a influência do marketing verde no processo de

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III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO
UNISALESIANO
Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de
pesquisadores
Lins, 17 – 21 de outubro de 2011
A INFLUÊNCIA DO MARKETING VERDE NO PROCESSO DE DECISÃO DE
COMPRA
Karina Lúcia Benites Pereira
[email protected]
RESUMO
O mundo está passando por um processo de mudança, onde questões
ambientais estão sendo de extrema importância. O consumidor atual não admite
mais comprar produtos de empresas que agridem o meio ambiente. Devido a essa
grande repercussão dessa questão ambiental, surge-se um novo conceito de
Marketing denominado Marketing Verde, onde a empresa se preocupa em não
agredir o ambiente em seu processo de produção e a passar informações
sustentáveis de seus produtos aos seus clientes. Através de revisão bibliográfica, o
objetivo deste artigo é discutir o quanto o Marketing Verde pode influenciar no
processo de decisão de compra do consumidor.
Palavras-chave: Marketing Verde, meio ambiente e processo de decisão de compra
1. INTRODUÇÃO
A busca por uma melhor qualidade de vida, fez com que as pessoas
passassem a preocupar-se mais com o meio em que vivem e em maneiras
sustentáveis de praticar suas atividades do dia-a-dia. Isso fez com que os
consumidores se tornassem mais preocupados e exigentes com os produtos que
consomem.
Muitas empresas visionárias já preocupam-se há muito tempo com as questões
ambientais e procuram fabricar seus produtos através de medidas sustentáveis que
causem o menor impacto possível no ambiente.
Muitos consumidores já não adquirem mais produtos de empresas que agridem
o meio ambiente efetuando desmatamentos em florestas, poluição de rios, e até
mesmo deixando de comprar alimentos de empresas que não se preocupam com o
sofrimento do animal na hora do abate.
Devido a esse novo consumidor no mercado, surgiu um novo conceito de
marketing conhecido como Marketing Verde, ecológico ou ambiental, onde a
empresa não se preocupa apenas em vender o seu produto, mas também no
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impacto que o mesmo causará no ambiente, seja em seu processo de fabricação,
seja após o seu consumo.
Nos dias atuais, pode-se verificar grandes empresas mudando os seus hábitos,
pode-se citar hipermercados que estão trocando suas sacolas plásticas pelas
sacolas retornáveis de pano, roupas sendo fabricadas utilizando o material sintético
no lugar do couro, produtos que após o término pode-se reutilizar a embalagem
comprando apenas um novo refil, entre outros.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na data de 17 de maio de 2011, o
texto substitutivo ao Projeto de Lei 496/2007, o qual proíbe a distribuição e venda de
sacolas plásticas no comércio do município de São Paulo. Tem como objetivo
incentivar o uso de sacolas retornáveis, também conhecidas como “Ecobags”.
As empresas serão obrigadas a exibir placas informativas, com as dimensões
de 40 centímetros por 40 centímetros, com os dizeres "Poupe recursos naturais! Use
sacolas reutilizáveis".
Existem outras cidades que também já proibiram a utilização da sacola
plásticas em seus estabelecimentos comercias. Na cidade do Rio de Janeiro a
utilização é proibida desde julho de 2010 e Belo Horizonte desde abril de 2011 e,
agora a cidade de São Paulo. Há também outras cidades em que ainda não houve a
proibição através de lei, mas algumas empresas já se conscientizaram e não utilizam
mais as sacolas plásticas.
Se o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab sancionar a lei, esta será
implementada até 31 de dezembro de 2011 e o seu não cumprimento acarretará
multa entre R$ 50 e R$ 50 milhões. A fiscalização da aplicação da lei será feita pela
Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
O que abordarda-se-á nesse artigo é o quanto o uso do Marketing Verde pode
influenciar o consumidor em seu processo de compra, em sua decisão pelos
produtos da empresa e a responsabilidade que a empresa adquire ao usar esse tipo
de marketing, visto que, uma empresa que utiliza o marketing verde não deve
preocupar-se apenas com a venda de seus produtos, mas também com as questões
ambientais em geral.
