analise critica uso do peroxido de benzoila no - TCC On-line

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ANÁLISE CRÍTICA: USO DO PERÓXIDO DE BENZOÍLA NO TRATAMENTO DA
ACNE GRAU II
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Amanda Caroline de Oliveira , Patrícia Ribeiro Aguiar ², Ariane de Souza³.
1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmetologia da Universidade Tuiuti do Paraná
(Curitiba, PR);
2 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmetologia da Universidade Tuiuti do Paraná
(Curitiba, PR);
3 Tecnóloga em Estética, Prof. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).
Endereço para correspondência: [email protected]
RESUMO: Na atualidade o cuidado com a pele é uma preocupação constante, porém,
alguns fatores como a desestabilização das glândulas sebáceas, mudanças hormonais entre
outros, acometem alterações cutâneas como a acne. A terapia tópica é um dos métodos
mais comuns utilizado no tratamento dessa alteração, ela age sobre as lesões da pele
reduzindo as chances de inflamação. O Peróxido de benzoíla empregado ao tratamento da
acne inflamatória é uma alternativa tópica que tem sido muito utilizada, devido suas
propriedades bactericidas, queratolíticas e anti-inflamatórias. Este artigo é uma revisão de
literatura e tem como objetivo averiguar a ação que o Peróxido de benzoíla apresenta no
tratamento e prevenção da acne grau II, onde o mesmo mostrou-se eficaz, diminuindo a
produção sebácea e tratando as lesões, podendo ser associado a tratamentos estéticos
como a limpeza de pele para obter resultados mais rápidos e satisfatórios.
Palavras-chave: acne, terapia tópica, peróxido de benzoíla.
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ABSTRACT: Nowadays the skin care is a constant concern, however, some factors such as
the destabilization of the sebaceous glands, hormonal changes, among others, results into
skin disorders such as acne. Topical therapy is one of the most common methods used in
the treatment of this change; it acts on the skin lesions reducing the chances of inflammation.
The Benzoyl peroxide used for the treatment of inflammatory acne is a topical alternative that
has been widely used due to its bactericidal, keratolytic and anti-inflammatory properties.
This article is a literature review and aims to investigate the effects that Benzoyl peroxide
presents in the treatment and prevention of grade II acne, where it had positive results,
reducing sebum production, treating the lesions may be associated with aesthetic treatments
such as facial, for faster and satisfactory results.
Keywords: acne, topical therapy, benzoyl peroxide.
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1. INTRODUÇÃO
Pode-se considerar a acne como uma lesão inflamatória comum, que afeta a
pele, seu quadro é multifatorial apresentando-se como comedões abertos e
fechados, pápulas, pústulas, cistos e nódulos. Afetam principalmente as regiões da
face 99%, dorso e ombros 66% e o tórax 15% (STEINER, BEDIN, MELO, 2014).
Geralmente acometem adolescentes e jovens de ambos os sexos, sendo mais
precoce no sexo feminino. O quadro da acne gera grande desconforto para o
paciente, não somente pelas lesões, mais também pelo agravamento do caso e
aparecimento de cicatrizes (ZUCHETO, BRANDÃO, 2011). Sua etiologia está
relacionada à produção sebácea, hiperqueratinização e proliferação bacteriana no
folículo pilossebáceo. Esta lesão inflamatória, não compromete diretamente a saúde
física do indivíduo, porém gera comprometimento emocional o que pode levar a
diminuição da autoestima, por isso, quanto mais cedo o problema for diagnosticado
e tratado, menores serão os riscos de sequelas (BACCOLI, REIS et al, 2015)
Existem vários tratamentos para acne que devem sempre se adaptar de
acordo com o grau em que a lesão se encontra, em casos de acne grau II, podem
ser administrados antimicrobianos tópicos como o peróxido de benzoíla, que é uma
formulação clássica muito utilizada para tratamento da acne inflamatória devida sua
ação anti-inflamatória, antibacteriana e queratolíticas, que gera leve ressecamento e
descamação na pele (ZUCHETO, BRANDÃO et al, 2011).
