Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho Curso de Mestrado em Administração Pública Disciplina: Profª: Aluna: Estado de Bem Estar Social, Proteção e Pobreza: Uma introdução Carla Bronzo Ladeira Carneiro Lorena Maia Texto: As três economias políticas do Welfare State O autor começa o texto “as três economias políticas do Welfare State” com duas perguntas que segundo ele norteiam a maioria dos debates sobre o Welfare Satate. A primeira: A distinção de classe diminui com a extensão da cidadania social? Em outros termos, o Welfare State pode transformar fundamentalmente a sociedade capitalista? A segunda pergunta: Quais são as forças causais por trás do desenvolvimento do Welfare State? Gosta Esping-andersen aborda o Welfare State não como sendo de um único tipo, ele afirma que há diferentes regimes de Welfare State e que eles dão distintas soluções políticas para os conflitos distributivos no interior das sociedades e que eles são resultado da capacidade de mobilização de poder da classe trabalhadora. No texto ele considera as causas dessa existência abordando as diferentes formas de desenvolvimento do Welfare State. Versando o estado de bem estar social em paralelo à economia o autor afirma que os economistas sempre se preocuparam com o relacionamento entre capitalismo e Estado do bem estar social. Adam Smith no neoliberalismo acreditava que o mercado seria o meio superior para abolição de classes, das desigualdades e do privilégio e quando o Estado intervinha ele só fortalecia os monopólios, gerando ineficiência e protecionismo. Muitos liberais concluíram que a democracia usurparia ou destruiria o mercado. Os economistas políticos conservadores recusaram a aceitar que somente os nexos monetários do mercado fossem a única ou a melhor garantia de eficiência econômica. Tinham como ideal a perpetuação do patriarcado e do absolutismo com a melhor garantia possível, em termos legais, políticos e sociais, de um capitalismo onde não houvesse luta de classes. Temiam o nivelamento da sociedade e eram a favor de uma sociedade que mantivesse tanto a hierarquia quanto as classes. Já os economistas políticos marxistas abominavam os efeitos atomizantes do mercado e combatiam a convicção liberal de que os mercados garantiriam a igualdade. São três os modelos de Welfare State desenvolvidos pelo autor: Modelo social democrata - predominância nos países escandinavos. Nesse regime a mobilização de classe no sistema parlamentar é meio para a realização dos ideais socialistas de igualdade, justiça, liberdade e solidariedade. Através dos princípios social-democratas conseguiram implementar políticas sociais, caracterizadas por um sistema de proteção ampla de cobertura universal, com benefícios, garantidos como direitos. Os benefícios não são vinculados a nenhum tipo de contraprestação efetuada pelo beneficiário. Trata-se de assegurar mínimos vitais, distribuídos segundo critérios de equalização, e não de mérito. Ênfase na questão da distribuição de recursos políticos entre as classes. Modelo conservador ou conservadorismo – adotado pela Alemanha, França, Japão. Tem caráter corporativo e seletivo Caracterizado pela ação do estado que assegurava a lealdade e subordinação. A ação protetora do Estado volta-se ao desempenho dos grupos protegidos. Tal modelo é altamente marcado pelo corporativismo e pela estratificação ocupacional. A preservação das diferenças de status é fundamental. O impacto redistributivo é pequeno, os benefícios estariam vinculados ao objetivo político de consolidar divisões no interior da classe trabalhadora. modelo liberal: típico dos países de tradição anglo-saxônica, como os Estados Unidos, Austrália, Canadá. Inversamente ao modelo socialdemocrata, as políticas sociais tomadas por esses países são de cunho liberal de maneira que maximize o status de mercadoria do trabalhador individual. As políticas sociais seguidas caracterizam-se pela seleção distinguindo os beneficiários merecedores e não merecedores, análise meritória. Elevada Estratificação social. Há limitação para a intervenção do estados. A reforma social é um assunto fundamental desde o início do processo de organização da classe trabalhadora fazendo parte do próprio processo de formação dessa classe. A política social passou a ser vista como um campo para a acumulação de recursos de poder da classe trabalhadora, baseada em princípios e ações que substituiriam as práticas do mercado pela distribuição social e os direitos de propriedade pelos direitos sociais. A estrutura de benefícios que o Welfare State vai ofertar, varia de país para país, dependendo da concepção adotada do que é riscos social. Os três tipos de Welfare State descritos por Esping-andersen apontam as características institucionais e distributivas dos sistemas de prestação de serviços sociais de alguns países permitindo ligá-los conforme diferentes regimes ou modelos de política social. O cerne do Estado de bem estar social consiste na assistência oferecida pelo governo na forma de padrões mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação e educação assegurado a todos os cidadãos como direito político A implementação de políticas sociais orientadas por princípios atrelados aos interesses da classe trabalhadora demonstra a forma pela qual vários países resolveram os conflitos distributivos. O autor diz que não se pode garantir que quanto maior o volume do gastos sociais com a classe trabalhadora maiores são os resultados em termos distributivos das políticas sociais. Desse modo, mesmo onde a mobilização da classe trabalhadora tem níveis similares podem ocorrer resultados substancialmente diferentes, devido à estrutura de poder. Ao analisar os distintos modelos Esping-andersen evidencia a existência de uma equivalência entre diferentes regimes de Welfare State e distintas situações políticas para seu surgimento e desenvolvimento. Perceber e identificar os modelos de Estado de bem-estar e como eles se desenvolveram político e institucionalmente apontam para uma maior ou menor inclusão dos regimes de proteção social sendo importante para compreender porque diferentes nações comportam-se de modo diferente em relação a semelhantes riscos sociais. Referência: ESPING-ANDERSEN, Gosta (1991). “As três economias políticas no Welfare State”. Lua Nova, No. 24, pp. 85-116.