O artigo foi elaborado através do método de revisão bibliográfica abordando os
principais autores que estudam sobre os assuntos como Kotler, Armstrong, Dias,
Maslow, Vilela Junior e Demajorovic.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Introdução
De acordo com Kotler (2003), ao fazer uma compra, o comprador passa por um
processo de decisão que consiste em reconhecimento da necessidade, busca por
informações, avaliação das alternativas, decisão de compra e comportamento pós
compra.
Figura 1: Processo de decisão do comprador
Fonte: Kotler; Armstrong, 2003, p.136
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Durante o reconhecimento da necessidade, o consumidor percebe uma
necessidade ou um problema que poderia ser resolvido através da compra de um
produto ou serviço que esteja disponível no mercado. O próximo passo é a busca
por informação a cerca do produto como qualidade, diferentes valores existentes no
mercado, diferentes tipos de materiais em que o produto desejado é confeccionado
entre outras informações.
Após essa etapa avalia-se as alternativas, verifica-se as marcas e modelos
existentes no mercado e procura-se qual adapta-se melhor ao seu perfil, bem como
qual o melhor a ser comprado.
Então surge o comportamento pós-compra onde existirá a satisfação pelo
produto adquirido ou insatisfação o que será de grande importância para a empresa,
onde o consumidor efetuou a compra, uma vez que, caso o mesmo compre um
produto e se sinta satisfeito, ele irá repassar para as pessoas que vivem em seu
meio social: o quanto foi satisfatório adquirir tal produto; enquanto caso ocorra a
insatisfação, a empresa será prejudicada, visto que o consumidor passará uma
imagem negativa do produto adquirido.
2.2 O comportamento do consumidor na decisão de compra
Deve-se ressaltar que ao comprar um produto o consumidor leva em conta
seus fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos, ou seja, o consumidor é
levado até o produto pela sua cultura ou pelo meio em que vive. Por exemplo, para
muitos um produto muito desejado pode ser um computador de última geração, para
outra pessoa pode ser apenas um computador simples. Tudo depende do meio em
que a pessoa vive, pois como no exemplo acima, uma pessoa que utilize muito o
computador, seja no trabalho, casa ou até mesmo esteja efetuando uma graduação
nessa área o mais viável para ele seja um computador de última geração, enquanto
para uma pessoa de baixa renda que só deseja utilizar o computador poucas horas
por dia, um computador simples já será suficiente.
Pode-se verificar que, embora todos os consumidores passem pelo processo
de decisão de compra, cada um possui uma maneira diferente de tomar a sua
decisão de compra, pois cada indivíduo leva em consideração os seus valores
culturais, sociais, pessoais e psicológicos e salienta-se que não existem dois
indivíduos iguais no mundo. Cada um possui a sua maneira de pensar, de analisar o
que será melhor para ele e leva em conta todos esses sentimentos no ato da sua
decisão de compra pelo produto desejado.
Figura 2: Fatores que influenciam o comportamento do consumidor
Fonte: Kotler; Armstrong, 2003, p.119
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Kotler e Armstrong (2003), informam que a cultura é o principal determinante
dos desejos e do comportamento de uma pessoa, pois é através da cultura que a
pessoa vive, que ela adquiri seus valores, seus desejos e suas percepções. Diante
disso, os profissionais de marketing, sempre estão atentos as mudanças culturais
para verificarem se seus produtos estão sendo desejados pelo mercado ou se
devem investir em estudos que possam ajudar na criação de novos produtos e
serviços.
Kotler (1998) salienta que toda cultura se divide em subculturas, que fornecem
identificação mais específica e socialização para os seus membros.
Pode-se citar como exemplos de subcultura as diferentes religiões e grupos
raciais.
O fator social é quando a pessoa vai solicitar opinião das pessoas que conhece
sobre o produto que deseja adquirir, vai verificar se alguém já o possui, se é bom,
entre outros. Nesta etapa estão incluídos seus amigos e família.
Segundo Kotler e Keller (2006), os membros que constituem o grupo primário
da família, ou seja, os pais, são o grupo de maior influência.
