UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA Função Inversa Prof.: Rogério Dias Dalla Riva Função Inversa 1.Função sobrejetora 2.Função injetora 3.Função bijetora 4.Função inversa 1. Função sobrejetora Uma função f de A em B é sobrejetora se, e somente se, para todo y pertencente a B existe um elemento x pertencente a A tal que f(x) = y Em símbolos f :A→B f é sobrejetora ⇔ ∀y , y ∈ B, ∃x, x ∈ A / f ( x ) = y 3 1. Função sobrejetora Notemos que f: A → B é sobrejetora se, e somente se, Im(f) = B. f :A→B f é sobrejetora ⇔ Im(f ) = B Em lugar de dizermos “f é uma função sobrejetora de A em B” poderemos dizer “f é uma sobrejeção de A em B”. 4 1. Função sobrejetora Exemplos: 1o) A função f de A = {-1, 0, 1, 2} em B = {0, 1, 4} definida pela lei f(x) = x2 é sobrejetora, pois, para todo elemento y ∈ B, existe o elemento x ∈ A tal que y = x2. 5 1. Função sobrejetora Observemos que para todo elemento de B converge pelo menos uma flecha. f 0 0 -1 1 1 2 4 A B 6 1. Função sobrejetora 2o) A função f de A = ℝ em B = {y ∈ ℝ / y ≥ 1} definida por f(x) = x2 + 1 é sobrejetora pois, para todo y ∈ B, existe x ∈ A, tal que y = x2 + 1, bastando para isso tomar x = y − 1 ou x = − y − 1 7 2. Função injetora Uma função f de A em B é injetora se, e somente se, quaisquer que sejam x1 e x2 de A, se x1 ≠ x2 então f(x1) ≠ f(x2). Em símbolos f :A→B f é injetora ⇔ ( ∀x1, x1 ∈ A, ∀x2 , x2 ∈ A ) ( x1 ≠ x2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) ) 8 2. Função injetora Notemos que a definição proposta é equivalente a uma função f de A em B é injetora se, e somente se, quaisquer que sejam x1 e x2 de A, se f(x1) = f(x2) então x1 = x2. f :A→B f é injetora ⇔ ( ∀x1, x1 ∈ A, ∀x2 , x2 ∈ A ) ( x1 = x2 ⇒ f ( x1 ) = f ( x2 )) Em lugar de dizermos “f é uma função injetora de A em B” poderemos dizer “f é uma injeção de A em B”. 9 2. Função injetora Exemplos: 1o) A função f de A = {0, 1, 2, 3} em B = {1, 3, 5, 7, 9} definida pela lei f(x) = 2x + 1 é injetora, pois, dois elementos distintos de A têm como imagens dois elementos distintos de B. 10 2. Função injetora Observemos que não existem duas ou mais flechas convergindo para um mesmo elemento de B. f 1 0 3 1 5 2 7 3 9 A B 11 2. Função injetora 2o) A função de A = ℕ em B = ℕ definida por f(x) = 2x é injetora, pois, quaisquer que sejam x1 e x2 de ℕ , se x1 ≠ x2 então 2x1 ≠ 2x2. 3o) A função de A = ℝ * em B = ℝ definida por f(x) = x -1 é injetora, pois, quaisquer que sejam x1 e x2 de ℝ *, se x1 ≠ x2 então x1 -1 ≠ x2 -1. 12 3. Função bijetora Uma função f de A em B é bijetora se, e somente se, f é sobrejetora e injetora. Em símbolos f :A→B f é bijetora ⇔ f é sobrejetora e injetora 13 3. Função bijetora A definição anterior é equivalente a: uma função f de A em B é bijetora se, e somente se, para qualquer elemento y pertencente a B existe um único elemento x pertencente a A tal que f(x) = y. f :A→B f é bijetora ⇔ ∀y , y ∈ B, ∃| x, x ∈ A / f ( x ) = y Em lugar de dizermos “f é uma função bijetora de A em B” poderemos dizer “f é uma bijeção de A em B”. 14 3. Função bijetora Exemplos: 1o) A função f de A = {0, 1, 2, 3} em B = {1, 2, 3, 4} definida por f(x) = x + 1 é bijetora f 0 1 1 2 2 3 3 4 A B 15 3. Função bijetora pois f é sobrejetora e injetora, isto é, para todo elemento y ∈ B, existe um único elemento x ∈ A, tal que y = x + 1. Observemos que para cada elemento de B converge uma só flecha. 2o) A função f de A = ℝ em B = ℝ definida por f(x) = 3x + 2 é bijetora, pois: I) qualquer que seja y ∈ ℝ, existe x ∈ ℝ tal que y = 3x + 2, basta tomarmos x = y − 2 . Logo, f é sobrejetora; 3 16 3. Função bijetora II) quaisquer que sejam x1 e x2 de ℝ , se x1 ≠ x2, então 3x1 + 2 ≠ 3x2 + 2, isto é, f é injetora. Observação: Observemos que existem funções que não são sobrejetoras nem injetoras. Assim, por exemplo, a função de ℝ em ℝ definida por |x|: I) dado y ∈ ℝ não existe x∈ ℝ tal que y = |x|, portanto f não é sobrejetora; * −, II) existem x1 e x2 em ℝ , x1 e x2 opostos (e portanto x1 ≠ x2) tais que |x1| = |x2|, isto é, f não é 17 injetora. 