3. tipos de ler/dort

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UNIÃO EDUCACIONAL DE BRASÍLIA
ADOECIMENTO NO TRABALHO
LESÃO POR ESFORÇOS REPETITIVOS/LER E OS DISTÚRBIOS
OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO/ DORT
Brasília – DF
2009
GRUPO ORION
ELIZABETE NUNES DO COUTO
HENRIQUE FERREIRA
LARISSA CARVALHO
ADOECIMENTO NO TRABALHO
LESÃO POR ESFORÇOS REPETITIVOS/LER E OS DISTÚRBIOS
OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO/DORT
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO - Áreas:
Administração Hospitalar; Comércio Exterior;
Contabilidade e Tecnologia - DISCIPLINA:
Administração de Recursos Humanos/ARH Professora: Ana Maria Oliveira.
Brasília – DF
2009
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
2. SINTOMAS ...................................................................................................... 5
3. TIPOS DE LER/DORT ..................................................................................... 6
4. TRATAMENTO ................................................................................................ 7
5. FATORES DE RISCO ...................................................................................... 8
6. COMO EVITAR ................................................................................................ 9
6.1. Postura Correta Diante do Computador ................................................... 10
6.2. Postura Correta ao Sentar-se .................................................................. 10
6.3. Acessórios no Ambiente de Trabalho....................................................... 10
6.4. Pausas durante o Expediente .................................................................. 11
7. QUE FAZER? ................................................................................................. 11
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 13
9. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 15
1. INTRODUÇÃO
Nos séculos XVIII e XIX foram introduzidas mudanças substanciais no
ambiente, ferramentas, máquinas e equipamentos, jornada, tipo e forma de
organização do trabalho. Os avanços conquistados e os novos instrumentos de
trabalho, ao mesmo tempo em que propiciou várias facilidades e benefícios, trouxe
também problemas à saúde do trabalhador. Dentre esses, encontra-se a Lesão por
Esforços Repetitivos – LER, que pode ser considerada como um dos mais graves
problemas no campo da saúde do trabalhador neste fim de século.
É um termo abrangente que se refere aos distúrbios ou doenças do sistema
músculo-esquelético,
principalmente
de
pescoço
e
membros
superiores,
relacionados, comprovadamente ou não, ao trabalho.
O surgimento dos primeiros casos documentados da LER remonta ao ano de
1700, registrados por Ramazzini, que relacionou o desenvolvimento de processos de
adoecimento do trabalhador às funções desempenhadas.
As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou os
Distúrbios
Osteomusculares
Relacionados
ao
Trabalho (DORT), como são denominados pela
Previdência Social, constituem-se num dos mais
sérios problemas de saúde enfrentados pelos
trabalhadores e seus sindicatos nos últimos anos no
Brasil e no mundo.
Cadernos de Saúde do Trabalhador.
A LER é o termo utilizado no Brasil para definir uma síndrome caracterizada
pelo desconforto, incapacidade ou dor persistente em articulações, músculos,
tendões e outros tecidos moles, com ou sem manifestações físicas ou clínicas.
Entretanto, essa terminologia não é aceita de maneira geral e foi alterada para
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT.
Segundo a Norma Técnica sobre lesões por esforços repetitivos, do Ministério
da Previdência Social, a terminologia LER/DORT deve ser utilizada para as afecções
que podem acometer "tendões, sinóvias, músculos, nervos, fáscias, ligamentos, de
maneira isolada ou associadamente, com ou sem degeneração de tecidos, atingindo
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principalmente, porém não somente, os membros superiores, região escapular e
pescoço, de origem ocupacional".
A complexidade da questão reside no fato de a LER/DORT não ser uma
doença aguda, mas que se desenvolve durante o exercício profissional e o seu
quadro
sintomatológico
progride,
às
vezes,
irregularmente,
existindo
uma
progressão do quadro, quando as condições de trabalho não são alteradas. Desta
forma, os sintomas freqüentemente são multiplicados em novos sintomas e sinais,
devido à extensão dos agravos a outros grupos musculares.
Embora avanços tenham sido conquistados, permanece o desafio para que a
LER/DORT seja reconhecida como doença relacionada ao trabalho e que o
trabalhador acometido receba o tratamento adequado ou mesmo para que medidas
efetivas de prevenção sejam tomadas.
2. SINTOMAS
As LER/DORT se manifestam por um conjunto de sinais e sintomas:

Grau 1: Surge uma sensação de desconforto no membro afetado. Alguma dor
não muito forte poderá surgir eventualmente durante a execução de trabalhos,
embora não represente impedimento para continuação das atividades.

