O ESTADO MECANICISTA 1 Copyright @ by ANTÔNIO JORGE ACÁRIO Aquisição Exemplares desta edição podem ser adquiridos através dos telefones: (085) 30 82 19 36 (085) 86 39 66 64 Capa Jorge Acario Revisão técnica Prof. José Sady Tavares (085) 983-9039 "Charges" Francisco Bedê (085) 985-4571 Editoração eletrônica Jorge Acario Impressão Impressão no Brasil / Printed in Brazil 2 Antonio Jorge Acário O ESTADO MECANICISTA - Uma Teoria Restrita - para análise da relação do Estado Brasileiro com a qualidade de vida de seu povo. 3ª. Edição Fortaleza - Ceará Setembro de 2009 3 4 Um modelo teórico simplificado para decifração, solução e resolução das distorções do Estado Brasileiro quanto ao ponto de vista de suas causas e de suas relações com o comportamento no cotidiano do indivíduo, das instituições e do coletivo. 5 6 DEDICATÓRIAS Dedico este trabalho a José Nagíb Acário e Maria de Lourdes Barbosa Acário, meus pais a quem devo a visão essencial das cousas; a Wandick Andrade Pontes que causou em mim, nas conversas que mantínbamos nos corredores da faculdade de Medicina do Estado do Ceará, o gosto pelos desafíos do intelecto; a Paulo de Melo Machado que despertou-me a curiosidade científica. Dedico, ainda, a todo brasileiro que se sentir insatisfeito com os rumos dados pelo atual Estado brasileiro à Pátria de todos nós. Finalmente, dedico a todo brasileiro que compreender este ensaio como um instrumento teóríco-prático cuja única finalidade é colaborar na correção das distorções que levaram à desumanização do cotidiano daqueles que militam na realidade prática e econômica do Brasil. Antonio Jorge Acário 7 8 Agradecimentos Ao Prof. e Dr. José Sady Tavares, MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING, que compreendeu o verdadeiro objetivo deste trabalho e, como estudioso de assuntos ligados à cadeira de Marketing Internacional e de Comércio Exterior, da UNIFOR, se dispôs a fazer uma revisão técnica, além de nos ajudar no entendimento de determinados termos empregados pelos especialistas que trabalham na área econômico-financeira do Governo Brasileiro e de outros em setores correspondentes de países que não o Brasil. Ao Prof. Francisco L. O. Bedê, autor de peças literárias inéditas, como a "A matemática dos homens e a Mente Matemática de Deus", pois, depois que li esse trabalho, uma formidável associação estabelecida entre a "matemática da terra" e a "Matemática dos Céus", sentime encorajado a publicar as idéias esboçadas no presente ensaio, ajudando-me na editoração do mesmo e produzindo "charges" para maior leveza deste ensaio. 9 10 Pensamento "Ver. Poder-se-ia dizer que toda a vida consiste em ver, senão, finalmente, pelo menos essencialmente. Ser mais é unir-se mais. Procurar ver mais e melhor não é, pois, uma fantasia, uma curiosidade, um luxo. Ver ou perecer. Tal é a situação imposta pelo dom misterioso da existência a tudo quanto é elemento do Universo." TEILHARD DE CHARDIN 11 12 Glossário de Termos ANÓXIA – Falta de oxigenação. ANTROPOLOGIA - Ciência que estuda o homem, seu comportamento, suas realizações e relações com o meio. AUTÓLISE - Autodestruição (destruição interna causada por si próprio). BALANÇO DE PAGAMENTOS - Registro sistemático de todas as operações realizadas por residentes (nacionais e estrangeiros) de um país com o Exterior, e que é expresso em moeda nacional sob o critério de anualidade. Obs.: Para fins estatísticos junto ao FMI, tais registros devem ser expressos em Dólares e, agrupados, segundo sua natureza: balança comercial; balança de serviços; balança de capitais; etc. BALANÇA COMERCIAL - Relação entre o que um país vende (exportação) e o que compra (importação). Obs.: É chamada de favorável quando exporta mais do que importa. CATARSE - Equilíbrio bio-energético entre o médico e o paciente. CIDADÃO - Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. (Pela visão popular, é todo aquele que tem dinheiro no bolso com a finalidade de gerar produtividade e não de especular). "CLIENTELISMO" - Ação política voltada exclusivamente para atender os interesses diretos dos amigos do segmento político dominante. 13 CONGESTÃO = Fenômeno ocorrido no interior dos órgãos devido a parada sanguínea causada pela insuficiência cardíaca. DIAGNÓSTICO "CERTEZA" - Confirmação da hipótese "diagnóstica" através de um exame complementar de diagnóstico "específico". ESPAÇO TÉCNICO-BUROCRÁTICO = Atual espaço econômico onde atuam os técnicos com as contas do Governo, desenvolvendo uma linguagem hermética de difícil decifração. ESTADO MECANICISTA - Corpo estranho inserido no atual Estado Brasileiro. Trata-se de um modelo "técnico", não partidário e não teocrático. ESTASE = Um tipo de parada sanguínea dentro de determinados órgãos. ETIOLOGIA (ETIOLÓGICO) - Estudo das causas ou origem das cousas. Investigação da causa primeira de uma doença. EUTROFIA - Relacionado a boa saúde. FAGOCITOSE - "Englobamento" de partículas ou microrganismos ou células do sistema imunológico, ou ainda, por alguns protozoários. "FISIOLOGISMO" - Ação do segmento político dominante que visa manter determinado status quo, com base em "apadrinhamento". HOMEOSTASE - Processo que mantém as atividades do organismo em uma faixa de variação compatível com a vida em relação a mudanças dos meios interno e externo. 14 HOMO ECONOMICUS - Homem econômico. IATROGÊNICO - Relativo à capacidade de gerar doenças pelo uso indevido da medicina. ISQUEMIA - Diminuição da irrigação sanguínea de um tecido face a uma semi-obstrução da artéria supridora. "LOBBY" - Grupo que procura influenciar legisladores. METABOLISMO - Variação ocorrida no organismo, incluindo perdas e ganhos de eletrólitos e água, como conseqüência das trocas de eletrólitos que se dão nos espaços intracelular e extracelular, por influência hormonal. "MISENSENE" - Realização de uma cena através da participação e marcação executada pelos atores. MUNICÍPIO - Divisão administrativa de um estado. É a unidade político-econômica e territorial por excelência. NEOPLASIA - Formação tumoral resultante crescimento autônomo do número de células. do PERFUSÃO - Difusão do sangue na intimidade dos tecidos. PIB - Produto interno bruto. "PREFEITURIZAÇÃO" - Concentração do fluxo monetário, politicamente na Prefeitura. PSICOLOGIA - Ciência da vida mental e das suas leis. SALMONELA alimentar. - Bactéria causadora 15 de intoxicação SOCIOLOGIA - Ciência que estuda as relações entre os homens; ciência que trata dos fenômenos sociais. 