3.1 Reconhecimento através do gráfico Pela representação cartesiana de uma função f podemos verificar se f é injetora ou sobrejetora ou bijetora. Para isso, basta analisarmos o número de pontos de intersecção das retas paralelas ao eixo dos x, conduzidas por cada ponto (0, y) em que y ∈ B (contradomínio de f). 18 3.1 Reconhecimento através do gráfico 1o) Se cada uma dessas retas cortar o gráfico em um só ponto ou não cortar o gráfico, então a função é injetora. Exemplos 19 3.1 Reconhecimento através do gráfico f :ℝ→ℝ f (x) = x 6 4 2 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -2 -4 -6 20 3.1 Reconhecimento através do gráfico f : ℝ+ → ℝ f (x) = x2 40 30 20 10 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -10 -20 -30 -40 21 3.1 Reconhecimento através do gráfico 2o) Se cada uma das retas cortar o gráfico em um ou mais pontos, então a função é sobrejetora. Exemplos 22 3.1 Reconhecimento através do gráfico f :ℝ→ℝ f (x) = x − 1 8 6 4 2 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -2 -4 -6 -8 23 3.1 Reconhecimento através do gráfico f : ℝ → ℝ+ f (x) = x2 40 35 30 25 20 15 10 5 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 24 3.1 Reconhecimento através do gráfico 3o) Se cada uma das retas cortar o gráfico em um só ponto, então a função é bijetora. Exemplos 25 3.1 Reconhecimento através do gráfico f :ℝ→ℝ f ( x ) = 2x 12 8 4 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -4 -8 -12 26 3.1 Reconhecimento através do gráfico f :ℝ→ℝ f (x) = x ⋅ x 40 30 20 10 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -10 -20 -30 -40 27 3.1 Reconhecimento através do gráfico Resumo Dada a função f de A em B, consideram-se as retas horizontais por (0, y) com y ∈ B: 1o) se nenhuma reta corta o gráfico mais de uma vez, então f é injetora; 2o) se toda reta corta o gráfico, então f é sobrejetora; 3o) se toda reta corta o gráfico em um só ponto, então f é bijetora. 28 4 Função inversa Exemplo preliminar Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5, 7}, consideremos a função f de A em B definida por f(x) = 2x – 1. f 1 1 2 3 3 5 4 7 A B 29 4 Função inversa Notemos que a função f é bijetora formada pelos pares ordenados f = {(1, 1), (2, 3), (3, 5), (4, 7)} em que D(f) = A e Im(f) = B. 30 4 Função inversa A relação f -1 = {(y, x)/(x, y) ∈ f}, inversa de f, é também uma função, pois f é uma bijeção de A em B, isto é, para todo y ∈ B existe um único x ∈ A tal que (y, x) ∈ f -1. f-1 1 1 3 2 5 3 7 4 A B 31 4 Função inversa Observemos que a função f é definida pela sentença y = 2 x − 1, ef -1 y +1 é definida pela sentença x = , isto é: 2 1o) f leva cada elemento x ∈ A até o y ∈ B tal que y = 2x − 1 2o) f -1 leva cada elemento y ∈ B até o x ∈ A tal que x= y +1 2 32 4 Função inversa A função f -1 é formada pelos pares ordena- dos f -1= {(1, 1), (3, 2), (5, 3), (7, 4)} em que D(f -1) = B e Im(f -1) = A. 33 4.1 Definição Se f é uma função bijetora de A em B, a relação inversa de f é uma função de B em A que denominamos função inversa de A e indicamos por f -1. 34 4.1 Definição 2a) Pela observação anterior, temos: (x, y) ∈ f ⇔ (y, x) ∈ f -1 Agora, se considerarmos a função inversa de f -1, teremos: (y, x) ∈ f -1 ⇔ (x, y) ∈ (f -1)-1 isto é, a inversa de f -1 é a própria função f: (f -1)-1 = f Podemos assim afirmar que f e f -1 são inversas entre si, ou melhor, uma é inversa da outra. 35 4.1 Definição 3a) O domínio da função f -1 é B, que é a imagem da função f. A imagem da função f -1 é A, que é o domínio da função f. f-1 f A B B D(f-1) = B = Im(f) e A Im(f-1) = A = D(f) 36 4.2 Determinação da função inversa Vimos no exemplo preliminar que, se a função f é definida pela sentença aberta y = 2 x − 1, então a função inversa f -1 é definida pela sentença y +1 x= 2 37 4.2 Determinação da função inversa Observemos, por exemplo, que x = 2 e y = 3 satisfazem a condição y = 2 x − 1 e x = y +1 . 