Grau 2: Aqui a dor será mais freqüente e intensa, mas ainda será tolerável,
permitindo a realização das tarefas, embora atrapalhe o desempenho quando
um maior esforço for exigido. Poderão ocorrer também formigamentos e leve
perda de sensibilidade, além de serem perceptíveis nódulos no local atingido.

Grau 3: Neste estágio a dor será mais forte e persistente, sendo perceptível o
local de onde se origina e não cessará completamente com o repouso. A força
do músculo será reduzida e a produtividade, inevitavelmente, cairá. Haverá
inchaço e sensibilidade será irregular. O simples ato de apalpar o local
causará dor e o trabalho geralmente será contra-indicado, pois poderá
agravar a situação.

Grau 4: Caracterizado por dor forte, persistente e não raras vezes
insuportável, principalmente ao movimentar o membro, embora exista dor até
5/15
quando a pessoa estiver imóvel. A perda de força e coordenação dos
movimentos do músculo também é perceptível. Há inchaço e podem ocorrer
atrofias. A invalidez para o trabalho é inevitável neste estágio e até mesmo as
atividades do cotidiano serão prejudicadas. Não raramente haverá quadro de
ansiedade e depressão, sendo que a reabilitação é muito difícil.
Normalmente os sintomas acima serão verificados nas mãos, nos punhos, nos
antebraços, nos cotovelos, braços, ombros e pescoço.
Se você sentir algum desses sintomas, procure auxílio médico, pois quanto mais
cedo for diagnostica a doença, mais eficiente será o tratamento.
3. TIPOS DE LER/DORT
As LER/DORT são responsável pela alteração das estruturas osteomusculares tendões, articulações, músculos e nervos.
A maioria dos trabalhadores não sabe, mas há várias outras doenças
consideradas LER/DORT além da tendinite, tenossinovite e bursite, que são as mais
conhecidas. Existem outras como:

Cervicalgias e cérvico braquialgias
o É quando temos dor na região cervical. É também conhecida como,
"dor no pescoço" ou "dor na nuca".

Tendinite do supra-espinhoso
o Elevação com abdução dos ombros associada à elevação de força Bursite, traumatismo, artropatias diversas, doenças metabólicas.

Síndrome do desfiladeiro torácico
o Compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação do
braço - Fazer trabalho manual sobre veículos, trocar lâmpadas, pintar
paredes, lavar vidraças, apoiar telefones entre o ombro e a cabeça.

Síndrome do pronador redondo
o é a compressão do nervo mediano abaixo da prega do cotovelo, entre
os dois ramos musculares do pronador redondo - Esforço manual do
antebraço em pronação.
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
Tenossinovit bicipital
o São as doenças inflamatórias que comprometem as bainhas tendíneas
e os tendões, em decorrência das exigências do trabalho. Muitas delas
são traumáticas, agudas, e, nestes casos, ocorrem acidentes típicos
(ou acidentes tipo e/ou de trajeto) se forem relacionadas com o
trabalho.

Epicondilite
o Movimentos com esforços estáticos e preensão prolongada de objetos,
principalmente com o punho estabilizado em flexão dorsal e nas
pronossupinações com utilização de força - Doenças reumáticas e
metabólicas, hanseníase, neuropatias periféricas, traumas e forma T de
hanseníase.

Síndrome do túnel Ulnal
o Estabilização do polegar em pinça seguida de rotação ou desvio ulnar
do carpo, principalmente se acompanhado de realização de força.

Síndrome do carpo
o Movimentos repetitivos de flexão, mas também extensão com o punho,
principalmente se acompanhados por realização de força.

Cistos sinoviais
o são tumefações esféricas, geralmente únicas, macias, habitualmente
indolores e flutuantes que ocorrem por degeneração mixóide do tecido
sinovial periarticular ou peritendíneo.