No fator pessoal verifica-se o quanto há a necessidade do produto no
momento, analisa-se se há necessidade imediata de aquisição do mesmo ou se
pode-se prorrogar o prazo de compra.
Kotler e Armstrong (2003), informam também que as decisões dos
compradores são influenciadas pelas suas características pessoais, como sua idade,
ocupação, situação financeira e personalidade.
a)idade: Kotler (1998), informa que as necessidades e os desejos das pessoas
mudam ao longo de suas vidas. Um produto que seja um sonho de consumo para
um jovem hoje, daqui a 10 anos o mesmo pode não desejar mais tal produto e o seu
sonho de consumo ser outro, ou seja, houve mudança de comportamento devido ao
aumento de sua idade.
b)ocupação: Nada mais é do que a profissão do consumidor. O trabalho que a
pessoa executa, exerce influência direta sobre a sua decisão de compra. Se um
consumidor tem um alto cargo em uma empresa, conseqüentemente buscará
comprar produtos de melhor qualidade e preços mais elevados.
c)situação financeira: Outro aspecto de grande impacto na decisão de compra
é a questão financeira. Uma pessoa com um alto salário procurará por melhores
produtos e serviços.
d)personalidade: Conforme informado anteriormente, cada indivíduo é único e
possui uma personalidade distinta. Sendo assim, um produto que é bom para uma
pessoa, pode ser ruim para a outra e vice-versa.
E o fator psicológico que é o quanto o produto poderá melhorar a vida da
pessoa, um bom exemplo é a troca de um carro por um mais moderno e/ou
confortável e mais econômico.
Através de todas as informações obtidas, pode-se verificar que o trabalho do
profissional de marketing é algo complexo e que exige grande conhecimento de
seus consumidores. Diante disso deve-se verificar quanta influência o marketing
verde poderá acarretar nessa decisão de compra.
2.3 Uma breve definição de Marketing
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Para questionar-se o quanto o Marketing Verde poderá influenciar na decisão
de compras do consumidor, precisa-se primeiramente definir-se o que é Marketing.
“Um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtem o que
necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com
outros.”(KOTLER e ARMSTRONG, 2003, p.3).
Quando uma empresa aplica o marketing não se deve pensar que a mesma
está apenas pensando em fazer propaganda de seu produto e posteriormente a sua
venda, pois nos tempos modernos em que se vive, as empresas estão altamente
preocupadas em satisfazerem os seus consumidores para que os mesmos tornemse os seus clientes, ou seja, para que voltem a comprar seus produtos. Percebe-se
com esse pensamento, que os próprios clientes efetuarão o marketing da empresa
uma vez que, comunicando-se em seu meio social, o mesmo passará informações
do quanto o produto que adquiriu é de boa qualidade e o quanto ficou satisfeito.
A função do marketing, mais do que qualquer outra nos
negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e
proporcionar ao cliente valor e satisfação constituem a
essência do pensamento e da prática do marketing
moderno(KOTLER; ARMSTRONG, 2003, p. 3).
2.4 Mudanças de comportamento do consumidor
Com o passar dos anos, depara-se com grandes catástrofes ambientais, como:
tsunamis, furações, chuvas ácidas, entre outras. Percebe-se que não se possui mais
as estações do ano bem definidas como antigamente. Existem dias de verão em que
há a necessidade de se usar blusas de frio e dias de inverno em que tem-se 30º de
temperatura.Devido a esses fatos, as preocupações com o meio ambiente
assumiram proporções maiores do que existia há tempos atrás.
A questão a ser discutida é: será que algumas dessas catástrofes não estão
associadas ao o que o homem vem fazendo com a natureza, como por exemplo,
desmatamento das florestas que impossibilitam a fotossíntese das plantas que
ajudam a eliminar o CO² da camada de ozônio, suas chaminés, filtros inadequados
que despejam no ar toda a poluição de suas fábricas?
Dias (2009) defende que essa mudança de comportamento com relação a
conscientização ambiental que pode-se verificar no século XX, ocorreu de acordo
com o aumento das denúncias sobre os problemas de contaminação do meio
ambiente.
