Skinner___final

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Teoria Behaviorista
Teorias de Aprendizagem
Programa de Mestrado Profissional em
Ciências, Matemática e Tecnologias
Profa. Tatiana Comiotto –
[email protected]
O homem não é livre e sim condicionado pelos
estímulos do meio ambiente
Ivan P. Pavlov
1849-1936
Condicionamento
Respondente
Edward Lee
Thorndike
(1874- 1949)
Lei do Efeito
John Watson
1878-1958
Condicionamento
Respondente
Burrhus F. Skinner
1904-1990
Condicionamento
Operante
Behaviorismo/comportamentalismo
BEHAVIOR: comportamento
Outras denominações:
• Teoria Comportamental
• Análise Experimental do
Comportamento
•
•
•
•
OBJETIVOS: estudar o comportamento
Observável
Mensurável
Prever e Controlar (implicação
pragmática)
• MÉTODOS: experimentos que possam
ser controlados e reproduzidos.
Pontos de sustentação da teoria
• Rejeição da introspecção.
• Desejo de Objetividade.
• O ambiente, mais do que a hereditariedade ou
mecanismos inatos determina o comportamento.
• A pesquisa sobre o comportamento animal
permite explicar o comportamento humano.
Behaviorismo
• Estudo
observável,
quantificável,
reproduzível e descritível
em
termos
tão
elementares
que
dispensassem
a
subjetividade.
• Tentativa de transpor
explicações no universo
animal para explicar os
comportamentos
humanos. pesquisa com:
pombos,
ratos
e
chimpanzés.
Behaviorismo Metodológico
Watson - 1920
• O Behaviorismo Metodológico dá uma ênfase
aos
procedimentos
de
medida
do
comportamento na sua relação com o
ambiente.
• Ficou conhecido com Psicologia do S-R.
Behaviorismo Radical- Skinner
1929
• Afasta-se destas duas proposições anteriores
ampliando a noção de comportamento e de
ambiente.
• Entende-se por comportamento as relações
do organismo com o ambiente, expresso pela
tríplice contingência de reforçamento.
• O ambiente em que se encontra o homem
determina e constrói as características que
serão particulares a cada um.
• S–R-S
Pavlov
• Médico russo
• Pesquisas sobre as relações entre
o organismo e o ambiente
• Prêmio Nobel em 1904
•Suas descobertas originaram o behaviorismo,
iniciado por John Watson em 1913
•Estabeleceu
conexões
entre
estímulos
ambientais neutros e atividades fisiológicas
Pavlov
Na década de 1920, ao estudar a
produção de saliva em cães expostos a
diversos tipos de estímulos palatares,
Pavlov percebeu que com o tempo a
salivação passava a ocorrer diante de
situações e estímulos que anteriormente
não causavam tal comportamento (como
por exemplo o som dos passos de seu
assistente ou a apresentação da tigela de
alimento).
Realizou experimentos em situações
controladas de laboratório e, com base
nessas observações, teorizou e enunciou
o mecanismo do condicionamento
clássico.
Achados de Pavlov
• As relações entre ambiente e fisiologia são
também de cunho psicológico e não apenas
biológico.
• Mostrou
que
comportamentos
essencialmente biológicos como salivação e
sucção não eram apenas de natureza
fisiológica, mas podiam ser controlados por
fatores ambientais e psicológicos.
PAVLOV E O REFLEXO CONDICIONADO
RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO
(INATO)
CARNE
(ESTÍMULO
INCONDICIONADO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO)
CONDICIONAMENTO
CARNE (ESTÍMULO
INCONDICIONADO)
+ SOM (ESTÍMULO
NEUTRO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO)
RESPOSTA/REFLEXO
CONDICIONADO
(APRENDIDO)
SOM (ESTÍMULO
CONDICIONADO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
CONDICIONADO)
Thorndike
• A Lei do Efeito afirma que aquelas
ações que têm resultados agradáveis
para o animal (incluindo o homem) tendem a se
repetir, enquanto que as que têm resultados
desagradáveis, tendem a desaparecer.
Biografia
Edward Lee Thorndike, nasceu em 1874 na cidade de
Williamsburg nos Estados Unidos
Filho de um ministro metodista em Lowell,
Massachusetts.
Cresceu numa época em que a psicologia científica
estava se estabelecendo em instituições acadêmicas.
Durante sua vida universitária, quando se formou na
Universidade de Weslyan em 1895, ele se interessou
pelo campo da psicologia, matriculando-se na
Universidade de Harvard em 1896.