16 Prefácio Do Pr. Antônio Vandick de Andrade Ponte ANTÔNIO JORGE ACÁRIO é um multifário - cirurgião, clínico generalista, professor de ciências básicas, filósofo - e tem uma inquietação de um pensador a serviço de um ativismo políticosocial. Este livro, a que o Autor caracteriza de ensaio, versa sobre a Economia Brasileira e está inspirado na sensibilidade à desolação que, atualmente, reside atrás das grandes massas do sofrido povo brasileiro, cujas reações são da crônica revolta à perplexidade atônita. Ora, o livro surge num momento excepcionalmente propício, ou seja, a partir do crítico de uma transição nacional e internacional, tendo a Economia Mundial como o pivô do processo. A nosso ver - a ótica de um médico, ex-professor de três cátedras, com pequenas excursões no campo da pesquisa - um dos maiores méritos do livro é exatamente a sua oportunidade e um estilo difuso de quem é virtualmente um leigo em economia, porém, com a capacidade especial de instruir e de compadecer-se com as gigantescas comunidades de nosso país, inexoravelmente afetadas pelas numerosas 17 distorções do atual Estado Econômico Brasileiro, ou melhor, da segunda metade deste século. A interação psico-sócio-cultural das ações macroeconômicas é interativamente revelada na multiplicidade de seus capítulos: "carga tributária" (completa e pesada); "endividamento interno e externo"; "saúde"; "segurança"; "judiciário"; "ética e moral". Duas formulações me impressionaram e intrigaram como leigo em economia, mas cronista colaborador - a pedido de Edson Queiroz de indelével memória - de um jornal diário. (Crônicas que foram reunidas pela UNIFOR em livro intitulado "Reflexões de um anarquista no final de século", de uma engajada pesquisa jornalístico-social sobre os problemas do Estado e suas conseqüências sociais). Então, constatei a existência de uma constante nas vicissitudes da vida nacional. Ou seja, a evidência da patologia descritiva nos compêndios, inclusive, detalhadamente, na Enciclopédia Britânica, "Da doença do Estado Nacional Brasileiro" - Desease aj Bureaucracy: 1. portanto, a minha convicção absolutamente enraizada foi externada de que os males sociais contemporâneos do Brasil têm, como etiopatogenia atual, o Estado predador e arcaico, quaisquer que tenham sido suas raízes psico-sócio-culturais. Algo estranhamente e perturbadoramente semelhante encontra-se na teoria do livro de ACÁRIO. 18 2. o segundo fato iluminante das verdades teorizadas no livro é muito mais recente. O livro oportuno de Stefan Keit, endossa uma premissa ou constatação do livro de ACÁRIO: de que a problemática resistente e complexa do Brasil é o fato de ser ele governado por economistas em vez de Estadista e Administradores. Faltaria ao Estado Nacional uma visão pragmática competente como é descrito no "ESTADO MECANICISTA", e, atribuída aos economistas gestores de nosso país. ANTÔNIO JORGE ACÁRIO neste ponto de seu discurso abrangente, por vezes difuso e interativo, porém, sempre relevante e pertinente, chega a uma conclusão semelhante a um determinado autor especialista da matéria destacada e atual. O ensaio de ACÁRIO revela-se indubitavelmente tanto oportuno como esclarecedor dos brasileiros, versados ou leigos, solidários aos sofrimentos nacionais decorrentes das graves distorções do Estado e que desejem compreender e cooperar nas mudanças necessárias para o desenvolvimento psico-sócioeconômico, que comece a atenuar estes males com a retomada do desenvolvimento global, neste momento histórico da crise mundial que agora ameaça envolver o Brasil e, quando já se vê não muito longe, "o dia do juízo final estatístico" dos seres humanos do planeta Terra. Nota do Autor: Dr. Antônio Vandick de Andrade Ponte é médico neuro-psiquiatra. É jubilado em 3 cátedras da UFC (Farmácia, Medicina e Direito). É pesquisador com Bolsas da 19 FULLBRIGHT e da DAVINE FOUNDATION MEDICAL RESEARCH. Foi médico-generalista das Santas Casas de Fortaleza e do Rio de Janeiro. Foi urgentista do Pronto Socorro das Prefeituras do Rio de Janeiro e de Fortaleza (IJF). 20 Prefácio Do Dr. Marcus Vinícius Cavalcanti Soares Li e gostei da obra "O ESTADO MECANICISTA" de autoria do ilustrado médico-cirurgião Antônio Jorge Acário. Trata-se de um ensaio político-sociológico que aborda no presente e delicado período em que vivemos e, de forma precisa para não dizer "cirúrgica", as mazelas por que passa o Estado Brasileiro na atualidade. Acário estréia na vida literária com um livro polêmico e que desnuda a feição tecnocrática da elite que governa o País, mostrando que os problemas nacionais não são enfrentados buscando soluções, e sim, meios para enriquecimento e perpetuação no Poder. O maior exemplo disso é a atual situação porque passa o nosso Nordeste, vivenciando mais um ano de seca, onde um grande número de pessoas passam fome e sede, num problema que perdura desde o nosso descobrimento mas que, aos tecnocratas do Poder, a solução continuará sendo a exploração política desse drama humano para obtenção de votos, trocados por cestas básicas ou empregos nas frentes de trabalho criadas para fins puramente eleitoreiros. Passado o período eleitoral, quando dividendos políticos são contabilizados pelos detentores do Poder, tudo volta a ser como antes. Nada se faz, verdadeiramente, para solucionar o problema da estiagem até que outra seca se instale nessa região. 21 E, assim, as elites vão se perpetuando no Poder, graças à miséria que campeia neste País, fragilizando o sofrido povo nordestino que, impotente, face à desnutrição e analfabetismo, troca seu voto por uma migalha qualquer fazendo, destarte, perdurar o ciclo da pobreza com o enriquecimento cada vez maior dos seus algozes, os quais se encastelam nas posições de mando da Política Nacional. O livro do Dr. Acário, embora sendo um ensaio, parece um relato fiel da situação política de nosso Brasil. Nunca, na história deste País, se assistiu tanta indignidade como as que ocorrem a cada dia. O Governo gasta milhões de Reais com propaganda mentirosa para enaltecer a mediocridade, enquanto a educação e a saúde agonizam pela falta de investimentos e vontade política. A mistificação das massas pela propaganda política é uma constante neste Governo da Fome e da Miséria, que pensa modificar a realidade cruel da vida brasileira, numa visão paradisíaca de um País imaginário, graças aos efeitos especiais da mídia especializada, também chamada de marqueteiros políticos. Tais profissionais, cujo produto de sua engenhosidade transforma nulidades em sumidades, vêm sendo utilizados à peso de ouro pelos governantes atuais, objetivando venderem um imagem distanciada da realidade em que vivemos. 