Hipoalbuminémia

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DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
CLÍNICA UNIVERSITÁRIA DE PEDIATRIA
SÍNDROME NEFRÓTICA CORTICOSSENSÍVEL
DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO, COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
Ana Rita Sandes
Unidade de Nefrologia Pediátrica
Coordenadora: Margarida Almeida
Serviço de Pediatria Médica
Directora: Celeste Barreto
Departamento de Pediatria
Directora: Maria do Céu Machado
Curso de Inverno da SPP para Internos
Albufeira, Março 2012
Definição
Proteinúria Nefrótica
24 horas:>40 mg/m2/hora
> 50 mg/kg/dia
Amostra: Prot u:Cr u >2 (mg/dL:mg/dL)
Fita-teste: ≥ +++
Hipoalbuminémia
Alb < 2,5 g/dL
Edema
alteração da permeabilidade da
barreira de filtração glomerular
Glomérulo
Glomérulo
Barreira de Filtração Glomerular
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
inibidores coagulação
(anti-tromb III, prot C e S)
PROTEINÚRIA
TROMBOSE
HIPOALBUMINÉMIA
síntese hepática
pró-coagulantes
(fibrinogénio)
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
Ig
C3b
INFECÇÃO
malnutrição
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
pressão oncótica
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
pressão oncótica
transudação líquido interstício
EDEMA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
pressão oncótica
transudação líquido interstício
EDEMA
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
PROTEINÚRIA
HIPOALBUMINÉMIA
síntese hepática
pró-coagulantes
(fibrinogénio)
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
inibidores coagulação
(anti-tromb III, prot C e S)
PROTEINÚRIA
TROMBOSE
HIPOALBUMINÉMIA
síntese hepática
pró-coagulantes
(fibrinogénio)
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
inibidores coagulação
(anti-tromb III, prot C e S)
PROTEINÚRIA
TROMBOSE
HIPOALBUMINÉMIA
síntese hepática
pró-coagulantes
(fibrinogénio)
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
Ig
C3b
INFECÇÃO
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Fisiopatologia
permeabilidade glomerular
inibidores coagulação
(anti-tromb III, prot C e S)
PROTEINÚRIA
TROMBOSE
HIPOALBUMINÉMIA
síntese hepática
pró-coagulantes
(fibrinogénio)
pressão oncótica
transudação líquido interstício
CRISE
HIPOVOLÉMIA
débito urinário
LRA
volume
vascular
EDEMA
Ig
C3b
INFECÇÃO
malnutrição
síntese hepática LDL
HIPERLIPIDÉMIA
Classificação
Patogénese
Etiologia
Factor circulante
SN Primária
ou
Idiopática
Alterações da
imunidade
Defeitos
estruturais
primários da
MBG
SN Secundária
SN Hereditária
Idade
>12 meses
3 – 12 meses
SN infantil
< 3 meses
SN congénito
Classificação
Patogénese
Etiologia
Factor circulante
SN Primária
ou
Idiopática
Alterações da
imunidade
Defeitos
estruturais
primários da
MBG
SN Secundária
SN Hereditária
Idade
>12 meses
3 – 12 meses
SN infantil
< 3 meses
SN congénito
Classificação
Etiologia
SN Primária ou
Idiopática
SN Secundária
SN Hereditária
SN Primária ou Idiopática
> 80 % da SN da criança
Incidência 2 – 7 casos/100000
Prevalência 16 casos/100000
Mais frequente 2-6 anos
90% SN 1A – 10A e 50% SN > 10A
Sexo masculino 2:1
Quadro clínico
Quadro clínico
Edema palpebral/membros inferiores,
ascite, derrame pleural,
anasarca
Quadro clínico
Edema palpebral/membros inferiores,
ascite, derrame pleural,
anasarca
Redução da diurese
Quadro clínico
Edema palpebral/membros inferiores,
ascite, derrame pleural,
anasarca
Redução da diurese