Maslow apud Kotler (2003), afirma com base na Teoria da Hierarquia das
Necessidades, que as necessidades do consumidor elevaram-se para um patamar
mais sofisticado: o da auto-realização, vivendo numa sociedade de informação, onde
o mesmo sofre as influências do mercado global que existe atualmente, e onde tem
consciência de seus direitos e de seus deveres e responsabilidades. Em virtude
disso, esse novo consumidor deseja comprar produtos que lhe satisfaça, mas que
também possuam em si valores de natureza ideológica sintonizados com suas
crenças e seu novo modo de vida.
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Figura 3: Hierarquia das Necessidades de Maslow
Fonte: Kotler; Armstrong, 2003, p.119
Devido a essa mudança de comportamento do consumidor, o Marketing Verde
tem sido um assunto de grande repercussão e as empresas estão buscando um
posicionamento favorável junto aos seus consumidores. Posicionamento esse que é
de grande valor para a empresa, uma vez que uma empresa que se preocupa com o
meio ambiente, conseqüentemente já possui uma vantagem com relação às outras
empresas que ainda não se conscientizaram sobre a importância da
responsabilidade ambiental.
O que também influenciou o processo de mudança de comportamento do
consumidor foram os surgimentos de Organizações Não Governamentais, mais
conhecidas como ONGs que conseguiram mostrar às pessoas a importância da
preservação ambiental para um futuro próspero.
O surgimento de ONGs poderosas, associado aos avanços na
esfera da tecnologia da informação, permite que os casos de
irresponsabilidade social figurem em primeiro plano,
incrementando-se assim o risco para a reputação das
empresas. A comunidade empresarial reconhece que a
reputação é um ativo valioso, porque afeta a relação da
empresa com seus clientes, empregados e investidores
(UNCTAD apud DIAS, 2009 p. 25).
Uma empresa que utiliza o marketing verde conseqüentemente deverá se
preocupar mais com a questão ambiental e também conscientizará seus clientes
sobre a importância de se adotar medidas ambientais adequadas, afinal esse é o
mundo que as crianças de hoje terão no futuro.
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2.5 O que é o Marketing Verde
A preocupação com o meio ambiente surgiu em meados dos anos 60, quando
inciou-se protestos pós segunda guerra, contra a utilização de combustíveis fósseis,
produtos químicos e contra o aumento do processo de industrialização e seu
impacto no ambiente.
O termo Marketing Verde surgiu nos anos 70, quando iniciou-se a preocupação
com o meio ambiente. Foi neste período que surgiram as diversas ONGs ecológicas
e os movimentos ambientalistas.
Segundo Kotler (2002), Marketing Verde é o estudo dos aspectos positivos e
negativos das atividades de marketing em relação a poluição, ao esgotamento de
energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis.
Polonski apud Vilela Junior e Demajorovic (2006), enseja que o Marketing
Verde nada mais é do que as atividades que são efetuadas para facilitar troca de
informação e satisfação do consumidor possuindo o mínimo de impacto negativo
sobre o meio ambiente.
Kotler (2002), afirma que no Marketing Verde, os consumidores esperam
encontrar qualidade ambiental nos produtos que desejam adquirir. Através dessa
afirmação, pode-se verificar que nenhum esforço por parte das empresas tem
sentido, se os consumidores insistirem em ainda consumirem os produtos que
agridam a natureza.
Já Dias (2009), salienta que o Marketing Verde baseia-se em um processo de
gestão integral e que ele é o responsável pela identificação, antecipação e
satisfação do consumidor, que espera através do mesmo que o processo de
produção dos produtos seja produtivo para a empresa, satisfatório para o cliente e
sustentável e responsável com o meio ambiente.
Coddington apud Dias (2009), entende que o Marketing Verde é aquele que
possui em seu desenvolvimento relação com a responsabilidade ambiental da
empresa e até mesmo uma oportunidade de desenvolvimento para a mesma que
estará criando o seu diferencial no mercado com seus produtos verdes e que, antes
do processo de Marketing Verde, as empresas devem já terem começado os seus
processos de preocupação e responsabilidade com o meio ambiente, pois de nada
adianta uma empresa possuir produtos verdes apenas com a intenção de vendê-los
mais rapidamente no mercado.
