Slides - Economia ao final do Império Arquivo

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Economia e politica econômica
durante o 2º império
Amaury Gremaud
Formação Econômica e Social do Brasil I
1
Brasil 2º Império: possui características de uma
economia agroexportadora



alto peso do setor externo na economia
Furtado: a exportação é variável fundamental
na determinação da renda nacional e de seu
dinamismo
Exportações: dependência de variáveis fora
de controle das autoridades nacionais:


demanda externa, oferta de países concorrentes,
comercialização internacionalizada
C. Tavares: Modelo de desenvolvimento
voltado para fora
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
2
Dois problemas iniciais
(visão cepalina)
 Sujeita
às oscilações dos preços
– oscilações e instabilidade do
valor das exportações e
dificuldades internas
 Tendência a deterioração dos
termos de trocas
3
As oscilações de preços na
economia cafeeira (1)
Preços do café nos Estados Unidos (1851 - 1908)
(USS por saca)
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
1851
1856
1861
1866
1871
1876
1881
1886
1891
1896
1901
1906
FONTE: Delfim Netto, A (1966)
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
4
As oscilações de preços na
economia cafeeira (2)
As oscilações se devem:
 às condições da demanda
(mercado mundial),
 ou
seja aos ciclos da economia
mundial.

às condições da oferta
 por
à
exemplo geadas, pragas.
defasagem entre o plantio e a
colheita do café.
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
5
Deterioração dos termos de troca
(2)



Termos de troca: relação entre os preços das
exportações e das importações de uma
economia
Segundo alguns autores existe a tendência dos
preços dos produtos agrícolas caírem frente as
manufaturas, existe assim uma tendência de
deterioração dos termos de trocas
Se realmente houver tal tendência haverá uma
perspectiva de crescimento relativamente
inferior das economias agroexportadoras frente
às outras
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
6
Deterioração dos termos de troca
(2)

A deterioração dos termos de troca
pode explicada dentre outros fatores
por:



elasticidade renda da demanda de produtos
primários menor que 1 e elasticidade renda da
demanda de produtos manufaturados maior que
1.
mercado com características oligopolísticas para
produtos
manufaturados
e
mercado
concorrencial para os produtos primários.
O tema é objeto de controvérsia entre os
economistas
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
7
Evolução dos termos de troca brasileiros 1850 - 1994
1930 = 100
300
250
200
150
100
50
0
1850
1860
1870
1880
1890
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
Fonte: dados básicos IBGE e IPEAdata
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
8
Comparação:
Centrais x Agroexportadores
Centrais
Agroexportadores

Exportação: variável chave  Exportação importante,
na determinação da renda
mas Investimento e

Pauta de exportação base
estreita, poucos produtos
primários – revela base
produtiva do país

importações fonte para
suprir consumo interno

grande diferença entre
base produtiva e de
consumo
Parte III Capítulo 12



consumos interno
também
pauta de exportação não
diferente de pauta de
consumo
importações atende
parte do consumo
proximidade entre base
produtiva e de consumo
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
9
Pauta de Exportação Brasileira - 1900
Couros e Peles
2%
Outros
7%
Algodâo
3%
Fumo
2%
Borracha
15%
Açúcar
6%
Café
65%
Fonte: Silva (1957)
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
10
Pauta de Importações - Brasil - 1902/1903
Manufaturas de
Algodão
12%
Bebidas
7%
Manufaturas de
Ferro e Aço
6%
Outros
42%
Carvão de Pedra
6%
Farinha de Trigo
6%
Prod. Químicos e
farmaceuticos
3%
Fonte: Silva (1957)
Parte III Capítulo 12
Arroz
3%
Máquinas e
Ferramentas
5%
Charque
5%
Trigo em grãos
5%
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
11
Brasil dual

Agro - exportação – associado à tese da
dualidade:



Brasil exportador – moderno, dinâmico, produtivo
X
Brasil da subsistência – atrasado, estagnado, baixa
produtividade
Dois Brasis:

relação depende das relações de produção

Furtado:
 quando exportador é escravista, relação entre um setor e outro
é baixo, subsistência mantém sua estrutura imutável na
expansão ou decadência
 Quando existe introdução do trabalho assalariado modificações
DÉCADA DE 1890 EM COMPARAÇÃO
COM A DÉCADA DE 1840
 QUANTUM
DE EXPORTAÇÃO: 214%
 PREÇOS DE EXPORTAÇÃO: 46%

