INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA s idade, empregada doméstica Motivo de internamento – Homem de 47 anos, natural e residente em Mirandela, divorciado, desempregado, com hábitos alcoólicos de 120 g/dia desde os 17 anos. – Aos 37 anos teve hematemeses, melenas (transfundido). – Aos 40 anos teve icterícia, alt. Comportamento e personalidade, desorientação temporo-espacial e tremor involuntário das extremidades. – Aos 45 anos edemas dos membros inferiores, escroto e ascite. – Foi recentemente internado por hematemeses , melenas, equimoses, gengivorragias, epistáxis, ascite, icterícia e oligúria. – Exame objectivo: hepatomegalia, aranhas vasculares, ginecomastia e eritema palmar. Exame objectivo GV VGM 2800000/uL 110 TP 29/11,5 seg 12/11,5 Leucócitos 18.500/mm3 4000-10000 AST 275U/L ALT 85 U/L <40 Bilirrubina Total 10,8 mg/dl <1,2 Fosfatase alcalina 180 U/L (20-90) Gamaglobulinas 2,4 g/dl 10 mg/dl <1,6 <1,2 Creatinina Anticorpos Anti-VHC Positivos >4600000 80-100 <35 s idade, empregada doméstica Motivo de internamento – Ao 15° dia de internamento veio a falecer. – A autopsia revelou cirrose micronodular e nódulo de carcinoma hepatocelular (hepatoma). Exame objectivo Cirrose Carcinoma hepatocelular etanol congéneres metanol butanol aldeídos ésteres fenóis histamina taninos ferro chumbo cobalto … ABSORÇÃO METABOLIZAÇÃO GÁSTRICA desidrogenase do álcool (H>M) DISTRIBUIÇÃO EXCREÇÃO 2-10% suor ar expirado urina 1g 1,25 ml 10 g etanol (7-11 g) 340 ml 115 ml 43 ml METABOLIZAÇÃO ETANOL ±10 g/h ACETALDEÍDO ACETATO ALCOOLEMIA 20 mg/dl • Alterações cognitivas, comportamentais e psicomotoras 80-100 mg/dl • Narcose induzida pelo álcool 400 mg/dl • Morte Estão descritos casos de pessoas vigis com alcoolemia de 600 mg/dl ! Capacidade de lidar eficazmente com doses progressivamente maiores da substância Tolerância comportamental Aprendizagem Tolerância farmacocinética Indução da ADH e do sistema MEOS Tolerância farmacodinâmica ou celular Adaptação celular ETANOL (CH3CH2OH) NAD+ NADPH, O2 H2O2 MEOS ADH CAT (CYP 2E1) NADH NADP, O2-, H2O2 H2O O2 O2 ACETALDEÍDO (CH3CHO) NAD+ ALD H NADH XO AO O2-, H2O2 O2-, H2O2 ACETATO Acetil tiocinase ACETILCoA CoA ATP AMP CONSUMO EXCESSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS MÁ NUTRIÇÃO PRIMÁRIA MÁ NUTRIÇÃO SECUNDÁRIA ETANOL VIAS NÃO OXIDATIVAS (→etilésteres de ác. gordos) ACETALDEÍDO NADH R * O 2* Interferência s Sinergismos Antagonism os CONGÉNERES EFEITOS PRÓPRIO S INDUÇÃO DOS SISTEMAS MICROSSÓMICOS DE OXIDAÇÃO ENDOTOXINA CITOCINAS (IL1, FNT, IL6, IL8...) EFEITOS DIRECTOS (membranas) SÍNDROMAS METABÓLICAS E CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA HEPATOMEGALIA ICTERÍCIA ASCITE EDEMAS *ERITEMA PALMAR *ANGIOMAS AUMENTO DAS PARÓTIDAS AUMENTO DAS GLÂNDULAS LACRIMAIS CLUBBING ESPLENOMEGALIA DIMINUIÇÃO DO TECIDO MUSCULAR *ALOPÉCIA GINECOMASTIA *ATROFIA TESTICULAR HEPATOMEGALIA A hepatomegalia mede-se pela distância vertical em centímetros entre a zona de transição do timpanismo e macissez na superfície anterior do tórax e o bordo inferior do fígado (em inspiração profunda). Método de palpação do fígado: Para palpar o bordo hepático colocar os dedos logo abaixo da margem costal e pressionar com firmeza. Pedir ao doente que inspire profundamente. Pode sentir-se o bordo hepático contra os nosso dedos ou deslizar sob a nossa mão na expiração. Um fígado normal