Falência hepática fulminante decorrente de causa medicamentosa. Autora: Camila Fioravanti Figueiredo (Especializanda de Clinica Médica do Hospital Belo Horizonte); Co- autores: Bruna Maria de Melo Mota (Especializanda de Clinica Médica do Hospital Belo Horizonte); Leandro de Souza Maia Especializando de Clinica Médica do Hospital Belo Horizonte); Alessandro Luis Gonçalves (Especializando de Clinica Médica do Hospital Belo Horizonte); Vivian Domingos Feliciano ( Especializanda de Clinica Médica do Hospital Belo Horizonte) Introdução / Justificativa / Fundamentação As alterações funcionais hepáticas são consequências de distúrbios que afetam os hepatócitos, ductos e canalículos biliares, endotélio vascular e células estreladas. As causas da insuficiência hepática podem ser tóxicas e não tóxicas. O fígado é responsável pela concentração e metabolização da maioria das drogas. A lesão hepática induzida por drogas é responsável por cerca de 30% dos casos de hepatite aguda e por mais de 50% dos casos dos de icterícia aguda. A lesão pode evoluir como hepatocelular, colestase, padrão misto e esteatose. A descontinuação do uso da medicação pode resolver o problema, embora o prognóstico em paciente com icterícia seja pior, devido aos danos hepatocelulares. Objetivos Conscientização do uso indiscriminado de medicações ou usadas em excesso sem controle e indicações médicas. Delineamento e Métodos Relato de caso de S.L.J.S, 43 anos, sexo feminino, portadora de enxaqueca crônica, em uso regular de topiramato, ácido valpróico, sumatriptano e piridoxina. Admitida com quadro de cefaléia há 3 dias seguida de vômitos incoercíveis, evoluindo subitamente com confusão mental, perda de cognição e icterícia. Discussão As hepatopatias causadas por fármacos pode tanto ser por dose dependente e atinge a maioria dos indivíduos expostos ao fármaco com a mesma dose, quanto por dose independente administrada e atinge apenas indivíduos susceptíveis ao mesmo. No caso apresentado foi feito o diagnóstico de hepatite aguda de causa medicamentosa. O mesmo baseou-se na exclusão de outras causas de hepatite aguda e na relação temporal entre a ingestão do fármaco e o início dos sintomas. Resultados Paciente progrediu com piora do quadro neurológico e icterícia, sendo encaminhada para suporte intensivo. Admitida com glasgow 13, obnubilada e prostrada. Exames laboratoriais indicaram aumento dos níveis de bilirrubinas e alterações de enzimas hepáticas. (Amilase:19U/L; BT:19,67mg/dL; BD:12,63mg/dL; BI:6,84mg/dl; RNI:2,49; PTT:37/31s; FA:317U/L; GGT:79U/L; Lipase:47U/L; AST:3980U/L; ALT:4855U/L). Tomografia de crânio e de tórax sem alterações. Apresentou piora do quadro sensório, encefalopatia, distúrbio de coagulação e indicado transplante hepático. Optado por transferência para hospital de referência em transplantes devido a possibilidade de falência hepática. Após 15 dias do transplante apresentou melhora da função hepática, sensorial e do distúrbio de coagulação . Conclusões/Considerações Finais Neste trabalho relatamos o uso indiscriminado de medicamentos como provável causa de lesão hepatocelular, levando a lesão hepática fulminante, indicativa de transplante. O uso de drogas deve ser administrada exclusivamente com orientação médica. A classificação da lesão hepática relacionada às drogas é estabelecida de acordo com a apresentação clínica, achados laboratoriais, histológicos e os mecanismos de toxicidade. Referências Bibliográficas 1. DIENSTAG, JULLES L. Hepatite tóxica e induzida por medícamentos. In: Fauci, Braunwald, Kasper, Hauser,logo, Jameson, Loscalzo. Mc Graw Hill. Rio de Janeiro; Mc Graw Hill Interamericana do Brasil, 2008. p.1949-1955. 2. SCHIFDT, FRANCK V. e LEE, WILLIAN M. Doenças hepáticas induzidas por produtos tóxicos, medicamentos e outras substâncias. In: Cecil Russell L. Elsevier 2005. p. 1048- 1054. 3. SOUZA, AÉCIO FLÁVIO MEIRELLES e SILVA, ADÁVIO DE OLIVEIRA. Hepatite por drogas. In: Lopes, Antonio Carlos (ORG); Roca Ltda 2009. p. 1240- 1257.