Contribuições
• Métodos para testar e medir a inteligência de crianças e a
habilidade delas para aprender.
• Esses estudos no entanto, foram interrompidos por falta de
condições de trabalho, e ele passou a desenvolver projetos que
procuravam investigar a aprendizagem em animais, realizados
durante o curso em Harvard.
• Thorndike não completou a graduação tendo se transferido para a
Universidade de Columbia, onde se tornou PhD em 1898.
• Cinco anos antes da divulgação na imprensa da expressão reflexo
condicionado, proposta pelo fisiologista Ivan Pavlov, Thorndike
publicou nos Estados Unidos sua importante monografia de
doutorado intitulada "Inteligência Animal": Um Estudo Experimental
dos Processos Associativos em Animais".
• Este estudo introduziu o método experimental na investigação do
comportamento animal.
Caixa de Thorndike
• Um de seus experimentos mais conhecidos foi,
certamente, a caixa problema.
• Neste engenhoso dispositivo, Thorndike colocou um
gato preso em uma gaiola, a partir da qual o animal
só poderia sair mediante algumas ações tais como
puxar cordas e abrir ferrolhos.
• Para garantir a "motivação" do animal, era colocada
uma porção de alimento do lado de fora da gaiola, de
maneira que o gato não pudesse alcançá-lo do lado
de dentro do dispositivo.
• À medida que o gato era reintroduzido na caixa, o
número de tentativas até obter êxito diminuía.
•
•
•
Na caixa eram presos gatos famintos
Ele observava como eles se comportavam para fugirem da
caixa e comerem o alimento que era colocado próximo à
mesma.
Com essa experiência Thorndike conseguiu mostrar que a
concepção de aprendizagem (formação de conexões
estímulo-resposta) está sujeita a três leis principais, sendo a
mais importante: lei do efeito.
CONEXIONISMO: Thorndike
• A aprendizagem comportamental é a formação
de conexões entre estímulos e respostas ou a
modificação de conexões já formadas.
• Lei do exercício: a conexão é tanto mais forte,
quanto mais frequentemente é exercitada.
• Lei do efeito: a conexão entre S-R é reforçada
diante de resultados agradáveis e enfraquecida
diante de resultados desagradáveis.
Leio do efeito
•Todo e qualquer comportamento que produz satisfação
associa-se a esta situação que, quando ela se reproduz, a
probabilidade de repetição do comportamento é maior do que
antes;
•A punição e o desprazer não se comparam em absoluto ao
efeito positivo da recompensa a uma determinada resposta;
•O efeito de prazer é o que fixa o acerto (resposta) acidental;
•Em termos pedagógicos, o agradável é o sucesso do ensaio
realizado pelo sujeito e o desagradável é o fracasso decorrente
de obstáculos.
• Thorndike estabelece, com a lei dos efeitos as
bases para o behaviorismo de Skinner.
• As investigações pioneiras de Edward L.
Throndike nos campos da aprendizagem humana
estão entre as mais influentes na história de
Psicologia.
• Em 1912, foi reconhecido por suas pesquisas,
sendo eleito como o presidente da Associação
Psicológica americana.
• Aposentou em 1939, mas trabalhou ativamente
até 1949, quando faleceu.
Watson
• Fundador do behaviorismo nos EUA
• Nasceu numa fazenda perto de Greenville, Carolina
do Sul
• Sua educação elementar ocorreu numa escola de
uma única sala.
• Sua mãe era extremamente religiosa, e seu pai, o
oposto.
• Watson afirmou que a psicologia devia restringir-se
aos dados das ciências naturais, ao que podia ser
observado – em outras palavras, ao comportamento
externo.
• Considerava
ser
possível
transformar o indivíduo, por meio
de educação ou reeducação
naquilo que desejamos. (...) O
destino das pessoas dependeria
tão
somente
dos
fatores
condicionantes organizados em
torno dela" (CUNHA, 2008, p.48).
• O importante é estudar tudo
aquilo que pode ser testado e
comprovado.
• Estuda o comportamento, entendido como reação
observável diretamente e explicável como RESPOSTA
do organismo a modificações ambientais ou a
ESTÍMULOS.
• S = ESTÍMULO = modificações de aspectos do meio.
• R = RESPOSTA = modificações de aspectos do
comportamento.
• “Dai-me uma dúzia de crianças sadias, bem
formadas e um ambiente de acordo com minhas
especificações e garanto que poderei tomar
qualquer uma ao acaso e treiná-la para que se torne
qualquer tipo de especialista – médico, advogado,
artista, comerciante, executivo, mendigo, ou mesmo
um ladrão, independente de suas inclinações,
tendências, talentos, habilidades, vocações e da raça
de seus ancestrais” (Watson).
