EBC_T18

Propaganda
Economia Brasileira
Contemporânea
4ª edição - 2002
Material de Apoio Didático
Amaury Patrick Gremaud
Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
Rudinei Toneto Jr.
Editora Atlas
Parte IV:
Transformações Econômicas nos
Anos Recentes
Capítulo 18:
Economia Brasileira PósEstabilização: O Plano Real
Parte IV Capítulo 18
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
2
A estabilização dos anos 90
• Anos 90 - Estabilização
– redução significativa das taxas de inflação
• Mas problemas e vulnerabilidades persistem:
–
–
–
–
Crescimento econômico comprometido
Aumento das taxas de desemprego
Vulnerabilidade externa
Dívida pública com trajetória ascendente
Parte IV Capítulo 18
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
3
Pressupostos do Plano Real
• Inflação: caráter inercial – aproxima-se da
proposta Larida (reforma monetária)
• Cuidado com erros anteriores:
– Adoção gradualista ; não congelamento mas
substituição natural da moeda
– Problemas com déficit público, explosão do
crescimento, crises externas
• Contexto diferente:
– Existência de reservas, ambiente competitivo (abertura
comercial), possibilidade de financiamento externo
Parte IV Capítulo 18
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
4
O Plano Real
•
Plano Real: 3 fases:
a) Ajuste fiscal prévio
•
Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF),
diminuição de transferências (FSE)
b) Indexação completa da economia URV
•
•
•
URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar
conversão dos preços e rendimentos
Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de
uma hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra
e alcançar sincronia de preços
c) Reforma monetária – Real
•
Quando preços “urvizados” troca URV por Real
Parte IV Capítulo 18
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
5
Plano Real: aspectos ortodoxos
• Plano Real em si – preocupação com aspectos
tendenciais da inflação.
• Necessário impedir que novos choques se
transformem em processos inflacionários:
–
–
–
–
Sinalização de preocupação com controle de DA
Metas (ancoras) monetárias – não cumpridas
Manutenção de juros elevados e entrada de recursos
Ancora cambial e abertura comercial
• Na verdade existe um super ancora cambial – pois entrada
de recursos externos fez com houvesse uma valorização
cambial – principal aspecto na estabilização pós Real
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Impactos do Plano Real
• Queda rápida da inflação
– Mais lento que Cruzado
– Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos
externos e abertura comercial – camisa de força para preços
– Bens tradeables x não tradeables – trajetórias diferentes
• Crescimento da demanda: Consumo e Investimento
–
–
–
–
–
Aumento do poder aquisitivo – fim do imposto inflacionário
Recomposição dos mecanismos de crédito
Demanda reprimida
Aumento do horizonte de previsão
Ilusão monetária
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Inflação Mensal (%)
100,00
C
Collor 1
80,00
60,00
Real
Verão
40,00
Bresser
Color 2
Cruzado
20,00
0,00
-20,00
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
IGP-DI mensal de Jan/85 à Abril/97
Parte IV Capítulo 18
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Variação de Preços Acumulada – Agosto de 1994 à Janeiro de 1997
Itens Selecionados
Item
Índ de Preços por Atacado – OG
Índ de Preços ao Consumidor – Brasil
Gêneros Alimentícios
Alimentação Fora do Domícilio
Aluguel
Roupas de Cama, Mesa e Banho
Material Escolar
Educação – Cursos Formais
Parte IV Capítulo 18
%
22,88
55,04
20,93
48,14
198,12
18,12
36,41
132,13
Item
Equipamentos Eletrônicos
Serviços de Residência
Roupas
Serviços de Vestuário
Medicamentos
Médico, Dentista e Outros
Peças e Acessórios – Veículos
Serviços de Oficina
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.
%
11,25
66,58
29,01
92,94
39,36
92,46
14,01
28,94
9
Taxa de Câmbio Nominal e Deflacionada, Jul/94 a Fev/00.
