A Marketing e a Organização Por António Pedro Brites de Andrade de Melo Alvim Aluno do Departamento de Engenharia Informática Universidade de Coimbra 3030 Coimbra, Portugal [email protected] Resumo – Este pequeno texto tentará ilustrar a importância que o marketing tem para as organizações, qual a sua utilidade e benefícios, bem como alguns dos problemas internos que o afectam. Segue-se uma reflexão sobre o modo como estes podem ser combatidos através de um sólido planeamento. Trata-se de um pequeno artigo que justifica a importância da elaboração de um Plano de Marketing. Palavras-chave – marketing, conflito, departamentos, soluções, comunicação, planeamento. A importância do Marketing “O Marketing é tão básico que não pode ser considerado como uma função isolada… é o negócio, todo analisado do ponto de vista do resultado final, isto é, o cliente.” Peter Druker Como organizar e construir um negócio de tal forma que forneça produtos/serviços que respeitem e cumpram todas e quaisquer expectativas e desejos dos clientes finais? Face a um mercado cada vez mais competitivo, responder a esta questão torna-se, um os objectivos fulcrais para a análise e concepção de qualquer negócio. É importante referir que esta atitude é o resultado de quatro décadas de evolução a que o marketing foi sujeito: deixou-se de tentar vender o que era facilmente produzido a quem o quisesse comprar, para se produzir o que o mercado deseja comprar. A atenção foi transferida do produto para o consumidor. A fidelização dos clientes e o reconhecimento da empresa pelo mercado tornaram-se condições necessárias para o sucesso. O cliente satisfeito compra de novo, publicita o produto, presta menor atenção à publicidade da concorrência e torna-se potencial cliente dos outros produtos da empresa. Por outro lado, todo o esforço de estabelecimento de relações comerciais com um cliente pode ser destruído por uma atitude menos comercial de um elemento da organização. Desta forma, deve entender-se o Marketing como uma atitude de gestão de toda a empresa, mais do que como uma área funcional de uma organização, e deve ser transmitida a todos os elementos que a constituem. 1/3 Os conflitos internos Entende-se até agora o fluxo Organização – Cliente e percebe-se qual a importância do Marketing para ajudar a garantir o sucesso desta relação. O cenário complica-se se apresentarmos a organização tal como ela é, como um conjunto diversificado de departamentos com funções específicas, cuja comunicação é muitas vezes entendida da maneira fornecedor – cliente. Alguns departamentos mantêm relações comerciais com diferentes secções da empresa onde estão inseridos, situação que tende a piorar com a dimensão da organização, e onde cada departamento pode ser ou um “cliente interno” ou um “fornecedor interno”. O marketing tem uma posição mais “ingrata” nesta situação pois, na maior parte dos casos, espera-se que actue como um fornecedor interno da organização, que, para além de estar preocupado com a gestão quotidiana do negócio, deve, para além disso, analisá-la a mais longo prazo, detectando as oportunidades e ameaças que podem afectar o negócio. Surgem problemas quando o relacionamento entre estas partes não é o adequado. Se falássemos em fornecedores externos, a situação não seria tão grave pois existe quase sempre outras opções, no entanto, a lei do mercado, que se interpreta como um princípio imutável, perde algum sentido dentro da organização. A própria natureza de cada departamento fomenta o choque, pois são divisões usualmente fechadas, e independentemente da eficiência com que realizam o seu trabalho, torna-se difícil satisfazer as necessidades dos outros departamentos, pois para cada caso as prioridades e padrões de qualidade são distintos. Para conseguir “alinhar” estas ligações entre diferentes secções da empresa, tornam-se prioritárias a definição de objectivos e a manutenção da boa comunicação entre as diferentes componentes da organização. Para tornar o problema ainda mais complexo, muitas vezes, as administrações optam por investir em “marketing” (entenda-se publicidade e promoções), sem uma política coerente e organizada a curto, médio ou longo prazo, fomentando “guerras” essencialmente financeiras pela dificuldade em obter um retorno imediato às despesas orçamentadas para o marketing e pela ideia de que este deve gerar receitas. Como encarar o marketing? O grande desafio é convencer a empresa da utilidade do marketing, entender quais os seus objectivos e conseguir o envolvimento de todos os intervenientes. Torna-se igualmente prioritário que a administração da organização entenda o seu verdadeiro propósito, e não o perceba como uma despesa. O marketing, tal como a educação, deve ser apreendido como um investimento para o futuro das empresas, e não como uma tábua de salvação para todo o tipo de problemas quando algo corre de uma maneira imprevista. Como encarar o marketing? O segredo estará no correcto planeamento. Com o planeamento de marketing pretende-se criar a dinâmica necessária para o sucesso comercial da empresa, bem como desenvolver os mecanismos internos necessários para assegurar que todos os processos se desenvolvam de acordo com a linha de orientação definida a curto, ou médio prazo. 2/3 Bibliografia 1. Laruccia, Mauro M. - “A Satisfação dos Clientes Internos” A partir do sítio: Centro Virtual de Informação de Marketing do Brasil http://www.geocities.com/hollywood/studio/1554 2. Guia de Marketing I – Revista Fortuna, Novembro de 94 3/3