Burrhus Frederic
Skinner
(1904-1990)
Skinner
• Nasceu em 20 de março de 1904 na
Pennsylvania.
• Seu pai era advogado
• Sua
mãe
uma
mulher
de
personalidade forte que o criou
segundo padrões muito exigentes de
educação.
• Um menino de índole intelectual e
amante da liberdade, reagiu às
exigências domésticas, preferindo
viver fora de casa, e escolheu a
profissão de escritor.
• Graduou-se em língua inglesa no
Estado de Nova York
Infância
• Teve uma infância tradicional,
segundo Skinner, seu ambiente era
estável e não lhe faltou afeto.
• Gostava
de
construir
coisas,
chegando a montar uma espécie de
canhão a vapor para atirar pedaços de
cenoura e batata sobre o telhado.
• Gostava de ler sobre animais e
mantinha diversas espécies de
tartarugas, cobras, lagartos, sapos e
esquilos.
Estudos
• Formou-se em Letras;
• Em seguida decidiu tornar-se um
escritor, mas escreveu pouco;
• Sua produção, desde o período
que ele chamou de seu "ano
negro", consistia de uma dúzia de
pequenos artigos de jornais e
alguns modelos de veleiros.
Encontro com a Ciência
Comportamental
•Em uma viagem para Nova York teve acesso a livros de John
B. Watson e Ivan Pavlov.
• Skinner os achou impressionantes e queria aprender mais.
• Leu sobre as experiências de condicionamento de Watson e
Pavlov, os quais lhe despertaram um interesse mais científico
que literário acerca da natureza humana.
•Com 24 anos Skinner matriculou-se no curso de pós
graduação no Departamento de Psicologia da Universidade
de Harvard.
• Embora não houvesse frequentado qualquer curso da área
de psicologia obteve o Ph.D em três anos.
Novos caminhos
• Rebelde e impaciente, Skinner encontrou um
mentor: William Crozier que era o presidente de um
novo departamento de Fisiologia.
• Crozier havia aderido ao programa de estudos do
comportamento do animal como um todo.
• A linha de pesquisa de Crozier seguia exatamente o
objetivo de Skinner de comportamentos relativos às
condições experimentais, em animais e humanos.
Vida adulta
• Burrhus Frederic Skinner continuou produzindo até a
morte, com 86 anos.
• No porão da sua casa construiu a própria Caixa de Skinner,
um ambiente controlado para proporcionar reforçamento
positivo.
• Gostava de escrever e dizia que essa atividade
proporcionava bastante reforço positivo.
• Com 78 anos escreveu um trabalho intitulado
(Autogerenciamento intelectual na velhice), descrevendo
suas experiências como um estudo de caso.
Fim da vida
• Em 1989, Skinner foi diagnosticado com leucemia, tendo
expectativa de dois meses de vida.
• Oito dias antes de morrer ele apresentou um trabalho em
uma convenção, em Boston.
• Nela atacou veemente o crescimento da psicologia
cognitiva, que desafiava sua forma de Behaviorismo.
• Na tarde anterior à sua morte, trabalhava no seu último
artigo (A psicologia pode ser uma ciência da mente?),
outra acusação contra o movimento cognitivo que
ameaçava suplantar a sua visão de psicologia.
• É no período entre guerras
que Skinner busca firmar-se
profissionalmente
como
escritor-romancista, mas em
virtude de seu insucesso
passa a se dedicar então às
ciências,
mais
especificamente
à
Psicologia, para ter fonte de
inspiração, material para
seus romances.
• Aprendizagem seria, então,
alterações explícitas de
comportamento, mediante
processos intencionais de
condicionamento e reforço,
podendo ser observadas e
mensuradas pelo educador.
• Segundo Skinner, o comportamento, especialmente o
humano, tem múltiplas causas.
- Uma resposta não é causada por um único estímulo.
- E também os estímulos provocam respostas
diferentes em indivíduos diferentes.
• Pelo contrário, qualquer resposta está relacionada com
uma pluralidade de fatores.
A caixa de Skinner
Nela era colocado um rato privado de alimento.
Ao se aproximar de uma barra perto da parede,
Skinner introduzia uma gota d’água na caixa
através de um mecanismo e o rato a bebia.
As gotas eram colocadas quando o rato se
aproximava da barra até que o animal a
pressionou dezenas de vezes até saciar sua sede.