22 Fosse o Brasil um País sem analfabetos, essas figuras não "emplacariam" e nem tampouco teriam vez na arena da Política Nacional. A comprovação disso é o resultado obtido por esses farsantes tanto nas capitais como nas grandes cidades brasileiras, onde o grau de politização é maior e, a rejeição, se faz notar pelas fragorosas derrotas que amargam em todos os pleitos. Não fora miserável o Interior do Território Nacional, essas nulidades jamais ganhariam eleições no País. O livro do Dr. Antônio Jorge Acário, cujo brilhantismo e aguçado saber credenciam-no como um vitorioso, também, neste mister, merece ser lido e relido por todos os brasileiros, para que saibam como seria fácil a solução de problemas tão simples, caso existisse vontade política para resolvê-los. Portanto, o livro-ensaio intitulado "O ESTADO MECANICISTA" desvenda a ditadura do Poder Executivo esmagando os Poderes Legislativo e Judiciário, quando o País é governado através de Medidas Provisórias e, o Judiciário, é pressionado a não fazer prevalecer o direito dos cidadãos, uma vez turbados pelo Estado Imperial em vigência no Brasil. Nota do Autor: o Dr. Marcus Vinícius Cavalcanti Soares é Advogado militante e dos mais conceituados em Fortaleza-CE., com atuação destacada na área de Advocacia Internacional, com escritório em Miami-FLÓRIDA, (nos Estados Unidos da América). 23 24 Apresentação Quem já teve oportunidade de penetrar nos âmagos da Economia de um país do tipo Sul-americano, percebeu que, nos planos econômicos que regem tal Economia e, em função de governos sucessivos e não necessariamente de mesmo partido político, existe uma "hermetismo tecnocrata" que está sempre pronto a entrar em confronto com a "compreensão" daqueles que pretendem adentrá-los. Portanto, não poderia ser diferente com o exemplo da Economia Brasileira, que "navega" junto às demais Economias do mundo, quase "naufragando" nestas últimas três décadas, face ao caráter recessivo imprimido pelos seguidos Planos de Estabilização Econômica, culminando com o atual Plano Real. Afirmo que não sou economista, porém, asseguro que estou pronto a emitir certos conceitos "econômicos" neste ato de apresentar o Autor e o seu presente ensaio, a que chamou de "O ESTADO MECANICISTA". Portanto, veio que este trabalho me fez entender aquilo que nestes últimos anos "aperta o meu próprio bolso". Ora, ANTÔNIO JORGE ACÁRIO me faz lembrar a figura histórica de DIOGO ÁLVARES CORRÊA, aquele português que durante os primeiros momentos de descobrimento do Brasil pela Esquadra Lusitana se viu, em determinado e aflitivo instante e em terras que hoje constituem a Bahia, a dar um "tiro" para cima com sua espingarda, mirando (com ajuda da "sorte") certo pássaro a sobrevoar sua cabeça, matando-o. Só que, no caso de ACÁRIO, o "tiro", isto é, este ensaio, "acertou" em cheio o economês que ele viu reinar ao longo de sua vida e que, também, "matou muito mais do que viu", ou seja, "engatilhou" diversos desdobramentos 25 constituídos pelos 17 capítulos, a par da introdução e da conclusão. O Autor, na qualidade de médico-cirurgião, faz um verdadeiro diagnóstico da doença "econômica" que assola o nosso país, pois, ao dissecá-la inicialmente com o seu "bisturi" literário conforme determinadas partes, resolveu chamá-las de "inflação metabólica", de "congestão monetária", etc, passando pela "ineficácia dos planos de estabilização" e pela "inibição do PIB". Em seguida, escandaliza e deixa corados de vergonha os tecnocratas que teimam em "asfixiar a carga tributária nacional" obrigando, destarte, que o Estado Brasileiro entre numa atitude de "autofagia", (para não dizer "sociofagia"). Finalmente, desemboca sobre os "embirros" que jazem nos setores da Saúde, da Educação, da Segurança, da Previdência, do Judiciário, da Classe Política, da Mídia em geral, da Ética e da Moral, e, do Bem-estar do nosso povo. Prosaica e poeticamente, o Autor nos brinda, através da última parte do seu trabalho, com uma "terapêutica" diversificada pela qual deve ser tratada a doença "econômica" do grande corpo chamado Brasil. Terminando nossa curta apresentação sobre o Autor e sua presente obra, gostaríamos de dizer, ainda, quatro cousas: 1- que o Autor nos parece ser o Caramuru da Economia Brasileira a reger os destinos econômico-financeiros do nosso povo no milênio que se finda; 2- que o Autor foi de grande perspicácia na abordagem do tema desenvolvido, buscando subsídios não somente nos livros clássicos como em outros tratados de Economia, e, também, investigando o Pensamento Econômico que se 26 encontra diluído nas ESCRITURAS, a fim de dar suporte humanístico às suas próprias idéias, ao citar passagens escritas por MATEUS, MARCOS E LUCAS, - Novo Testamento; 3- que o Autor, (quem sabe por motivos de ordem particular), deixou de declinar passagens do Velho Testamento. Quero dizer, com isso, que o Autor ao desenvolver determinado capítulo de seu ensaio relacionando-o à Ética e Moral, o fez magistralmente, pois, pareceu-me ter-se inspirado no Segundo Livro dos Reis e no Segundo Livro de Crônicas, (2 Rs 23 e 2 Cr 34, respectivamente), não só por nos mostrar o "entulho" que havia nos "planos dos reis bíblicos", a exemplo do "entulho" que continua a existir em nossos planos de estabilização econômica, como, também, acertou mais uma vez no que não viu, isto é, "obrigando-nos" a deduzir que: "A MORAL DO HOMEM É QUE ESTÁ SEMPRE SE ALTERANDO, PORÉM, A ÉTICA DE DEUS JAMAIS MUDA." Por isso, embora não aceite, até "compreendo" o porquê dos nossos tecnocratas não conseguirem retirar o "entulho" que existe nos planos de estabilização, pois, a própria Bíblia nos mostra que dentre todos os Reis citados no Velho Testamento somente um teve coragem de afastar o "entulho" que os homens colocaram no Plano de Deus: o destemido REI JOSIAS, (porque não tinha "rabo preso" com os "economistas" de seu tempo). Por conseguinte, o Autor de "O ESTADO MECANICISTA" nos propõe: uma nova realidade, o NOVO "CÉU", portanto, um "novo agora"; e; 27 uma nova vida, o NOVO "ESPÍRITO', portanto, "uma nova atividade política". 