Este artigo tem como objetivo averiguar a ação que o peróxido de benzoíla
apresenta no tratamento e prevenção da acne grau II.
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Acne
A acne é uma dermatose comum que geralmente se inicia na puberdade,
forma-se na região pilossebácea e geralmente afeta em maior proporção a região
facial, tórax e dorso, onde está localizada a maior quantidade de glândulas
sebáceas. (VAZ, 2003) é caracterizada pelo aparecimento de comedões em sua
fase inicial, podendo evoluir para pápulas e pústulas, e em quadros mais avançados
nódulos cistos e cicatrizes (KAWATA, OLIVEIRA, 2011 apud LEONARDI, 2008).
Para Sampaio, Castro (1983) a acne vulgar também é uma afecção cutânea
comum na adolescência que se prolonga por tempo variável, na maioria dos
adolescentes as lesões são mínimas, porém, em alguns casos pode-se manifestar
severamente causando transtornos e problemas psicológicos e sociais que afetam
diretamente a vida do adolescente, onde a ausência de tratamento adequado pode
resultar em cicatrizes inestéticas. É constituída por um conjunto de lesões, as quais,
isoladas ou em conjunto, definem seu grau, apresentadas no quadro a seguir:
QUADRO 1: Lesões da acne
Aberto: Possui cor amarronzada devido à oxidação do sebo
Comedão
Fechado: Possui acúmulo de sebo e células mortas, formando uma
película de cor esbranquiçada, não passam por processo oxidativo.
Pápula
Pústula
Nódulo
Cisto
Surge como área de eritema e edema, com pequenas dimensões até
3 mm.
Possui conteúdo purulento, denominado pus, são frágeis e podem
romper com atrito ou pressão.
Possui estrutura parecida com as pápulas, porém em maiores
dimensões, podendo atingir 2 cm.
Caroço localizado abaixo da pele de forma arredondada, o conteúdo
interno chamado de sebum, liquido branco com cheiro forte.
(SAMPAIO, CASTRO, 1983; FIGUEIREDO, MASSA, PICOTO et al, 2011).
Os fatores que geram o aparecimento e influenciam para o agravamento do
grau são múltiplos, os principais estão relacionados a alterações hormonais e
mudanças na pele tais como: Produção sebácea, aparecimento de comedões e
pústulas, nódulos e cicatrizes (BRENNER, 2006).
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Os
fatores
fisiopatológicos
da
acne
são:
Produção
sebácea,
hiperqueratinização folicular, presença de bactéria P. acnes, inflamação folicular
(COSTA, ALCHORNE, 2008).
Classificação clínica
O diagnostico é realizado de acordo com as lesões predominantes na região,
e então classificadas em diversos graus apresentando diferentes características,
apresentadas no quadro 2:
QUADRO 2: Graus da acne
Acne grau I
Apresenta comedões abertos e fechados.
Comedogênica (não inflamatória)
Acne grau II
Pápulo pustulosa (Inflamatória)
Apresenta comedões abertos e fechados,
pápulas e pústulas.
Acne grau III
Apresenta comedões abertos e fechados,
Nódulo cística (Inflamatória)
pápulas, pústulas, nódulos e cistos.
Acne grau IV
Apresenta comedões abertos e fechados, pápula,
Conglobata
pústulas, nódulos, cistos e abscessos.
(GOMES, GABRIEL, 2006; BRENNER, 2006).
Tratamento tópico
Antes da década de 1940, não existia tratamento considerado efetivo para a
acne, eram prescritos agentes tópicos de baixa eficácia como enxofre e resorcina,
ou aguardavam até que as lesões cicatrizassem espontaneamente. A partir de 1940,
iniciou-se o uso de antibióticos por via sistêmica, como as tetraciclinas, eritromicina
entre outros, e foi a partir de 1960 e 1990, que começaram ser introduzidos produtos
tópicos eficazes para o tratamento da acne, como o péroxido de benzoíla em 1965,
a tretinoína em 1969 e o ácido azeláico em 1985 (SAMPAIO, BAGATIN, 2008).