Foi observado que os comportamentos do rato
que eram seguidos de um estímulo reforçador
(S-R) (a água) aumentavam de frequência,
enquanto outros diminuíam.
Comportamento
• É aquilo que pode ser objetivamente estudado e
pode ser modelado através da administração de
reforços positivos e negativos, o que implica também
numa relação causal entre reforço (causa) e
comportamento (efeito).
• O comportamento resulta de um processo de
APRENDIZAGEM.
• Todo comportamento pode ser condicionado, por
meio do controle e manipulação das variáveis
ambientais.
• O comportamento compreende apenas as reações
observadas de forma direta.
Condicionamento respondente
Comportamento Reflexo → incondicionado
independente da
aprendizagem
Comportamento Condicionado → condicionado
dependente da
aprendizagem
Condicionamento respondente:
“reflexo”, “involuntário”
• É controlado por um estímulo precedente.
• Estabelece conexões entre estímulos ambientais neutros e
atividades fisiológicas.
• O ser humano demonstra ser capaz de assimilar estímulos
que não apresentam relação com seu comportamento e
responder a eles, como se tal relação existisse.
• Ex: Dilatação e contração da pupila dos olhos em contato
com a mudança da iluminação; arrepios por causa de ar
frio; salivação diante da comida; lágrimas ao descascar
cebolas.
Condicionamento Respondente - "reflexo" ou
"involuntário" que não é tão expressivo no
comportamento do ser humano.
É controlado por um estímulo precedente.
O comportamento reflexo ou
respondente
• É uma reação a um estímulo casual, não
voluntário.
• Ao ser pareado pode ser condicionado.
• Isso explicaria, por exemplo, num contexto
escolar: a dor (de cabeça, de estômago, de
barriga) da criança diante da presença de um
determinado professor, ou diretor, ou às vésperas
de uma prova, ou diante da sineta da escola.
Condicionamento Respondente
Condicionamento Operante
•Inclui todos os comportamentos de um organismo que têm um efeito sobre
o ambiente, ou seja, uma consequência.
•É um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo
até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação.
•É um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento – um processo
que Skinner chamou de modelagem.
•Inclui tudo o que fazemos e que tem efeito no mundo exterior ou opera
nele.
•É controlado por suas consequências - estímulos que se seguem à resposta.
Condicionamento Operante
• Para Skinner a aprendizagem é fruto de condicionamento
operante, ou seja, um comportamento é premiado,
estimulado, até que ele seja condicionado de tal forma
que ao retirar o reforço o comportamento continue a
acontecer.
• O condicionamento operante é baseado na lei do efeito
Thorndike, segundo a qual o comportamento que produz
bons efeitos tende a se tornar mais frequente, enquanto
que o comportamento que produz maus efeitos tende a
se tornar menos frequente.
• O comportamento operante não é automático, nem há
um estímulo específico com o qual se possa relacioná-lo.
Princípios do Comportamento
Operante
1. Comportamento que é positivamente
reforçado vai acontecer novamente.
Reforço
intermitente
é
particularmente efetivo.
2. As informações devem ser apresentada
em pequenas quantidades, para que as
respostas sejam reforçadas (modelagem).
3. Reforços vão generalizar estímulos
similares produzindo condicionamento
secundário.
Processo de condicionamento
operante (Skinner)
1.
Controle do estado de privação.
2.
Controle
da
contiguidade
temporal entre a resposta e o
reforço.
3.
Introdução de reforço (positivo
ou negativo) e, em alguns casos,
punição.
4.
Controle do processo de extinção
do
comportamento
condicionado.
A Teoria de Skinner
• Viabiliza modificar o comportamento numa direção previsível,
viabilizando o controle das ações das pessoas e a obtenção de
resultados.
• Pretender dar eficiência ao ensino diminuído gastos e tempo.
• É pragmática.
• O professor deve criar situações nas quais o reforço possa aumentar
a probabilidade de que o aprendiz exiba o comportamento terminal
desejado.
• Skinner era determinista.
• Em sua teoria não havia espaço para o livre arbítrio.
• Afirmar que os seres humanos são capazes de livre escolha seria
negar sua posição básica de que o comportamento é controlado
pelo ambiente e os genes.
Principais diferenças
• Watson (o homem é produto do meio)
• Pavlov (aprendizagem por meio do condicionamento
clássico citar o exemplo do cão, experiência realizada
em seu laboratório de fisiologia)
• Skinner (o comportamento é estabelecido com base
naquilo que o ambiente fornece e, também dadas as
condições ambientais, esse mesmo repertório é por
nós modificado tendo em vista os reforçadores que
almejamos).