não é doloroso. Doença hepática alcoólica • Esteatose (fígado gordo) • Esteato-hepatite alcoólica (ASH) (hepatite alcoólica) • Fibrose hepática • Cirrose Doença hepática alcoólica Fígado gordo Esteatose Células hepáticas balonizadas e contendo vacúolos de gordura Doença hepática alcoólica Esteato-hepatite alcoólica CAB esteatose , inflamação acinar com neutrófilos e necrose megamitocôndrias AE1/AE3 corpos hialinos de Mallory (CHM) Doença hepática alcoólica Fibrose hepática CAB Esclerose perivenular e perissinusoidal e fibrose portal Cirrose Tricrómio cirrose micronodular regeneração nodular e esteatose hemossiderose Perls Cirrose Carcinoma hepatocelular O etanol não parece ser um carcinogénio directo O acetaldeído é mutagénico e pode actuar como promotor Há congéneres que podem ter acção carcinogénica Efeitos indirectos Activação de procarcinogénios Penetração de carcinogénios nas mucosas (solvente) Citotoxicidade e regeneração Cirrose (regeneração - proliferação celular) Carências nutricionais Infecção pelos vírus das hepatites C e B Imunossupressão Alteração do metabolismo dos estrogénios Alteração do metabolismo do ADN Carência de vitamina A (aumento da degradação hepática de retinol) SHUNTS (ANASTOMOSES) PORTO-SISTÉMICAS ESTÁDIOS CLÍNICOS DA ENCEFALOPATIA HEPÁTICA ESTÁDIO I a – Asterixis ESTÁDIO II a – Asterixis ESTÁDIO III a – Asterixis ESTÁDIO IV a – Asterixis (+), desorientação intermitente e confusão (++), sonolência e comportamento alterado (+/-), estupor, mas responde a estímulos dolorosos (-), coma, não responde a estímulos Asterixis é um tremor grosseiro, em adejo, que se demonstra mais facilmente nas mãos ASTERIXIS ENCEFALOPATIA HEPÁTICA - PATOGÉNESE DESCONHECIDA a – Amónia (fígado bypassado) b – Mercaptanos (metionina) c – Ácidos gordos de cadeia curta d – Fenóis e – GABA f – Octopamina g – Aminoácidos aromáticos h – Benzodiazepinas endógenas FACTORES PRECIPITANTES DE ENCEFALOPATIA HEPÁTICA 1 AUMENTO DA SOBRECARGA DE SUBSTÂNCIAS AZOTADAS a – Hemorragia gastro-intestinal b – Excesso de proteínas na dieta c – Azotemia d - Obstipação 2 ALTERAÇÕES ELECTROLÍTICAS a – Hipocaliemia b – Alcalose c – Hipóxia d - Hipovolemia 3 MEDICAMENTOS a – Opióides, tranquilizantes, sedativos b - Diuréticos 4 DOENÇA VENO-OCLUSIVA (cirurgia, infecção) ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: EEG ASCITE ASCITE Cirrose : - Hipoalbuminemia (diminuição da pressão oncótica plasmática) - Aumento da resistência vascular intra-hepática (aumento da pressão portal) - Aumento da drenagem linfática hepática - Diminuição do volume intravascular efectivo (diminuição da perfusão renal (Renina-angiotensina-aldosterona – retenção de Na+) HIPERTENSÃO PORTAL HIPERTENSÃO PORTAL VARIZES ESOFÁGICAS: ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA HIPERTENSÃO PORTAL: CONSEQUÊNCIAS GINECOMASTIA ARANHA VASCULAR TELANGIECTASIAS FACIAIS (spider naevi) pequenos vasos arteriais a partir dos quais irradiam numerosos vasos dilatados, facilmente obliterados pela pressão Constituem ESTIGMAS DE DOENÇA HEPÁTICA CRÓNICA juntamente com o eritema palmar, alts. do sistema piloso, alts. das unhas, dedos em baqueta de tambor, ginecomastia. TESTES DE FUNÇÃO/LESÃO HEPÁTICA ICTERÍCIA Hepatopatias Colestase Pré-hepática Intra-hepática Pós-hepática Colestase Hiperbilirrubinémia Conjugada – transportadores de membrana (S. Dubin-Johnson, Rotor) – Obstrução