INCLUINDO BORRACHA
 PREÇOS
DE IMPORTAÇÃO:
6%
 RELAÇÕES DE TROCA:
58%
 RENDA REAL DO SETOR
EXPORTADOR: 396%
COMPARAÇÃO COM OS EUA
BRASIL: 5,4 VEZES
 EUA:
5,7 VEZES NO MESMO PERÍODO


industrialização
AUMENTO DA RENDA: 3,5% AO ANO
 RENDA PER CAPITA:
1,5% AO ANO

Homogeneidade regional ?
Economia do açúcar e algodão e
“complexo” a ela ligada
Nordeste menos a Bahia: 1/3 da população do país



açúcar em libras por tonelada
Preço doaproximadamente
População cresceu
80% (1,2%)
Dificuldades – migração para outras regiões (Amazônia)
140
Problemas com setor exportador
120


Açúcar: Existe aumento do volume de produção e de
exportação (214%), porém aumento no valor das
exportações é baixo (33% açúcar), queda dos preços
Algodão: problema de mercado (salvo períodos excepcionais)
– preços até sobem no período
100
libras por ton.

80
60
40

Aumento da renda do setor exportador 54%
20
 queda da renda per capita da região
0
Se proporção da população do “setor de subsistência” e
exportador (Cte) – queda da renda per capita do setor
exportador (e do total)
Se migração para setor de subsistência (e manutenção da
renda per capita do setor exportador) – que da total por
efeito (re) composição
início do século XVII


início do século XVIII
início do século XIX
meados do século XIX
início do século XX
2) BAHIA: CACAU E FUMO EM
ALGUMAS REGIÕES

13% da população brasileira,


Declínio do açúcar e importância de outros produtos

Fumo: setor tradicional



pequena propriedade – mão de obra livre
enfrenta dificuldade com diminuição do comércio com a África,
mas encontra mercado substituto na Europa
Cacau: expansão para o Mercado europeu




crescimento um pouco superior (1,5%) a do resto do NE
Vem da Amazônia para região de Ilheus (mão de obra escrava)
alternativa para uso do solo de um região, atrai migrantes
Expressão do cacau no total da pauta brasileira pequeno
Impactos regionais que, para a media provincial,
compensam queda em outras regiões (com
problemas semelhantes ao resto do NE)
17
3) AMAZÔNIA:
3% da população brasileira

Crescimento populacional significativo (2,6)


Recebe movimento migratório final da década de 70 (NE)
Extrativismo: Surgimento da borracha no final do
período imperial

15% das exportações brasileiras na década de 1890

Dinamicamente última década do Império e primeira da
República impacto superior à expansão cafeeira
 Associado inovações: vulcanização e uso industrial do produto

Expansão lucrativa – renda per capita deve ter tido
forte crescimento


Problema renda gerada em grande parte enviada para fora
da região
Relações de produção complicadas (aviamento)


Duplo monopólio dos responsáveis
Servidão por dívida
4) ECONOMIA CAFEEIRA


RJ, SP, MG e ES
Aumento populacional (2,2)


Base do crescimento exportador
nacional (quantidade e preços)



Diferenças: velhos (RJ e MG: 1,6) e
novos estados produtores (SP, ES:
3,6)
Setor exportador deve crescer 4,5%
Também crescimento da produção
voltado para mercado doméstico e
impacto no setor de “subsistência”
(aumento de produtividade)
Aumento da renda per capita de
2,3% ao ano
Tabela III.1. Brasil: Expansão da
Produção Cafeeira (1821-1900)
Média decenal - mil sacas/ano
Anos
Produção
1821/1830
300
1831/1840
1000
1841/1850
1700
1851/1860
2600
1961/1870
2900
1871/1880
3600
1881/1890
5300
1891/1900
7200
Fonte: Silva (1986)
5) ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA
DO SUL DO PAÍS

9% da população

Crescimento populacional (3%)


Imigração importante – colônias subsidiadas
Sul – misto de exportação e mercado interno

Se beneficia do crescimento da região SE- mercado dentro do
país para produtos da região Sul

