UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) TURMA B – POLO REALENGO TRABALHO TUTORIAL DE FILOSOFIA Jonvaine Marques Lourenço (matr. 2008000138) Rio de Janeiro, 16 de maio de 2008. TRABALHO TUTORIAL DE FILOSOFIA Fichamentos das Unidades I, II e III. Trabalho Tutorial apresentado na disciplina de Filosofia do curso de Pedagogia, orientado pela prof Luis Claudio Deulefeu. Rio de Janeiro, 16 de maio de 2008. Unidade I A Natureza da Filosofia 1.1 – O Que é Filosofia? ‘A Filosofia é, antes de mais nada, em primeiro lugar e acima de tudo, uma arma, uma ferramenta, um instrumento de ação com a ajuda da qual o homem conhece a natureza e busca o conforto físico e espiritual para a vida’. (p.13) ‘o homem realmente se destaca dos outros animais pela amplidão e profundidade do seu pensamento, se tudo o que realizou, desde que, saindo da selvageria, começou a construir o que chamamos de civilização, foi a concretização’. (p.13) 1.2 – Noções de Reflexão Filosófica “A Filosofia é um modo de pensar os acontecimentos além de suas aparências, podendo pensar a ciência, seus valores, seus métodos e seus mitos; podendo pensar a religião, a arte e o próprio homem em sua vida cotidiana, incluindo a sua própria educação.” (p.13) “É ela que permite o distanciamento para avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam, é a possibilidade de transcendência humana, ou seja, a capacidade que o homem tem de superar a sua imanência.”. (p.13) “Por isso a Filosofia é importante, cabe a ela fazer a investigação dos fundamentos do conhecimento e da ação humana, refletindo, inclusive, se a Ciência é realmente um conhecimento objetivo, o que é objetividade e até que ponto o cientista pode ser objetivo”. (p.14) “O filósofo reflete sobre a condição humana atual e sobre que tipo de homem é desejável no futuro, por isso reflete sobre a escola, para saber que tipo de homem essa escola está formando”. (p.14) “A Filosofia se propõe, através da reflexão profunda dos problemas, descortinar as ideologias presentes nos discursos e desvelar suas contradições existentes, possibilitando um repensar humano”. (p.14) “Segundo Demerval Saviani (1983: 24), o pensamento filosófico deve ser: Radical – (...) deve chegar até a raiz dos problemas; Rigoroso – (...) deve seguir um método adequado ao objeto de estudo; De conjunto – (...) uma análise diacrônica e sincrônica do contexto analisado”. (p.14) 1.3 – Os Principais Períodos da Filosofia Filosofia Antiga (do séc. VI ao séc. VI d.C.) “A Filosofia antiga nasceu na Grécia, no século VI a.C., com os filósofos présocráticos.” (p.15) “A reflexão filosófica que se iniciou nesta época continuou convivendo com a consciência mítica e religiosa que dominava até então”. (p.15) “O pensamento mítico-sagrado foi sendo substituído por um pensamento fundamentado na razão”. (p.15) “Os filósofos pré-socráticos tinham, como ponto central de suas reflexões, a busca do principio ou fundamento das coisas” . (p.15) “Os primeiros filósofos gregos também são chamados de ‘filósofos da natureza’ porque suas reflexões estavam na natureza e nos processos naturais”. (p.15) “Queriam entender os fenômenos naturais através da observação, sem ter que recorrer aos mitos e aos deuses. Fizeram a Filosofia se libertar da religião”. (p.15) “Sócrates (470-399 a.C.), ‘personagem mais enigmática de toda historia da filosofia’ (...) criou o método socrático, que consistia na busca do rigor através da discussão e do dialogo”. (p.15) “Com Sócrates surge o interesse pelo ser humano e suas virtudes, as quais são identificadas como: bondade, justiça, temperança, coragem, etc.”. (p.15) “O método socrático era composto de duas etapas: “ironia” e “maiêutica”.”