Dedo em gatilho
o Compressão palmar associada a realização de força.
4. TRATAMENTO
O tratamento depende do estágio de evolução da lesão, mas independentemente
da fase, o tratamento interdisciplinar acompanhamento-médico, fisioterapêutico,
terapia ocupacional, acupuntura e psicológico (nos casos onde há traços de
depressão) é indispensável.
Os casos de LER/DORT tratada precocemente têm bons resultados, desde que
seja iniciado de imediato. A conduta terapêutica utilizada para tratamento da
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LER/DORT pode ser conservadora ou cirúrgica, baseando-se nas formas de
apresentação clínica.
Dentre os conservadores, temos: repouso, medicação, fisioterapia e terapia
ocupacional.
A maioria dos trabalhadores portadores de LER/DORT desconhece a origem da
doença. Muitos deles chegam aos serviços de saúde com sérios desvios de
informação, que acabam influindo negativamente no tratamento se não houver
orientação específica nesse aspecto.
Atividades coletivas, paralelas ao tratamento, como grupo de portadores de
LER/DORT têm sido realizadas com bons resultados, permitindo a socialização da
vivência da doença e da incapacidade, a peregrinação para o diagnóstico e
tratamento, amenizando os temores e dúvidas sobre o futuro. Além da repercussão
favorável no tratamento, essa atividade coletiva ajuda a preparar o paciente para
seu retorno ao trabalho.
Remédios antiinflamatórios também são prescritos durante o tratamento.
Recursos alternativos como o Lian Gong, ginástica terapêutica chinesa, a
hidroterapia e o Do-in também são indicados.
No terceiro estágio, em substituição à fisioterapia deve-se optar pela hidroterapia,
acompanhada do shiatsu. Isso ocorre porque a fisioterapia pode provocar dores no
paciente.
A caminhada é outro ótimo recurso, já que ajuda a estimular a liberação de
endorfina, responsável pelo alívio da dor e pelo relaxamento do corpo.
Um método de tratamento moderno e quem tem sido eficaz é a fisioterapia
associada à RPG, hidroterapia, sessões com psicólogo, Iso-stretching.
5. FATORES DE RISCO
Para identificar e abordar as causas de LER/DORT é necessário considerar
vários aspectos do ambiente de trabalho. Os fatores psicossociais, incluindo o
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estresse na situação de trabalho e o clima organizacional da empresa podem
influenciar a eficácia das medidas preventivas. Os principais fatores de risco são:
organização
do
trabalho,
riscos
psicossociais,
riscos
ambientais,
fatores
biomecânicos e fatores extra-trabalho (ZILLI, 2002).
6. COMO EVITAR
Para evitar uma doença causada por tantos fatores de risco, não bastam apenas
melhores equipamentos e mobiliário ou simples exercícios de relaxamento durante a
jornada de trabalho. É preciso combater as LER mudando a forma como o trabalho é
executado e estruturado. É fundamental melhorar a organização do trabalho. Os
próprios trabalhadores conseguem dizer muito bem o que precisa ser mudado para
a empresa produzir, sem prejudicar a saúde física e mental dos que nela trabalham.
Há alguns cuidados que ajudam a evitar as LER:

Controle do ritmo de trabalho pelo próprio trabalhador.

Enriquecimento das tarefas, rodízios de atividades.

Pausas durante a jornada de trabalho.

Eliminação das horas-extras nas tarefas de risco.

Controle de temperatura, ruído e iluminação.