Aprendizagem
• É fruto de condicionamento operante: um
comportamento é premiado, reforçado, até que ele
seja condicionado de tal forma que ao se retirar o
reforço o comportamento continue a acontecer.
• É um comportamento observável, adquirido de forma
mecânica e automática através de estímulos e
respostas.
• A abordagem de Skinner considera o comportamento
observável e não se preocupa com os processos
intermediários entre o estímulo (E) e a resposta (R).
• É um processo gradual.
• Ocorre quando a pessoa, em virtude de inter-relações
com contexto, produz novas respostas, modifica as
existentes, aplica em novos contextos, estabelece
relações entre sua atividade e o ambiente. Supõem-se
que a maior parte do comportamento é aprendida
devido a sua interação com o meio.
• A aprendizagem ocorre por modificações sucessivas das
respostas iniciais, sob efeitos de processos de reforço,
extinção, e outros.
• Na perspectiva skinneriana, o ensino se dá apenas
quando o que precisa ser ensinado pode ser colocado
sob controle de certas contingências de reforço.
• Estudantes não aprendem
simplesmente
quando
alguma coisa lhes é
mostrada ou contada.
• Em suas vidas cotidianas,
eles se comportam e
aprendem por causa das
consequências de seus atos.
• As
crianças
lembram,
porque foram reforçadas
para lembrar o que viram
ou ouviram.
Exemplos de condicionamento
operante
Se um aluno tiver boas notas
recebe um elogio:
Apresentação de um estímulo
agradável após um comportamento
desejado.
Se a criança faz birra leva uma
repreensão:
Apresentação de uma
consequência desagradável após a
realização de um comportamento
não desejado
Reforço
• O programa de Skinner faz uso da utilização sistemática de um
reforço, privando ou não o sujeito do mesmo conforme um
comportamento rigorosamente pretendido.
• As probabilidades de ocorrência futura de um determinado
tipo de resposta aumentam. Isto é, os reforços fortalecem
certas respostas.
• Tendência a reproduzir ações benéficas e gratificantes, em
sentido amplo, e a evitar ações daninhas para o indivíduo.
• Não existem reforçadores per si. A noção de
reforçador expressa uma relação funcional entre a
atividade do indivíduo e seu meio.
• É importante notarmos que não é o indivíduo que é
recompensando, mas sim o comportamento!
• No condicionamento operante, a resposta do
organismo produz uma modificação comportamental
que tem efeitos sobre ele. A essa modificação
denomina-se REFORÇO.
• REFORÇO é um fator que aumenta a possibilidade de
uma resposta ocorrer em determinada situação.
Tipos de reforço
Reforço positivo - Fortalece a probabilidade do
comportamento pretendido continuar acontecendo.
Ex: a criança que por ser caprichosa com seu cadernos,
recebe elogios da professora. Esta criança manterá o
capricho em seus cadernos para não deixar de ser
elogiada pela professora – o elogio funciona como um
reforço positivo, agradável. O elogio é a recompensa
pelo esforço de manter bem cuidado o caderno.
O instrumento fundamental de modelagem é o
– a
consequência de uma ação quando ela é percebida por aquele que a
pratica.
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Criança arruma os
brinquedos
Elogio da mãe
Aumenta as chances
Reforço negativo - Enfraquece um determinado
comportamento em proveito de outro que faça cessar
ou desprazer com uma situação.
Consiste em associar um comportamento a uma
emoção desagradável o que levará o sujeito a reduzir a
ocorrência deste comportamento.
Ex: Tomar o remédio é ruim, porém o doente precisa
tomá-lo para que ele possa ficar curado.
Ex: Lucas não gosta mais de sua namorada, porém ele
continua com ela, pois sabe que terá que enfrentar
uma grande briga para rompe o namoro. Evitar a briga
funciona como um reforço negativo. Reforço negativo
por que a consequência é Lucas não entrar em contato
com o estímulo (sua namorada começar uma grande
briga).
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Criança quebra
vidraça ao jogar
bola
diminui as chances
Obrigada a pagar
pelo estrago
• Reforço negativo se caracteriza pela ausência
(retirada) do desprazer após a ocorrência de um
comportamento pretendido por aquele que o
promove.
• Reforço negativo é diferente de punição/castigo.
Punição
• Punição – Refere-se a um desprazer (estímulo)
que se faz presente após um determinado
comportamento não pretendido por aquele que a
aplica.