. “A ‘ironia’ consistia em destruir as opiniões do senso comum e o conhecimento baseado em preconceitos e estereótipos através de perguntas feitas a um interlocutor”. (p.15) “A ‘maiêutica’ consistia em construir novos conceitos baseados em argumentação racional”. (p.15) “Sócrates, com suas perguntas, destituía o saber constituído através do senso comum e dos preconceitos, para construir outro a partir de um raciocínio coerente e rigoroso.” (p.15) “Conhecemos a vida de Sócrates através de Platão, que foi também um dos maiores filósofos da historia”. (p.15) “Platão interessava-se pela relação entre aquilo que é eterno e imutável na natureza, na moral, na sociedade e aquilo que ‘flui’.” (p.15) “Depois de Platão vem Aristóteles, que também foi um dos grandes filósofos gregos e que durante 20 anos foi aluno da academia de Platão”. (p.15) “Para Aristóteles, o ser é constituído de matéria e forma em potência a serem atualizadas”. (p.16) “Para ambos, a plenitude humana dependia do aperfeiçoamento da razão”. (p.16) “Após a morte de Aristóteles (322a.C.), a filosofia Helênica continuou a investigar os problemas levantados por Sócrates, Platão e Aristóteles”. (p.15) Filosofia Patrística (do Séc. I ao Séc. VII) “Inicia-se com as epístolas de São Paulo, que se converteu ao Cristianismo pouco depois da morte de Jesus”. (p.16) “O Cristianismo começa a se infiltrar no mundo greco-romano como algo completamente diferente da Filosofia Helênica, mas Paulo encontrava apoio nessa filosofia ao afirmar que a busca de Deus está dentro de todos os homens, o que para os gregos não era novidade”. (p.16) “O que Paulo pregava de novo é que esse Deus não era ‘filosófico’, ao qual as pessoas pudessem chegar apenas pela razão, mas que ele tinha se revelado aos homens”. (p.16) “Para definir claramente a doutrina cristã, surgem os ‘dogmas’ cristãos mais importantes que vão servir de base para a Filosofia Patrística.” (p. 16) “Um grande representante desse período, já no seu final, foi Santo Agostinho (354 a 430). Foi influenciado pelo neoplatonismo do final da antiguidade, mas se converteu ao Cristianismo”. (p.16) “Segundo Santo Agostinho, a fé revela verdades ao homem de forma direta e intuitiva.” (p.16) Filosofia Medieval (do Séc. VIII ao Séc. XIV) “A ‘Idade Média’ recebeu este nome por ser intermediária entre duas outras épocas, a Antiguidade e o Renascimento”. (p.16) “Já no principio desse período, surgiram nos conventos as primeiras escolas que, no século XII, também foram criadas à volta das catedrais. Por volta de 1200 começaram a ser fundadas as primeira universidades”. (p.16) “Teodósio, o último imperador romano, dividiu o império em Ocidental e Oriental em 395 e essa data marca o fim da Antiguidade e o começo da Idade Média”. (p.16) “Cresceu muito o poder da Igreja nessa época”. (p.16) “No ano de 529 a Academia de Platão, em Atenas, foi fechada e no mesmo ano foi fundada a Ordem dos Beneditinos, a primeira grande ordem religiosa”. (p.17) “A Filosofia Medieval passou a ser ensinada nas escolas, a partir do século XII, por isso recebeu o nome de Escolástica”. (p.17) “O maior e mais importante filósofo da Idade Média foi São Tomás de Aquino (1225 a 1274), que era um teólogo. Naquela época, não havia distinção entre Filosofia e Teologia. Ele tentou conciliar a Filosofia de Aristóteles e o Cristianismo”. (p.17) Filosofia da Renascença (do Séc. XIV ao Séc. XVI) ‘É marcada com a descoberta da obras de Platão desconhecidas da Idade Média, de novas obras de Aristóteles, bem como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos’. (p.17) “As quatro grandes linhas de pensamento que dominavam o pensamento da Renascença eram: Filosofia da Natureza Metafísica, Filosofia Política Reforma da Ciência”. (p.17) “Entre os nomes mais importantes desse período estão: Kepler, Nicolau de Cusa, Giordano Bruno, Maquiavel, Thomas Morus e Luis Vives”. (P17) Filosofia Moderna (do Séc. XII a meados do Séc. XVIII) “É a época do Grande Raciocínio Clássico, marcado por (...) grandes mudanças intelectuais”. (p.17) “Nasce a idéia de conquista cientifica e técnica da realidade, a partir da explicação mecânica e matemática do Universo da invenção das máquinas”. (p.18) “Os principais pensadores dessa época: Representante da Reforma da Ciência - Francis Bacon Descartes (‘Discurso do Método’) Thomas Hobbes (teoria do Estado) Espinosa (solução monista) Leibniz (solução pluralista)”. (p.18) Filosofia da Ilustração (meados do séc. XVIII ao começo do séc. XIX) “Este período também enfatiza a primazia da razão. O nome Iluminismo vem de luzes (nome dado à razão)”. (p.18) “Nesse período há grande interesse pela biologia, pela economia e pelas artes, que são consideradas símbolo do grau de progresso de uma civilização”. (p.18) “Os principais pensadores dessa época John Locke, Boyle, Newton, David