compreensão do comportamento dos consumidores, segundo Engel et al. (2000), torna-se mais efetiva na medida em que se aumenta a diversidade dos dados pesquisados. Para os autores, os dados demográficos são o ponto de partida para as estratégias de marketing e, consequentemente, comunicação de marketing. Eles apontam três benefícios básicos gerados: (i) perfil do cliente que dá a direção ao marketing; (ii) segmentação dos clientes para encontrar os clientes mais lucrativos; e (iii) a renda adicional que pode ser alcançada por meio de listas. Os autores ainda afirmam: “A segmentação é a chave para a estratégia de marketing em mercados atuais, mas também é fundamental para se entender mercados futuros” (p. 49). Além das variáveis demográficas, Engel et al. (2000) apontam variáveis como personalidade, valores e estilos de vida. Eles afirmam que a comunicação de marketing deve ser relevante ao máximo possível de variáveis individuais do consumidor. Wulf e Odekerken-Schöder (2003) afirmam que quanto mais intensa a comunicação entre comprador – vendedor, maior a probabilidade de descobrir comportamentos que resultem lucros e mais previsível se torna o comportamento de ambas as partes, encorajando em ambos sentimentos de confiança. Engel et al. (2000) concordam com as afirmações acima e mencionam que entender e medir a necessidade do consumidor é fundamental para influenciar o seu comportamento. Segundo os autores, várias abordagens metodológicas são possíveis: (i) perguntas em escalas sobre atividades, interesses e opiniões (AIO – activity, interest, opinion); (ii) métodos de pesquisa de motivação (entrevistas dirigidas em profundidade e testes projetivos); (iii) grupos de discussão; (iv) pesquisa qualitativa e (v) etnografia. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 23 Nesse contexto, Engel et al. (2000) destacam que a propaganda é crucial no reforço do comportamento de compra, promovendo a fidelização dos consumidores. A esse respeito, os autores afirmam: [...] uma marca que é reconhecida no ponto-de-venda tem maior probabilidade de ser experimentada. Desta maneira, a participação de mercado é normalmente ditada mais pela vitória na batalha de reconhecimento publicitário do que por outra coisa. Amostragem em pontos-de-venda, displays, cupons e outros dispositivos pesados também podem ser eficazes para provocar uma troca de marca (p.103). Engel et al. (2000) complementam as ideias acima revelando que os consumidores altamente envolvidos por fatores pessoais, do produto ou situacionais, são mais influenciados pelos apelos de propaganda e promoção. Contudo, para os consumidores que têm baixo envolvimento, existem aspectos especiais nas mensagens publicitárias que são influenciadores. Para esses consumidores, os autores afirmam que a propaganda integrada à exibição no ponto de venda são cruciais para motivar a compra, e isso reforça o princípio da comunicação integrada de marketing. Quanto mais dados sobre o consumidor se analisam, melhor será a concepção e desenvolvimento da comunicação de marketing. Análises mais aprofundadas permitem aos profissionais de marketing a compreensão dos estilos de vida dos consumidores, essenciais para uma comunicação mais eficiente com as pessoas de um segmento. Dependendo do segmento, a comunicação deverá enfatizar elementos do estilo de vida ao invés de atributos do produto ou serviço e podem utilizar celebridades na comunicação de marketing de renome no segmento-alvo. Além das variáveis do comportamento do consumidor, existem as variáveis da própria comunicação de marketing que devem ser gerenciadas a fim de otimizar os resultados pretendidos. Lowrey et al. (2001) e Englis e Solomon (1996) sugerem que a comunicação de marketing será mais eficaz na medida que suas mensagens conterem elementos da constelação de consumo do mercado-alvo. Segundo os autores, a constelação de consumo é representada pelos produtos e serviços periféricos àqueles que estão sendo considerados para a compra e que confirmam uma posição socioeconômica da pessoa ou atendam a uma aspiração particular. Para os autores, os consumidores respondem mais prontamente a mensagens que contêm elementos da sua constelação de produtos, portanto isso potencializa os resultados da comunicação. Além do conteúdo das mensagens, a gestão das promoções também é crucial na influência do comportamento dos consumidores. De acordo com Engel et al. (2000), os índices de recompra são mais baixos de uma compra promocional do que de uma compra não promocional. As promoções de vendas podem habituar aos consumidores a recomprar apenas quando são oferecidas novas promoções. Essa situação deixa margem para se realizar incentivos múltiplos, fazendo com que os consumidores comprem sucessivamente, organizando promoções sucessivas e distribuídas durante o ano. Porém, os autores alertam para o fato de estar se gastando dinheiro e esforços desnecessários com promoções de vendas, quando os consumidores consumiriam seus produtos ou serviços, mesmo sem promoções. Fazendo um paralelo entre os dois modelos apresentados acima (Estágios de resposta: KOTLER, 2000 e processo decisório de compra: ENGEL et al., 2000) pode-se determinar que a comunicação de marketing 24 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância permeia todo o processo de decisão de compra dos consumidores. A Figura 2 promove a relação dos dois modelos, para entendimento da influência da comunicação no comportamento dos consumidores. Figura 2: Modelo do processo decisório de compra e modelo de estágio de resposta do consumidor à comunicação de marketing Fonte: Adaptado de Kotler (2000, p. 575) e Engel et al. (2000, p. 86). Churchill (2008) ressalta que os profissionais de marketing esperam que os consumidores respondam as mensagens de comunicação comprando os produtos. Para isso, a comunicação precisa influenciar os clientes. Essa influência pode ocorrer por meio da atenção, interesse, desejo e ação despertados nos clientes. A comunicação criada pelos profissionais de marketing precisa destacar-se das demais mensagens para que o consumidor possa prestar atenção nela. Desse modo, os profissionais que dirije suas mensagens para o público-alvo definido corretamente, têm mais chance de prender a atenção deles. Em geral, a comunicação visa gerar interesse na organização de/e em seus produtos e marcas. “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (Paulo – I Carta aos Coríntios, 13 1). 1 Bíblia Sagrada. São Paulo: Edições Loyola, 2002. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS A ciência da comunicação é fundamental para entender as relações mercadológicas. Não há mercado sem comunicação. Indivíduos e organizações dependem da comunicação para realizar trocas que satisfaçam suas metas. O processo de comunicação é universal. O modelo com seis elementos de Jakobson (1970) é o mais difundido na literatura. Emissor, codificação, meio, mensagem, decodificação e receptor são encontrados em todas as formas de comunicação. Para gerir a comunicação mercadológica é fundamental a compreensão e análise desse modelo. Mesmo diante das mudanças tecnológicas ele se faz atual. Os meios de comunicação devem ser encarados como extensões dos indivíduos e organizações no mercado. O relacionamento mercadológico é criado e mantido pela comunicação, logo ela deve ser sincera e empática. ATIVIDADE DE AUTOESTUDO As questões, a seguir, podem ser pesquisadas na internet. 1)De acordo com Jakobson (1970) “o ato de comunicação é composto por seis elementos: (i) emissor (ou remetente); (ii) receptor (ou destinatário); (iii) mensagem; (iv) contexto (ou referente); (v) código e (vi) canal”. Quais canais (meios) de comunicação veiculam uma mensagem para o maior número de pessoas ao mesmo tempo? Cite um exemplo. 2) Quais meios de comunicação são mais eficazes para se comunicar com pequenos grupos de pessoas? 3) Como se processam os estágios de resposta do consumidor? 4) Como o trecho da Carta de Paulo pode se relacionar a empresas e clientes interagindo? 5) Quais impactos as novas tecnologias estão causando sobre o comportamento de consumidores, empresas e demais organizações? 26 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância A EVOLUÇÃO DAS COMUNICAÇÕES NO MUNDO2 Iniciamos o século XXI com o avanço das telecomunicações, que nos últimos anos apresentam um salto evolutivo muito além de qualquer previsão... A microeletrônica criou o Chip com dezenas de milhões de transistores e a digitalização deu às telecomunicações a mesma linguagem dos computadores. Nasceram as redes de computadores e, entre elas, a de maior impacto na vida das pessoas: a Internet... A humanidade assistiu ao longo do século XX várias evoluções tecnológicas que permitiram a conquista do espaço. Os satélites de telecomunicações são, talvez, os maiores frutos dessa conquista. Além de permitirem a retransmissão de programas da televisão educativa e comercial, eles abriram novas perspectivas para a comunicação telefônica, a transmissão de dados, fax internet e muitos outros serviços especializados. Com a introdução de satélites de baixa órbita (os chamados LEOS - abreviatura de Low Earth Orbtit Satellite), que são menores e mais econômicos, estava decretada a revolução da comunicação móvel via telefone celular. Afibraópticaéoutrainovaçãorevolucionária.SurgidanofinaldoséculoXX,essatecnologiadainformação permite a transmissão rápida e simultânea de milhares de chamadas telefônicas e dezenas de imagem por um filamentodevidro,sílica,náilonousiliconedealtíssimatransparênciaedaespessuradeumfiodecabelohumano (no seu interior circulam correntes pulsantes de luz laser). Para se ter uma idéia de seu impacto, um cabo de fibraópticapodesubstituiratémilcaboscoaxiaisdecobre. O desenvolvimento da tecnologia permitiu a digitalização de todas as formas de comunicação como voz, dados, imagem,transformadosembits,quesignificaamenorunidadedeinformação,levandoàconvergênciadesons, dados e imagem tratados em conjunto pelo computador, originando a multimídia e a realidade virtual. 2 SIEMENS. A evolução das comunicações no mundo. 2011. Disponível em: <http://www.siemens.com.br/templates/coluna1. aspx?channel=2933>. Acesso em: 25 maio 2011. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 27 UNIDADE II ELEMENTOS E FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira Objetivos de Aprendizagem • Identificar elementos e ferramentas da comunicação de marketing. • Analisar as características de cada elemento e ferramenta. • Comparar a utilidade de cada elemento e ferramenta. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Elementos do Composto de Comunicação • Propaganda • Promoção de Vendas • Venda Pessoal • Relações Públicas e Publicidade • Ferramentas do Composto de Comunicação INTRODUÇÃO Qualquer atividade profissional conta com um conjunto de técnicas e ferramentas. Na gestão da comunicação de marketing todas as mídias e formas de comunicação compõem o seu “arsenal” de trabalho. A título de esclarecimento, as formas e mídias também serão chamadas, a partir deste, ponto por elementos e ferramentas, pois na literatura em geral são tratadas assim. Antes de iniciar esta unidade é interessante definir e conceituar os elementos e ferramentas. Ferramentas são todos os veículos de comunicação, ou seja, qualquer espaço físico ou virtual em que informações são transmitidas. Existem veículos de massa e outros mais direcionados. Exemplos dos veículos de massa são: televisão, rádio, outdoor, revistas, jornais, internet etc. Exemplos dos outros: visita de representante, apresentação de vendedor no ponto de venda, promotora distribuindo amostras da marca etc. Os elementos são as diversas técnicas empregadas no processo de comunicação. Esse processo pode ser realizado de diversas formas e propósitos. Com forma e propósito, a comunicação se caracteriza como propaganda, merchandising, marketing direto, promoção de vendas, venda pessoal, publicidade etc. Um paradigma importante na gestão dos elementos e ferramentas é que todos os envolvidos com as atividades e negócios das organizações são veiculadores de informações. Portanto, é fundamental gerenciar e acompanhar toda e qualquer forma que as informações circulam. Seja a propaganda na televisão, o atendimento no ponto de venda, os diálogos com os diversos públicos envolvidos etc. Outro paradigma é a eficácia que cada elemento e ferramenta oferecem. Conhecer cada uma das ferramentas e elementos da comunicação é fundamental para obter o máximo de cada uma delas, inclusive as diferentes combinações entre elas. ELEMENTOS DO COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO Churchill (2008) explica que os profissionais de marketing devem analisar qual composto de marketing é mais eficiente para fazer com que a mensagem seja compreendida pelos consumidores. Devem levar em consideração as vantagens e desvantagens de cada tipo de comunicação. A comunicação realizada na televisão possui alto custo, e as respostas são difíceis de avaliar. Já a comunicação impressa é mais barato, porém, às vezes, não se tem um público a ser atingido. O composto de comunicação, de maneira geral, combina quatro diferentes elementos para criar a estratégia da comunicação de marketing: (i) propaganda; (ii) venda pessoal; (iii) promoção de vendas e (iv) publicidade (CHURCHILL, 2003; DIAS, 2003; COBRA, 2003; IKEDA e CRESCITELLI, 2002; KOTLER, 2000 e GRÖNROOS, 1993). Há pequenas diferenciações entre os autores, como se observa a seguir na descrição dos elementos do composto de comunicação de Dias (2003): As atividades que integram o composto de comunicação de marketing são as seguintes: propaganda; promoção de vendas; vendas; marketing direto, relações públicas, publicidade ou assessoria de imprensa; promoção de eventos; merchandising e comunicação no ponto de venda; atendimento ao cliente; comunicação pela internet; embalagem (p.273). GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 31 Além dos exemplos acima, verificam-se ainda outras combinações, porém para este livro adotar-se-á a definição de Churchill (2003). Sobre a visão desse autor, pode se complementar que: (i) o elemento propaganda engloba o marketing direto, o merchandising, a divulgação pela internet e a embalagem; (ii) a publicidade engloba relações públicas e assessoria de imprensa, e (iii) a promoção de vendas engloba promoção de eventos. Fonte: PHOTOS.COM PROPAGANDA A propaganda é qualquer anúncio ou comunicação veiculada em meios de comunicação de massa, durante um determinado período e espaço pago ou doado por indivíduos, companhias ou organizações. Após decidir como ela se encaixa no composto de comunicação, os profissionais de marketing definem quais tipos de mídia usar. O próximo passo é escolher quais mensagens serão enviadas. Para Kotler (2000), existem diversos tipos de propaganda. Ele cita algumas qualidades como a apresentação pública, que explica a legitimidade da propaganda com o produto. Como muitas recebem a mesma mensagem, os motivos para a compra serão compreendidos publicamente, o que depende de cada pessoa. A penetração da propaganda tem relação e depende de quanto a mensagem é repetida. Com essas repetições, os consumidores podem comparar a mensagem recebida com a dos seus clientes. Propagandas repetidas têm maior possibilidade de demonstrar o poder e o sucesso do fornecedor. Outra qualidade é o aumento da expressividade. A propaganda consegue demonstrar durante as cenas, imagens da empresa por meio do som ou da cor. E, por último, a impessoalidade da propaganda. Ela é um monólogo, e por isso o público não se sente obrigado a prestar atenção nem a respondê-la. Esta característica normalmente é vista como uma deficiência dessa forma de comunicação. Em geral, a propaganda pode ser utilizada para demonstrar uma imagem duradoura de um produto, ou então estimular as vendas rápidas. Ela tem o poder de alcançar todos os compradores, mesmo os dispersos geograficamente. Algumas propagandas, para serem anunciadas, exigem um orçamento maior 32 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância do que as demais. Algumas conseguem afetar as vendas simplesmente pela repetição. Essas podem fazer com que os consumidores acreditem que oferece um preço melhor do que os demais. Kotler (2000) ainda cita três meios de propagandas que podem ser considerados novos. Os informes publicitários, que são anúncios impressos com conteúdos editoriais parecidos com os jornais. Os infomerciais são comerciais de trinta minutos que parecem programas. Eles são feitos para demonstrar ou discutir o produto. Nele, os telespectadores telefonam e encomendam o produto. E os banners que são pequenos anúncios em páginas da internet, que anunciam produtos. Esses podem ser comprados apenas clicando no banner. Para Urdan (2006), a propaganda é um meio de comunicação pago que pode ser transmitido por mídia interativa de massa ou interativa eletrônica. A empresa que emite a propaganda paga pelo uso do canal de distribuição e costuma contratar terceiros como canais. Ela é considerada impessoal porque o receptor tem contato com o meio de comunicação e não com o anunciante. De acordo com Limeira (2006), a propaganda é uma comunicação impessoal, paga por um patrocinador, que transmite uma mensagem ao público-alvo. Ela visa criar uma imagem e estimular a compra do produto. Integra o composto de comunicação de marketing e busca criar para o público a imagem da marca. O plano de propaganda é responsabilidade do gerente de marketing e faz parte do plano de comunicação. Ele é composto pela situação em que se encontra o mercado da marca, os objetivos da propaganda, o público-alvo, a estratégia de conteúdo e de mídia, o orçamento e o meio de avaliação dos resultados. Limeira (2006) ainda explica alguns tipos de propagandas, como a de marca ou produto, que cria e divulga a imagem de um produto ou marca. Propaganda de lançamento do produto visa criar um conhecimento da marca rápida para estimular o consumidor a experimentar o produto. Ela deve ter grande impacto e cobertura de mercado para conseguir o crescimento de vendas. A propaganda de sustentação de produto, também chamada promoção, busca aumentar ou sustentar os níveis de venda de uma marca, manter a lembrança dela e estimular a repetição de compra. A propaganda institucional promove o nome, as imagens, os profissionais e as iniciativas de uma empresa, organização ou setor de atividades. Já a propaganda comparativa, compara as qualidades e os benefícios de uma marca com os demais. A propaganda comparativa ocorre quando os fabricantes e as redes de lojas varejista, juntas, patrocinam a propaganda de produtos, visando aumentar o fluxo de pessoas e as vendas. Pode ocorrer também propaganda cooperada entre dois fabricantes. A propaganda promocional difunde a promoção de venda de um produto. A propaganda de categoria é realizada por uma associação de fabricantes, que busca estimular a demanda de um produto. Esse tipo de propaganda é assinado pela associação e não por um só fabricante. A propaganda de proteção ou defesa é realizada por empresas e outras organizações que buscam um ponto de vista sobre um assunto social, político ou econômico. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 33 Limeira (2006) informa que os objetivos da propaganda devem ser estabelecidos antes de iniciar o desenvolvimento do plano de promoção. Esses planos de campanhas diferem uns dos outros. Uma campanha de lançamento do produto não terá os mesmos objetivos que uma campanha de sustentação. A propaganda eficaz deve diferenciar o produto em relação aos seus concorrentes, criar uma personalidade diferenciada para a marca e demonstrar que os benefícios são realmente alcançados. A estratégia do conteúdo dessas propagandas é criada pelos profissionais de marketing que buscam oferecer uma propaganda capaz de gerar atenção, interesse, desejo e ação do público (modelo AIDA). O conteúdo da propaganda deve conter o valor definido para o público, os benefícios oferecidos pelo produto, o tom da mensagem é a justificativa desses benefícios Depois da definição do conteúdo da propaganda, a agência de propaganda contratada elabora as mensagens a serem comunicadas e os anúncios. Esses passos são chamados de conceito criativo e execução criativa. O merchandising, outro tipo de propaganda, assume no Brasil duas formas. A primeira é a propaganda no ponto de venda (PDV). Qualquer forma de destacar um produto, serviço ou marca no PDV pode ser considerado um merchandising. Banners, réguas de gôndola, ilhas de exposição e qualquer outra forma de destacar-se no PDV são as ferramentas deste elemento. A segunda forma desse elemento é a divulgação de um produto, serviço ou marca durante um programa de televisão, rádio ou equivalente. A principal característica é que o anúncio ou propaganda não é feita nos espaços ou intervalos comerciais, o que aumenta as chances de impacto. Limeira (2006) refere ao merchandising ou comunicação no ponto de venda, como o conjunto da comunicação, promoção, demonstração e exposição do produto, buscando estimular as vendas. Ele utiliza a exposição do produto em stands ou prateleiras, a comunicação em folhetos e promoções, como demonstradores e\ou degustadores. Para novos produtos o merchandising é muito utilizado para influenciar a compra desses produtos. Já os produtos alimentícios a degustação facilita, pois ocorre a experimentação dos produtos. E para os produtos eletrônicos podem esclarecer dúvidas ou influenciar a decisão por alguma marca. Marketing direto, a última forma de propaganda deste livro, é utilizado quando se objetiva uma resposta imediata de indivíduos ou organizações. São utilizados um ou mais meios de comunicação para atingir o receptor onde ele estiver. Essa técnica apela para que o cliente solicite informações ou peça o produto. Ele faz uso de banco de dados no qual armazena informações sobre clientes potenciais e atuais, onde escolhem os melhores nomes para realizar campanhas. Também armazena resultados de campanhas realizadas. As compras realizadas mediante o marketing direto são mais imediatas e é mais fácil descobrir o que motivou o comprador. Kotler (2008) explica que o marketing direto possui características únicas. A mensagem, em geral, é destinada a uma única pessoa e a mensagem é especialmente para esta pessoa. As mensagens podem ser alteradas conforme a necessidade, pois o marketing direto é interativo. E, por último, ele é sempre atualizado e as mensagens podem ser compostas rapidamente. 34 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância PROMOÇÃO DE VENDAS Para Costa (2003), Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2002) e Kotler (2000), promoção de vendas é o conjunto de ferramentas e incentivos que criam e estimulam o aumento da demanda no curto prazo. Segundo os autores, a promoção de vendas pode ser realizada entre as empresas, dentro das empresas e para os consumidores finais. Entre as ferramentas mais utilizadas, os autores citam concursos, brindes, clubes de consumo, premiações, sorteios, cupons, eventos, amostras grátis, exposições, descontos e liquidações. De acordo com Costa (2003), promoção de vendas age em dois campos na comunicação de marketing: (i) estimulando diretamente a compra do produto ou contratação do serviço e (ii) auxiliando na divulgação e na formação ou sustentação da imagem da empresa, produto ou serviço Os autores afirmam que da mesma forma que a propaganda, ao se planejar e desenvolver a promoção de vendas se deve estabelecer objetivos claros e factíveis, definir o público-alvo, definir o orçamento, escolher as ferramentas mais adequadas, executar, avaliar e implementar. De acordo com Kotler (2000), a promoção de vendas oferece basicamente três benefícios. O primeiro é que chama a atenção dos consumidores, o que favorece as vendas. O segundo é o que fornece um estímulo à compra, oferecendo descontos ou brindes e, por último, são como convites especiais para a aquisição imediata. As empresas utilizam essas promoções como forma de atrair rapidamente o comprador, ou para obter efeito de prazo curto, como para lançar um produto. Para Urdan (2006), a promoção de vendas são atividades que acrescentam valor e incentivam a compra. Na promoção, a empresa oferece um motivo adicional para o cliente comprar o produto. Elas são direcionadas ao consumidor final e aos intermediários. Utilizada durante períodos limitados, pois seu uso contínuo traz risco ao produto, podendo afastar os consumidores que estariam dispostos a pagar o preço normal. Limeira (2006) cita a promoção de vendas como oferta de incentivo imediato. Essas ofertas possuem um patrocinador identificado, que busca estimular a experimentação e a compra do produto. Esses estímulos podem ocorrer com ou sem o apoio de propagandas. Fonte: PHOTOS.COM A promoção é, em geral, utilizada como complemento de outros elementos. É especialmente usada quando um produto encontra-se na maturidade durante o seu ciclo de vida. Isso porque serve como estímulo adicional à compra desse produto, e para bloquear a entrada de concorrentes no ramo. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 35 Quando as promoções são direcionadas ao consumidor, elas buscam atingir sua decisão de compra imediatamente. Pode ser descrito como promoção de vendas o uso de amostra grátis, que são pequenas amostras dos produtos oferecidas aos consumidores para que possam experimentar o produto e firmar suas opiniões. Os cupons de desconto são os mais utilizados no campo da promoção e oferecem redução no preço, o que é eficaz para clientes sensíveis ao preço. As ofertas especiais são incentivos para que os consumidores comprem determinados produtos. Em geral, visam aumentar as vendas realizadas por impulso ou aumentar a quantidade de pessoas na loja. Essas ofertas chamam a atenção por oferecer uma maior quantidade de produtos pelo mesmo preço. Os chamados brindes são produtos grátis ou de preço baixo. Devem ser atraentes e custar menos do que a unidade do produto. Os concursos também são promoções muito utilizadas para estimular a concorrencial entre os participantes, e é uma promoção regulada por legislação específica. E, por último, o sorteio, que também é regulado por legislação específica. Ocorre quando o consumidor envia, por exemplo, o comprovante de compra e participa de um sorteio concorrendo a um prêmio. Limeira (2006) acrescenta que o canal de venda também realiza promoções. Elas são dirigidas aos intermediários com o objetivo de aumentar a demanda do canal e reforçar a imagem dos produtos ou mesmo dos fabricantes. A bonificação em produtos oferece produtos grátis em troca de metas atingidas. Pode também reduzir o preço de venda do produto ao canal, com objetivo de aumentar as vendas, o que é chamado de desconto no preço de venda. Já o desconto no preço de venda ao consumidor é quando o preço final cai para os consumidores. O objetivo nesse é aumentar o giro de vendas. Já os prêmios podem ser oferecidos em produtos ou em valor monetário para aqueles vendedores que atingirem suas metas de vendas. Os serviços adicionais são aqueles acrescentados sem custo ao canal de venda. Buscam valorizar o produto no local de distribuição para que suas vendas aumentem. Além dos intermediários e consumidores, as promoções de vendas podem ser utilizadas internamente com os funcionários. Um exemplo são as premiações para os vendedores que mais se destacarem em vendas, margem de lucros, clientes abertos etc. Não só os vendedores podem participar de promoções internas. Entregadores, promotoras e demais funcionários podem ser estimulados para atingir melhores resultados em suas atribuições com prêmios em dinheiro, viagens, produtos etc. Outras ferramentas podem ser caracterizadas como promoção de vendas. Na verdade, qualquer estímulo que gere demanda pode ser enquadrada como promoção. Ferracciu (2002) apresenta mais de cinquenta tipos de promoção de vendas voltados para funcionários, intermediários e consumidores. VENDA PESSOAL Venda pessoal, segundo Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2003) e Kotler (2003), é uma comunicação de caráter pessoal que permite uma forte interação direta entre consumidor e organização. 36 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Para os autores, esse tipo de comunicação exige altos investimentos e tem maior retorno à medida que os produtos e os serviços se tornem mais complexos e de preços mais elevados. Para Cobra (1994), cada tipo de negócio exige conceber e desenvolver uma administração de venda pessoal adequada. Os departamentos comerciais das empresas são os principais agentes na captação de recursos. Não há empresa sem atividade de vendas. Outras organizações governamentais e não governamentais podem não apresentar atividade em vendas, contudo, sempre estabelecendo trocas e organizando relacionamentos com os vários públicos com quem interage. As principais características estudadas nas atividades de vendas são o perfil psicológico, planejamento, negociação e pesquisa. O estudo do perfil levanta questões sobre introversão e extroversão, liderança e análise entre outras. As referências que mais têm publicações sobre gestão de empresas são planejamento. Pesquisa também apresenta uma grande gama de autores de livros. Os esforços e estratégias de vendas são mensuráveis com boa precisão. É preciso criar e manter registros das ações e ideias desenvolvidas na organização. Relatório de vendas, visitas, novos clientes, opinião dos clientes e outros mais formam a gama de indicadores fundamentais para a gestão de vendas. Referente a um outro elemento do composto de marketing citado por Churchill (2008), a venda pessoal e a venda com interação pessoal com o cliente, pode ser face a face, por telefone, ou computador. Quando é realizado por interação direta ou pessoal, a venda permite que o vendedor receba um feedback do consumidor imediatamente, podendo este modificar a comunicação para que seja satisfeita a necessidade do cliente. Para Urdan (2006), a venda pessoal é quando o vendedor remunerado pela empresa forneceu informações do produto e intervém na decisão de compra. Ele cita que a venda pessoal é importante no marketing. E, ainda, que as empresas precisam do trabalho do pessoal de vendas, porém estes devem ser bem treinados e bem informados. Para Kotler (2000), é especialmente utilizada para aumentar a preferência e levar o consumidor à compra. Possuem três características distintas, a primeira é a interação pessoal, em que as vendas ocorrem num relacionamento imediato e interativo e as pessoas podem ver as reações umas das outras. O aprofundamento, quando as vendas pessoais permitem que surja uma amizade entre o vendedor e o comprador. Nesses casos, os vendedores acabam conhecendo todos os gostos dos clientes. E a resposta, onde o consumidor se sente obrigado a comprar o produto após ouvir as informações e argumentações do vendedor. RELAÇÕES PÚBLICAS E PUBLICIDADE Conforme afirmam Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2003) e Kotler (2003), esses elementos têm um aspecto menos comercial entre todos os outros. Relações públicas e publicidade, segundo os autores, buscam estabelecer uma imagem positiva para os públicos que interagem ou estão envolvidos com a organização e seus processos. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 37 Basicamente, os autores apontam dois tipos de públicos, o interno e o externo. Compondo o público interno, eles consideram os funcionários, proprietários ou acionistas da organização. O público externo é mais abrangente, sendo composto por consumidores diretos e demais integrantes da sociedade. Tanto no caso do público interno como externo, é comum a utilização de segmentações, conforme a relevância que cada grupo representa para os negócios da organização. Os autores apontam os seminários, os patrocínios, a assessoria de imprensa, doações, lobbies e relações com a comunidade como suas principais ferramentas. Pelo caráter menos comercial, os autores também apontam esses elementos como o que gera mais confiabilidade nas informações divulgadas ao consumidores. Os profissionais de marketing não possuem total controle sobre o que é apresentado nos noticiários e demais veículos de comunicação. A mídia pode modificar algum contexto das entrevistas e publicá-las. Isso pode gerar confusão sobre a empresa e seus produtos em relação aos clientes, que ficam propensos a crer que as informações são verdadeiras. Para Limeira (2006), a publicidade é a forma que a empresa utiliza para divulgar seus produtos, por meio da mídia. A assessoria de comunicação busca manter um relacionamento positivo com os representantes dos meios de comunicação. Isso promove uma visão favorável à marca e ao produto. Esses assessores criam textos informativos que são encaminhados para a mídia com o objetivo de divulgação para o público. O papel da assessoria é importante, pois o público exige cada vez mais transparência das empresas. Ela consegue influenciar a decisão dos consumidores no momento da compra. O autor ainda cita as relações públicas, que é um conjunto de informações que a empresa utiliza para se comunicar com outros públicos. Estes podem estar ligados à empresa direta ou indiretamente. O objetivo é criar uma imagem positiva da empresa frente aos consumidores. A distribuição de informações por meio das relações públicas de uma empresa ocorre para informar as iniciativas da empresa, as atividades culturais, sociais e esportivas e a participação de eventos realizados pelo governo ou órgãos sociais. FERRAMENTAS Nesta parte será apresentada uma gama de meios de comunicação, também chamados de mídias (do inglês: medias): jornal, revista, cinema, televisão, rádio, outdoor, telefone, internet, vendedor, promotor etc. O termo mídia representa qualquer espaço, físico ou virtual, onde se veiculam mensagens comerciais e não comerciais. Esses meios podem se estruturar desde dois indivíduos até dois bilhões. Exemplos: um vendedor atendendo um consumidor e a transmissão por televisão do casamento real britânico do príncipe William e Kate Middleton para 2 bilhões de pessoas3. Cada mídia apresenta uma eficácia particular. As combinações possíveis entre elementos (propaganda, publicidade, promoção de vendas, vendas pessoais etc.) e mídias são muitas. Na hora de compor as estratégias comunicacionais de uma organização é importante conhecer muito bem os ambientes interno e externo. À medida que a experiência com as ferramentas aumenta, promove-se um aperfeiçoamento na gestão. 3 <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110429_casamento_audiencia_rw.shtml>. Acesso em: 05 jun. 2011. 38 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 4 FARMACÊUTICO 11 12 0 0 7 - 85.807 55 4.756 - - 0 TOTAL 26 1 5 TABACO AGROPECUÁRIA 25 1 0 - CASA E DECORAÇÃO 24 67 800 - BENS E SERVIÇOS INDUSTRIAIS 23 0 29 MULTISSETORIAL 22 123 0 INTERNET PRODUTOS DE USO PESSOAL 21 40 - 0 ESCRITÓRIO E PAPELARIA BRINQUEDOS E ACESSÓRIOS 20 - 213 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 % 28 CONSTRUÇÃO E ACABAMENTO 19 54 1.582 655 757 408 533 627 3.733 4.673 4.396 5.213 20.408 9.681 10.885 4.417 10.605 1.118 CINEMA 27 INFORMÁTICA SORTEIOS LOTERIAS E CASAS JOGO 18 MÍDIA MERCADO IMOBILIÁRIO 10 17 ALIMENTAÇÃO 9 ELETROELETRÔNICOS SERVIÇOS PÚBLICOS E SOCIAIS 8 PETROLEIRO E COMBUSTÍVEIS CULTURA LAZER ESPORTE TURISMO 7 16 TELECOMUNICAÇÕES 6 15 BEBIDAS 5 HIGIENE DOMÉSTICA MERCADO FINANCEIRO E SEGUROS 4 VESTUÁRIO E TÊXTIL HIGIENE PESSOAL E BELEZA 3 14 VEÍCULOS PEÇAS E ACESSÓRIOS 2 13 COMÉRCIO VAREJO SERVIÇOS AO CONSUMIDOR 1 Setor Posição 888.383 - 1.008 2.839 5.704 1.439 1.989 18.617 1.952 495 6.825 238 85.495 56.552 28.548 10.576 10.606 3.492 5.044 9 35.178 9.055 33.888 110.151 77.069 157.257 67.295 88.265 66.946 1.851 INDOOR 3 - 4 4 8 2 2 18 2 0 5 0 39 25 12 3 2 1 1 - 4 1 3 9 5 8 3 4 3 0 % 3.360.761 415 770 8.251 2.974 4.110 11.999 23.783 6.323 294 7.448 5.767 21.270 6.380 10.284 16.513 11.056 2.297 5.775 526.034 10.715 56.247 319.613 78.783 23.355 105.181 15.080 461.352 355.435 1.263.255 JORNAL 13 21 3 12 4 6 14 23 6 0 5 4 10 3 4 4 2 0 1 69 1 5 27 7 1 5 1 19 14 21 % 390.969 - - 201 - 3 1.240 675 999 - 5.072 2.234 2 2.038 766 306 8.632 6.941 2.481 2.548 7.968 23.080 45.745 35.762 23.341 15.956 16.819 5.656 97.285 85.216 MOB.URB. 2 - - 0 - - 1 1 1 - 3 1 - 1 0 0 2 1 0 0 1 2 4 3 1 1 1 0 4 1 % 121.566 - - 80 211 385 291 237 151 17 422 6 204 2.359 51 161 7.221 174 315 7.496 1.212 2.987 9.468 8.573 3.890 1.712 2.392 1.186 42.993 27.373 OUTDOOR 0 - - 0 0 1 0 0 0 0 0 - 0 1 0 0 2 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 2 0 % 1.093.664 647 3.345 3.442 955 6.378 4.884 2.266 105 145 33.023 7.466 15.763 8.574 4.949 13.355 3.435 6.270 84.492 8.655 16.472 60.134 113.159 45.084 26.010 123.021 32.602 58.862 165.899 244.270 RÁDIO 4 33 15 5 1 9 6 2 0 0 22 5 7 4 2 4 1 1 13 1 2 5 10 4 2 6 2 2 7 4 % 2.186.932 206 4.851 9.572 11.472 29.116 19.626 6.440 71.079 1.869 27.107 100 50.480 8.475 38.311 23.358 234.259 20.549 36.966 40.432 61.896 29.024 137.852 80.852 55.099 159.717 241.763 284.510 206.031 295.919 REVISTA Investimento Publicitário por setor econômico/ por meio em 2010 (em R$ mil) 9 10 21 14 16 39 23 6 67 1 18 0 23 4 16 6 51 3 6 5 6 3 12 7 4 8 12 12 8 5 % 16.627.373 422 10.817 21.844 47.324 31.104 42.352 45.916 22.627 86.704 67.435 139.609 32.303 109.441 125.207 282.695 167.800 533.547 494.143 172.137 795.536 941.422 479.035 773.042 1.297.174 1.364.669 1.539.189 1.399.273 1.464.612 4.139.994 TV 65 21 47 31 67 42 50 44 21 65 45 87 15 48 54 76 37 85 76 23 82 83 41 65 83 67 74 57 60 68 % 926.934 283 2.221 18.881 1.844 1.351 1.856 4.581 3.287 44.044 3.742 5.137 12.486 34.339 23.185 24.602 13.197 50.739 21.017 3.902 38.366 7.841 28.900 56.240 42.688 105.436 148.825 136.430 50.291 41.224 TV PAGA 4 14 10 27 3 2 2 4 3 33 2 3 6 15 10 7 3 8 3 1 4 1 2 5 3 5 7 6 2 1 % 2010 25.682.388 1.974 23.067 69.866 70.483 73.888 84.242 103.315 106.590 133.690 151.115 160.557 218.216 228.212 232.885 372.221 456.964 624.418 650.766 761.841 971.075 1.134.464 1.172.057 1.193.701 1.569.033 2.042.628 2.074.851 2.439.952 2.460.096 6.100.220 2009 21.766.754 343 14.233 199.593 68.001 63.569 113.929 89.662 104.029 94.648 76.980 121.373 138.337 156.685 161.377 298.841 372.861 467.296 606.946 598.949 912.047 1.187.572 1.060.100 1.034.855 1.182.326 1.658.910 1.595.231 1.787.122 2.067.469 5.533.472 18 476 62 -65 4 16 -26 15 2 41 96 32 58 46 44 25 23 34 7 27 6 -4 11 15 33 23 30 37 19 10 Var.% Para se entender melhor o uso das mídias é importante pensar sistemicamente. Cada setor da economia tem sua própria forma de gerir a comunicação. A seguir, os principais números sobre investimentos em mídias em 2010: Tabela 1 – Investimento por setor econômico 2010 Fonte: Meio e Mensagem (2011)4 . <http://www.meioemensagem.com.br/home/indicadores/lista/investimento-setor-economico.html>. Acesso em: 03 jun. 2011. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 39 Os resultados da Tabela 2 apresentam a progressão dos investimentos em mídias. Seus dados identificam os percentuais de seis grandes mídias no mercado. No Brasil, o alto investimento em televisão pode ser justificado pelo baixo nível de letramento de sua população. Tabela 2 – Investimentos em meios de comunicação em 2009 e 2010 Meio jul. a dez. 2010 Investimento R$ (000) jul. a dez. 2009 Part.% Investimento R$ (000) Part.% Total 40.611.657 100 35.922.869 100 TV 20.883.898 51 18.486.479 51 Jornal 8.633.814 21 8.132.175 23 Revista 3.654.147 9 3.384.594 9 TV assinatura 3.545.189 9 3.033.983 8 Internet 1.804.583 4 1.074.181 3 Rádio 1.594.740 4 1.550.339 4 Cinema 226.243 1 213.449 1 Mobiliário urbano 189.199 0 79.843 0 Outdoor - 47.670 0 Fonte: Ibope (2011)5 . A seguir, serão apresentados (Tabela 3) os resultados da pesquisa da Meio e Mensagem sobre os atributos mais importantes para jornal, TV aberta, revista, rádio e TV por assinatura. As opiniões foram coletadas de profissionais da área. É possível observar que do meio jornal se espera mais ética, credibilidade e independência editorial. Cada meio apresenta características particularizadas em seu conjunto de atributos. Tabela 3 – Atributos mais importantes nas mídias Revista Jornal TV Rádio TV ass. Conteúdo editorial/ progr. 58.0% 44.1% 50.7% 45.4% 57.4% Credibilidade 41.1% 66.4% 29.4% 29.1% 17.5% Independência editorial 27.5% 35.3% 10.3% 10.1% 10.2% Criatividade 24.5% 6.8% 29.4% 44.3% 34.3% Eficácia 24.5% 23.1% 40.2% 34.2% 25.5% Inovação 23.5% 8.0% 22.3% 30.5% 47.8% Ética 22.3% 39.5% 32.8% 20.4% 16.1% Competência profissional 21.9% 21.5% 27.3% 25.3% 16.6% Atendimento comercial 18.8% 21.7% 22.3% 21.9% 26.2% Não respondeu 8.5% 8.6% 8.5% 8.9% 12.7% Base 579 572 564 584 577 Fonte: Meio e Mensagem (2003) 6. 5 <http://www.almanaqueibope.com.br/asp/busca_docinfo.asp?file=>. Acesso em: 03 jun. 2011. 6 <http://mmimg.meioemensagem.com.br/datacenter/arquivos/pesquisa1085.pdf>. Acesso em 03/06/2011. 40 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Título original: (Door to Door) Lançamento: 2002 (Canadá, EUA) Direção: Steven Schachter Atores: William H. Macy, Kyra Sedgwick, Helen Mirren, Kathy Baker. Duração: 91 min. Gênero: Drama Ofilme“DePortaemPorta”,produzidopelaWarnerHomeVídeo,retrataahistóriarealdeBillPorter,umvendedorcomparalisiacerebralqueconseguiuosucessoprofissionalnosEstadosUnidos.Ocasoficoufamosoem todo mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Foram levantados vários elementos e ferramentas de comunicação mercadológica, também chamada por comunicação de marketing. Percebe-se que na literatura sobre o assunto existem divergências e diferenças na terminologia, contudo isso não afeta o estudo e prática. Nesta unidade foi oferecido um panorama geral das técnicas e ferramentas disponíveis no mercado. A partir do processo de comunicação se pode fazer uma série de combinações com codificações, meios e mensagens que desencadeiam todos os elementos de comunicação mercadológica. As formas e mídias apresentam características próprias e devem ser combinadas conforme os objetivos da organização. Cada elemento e ferramenta tem sua eficácia específica, portanto, quanto maior o conhecimento melhor a relação custo/benefício. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 41 Os avanços tecnológicos modificam o cenário no mercado e moldam o comportamento de consumidores e organizações. A maneira como esses agentes se comunicam no mercado interfere diretamente nos negócios e atividades ao redor do mundo. Não basta conhecer e operar os elementos e ferramentas de comunicação. Em um ciclo de mudanças tão acelerado que se encontra a sociedade pós-industrial, para gerir a comunicação mercadológica eficientemente torna-se imprescindível refletir sobre o papel de cada um deles na complexa rede de relacionamentos pessoais e organizacionais. ATIVIDADE DE AUTOESTUDO As questões, a seguir, podem ser pesquisadas na internet. 1) Explique um paradigma sobre as estratégias com elementos e ferramentas. 2) Cite 1 vantagem e 1 desvantagem de cada elemento. 3) Existem muitos meios (mídias) de comunicação, inclusive os não citados pelo livro. Apresente um não citado. 4) Qual a relação entre os altos índices de investimento em televisão e a alta porcentagem de analfabetos no Brasil? 5) Por que os meios de comunicação de impressa têm índices de credibilidade acima dos meios eletrônicos? 79% dos pais acham publicidade de fast food imprópria Obesidade infantil já é tratada com preocupação no Brasil 30/05/2011 - 15h11min. SãoPaulo-OProjetoCriançaeConsumo,doInstitutoAlana,encomendoupesquisaaoDatafolhaparaidentificar a opinião de pais e mães de crianças de até 11 anos sobre o impacto da publicidade de cadeias de fast food em seusfilhos.Amaioria,79%,apontouqueessetipodepublicidadeprejudicaoshábitosalimentaresdospequenos. 78% concordam que a publicidade de alimentos não saudáveis levam as crianças a pedirem aos pais pelos produtosanunciados,e76%achamqueoscomerciaisdificultamosesforçosdospaisparaeducarofilhosase alimentarem de forma mais saudável. A pesquisa foi realizada em todo o território brasileiro com 596 pessoas. Para Isabella Henriques, coordenadora do Projeto Criança e Consumo, esses dados apontam para a urgência da pauta da regulação de publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, gorduras e sódio para o público infantil. “A obesidade infantil já é uma realidade no Brasil e é preciso agir rapidamente para frear o aumento dos altos índicesdoproblemaentrecrianças.Sabemosquesóaregulaçãodaobesidadenãoserásuficienteparaisso, mas sem dúvida é uma peça fundamental, que ajudará no processo de reeducação alimentar da população de modo geral”, diz. Em 2010, a Anvisa publicou uma resolução nesse sentido, que está suspensa para as maiores empresas do setor alimentício. A Resolução nº 24 obriga as empresas a publicar junto com o comercial de seus produtos um aviso sobre eventuais problemas em caso de consumo excessivo desses alimentos. No entanto, a regra não estabelece diferença entre público infantil e adulto. 42 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Nofimdeabril,duranteeventodaOrganizaçãoMundialdeSaúde(OMS)paradebaterdoençascrônicasnão transmissíveis, a diretora geral organização, Margaret Chan, ressaltou que milhões de mortes causadas por esses problemas podem ser facilmente prevenidas com políticas públicas amplas e contundentes. O que inclui a regulação de questões cujo impacto é extremamente negativo, como é o caso da publicidade de alimentos ultraprocessados e não saudáveis para crianças e adolescentes. “Aqui está uma pergunta que eu gostaria de fazer para as indústrias de alimentos e bebidas. Será realmente que produzir, comercializar, divulgar publicidade de forma agressiva, especialmente para as crianças, de produtos que prejudicam a saúde dos seus clientes é um bom negócio?”, questionou Margaret Chan. No mundo O governo dos Estados Unidos, país ícone do junk food, lançou recentemente uma série de diretrizes para restringir a publicidade de alimentos não saudáveis direcionada ao público infantil. Estabelecidas pelo FTC (Federal Trade Commission) e mais três órgãos do governo americano, as normas mandam um recado claro para a indústria alimentícia: façam produtos mais saudáveis ou deixem de anunciá-los para crianças. A preocupação se estende para a Europa. Inglaterra e França, por exemplo, possuem regras claras para publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, gorduras e sódio – o primeiro país proíbe veiculação de comerciais em programas dirigidos para crianças e adolescentes de até 16 anos; a França veicula avisos com mensagens de atitudes saudáveis depois das publicidades desse tipo de alimento. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/79-dos-pais-acham-publicidade-de-fast-food-impropria>. Acesso em: 08 jul. 2011. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 43 UNIDADE III COMUNICAÇÃO INTEGRADA Professor Me. Paulo Alexandre de Oliveira Objetivos de Aprendizagem • Estudar os fatores-chaves na gestão da comunicação de marketing. • Analisar os métodos de gestão de comunicação. • Conhecer e refletir questões legais e éticas na comunicação mercadológica. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Objetivos da Comunicação de Marketing • Gestão de Marcas • Comunicação Integrada • Administrando Estratégias de Comunicação INTRODUÇÃO Ao longo deste livro, o pensamento sistêmico foi revelado por meio de diversas técnicas e fatores relacionados à gestão da comunicação mercadológica. Nesta unidade, serão apresentados conceitos e exemplos das práticas de gestão integrada da comunicação de marketing. Para gerir de forma sistêmica é preciso monitorar dentro e fora das organizações. Economia, política, ciência, tecnologia, comportamento, concorrência, responsabilidade socioambiental são áreas do macroambiente mercadológico, ou seja, forças de grande magnitude que afetam as organizações. No microambiente são encontradas forças dos públicos com quem as organizações interagem, denominados stakeholders, como funcionários, representantes, fornecedores, prestadores de serviços, clientes, concorrentes etc. Com o conhecimento da organização e do mercado, a gestão da comunicação de marketing fica mais eficaz. Determinar objetivos, escolher e implementar estratégias, administrar mensurando os resultados. É óbvio que a familiaridade com os elementos (propaganda, publicidade, promoção de vendas, vendas etc.) e ferramentas (televisão, rádio, internet etc.) de comunicação de marketing é fundamental para melhores resultados gerenciais. A sinergia entre os elementos e ferramentas é vital para se conseguir a integração na comunicação de marketing. Para cada situação, há diversas combinações que podem trazer resultados diferentes. Estudar a combinação que trará melhores resultados faz parte do processo gerencial da comunicação. A gestão sistêmica integra a organização ao mercado e à sociedade. As estratégias implementadas devem considerar suas interações nos ambientes externo e interno. Elas também precisam estar integradas ao macroambiente e microambiente. A rede de relacionamentos, o conhecimento e a expertise de mercado são essenciais para se alcançar melhores resultados. OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING Conforme afirma Churchill (2003), os profissionais de marketing utilizam, em geral, a comunicação para tentar aumentar vendas e lucros ou alcançar outras metas (Quadro 1). Segundo o autor, ao fazer isso eles informam, persuadem e lembram os consumidores para que comprem seus produtos e serviços. Vários autores (CHURCHILL, 2003; DIAS, 2003; COBRA, 2003; IKEDA e CRESCITELLI, 2002; KOTLER, 2000 e GRÖNROOS, 1993) abordam a comunicação de marketing sob o conceito de integração das ações de propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade com o objetivo de provocar maior impacto no processo de comunicação de marketing direcionado aos clientes. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 47 Quadro1–Objetivosestratégicosdacomunicaçãodemarketing Objetivo estratégico Descrição Criar consciência Informar o público sobre produtos, marcas, lojas ou organizações. Formar imagens positivas Criar na mente das pessoas avaliações positivas sobre produtos, marcas, lojas e organizações. Identificar possíveis clientes Descobrir nomes, endereços e possíveis necessidades de compradores potenciais. Formar relacionamentos no canal Aumentar a cooperação entre membros do canal. Vender Atender e concretizar a venda. Reter clientes Criar valor para os clientes, satisfazer seus desejos e necessidades e conquistar a sua lealdade. Fonte: Adaptado de Churchill (2003, p.447). Segundo Dias (2003), a comunicação com o consumidor visando torná-lo usuário fiel dos produtos e serviços da empresa fabricante, tem sido um enorme desafio ao profissional de marketing. Para o autor, o efeito da comunicação de marketing só poderá ser medido com base na impressão causada na mente do consumidor. Ainda, segundo o autor, a partir da impressão do consumidor foi desenvolvido o conceito de posicionamento, que consiste em criar uma imagem exclusiva do produto, serviço ou organização na mente do consumidor, com base nas suas características específicas e nas posições já ocupadas pelos concorrentes. O Quadro 2 apresenta um modelo de planejamento para posicionar marcas. Quadro 2 - Modelo para plano de posicionamento Plano de Posicionamento de Marcas A equipe da Top Brands (<www.topbrands.com.br>), liderada por Marcos Machado, desenvolveu esse modelo básico de Plano de Posicionamento de Marcas. A globalização e a rápida evolução tecnológica dos últimos 10 anos que tem equiparado produtos e serviços fez das marcas um diferencial competitivo fundamental. As empresas não podem mais sustentar seu processo de diferenciação apenas em aspectos técnicos e funcionais. A construção e a gestão de uma marca, no entanto, éumdesafiocadavezmaior.Margensreduzidaslevamaorçamentosdemarketingmenoresquetemqueser utilizadoscomtodaeficáciapossível.Asalternativasdemídiaecomunicação,noentanto,sãoinúmeraseatualmente o cliente/consumidor é bombardeado diariamente por milhares de mensagens. Se por um lado a marca assumeumaimportânciajamaisvista,odesafioparasuaconstruçãotambémnuncafoitãogrande. Adefiniçãodeumapropostadeposicionamentodemarcaéfundamentalparaorientaroestabelecimentoda identidade de uma marca. Com uma proposta clara e compreendida por todos na empresa, o processo de comunicaçãodeumamarcacomomercadopodesedarmaneiramuitomaiseficaz.OmodelodePlanodePosiciona- 48 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância mento de Marcas apresentado a seguir, preparado pela Top Brands, consultoria de marketing especializada em gestão de marcas, abrange os aspectos chave de um Plano de Posicionamento de Marcas. 1. Histórico da Marca Esta marca existe há quanto tempo? Como foi desenvolvida e quais as principais fases pelas quais já passou. Que produtos/serviços já endossou? Em que mercados está ou esteve presente. Em se tratando de uma nova marca, descreva um pouco da organização que irá gerenciá-la. 2. Análise do Ambiente, do Mercado e da Marca Queaspectosdoambiente,taiscomocultura,demografiaoueconomiaestãoafetandoaescolhade uma marca. Quais as principais tendências do mercado onde esta marca atua? Há novos concorrentes surgindo, os hábitos de escolha/decisão dos clientes estão se alterando? De que forma? Quais os principais pontos fortes e fracos da marca e de suas principais concorrentes. Em se tratando de uma marca nova, descreva um pouco quais você acredita serão os pontos fortes/fracos da nova marca no mercado. 3. Sistema de Identidade de Marca a) Atributos do Produto/Serviço Quais as principais características que os produtos/serviços que a marca vai endossar deverão ter. Serãosimplesousofisticados,modernosoutradicionais,resistentes,confiáveis,etc.Sejacoerentee realista. b) Símbolos e Imagens A marca terá um logo, símbolo? Qual? Transmitindo o quê? Utilizará algum personagem? Vai usar embalagem de produto ou instalações de serviço como símbolo? c) Valores Corporativos A marca vai transmitir valores corporativos da organização que a detém? Quais? d) Personalidade da Marca Haverá preocupação com a construção de uma personalidade para esta marca? Em caso positivo, com quais características? 4. Implementação da Identidade da Marca a) Proposição de Posicionamento de Marca Definademaneiraclarasuapropostadeposicionamentodemarcaemtermosdepúblico-alvo,categoria de atuação e de diferenciais. Quais serão as principais ferramentas de comunicação com o mercado? Que meios serão utilizados, com que mensagem, etc. b) Programas de Construção de Marca Quais serão as principais ferramentas de comunicação com o mercado? Que meios serão utilizados, com que mensagem, etc. Fonte: Machado (2010). GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 49 Fonte: PHOTOS.COM GESTÃO DE MARCAS A gestão de marcas envolve diretamente o conceito de posicionamento de produtos e marcas. A ideia por trás do conceito é simples, inclusive, é baseada em um antigo ditado popular que a maioria já leu ou ouviu: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Portanto, posicionamento é tudo aquilo ou todos aqueles associáveis às marcas, produtos, serviços, organizações etc. Não basta associar qualquer coisa ou qualquer pessoa, o esforço deve estar adequado aos objetivos da organização e ao contexto mercadológico. Existem fatores predominantes para se posicionar como, por exemplo: preço, qualidade, alcance, segurança, prestígio, discrição, tamanho, peso, componentes, usuários, locais etc. De acordo com Urdan (2006), marca identifica e individualiza o produto na mente do consumidor. Limeira (2006, p.109) define “marca é uma letra, palavra, um símbolo ou qualquer outra combinação desses elementos, adotada para identificar produtos e serviços de um fornecedor específico”, informando que a marca de um produto é, em muito dos casos, o que o consumidor usa para se referir ao próprio produto. Urdan (2006) ressalta que a marca facilita a escolha de um determinado produto e agiliza o processo de compra, quando este já é de conhecimento do consumidor. O autor ainda cita o símbolo da marca, o qual é uma representação não verbalizável da mesma, e que existem símbolos tão famosos que são reconhecidos mesmo sem os nomes, e que as marcas não pertencem a somente os bens, mas a serviços, ideias e organizações. De acordo com Limeira (2006), o valor de uma marca é medido pelo grau de lembrança na mente dos consumidores, somado a fidelidade dos seus clientes, e a força da imagem junto à marca. O autor ainda cita alguns conceitos utilizados na construção da marca: • Marcanominal:éamarcaquepodeserexpressaempalavrasepodeconternúmerosouletras. • Símbolodamarca:partedamarcaquenãopodeserexpressaempalavras,exemplo:osímbolodaNike. 50 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância • Marca registrada: marca que é legalmente registrada no governo. • Marca comercial: o nome com que a empresa trabalha, por exemplo, a Nestlé que trabalha com marcas nominais: Passatempo e Nescafé. • Extensão de marca: a prática de usar uma marca já existente para um novo produto, por exemplo, chocolate e sorvete Prestígio. • Marca de família: ocorre quando uma linha de produtos faz uso de uma mesma marca nominal, um exemplo é a linha Gilette Series que possui pós-barba e antitranspirantes. Churchill (2008), Limeira (2004), Kotler (2000) e Urdan (2006) ressaltam que ter uma marca é um modo de destacar o produto na mente dos compradores potenciais, sendo que muitos destes são fiéis à marca no momento da compra, e enfatizam que ter uma marca registrada é um modo de proteger de uma possível cópia dos concorrentes. Muitos dos compradores utilizam a marca durante a avaliação dos itens que desejam comprar e, na maioria das vezes, procuram marcas que tenham imagens positivas e evitam as com imagens negativas. Conforme Churchill (2006), uma marca pode ser estabelecida por um fabricante ou revendedor. Existem também os chamados produtos genéricos ou marcas genéricas, os quais são os produtos vendidos sem uma marca definida. Limeira (2006) se refere à marca de fabricante como sendo o nome legal da empresa e essa o utiliza para designar seus produtos, é o caso da Bauducco. A marca própria pode ser definida como sendo uma estratégia de empresas distribuidoras ou atacadistas que utilizam os produtos fabricados por terceiros, e os vendem com a marca da própria distribuidora visando diferenciação e fidelização dos clientes, como exemplo podemos citar as grandes distribuidoras como Carrefour e WallMart. Churchill (2006) afirma que os benefícios dos varejistas ao utilizar da marca própria são imensos, pois as margens de lucros são maiores do que os fabricantes que gastam pouco para promovê-los, possuem um controle maior do composto de marketing e conseguem fidelizar mais clientes, já que esses devem se locomover até ao varejista para comprar os produtos. Nessa disputa, os fabricantes precisam mostrar que seus produtos têm valor superior e podem competir reduzindo os preços, mas de maneira geral os fabricantes têm maior probabilidade de se destacarem na disputa, pois se os preços ficarem compatíveis com a marca genérica, os consumidores escolherão produtos de marcas conhecidas. Churchill (2008), Limeira (2004), Kotler (2000) e Urdan (2006) ressaltam que a escolha de uma marca é imprescindível para o produto e essa pode trazer diferenciais para o relacionamento com o consumidor, como segurança e credibilidade e também se destacar entre os concorrentes. De acordo com Limeira (2006, p.110), o nome da marca pode ter base nos seguintes fatores: • Deve sugerir os benefícios oferecidos pelo produto. • Deve ser positiva, distintivo e fácil de falar e lembrar. • Deve ser coerente com a imagem do produto ou da empresa. • Pode ser registrada legalmente. De acordo com Churchill (2008), os nomes de uma marca são adicionados a uma lista para seleção, as GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 51 sugestões podem vir dos membros da organização ou de fontes externas como a agência de publicidade e, em seguida, a lista é analisada. Após a primeira análise, a lista de nomes é encaminhada a uma pesquisa direta com o consumidor para verificar como esses nomes são percebidos pelos consumidores, depois as ideias que restam passar por uma pesquisa jurídica para excluir os nomes que já são marcas registradas. Se restar mais de um nome, a escolha final é baseada em experiência e bom senso. Segundo Churchill (2008), Limeira (2004), Kotler (2000) e Urdan (2006), as marcas podem obter proteção legal quando são registradas no governo, esse registro dá ao proprietário o direito exclusivo de uso sobre ela. Para identificar uma marca registrada a empresa deve usar o símbolo ® logo após o nome da marca, e quando esta ainda está em processo de registro deve utilizar o símbolo ™ para demonstrar que a marca é propriedade exclusiva. Uma das normas que segue é que a grafia da marca deve sempre ser a mesma e devem ser usadas somente letras maiúsculas. Para obras intelectuais como pinturas, fotografias, filmes, livros entre outras utiliza-se o símbolo ©. Churchill (2006) afirma que uma importante estratégia de estabelecimento de marca ajuda a manter uma imagem positiva da marca entre os consumidores. Também promoverá uma reputação de qualidade atraindo novos clientes, fidelizando os já existentes e levando esses a experimentar outros produtos da mesma marca. O valor da marca para a organização frente aos compradores, inclui a lealdade dos clientes pela marca, a consciência do nome e a qualidade percebida. Esse valor pode ser positivo ou negativo, o autor cita: Quando uma marca tem um valor de marca positivo, a organização pode derivar valor por meio de (1) melhoria da eficiência e eficácia de seus programas de marketing, (2) reforço da lealdade de marca, (3) possibilidade de cobrar um preço mais alto pela marca, (4) obtenção de uma base para extensões de marca, (5) aumento da alavancagem com outros participantes do canal de marketing e (6) ganho de uma vantagem competitiva no mercado (p.250). O valor da marca dá confiança aos consumidores na decisão de compra de novos produtos e faz com que esses permaneçam por mais tempo no mercado. Churchill (2006) ressalta que os profissionais de marketing empenham grandes esforços para protegê-la e buscam sempre melhorá-la. COMUNICAÇÃO INTEGRADA Segundo Shultz (1996), mesmo que a integração dos elementos de comunicação de marketing não seja planejada pelos gestores, os consumidores realizam-na de qualquer maneira. Para o autor, esse processo consiste na seleção e organização de informações que os consumidores receptam de todos os meios de comunicação a que são submetidos. Portanto, para a maximização dos resultados pretendidos com a comunicação de marketing, torna-se imprescindível a gestão de suas ferramentas sob a forma integrada. Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2002) e Kotler (2000) afirmam que os profissionais de marketing devem empenhar-se em achar o composto de comunicação mais eficaz e eficiente, levando em conta as vantagens e desvantagens de cada tipo de comunicação. Segundo os autores, as principais vantagens e desvantagens dos elementos de comunicação devem ser consideradas ao compor a comunicação de marketing. 52 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância O Quadro 3 apresenta um comparativo entre os principais elementos de comunicação de marketing. Pode-se verificar a interdependência entre eles, pois o uso conjunto deles traz um potencial a mais de impacto. As vantagens do grupo passam a valer mais que suas desvantagens. Quanto mais elementos e ferramentas acrescentar, tanto maior o impacto sobre o mercado e a sociedade. Quadro 3 – Vantagens e desvantagens dos elementos do composto de comunicação Elemento Propaganda Venda Pessoal Vantagens Desvantagens · Alcançar muitos clientes potenciais; · Maneira eficaz de criar imagens; · É flexível em termos de tempo e mercados. · Alcança muitas pessoas que não são compradores potenciais; · Os anúncios estão sujeitos a muitas críticas; · O custo por contato é alto. · Os vendedores podem ser persuasivos e influentes; · A mensagem pode ser direcionada a indivíduos específicos; · Comunicação de mão dupla permite perguntas e feedback da outra pessoa. · Pode ser difícil recrutar e motivar os vendedores; · As habilidades de apresentação variam entre os vendedores; · Apresentações pobres ou malfeitas podem prejudicar a imagem e também as vendas. Promoção de Vendas · Favorece redução de preço de curto prazo projetada para estimular a demanda; · Oferece multiplicidade de instrumentos disponíveis para promoção de vendas; · É eficaz na mudança de comportamento. · Corre-se o risco de induzir clientes leais a estocar o produto, sem que se consiga influenciar outros clientes potenciais; · O impacto pode-se limitar ao curto prazo; · É fácil de ser copiada pelos concorrentes. Publicidade · A mídia pode não cooperar; · A competição pela atenção da mídia é pesada; · Pouco controle sobre a mensagem; · As mensagens tendem a não se repetir. · Custo total pode ser muito baixo; · As mensagens geradas pela mídia recebem mais credibilidade do que as patrocinadas pelos profissionais de marketing. Fonte: Churchill (2006). A combinação entre elementos e ferramentas (técnicas e meios) são muitas, porém, há padrões na gestão de mídia para cada elemento. Esses padrões podem se reconfigurar conforme suas interações no ambiente mercadológico. Além disso, Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2002) e Kotler (2000) afirmam que se deve considerar o conjunto de ferramentas que cada elemento normalmente utiliza. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 53 Quadro 4 – Mídias mais comuns por elemento PROPAGANDA · · · · · · · Televisão Rádio Imprensa escrita Mala direta Outdoor Internet Mídias alternativas PROMOÇÃO DE VENDAS · · · · · · · · · · · · · · Cupons Ofertas especiais Brindes ou prêmios Concursos e sorteios Amostras grátis Experiências com os produtos Displays no ponto de venda Abatimentos posteriores Programas de fidelização Exposições Brindes promocionais Mailing list Telemarketing E-mail PUBLICIDADE · · · · VENDA PESSOAL Reportagens · Press-releases Entrevistas coletivas Atividades e eventos Apresentações de vendas Fonte: Kotler (2000). Segundo Raaij et al. (2001) e Low e Mohr (2001), a comunicação de marketing tem se apresentado como um dos tópicos mais importantes de todo o composto de marketing. Autores como Churchill e Peter (2003), Kotler (2000), Solomon e Englis (1996), Phelps et al. (1996), Stewart (1996), Hutton (1996) defendem a comunicação integrada de marketing, ou seja, a integração dos vários elementos a fim de potencializar os efeitos da comunicação. A respeito da integração da comunicação de marketing, Hutton (1996) afirma que os executivos de marketing já praticavam tal ação muito antes dos teóricos a estudar. À medida que os consumidores formam imagens sobre produtos, serviços ou organizações, eles passam a trocar essas informações com outros consumidores. Essa atividade é denominada por propaganda boca a boca. Pires (1997) afirma que apesar de se ter pouco controle sobre os comentários de consumidores, é possível atuar no sentido de melhorar o que se fala do produto, serviço ou organização. Para o autor, a propaganda boca a boca exerce um efeito multiplicador que pode potencializar ou minar os esforços de comunicação de marketing. O autor também afirma que, quanto mais negativa for a comunicação boca a boca, mais esforços e gastos com a comunicação serão necessários, ao passo que quanto mais positiva, menores os esforços e gastos. O processo de integração das ferramentas e elementos de comunicação, segundo Grönroos (1993) e Schultz (1996), vai além da relação entre ambos. Os autores apontam que além da integração das informações geridas pelo uso dos elementos do composto promocional, os consumidores integram fatores 54 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância como a qualidade técnica dos serviços, preço, ponto de venda e todas as informações assimiladas, para moldarem a imagem da organização, produto ou serviço. Hutton (1996) comprova essa afirmação ao atestar que mais importante que a discussão sobre a integração dos elementos de comunicação de marketing, seria a discussão sobre a integração do marketing como um todo e não apenas de sua comunicação. A partir disso, o conceito de integração deve se estender a todas e quaisquer informações que os consumidores relacionem, direta ou indiretamente, à organização, seus produtos ou serviços (ENGEL et al., 2000; SCHULTZ,1996 e ENGLIS e SOLOMON,1996 ). De acordo com Oliveira (1998), o diálogo contínuo entre os gestores de comunicação de marketing e os demais gestores de uma organização é importante. O autor pesquisou a intercomunicabilidade como princípio de gestão da comunicação de marketing e marketing mix. Para ele é fundamental que todos os envolvidos na gestão de uma organização se comuniquem a fim de potencializar as ações mercadológicas. Segundo Hutton (1996), vários aspectos na sociedade moderna, como a fragmentação da mídia, o surgimento de bancos de dados, novas tecnologias de comunicação e novas técnicas de segmentação favoreceram a concepção de uma comunicação integrada de marketing. O autor afirma que: “A indústria da propaganda, como um todo, precisa utilizar todas as mídias disponíveis. Métodos, e tecnologias para encontrar soluções de comunicação – não propaganda – para problemas e oportunidades de comunicação de marketing” (HUTTON, 1996, p.156). Andersen (2001) afirma que o parâmetro tradicional de comunicação de marketing se refere à comunicação persuasiva, limitando a interação entre emissor e receptor. Nessa comunicação, segundo o autor, o emissor é predominantemente ativo e o receptor passivo. Ele ainda revela que o conceito de marketing de relacionamento transforma o parâmetro acima em uma comunicação mais interativa, dando mais voz aos receptores. Stewart (1996) confirma as afirmações acima escrevendo que a abordagem de comunicação de marketing amparada no mercado é o caminho mais indicado para sua gestão. O autor sugere que a interatividade entre os consumidores e a organização é a mola propulsora para uma comunicação integrada eficaz. Para potencializar essa propulsão é importante que todas as ferramentas sejam gerenciadas, pois assim há uma sinergia cíclica entre os vários veículos de comunicação. Há uma tendência das comunicações com informações mais controladas, formalizadas e planejadas serem menos confiáveis (Gráfico 2). GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 55 Gráfico 2 – Grau de influência dos meios de comunicação nas decisões de compra Grau de influência na decisão de compra Recomendação Recomendação Notícias dos favoráveis de amigos e especialistas na mídia parentes Menor Jornais TV / e Controle das informações do profissional de marketing Informal Comunicação Comunicação não - Comunicação Maior Formal Comunicação planejada Fonte: Ikeda (1997). De acordo com Churchill (2008), os profissionais de marketing podem conseguir um melhor impacto na comunicação com seus clientes, unindo todos os elementos e ferramentas do composto. Essa união é chamada de composto integrado de marketing, cujo objetivo é fornecer maior clareza na comunicação. Essa comunicação começa quando a empresa define seus objetivos e a forma de sustentá-los. Visam qual o modo que os clientes entram em contato com a empresa e qual o tipo de mídia preferem que seja utilizada pela empresa para conseguir contato com seus clientes. Ela surgiu para corrigir as consequências das atitudes dos profissionais de marketing que realiza, às vezes, trabalhos com objetivos diferentes das organizações, e para responder a mudanças no ambiente de comercialização. A comunicação integrada de marketing é um método de resposta ao modo complexo de se comunicar com os clientes nos mercados com concorrentes e os demais stakeholders (públicos que integram o contexto mercadológico). Urdan (2006) afirma que a comunicação integrada de marketing é um processo que planeja e controla a comunicação de marketing da empresa. Ele busca aumentar o sucesso do esforço promocional. O autor ainda cita que três princípios são os mais importantes: 1. Abrangência – que busca trazer outros consumidores e públicos diferentes, utilizando as ferramentas promocionais, todas juntas para aumentar os resultados esperados. 2. Consistência – que visa que todas as ações promocionais tenham a mesma essência de informações. 3. Equilíbrio – técnicas utilizadas para analisar o conjunto de fatores que influenciam ou são influenciados pelas decisões de empresas e de outras organizações. 56 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância ADMINISTRANDO ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO Segundo Churchill (2008), a administração das estratégias de comunicação envolve planejamento, implementação e controle. O planejamento possui três tarefas que são estabelecer os objetivos, selecionar um composto e definir os orçamentos de comunicação. Definir os objetivos inclui considerar as imagens que devem ser utilizadas. Churchill (2008) afirma que os objetivos da comunicação devem ser claros, específicos e desafiadores, mas alcançáveis, e eles devem apoiar os objetivos globais de marketing. Esses objetivos devem incluir as mensagens que expliquem por que o produto oferecido é melhor do que os dos concorrentes. A mensagem também deve enfatizar um preço mais baixo, e a disponibilidade do produto em diversos pontos que facilitam a compra deles. Se os objetivos de marketing são posicionar o produto com prestígio, as mensagens e todo composto de marketing devem ser projetadas para transmitir tal percepção. De acordo com Limeira (2006), em geral, o público-alvo da comunicação é maior do que o público-alvo do produto. Isso porque ele abrange todos os públicos que são interessados na empresa. Desse modo, o plano poderá ter vários tipos de públicos, como os usuários e não usuários de produtos, ex-usuários de produtos, clientes da concorrência, influenciadores de decisão, formadores de opinião, formuladores de política pública, comunidade que reside ao redor da empresa e participantes dos canais de vendas. Limeira (2006) afirma que após a escolha do público-alvo, deve ser definido o conjunto de ferramentas que serão utilizadas na comunicação para gerar as respostas desejadas com cada stakeholder. Para formar a imagem da marca na mente dos consumidores, a propaganda é a mais indicada. Já para estimular a compra, deve-se utilizar a promoção de vendas. A seleção dos elementos do composto de comunicação está diretamente relacionada à fase do ciclo de vida do produto. Quando se deseja lançar um produto, a propaganda é o mais indicado, para que a imagem do produto fique na mente dos consumidores. A promoção de vendas é utilizada na maturidade, para estimular a repetição da compra. Churchill (2008) informa que o profissional de marketing deve selecionar a combinação certa entre os compostos de comunicação para atingir os objetivos definidos. Para isso, ele deve avaliar as contribuições que são oferecidas mediante a realização da propaganda, da venda pessoal, por meio da promoção de vendas e da publicidade. Essas realizações podem oferecer algo para alcançar os objetivos da comunicação, assim como os objetivos globais de marketing. Os profissionais de marketing devem pesquisar se a estratégia de comunicação selecionada é válida. É possível verificar antes de colocar ela em prática, realizar uma amostragem, como sondar a reação de consumidores frente a uma promoção de vendas que se pretende lançar. Conhecer realmente o público-alvo pode ajudar a determinar o melhor composto de comunicação. Isso inclui verificar o tamanho desse público, suas características e a sua distribuição geográfica. Quanto GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 57 maior o mercado, mais a organização pode ter de recorrer a comunicação impessoal, como anunciar promoções para estimular as vendas ou até mesmo, identificar os clientes potenciais. É mais fácil administrar uma venda pessoal, e fazer com que esta tenha resultados positivos, quando a amostragem de clientes é relativamente menor, e quando estes se concentram geograficamente mais perto. Além de tudo, as características dessas pessoas devem determinar se elas são mais receptivas aos diferentes elementos do composto de comunicação. Essas comunicações podem receber a influência das atividades econômicas e tecnológicas, podendo aumentar ou limitar a oportunidade de comunicação entre esses clientes como, por exemplo, a comunicação por telefone, rádio, televisão ou internet. Com vários anúncios de publicidade acontecendo no mercado, os consumidores acabam se sentindo inundados por eles, não conseguindo identificar nenhuma delas entre a concorrência. Por estimativas, um consumidor é atingido em média, por dia, por mais de três mil mensagens de marketing (considerar uma pessoa vivendo em um grande centro urbano). Diante de tanta propaganda na televisão, os consumidores conseguem fugir delas por meio do uso do controle remoto, assim quando começa uma propaganda, ele simplesmente troca de canal. Fonte: PHOTOS.COM Já nos mercados globais, os profissionais de marketing devem modificar suas estratégias para se encaixar no sistema de comunicação local, e atender as necessidades dos clientes, mesmo com as diferenças culturais. A natureza do produto também afeta diretamente a escolha do composto de comunicação para os produtos que são novos no mercado, a utilização correta do composto de comunicação pode fazer com que o produto seja vendido ou não. Os profissionais de marketing devem utilizar os elementos do composto de marketing para tornar os benefícios tangíveis dos produtos novos, para que os consumidores consigam sentir confiança nesses produtos, e conseguir decidir durante a sua compra. A comunicação realizada para divulgar um serviço, é feita por meio da formação da imagem desse serviço. Essa imagem deve ser positiva e demonstrar confiança e uma boa reputação, para que os clientes se sintam motivados a adquiri-los. Já para os produtos complexos, técnicos ou especializados, os profissionais de marketing devem utilizar a comunicação para explicar esses produtos em detalhes, demonstrando as suas vantagens, para que o cliente consiga identificar a sua necessidade em adquirir aquele produto. Quando esses produtos são 58 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância destinados às empresas, uma equipe de venda dividida com base nos próprios produtos ou linhas de produtos pode fazer com que os vendedores se tornem especialistas em certos assuntos. Já no caso dos produtos complexos, os fabricantes podem oferecer treinamentos específicos para os vendedores, a fim de que possam satisfazer todas as dúvidas dos clientes no momento da compra. Nos casos de bens com preços elevados precisam que ocorra somente a venda pessoal. Alguns profissionais de marketing utilizam folhetos ou sites da internet para se comunicar com os clientes dos produtos técnicos ou complexos. Esses sites ou folhetos fornecem informações detalhadas dos produtos, ou até mesmo, demonstrações de uso desses produtos para que o consumidor consiga verificar como o produto deve ser utilizado corretamente. Os profissionais de marketing devem também escolher a estratégia de comunicação, levando em conta qual a mais adequada para determinado bem ou serviço. Essas comunicações podem ser de expansão ou de retração. A estratégia de expansão visa direcionar a comunicação de marketing de modo com que se expanda o mercado. Ela é direcionada para os outros canais de distribuição, como os atacadistas ou varejistas. Ela deve oferecer incentivos a esses canais para estimular as vendas, como promoções especiais ou distribuição de amostras grátis. Já a estratégia de retração, é direcionada aos consumidores finais. Visando estimular a demanda final do produto, os membros do canal realizam a formação de estoques. Os profissionais de marketing também utilizam as duas estratégias ao mesmo tempo. Os fabricantes podem verificar por meio dos terminais dos varejistas as vendas de todos os produtos, verificando quais são mais lucrativos e qual comunicação é mais eficiente. Os varejistas, desse modo, estão cada vez mais se baseando mediante a demanda gerada pela comunicação realizada pelos fabricantes, para decidir seus pedidos de produtos. Definindo a estratégia da mensagem Segundo Limeira (2006), a estratégia da mensagem é definir qual conteúdo será comunicado aos consumidores para se atingir os objetivos definidos. A mensagem que será comunicada deve conter os benefícios do produto, suas características principais. Tudo isso para justificar a compra e para transmitir confiança e credibilidade ao consumidor. Ela deve ser elaborada levando em consideração o posicionamento do produto. A imagem transmitida da marca será uma consequência da mensagem escolhida e da forma de comunicação dessa mensagem. Para cada ferramenta do composto de comunicação deve ser escolhida uma estratégia de mensagem consistente, coerente e integrada com os outros elementos do composto. Isso significa que um plano de propaganda deve conter a mesma estratégia de mensagem que um plano de relações públicas. A ideia central deve ser a mesma. Do mesmo modo, os profissionais de marketing devem definir a mensagem a ser comunicada, levando em conta qual a imagem que desejam para a marca, buscando diferenciação dos concorrentes. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 59 Além disso, é importante que as mensagens sejam inovadoras, que tenham caráter de novidade, que representem algo novo e importante para cada público da comunicação. Uma vez que o público tenha formado na sua mente uma imagem da marca, tende a perceber qualquer informação relacionada a ela. Qualquer coisa que seja coerente com aquilo que ele já tenha em mente. Para Urdan (2006), a elaboração de uma boa mensagem precisa ter princípios e técnicas. A mensagem é um meio de comunicação entre o emissor e o receptor. Adianta pouco transmitir muita quantidade de ideias, se a mensagem fica maçante para o receptor conseguir entendê-la. Já a mensagem concisa e com um bom humor pode resultar inútil se não conter as informações necessárias suficientes à resposta que se pretende gerar no receptor. O conteúdo da mensagem é o que o emissor expressa na comunicação O começo é organizar as informações que se deseja transmitir. Algumas vezes, as informações que parecem ser relevantes para algumas pessoas, como os telefones de contato com a empresa, ou então, as restrições aplicáveis a uma promoção de vendas, podem prejudicar a campanha de comunicação de marketing. Dois problemas mais encontrados na mensagem são a redundância e o excesso de conteúdo. Uma verificação bem feita consegue eliminar a redundância da mensagem, retirando as informações repetidas que sem justificativa, são ditas com outras palavras. O excesso é o resultado da redundância, que ocorre quando se quer colocar o maior número possível de conteúdo na mensagem. O resultado da desatenção com o conteúdo da mensagem acaba afetando o significado dela. E o receptor acaba atingido com esse desinteresse, e acaba recebendo mais informações do que deseja, ou mais informações do que ele pode processar. O excesso acaba fazendo com que pontos importantes da mensagem fiquem perdidos no meio de tanta informação. A solução é definir quais informações são importantes. O conteúdo principal é destacado na mensagem. Já as informações secundárias, ficam em segundo plano. Elas podem ser ditas depois, por outras mensagens, podem ser descartadas ou encaminhadas quando os clientes solicitarem. Para que a mensagem resulte em efeitos previstos, ela incorpora apelos para que seja gerada a resposta pretendida no receptor. Existem dois tipos básicos de apelos, os apelos racionais e os emocionais. Os apelos racionais são fatos ou dados concretos, postos numa sequência bem organizada, que procura estimular o raciocínio do receptor, de modo que ele possa tirar uma conclusão lógica, derivada do conteúdo objetivo e factual da mensagem. O foco principal é a razão do receptor, que avalia os fatos recebidos pela mensagem. Dos apelos racionais, os consumidores retiram informações para sua base de conhecimento, os quais podem afetar suas atitudes, crenças ou comportamentos. Já os apelos emocionais buscam atingir e estimular os sentimentos do receptor, modificando o seu estado de sentimento fazendo-o reagir emocionalmente à mensagem. Esse apelo busca estabelecer uma relação sentimental entre o receptor e o conteúdo da mensagem. Os efeitos dos apelos emocionais dependem da disposição afetiva do receptor, ou do peso relativo dos 60 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância sentimentos nas suas decisões de compra, comparando a sua razão. A mensagem pode incluir sentimentos positivos, que são confortáveis para o receptor, ou sentimentos negativos, que são desconfortáveis para o receptor. Entretanto, essa noção de conforto versus desconforto é relativa. Algumas pessoas não sentem nada diante de uma mensagem violenta, enquanto outras se sentem horrorizadas. A aplicação dos apelos racionais funciona melhor em situações de compra de alto envolvimento do consumidor e alta complexidade do produto a ser comprado. O consumidor que está bastante interessado em comprar o produto procura sempre obter informações a respeito. Desse modo, a mensagem relacionada ao problema do consumidor vai despertar seu interesse, e ele vai procurar examinar o conteúdo informativo. A compra de produtos complexos necessita de mais tempo analisando as alternativas, e requer mais raciocínio e tempo para processar as informações, o que pode ser ajudado com o apelo racional. Já os apelos emocionais são mais adequados a situações em que possui menor envolvimento do consumidor, e quando as diferenças técnicas dos produtos entre os concorrentes são menores, as quais são menos importante na decisão de compra. O consumidor que está pouco envolvido com a compra tem menos paciência para processar essas informações. Os apelos emocionais atraem a atenção para a mensagem, e o consumidor consegue decidir sua compra mais rápido. Esses apelos emocionais podem fazer surgir relação entre o consumidor e o produto. Essa ligação sentimental aumenta a chance de tornar esse consumidor um consumidor leal e fiel à marca, fazendo com que ele prefira sempre a marca quando se tratar da categoria de produto. Limeira (2006) define meios de comunicação como mídia e afirma que eles devem ser escolhidos de acordo com as características de cada público e de acordo com os objetivos de comunicação. Cada elemento de comunicação tem uma característica única, e por isso desempenham papéis diferentes no plano de comunicação (Figura 3). Eles podem ser impessoais ou pessoais. Os pessoais integram a equipe de venda, e conseguem ter um feedback imediato, mas custo mais alto para a empresa. Já os canais impessoais têm a vantagem de serem mais rápidos e atingir uma quantidade maior de clientes ao mesmo tempo. Entretanto, têm dificuldades com a quantificação de valores, e não possui um envolvimento grande com o público. Eles são classificados de acordo com o grau de cobertura de mercado. A mídia de massa é o meio mais utilizado, atinge a maior quantidade de público de uma única vez. Já a mídia segmentada atinge segmentos específicos de público. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 61 Efetividade Propaganda Venda Pessoal Promoção de Vendas Relações Públicas Marketing Direto Estágio Cognitivo Estágio Afetivo Estágio Comportamental Figura 3: Composto de comunicação e os estágios de resposta dos consumidores Fonte: Adaptado de Schewe e Smith (1982, p.407). Os meios de comunicação podem ser divididos conforme o seu tamanho físico, como a mídia eletrônica, a mídia impressa, a mídia dirigida, a mídia exterior e a mídia em ponto de venda. O profissional deve levar em consideração, no momento de escolher a mídia correta para ser utilizada no seu composto de comunicação, a posição que a marca se encontra no mercado. Já nas agências de propaganda, quando estas são contratadas para a execução do processo, quem decide qual meio de mídia que será utilizada é o profissional de mídia Para Kotler (2000), o comunicador deve selecionar canais de comunicação eficiente para veicular a mensagem de modo satisfatório. O meio de canal de comunicação pessoal envolve duas ou mais pessoas interagindo no mesmo instante. Esse tipo de canal de comunicação é mais utilizado, pois a resposta do cliente é imediata e o feedback é realizado no mesmo instante. O canal de comunicação pessoal é dividido em três partes. Os canais defensores são realizados por meio dos vendedores que entram em contato com os clientes no mercado-alvo. Os canais especialistas são compostos de especialistas independentes, que realizam demonstrações para os compradores-alvo. E os canais sociais são constituídos pelos amigos e vizinhos que conversam com os compradores-alvo. Muitas empresas estão considerando os canais sociais, chamados de boca a boca como um dos principais meios de comunicação, e um dos mais eficazes. A influência pessoal é especialmente realizada em duas situações. A primeira é quando o produto é caro, dá margem a risco e a sua compra não é realizada regularmente. Nesse caso, os consumidores costumam procurar mais informações a respeito do produto antes de comprá-lo, buscando informações por meio das pessoas que já o adquiriram. A segunda situação ocorre quando o status do produto sugere algo relacionado com o gosto do usuário. Nesse caso, só compradores consultam as outras pessoas, a fim de evitar possíveis constrangimentos. 62 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Existem vários modos com que a empresa possa se beneficiar por meio dos canais de venda pessoas. A primeira é identificar pessoas e empresas influentes no mercado e dar mais atenção a elas. Isso pode influenciar na venda empresarial, em que uma empresa, que é vista como referência, pode acabar influenciando a compra de um produto, simplesmente por tê-lo adquirido. A segunda é criar líderes de opiniões dessa forma, a empresa pode oferecer a essas pessoas o produto em condições atraentes, pois ela sabe que essas pessoas têm influência sobre um determinado grupo de consumidores. A empresa pode também realizar apresentações dos produtos às pessoas que são vistas como influenciadoras de grupos. Essas podem ser os radialistas locais, representantes de entidades sociais ou presidente de organizações femininas. Um outro método pode ser a utilização da imagem de pessoas influentes em propagandas com depoimentos. Esses depoimentos positivos transmitem às demais pessoas que o produto realmente oferece os benefícios prometidos. Os profissionais de marketing também podem desenvolver propagandas que possuem grande valor de conversa, gerando slogans que passam a fazer parte do vocabulário das pessoas. Pode-se também desenvolver os canais de boca a boca para aumentar os negócios. E, por último, a empresa pode estabelecer um fórum eletrônico, no qual os consumidores podem trocar experiências com as demais pessoas que já adquiriram o produto ou que ainda estão querendo comprar. Os meios de comunicação em massa podem estimular a comunicação pessoal. A comunicação em massa ocorre mediante duas etapas, e afetam diretamente as atitudes e o comportamento das pessoas. Todas as etapas giram em torno da ideia de que os líderes de opiniões são os que difundem a opinião dos produtos de maneira mais rápida. As empresas estão passando a ver a sociedade como se fosse composta de pequenos grupos que interagem entre si e com alta frequência. Esses grupos debatem sobre produtos e trocam informações e opiniões que podem acabar influenciando de forma positiva ou negativa a percepção de um produto ou serviço. Os membros desses grupos possuem características semelhantes entre si, o que facilita a comunicação entre eles. O desafio ainda surge para criar oportunidades para que esses grupos possam interagir com outros grupos, trocando informações. Essa abertura de oportunidade é fornecida por meio de pessoas que funcionam como elos, ou pontes. Um elo é uma pessoa que liga dois ou mais grupos sem pertencer a nenhum deles. Uma ponte é uma pessoa que pertence a um grupo e está ligada a uma pessoa em outro grupo. Limeira (2006) afirma que a definição do orçamento é a somatória dos recursos financeiros que serão utilizados para a atividade de comunicação e ela depende da escolha de cada atividade. A quantidade de recursos deve ser de acordo com o objetivo de vendas que é definido e o nível de participação de mercado que se deseja. Considerando o grau da ação utilizada pela concorrência, o profissional deve escolher exatamente o que deseja. Um dos critérios utilizados para a decisão é levar em consideração o share of voice, que é a participação da marca nos investimentos globais do setor em comunicação. Essa medida é o volume de GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 63 investimento da marca em relação ao volume de investimentos das marcas concorrentes. Outro critério utilizado é o percentual sobre o faturamento do produto. A vantagem desse critério é que se tem uma maior facilidade para se controlar os investimentos e a decisão de gastos. Já a desvantagem é a distorção que pode ocorrer, como com os produtos em início de mercado que necessitam de um maior investimento, porém não geram grande volume de vendas. Já os produtos maduros, terão altos investimentos e retorno acima do crescimento e do esperado. Pode ser utilizado como critério o valor de unidade vendida do produto, que tende a beneficiar-se com o aumento do orçamento utilizado durante o período de crescimento das vendas. Só que a redução desses investimentos pode ser complicada durante os períodos de queda nas vendas, pois pode acabar deixando o produto menos visto e por isso ter uma demanda menor. O chamado método de objetivo e tarefa é baseado na definição do orçamento, levando em consideração os objetivos que desejam ser alcançados. Concentrar nesses objetivos faz com que os recursos sejam melhores utilizados para se atingir os objetivos definidos. Do outro lado não fornece nenhuma base para a definição da prioridade entre os objetivos. Assim, vão sendo atingidos de acordo com a demanda do mercado, sem uma ordem específica. Limeira (2006) também cita que o ciclo de vida do produto é mais um fator a se considerar na elaboração do orçamento. Nas fases de introdução e crescimento, os investimentos devem ser maiores e mais intensos, com o objetivo de acelerar o crescimento do produto e a penetração do mercado. Já na fase de maturidade, os investimentos devem ser direcionados para as atividades de promoções de vendas, com o objetivo de aumentar a produtividade e ter uma redução de custos. No declínio do produto, os investimentos devem ser reduzidos e direcionados para os produtos novos, para que consigam surgir novas oportunidades de mercado com os novos produtos. A maior parte do orçamento direcionado para o produto fica com a divulgação da mídia. Ela é um meio que mais consegue atingir uma maior proporção do mercado de uma única vez. Existe um outro método citado por Limeira (2006) que é o método da disponibilidade de recursos, ou do “tudo que se puder gastar”. Esse método leva em consideração o que a empresa decidir o que pode ser gasto com a comunicação, distribuindo essa quantia entre os vários elementos de comunicação. Esse método é bastante utilizado pelas pequenas empresas que estão com produtos novos no mercado. Objetivo e tarefa é outro método apresentado por Limeira (2006). Esse método baseia em quantificar os objetivos da comunicação, determinando e orçando o composto de comunicação necessário para se alcançar esses objetivos. Uma vez quantificados esses objetivos, os profissionais de marketing avaliam cada elemento do composto de comunicação e decidem quais tarefas cada um deve executar. Entretanto, como os demais métodos, esse também apresenta limitações. Primeiramente, pode ser difícil determinar o composto de comunicação necessário para atender aos objetivos definidos, e a tarefa que cada um executa melhor. Ele pode também acabar deixando o orçamento alto demais para ser executado. 