PARANÁ:
 Erva-mate – exportação
 Madeira e gado - interno

RIO GRANDE DO SUL:
 Charque e couro: exportação e merc. interno
 Vinho, banha de porco – mercado interno

 AUMENTO DA RENDA PER CAPITA

Tanto por crescimento do setor exportador e principalmente por
impulso no setor ligado ao mercado interno e de “subsistência”
Modernização e industrialização

Período crescimento dos serviços de infraestrutura




Ferrovias
Inicio iluminação elétrica,telegrafo Malha Ferroviária: Brasil e EUA
(em Km)
Serviços de transporte urbano
Industria – Surto industrial (não industrialização
EUA)
Brasilcomo nosEUA

Gênese neste período (RJ, SP, MG e RS)

Substituição de importações



Papel do café:


1880
3.488
135.028
ajuda ou atrapalha
1890
16.225
258.235
Ligados aos cafeicultores, imigrantes, artesãos “locais”
Papel do capital estrangeiro


49.008
Quem são os industriais ?


216
Bens de consumo não durável: Têxteis e vestuário, sapatos, fósforo, sabão, velas,
alimentos e bebidas, mobiliário
1870
808
85.440
Metal mecânica: peças para moendas e usinas (engenhos) de açúcar, moinhos de
cereais, maquinas de beneficiamento de café
Debates na historiografia

1860
Infraestrutura e mineração mais que industria
Papel do governo ?



Estimulo a ferrovias
Proteção ?
Marco legal ?
As consequências do crescimento
da economia assalariada
Amaury Gremaud
Formação Econômica e Social do Brasil I
22
Transição: Furtado


Abolição  reforma agrária? redistribuição
beneficio depende da oferta de terras e da demanda
por mão de obra
Brasil: duas situações para os ex-escravos
 Açucareira: terras já ocupadas rendas menores
 Cafeeira: abundância de terras rendas maiores

Preferência pelo ócio  maldição do trabalho
Abandono dos ex-escravos:
“turmas de robustos ex-escravizados caminhando sem
destino; as tabernas das estradas todos os dias e a
todas as horas estão repletas desses neófitos da vadiagem,
do jogo e da bebedeira”

(A Província de São Paulo, março de 1888)

Medida política: não modificou a distribuição de
renda, da terra ou da organização produtiva
“o
fato de maior relevância ocorrido na
economia brasileira no último quartel do
século XIX foi o aumento da importância
relativa do trabalho assalariado”
Conseqüências:
“a massa de salários
pagos no setor
exportador vem a ser
o núcleo de uma
economia de
mercado interno”
1. Amplia efeito multiplicador da
economia

ampliação da especialização das
fazendas

novos hábitos de consumo
24
Escravos não consumiam ?
Escravidão
Trabalho assalariado
Sim, mas produziam maior
parte de suas próprias
Depois de coberta a depreciação do capital utilizado,
necessidades (tb algumas
remunera os fatoresFazendas
de produção com
trabalho assalariado
do Senhor de escravo); não
Valormercado
das
Remuneração
Também
mais especializadas,
havia
e nem
fluxo
Exportações
doestas
capital
pagamento não
dos
trabalhador
de
renda para atender
planta salários
seu sustento,
necessidades
X = Px.Qx
r.K
ganho um salário e
.L
adquire w
seus
Amplia
efeitoao
Remessas
produtos no
exterior
mercado
multiplicador
Consumo
Investimento
Setor de mercado interno
s(subsistência), tb se
especializa na produção de
Consumo
alguns bens – aumento de
produtividade
Importações
Mercado
Mercado
Interno
Interno
2. Aumento da Demanda por Moeda


n.º de pagamentos: demanda para transação
Problema no fim do Império: inflexibilidade do
sistema financeiro nacional e da política imperial

Questão como conduzir a política monetária – debate
metalistas e papelistas
3. Tendência ao desequilíbrio externo



problema de delay entre D das X e D das M
debate sobre forma de combater desequilíbrio:
regras do padrão ouro x desvalorização cambial
até que ponto fluxo de capital é contra cíclico?
A. Gremaud - Economia Brasileira 1
26
Papelistas vs Metalistas
27
 Metalistas

Moeda – valor intrínseco dado por seu
conteúdo metálico

Desvalorização cambial – excesso de emissão normalmente
associado a financiamento do setor público
 Papelistas
circulação