4- que os tecnocratas que estão no comando da Economia Nacional tenham a humildade e a coragem de ler o presente ensaio. Embora o Autor ao abordar certos tópicos em seu ensaio não tenha sido totalmente explícito, foi sutil em passar algumas "lições" de ordens política, econômica, sociológica, etc, senão vejamos pelo que deduzimos de sua obra: ■ "O Estado Mecanicista" parece-nos ser uma grande denúncia ao denotar que a qualidade de vida do brasileiro "democrata" não é melhor por causa do Estado Brasileiro "monárquico"; ■ por extensão, deduzimos ainda que o nosso "federalismo" existe somente no papel; ■ a doença "organizacional" promovida pelo corpo estranho instalado dentro do Estado Brasileiro, a que o Autor chamou de "O Estado Mecanicista", não permite reação pelo próprio Estado Brasileiro, a exemplos longínquos no tempo, como: quem se insurgia contra Roma ia parar na cruz; quem se insurgia contra Lenine ia parar na Sibéria ou na KGB; e agora. quem ousa se insurgir contra esse "Estado Mecanicista" vai acabar parando nas mãos dos banqueiros ou do SPC, e quem sabe, do SUS. De parabéns o médico-cirurgião Dr. ANTÔNIO JORGE ACÁRIO por nos apresentar, com destemor, não 28 um "receituário" de críticas à Economia Nacional, mas, um "bloco terapêutico" contendo propostas de soluções econômicas. NÃO SERIA ESTE ENSAIO UMA ESPÉCIE DE SUMÁRIO PARA AQUELES QUE SE SENTEM CAPAZES DE DIRIGIR A NAÇÃO, E QUE QUEREM SER ELEITOS (OU MESMO REELEITO !?) PARA O MANDATO MAIOR DO NOSSO BRASIL, NO PLEITO ELEITORAL QUE SE AVIZINHA? FRANCISCO BEDÊ (Escritor laureado) 29 30 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................... CAPÍTULO 1 A inflação metabólica....................................................................... CAPÍTULO 2 A correção monetária...................................................................... CAPÍTULO 3 A congestão monetária .......................................... ...................... CAPÍTULO 4 A ineficácia dos Planos de Estabilização Econômica................. CAPÍTULO 5 A inibição do Produto Interno Bruto (PIB) ............. ..................... CAPÍTULO 6 O aumento asfixiante da carga tributária............... ..................... CAPÍTULO 7 Endividamento externo e interno..................................... CAPÍTULO 8 O Estado autofágico .... .................................................................. CAPÍTULO 9 As implicações na Saúde................................................................ CAPÍTULO 10 Na Educação.................................................................................... 31 CAPÍTULO 11 Na Segurança .............. ................................................................. CAPÍTULO 12 Na Previdência ....................................................... CAPÍTULO 13 No Judiciário........................................................... CAPÍTULO 14 Na Política.............................................................. CAPÍTULO 15 Na Mídia.................................................................. CAPITULO 16 Na Ética e na Moral........................................................ CAPÍTULO 17 No Bem-estar.................................................................. CONCLUSÃO ................................................................ 1. Conclusão Prosaica............................ 2. Conclusão Poética........................................ BIBLIOGRAFIA................................................................. 32 INTRODUÇÃO 33 34 35 36 INTRODUÇÃO I O presente trabalho deve ser compreendido pelo leitor como um ensaio sobre conceitos de Economia, sem a pretensão de esgotar a abordagem dos diferentes prismas pelos quais devem ser analisadas as grandes distorções do Estado Brasileiro, causa maior da infelicidade do seu povo em comparação com o bem-estar coletivo propiciado por outras nações cuja arrumação interna permitiu um clima de reflexão a cerca dos seus problemas, ou seja, "um diagnóstico etiológico". No Brasil, verificamos que há mais de duas décadas o país vem sendo impedido de progredir de maneira integrada nas vertentes compreendidas como liquidez econômica, cultura, saúde, educação, segurança e espírito, indispensáveis ao processo que se convencionou chamar-se de civilização. A nossa intenção ao escrever o presente ensaio foi a de contribuir através da análise econômica, à qual estão subordinadas na atualidade todas as outras em face da enorme concentração de capitais voláteis, de dezenas de 100 trilhões de Dólares que pressionam as economias emergentes subordinadas a elevada tecnologia informatizada e presente nos bancos em um mundo que se pretende globalizar. 37 Portanto, foi preciso que partíssemos de um ângulo que permitisse a visualização numérica da realidade nacional pelas simplicidade, síntese e objetividade no tratamento do problema brasileiro, de modo que tal visão econômica nos facilitasse a compreensão do que deve ser feito para reverter situações estruturais do nosso País, que causaram inflação, que tornaram necessária a correção monetária, que acarretaram os diferentes planos de estabilização econômica totalmente recessivos e que tornam galopante, como é o caso do atual Plano Real, o endividamento nacional tanto interno quanto externo. Todos esses planos de estabilização destroem as instituições e alteram o comportamento do brasileiro, fazendo-o passar do estado de perplexidade ao de irresponsabilidade, intermediado pelo estado de ansiedade crônica a níveis insuportáveis, constituindo-se em efeito secundário com relação a piora da qualidade de vida, porém, causa primária com relação a uma quantidade imensa de patologias físicas, psíquicas e sociais. Foi nossa pretensão descrever neste trabalho uma espécie de guia prático e seguro que se apresentasse como roteiro a ser seguido pelas autoridades que estão à frente do Estado Brasileiro, para