Realização de exames médicos periódicos.
O melhor jeito de evitar as doenças das LER/Dort é cuidar das questões da
ergonomia, ou seja, organizar o trabalho em função da relação entre o homem e a
máquina, para que o profissional não force o corpo
adotando uma postura errada. Ter mobiliário adequado é
outro ponto importante.
A organização e ritmo de trabalho também devem ser adequados para que o
trabalhador não fique sobrecarregado. Deve-se evitar o excesso de carga horária, e
quando isso ocorrer, procurar compensar o esforço de outras formas.
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6.1. Postura Correta Diante do Computador
O monitor deve ficar na linha dos olhos e nunca mais baixo. Desta forma, a
coluna não ficará curvada.
O teclado deve ser posicionado de maneira que o braço forme com o
antebraço um ângulo de 90º. Hoje, há também teclados com um design mais
moderno que têm disposição adequada das teclas para cada uma das mãos.
O uso de apoiadores de mão arredondados e macios, que são colocados
entre o teclado e a borda da mesa, evitam a obstrução da circulação sanguínea. Um
bom mouse pad tem a borda arredondada e macia.
6.2. Postura Correta ao Sentar-se
A coluna precisa ficar ereta, mas não excessivamente tensa. Um apoio nos
pés, espécie de minidegrau, ajuda a manter a postura, não deixando que haja
pressão na área da coluna.
Evite ficar com as pernas cruzadas ou sentar-se sobre elas. Essa prática
pode dificultar a circulação do sangue, causando formigamento e incômodo.
6.3. Acessórios no Ambiente de Trabalho
O monitor do computador deve ser reclinável para que cada um o adapte da
melhor maneira. Apoiadores para os punhos, placa arredondada macia para o
teclado e mouse pad com borda tornam a digitação um exercício menos "pesado".
As cadeiras devem ter regulagem de altura para o encosto, o acento e os
braços, que são indispensáveis. O apoio para os pés também deve ser regulável.
Boa iluminação e ventilação no ambiente são desejáveis. Mas o excesso de
refrigeração (ar-condicionado muito forte) pode contribuir para a ocorrência da LER,
já que afeta a circulação.
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Logicamente, os acessórios mudam de acordo com a profissão e com o
ambiente de trabalho. Por exemplo, para quem fala muito ao telefone e digita ao
mesmo tempo o uso de fone de ouvido é indispensável.
6.4. Pausas durante o Expediente
Em qualquer função onde haja repetição de movimentos e também para
pessoas que ficam muito tempo na mesma posição. A pausa deve ser de 10 minutos
a cada 50 trabalhados.
Nesse tempo, o profissional precisa fazer exercícios de relaxamento, alto
massagem, como o do-in, alongar os dedos das mãos, pés, braços e movimentar o
pescoço e as pernas. Esses movimentos exercitam o que ficou parado, irrigando os
tecidos.
Quem fica muito tempo de pé deve, nesse tempo de descanso, sentar um
pouco para descansar as pernas e os pés.
7. QUE FAZER?
O paciente portador de LER/DORT deve ter os locais onde há dor examinados
como também ser submetidos ao exame físico global do sistema múculoesquelético,
pois afecções músculoesqueléticas cervicais e lombares podem ser causas ou
fatores agravantes da dor. Os sintomas e os padrões clínicos que expressam a
LER/DORT são variados, freqüentemente vagos e muitas vezes inespecíficos, pois
várias estruturas músculoesqueléticas e nervosas podem estar comprometidas
isolada ou associadamente (CODO e ALMEIDA, 1998).
O insucesso dos programas de terapêutica da LER/DORT deve-se a falha no
diagnóstico das reais etiologias da dor, da incapacidade e dos fatores que
contribuem ou agravam o quadro doloroso, sendo assim, a identificação das
estruturas lesadas é importante para o melhor resultado no tratamento (CODO e
ALMEIDA, 1998).
O tratamento depende sempre de um diagnóstico correto, da eliminação
completa dos agentes causais e de uma adequada estratégia terapêutica
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medicamentosa, fisioterápica e, em alguns casos, cirúrgica (MOREIRA e
CARVALHO, 2001).
O tratamento fisioterápico consiste em: termoterapia (calor profundo como ondas
curtas ou ultra-som), eletroterapia, massagens, cinesioterapia, hidroterapia, órteses,
RPG e outras técnicas. O fisioterapeuta deve levar em consideração tanto o estágio
evolutivo da doença, como as respostas do paciente a tratamentos anteriores
(PEROSSI, 2001).
Apesar da abordagem terapêutica ampla, muitos pacientes permanecem
sintomáticos, particularmente aqueles com diagnóstico de depressão, que estão
insatisfeitos com seu trabalho, que acreditam ter adquirido “lesões” através das
atividades desse trabalho e que estão envolvidos em alguma causa trabalhista.
O fisioterapeuta deve, no tratamento, ensiná-lo a relaxar, ir direcionando-o a
tomar consciência de seu corpo. Orientá-lo a “escutar” os sintomas que lhe dizem o
limite de seu corpo e a postura errada. Partindo dessa tese o paciente consegue