– estabilidade cambial
– necessidades de
Moeda – dar fluidez aos negócios –
necessidades do mercado


Taxa de juros alta – falta de papel moeda
Desvalorização cambial – problema de BP
2. Aumento da Demanda por Moeda


n.º de pagamentos: demanda para transação
Problema no fim do Império: inflexibilidade do
sistema financeiro nacional e da política imperial



Questão como conduzir a política monetária – debate
metalistas e papelistas
3. Tendência ao desequilíbrio externo
problema de delay entre D das X e D das M
A. Gremaud - Economia Brasileira 1
28
ESCRAVIDÃO

Y quase igual a X




Mercado interno gerado por
fazendas sobre setor de
subsistência é pequeno
(10%)
Mercado interno entre
produtores do setor de
subsistência quase
inexistente
Baixo efeito multiplicador
das X
Se Y muito próxima das X,
as importações (M) tb são
próximas de X

Não existe tendência ao
desequilíbrio externo
TRABALHO
ASSALARIADO
 Y se afasta de X




X ainda é fundamental, mas
mercado interno é mais de 10%
Fazenda compram mais e
próprio setor voltado para
mercado interno tem compras
dentro do setor (especialização)
Elevação do efeito multiplicador
das exportações
Se Y se afasta de X, as
importações (M) tb se
afastam de X

Existe tendência ao
desequilíbrio externo
2. Aumento da Demanda por Moeda


n.º de pagamentos: demanda para transação
Problema no fim do Império: inflexibilidade do
sistema financeiro nacional e da política imperial




Questão como conduzir a política monetária – debate
metalistas e papelistas
3. Tendência ao desequilíbrio externo
problema de delay entre D das X e D das M
debate sobre forma de combater desequilíbrio:
regras do padrão ouro x desvalorização cambial

até que ponto fluxo de capital é contra cíclico?
A. Gremaud - Economia Brasileira 1
30
Padrão Ouro (metalistas)
• cambio fixo
• emissão de moeda de acordo com reservas
R
Déficit
BP
juros
Entrada de
capitais
Currency
Board
Ms
preços
Recessão
Equilíbrio
BP
Déficit BP
=
Excesso de
demanda
mercado
cambial
inflação
Desvalori
zação
cambial
X
P imp.
P nac.
M
Equilíbrio BP
Emprego
R
Déficit
BP
juros
Entrada de
capitais
Currency
Board
Ms
preços
Recessão
Equilíbrio
BP
R
Déficit
BP
juros
Entrada de
capitais
Currency
Board
Ms
preços
Recessão
Equilíbrio
BP
Padrão Ouro no Brasil: problemas
Furtado: Brasil possui diferenças em relação aos países
centrais
 Exportações e Balanço de Pagamentos – mais importante no
total da renda e na sua dinâmica que países centrais
 Elevado coeficiente de importações
 Oscilações do BP (oscilações do Preço dos produtos
exportados) são mais agudas que nos países centrais
 déficit BP e seu combate – efeitos fortes na economia
brasileira

regras de PO (cambio fixo e política monetária metalista) – podem
causar recessão profunda


Queda de reservas grande, contração monetária também deveria ser
substancial para reverter BP – traumatiza sistema
Fluxos de capital – não funciona de forma contra-ciclica, ao contrário
existe saída de capital se economia cafeeira entra em crise
A vantagem é que a desvalorização cambial
mantinha
em
moeda
nacional
a
rentabilidade da cafeicultura e o nível de
emprego
 Mas gerava dois tipos de problemas:



a desvalorização cambial “escondia” os sinais
dados
pelo
mercado
(tendência
de
superprodução de café).
a desvalorização cambial encarecia todos os
produtos
importados
desta
economia
(socialização das perdas).
Parte III Capítulo 12
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
36
Gráfico 3.5: Brasil: Preço do Café x Taxa de Câmbio Implícita:
1850 -1900
22,0
35,000
30,000
Preço (cents/libra-peso)
Taxa de Câmbio
18,0
25,000
16,0
14,0
20,000
12,0
15,000
10,0
10,000
8,0
6,0
5,000
1851
1856
1861
1866
1871
1876
1881
1886
1891
1896
Taxa de Câmbio Implícita (reis/libra)
Preço do Café
20,0
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