Hume, Voltaire, Diderot, Condillac, D’Alembert e Rosseau Kant”. (p.18) “Schelling Hegel”. (p.19) Filosofia Contemporânea (meados do Séc. XIX até nossos dias) “Por se tratar de um período que está sendo vivido por nós, fica difícil proceder a classificação, pois não podemos manter a necessária distância para analisar com mais objetividade, mas pode-se citar as diferentes correntes, com os seus nomes mais expressivos, que servirão de base para futuras investigações, segundo Aranha (1986)”. (p.19) Critica da Ciência “Henri Poincaré – para Poincaré é uma ilusão a crença na infabilidade da ciência”. (p.19) Positivismo “Augusto Comte ‘fundador do positivismo, corrente filosófica segundo a qual a humanidade teria passado por estágios sucessivos (...) até chegar ao ponto superior do processo’.” (p.19) Neopositivismo e Filosofia Analítica “Bertrand Russel (1872-1970)”. (p.19) Pragmatismo “John Dewey (1859-1952)”. (p.19) Filosofia da Existência “Karl Jaspers (1883-1969) – existência da transcendência, Deus; Sobre a verdade”. (p.19) “Martin Heidegger (1889-1976) – O ser e o tempo (...) sentido do ser”. (p.19) Fenomenologia “Fundada por Edmund Husserl (1859-1938)”. (p.19) Existencialismo “Jean Paul Sartre (1905-1980) – O ser e o nada. O existencialismo é um humanismo”. (p.19) “Karl Popper (1902-1994) – (...) segundo ele, ‘o que garante a verdade do discurso cintífico é a condição de refutabilidade’”. (p.19) Marxismo “Karl Marx (1818-1883) - Rejeita explicitamente a concepção de uma natureza humana universal”. (p.19) “Marx se posicionou contra a moral kantiana, fundada na razão universal, abstrata, e tenta encontrar o homem concreto da ação moral”. (p.19) “Gramsci (1891-1937) – ‘teórico do marxismo (...), enfatiza a necessidade de formação do intelectual orgânico’.” (p.19) “Louis Althusser (1918) – (...) analisa a violência simbólica exercida pela classe dominante através dos aparelhos ideológicos do Estado”. (p.19) “Theodor Adorno (1903-1969) – levantou o problema da alienação promovida pela arte de massa”. (p.20) “Marx Horkheimer (1926-1984) – (...) afirmava que os produtos da indústria cultural levam inevitavelmente à alienação”. (p.20) Estruturalismo “Michel Foucault (1926-1984) – prefere examinar a questão do poder (...) como uma rede de micropoderes que se estende por todo o corpo social”. (p.20) Filósofos Independentes (sem escola) “Henri Bérgson (1859-1941), Teillard de Chardin (1881-1955) e Vladimir Jankélévitch (1903-1985)”. Escola de Madri “Ortega y Gasset, Julian Marias e xavier Zubini”. (p.20) UNIDADE II 2.2 – Ética e Valores De onde parte o valor? “A vida, a existência do ser do homem, como um ente em permanente estado de carência, privação ou vacuidade”. (p.24) Valor “ O que caracteriza a pessoa é o fato de ela ser um ente que valora”. (p.24) “O homem é o único Ser que faz sua vida desenrolar-se, essencialmente, no mundo da cultura, o qual é, em ultima análise, o próprio mundo dos valores”. (p.25) “Atribuir valor a alguma coisa é não ficar indiferente a ela.[...] (p.25) Axiologia “Do Grego axios: digno de ser estimado e logos: ciência, teoria. Designa a filosofia dos valores”. (p.25) Doentologia “É a ciência do que é justo e conveniente que o homem faça, do valor a que visa e do dever ou norma que dirige o comportamento humano”. (p.25) “Origem e procedência do valor: Mitológico Antigo Medieval Moderno”. (p.25) Corte de paradigma – I. Kant (1724 – 1804) “Separa a moral da religião e gera uma cosmovisão antropocêntrica.” (p.25) “Kant – Crítica da Razão Prática”. (p.25) “Gira em torno dos postulados da imortalidade, da liberdade e da existência de Deus.” (p.25) “Kant concorda com Pascal e Rousseau quando afirma que acima da lógica da mente está o sentimento do coração (...).” (p.25) Obrigatoriedade Moral “A obrigatoriedade moral inclui a liberdade de escolha e de ação do sujeito, e este deve aceitar como fundamentada e justificada a mesma obrigatoriedade.” (p.25) Necessidade, Coação e Obrigatoriedade “Não há comportamento moral sem certa liberdade, mas concilia-se essa liberdade com a necessidade, em vez de excluí-la”. (p.26) Obrigação Moral e Liberdade “Só existe obrigação moral, a partir do momento em que existe uma promessa que possa ser cumprida (...).” (p.26) Caráter Social da