2 Isso não quer dizer que o par ordenado (2, 3) pertença a f e f -1. De fato: (2, 3) ∈ f e (3, 2) ∈ f -1. 38 4.2 Determinação da função inversa As sentenças abertas y = 2x − 1 e y +1 x= 2 não especificam qual (x? ou y?) é o primeiro termo do par ordenado. 39 4.2 Determinação da função inversa Ao construirmos o gráfico cartesiano da função f, colocamos x em abscissas e y em ordenadas, isto é: f = {( x, y ) ∈ A x B / y = 2 x − 1} e ao representarmos no mesmo plano cartesiano o gráfico de f -1, como o conjunto y + 1 f −1 = ( y , x ) ∈ B x A / x = 2 devemos ter y em abscissa e x em ordenada. 40 4.2 Determinação da função inversa A fim de que possamos convencionar que: 1o) dada uma sentença aberta que define uma função, x representa sempre o primeiro termo dos pares ordenados e 2o) dois gráficos de funções distintas possam ser construídos no mesmo plano cartesiano com x em abscissas e y em ordenadas. justifica-se a seguinte regra prática. 41 4.3 Regra prática Dada a função bijetora f de A em B, definida pela sentença y = f(x), para obtermos a sentença aberta que define f -1, procedemos do seguinte modo: 1o) na sentença y = f(x) fazemos uma mudança de variável, isto é, trocamos x por y e y por x, obtendo x = f(y); 2o) transformamos algebricamente a expressão x = f(y), expressando y em função de x para obtermos y = f -1(x). 42 4.3 Regra prática Exemplos 1o) Qual é a função inversa da função f(x) bijetora em ℝ definida por f(x) = 3x + 2? 43 4.3 Regra prática A função dada é f ( x ) = y = 3 x + 2 . Aplicando a regra prática: I) permutando as variáveis: x = 3 y + 2 II) expressando y em função de x: x −2 x = 3y + 2 ⇒ 3y = x − 2 ⇒ y = 3 Resposta: É a função f -1 emℝ definida por x −2 f (x) = 3 −1 44 4.3 Regra prática Exemplos 2o) Qual é a função inversa da função f(x) bijetora em ℝ definida por f(x) = x3? 45 4.3 Regra prática A função dada é: f ( x ) = y = x 3. Aplicando a regra prática: I) permutando as variáveis: x = y 3 II) expressando y em função de x: x = y3 ⇒ y = 3 x Resposta: É a função f -1 emℝ definida por f −1( x ) = 3 x 46 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 Os gráficos cartesianos de f e f -1 são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes 1 e 3 do plano cartesiano. Exemplos: Vamos construir no mesmo diagrama os gráficos de duas funções inversas entre si: 1 ) f ( x ) = 2x − 4 e x+4 f (x) = 2 2o ) f ( x ) = x 2 e f −1( x ) = x 3o ) f ( x ) = x 3 e f −1( x ) = 3 x o −1 47 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 x+4 y= 2 1 ) y = 2x − 4 o x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 y -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 x -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 y -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 48 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 12 10 f 8 6 f-1 4 2 0 -12 -10 -8 -6 -4 -2 -2 0 2 4 6 8 10 12 -4 -6 -8 -10 -12 49 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 2o ) y = x 2 y= x x 0 1 2 3 4 5 6 y 0 1 4 9 16 25 36 x 0 1 4 9 16 25 36 y 0 1 2 3 4 5 6 50 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 36 f 30 24 18 12 f-1 6 0 0 6 12 18 24 30 36 51 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 6 f 5 4 3 f-1 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 52 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 3o ) y = x 3 y=3x x -3 -2 -1 0 1 2 3 y -27 -8 -1 0 1 8 27 x -27 -8 -1 0 1 8 27 y -3 -2 -1 0 1 2 3 53 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 28 24 f 20 16 12 8 f-1 4 0 -28 -24 -20 -16 -12 -8 -4 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 -8 -12 -16 -20 -24 -28 54 4.4 Propriedades dos gráficos de f e f-1 6 f 4 f-1 2 0 -6 -4 -2 0 2 4 6 -2 -4 -6 55