Vilela Junior e Demajorovic (2006), defendem que Marketing Verde é, em
essência, um ajuste das estratégias mercadológicas de empresas às exigências de
um novo tempo no qual os consumidores desejam, mais que produtos.
O Marketing Verde não pode ser considerado somente um
conjunto de técnicas voltadas para projetar e comercializar
produtos que não prejudiquem o meio ambiente; é também
uma forma de articular as relações entre o consumidor, a
empresa e o meio ambiente. Assim, ao se adotar uma filosofia
de Marketing Verde, deve-se ter em mente essa concepção
macro do processo, onde a compreensão da importância da
preservação do meio ambiente esteja impregnada em toda a
organização, incluindo o comportamento cotidiano das pessoas
que a intregam( DIAS, 2009, p. 142).
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Ainda seguindo Weldford aput Dias (2009), o Marketing Verde ocorre quando a
empresa fornece informações ao consumidor de como o seu produto pode ser
utilizado de uma maneira melhor, mais consciente, passando-lhe informações do
que deve fazer como a embalagem ou até mesmo com o produto quando o mesmo
for inutilizado (no caso pode-se citar as pilhas e baterias), sobre a reciclagem, o que
geraria uma mudança no comportamento e na conscientização ambiental do
consumidor.
Não é suficiente falar a linguagem verde; as companhias
devem ser verdes. Longe da questão de apenas fazer
publicidade
que
muitos
comerciantes
perceberam
originalmente, a abordagem satisfatória de preocupação
ambiental requer um esverdeamento completo que vai fundo
na cultura corporativa. Somente por intermédio da criação e
implementação de políticas ambientais fortes e profudamente
valorizadas é que a maioria dos produtos e serviços saudáveis
podem ser desenvolvidos. É só por meio da criação de uma
ética ambiental que abranja toda a empresa que estratégias de
marketing podem ser executadas (OTTMAN apud DIAS, 2009,
p. 142).
Diferente do que ocorreu no passado, quando os consumidores eram
escolhidos pelas marcas, hoje são os consumidores que escolhem as marcas, as
empresas e os produtos que desejam comprar e, devido a enorme variedade
existente no mercado, pode-se dizer que o Marketing Verde pode-se também ser
utilizado para a empresa como uma estratégia de marketing e de diferencial no
mercado mas, precisa-se deixar claro que, isso será apenas uma conseqüência de
todo o esforço e investimento na melhoria da qualidade de seus produtos e na
preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade.
Os consumidores de hoje possuem muito mais meios de comunicação do que
existiam em tempos atrás. Hoje, é possível facilmente verificar se uma empresa que
informa que é ambientalmente responsável realmente está falando a verdade pois
conforme já salientado anteriormente, esse é um tema de grande abrangência e não
é admitido mais empresas que omitam a verdade sobre seus produtos aos
consumidores em geral.
2.5.1 O que é um produto verde?
De acordo com DIAS (2009), um produto verde é aquele que possui as
mesmas funções dos produtos comuns, porém causam um dano inferior ao meio
ambiente durante o seu ciclo de vida.
Existem certificações e rotulagens ambientais que são conhecidos como “selos
verdes” que acompanham o produto demonstrando que o mesmo foi produzido
causando um menor impacto no ambiente e também de maneira sustentável.
Seguindo informações de Dias (2009), para verificar se os produtos que
possuem selos verdes não são fraudes, deve-se seguir os princípios abaixo
relacionados:
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a)deve-se verificar a todo momento, para confirmar-se a sua autenticidade;
b)serem concedidos por empresas de idoneidade reconhecida;
c)não devem criar barreiras comerciais;
d)deve-se recorrer a ciência para verificar-se suas condições ambientais;
e)sempre deve-se levar em consideração todo o ciclo de vida do produto; e
f)estar sempre pensando na melhoria do produto;
O produto verde possui um preço mais elevado do que o produto comum,
porém os consumidores preferem algumas vezes pagar um pouco mais caro em um
produto e levar para a sua casa tendo a consciência de que está agindo socialmente
responsável.