Infecção recente, alergia, vacinas
X Febre, artralgias,
cansaço, astenia, alt. cutâneas
Idiopático
Secundário
Laboratório - urina
Laboratório - urina
Proteínas urina +++
Proteinúria nefrótica (amostra/24 horas)
Cilindros hialinos e granulosos
Hematúria microscópica / macroscópica
Laboratório - sangue
Proteínas totais↓
Albumina↓
Proteinograma: α2 ↑
gama↓ (IgA, IgG)
Hb/Htc ↓↑
Plaquetas ↑
Creatinina↓↑
ATIII, plasminogénio↓
Na ↓
Ca total ↓
Fibrinogénio, factor I, II, V, VII,
VIII, X, XIII ↑
Ca2+ N
Colesterol, triglicéridos↑
Laboratório - investigação etiológica
Laboratório - investigação etiológica
Complemento (C3, C4, CH50)
Serologias infecciosas
Laboratório - investigação etiológica
Complemento (C3, C4, CH50)
Serologias infecciosas
Biópsia renal
Estudo genético
Biópsia renal – indicações
Critérios
Idade de apresentação < 12 M ( > 10 A?)
Hematúria macroscópica, HTA persistentes
Retenção azotada
C3, C4 baixos
Alterações serologias infecciosas
Corticorresistência
Monitorização efeitos 2ários anti-calcineurínicos
SN Primária ou Idiopática
Doença de lesões mínimas (80 a 90%)
SN Primária ou Idiopática
Esclerose focal e segmentar (10%)
SN Primária ou Idiopática
Glomerulonefrite proliferativa mesangial (5%)
Terapêutica SN Idiopática
Terapêutica SN Idiopática
Imunossupressão
Corticoterapia
SN Primária ou Idiopática
Corticoterapia
Utilizada desde 1950 (Arneil 1971, Pediatric Clinics of North America)
Redução da mortalidade para cerca de 3% (ISKDC 1984)
Ø ERCs vs placebo
1ª linha todos os esquemas terapêuticos
SN Primária ou Idiopática
Corticoterapia
Dose inicial ideal para prevenir recaídas?
Análise 8 estudos, n=645
comparação dose total /m2
O risco de recidiva aos 12 M e 24 M diminui com
o aumento da dose da corticoterapia inicial
2010: APN 1988; APN 1993; Bagga 1999; Hiraoka 2000; Jayanta 2002; Ksiazek 1995; Norero 1996;
Ueda 1988
SN Primária ou Idiopática
Corticoterapia
Duração ideal para prevenir recaídas?
Análise 8 estudos, n=645
comparação 2 meses v.s. outras durações
O risco de recidiva, 12M e 24M diminui com o
aumento da duração da corticoterapia inicial
2010: APN 1988; APN 1993; Bagga 1999; Hiraoka 2000; Jayanta 2002; Ksiazek 1995; Norero 1996;
Ueda 1988
SN Primária ou Idiopática
Corticoterapia
ISKDC
Inicial – esquema longo:
60 mg/m2/dia (máx 80 mg), 4 a 6 semanas
40 mg/m2/d.a. (máx 60 mg) 4 a 6 semanas
Redução lenta
CT total 6 meses
SN Primária ou Idiopática
Corticoterapia
ISKDC
Recidiva – esquema curto:
60 mg/m2/dia (max 80 mg), até 3 dias Pu 0
40 mg /m2 d.a. (max 60 mg) 4 semanas
Redução progressiva
SN idiopática – Evolução
Resposta à corticoterapia:
factor prognóstico mais importante
SN idiopática – Evolução
Resposta à corticoterapia:
factor prognóstico mais importante
Remissão
Remissão parcial
Recidiva
Resistência
Classificação: curso clínico
Corticossensível
Recidivante múltiplo > 2 recidivas 4/ano
Corticodependente Recidiva durante redução de
corticoterapia ou nas 2 semanas após o seu fim
Corticorresistente
SN persistente após 6 semanas CT
SN persistente após 4 semanas CT + 3 pulsos MP
Alternativas aos corticóides
Alternativas Terapêuticas
SN RM/CD
Agentes alquilantes
ciclofosfamida
clorambucil
Inibidores da calcineurina
ciclosporina A
tacrolimus
Micofenolato de mofetil
Rituximab
Vincristina
Azatioprina
Mizoribina
Cromoglicato sódio
IG iv
Zinco
Medicina chinesa
SNCD / SNRM
Que fármaco escolher?
Em que dose?
Qual a duração?
SNRM/SNCD
•
•
•
•
Cochrane 2010
832 publicações
26 Randomizados Controlados
Ciclofosfamida
> eficácia manutenção remissão
Clorambucil
v.s.
Prednisolona
Ciclosporina A
Levamisole
QUAL O MAIS EFICAZ??
SNRM/SNCD
Cochrane 2010
832 publicações
Tacrolimus
MMF
Rituximab
Ø ERCs
Terapêutica
Medidas gerais
Controlo do edema
Controlo da dislipidémia
Prevenção e tratamento de infeccões
Prevenção e tratamento de fenómenos tromboembólicos
Medidas Gerais
Internamento:
1º episódio
recidivas se: alteração estado geral
edema incapacitante
instabilidade hemodinâmica
retenção azotada
infecção grave
Medidas Gerais
Controlo do edema
Dieta sem sal acrescentado
Normoproteíca
Medidas Gerais
Controlo do edema
Dieta sem sal acrescentado,
Normoproteica
Perfusão de albumina?
Medidas Gerais
Controlo do edema
Dieta sem sal acrescentado,
Normoproteíca
Perfusão de albumina??
Crise hipovolémica
Medidas Gerais
Prevenção e tratamento de infecções
Diagnóstico e antibioterapia precoces
✗Antibioterapia profiláctica – não indicada
✗Ig profiláctica – não indicada
Vacinas: PNV, pneumocócica, gripe
(remissão ou prednisolona<1mg/Kg/dia)
Medidas Gerais
Controlo da dislipidémia
Dieta
Estatinas
Prevenção e tratamento de tromboembolismo
Evitar a imobilidade
AAS
Heparina de baixo peso molecular
Complicações
Agudas
Crónicas
Complicações agudas
Infecciosas
Hemodinâmicas
Tromboembólicas
Complicações agudas
Infecciosas
• Alteração imunitária de base
• Perda de imunoglobulinas, c3b
• Imunossupressores
Complicações agudas
Infecciosas
• Alteração imunitária de base
• Perda de imunoglobulinas, c3b
• Imunossupressores
Celulite
S. β-hemolítico A, Staphilococcus, H. influenzae
Peritonite primária
febre, dor abdominal
Pneumcoccus, E. coli, S. β-hemolítico A, Staphilococcus,
H. influenzae
R/ Antibioterapia
Complicações agudas
Hemodinâmicas
Crise Hipovolémica
dor abdominal, taquicárdia, hipotensão, oligúria,
hemoconcentração
R/albumina dessalgada a 20%
0,5 a1g/kg, 6 – 8 horas
Complicações agudas
Tromboembólicas
• Alterações factores de coagulação
e fibrinólise
• Trombocitose
• Adesão plaquetar
• Lesão endotelial – dislipidémia
• Imobilidade
Complicações agudas
Tromboembólicas
Pulmonar
Renal
Cerebral
• Alterações factores de coagulação
e fibrinólise
• Trombocitose
• Adesão plaquetar
• Lesão endotelial – dislipidémia
• Imobilidade
R/ Heparina bpm
Fibrinolíticos
Complicações crónicas
Risco cardiovascular
Alterações nutricionais
Alterações do crescimento
Efeitos 2ários fármacos
SN Idiopática- Prognóstico
SN Idiopática- Prognóstico
80% remissão
Doença de lesões mínimas 93%
Glomerulosclerose focal e segmentar 30%
Glomerulonefrite mesangioproliferativa 56%
Glomerulonefrite membranoproliferativa 7%
SN Idiopática- Prognóstico
80% remissão
Doença de lesões mínimas 93%
Glomerulosclerose focal e segmentar 30%
Glomerulonefrite mesangioproliferativa 56%
Glomerulonefrite membranoproliferativa 7%
SNCS - 70% recidiva
60% RM/SNCD
SN Idiopática- Prognóstico
80% remissão
Doença de lesões mínimas 93%
Glomerulosclerose focal e segmentar 30%
Glomerulonefrite mesangioproliferativa 56%
Glomerulonefrite membranoproliferativa 7%
SNCS - 70% recidiva
60% RM/SNCD
SNCR - progressão para DRCT 40 a 50%
Recorrência pós-tx: 30 a 50%
Classificação
Etiologia
SN Primária ou
Idiopática
SN Secundária
SN Hereditária
SN Secundária
Doenças Sistémicas
LES, PHS, vasculites, sarcoidose, diabetes, obesidade
Infecções
Sífilis, toxoplasmose, CMV, VHB, VHC, HIV, malária
Fármacos
Sais de ouro, penicilamina, mercúrio, captopril, AINEs
Neoplasias
Linfomas, leucémias
SN Secundária

