Dr. Carlos Cardoso Nefrologia Semiologia

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Nefrologia
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Semiologia - GESEP
EDEMA
Dr. Carlos Cardoso
Objetivos
1. Saber o que é edema
2. Saber reconhecer o edema no exame físico
3. Saber como classificar o edema
4. Conhecer as suas principais causas
1. Como o edema ocorre?
O movimento de líquido entre o espaço
intravascular e extravascular é relacionado a
forças que interagem entre si: pressão
hidrostática, pressão oncótica
(coloidosmótica), permeabilidade capilar e
efeitos da drenagem linfática.
O edema ocorre quando há desequilíbrio
entre estas forças, através da diminuição da
pressão oncótica (hipoalbuminemia), aumento
da pressão hidrostática, aumento da
permeabilidade capilar, ou uma combinação
destes fatores. O edema também pode estar
relacionado à obstrução do fluxo linfático.
O edema localizado costuma ocorrer por
insuficiência venosa ou linfática. Por exemplo,
a trombose venosa profunda costuma afetar
um dos membros superiores ou inferiores.
Outro exemplo é o linfedema, já referido
anteriormente.
O edema generalizado apresenta três causas
principais: insuficiência cardíaca congestiva,
síndrome nefrótica e insuficiência hepática
com hipertensão portal.
O edema de origem cardíaca ocorre pela
falência das câmaras esquerda e direita,
ocasionando congestão pulmonar e, em
consequência, estase venosa na veia cava
superior e inferior.
A síndrome nefrótica se caracteriza por
hipoalbuminemia e proteinúria, que levam ao
edema generalizado, por doença renal
primária ou secundária (diabetes, por
exemplo).
A insuficiência hepática, geralmente devido à
cirrose hepática, leva à hipoalbuminemia, com
diminuição da pressão oncótica. Comumente,
ocorre também hipertensão do sistema porta,
levando ao edema por aumento da pressão
hidrostática.
Edema com sinal do cacifo
3. Como fazer o diagnóstico diferencial
de edema generalizado através dos
exames complementares?
2. O edema pode ser localizado ou
generalizado. Cite as principais causas
de cada um deles:
Se o edema não sugere, pela propedêutica,
insuficiência cardíaca, incluindo a percepção
do não ingurgitamento jugular, pensaremos
inicialmente em causa renal ou hepática.
Devemos solicitar dosagem de albumina sérica
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e analisar a presença de proteinúria,
inicialmente pelo parcial de urina e, depois,
mais detalhadamente, através da proteinúria
de 24 horas. As dosagens séricas de uréia e
creatinina podem auxiliar, embora nem
sempre estejam muito alteradas, como na fase
inicial da síndrome nefrótica.
Estando a albumina sérica com valores < 3,5
g/dl, e a proteinúria de 24 hs com valores
entre 3 e 5g, os dados são compatíveis com
síndrome nefrótica. Valores < 3-5 g na
urinálise de 24 hs indicam investigação de
outras causas, onde se destaca a possibilidade
de hepatopatia.SEMIOLOGIA ⇥ FEPAR
PROBLEMAS ENDOCRINOLÓGICOS
Neste caso, devem
ser solicitados
testes para E HIPERTIREOIDISMO
CLÍNICA
DO HIPOTIREOIDISMO
avaliação hepática, tais como: bilirrubinas
totais e frações, transaminases, TAP, fosfatase
alcalina, gama-GT. Aliados estes resultados à
Ascite: hepatopatia crônica e hipertensão portal.
hipoalbuminemia, poderão ser indicados testes
de imagem buscando confirmação de
4. Cite outras causas de edema
hepatopatia crônica e hipertensão portal.
generalizado.
Por outro lado, havendo sinais e sintomas de
insuficiência cardíaca congestiva,
ingurgitamento jugular e edema, será seguido
outro caminho, avaliando a possibilidade de
cardiomegalia à radiografia de tórax, associada
a sinais de congestão pulmonar.
a) Edema relacionado ao uso de
corticoesteróides ou outros medicamentos,
incluindo estrógenos.
b) Mixedema , relacionado ao hipotireoidismo,
devendo se solicitar TSH e T4 livre para o
diagnóstico diferencial.
c) Desnutrição: esta apresenta-se com edema
por hipoalbuminemia.
d) Hipertensão pulmonar, relacionada aos
casos de cor pulmonale (insuficiência cardíaca
direita devido à doença pulmonar crônica).
Urina espumosa, devido à proteinúria, na síndrome
nefrótica.
Mixedema. Macroglossia.
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Nefrologia
Edema e Desnutrição infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. MUSHLIN S. B., GREENE, H. L. Decision
Making in Medicine, Mosby Elsevier, 2009.
2. TOY, E. C., PATLAN, J. T. Case Files
Internal Medicine, McGraw Hill Lange, 2009.
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