2.6 Empresas Reativas, Próativas e Propositivas
Segundo Kotler (2003), existem três fatores motivacionais que influenciam na
implantação do Marketing Verde, os quais são classificados como reativo, próativo e
propositivo.
As empresas reativas atendem às preocupações ambientais de seus clientes,
somente para evitarem multas, processos ambientais e para satisfazerem os
ambientalistas, ou seja, preocupam-se com as questões ambientais apenas porque
caso isso não ocorra, a mesma será prejudicada, perdendo os seus clientes e
conseqüentemente, tendo dificuldade de posicionamento no mercado.(KOTLER,
2003).
Empresas reativas são empresas que infelizmente não se preocupam com as
questões ambientais, elas apenas seguem as normas para evitarem serem
prejudicadas no mercado.(KOTLER, 2003).
Infelizmente a maioria das empresas ainda são apenas empresas reativas, que
seguem as normas ambientais apenas para não serem punidas e perderem os seus
consumidores e o direito da venda de seus produtos ao mercado.
Já as empresas próativas, são aquelas que têm capacidade de trabalhar de
maneira eficaz, tem a capacidade de enxergarem nessa grande mudança de
comportamento do consumidor uma oportunidade de crescimento em seus
negócios, investem altos valores para transformarem seus produtos em
verdes.(KOTLER, 2003).
De acordo com Vilela Junior e Demarojovic (2006), as empresas propositivas
são aquelas que incorporaram o valor ambiental em seus processos de fabricação e
em sua cultura por acharem que esta deveria ser a maneira correta de se trabalhar e
não por pressão legal ou para obter lucros e benefícios.
Pode-se verificar que o ideal seria se todas as empresas que existem fossem
propositivas, pois assim, estariam incorporando uma atitude verde porque desejam
fazer o melhor ao meio ambiente, aos seus consumidores e à sociedade em geral e
não estariam apenas seguindo normas e imposições legais.
Se todas as empresas pensassem dessa maneira, não haveria necessidade da
criação das leis que proíbem a agressão ao meio ambiente, mas infelizmente esse
ainda é um processo longo e de grande trabalho.
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CONCLUSÃO
Conclui-se que o processo de decisão de compra pelo qual o consumidor
passa antes de adquirir um produto é um pouco complicado e complexo, pois
existem diversos fatores que podem interferir nessa decisão de compra, fazendo
com que o mesmo mude de opinião ou até mesmo desista da compra.
Também deve-se levar em consideração os diferentes tipos de cultura e
subcultura, pois são os fatores que mais influenciam nessa decisão.
O consumidor tornou-se altamente exigente, e isso fez com que as empresas
investissem altos valores em seus departamentos de marketing, tanto para verificar
o que o mercado deseja como também para aumentar a aceitação dos produtos que
já possuem no mercado.
Hoje, é comum na hora de adquirir um produto, que esse processo de decisão
de compra, seja ainda mais extenso devido a grande diversidade de produtos que se
possuí a disposição no mercado. Pode-se optar por diversos modelos, cores,
preços, entre outros fatores. Também deve-se levar em consideração que com o
avanço e com a facilidade do acesso a internet, no processo de decisão de compras
a pessoa não procura referências do produto e da empresa apenas em seu meio
social, mas também procura informações na internet, verificando opiniões sobre os
produtos a serem adquiridos, lugares diferentes em que poderá comprar os mesmos
e se realmente é o que deseja.
Essa facilidade de informação também contribuiu para que as empresas
repensassem em sua maneira de cuidar do meio ambiente, visto que uma empresa
que o prejudica e o destrói na fabricação de seus produtos, seja poluindo rios ou o
ar, rapidamente ficará conhecida na mídia e será muito prejudicada no mercado.
O mundo realmente precisa de socorro, as árvores estão sendo destruídas, os
peixes estão morrendo, o homem acha que pode tudo para conseguir o progresso
mas já está sentindo as conseqüências disso, portanto, imaginem a geração futura.