que não se percam na enorme confusão das ideologias alienígenas e das teorias administrativas e econômicas que causaram enorme confusão quando postas em confronto com o intenso debate que a democracia propiciou, prejudicado pelo trabalho negativo de uma mídia e que peca pelo 38 estardalhaço, pelo sensacionalismo, falta de unidade e de identidade brasileira. Ora, se o tempo é. a matéria-prima da vida, quanto o Brasil perdeu, isto é, quanta "matéria-prima" o nosso País desperdiçou. Sem falsa modéstia, estamos certos que este trabalho despertará sugestões e críticas, sobretudo nos leitores de formação econômica porque sabemos ser um ensaio original. Ao mesmo tempo, é preciso que tais leitores se despojem momentaneamente de suas ideologias e enxerguem exatamente o que se passa no nosso país com base no modelo apresentado por este ensaio, a fim de poderem compreender que o fenômeno econômico do Brasil é uma "situação" nova ainda não estudada pela economia clássica e impedida de ser vista pelas nossas inteligências econômicas, pela falta de estudo acadêmico específico do problema em si. Esse estudo vem sendo retardado devido ao fato da própria absorção que o fenômeno gera na mentalidade dos estudiosos da economia que se viram, pelas razões já expostas, impedidos de fazê-lo, embora tivessem a intuição do mesmo. O título atribuído a este ensaio, "O Estado Mecanicista", foi para chamar a atenção do que ocorre no cotidiano do Brasil com relação a violência, ao desaparecimento do humanismo e do espírito cristão decorrente da implantação no Estado Brasileiro de uma parafernália técnica e burocrática que, arrecadando com voracidade e de forma informatizada, e ainda, distribuindo preguiçosamente a moeda, inibindo a generalização do meio circulante, mata os municípios 39 de anemia monetária e paralisa economicamente o país, matando o 40spírito da terra e a alma do lugar. Esse estado de “coisas” foi montado pelos técnicos que substituíram os políticos durante a duração do Movimento Militar de 31 de Março de 1964. A mentalidade técnica é por demais superficial e focal, •em, portanto, ter o “panorâmico” daqueles que enxergam o todo, ou seja, o conjunto. Na sua grande maioria eram tais técnicos advindos das escolas de administração e de economia, os quais não possuíam antes do citado “movimento militar” perspectivas de pronto emprego em suas profissões, razão pela qual muitos viajaram ao exterior em busca de se “ultra” especializarem. É oportuno relembrar que na época acolhiam excedentes de todas as outras, e que apresentavam ofertas de vagas muitas vezes superiores à quantidade de excedentes, somada à daqueles que as procuravam devido a falta de mercado de trabalho para os profissionais formados pelas mesmas, que acarretava a procura pelos cursos ministrados daqueles menos aquinhoados intelectualmente pelos cursos primário e secundário. Tais formandos, detentores de pequena cultura geral, se especializavam indevida e prematuramente, e como lhes faltava mercado para seu serviço, viajavam para o exterior, e lá, os mesmos se “megaespecializavam”, tornando-se economistas e administradores “esquizofrênicos” em relação às necessidades da Economia e Administração do país quando do retorno de seus estágios, e como ainda não havia o emprego privado pretendido, passaram a trabalhar para o Governo, ganhando até 10 salários 40 mínimos, “infestando” os ministérios. Foi a partir desse momento que se deu o surgimento de uma economia “ultra” acadêmica e demasiadamente especializada, produzindo no Estado Brasileiro as chamadas “ilhas” de prosperidade financeira ou “colunas” de vitalidade econômica, em detrimento do resto do País, que até hoje amarga a mais dolorosa miséria. Não compreenderam eles que a “economia deveria ir do município para o governo central”, e não, deste para aquele, como ocorre em nossos dias. No nosso modo de ver, esta é a causa de todas as distorções econômico-financeiras da nação brasileira, levando-a a um brutal e progressivo endividamento, inibindo-a com relação ao seu PIB e condenando-a a outras disfunções, cujos tópicos o leitor descortinará durante a apresentação deste ensaio. Afirmamos sem medo de errar que o nosso trabalho faz o "diagnóstico" e propõe o "tratamento" da doença causada pelo Estado Mecanicista, onde se travam os projetos culturais, políticos e sociais. Só há uma "terapêutica" para essa enfermidade: a aplicação da geografia, da história, da sociologia, da antropologia e porque não dizer, também e de modo significativo, do espírito cristão, os quais se constituirão como únicos remédios capazes de administrar o País para aquele norte há muito antevisto pelos estadistas nacionais que viveram até o Movimento Militar de 1964. Destarte, o Brasil poderá entrar na globalização alardeada preservando todas as suas identidades, sejam de ordem cultural, política, social, espiritual, etc, a fim de não ser varrido como "lixo continental" indesejável de um panorama mundial formado por forças gigantescas e imprevisíveis. 41 O modelo teórico proposto neste ensaio, cujo objetivo como já foi afirmado é o de colaborar para a compreensão e resolução do problema brasileiro causado pelo Estado cuja crise já dura mais de duas décadas, explica a não resolução do déficit público, eleito pelos economistas como sendo a causa da inflação brasileira antes do Plano Real e que continua após o valor desprezível da mesma, depois do citado plano e da elevação estrondosa do referido déficit. Alegam os economistas que o Estado gasta muito e no entanto não conseguiram reduzir a zero esse gasto durante o citado período. Queremos dizer que, na realidade, o que houve foi o aumento do "rombo" apesar das privatizações anunciadas e realizadas, o que deixa transparecer que o déficit se deve a elevada conta dos juros das dívidas interna e externa decorrente da âncora dos juros, uma das vigas de sustentação do Plano Real. Veremos neste ensaio como a falta de "diagnóstico" pelos primeiros economistas que assumiram no início do citado período os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, criaram a correção monetária para compensar o Estado das perdas fiscais causadas pela inflação com a intenção de combater o referido déficit público através do superávit fiscal, até hoje