Terapêutica: tratamento da doença de base

Prognóstico: dependente
da doença de base
Classificação
Etiologia
SN Primária ou
Idiopática
SN Secundária
SN Hereditária
SN Hereditária - Patogénese
Alteração de genes codificadores de proteínas que
participam no desenvolvimento e estrutura das células
epiteliais glomerulares (podocitos) e da fenda
interpodocitária
SN Hereditária
Hereditariedade
Gene
Proteina
SN PRECOCE
DMS isolada
AR
WT1
WT1
S Denys-Drash (DMS)
AD
WT1
WT1
S Frasier (FSGS)
AD
WT1
WT1
SN Congénito Finlandês
AR
NPHS1
Nefrina
SN Recessivo Familiar
AR
NPHS2
Podocina
SN Recessivo
AR
NPHS3/PLCE1
PLCE 1
S Pierson
AR
LAMB 2
Laminina β2
S unha-rótula
AD
LMX1b
LMX1b
SN recessivo + surdez
AR
?
?
SN TARDIA
FSGS 1
AD
ACTN4
α-Actinina 4
FSGS 2
AD
TRPC6
TRPC6
FSGS 3
AD
CD2AP
CD2AP
SN Hereditária-Terapêutica

Evicção de imunossupressão

Suporte: controlo do edema
nutrição
controlo da dislipidémia - estatinas
prevenção e tratamento de infecções
prevenção de tromboembolismo - AAS

Nefrectomia

Transplante renal
Dúvidas?
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