64 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Quando isso ocorre deve ser reduzido os objetivos, ou então encontrar um outro método, de valor mais baixo para se alcançá-los Limeira (2006) afirma que o profissional de marketing é quem decide sobre a implementação do plano perante a direção da empresa. Ele também executa a coordenação da implementação, acompanhando as atividades de todas as equipes, sejam elas internas ou externas. A implementação é a atuação dos profissionais especializados contratados, que desempenham funções específicas. Eles são responsáveis por desenvolver as embalagens dos produtos, as músicas e mídia da televisão e outras. Para isso, os gerentes de marketing devem ser capacitados, a fim de realizar com competências as suas tarefas dentro do planejamento. Churchill (2008) afirma que a implementação do plano depende diretamente de quais elementos do composto de marketing estão sendo incluídos. Os anúncios exigem a participação das agências de propaganda para sua criação e programação das mídias exigidas. Já a venda pessoal, necessita da contratação e treinamento de vendedores em todo o território das vendas, e uma definição dos métodos de remuneração. A promoção de vendas exige também a preparação e a programação das promoções que serão realizadas. E a publicidade precisa da elaboração de comunicados à imprensa e seu envio à mídia. Os profissionais de marketing, diante da necessidade de executar essas atividades, precisam de vários instrumentos para monitorar as estratégias de comunicação. Eles acompanham as vendas em busca de mudanças para melhorar, e observam sempre os concorrentes, para verificar suas reações quanto às atividades de comunicação. Também realizam pesquisas para descobrir se os consumidores estão recebendo a comunicação, como estão recebendo e quais suas reações, e verificam o quanto dessas comunicações eles se lembram e quais afetaram seus objetivos de compra. Um indicador utilizado pelo profissional de marketing para saber se a comunicação está funcionando conforme o esperado são as mudanças nas vendas. Vendas abaixo do esperado indicam problemas e vendas acima do esperado, mesmo que incrivelmente, também pode significar problemas. Isso ocorre porque a demanda acima da esperada afeta diretamente nos meios de produção de produtos, o que significa custos de produção mais altos do que o previsto. O custo da comunicação também pode ser comparado com os resultados das vendas. Assim como os dados de vendas podem ser produzidos por meio de leitoras de código de barras, que revela as relações entre o público consumidor, propaganda e promoções de vendas em estoque. Com a posse desses dados, a empresa e os profissionais de marketing medem o sucesso das suas estratégias de comunicação, medindo a quantificação da resposta dos clientes a anúncios e a promoções de vendas. Pode também avaliar o quanto rendeu uma campanha de venda de um determinado produto. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 65 Fonte: PHOTOS.COM Churchill (2008) também cita a pesquisa de marketing. Pode ser feita uma pesquisa simples para avaliar o efeito da comunicação no mercado. Basta simplesmente questionar os clientes e saber qual o modo que ficaram sabendo da empresa e de seus produtos. Essas pesquisas podem ainda ser feitas por meio de formulários de pesquisa e mandados à residência, dos consumidores, aguardando que eles respondam esses formulários devolvendo a empresa. Pode-se também ser realizado mesas de discussão com consumidores, varejistas e atacadistas, com o objetivo de perguntar aos clientes como eles veem o produto de forma geral, os concorrentes e algumas características do produto, como embalagem e preço. Pode-se verificar se a comunicação utilizada está surtindo o resultado esperado, questionando como os consultados pensam a respeito do produto e o que suas memórias se lembram da comunicação de marketing da empresa. Alguns tipos de pesquisa de marketing se concentram nas intenções de compra dos clientes e no comportamento de compra baseado na comunicação de marketing. Como, por exemplo, as empresas podem medir as vendas levando em consideração quantos clientes receberam a comunicação de um determinado produto, para verificar se o efeito surgido tem realmente ligação com a propaganda do produto. ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE SERVIÇOS Churchill (2008), Limeira (2004), Kotler (2000) e Urdan (2006) apontam uma dificuldade da comunicação dos prestadores de serviço que é ter a certeza de que o mercado-alvo está compreendendo o serviço que está sendo oferecido, pois a intangibilidade dos serviços faz com que alguns deles só possam ser verificados no pós-compra. Nesse sentido, a promoção pode ser muito útil quando ela explica o que é o serviço e os benefícios que ele trará. Churchill (2008) complementa que existem alguns grupos de profissionais de serviços proibidos de realizar propaganda comum, como é o caso dos serviços advocatícios e de médicos. 66 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância O serviço também pode ser comercializado por meio da venda pessoal, o que pode ser uma maneira de tangibilizar o intangível, já que o vendedor presente no momento da compra pode ajudar na decisão do consumidor, explicando os benefícios e custos. Ainda podem oferecer garantia mostrando testemunhos de outros clientes que também adquiriram o serviço. Nesse método de venda pessoal, o vendedor e o prestador de serviço podem ser a mesma pessoa. Existem organizações prestadoras de serviço que não são empresas, e seu objetivo é influenciar o modo de pensar e o comportamento das pessoas. ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE ONGS As organizações não governamentais não distribuem lucros aos seus associados ou gestores, uma das maiores diferenças das empresas. Outro fator é que quando ela gera um excedente de valores, ou seja, quando a sua entrada de valores é maior do que as suas despesas, ele é revertido internamente, para melhoria dos serviços prestados, os melhores exemplos são as universidades federais, o Exército de Salvação e a Cruz Vermelha. As organizações pertencentes a este grupo fazem parte do terceiro setor. A principal meta dessas organizações é incentivar o uso de seus serviços, porém também precisam ter dinheiro suficiente para conseguir sobreviver, e fazem uso dos compostos de marketing para adquirir a sua sobrevivência. Os conceitos de marketing auxiliam as ONGs a atingir suas metas, pois ajudam essas organizações a conhecerem mais seus clientes e a demonstrar aos doadores e receptadores potenciais os serviços que essas organizações oferecem. Essas organizações têm de enfrentar um desafio de marketing, pois na maioria das vezes, o financiador e os usuários são diferentes, isso significa que ela tem de atender as necessidades de, no mínimo, dois grandes grupos. Um exemplo esclarecedor, uma empresa que faz doações a um certo museu pode querer ver seus fundos realizarem algumas aquisições importantes, já o grupo dos visitantes, gostaria que o museu ficasse aberto até mais tarde, com o uso dessa doação, e a diretoria do museu, pode apenas querer uma reforma em um telhado que está com goteiras. São muitas partes que gostariam de ser satisfeitas, porém com muita divergência no foco. ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO DE ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS As organizações governamentais fornecem determinados serviços nos níveis federal, estadual e municipal. Podemos citar segurança, saúde, transporte, lazer entre outros, o que justifica dizer que todos os órgãos e agências do governo realizam algum tipo de serviço e visando direcioná-los adequadamente aos seus contribuintes, elas fazem uso do marketing. Os órgãos ou organizações pertencentes a este grupo compõem o primeiro setor. E quando a necessidade é informar o que tem a oferecer, fazem uso da propaganda. Essa é uma das grandes estratégias eficientes, pois o grupo-alvo é grande e disperso. Existem as exceções que ocorrem GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 67 quando essas agências buscam um comprometimento de tempo e dinheiro, elas preferem o contato pessoal e direto. Outras vezes, fazem uso dos meios de comunicação para conseguirem banco de dados com nomes de clientes potenciais. As técnicas e conceitos de administração de produtos e serviços podem se estender à administração de quase tudo ou todos. Carreiras profissionais, locais ou nações, religiões, causas entre outros. QUESTÕES LEGAIS E ÉTICAS NA COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA Churchill (2008) informa que a comunicação de marketing vem sendo criticada, pois, às vezes, abusam do poder. Ela envolve muitas questões legais e éticas que devem ser analisadas cuidadosamente antes de ser posta em prática. Muitas pessoas estão se esquivando das comunicações de marketing, pois muitas empresas fizeram anúncios enganosos, concursos que não distribuíram o prêmio prometido e vendedores com pouca ou nenhuma ética nos negócios. Entretanto, a maior parte das propagandas são verdadeiras, e muitos vendedores são éticos em seus papéis na sociedade. Por isso, muitos profissionais, quando questionados, conseguem defender as suas afirmações. A regulamentação das comunicações possuem vários códigos de defesa do consumidor que acaba limitando a comunicação. Como, por exemplo, no caso de vendas via correio, o anunciante deve sempre colocar sua razão social em destaque no endereço que é fornecido pela propaganda. Deve, também, ter todas as condições necessárias para atender as consultas dos consumidores com dúvidas, e ainda condições de mostrar e demonstrar o produto anunciado, mesmo na forma de modelos ou amostras. O anúncio deve ser claro quanto ao tipo de promoção utilizada nele, como a necessidade de uma revista ser adquirida para conseguir o recebimento do brinde. As regulamentações para a comunicação de marketing variam de país para país. No Brasil, por exemplo, a propaganda de cigarros está proibida nos veículos de comunicação de massa. Nos Estados Unidos, esses tipos de anúncios são proibidos na televisão, mas são permitidos em material impresso. A comunicação direcionada às crianças possuem problemas especiais, pois elas ainda não têm a capacidade cognitiva para avaliar as mensagens dos profissionais de marketing. As crianças mais novas não conseguem entender que a propaganda, por exemplo, utilizou de metáforas para conseguir transmitir a mensagem pretendida. Também não compreendem os custos utilizados nessas transações comerciais. Muitas pessoas podem ainda não ter a habilidade necessária para decidir como uma mensagem é preconceituosa. Podem não ter a capacidade de distinguir a comunicação realizada por um anunciante, por uma revista ou até mesmo por um país. Por causa disso, o padrão ético mínimo para a comunicação direcionada às crianças é que sejam diretas, honestas e liberais. As crianças estão conectadas por muitas horas à televisão, e por isso veem muitas propagandas, e 68 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância dessa forma estão atentas a muitos produtos, acabam por desejar todos eles. Alguns grupos de direitos das crianças acabaram proibindo certas propagandas que utilizavam programas infantis para promover produtos ou brinquedos. Certas propagandas assistidas pelas crianças preocuparam a saúde e a segurança. Como as propagandas de alimentos pouco saudáveis de restaurantes fast food. Churchill (2008) informa que a comunicação de marketing pode ser socialmente responsável na medida em que transmite informações sobre como as empresas podem empregar valores mediante bens e serviços que satisfaçam uma necessidade. Algumas comunicações de marketing são utilizadas por pessoas para defender causas dignas. Elas utilizam as promoções de vendas para patrocinar eventos ou passeatas, com o objetivo de angariar fundos para instituições de caridade. Algumas companhias também se dedicam à propaganda socialmente responsável para produtos que oferecem risco relativo. Algumas companhias também combinam promoção com atividades socialmente responsáveis. Eles podem estimular seus funcionários a participar de campanhas patrocinadas pelas empresas, com o objetivo de demonstrar o quanto a empresa está ligada em atividades socialmente responsáveis. COMUNICAÇÃO NO MERCADO GLOBAL Churchill (2008) ressalta que existem várias implicações em comunicação de marketing global. Para isso, os profissionais de marketing devem considerar as diferenças existentes entre os mercados de cada país. Por exemplo, a diferença no idioma afetam diretamente as estratégias de comunicação, pois os consumidores preferem materiais publicitários específicos e no seu idioma, para melhor compreensão. Os editores podem até se sentir insultados e sem valor, quando os profissionais de marketing não se dão o trabalho de traduzir o meio de comunicação para o idioma do país que se está atuando. Os sistemas informatizados já possuem esse tipo de ferramenta que ajuda na tradução de folhetos interativos, primeiramente deve escolher qual o idioma que se deseja, no mesmo instante, todo o folheto é traduzido para o idioma escolhido. O problema mais visto referente às traduções, é que no caso das ferramentas de marketing utilizadas, traduzir palavra por palavra pode levar a equívocos nos significados, pois mudando apenas uma palavra, ou dando um outro tipo de sentido a ela, pode modificar toda uma ferramenta de comunicação, e acabar atrapalhando todo um investimento. Por causa desses possíveis conflitos, os profissionais de marketing devem escolher pessoas que sejam capacitadas, e que tenham total conhecimento a respeito do idioma e da cultura dos países onde pretendem atuar. Os profissionais de marketing devem sempre se certificar de que as mensagens transmitidas reflitam a cultura do país e de sua população. Deve também levar em consideração as restrições existentes às GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 69 estratégias de comunicação. A escolha de algum veículo de comunicação pode ser limitada no país, fazendo com que a escolha não atinja todos os consumidores como era previsto. Em outros países, por exemplo, existem restrições legais à comunicação. Como na Grécia, onde os cupons de descontos são proibidos, ou na África, onde amostras grátis podem causar tumultos indesejáveis. O ambiente tecnológico está proporcionando, cada vez mais, oportunidades para a comunicação global. Por causa disso, muitos comerciantes estão evitando contratar agências que se limita a um único país. O que pode ser realizado pelos profissionais de marketing é recorrer a agências estrangeiras em cada país que a empresa atua, em uma estratégia multinacional. O único problema é que o gasto com o planejamento pode sair mais alto do que o previsto e afetar os outros produtos que dependem da divulgação para suas vendas. Limeira (2006) ressalta que os planos de comunicação devem ter definidos quais meios serão utilizados para avaliar os resultados dos investimentos em comunicação. Essas medidas podem ser utilizadas mediante pesquisas realizadas com os públicos de interesse e ter como base de medida share of voice e share of mind, ou frequência média de exposição dos anúncios e índices de lembrança da marca. Também podem ser utilizadas a audiência dos anúncios, a taxa dos consumidores fiéis à marca, o grau de intenção de compra do público-alvo e as atitudes dos consumidores em relação à empresa. MODELO DE GESTÃO DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Existe um modelo com seis etapas para se desenvolver a comunicação de marketing baseado em Dias et al. (2003), Churchill (2003), Doyle (2003), Shimp (2002), Low e Mohr (2001), Kotler (2000) e Aldrighi (1989): I) Identificação do público-alvo Segundo Churchill (2003), Shimp (2002) e Kotler (2000), a primeira ao se planejar uma comunicação eficaz é determinar a quem se pretende comunicar. Para se identificar o público-alvo, os autores apontam técnicas de segmentação por faixa etária, grau de escolaridade, endereço, estilo de vida etc. Kotler (2000) enfatiza que durante a identificação dos consumidores é necessário medir suas percepções sobre aquilo que se deseja comunicar e mercadizar. II) Determinação de objetivos Segundo Shimp (2002), para avaliar se os objetivos da comunicação estão adequados, eles devem incluir informações precisas sobre quem, o que e quando. Além dessas informações, o autor afirma que os objetivos devem ser claros e mensuráveis. Kotler (2000) lembra que para estabelecer os objetivos, os gestores devem estar atentos ao ambiente mercadológico e à etapa do ciclo de vida que o produto, serviço, ideia etc., se encontra. 