não alcançado. Fala da "congestão monetária", um conceito introduzido pela teoria de que trata este ensaio, que é fenômeno econômico novo, que inundando de moeda, contribuiu e contribui atualmente para a perpetuidade da inflação, (a inflação do pós-Plano Real está represada pela âncora de imos, pela âncora cambial, pela âncora do meio circulante e pela âncora do déficit do balanço 42 de pagamentos). Mostra como as loterias informatizadas varrem o país tirando do município a moeda necessária ao capital de giro dos negócios. Compreenderemos o porquê dos planos de estabilização econômica, "remédios" paliativos e periféricos que são administrados à economia brasileira, trazendo a inibição do PIB, o endividamento interno e externo e finalmente o Estado Autofágico, que destrói todos os valores da nação, inclusive o econômico e o moral. Os demais capítulos analisam a repercussão deste metabolismo inflacionário situado nas "entranhas" do Estado, nos diversos setores da realidade prática e inviabilizando os mesmos, e contribuindo para a atmosfera "hiperfísica" de confusão e canibalismo que vivemos no cotidiano. Este modelo teórico, cuja finalidade é simplificar e sintetizar a compreensão e resolução do problema brasileiro que ocorre disperso, sem precipitação e nitidez na enorme confusão de ideologias, teorias econômicas e administrativas que tornaram o debate da questão brasileira infrutífero no que diz respeito à saída do impasse. Com ajuda do modelo teórico ora apresentado poderemos compreender que a crise brasileira não guarda qualquer relação com os ataques especulativos do mundo globalizado e muito menos com a necessidade de investimentos internacionais na nossa economia. Compreenderemos que o fato da ausência de um prêmio "Nobel" brasileiro em administração ou mesmo 43 em economia, defendendo teses nacionais, contribui para o impasse derivado do modelo denominado "Estado Mecanicista", que deve ser compreendido como um conjunto de decisões e execuções técnicas que redundaram na formação de um corpo técnico artificial e burocrático, o qual funciona como um corpo estranho parasitário na economia do país e que precisa ser desfeito pelos economistas, a fim de que o Brasil possa sobreviver econômica e existencialmente. O mencionado modelo está para a economia do PAÍS assim como o átomo teórico de Ernest Rutherford estava para a QUÍMICA na explicação dos fenômenos observados na química prática. Deverá ser abandonado como aquele o foi, quando o seu concurso não permitiu a explicação do "como" uma lâmina de ouro se deixa atravessar por um feixe de partículas gama. Portanto, um modelo teórico é apenas o recurso momentâneo na evolução de qualquer ciência do qual nos devemos valer para explicação da realidade em qualquer área em determinado estágio da mesma. Quando o mesmo não mais servir para explicação de fenômenos novos que vierem a ser observados deverá ser abandonado e substituído por outro que possa explicar melhor os fenômenos antigos e já conhecidos, os fenômenos novos e inclusive antecipar fenômenos que ainda não foram observados. Em economia como em qualquer outra realidade, para correção de rumos ou distorções que a mesma sofreu ao longo de determinada duração, se impõe a elaboração de um modelo teórico para visualização, compreensão, equacionamento e solução dos problemas nela diagnosticados. 44 A confusão reinante no debate nacional tem postergado um entendimento do equacionamento e solução da crise brasileira que estão intrinsecamente ligados à realidade econômica, daí a necessidade de formação de um modelo teórico como o que agora propomos para aglutinação dos vários elementos dispersos facilitando a compreensão pela facilidade de visualização que o mesmo permite, antecipando uma tomada de decisão na solução do problema brasileiro. A tecnocracia brasileira montou o Estado Mecanicista Brasileiro que se perpetua "perpetuando" a crise pela incapacidade teórica dos políticos e técnicos atuais que se nutrem de ideologias importadas de outras realidades através de cursos e veiculação da mídia, esquecendo-se eles que o Brasil resulta de um fenômeno histórico, geográfico, antropológico e sociológico, singular, portanto, necessitando de ideologia própria. Melhor dizendo: de um sonho próprio para poder se constituir como realidade diferenciada como de fato o é desde sua base inicial, e devendo continuar para o futuro com identidade própria em meio ao contexto das nações. Um modelo ideológico importado castra, "marionetiza" e inviabiliza o país como vemos atualmente apesar das inúmeras tentativas realizadas através dos planos de estabilização econômica cujo ápice o atual PLANO REAL desencadeou um estupendo endividamento de aproximadamente 500 bilhões de Dólares, paralisando a economia, submetendo-a às âncoras cambial, de juros e do meio circulante, as quais são apenas recursos "econometristas" e retentores artificiais puramente acadêmicos que impedem a ECONOMIA DE RESULTADOS. 45 O presente ensaio comporta, certamente, críticas, todavia, elas devem possuir idoneidade e sem prolixidade, ou seja, que não desvirtuem o objetivo prático do modelo teórico aqui apresentado, o qual não pode sob pena de interferir nos seus resultados receber contribuição ideológica ou meramente acadêmica. Finalmente, queremos dizer que este ensaio tratase de uma proposta com caráter "tridimensional" em comparação com a linearidade do "economês" tão conhecido entre nós. 46 PRIMEIRO CAPÍTULO 47 48 A INFLAÇÃO METABÓLICA 49 50 51 52 A INFLAÇÃO METABÓLICA Há cerca de vinte anos a inflação brasileira era atribuída ao choque do "petróleo". Portanto, foi necessário o petróleo internacional baixar de preços e a gasolina nacional continuar elevando os seus custos para que o brasileiro se convencesse da inveracidade da explicação fornecida pela tecnocracia do país, a qual mantém o Estado Brasileiro sob sua tutela. Assim posto, verifica-se que foi nessa época que o País crescia a todo vapor e possuía apenas 13 bilhões de dólares de dívida externa. Como a máquina elaboradora do PIB é movida à petróleo, a falta de diagnóstico etiológico da inflação brasileira determinou desde aquela época, uma política econômica recessiva e produtora de incomensurável endividamento progressivo, (como a que constatamos atualmente). Em virtude da implantação dessa política recessiva, o PIB vem sendo inibido no seu crescimento em virtude da mencionada política, fruto da economia concebida pela tecnocracia que desconhece a etiologia da inflação brasileira, e por ter em mente, apenas, os tratados clássicos de economia lidos por seus pares. Referidos tratados são provenientes de estudos realizados por economistas de renome em economias diferentes e sem a singularidade da economia brasileira. A mentalidade tecnocrática, por demais consubstanciada no espírito universitário, é totalmente destituída de "audácia" em virtude do seu enfoque exclusivamente teórico e limitador. 