O tratamento da acne depende do grau em que se encontram as lesões e
também das características pessoais do paciente, geralmente recomenda-se
retinóides tópicos para tratamento de comedões, e as lesões acneicas inflamatórias
superficiais podem ser tratadas com variadas terapias tópicas que incluem peróxido
de benzoíla, antibióticos tópicos entre outras opções. O uso de antibióticos orais é
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recomendado em graus de acne mais avançados, onde pode ser associada com a
terapia tópica (ROSSO, 2007).
O objetivo do tratamento tópico é atuar nas lesões da pele, diminuindo a
produção sebácea, flora bacteriana, promover ação queratolítica e bacteriostática, e
assim reduzir as chances de inflamações. (DALLABRIDA, CONCEIÇÃO, 2012 apud
RIBEIRO, 2010). Deve-se iniciar com a higienização correta da pele, que consiste na
utilização de água e sabonete com propriedades antissépticas, de uma a duas vezes
ao dia, em seguida deve-se usar um ativo com o objetivo de controlar a oleosidade
da pele e o aparecimento de comedões e pústulas. (SAMPAIO, CASTRO 1983). Os
produtos utilizados devem ajudar na regularização sebácea porem, não podem ter
ação totalmente desengordurante para não provocar o ‘’ efeito rebote’’. Associar as
terapias tópicas e sistêmicas a recursos estéticos como extração de comedões,
esfoliação, peelings, garantem uma maior eficácia no tratamento (SAMPAIO;
BAGATIN, 2008).
Preparar a pele para receber qualquer tratamento estético é muito
importante, a limpeza de pele é uma técnica comum que pode ser aplicada no
tratamento e prevenção da acne, pois promove esvaziamento de pústulas e
principalmente dos comedões, promovendo melhora imediata e redução do
comprometimento clínico evitando o agravamento das lesões, e preparando a pele
para possíveis terapias tópicas (ALVARES, TABORDA, 2012; apud TAUB, 2007).
As preparações tópicas cutâneas, incluindo bloqueadores solares, cremes
hidratantes, tônicos, sabonetes ou qualquer outro cosmético para fim terapêutico,
devem ser anti-comedegênicas e livre de óleo em sua composição. (ROSSO, 2007)
É muito importante orientar o paciente para não tentar extrair as lesões, esse
procedimento deve ser realizado por um profissional habilitado, para que não piore o
quadro e futuramente apareçam manchas ou cicatrizes locais, também é
indispensável o uso do filtro solar diariamente (UDA, WANCZINSKI, 2008 apud
TALARICO, 2001).
Peróxido de benzoíla
Utilizado desde 1917 como branqueador da farinha de trigo que teve sua
eficácia antisséptica comprovada desde o inicio do século XX. Em 1974 suas
propriedades antibacterianas e antiinflamatórias foram descobertas, passando a ser
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utilizado com frequência no tratamento e prevenção da acne. Sua ação
antimicrobiana apresenta eficácia comparada à de antibióticos tópicos, tendo ação
bactericida sob o P. acnes, possui ainda ação comedolítica e promove renovação
celular (HEGEMANN, TOSO, KITAY et al , 1994).
Segundo Sampaio, Castro (1983), o peróxido de benzoíla é um fármaco com
propriedades esfoliantes e inibidora do crescimento de C. acnes muito utilizado no
tratamento da acne inflamatória, para Dallabrida, (2012) apud Layton, (2005) o
peróxido de benzoíla é um agente que possui ação positiva também em lesões de
caráter não inflamatório, diminuindo os comedões e regulando a produção de
oleosidade da pele. Sua ação queratolítica esta vinculada com a irritação que causa
na epiderme, gerando uma descamação que varia de leve a moderada, e
consequentemente gera efeito comedolítico reduzindo os níveis de lipídios na
epiderme e a atividade das glândulas sebáceas (FANTA, MULLER, 1979).
