Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 20: O Brasil e o Fluxo de Capitais: Dívida Externa, sua Crise e Reinserção nos anos 90. Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 2 Recurso ao capital externo • O capital estrangeiro, de uma forma ou outra, historicamente se fez presente em todas as fases de nossa economia • Na República Velha, o mercado de capitais internacional era uma fonte importante de recursos • O PSI só seria possível com o recurso ao capital estrangeiro, para poder financiar os déficits recorrentes em transações correntes • a partir do governo JK a industrialização se vale de recursos externo por meio da entrada das multinacionais Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 3 Evolução da Dívida Externa Brasileira 1900 - 1999 (bilhões de dolares - escala logarítmica) 1000 100 10 1 0,1 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 Fonte: IBGE e Conjuntura Econômica Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 4 Endividamento externo no período militar • o processo recente de endividamento externo brasileiro inicia-se principalmente em 1968. • justificativa para o endividamento era a necessidade de poupança externa para viabilizar as altas taxas de crescimento do milagre. • cenário internacional: liquidez e euromercado • inicialmente captação privada: Res. 63 e lei 4131 • Depois do choque do petróleo – recursos externos necessários para contornar problemas no BP • Década de 70: estatização da dívida externa brasileira Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 5 Crise da dívida externa • Fim dos anos 70: alteração da política dos EUA – Aperto monetário e elevação dos juros – Encarece dívida anteriormente contratada pelo Brasil com taxas de juros repactuadas (flutuantes) – EUA passam a a atrair os recursos, diminuindo possibilidade do Brasil angariar fundos – Situação se complica com insolvência da Polônia e Argentina e moratória do México – não entra mais recursos no Brasil • Brasil: transferência de recursos ao exterior para pagamento da dívida externa anteriormente contraída – Recessão e desvalorização para a geração de mega superávits comerciais Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 6 Transformações no Cenário Internacional • Globalização Financeira: – Ressurgimento do mercado de capitais – até então essencialmente bancário – Crescente interligação dos sistemas financeiros internacionais • Desregulamentações e liberalizações das balanças de capitais • Inovações informacionais – Inovações financeiras: securitização das dívidas Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 7 A Reinserção Brasileira • a partir destas transformações que, em fins dos anos 80, vários países voltam a receber recursos externos, sendo que no Brasil este processo iniciou-se em 1991 • Importante: securitização e renegociação da dívida externa brasileira • As principais formas de captação são: – o lançamento de títulos no exterior – commercial papers, floating rates notes, asset backed securities, eurobonds etc. – o lançamento de ações de empresas nacionais no exterior – ADR (American Depository Receipt) – investimento direto e dos fundos de investimento no mercado nacional (Bolsa). Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 8 Abertura Financeira • Início: fim década 80, acelera nos anos 90 – liberalização cambial – ampliação da conversibilidade da moeda nacional – fim do mercado negro – Flexibilização do ingesso/saída de recursos externos na economia brasileira • Mecanismos – Unificação mercado cambial – regime flutuação – Ampliação dos limites de aquisição de divisas e permissão para manter divisas e ativos denominados em moeda externa – Possibilidade de efetuar transferências e investimentos no exterior – Resolução 1832 - Anexo IV: permissão para investidores estrangeiros acessarem mercado de ações e de renda fixa brasileiros Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 9 Abertura financeira: conseqüências • Abertura financeira + elevação da taxa de juros no Brasil = entrada de recursos externos no país = ampliação da dívida externa nacional • Brasil se aproveita deste fluxo para financiar balança de transações correntes • Poupança externa = crédito relativamente barato • Problemas: – Vulnerabilidade aos fluxos e Instabilidade dos fluxos – Efeitos contágios e transmissão das crises entre os países – Perda de liberdade na condução da política interna Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 10 Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999) 40 250 35 Conta Capital 25 150 20 15 100 10 50 5 0 1978 1983 1988 1993 1998 0 -5 -10 -50 Conta Capital Parte IV Capítulo 20 Divida externa Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 11 Divida externa 200 30