70 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Fonte: PHOTOS.COM III) Estabelecendo o orçamento De acordo com Kotler (2000), é um erro considerar a comunicação como um gasto. Segundo o autor, os resultados da propaganda e outros elementos do composto da comunicação se perpetuam por tempo indefinido, e considerá-la um investimento é mais adequado. Shimp (2002) aponta quatro métodos para estabelecer o orçamento. O primeiro é baseado no percentual de vendas, ou seja, verifica-se o total de vendas passadas ou a previsão de vendas futuras e determina-se um percentual sobre o valor escolhido. O segundo, por objetivos e tarefas, é o mais sensível e centrado nos objetivos da propaganda. O terceiro, por paridade competitiva, é estabelecido de acordo com os investimentos da concorrência, a fim de se igualar a ela. Por último, o método de disponibilidade é menos focado nos objetivos da propaganda e se estabelece o quanto investir por meio das sobras de caixa. IV) Elaboração da mensagem Para se elaborar a mensagem, Shimp (2002) aponta uma série de recursos criativos para sua composição. Esses recursos, também chamados de apelos podem ser classificados, segundo o autor, da seguinte maneira: a)Uso de endossantes – ou mediante o testemunho de celebridades e/ou pessoas comuns que utilizam o produto, serviço etc., que esteja sendo anunciado. b)Apelo para o medo – explora-se os malefícios de não se adotar o produto, serviço etc. c)Apelo para a culpa – o uso do produto, serviço etc., anunciado alivia qualquer sentimento de culpa que possa envolver o consumidor em uma situação de risco. d)Apelo ao sexo – muito utilizado por publicitários, o apelo ao sexo pode ser um chamariz inicial à propaganda, um reforçador de memorização e um evocador do emocional. e)Mensagens subliminares – sem valor científico comprovado, essa técnica consiste em utilizar conteúdo simbólico na elaboração da mensagem, de forma que o inconsciente dos consumidores processem esses dados mais periféricos da mensagem e reforcem o apelo central. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 71 V) Seleção dos elementos e mídias Churchill (2003), Dias et al. (2003), Shimp (2002) e Kotler (2000) escrevem que esta etapa consiste em selecionar os elementos (propaganda, promoção de vendas, relações públicas etc.) e negociar os meios e veículos de comunicação mais apropriados aos objetivos e ao orçamento da comunicação. Segundo Kotler (2000), a análise para a escolha de mídia deve contemplar uma série de variáveis. O autor determina que a escolha apropriada da mídia deve-se observar qual a cobertura desejada, ou seja, o número total de pessoas atingidas. Além da cobertura, o autor afirma que a frequência, ou número de vezes de veiculação, também deve estar de acordo com os objetivos pretendidos. Para se avaliar as diferentes opções de mídias, Dias et al. (2003) determinam uma série de medidas. Entre as mais utilizadas, o autor destaca o Gross Rating Point – GRP (soma dos receptores – audiência – atingidos pela comunicação) e Custo Por Mil – CPM (valor gasto a cada mil receptores). Basicamente, elas servem para quantificar os resultados que a propaganda irá obter ao atingir por meio das escolhas de mídias, veículos e programas em específico. Existe também a segmentação por faixa etária, classe econômica, gênero, local de residência entre outras bases. VI) Implementação e avaliação Implementar as estratégias escolhidas gerenciando o impacto em cada stakeholder é fundamental. Devemse estabelecer critérios de valores para o público que a organização se relaciona. Assim, a gestão da comunicação sintoniza seus objetivos ao ambiente interno e externo da organização. Aldrighi (1989) explica que a comunicação de marketing, mais especificamente a propaganda, permite que sejam aplicados testes de avaliação antes, durante e depois da veiculação das peças publicitárias. A autora afirma, que para a pesquisa de avaliação se tornar mais eficaz é necessário que seja continuada, ou seja, repetida a cada nova ação de comunicação. Ainda, conforme a autora, são mensuráveis os efeitos da propaganda em termos de: consciência da marca, lembrança da propaganda, imagem da marca, atitudes em relação ao produto, intenção de compra, comportamento de compra e atitudes em relação à propaganda etc. Segundo Low e Mohr (2001), apesar de grande a gama de medidas a se avaliar, existem dois grupos como fonte de dados: interno e externo. Entre as fontes internas, as vendas mensais e lucros são mais comuns. Para as fontes externas, o autor aponta a fatia de mercado conquistada. Diante das técnicas e propostas acima, se pode afirmar que a avaliação e implementação da comunicação de marketing são complexas. Com certeza, quanto mais dados e informações se obtiverem e se processarem, mais apurada será a avaliação. Provavelmente, na maioria dos casos, os recursos são escassos, limitando o número de técnicas a se aplicar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos da comunicação podem se basear nos estágios de resposta dos consumidores. De maneira geral, os objetivos podem estar relacionados à cognição, à afeição ou à ação dos indivíduos. A gestão de marcas é pautada pela gestão dos processos, produtos ou serviços e relacionamentos com stakeholders. A gestão pensada sob esses fatores deve integrar seus esforços criando sinergia entre eles, além de 72 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância estar em sintonia com os ambientes externo e interno da organização. A comunicação de marketing de uma organização deve ser administrada respeitando-se algumas etapas em seu processo: identificação do público-alvo, determinação dos objetivos, estabelecimento do orçamento, elaboração da mensagem ou seleção de informações, seleção dos elementos e ferramentas (técnicas e mídias), implementação e avaliação. A comunicação de marketing deve se estender aos demais stakeholders da organização. Além de consumidores, deve-se gerenciar a comunicação com funcionários, revendedores, fornecedores, prestadores de serviços, órgãos do governo, ONGs, concorrentes etc. A comunicação das organizações é realizada por todos de uma organização. Logo, deve ser pensada na forma de um processo complexo, porém gerenciável. A veiculação de informações sobre a organização deve ser sempre acompanhada. Sabedoria em gestão e integração sistêmica de redes competitivas7 O mercado tem exigido cada vez mais das empresas a composição de parcerias em forma de redes dinâmicas e abertas. Esse fato introduz uma nova dimensão nos aspectos relativos à competição, que assume a dimensão de competição entre as redes. Por outro lado, o Pensamento Sistêmico, dentro do contexto intraorganizacional, deve conduzir a organização a uma “sabedoria em gestão”, no sentido de revelar as interdependências éticas e morais das ações da mesma em seu ambiente. Ao incorporar o Pensamento Sistêmico no seu modelo de gestão, a empresa caminha rumo à compreensão do seu papel no mundo em que atua. ATIVIDADE DE AUTOESTUDO As questões, a seguir, podem ser pesquisadas na internet. 1) Explique a sinergia entre 2 elementos de comunicação de marketing. 2) Cite e explique como uma marca real se enquadra nos quatro itens do sistema de identidade de marca do modelo de posicionamento da Top Brands. 3) Cite 2 casos que apresentam a prática de usar a marca já existente de um produto para novos bens ou mercadorias. 4) Expliqueacurva(resultados)doGráfico2–Graudeinfluênciadosmeiosdecomunicaçãonasdecisões de compra. 5) Quaiselementosdecomunicaçãoemídiassãomaiseficazesquandoseprecisaatingirumgrande número de pessoas? 7 <http://www.fnq.org.br/site/822/default.aspx>. Acesso em: 06 jun. 2011. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 73 PENSAMENTO SISTÊMICO – A TEIA DA VIDA8 “Todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependência” (CAPRA, 1999). Comaaproximaçãodofimdoséculoaspreocupaçõescomomeioambienteadquiriramsupremaimportância, expressadosporumasériedeproblemasglobaisqueseencontramdanificandoabiosferaeavidahumanade uma maneira alarmante. Alguns cientistas perceberam que os principais problemas de nossa época não poderiam ser entendidos isoladamente, pois tinham um caráter sistêmico: interligados e interdependentes. As soluções para os principais problemas de nossa época demandavam mudanças radicais em nossas percepções e nos nossos valores, porém essa compreensão ainda não havia despontado entre a maioria de nossos líderes políticos, não atingia a maioria dos líderes das nossas corporações, nem os administradores e os professores das nossas grandes universidades. Tais líderes não apenas deixavam de reconhecer como os diferentes problemas eram interligados, como também se recusavam a reconhecer que as suas soluções afetavam gerações futuras. Sob o ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis seriam as soluções sustentáveis. Assim, o conceito de sustentabilidade de Lester Brow do Worldwatch Institute, adquiriu importância-chave para o movimento ecológico: “uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras” (BROW apud CAPRA,1981),sendoograndedesafiodenossostemposcriar comunidades sustentáveis. Os valores dominantes que modelaram a nossa cultura por várias centenas de anos, referenciavam-se na “visão do universo como um sistema mecânico, composto de blocos de construção elementares; na visão do corpo humano como uma máquina; na visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência; na crença no progresso material ilimitado, obtido por intermédio de crescimento tecnológico; na crença na sociedade na qualamulhereraclassificadaemumaposiçãoinferioràdohomem(CAPRA,1999). O novo paradigma concebeu uma visão de mundo holística – um mundo como um todo integrado, também podendo ser entendida como uma visão ecológica. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos: ela vê o universo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profundareconheceovalorintrínsecodetodososseresvivoseconcebeossereshumanosapenascomoumfio particular da teia da vida (CAPRA, 1999). Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras. Para realizar esta tarefa precisamos compreender estudos de ecossistemas, compreender os princípios básicos da ecologia, ser ecologicamente alfabetizado ou “ecoalfabetizado” (ORR apud CAPRA, 1999). Aprender com os ecossistemas significa aprender como viver de maneira sustentável: durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fimdemaximizarasustentabilidade,essasabedoriadanaturezaéaessênciadaeco-alfabetização. Os princípios básicos da ecologia passaram a ser aplicados como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis, sendo o primeiro deles o da interdependência: todos os membros de uma comunidade ecológica estão interligados numa vasta e intricada rede de relações, a teia da vida. A interdependência é a natureza das relações ecológicas. O sucesso da comunidade toda depende de cada um de seus membros, enquanto que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo. Isabel Ribeiro – Coordenadora da Unidade de Apoio à Rede de Atendimento do Sebrae Bahia. Mestre em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais - ênfase em produção limpa (Ufba – Escola Politécnica), Professora das Faculdades Ibes, Facsal, Facceba e Isaac Newton. 8 74 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância Entenderainterdependênciaecológicasignificaentenderrelações,nutriracomunidadesignificanutriressas relações. As relações entre os membros de uma comunidade ecológica são não lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Uma perturbação no ecossistema não está limitada a um único efeito, mas tem possibilidadesdeseespalharempadrõescadavezmaisamplos,podendoatémesmoseramplificadoporlaçosde realimentação interdependentes. Nos ecossistemas, os resíduos produzidos de uma espécie é alimento para outras, de modo que o ecossistema todo permanece livre de resíduos. Os sistemas industriais são lineares, enquanto as atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos em produtos e em resíduos, e vendem aos consumidores que descartam mais ainda resíduos. Os lucros privados são obtidos com os custos públicos (bens gratuitos: ar, água e solo), em detrimento do meio ambiente e da qualidade geral da vida, às expensas das gerações futuras. A alfabetização ecológica ensina que esse sistema não é sustentável. A economia enfatiza a competição, a expansão e a dominação; a ecologia enfatiza cooperação, a conservação eaparceria.Ainterdependência,reciclagem,parceria,flexibilidadeediversidadesãoprincípiosbásicosdaecologia, em conseqüência, princípios da sustentabilidade. “A sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade para entender os princípios da ecologia e viver em conformidade com eles”. REFERÊNCIAS CAPRA, A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Tradução Newton Roberval Eichemberg.SãoPaulo:Cultrix,1996.256p.TítuloOriginal:theweboflife:anewscientificunderstandingof living systems. CALLENBACH, E; CAPRA, F; GOLDMAN, L. et al. Gerenciamento ecológico. Tradução Carmen Youssef. São Paulo: Cultrix, 1993. 203 p. Título Original: Ecomanagament. GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância 75 CONCLUSÃO A melhor forma de compreender a comunicação de marketing é sob os parâmetros do pensamento sistêmico. Esse tipo de pensamento é originário dos primórdios do pensamento humano. Desde a préhistória até o presente, as formas de pensamento evoluíram de simples grunhidos para complexas teorias. O pensamento sistêmico tem seu grande marco com a teoria dos sistemas. Cronologicamente posterior, outras duas teorias importantes para esta modalidade de pensamento surgiram que são a teoria da complexidade e a teoria do caos. Pode-se dizer que elas fazem avançar a teoria dos sistemas, pois agregam a ela novos conceitos e ampliam sua aplicação. Praticamente todas as ciências já testaram essas teorias. Ciências exatas, biológicas e humanas já colocaram à prova a utilidade delas. Um exemplo pode ser imaginado por meio de uma organização qualquer, que pode ser com ou sem fins lucrativos, governamental ou não, não importa. Uma organização é uma composição de recursos (profissionais, máquinas, estrutura, estoque, capital etc.) coordenados a fim de atingir objetivos gerais e específicos. Finanças, pessoas, produção e marketing devem elaborar e atingir objetivos específicos atrelados ao objetivo geral da empresa. Cabe ao marketing, ou administração mercadológica gerenciar a comunicação de marketing potencializando a sinergia entre as ferramentas e elementos da comunicação e integrada à administração geral da organização e ao mercado como um todo. Identificar agentes e etapas do processo de comunicação de marketing é fundamental para iniciar sua gestão. Pesquisar e analisar os ambientes internos e externos da organização também é importante. Esse conhecimento se transformará em competência à medida que é exercido profissionalmente. A excelência na gestão será alcançada depois de muito exercício prático e teórico. Existem vários elementos e ferramentas de comunicação. Conhecer cada um deles, suas vantagens e desvantagens, é extremamente necessário para compor uma estratégia sintonizada com os ambientes externo e interno. Cada técnica e mídia oferecem particularidades nas suas eficácias que poderão ou não se enquadrar aos objetivos da organização. Um fator-chave na gestão da comunicação de marketing é a adequação da mensagem e do meio ao público-alvo. Há várias maneiras e métodos de se gerir a comunicação de marketing, porém é muito importante comtemplar as seguintes etapas: identificação do público-alvo, determinação dos objetivos, estabelecimento do orçamento, elaboração da mensagem, seleção dos elementos e mídias, implementação e avaliação. Outro fator-chave na gestão da comunicação é respeitar a legislação a atuar eticamente. Desenvolver ideias e ações socioambientalmente responsáveis valoriza a marca. 76 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA | Educação a Distância REFERÊNCIAS ALDRIGHI, Vera. Eficiência publicitária e pesquisa de comunicação. In: Tudo o que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência de explicar. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1989. ANDERSEN, Poul H. Relationship development and marketing communication: an integrative model. The Journal of Business & Industrial Marketing, vol. 16, n. 3, 2001, pp. 167-182. ANDY WARHOL MUSEUM, THE. Brillo Soap Pads Box, 1964. Founding Collection, Contribution The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts, Inc. 1998. Disponível em: <http://www.warhol.org/ ArtCollections.aspx?id=1708>. Acesso em: 30 maio 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES. O Desempenho do Setor de Telecomunicações no Brasil Séries Temporais – 2010. Rio de Janeiro, 2011. BORDENAVE, Juan E. D. O que é comunicação. 28. ed. São Paulo: Brasiliense, 2003. 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