A aplicação do peróxido de benzoíla deve ser feita no local da dermatose, e
para reduzir os efeitos secundários, o tempo de atuação na pele deverá ser
aumentado progressivamente nas duas primeiras semanas de tratamento, se não
houver irritação ou quaisquer manifestações alérgicas pode-se deixar agindo no
período noturno, retirando pela manhã (UDA, WANCZINSKI, 2008 apud SALVIANO,
1999). Sua formulação é encontrada em forma de géis, cremes e loções em
concentrações que podem variar de 2% a 10% (DALLABRIDA, CONCEIÇÃO, 2012
apud BERSON & SHALITA, 1995).
Em poucos dias de uso já é possível observar uma melhora de 90% em
relação aos microrganismos, e de 40% sob os ácidos graxos livres, outro beneficio é
que o peróxido de benzoíla não desenvolve resistência bacteriana, podendo ser
associado em casos de acne mais elevados a antibióticos e retinóides aumentando
sua eficácia (DIAS, 2014; COSTA, BAGATIN, 2013).
Mecanismo de ação
O Peróxido de benzoíla é um agente tópico muito utilizado no tratamento da
acne atuando no estrato córneo, seu mecanismo de ação está vinculado com sua
ação antibacteriana sob o P. acnes, bactéria conhecida por obstruir os óstios, e por
seus efeitos comedolíticos e descamativos na pele (KATZUNG, MASTERS,
TREVOR, 2014).
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O Peróxido de benzoíla possui a característica de liberar oxigênio
gradualmente, visto que muitas bactérias são sensíveis ao oxigênio, esse contato
provoca a morte desses micro-organismos, essas moléculas de oxigênio são
capazes de destruí-los, pois reage diretamente na parede da célula bacteriana.
(KATZUNG, MASTERS, TREVODIAS, 2014) De acordo com Baumann (2004), é
necessário para que o tratamento da acne seja eficaz utilizar um ativo que diminua a
produção sebácea, desobstrua os óstios e elimine as bactérias. As lesões causadas
pela P. acne são de caráter inflamatório, gerando dentro do folículo pilossebáceo
uma mistura da bactéria em si, sebo e queratina, portanto quando há morte desse
microorganismo consequentemente ocorre melhora da acne através da diminuição
da produção de ácidos graxos livres, gerando a desobstrução dos óstios foliculares,
diminuindo o acúmulo de sebo e consequentemente o aparecimento de comedões e
lesões inflamatórias (BAGNOLI, FONSECA, CEZARINO et al, 2010; KATZUNG,
MASTERS, TREVODIAS, 2014).
Efeitos Adversos
Pode
desencadear
irritação
local,
sensibilidade
ao
contato,
(UDA,
WANCZINSKI, 2008 apud PAIXÃO & DALL’IGNA, 2006) leve descamação,
ressecamento, eritema e raramente dermatite alérgica. (UDA, WANCZINSKI, 2008
apud MINELLI & NEME, 1998) se tais reações persistirem deve-se suspender seu
uso por alguns dias, até a pele normalizar, podendo então reiniciar as aplicações.
Deve-se cuidar com roupas de cama e tecidos coloridos, pois sua ação oxidante
pode causar descoloração. O uso conjunto com a tretinoína pode causar edema
local (UDA, WANCZINSKI, 2008 apud SALVIANO, 1999).
O peróxido de benzoíla também é encontrado em antibióticos tópicos como,
por exemplo: a clindamicina e a eritromiana, eles reduzem a proliferação de P.
acnes do ducto pilossebáceo, porém, existem efeitos adversos no uso tópico desses
antibióticos, eles podem causar irritação no local da aplicação na pele
(MONTAGNER, COSTA, 2010).
Contra indicações
O Peróxido de benzoíla é contra indicado para pessoas com sensibilidade ao
fármaco, lactantes por não saber se o ativo é excretado no leite e em crianças
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menores de 12 anos. Seu uso é externo, devendo evitar contato com mucosas,
pálpebras, lábios e pele inflamada, se houver contato lavar imediatamente com água
corrente (UDA, WANCZINSKI, 2008 apud SALVIANO, 1999).
Por não existirem estudos científicos que comprovem se há riscos para o feto
recomenda-se não utilizar em gestantes (BATIUSTUZZO, 2006).