ao fluxo biliar Não-conjugada – Produção excessiva de bilirrubina - Anemia hemolítica - Reabsorção de sangue - hemorragia interna - Eritropoiese ineficaz - anemia perniciosa, talassémia – Deficiência da captação hepática - induzida por drogas - def. enzimática genética – S. Gilbert – Deficiência da conjugação hepática - Def. enzimática genética – S. Crigler-Najjar - hepatite viral ou induzida por drogas - cirrose Colestase Hiperbilirrubinémia Não-conjugada – Produção excessiva de bilirrubina - Anemia hemolítica - Reabsorção de sangue - hemorragia interna - Eritropoiese ineficaz - anemia perniciosa, talassémia –Deficiência da captação hepática - induzida por noxas - def. enzimática genética – S. Gilbert Obstrução pré- hepática Colestase Hiperbilirrubinémia Não-conjugada – Deficiência da conjugação hepática - Def. enzimática genética – S. Crigler-Najjar - hepatite viral ou induzida por drogas - cirrose Obstrução intra-hepática Colestase Hiperbilirrubinémia Conjugada – transportadores de membrana (Síndrome Dubin-Johnson, Rotor) – Obstrução fluxo biliar Obstrução pós-hepática HIPERGAMAGLOBULINEMIA Hepatopatia Aguda Clínica Evolução de sintomas e sinais num período < 3 meses Prevalência de sintomas e sinais num período < 6 meses Tipo depende do período entre o aparecimento de icterícia e o desenvolvimento de encefalopatia – Hiperaguda: < 7 dias – Aguda: 8 a 28 dias – Subaguda: 5 a 12 semanas Hepatopatia Induzida por Fármacos – Intrínseca ou Esperada: paracetamol, tetracloreto de carbono - dose-dependente - susceptibilidade individual dependente de factores genéticos – Idiossincrática ou Imprevisível: halotano, clorpromazina, isoniazida - dependente de factores individuais: - metabolização - desenvolvimento da resposta imune - Síndrome de Reye - Esteatose hepática microvesicular - Aspirina em crianças < 12 anos e síndrome febril viral - Relação causal ainda não demonstrada Hepatopatia Induzida por Fármacos Radicais livres de O2 Lesão de macromoléculas Peroxidação lipídica Inactivação: – Proteínas – Enzimas – Receptores – Transportes Lesões do ADN Clivagens polissacáridos Insuficiência Hepática Aguda Virais Hepatites A e E Hepatites B e C – Infecção aguda infecção crónica Hepatite D – infecção concomitante pelo vírus B Vírus Epstein-Barr Citamegalovírus Inflamação do parênquima hepático Diagnóstico diferencial através de testes específicos Hepatite A Picornavirus (RNA) Factores de virulência – cápside – contagioso em fase pré e pós-sintomática Transmissão fecal-oral Incubação – 1 mês (replicação viral lenta) Patogenicidade – células NK e T citotóxicas indução por anticorpos, complemento e IFN- Infecção aguda, raramente fulminante (mortalidade < 0,5%) Prevenção – saneamento básico higiene pessoal vacinação Hepatite B Hepadnavirus (DNA) Transmissão – via sanguínea, sexual, parto Factores de virulência resistência a desinfectantes / esterilizantes desenvolvimento insidioso e assintomático da infecção Patogénese Contacto com HBV Infecção Replicação Viral (hepatotropismo) Libertação de antigénios HBs, HBc, HBe IFN- Expressão MHC Destruição de hepatócitos Activação citotóxicas células T Apresentação de antigénios HBV ao sistema imune Hepatite B Resolução Depende: – capacidade de desenvolver resposta imune contra o vírus - na hepatite aguda, necrose hepática maciça, reversível - necrose pouco extensa, permanência da infecção, progressão