Obrigação Moral “Somente pode haver obrigação para um individuo quando suas decisões e os seus atos afetam os outros ou a sociedade.” (p.26) A Consciência Moral “A consciência moral somente pode existir sobre a base da consciência no sentido e como uma forma especifica desta”. (p.26) 2.3 - Estética “Em sua atuação, o homem é capaz de, pelo conhecimento, escolher, atribuir valores.” (p.26) “Há uma ligação lógica entre o sentimento, a emoção e a percepção do objeto”. (p.26) “A arte humaniza o homem. A arte e o homem são indissociáveis, porque ao conhecer e atuar buscando a qualidade, o ato de ‘criar’ é próprio do homem”. (p.27) “A educação estética deve propiciar (...) uma atitude viva e exploratória na atividade de ‘sentir’ uma obra de arte”. (p.28) 2.5 - Antropologia Filosófica “Acreditando-se superior aos demais seres do planeta, devido a sua capacidade de raciocínio, o homem transforma, deforma, constrói, destrói, impregnando marcas no mundo que acredita comandar”. (p.29) Teorias que fundamentam as concepções de homem Teorias Dualistas IDEALISMO PLATÔNICO – PLATÃO (428 – 347 a.C.) "O verdadeiro conhecimento, a episteme (ciência), é aquele pelo qual a razão ultrapassa o mundo sensível e atinge o mundo das idéias”. (p.29) AGOSTINIANO – SANTO AGOSTINHO (354 – 430) “o filósofo afirma a coexistência dos dois planos de existência: ‘a Cidade de Deus’ e a ‘Cidade Terrestre’.” (p.29) CARTESIANO – DESCARTES (1596 – 1650) “converte a dúvida em método. Começa duvidando de tudo, das afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da realidade do seu próprio corpo”. (p.29) REALISMO “Concepção filosófica segundo a qual existe uma realidade exterior, determinada, autônoma, independente do conhecimento que se pode ter sobre ela. O conhecimento verdadeiro, na perspectiva realista, seria então a coincidência ou correspondência entre nossos juízos e essa realidade”. (p.30) ARISTOTÉLICO – ARISTÓTELES (384 – 322 a.C.) “Para Aristóteles, a filosofia implica o abandono do senso comum e o despertar da consciência crítica que tem uma função libertadora para o homem. O abandono do senso comum se dá em virtude do espanto (...), e este é a origem do filosofar’.” (p.30) MARXISMO – KARL MARX (1818 – 1883) “A teoria marxista compõe-se de uma teoria científica, o materialismo histórico, e de uma filosofia, o materialismo dialético”. (p.30) Teorias Unicistas VISÃO UNICISTA “A visão unicista parte da conceituação centrada na totalidade - ou Cosmos -, constitui nitidamente o embrião de uma nova abordagem de ciência”. (p.30) FENOMENOLOGIA – EDMUND HUSSERL (1859 – 1938) ‘O postulado básico da fenomenologia é a noção de intencionalidade, pela qual se considera que toda consciência é intencional, tende para algo fora de si’. (p.30-31) EXISTENCIALISMO – SARTRE (1905 – 1980) – HEIDEGGER (1889 – 1976) ‘Segundo o existencialismo, a noção de engajamento significa a necessidade de um determinado pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos’. (p.31) UNIDADE III 3.3 – Existencialismo “O existencialismo é uma filosofia de protesto, seus partidários não são muito preocupados com a metodologia e a exposição sistemática”. (p.35) “De todos os filósofos existencialistas importantes, provavelmente o mais conhecido seja Jean-Paul-Sartre”. (p.35) “Sartre via a condição humana em termos do indivíduo solitário em um mundo absurdo. Ele percebia a existência humana como algo principalmente sem sentido, pois somos jogados em um mundo totalmente sem sentido, e qualquer significado que encontrarmos no mundo deve ser construído por nós mesmos”. (p.35) 3.4 - Holismo “O holismo é uma tendência que sintetiza unidades em totalidades organizadas na qual o homem é um todo indivisível, não podendo ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico) considerados separadamente. Tudo é interdependente. Tudo se interliga e se inter-relaciona de forma global”. (p.36) “Pierre Weil, psicólogo francês, vice-presidente da Universidade Holística Internacional e principal mentor do movimento holístico no Brasil, define a abordagem holística da realidade como a tendência para se lançar pontes sobre todas as fronteiras de reducionismos humanos, estabelecendo dois distintos e complementares fundamentos: a holologia e a holopráxis”. (p.37)