2. METODOLOGIA
Esse trabalho consiste em uma revisão de literatura, utilizando base de
dados como scielo, google acadêmico e bibliografias da área da saúde. As
referências pesquisadas variam de 1983 a 2015. Para a pesquisa foram utilizados os
seguintes descritores: acne, peróxido de benzoíla, tratamentos tópicos.
3. DISCUSSÃO
A acne grau II é de caráter inflamatório, apresenta na pele presença de
comedões, pápulas e pústulas. O peróxido de benzoíla é uma das opções de
tratamentos tópicos utilizado desde 1970, quando suas propriedades terapêuticas
foram reconhecidas. (HEGEMANN, TOSO, KITAY et al, 1994), Baumann (2004)
sugeriu que para o tratamento da acne ser eficaz é necessário à utilização de um
ativo que diminua a produção sebácea, desobstrua os óstios e elimine as bactérias
causadoras das lesões da acne.
Sampaio, Castro (1983), menciona o peróxido de benzoíla como um
fármaco muito utilizado no tratamento da acne inflamatória por suas propriedades
esfoliantes e bacteriostáticas, Dalladrida (2012) apud Layton (2005), acrescenta que
ele age positivamente também em lesões não inflamatórias, proporcionando efeito
comedolítico, regulando a produção sebácea da pele, proporcionando efeitos
queratolíticos e anti-inflamatórios; Hegemann, toso, kitay et al (1994), citou que o
peróxido de benzoíla pode ser comparado a antibióticos tópicos, tendo ação
bactericida sob o P. acnes, possuindo ainda efeito comedolítico, o que produz
resultados positivos sob as lesões acneicas em poucos dias de uso, outro benefício
é o que o peróxido de benzoíla não desenvolve resistência bacteriana, podendo ser
associado a antibióticos e retinóides em casos de graus de acne mais elevadas,
aumentando sua eficácia (DIAS, 2014; COSTA, BAGATIN, 2013).
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Pereira, Martins, Zambon et al (2010) ainda completam que o uso tópico do
peróxido de benzoíla serve como um ótimo coadjuvante em terapias orais da acne
de graus mais elevados, e que é um dos medicamentos mais vendidos e prescritos
para tratamento da acne inflamatória, sendo encontrado na forma de géis, cremes
ou loções variando de 2,5% à 10% na concentração; ressaltam que associado a
formulações com adapaleno, apresentam ótimos resultados, e a terapia se torna
mais efetiva do que ambas as drogas usadas de forma isolada.
A associação de procedimentos estéticos à terapia tópica e sistêmica ajuda a
potencializar seus efeitos, Sampaio, Bagatin (2008), referiu que a extração de
comedões e drenagens de pústulas ajudam a obter resultados mais satisfatórios.
Alvares, Taborda, (2012) apud Taub (2007) mencionaram que preparar a pele para
receber um tratamento facial é muito importante, o procedimento mais indicado
neste caso é a limpeza de pele, que vai atuar no tratamento e prevenção da acne
esvaziando os comedões e pústulas, promovendo melhora imediata e redução do
comprometimento das lesões, porém esse procedimento deve ser realizado por
profissionais habilitados para que não piore o quadro e futuramente surjam manchas
e cicatrizes locais.
É importante utilizar cosméticos que vão ajudar no controle e prevenção da
oleosidade da pele, que segundo Rosso (2007) devem ser anti-comedogênicos e
livres de óleo em sua composição, é indispensável o uso do filtro solar diariamente
(UDA, WANCZINSKI, 2008 apud TALARICO & HASSUN, 2001).
Todo tratamento estético deve ser realizado por um profissional qualificado,
conhecer as diferentes disfunções estéticas é muito importante para poder fazer um
diagnostico correto, também é fundamental obter o máximo de informações
possíveis da anamnese para propor um tratamento que se aplique as necessidades
individuais e especificas do cliente, com garantia de resultados satisfatórios
(SAMPAIO, CASTRO, 1983).