para hepatite crónica. - Complicações: cirrose, hepatocarcinoma – Infecção concomitante com agente d (HDV) - hepatite fulminante, potencialmente mortal Hepatopatia Aguda Sintomas e Sinais Dependentes da etiologia Sintomas e sinais frequentes Laboratório Bilirrubina sérica (> 300 µmol/L grave) AST e ALT Tempo de protrombina (medidor da gravidade) Hipoglicémia Hiponatrémia Hipomagnesémia Alcalose respiratória Acidose metabólica Hepatite Viral Aguda Sintomas e Sinais Fase inicial Lesão hepática estabelecida - Anorexia Laboratório - Urina escura - Náuseas - AST e ALT (ALT>AST) - Fezes brancas - Vómitos - Bilirrubina - Icterícia (+ tardia) - Astenia - Hepatomegália - Mal estar geral - Dor hipocôndrio direito - Artralgias - Neutropenia e linfopenia transitórias, seguidas por linfocitose (com linfócitos atípicos) - Encefalopatia - Mialgias - Cefaleias - Fotofobia - Faringite - -globulina - IgG e IgM aumentadas Menor frequência - Tosse - Colestase - obstrução biliar extrahepática (raro) - Sintomas gripais - Esplenomegália - Febre – 38 a 39 ºC (hepatite A e E) - Adenopatias cervicais Insuficiência Hepática Aguda ENCEFALOPATIA Alteração da neurotransmissão nos SNC e SNeuro-muscular, associada à [amónia] elevada no sangue Edema citotóxico (tumefacção dos neurónios cerebrais) Edema vasogénico (lesão da barreira hemato-encefálica) Hipertensão Hipoperfusão e intracranianalesão neurológica Insuficiência Hepática Aguda COLESTASE Sintomas e Sinais Astenia Icterícia Prurido Xantomas Síndrome de mal-absorção Laboratório Fosfatase alcalina e -glutamil transpeptidase aumentadas Défice de vitaminas lipossolúveis (A, D, K) CAUSAS DE DOENÇA HEPÁTICA PARENQUIMATOSA 1 HEPATITE (vírica, medicamentosa, isquémica) a - Aguda b – Crónica 2 CIRROSE a - Alcoólica b - Pós-necrótica c - Biliar d - Hemocromatose e - Outras (D. Wilson, galactosemia, fibrose quística do pâncreas, deficiência de α1-antitripsina) CAUSAS DE DOENÇA HEPÁTICA PARENQUIMATOSA 3 DOENÇAS INFILTRATIVAS a - Glicogénio b – Gordura C – Amilóide D – Linfoma/leucemia E - Granuloma 4 LESÕES OCUPANDO ESPAÇO a - Carcinoma hepatocelular b - Abcesso c - Quisto d - Gomas CAUSAS DE DOENÇA HEPÁTICA PARENQUIMATOSA 5 DOENÇAS FUNCIONAIS ASSOCIADAS A ICTERICIA a - Gilbert b – Crigler-Najjar c – Dubin-Johnson e Rotor d – Colestases da gravidez e recorrente benigna CAUSAS DE DOENÇA HEPÁTICA BILIAR 1 OBSTRUÇÃO BILIAR EXTRA-HEPÁTICA a - LITIASE b – ESTENOSE c – TUMOR 2 COLANGITE a – Séptica b – Cirrose biliar primária c – Colangite esclerosante d – Medicamentosa e - Tóxica CAUSAS DE DOENÇA HEPÁTICA VASCULAR 1 2 3 4 5 CIRROSE CARDÍACA E ESTASE PASSIVA CRÓNICA TROMBOSE DA VEIA HEPÁTICA TROMBOSE DA VEIA PORTA MALFORMAÇÕES ARTERIOVENOSAS DOENÇA VENO-OCLUSIVA CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 1 HEPATITE VIRAL (A, B, C, D, E, F) 2 ÁLCOOL 3 METABÓLICA a – Hemocromatose b – Doença de Wilson c – Deficiência de α1 antitripsina d – Fibrose quística e – Galactosemia f - Porfírias 4 DOENÇA BILIAR a – Obstrução biliar extra-hepática b – Obstrução biliar intra-hepática c – Cirrose biliar primária d – Colangite esclerosante primária CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 5 OBSTRUÇÃO DO FLUXO VENOSO a – Síndrome de Budd-Chiari b – Doença venosa-oclusiva c – Insuficiência cardíaca direita 6 FÁRMACOS, TOXINAS, DROGAS E QUÍMICOS 7 DOENÇAS IMUNOLÓGICAS a – Hepatite auto-imune 