• Ex: somos multados ao dirigirmos em velocidade
acima da permitida. Isto é: a multa representa
um estímulo desagradável – é uma punição.
Tipos de punição
Punição positiva: apresentação de uma consequência
desagradável após a realização de um comportamento não
desejado.
Ex: A criança é repreendida após não ter feito a tarefa de
casa.
Punição negativa: Remoção de um evento agradável após a
realização de um comportamento não desejado.
Ex: A criança ficará sem ver televisão por uma semana pois
desobedeceu os pais.
• Skinner ilustra assim, o aspecto anti-pedagógico da
punição:
• "O pai reclama do filho até que cumpra uma tarefa:
ao cumpri-la, o filho escapa às reclamações
(reforçando o comportamento do pai).
• ...Um professor ameaça seus alunos de castigos
corporais ou de reprovação, até quem resolvam
prestar atenção à aula; se obedecerem estarão
afastando a ameaça de castigo (e reforçam seu
emprego pelo professor).
• De um ou outra forma, o controle adverso
intencional é o padrão de quase todo o ajustamento
social - na ética, na religião, no governo, na
economia, na educação, na psicoterapia e na vida
familiar (SKINNER, 1971, p. 26-27).
Sanção por reciprocidade X Punição
Sanção por reciprocidade
• Educa.
• Relação com o ato
transgredido.
• Não acarreta dor ou
sofrimento para a
criança.
Punição
•Não educa.
•Sem relação como
ato transgredido.
•Acarreta dor física e
psicológica.
•Constrangimento
Extinção
• Procedimento através do qual uma resposta deixa de ser
reforçada e, como consequência, ocorre uma diminuição da
frequência da resposta ou ela é eliminada.
• NÃO APRESENTAR NENHUM REFORÇO
• Processo de eliminação dos comportamentos indesejáveis ou
inadequados.
• É um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente
de ser reforçada.
• Como consequência, a resposta diminuirá de frequência e até
mesmo poderá deixar de ser emitida.
Ex: uma criança que sobe na carteira
e ganha atenção por isso. Se o
reforço (atenção) é retirado, a
criança deixará de subir na carteira
com o tempo.
Ex: se as reuniões da escola em que
você trabalha sempre começam
atrasadas, seu comportamento de
chegar no horário marcado, com o
tempo, será extinto.
Esquecimento - O esquecimento de
um comportamento condicionado
ocorre quando este não é emitido
por muito tempo.
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Aluno sobe na
carteira para
chamar a
atenção da
professora
Diminui/elimina as
chances
A professora
ignora a ação
Programações de Reforço
Reforço contínuo:
• São reforçadas todas as ocorrências do comportamento;
• A aprendizagem ocorre rapidamente, mas sem o reforço,
a extinção ocorre rapidamente também;
• Na vida real, esquemas de reforço contínuo são raros.
Reforço parcial:
• Só
são
reforçadas
algumas
ocorrências
do
comportamento;
• A aprendizagem demora mais, no começo, mas ela é mais
"resistente" à extinção;
Quatro padrões
1. Programações de Ritmo Fixo - resposta reforçada
após um determinado número fixo de respostas;
2. Programações de Ritmo Variável - resposta é
reforçada após de um número imprevisível de
respostas;
3. Programações de Intervalos Fixos – resposta
reforçada após um período de tempo determinado;
4. Programações de Intervalo Variável - resposta
reforçada após intervalos de tempo variáveis.
Controle de estímulos
• Discriminação:
uma
resposta
(ou
comportamento) se mantém na presença de um
estímulo, mas sofre certo grau de extinção na
presença de outro, pertencente à mesma classe
de estímulos.
• Prova do professor X → ansiedade
• Prova do professor Y → não gera ansiedade
• É um processo de aprendizagem que vincula a
atividade, de forma diferenciada, a aspectos
relevantes do meio (os estímulos).
• É aprender a estabelecer relações funcionais entre a
própria atividade e parâmetros externos.
• Ex: aprender associar os nomes das cores com as
cores.
• A discriminação implica uma aprendizagem por
contrastes.
Controle de estímulos
• Generalização:
uma
resposta
(ou
comportamento) se mantém na presença de dois
estímulos que têm um certo grau de diferença.
• Ex: Prova do professor X → ansiedade →
ansiedade em qualquer situação de avaliação.
• O fenômeno da generalização permite dar conta
de aprendizagens complexas e múltiplas.