53 A Universidade no seu introvertimento econômico, por ser mantida com recursos financeiros oriundos de terceiros, é tímida no que diz respeito à capacidade de decidir economicamente e de ousar. A formação acadêmica impede a velocidade de decisão e de síntese, e se entrega por demais à análise, o que acarreta o medo acadêmico pelas posições de vanguarda. A economia da extinta União Soviética, por ser totalmente acadêmica, levou à fragmentação do colosso soviético a que melancolicamente assistimos, tanto pela sua introversão com relação ao Mundo Econômico como ao seu exclusivo enfoque teórico e burocrático. Portanto, lerdo e indeciso diante da evolução tecnológica e social do seu povo. A decisão rápida em um mundo econômico que muda velozmente no tempo é o maior fator condicionante de crescimento e de síntese, portanto, de acumulação de capital. A preferência exclusiva pela análise produz a estagnação ou o endividamento externo, porquanto o mundo acadêmico desconhece a intuição tão desenvolvida nas decisões da economia prática. Por outro lado, a estrutura acadêmica organizada sob a égide do professor impede o amadurecimento da estrutura psicológica necessária por parte daquele que decide economicamente, ou seja, o acadêmico teme se responsabilizar por numerário que represente quantias acima do seu próprio orçamento doméstico. Em síntese: o acadêmico é um covarde econômico. 54 Além do mais, o acadêmico é tão somente um idealista no sentido propriamente dito acadêmico e um "não detentor" da dosagem da sagacidade profana do homem de negócios. Então, o que é um homem de negócios ? Respondemos: é um extrovertido econômico ! Ora, deduzimos o seguinte: o acadêmico é um introvertido econômico ! ? ! ? ! ? O enfoque acadêmico da política econômica brasileira ao longo das últimas duas décadas tem sido um dos principais fatores do modelo econômico recessivo responsável pelos endividamentos externo e interno durante todo esse tempo. A pretensa autodeterminação universitária não leva vantagem diante da autodeterminação dos homens de negócios, porque enquanto faltam aos acadêmicos a LIBERDADE e a OUSADIA para decidir e determinar quais atitudes ou caminhos a tomar, sobram aos negociantes RESOLUÇÕES CORAJOSAS que os tornam responsáveis, em última análise, pelo superávit econômico. A estrutura acadêmica por ser castradora não pode continuar conduzindo a política econômica brasileira pelo fato Impedir a autodeterminação econômica. fator desencadeante do sucesso econômico de qualquer país. Portanto, esse fator é o responsável pelo não enfoque prático da economia brasileira, que está longe da economia de resultados existentes em países do primeiro mundo, concentrando-se exclusivamente na 55 procura de capitais externos em detrimento da busca de superávit na balança de pagamentos, condição indispensável para obtenção da liquidez que o país necessita para investimentos no seu desenvolvimento. A halo determinação universitária não leva vantagem diante da autodeterminação dos homens de negócios que são os responsáveis, em última análise, pelo superávit econômico, e que, no entanto, são impedidos de fazê-lo em face das limitações burocráticas oriundas desse academicismo. A prolixidade acadêmica contaminou todos os setores do espaço técnico-burocrático. E, ainda, tornouse responsável pela incapacidade do Estado Mecanicista Brasileiro de decidir economicamente, pois, os condutores de nossa economia analisam demasiadamente e decidem de modo inverso, isto é, deliberam muito pouco, se comparados aos que guiam rapidamente outras economias do mundo. Nossos condutores econômicos, por via de conseqüência, tornam-se "ilhados" em regime de autodestruição e ficam obrigados a depender de recursos externos para o giro dos negócios do país. A dependência do Estado Mecanicista Brasileiro de espírito tecnocrático causado pela prolixidade universitária tem cm.piolado uma ampliação topográfica e metabólica do espaço técnico-burocrático gerador da inflação metabólica, assim batizada por nós com este nome, por ser uma inflação que Resulta da dinâmica monetária específica que arrecada,informatizante", e distribui, 56 "burocratizadamente". Pode-se dizer, ainda, que a tecnocracia teceu uma trama por demais complexa e de estrutura profunda, capaz de condicionar o retardamento do fluxo monetário e de diminuir o seu "calibre" ao longo de um percurso "labiríntico", pela sujeição de i niittllznções dispersivas e retardadoras. Esse metabolismo, ou seja, entrada e saída de fluxo monetário nas diversas câmaras do espaço técnicoburocrático, assemelha-se à deslocação de líquidos ou de eletrólitos nos diversos espaços do organismo biológico que se junta na intimidade dos tecidos, onde se dá a essência fisiológica do que se convencionou chamar VIDA. Esse metabolismo que tornou-se autônomo no interior do espaço técnico-burocrático é o causador da sua hipertrofia estrutural e funcional. É ele que faz inchar a função do Estado Brasileiro, dando a impressão que a hipertrofia do mesmo se localiza na sua topografia. A hipertrofia do Estado Brasileiro se origina da hipertrofia estrutural e funcional gerada "metabolicamente" na intimidade do espaço técnicoburocrático ao longo de sua malha intrincada e de suas câmaras resultantes do crescimento autônomo que dá liberdade ao setor, tornando-o "todo poderoso" em relação ao poder político e que desconhece a linguagem hermética do seu funcionamento e a decifração dos seus códigos. O controle e o conhecimento do setor aludido couberam exclusivamente ao longo de quase três décadas aos militantes diuturnos de seu âmago. 