8 OUTRAS a – Sarcoidose b – Neoplasias primárias ou metastáticas c – Criptogénica SÍNDROMAS METABÓLICAS E CLÍNICAS DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA METABOLISMO DOS GLÍCIDOS a – Metabolismo da glicose diminuído (Hiperglicemia) b – Perturbações da neoglicogénese e da glicogenólise (Hipoglicemia) METABOLISMO DOS LÍPIDOS a – Défice de LCAT (Hipocolesterolemia) b – Síntese e reabsorção de sais biliares (Esteatorreia) SÍNDROMAS METABÓLICAS E CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA METABOLISMO PROTEICO a – Aumento da amoníaco plasmático (encefalopatia) b – Aumento plasmático de aminoácidos aromáticos (alcalose metabólica) c – Aumento de falsos neurotransmissores (encefalopatia) d – Aumento de neurotransmissores inibidores (serotonina e GANBA) (encefalopatia) e – Hipoalbuminemia (edemas e ascite) f – Deficiente síntese de factores da coagulação dependentes da vitamina K : II, VII, IX e X (Diátese hemorrágica) SÍNDROMAS METABÓLICAS E CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA FUNÇÃO BILIAR a – Conjugação ou eliminação da bilirrubina (icterícia) b – Fluxo biliar (colestase intra-hepática) (prurido) METABOLISMO HIDROSSALINO a – Retenção de sódio e água (edemas, ascite, hidrotórax) METABOLISMO HORMONAL a – Aumento dos níveis de estrogénios (ginecomastia, eritema palmar, aranhas vasculares) Hepatopatia Regeneração Lenta Perda de tecido hepático capacidade de regeneração acentuada. Lesões contínuas podem originar regeneração patológico grave Cirrose. processo de Mediadores químicos envolvidos – Hepatic Growth Factor (HGF ou factor de crescimento hepático) – TGF-b L. C., ♀, 39 anos idade, empregada doméstica Motivo de consulta – cólicas abdominais, vómitos e diarreia líquida com dejecções múltiplas por dia, desde há 2 dias. Ingestão de cogumelos 3 dias antes Antecedentes pessoais – irrelevantes Exame objectivo – Consciente, colaborante, sem sinais de desidratação nem icterícia. – Pulso: 88 ppm, TA=130 - 70 mmHg – ACP normal – Palpação do Abdómen – hepatomegalia ligeiramente dolorosa e mole (eixo hepático ± 15 cm) – Não se palpa baço Hemoglobina VGM 11g/dL 90 >12,5 80-100 Plaquetas 180.000/mm3 >150000 Leucócitos 18.500/mm3 4000-10000 AST 716 U/L <35 ALT 1.000 U/L <40 Taxa de protrombina < 10% 80-100 Ureia 7,2 mmol/L Creatinina 92 μmol/L <133 Na+ 132 mmol/L 135-145 K+ 3,5 mmoll/L 3,5-5 Cl- 95 mmol/L 98-106 <7,1 Amanita Phalloides ou Capuz da morte Intoxicação Maioria de casos de óbito por ingestão de cogumelos Toxinas termo-estáveis octapeptídicas bicíclicas (Faloidina e Amanotoxina) Faloidina ou falotoxina (acção rápida, dose letal: 0,2mg/kg) • Responsável pelos sintomas iniciais GI da intoxicação, induzindo alterações da membrana do hepatócito e morte celular • ↓ tensão de O2 • Lesão hepatocelular (zona 3) •Amanotoxina (acção lenta, dose letal: 0,1mg/kg) • Interfere na transcrição do ADN: liga-se à polimerase II ARN do núcleo dos hepatócitos, bloqueando a síntese de proteínas necrose celular • Dose • Baixa: lesão predominantemente renal • Alta: lesão hepatocelular (-amanitina) Amanita Phalloides Clínica da Intoxicação 1º Período de latência 5 a 20 horas 2º Sintomas GI intensos Diarreia aquosa Abdominalgias Vómitos (oligúria, choque, cianose) 3º Período sem sintomas 12 a 24 horas 4º Falência hepato-renal 48 horas Sem terapêutica, as lesões hepáticas e renais induzem o coma e a morte