• Reconhecer contextos ou aspectos do contexto
que possuem uma certa semelhança não
evidente.
Generalização
• Os processos de generalização permitem
responder de forma similar a estímulos
diferentes.
• Tendência de apresentarmos comportamentos
semelhantes sempre que percebemos os
estímulos como semelhantes.
• Ex: uma criança que aprende em casa que
consegue o que quiser chorando e fazendo birra, é
possível que ela venha a generalizar seu
comportamento de birra em outros contextos,
como na escola.
Aprendizagem de novos conceitos
• Os processos de discriminação e
generalização se alteram e
constituem
a
base
de
aprendizagens relevantes.
• Já não se trata mais de
frequência de respostas, mas de
estabelecer novas relações entre
a atividade do sujeito, o
ambiente e suas atividades
prévias.
• São importantes para a formação
de conceitos, transferências de
aprendizagem, construção de
significados, estabelecimento de
relações, abstrações, etc.
Modelagem
• Através de um processo gradual, as
respostas que se assemelham ao
comportamento terminal desejado
são sucessivamente condicionadas até
que o próprio comportamento
terminal seja condicionado.
• Modificação gradual de uma resposta
por outra que seja mais apropriada ao
sujeito através do reforçamento de
outros padrões de comportamento
que vão sendo sucessivamente
adquiridos e aprimorados pelo
indivíduo a partir da aprendizagem
obtida, como andar, falar, dirigir,
dançar, atravessar a rua, etc.
Cabe ao educador
• Valorizar os progressos dos alunos de maneira
muito gradual.
• Evitar a desvalorização de pequenos avanços
parciais aparentemente insignificantes, porém
necessários para o aprendizado.
• Assim, cada comportamento intermediário
reforçado no método de aproximações
sucessivas pode ser considerado como elo de
uma cadeia que tem uma única função: a
ocorrência da resposta terminal.
Atenuação
• Os estímulos auxiliares para facilitar o
início de uma aprendizagem são afastados
gradualmente ou mudam de natureza.
• O objetivo é relacionar a atividade
aprendida exclusivamente com aspectos
funcionais do ambiente.
• Ex: Uso de figuras e objetos para ensinar a
ler
• Eles são “especiais” pois, não são
inicialmente o tipo de estímulo gráfico
associado ao que se deseja ensinar.
• São
pensados
aprendizagem.
para
facilitar
a
Controle aversivo
• Para Azevedo (2008) o ato de expor o
aluno a constrangimento moral,
crítica, retirada de privilégios, pode
ser chamado de controle aversivo.
• Esses acontecimentos podem causar
prejuízos no aprendizado, pois o aluno
irá trabalhar, no início, para fugir da
estimulação aversiva, no entanto com
o tempo ele poderá descobrir outros
meios de esquivar.
• Ex: Chegando atrasado, ou não
prestando
atenção,
tornar-se
agressivo e recusar a obedecer e até
mesmo abandonar os estudos quando
adquirir o direito legal de fazê-lo.
A eficiência do modelo behaviorista na
prática educativa
A) Habilidade, com a
qual o professor
planeja
suas
atividades e a de
seus alunos;
B) Objetivos
bem
definidos e os
planos eficientes
para que as metas
sejam alcançadas;
Princípios de um ensino de qualidade
Segundo Azevedo (2008) Skinner apontou alguns:
1- Clareza sobre que comportamento se deseja ensinar e
quais habilidades e conceitos que os alunos devem dominar;
2- Necessidade de apresentar reforçadores imediatamente
após a emissão de um comportamento que se queira
fortalecer;
3- Uso do princípio de subdividir o conhecimento em
pequenos passos, o professor dá inicialmente o máximo de
ajuda ao aluno e diminui gradualmente;
4- Para aprendizagens mais complexas, deve-se ao mesmo
tempo descrever cada passo necessário para a sua execução.
Tipos de programas experimentais:
a) Programa incontigente -> comportamento
supersticioso: administração de reforços de forma
temporal e espacial aleatória gera respostas
também aleatória por parte do sujeito.
b) Programa contingentes -> administração de
reforços frequentes de forma temporal e espacial
definida gera respostas também previsíveis por
parte do sujeito.
• apresentações das informações
em pequenas etapas (para que
possa haver controle de cada
avanço da aprendizagem);
• exigência de participação ativa do
aluno (resposta) através de um
sistema de avaliação ancorado na
reprodução da resposta;
• reforço imediato à resposta, no
sentido de um feedback indicando
acerto ou erro;
• autocontrole por parte do aluno
(isto é, o aluno que responde
corretamente às questões pode
passar a módulos posteriores).