No que se diz respeito à aplicação do peróxido de benzoíla, Pereira, Martins,
Zambon et al, (2010) relatam que deve-se aplicar uma camada fina sobre a área a
ser tratada, e que antes disso a pele deverá estar totalmente higienizada com água
e sabonete neutro. Relatam ainda que sua ação se inicia após 48 horas após a
aplicação, e que parte deste fármaco é absorvida e transformada em acido
benzoico, sendo excretada mais tarde pela urina.
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No dia 28 de Abril de 2009, a agência de vigilância sanitária publicou um lista
de medicamentos sujeitos a notificação simplificada, no qual o peróxido de benzoíla
foi citado, neste caso por se tratar de um medicamento é necessária receita medica,
porém na maioria das vezes não é requisitada. (ANVISA, 2009; PEREIRA,
MARTINS, ZAMBON, 2010). Segundo o código de ética dos esteticistas não cabe ao
profissional da área da estética prescrever medicamentos ou realizar qualquer
prática que seja exclusiva da classe médica, portanto apesar do peróxido de
benzoíla não causar efeitos nocivos à pele, comparados a outros produtos tópicos, e
ser vendido sem prescrição médica, o uso indevido pode causar sensibilidade à pele
e consequentemente o aparecimento de reações medicamentosas (DIAS, 2014).
Silva, Goulart, Lazarini, (2014) definiram a automedicação como prática de
ingerir ou utilizar medicamentos sem orientação de um profissional de saúde, de
uma maneira simplificada é a utilização de fármacos por conta própria. Jesus,
Yoshida (2011) mencionaram essa ação como de risco para a saúde da população,
visto que o uso de produtos sem indicação médica seja ele tópico ou oral é perigoso,
as dermatoses de pele podem se apresentar de formas muito parecidas, porém
devemos lembrar que cada caso é um caso, os organismos são diferentes e
consequentemente as medicações vão agir de formas diferentes.
Com a automedicação, além do cliente não conhecer o que esta usando,
pode causar uma alteração nas características inicias das lesões, dificultando para o
profissional fazer um diagnóstico correto depois, seguir as orientações corretas
propostas pelo profissional é garantir a eficácia do tratamento, pois cada um possui
um mecanismo de ação que deve ser respeitado, exagerar na aplicação esperando
obter resultados mais rápidos pode causar danos à pele e muitas vezes prolongar o
tratamento (JESUS, YOSHIDA, 2011).
4. CONCLUSÃO
Existe hoje uma variedade de ativos terapêuticos disponíveis no
tratamento da acne que visam à melhoria do caso, proporcionado não só benefícios
físicos e estéticos como também psicológicos. O peróxido de benzoíla mostrou ter
resultados positivos no tratamento da acne inflamatória, por suas propriedades
antimicrobianas, anti-inflamatórias, bactericidas e queratolíticas, ajudando no
11
controle da oleosidade da pele, tratando e diminuindo as lesões, podendo ser
associado a tratamentos estéticos como a limpeza de pele, para obter resultados
rápidos e satisfatórios.
O tecnólogo em estética está totalmente habilitado para tratar acne grau I e
II, mesmo não podendo prescrever e utilizar esse ativo em procedimentos de cabine
pode estar atuando em conjunto com o médico dermatologista, e com base em seus
conhecimentos montar protocolos entre si visando melhores resultados, além disso,
é muito importante conhecer as reações que o fármaco provoca na pele, visto que
por ser um medicamento de venda livre, muitos clientes podem procurar tratamentos
estéticos e estarem usando essa medicação, para não realizar protocolos estéticos
que ao invés de melhorar o quadro gerem reações adversas é importante ter esse
conhecimento. A garantia de um tratamento bem sucedido esta em saber identificar
a gravidade do caso e escolher quais produtos e cosmético irá se adaptar para o
caso, visando maior eficácia, o profissional deve ter consciência de sua importância
para o cliente, já que para muitos a beleza é sinal de bem-estar próprio, e mais do
que isso ter noções cientificas, anatômicas, fisiológicas e cosméticas para
proporcionar um tratamento seguro e eficaz.
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