Através das análises efetuadas para o desenvolvimento do artigo, acredita-se
que realmente o Marketing Verde pode influenciar na decisão de compra, pois além
dos consumidores terem se tornando ambientalmente mais responsáveis, tem-se
grandes empresas e governo também preocupados com essa questão. Um bom
exemplo que se pode citar mais uma vez é a proibição do uso de sacolas plásticas.
Claro que sempre existirão as pessoas que irão ao mercado e na hora do
embalo da mercadoria para levar para a casa, ainda irão solicitar que cada produto
comprado seja colocado em uma sacola, pois a mesma utiliza como “lixinho da
cozinha” em sua casa, mas o que importa é que existe uma grande quantidade de
pessoas que, se interessam em ler esse artigo e podem fazer a diferença.
O novo consumidor leva sim em conta a conseqüência que o seu produto
adquirido irá impactar no ambiente, e as empresas que usam o Marketing Verde
estão à frente das demais que ainda não se preocupam com essa questão uma vez
que, uma empresa que utiliza tal marketing, na maioria das vezes já está consciente
ambientalmente de sua responsabilidade em preservar o meio em que se vive e
procurar maneiras sustentáveis de praticar a sua atividade.
O mundo mudou, as pessoas mudaram e as empresas precisam continuar
mudando se desejarem permanecerem no mercado com sucesso. Empresas que
agridem o meio ambiente estão sendo multadas, estão perdendo os seus clientes e
sem clientes uma empresa não consegue sobreviver.
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O Marketing Verde ainda é algo novo nas empresas brasileiras, mas com o
avanço dos movimentos de causas ambientais futuramente todas as empresas
utilizarão o mesmo em suas diversas formas: criando produtos verdes, informando o
consumidor adequadamente a maneira de reciclagem do produto, criando postos de
coleta de produtos que sejam recicláveis, entre outros.
Percebe-se também que o ideal seria se todas as empresas tivessem atitudes
propositivas, ou seja, que desejassem melhorar o processo de fabricação de seus
produtos por vontade própria, pensando no benefício que essa atitude estaria
trazendo para as pessoas e para o meio ambiente, e não que agissem como a
maioria que, só mudam as suas atitudes quando se vêem obrigadas pelo governo ou
pelo consumidor que deixa de comprar os seus produtos.
As empresas brasileiras já descobriram que o Marketing Verde é de extrema
importância para os seus negócios, pois cria uma imagem positiva, e também pode
gerar economia, uma vez que ela poderá reciclar seus produtos para produzir
produtos novos ao mercado e conseqüentemente gerará uma redução de custos.
Essa imagem positiva no mercado, além do objetivo principal que é a preservação
ambiental, ainda poderá facilitar na obtenção de empréstimos bancários.
Ainda é necessário que ocorra mais mudanças e conscientização, tanto das
empresas, quando das pessoas com relação à questão de que depende-se do
ambiente em que se vive e que, se o destruir as conseqüências serão catastróficas e
irreversíveis, mas o importante é que uma parte dessa mudança já foi iniciada e está
obtendo sucesso e desenvolvimento.
Ser consumidores conscientes é utilizar o Marketing Verde das empresas para
adquirir produtos ambientalmente corretos, os chamados produtos verdes. Comprar
apenas de empresas que causem o menor impacto possível no meio ambiente e que
se preocupem com o futuro e o futuro do planeta e das futuras gerações.
REFERÊNCIAS
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São
Paulo: Atlas, 2009.
KOTLER, Philip. Administração de marketing:
implementação e controle. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
análise,
planejamento,
______________. Marketing para o século XXI. 12. ed. São Paulo: Futura, 2002.
______________. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo:, Pearson,
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KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
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KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo:
Pretice Hall, 2003.
VILELA JUNIOR, Alcir; DEMAJOROVIC Jacques, Modelos e Ferramentas de
Gestão Ambiental: Desafios e Perspectivas para as organizações. São Paulo,
Senac, 2006.
12
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