2,100
1,900
1,500
1,300
1,100
0,900
Câmbio Nominal
Parte IV Capítulo 18
Deflacionado IGP
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Deflacionado IPA
10
Jan/00
Out/99
Jul/99
Abr/99
Jan/99
Out/98
Jul/98
Abr/98
Jan/98
Out/97
Jul/97
Abr/97
Jan/97
Out/96
Jul/96
Abr/96
Jan/96
Out/95
Jul/95
Abr/95
Jan/95
Out/94
0,700
Jul/94
R$/US$
1,700
Taxa de crescimento real do PIB (1980 - 1995)
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
1980
1981
1982
1983
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1984
1985
1986
1987
1988
1989
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1990
1991
1992
1993
1994
11
1995
Problemas com o Plano Real: a
questão externa
• Combinação apreciação cambial, abertura e
demanda aquecida - aparecimento de déficits
comerciais
• Financiamento com queima de reservas e/ou
entrada de recursos (endividamento externo)
• Brasil dois problemas:
– Pauta de importação: excesso de bens de consumo –
dificuldade com capacidade futura de pagamento da
dívida
– Entrada de capital de curto prazo
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Exportações e Importações, em US$ Milhões Acumulados Últimos 12 mese
Jan/94 a Dez/99
65.000
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
25.000
Exportações
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Importações
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jan/99
out/98
jul/98
abr/98
jan/98
out/97
jul/97
abr/97
jan/97
out/96
jul/96
abr/96
jan/96
out/95
jul/95
abr/95
jan/95
out/94
jul/94
abr/94
jan/94
20.000
Importações Por Ítens Selecionados, 1992 a 1999
(US$ milhões)
Itens
Total
Bens de Consumo
Matérias-primas
Petróleo
Bens de Capital
Material de Transpote
1992
21.837
1994
36.475
1996
57.844
1998
64.526
1999
53.869
2.450
7.628
4.141
6.335
1.283
4.658
11.662
4.069
12.690
3.396
9.010
17.916
6.142
20.277
4.499
8.826
19.310
4.314
25.283
6.793
6.283
16.960
4.817
21.158
4.651
Fonte: Boletim do Banco Central do Brasil, Março/2000
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A Crise do México
• Situação arriscada e insustentável no longo prazo:
depois das eleições
– primeiras tentativas de controle da DA
– Estanca-se a apreciação cambial e controle de entrada
de capitais
• Crise do México: fim da 1ª fase do Plano Real
– Desvalorização tímida e gradativa (risco inflacionário)
– Controle de demanda agregada:
• restrições monetárias e creditícias,
• Elevação da taxa de juros
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O Plano Real pós crise do México (1)
• Nova fase principal instrumento:
política monetária
– Conter DA e evitar déficits comerciais expressivos
– Administração da taxa de juros: conter atividade e
promover ingresso de capital
• Efeitos:
– retração da atividade econômica
– Inadimplência e crise financeira
– Crise financeira combatida com Proer e Proes
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O Plano Real pós crise do México (2)
• Juros altos e entrada de recurso mas com não
valorização cambial – ampliação de reservas
• Para evitar impacto monetário – esterilização:
ampliação da dívida pública interna, dado que não
se conseguia obter superávits fiscais
• A partir de então define-se uma trajetória de stop
and go em que os condicionantes externos dão o
ritmo da economia brasileira:
crise externa – aumento dos juros – contração econômica
alívio externo – diminuição dos juros - crescimento
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go
/
O 94
ut
/
D 94
ez
/
Fe 94
v/
9
Ab 5
r/
Ju 95
n/
Ag 9 5
o/
9
O 5
ut
/
D 95
ez
/
Fe 9 5
v/
9
Ab 6
r/
J u 96
n/
Ag 96
o/
9
O 6
ut
/
D 96
ez
/
Fe 9 6
v/
9
Ab 7
r/
Ju 97
n/
Ag 9 7
o/
9
O 7
ut
/
D 97
ez
/
Fe 9 7
v/
9
A 8
br
/
Ju 98
n/
A 98
go
/9
O 8
ut
/
D 98
ez
/
Fe 98
v/
9
Ab 9
r/
J u 99
n/
A 99
go
/
O 99
ut
/
D 99
ez
/
Fe 99
v/
00
A
Taxa de Juros (Over/Selic), % a.a.
70,0
60,0
50,0
40,0
México
30,0
20,0
Ásia
Parte IV Capítulo 18
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Rússia
10,0
0,0
18
Da crise asiática à desvalorização
brasileira
• Crise asiática:
– Aumento dos juros e recomposição das reservas
– Pacote fiscal não cumprido
• Crise Russa:
– Também elevação juros e pacote fiscal, mas reservas
não se recuperam
• Dificuldades no Brasil
– Elevação dos spreads
– Sustentação cambial difícil – desvalorização eminente
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Reservas Internacionais, em US$ milhões, Jan/93 a Fev/00
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
México
20.000
Ás ia
Rússia
10.000
Parte IV Capítulo 18
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20
Jan/00
Set/99
Mai/99
Jan/99
Set/98
Mai/98
Jan/98
Set/97
Mai/97
Jan/97
Set/96
Mai/96
Jan/96
Set/95
Mai/95
Jan/95
Set/94
Mai/94
Jan/94
Set/93
Mai/93
Jan/93
0
A mudança cambial
• Depois da crise russa – desvalorização eminente: duas
ressalvas para ela ocorrer:
– Calendário eleitoral (reeleição FHC)
– Exposição do setor privado à desvalorização cambial (setor
privado com passivos em moeda externa)
• 2º semestre 1998 – preparação para desvalorização
– Pacote com o FMI
– Governo assume risco cambial (dá hedge para setor privado:
mercado futuro e à vista de dólar, dívida pública interna com
clausula cambial) – socialização dos prejuízos
• Janeiro 1999 – cambio flutuante e desvalorização
Parte IV Capítulo 18
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Conseqüências da mudança cambial
• Desvalorização- riscos :
– volta da inflação - México
– contração econômica – Ásia
• Brasil adota sistema de metas inflacionárias.
– Inflação pequena elevação no curto prazo mas não permanente
– Não grande contração como Ásia
• não grande efeito patrimonial da desvalorização
• Existe alguma substituição de importações,
• recuperação do crescimento reprimido por manutenção de juros elevados
– Desvalorização permite queda da taxa de juros mas inferior ao
imaginado, juros mantidos altos em função das dificuldades
externas e da inflação
Parte IV Capítulo 18
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Ainda as conseqüências da
desvalorização cambial
– Setor comercial externo – recuperação lenta,
• maior sensibilidade no curto prazo ao crescimento econômico
• Também problemas com termos de troca
• Dificuldade em se recompor mecanismos exportadores
– Problema nas Finanças Públicas
• Efeitos patrimoniais da desvalorização suportada por Governo
– ampliação do endividamento público
• Para evitar explosão da dívida pública necessário geração de
superávits fiscais primários, também para compensar
pagamentos de juros
• expressivo aumento da carga tributária federal não
compartilhada e implementação da LRF
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