melhorar seu desempenho pessoal, minimizar tensões musculares, tirar a atenção
da dor e principalmente perceber suas limitações (PEROSSI, 2001).
A implementação de medidas preventivas é a melhor atitude a ser empregada,
existe uma necessidade de melhorar a educação dos trabalhadores com condutas
de
orientação
recomendações e de comunicações das experiências
dos
profissionais de saúde. É essencial que os trabalhadores tenham um bom ambiente
de trabalho, com aperfeiçoamento técnico para realização de suas tarefas com
respeito aos fatores ergonômicos e antropométricos, aos limites biomecânicos, à
duração das jornadas e dos intervalos de trabalho, e com atitudes de
reconhecimento de seus cargos superiores (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Como qualquer outra doença, o diagnóstico da LER logo nos primeiros sintomas
é essencial para que a resposta ao tratamento seja mais satisfatória. A qualquer
queixa de dor, sensação de peso, dormência nos membros superiores, o trabalhador
deve procurar um médico credenciado, capacitado para diagnosticar o problema.
Após ter confirmado o diagnóstico de LER, com ou sem afastamento do trabalho, o
funcionário deverá solicitar a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de
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Trabalho). A CAT deverá ser levada ao INSS que é o órgão responsável pela
caracterização da doença ocupacional, estabelecendo o nexo com o trabalho (nexo
causal). O INSS também é o responsável pela alta do Auxílio Doença Acidentário.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em sua evolução, o homem aprendeu a fazer outros usos de suas mãos, além
daquele primitivo e restrito de pegar. O contato, a sensibilidade, a percepção das
formas e do movimento e a projeção das mãos como instrumento para conhecer e
transformar o mundo foi um aprendizado histórico. O uso sensível, preciso, ágil e
coordenado das mãos é o resultado, pois, da própria construção, simultaneamente,
biológica, histórica e social do homem.
Enquanto movimentos de flexão e extensão, manusear peças eletrônicas, teclas
de computador, cordas ou teclados de instrumentos musicais têm poucas
diferenças. Teve, certamente, variação de intensidade, ritmo e extensão do tempo
de manuseio, mas as diferenças do trabalho de um operário da indústria eletroeletrônica, de um bancário, de um instrumentista de orquestra sinfônica e de um
músico de jazz não são, apenas, dos instrumentos, meios, quantidade, intensidade e
tempo dos movimentos. Há muitas outras, além desses elementos quantitativos e
físicos, que dizem respeito ao conteúdo intrínseco, à qualidade, à natureza social,
histórica, cultural, afetiva e organizadora desses trabalhos.
No entanto, é freqüente, embora pouco original, comparar o processo de trabalho
de uma empresa industrial ou financeira, com elevado nível de técnico e
organizacional, com o de uma orquestra sinfônica, onde cada trabalhador, sentado
ou de pé, dá conta de sua partitura. Na realidade, essa aparente sintonia é uma
seriação de tarefas simples, repetitivas, que têm pouco a ver com a divisão racional
do trabalho, muito diferente do trabalho coletivo dos instrumentistas de uma
orquestra, concebido e exercido com razoável autonomia, embora preso,
rigorosamente, a um texto e sob a batuta de um maestro.
Uns adoecem de LER, enquanto outros não, embora todos estejam sujeitos, em
tese, ao mesmo processo de trabalho, é porque têm uma sensibilidade diferente e
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sentem a subordinação ao trabalho com mais rigor. A impropriedade do
adoecimento não está na pessoa, mas no trabalho.
Devido à subordinação de classe, social e histórica (maior no caso da mulher) por
não encontrarem outra forma de expressar a violência do trabalho, senão com o
próprio corpo, as pessoas mais sensíveis adoecem.
O adoecimento do trabalho por LER ou qualquer outro não resulta, portanto, de
nenhum defeito ontogenético ou de caracteres depreciativos, de natureza biológica
ou
psíquica,
mas
objetivamente
do
trabalho.
Adoecem
mais
ou
quase
exclusivamente homens e mulheres que realizam o trabalho concreto, que se situam
no nível hierárquico inferior das organizações, isto é, os mais subordinados.
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9. REFERÊNCIAS
MAENO, Maria. CADERNOS DE SAÚDE DO TRABALHADOR. Lesões por
esforços repetitivos – LER.
Série A. Normas e Manuais Técnicos, n.° 103. Brasília DF, Fevereiro, 2001.
CODO, Wanderley e ALMEIDA, Maria C. de – LER – Lesões por Esforços
Repetitivos. 4ª edição, 1998.
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/ler_dort_
epidemia.htm, 23h15, 20 de março de 2009.
MOREIRA, Caio e CARVALHO, Marco Antônio P.- Reumatologia Diagnóstico e
Tratamento. 2ªedição, 2001.
PEROSSI, Sandra C. LER/DORT - Abordagem
Fisioterapia. In: Revista Fisio &Terapia, nº27 – 2001.
Psicossomática
na
15/15
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