Algumas metodologias de Skinner
• Máquina de ensinar:
• Instrução programada:
– Pequenas etapas
– Resposta ativa
– Verificação imediata
da resposta
– Ritmo próprio
– Testagem do Uma das primeiras máquinas de ensinar
Programa
aritmética. Esta máquina foi demonstrada
na Universidade de Pittsburgh, em março
de 1954.
Máquina de Ensinar
No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista
desenvolveu o que chamou de máquinas de aprendizagem
Consistia na organização de material didático de maneira
que o aluno pudesse utilizar sozinho, recebendo estímulos à
medida que avançava no conhecimento.
Grande parte dos estímulos se baseava na satisfação de dar
respostas corretas aos exercícios propostos.
Para atingir os objetivos são usados “reforçadores”, como
notas, prêmios, status, reconhecimento de professores e
colegas e promessa de vantagens sociais futuras.
Instrução programada
• O material de ensino deve ser subdividido em pequenas
etapas que favoreçam com mais frequência o feedback e,
portanto, o reforço ao estudante.
• Respeito ao ritmo próprio dos aprendizes.
• A instrução programada leva o aluno a estudar sem a
intervenção direta do professor.
• O estudo é individual, "mas auxiliado pelo professor“.
• Os programas não precisam ser necessariamente usados em
máquinas; muitos são escritos em forma de livro.
• Na prática, os materiais didáticos baseados na
instrução programada contêm lacunas a serem
preenchidas ou botões a serem apertados.
• As respostas estão ocultas, mas são facilmente
acessíveis.
• Ao responder corretamente o aluno se sente
reforçado e, portanto, estimulado a continuar.
• Normalmente a instrução programada é longa, o
que pode causar aborrecimento ao aprendiz.
Instrução programada e Máquina de
ensinar
• O material de ensino deve ser subdividido em
pequenas etapas que favoreçam com mais frequência
o feedback e, portanto, o reforço ao estudante.
• O estudante tem a possibilidade de ser mais ativo ao
aprender, seja na leitura de um texto, seja ao
trabalhar com uma máquina programada.
• Verificação imediata.
• Respeito ao ritmo próprio dos aprendizes.
• Preocupação com o conteúdo do ensino: assunto,
sequência, pré-requisitos e currículos.
Críticas à teoria aplicada a educação
1. Confunde a
resposta a uma
determinada ação como se ela fosse
sinônimo de aprendizagem;
2.Desconsidera que conhecimento
aprendido não pode ser mensurado
como fato pontual;
3. Abstração do sujeito e da sua vida
pessoal, centralizando o estudo no
comportamento exterior expresso.
4. A ausência de manifestações
exteriores não significa que não houve
aprendizagem;
5. Deixa de abordar determinados aspectos da
aprendizagem por não serem passíveis de
investigação objetiva, como, por exemplo, angústia,
alegria, tristeza, amor...
6. A abordagem comportamental é importante no
que diz respeito a pesquisa de técnicas específicas
para possíveis intervenções educativas.
7. Igualam homens e animais inferiores,
desconsiderando a peculiaridade psicológica,
histórica e cultural dos primeiros (CUNHA, 2008,
p.52).
8. Importação do paradigma de estudo das Ciências
Naturais para compreender os processos humanos.
Referências
CUNHA, M.V. da. Psicologia da Educação. São Paulo, Lamparina , 2008.
PAVLOV, I.P. Resposta de um fisiologista aos psicólogos. In: ALVAREZ, Antonio C.
(org.) Textos de Ivan Pavlov, fisiologia e psicologia. Lisboa, Estudios Cor, 1976.
SKINNER, B.F. O Comportamento Verbal. São Paulo: Cultrix/ EDUSP, (1957), 1974
_________. Ciência e Comportamento Humano. Brasília: Ed. UnB/ FUNBEC,
(1953), 1970.
_________. Sobre o behaviorismo. São Paulo: Ed. Cultrix, 1974.
_________. A análise experimental do comportamento , 1969.
_________. A revolução científica do ensino. Mardaga, 1995.
_________. Além da Liberdade e Dignidade. New York: Alfred A, 1971.
_________. Walden II: Uma sociedade do futuro. São Paulo: EPU, 1973.
THORNDIKE, E. L. Animal intelligence. New York: Macmillan, 1911.
WATSON, J. B. Behaviorism. London: Kegan Paul, Trench, Trubner & Co, 1925.
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