57 A hipertrofia do Estado Brasileiro deve ser compreendida pelo seu aspecto funcional, como já vimos. É esta hiperfunção que se faz sentir na avaliação do espaço técnico-burocrático por elevada sofisticação da sua informatização, da sua linguagem hermética, de sua capilaridade dispersiva, que modificam a velocidade, a quantidade e o calibre do fluxo monetário, compativelmente com a estrutura impessoal do Estado Mecanicista organizado para arrecadar vorazmente e para reter de formas burocrática e seletiva os recursos. O fluxo monetário não chega ao município a não ser em quantidades reduzidíssimas e, ainda, dificultado pela "prefeiturização" concentradora do mesmo, num emaranhado de interesses políticos estéreis (fisiologismo), sem nenhuma conotação econômica do ponto de vista do capital de giro ou poupança que o homem comum, (homo economicus), necessariamente deveria ter para realização do seu pequeno empreendimento, ficando sem nenhuma liberdade produtiva por falta de oxigenação monetária. A atividade econômica no município é inexistente ou insipiente devido a essa "anóxia" monetária que impede o giro dos pequenos negócios, fazendo desaparecer o homo economicus, causando a marginalidade econômica de todo matiz e a dependência pessoal que o munícipe tem da prefeitura em qualquer atividade de subsistência, tirando-lhe a cidadania, que no nosso entendimento é impossível existir sem liquidez econômica pessoal. A "anóxia" municipal causada pelo entumecimento do espaço técnico-burocrático "desvitaliza" ou impede monetariamente a atividade econômica no seu 58 nascedouro, porquanto, o município é a topografia econômica por excelência, sendo os Estados e o próprio País, de acordo com esta visão, grandezas meramente políticas. Esta situação faz surgir a dependência econômica do poder municipal, porquanto, fica impedido de arrecadar, tornando-se um dos grandes responsáveis pela política arcaica de clientelismo e fisiologismo, portanto, os maiores inibidores da atividade econômica no âmbito municipal, por destruir a liberdade econômica, mãe da cidadania e da dignidade, que unidas à moral econômica são determinantes importantes no substrato subjetivo dos munícipes, ou seja, na estrutura psicológica que deve ter para tornar-se agente na produção econômica objetiva. Portanto, a atividade econômica a nível municipal no Estado Mecanicista é inibida por força da "prefeiturização" do fluxo monetário que origina a sua esterilização econômica, num círculo vicioso ou "feedback" passando da fisiologia antiquada anestesiante do impulso econômico subjetivo decorrente do entusiasmo pela liberdade, pela necessidade e por razões psicológicas na área existencial. A "prefeiturização" do fluxo monetário mantém a política arcaica, que é uma das causas da inflação metabólica e que produziu, anteriormente, a necessidade da correção monetária . e dos planos de estabilização econômica indevidos e descabidos, totalmente burocráticos e recessivos. Tais planos trataram e tratam exclusivamente dos efeitos, ou seja, das causas secundárias e terciárias da inflação em detrimento da causa primária (etiológica) ao longo de quase três décadas, e que são os causadores do déficit público crônico do Estado Mecanicista anacrônico e perdulário, que 59 impedindo município da participação econômica, com exceção: grandes e médias cidades, torna refém da com-" financeira internacional o Estado Brasileiro, expor: cidadãos e empresas à espoliação exacerbada dos irra: que teria no município o ponto de partida ds desenvolvimento econômico. A compreensão do enovelamento que as v = condução do fluxo monetário sofrem no interior do a técnico-burocrático impedindo a irrigação econômica município na outra extremidade, traz ao espírito a chave compreensão da inflação metabólica, que há muito tempo mina a resistência econômica do Estado Brasileiro exatamente ponto em que deveria irradiar a atividade econômica compreensão da economia tridimensional - (corpo da na: mal nutrida pela economia linear originada no espaço te: burocrático. A parada do fluxo monetário por "congestão" - (para interior do espaço técnico-burocrático) - é um dos fatore hipertrofia do Estado Brasileiro e causador da autonomia citado espaço, tornando a todos, inclusive os políticos vassalos do Estado Mecanicista, impessoal, "marionete castrador e inibidor da atividade econômica. O Estado Mecanicista, criador de artificialismos a econômicos, é totalmente divorciado da realidade economica engajada na história, na sociologia, na antropologia patrimônio físico do país. A linearidade da compreensão econômica dos mil* no espaço técnico-burocrático impede a percepção estruturas econômicas tridimensionais, responsáveis avanço econômico dos países ricos, tendo em vista : enfoque "econometrista" acadêmico é superficial e reli" não alcançando a subjetividade econômica, que é grandeza de ordem diferente e dependente da psicologia, história, da sociologia, dos conflitos existenciais dos munícipes e do ideal econômico como ficou explicado. 60 A cristalização da mentalidade acadêmica na extensão espaço técnico-burocrático e de seu segmento ministerial divorcia a economia natural da política econômica brasileira, tornando o PIB nacional conseqüência do artificialismo econômico estéril, inibidor da economia produtiva, necessária para colocar o país em condições igualitárias dentro da economia mundial. A velocidade do fluxo monetário determinada pela canalização específica resultante das estruturas arrecadadoras e distribuidoras no seu aspecto matemático, tendo em vista a relação entre o valor dos bens de consumo, a quantidade de dinheiro em circulação e a velocidade média de circulação da moeda, tem como conseqüência a diminuição do denominador, explicando assim a matemática da inflação, de acordo com o coeficiente expresso na equação adiante citada, (I), ou seja: A RELAÇÃO DO VALOR DOS BENS DE CONSUMO É IGUAL À QUANTIDADE DO DINHEIRO EM CIRCULAÇÃO DIVIDIDA PELA VELOCIDADE MÉDIA DE CIRCULAÇÃO DO FLUXO MONETÁRIO. Utilizando-se dessa estrutura matemática para analisar-se o que ocorre com o fluxo monetário no Estado Mecanicista brasileiro, verifica-se que tal fluxo nas vias do sistema bancário, que além de possuir "velocidade constante", percorre, em "alta velocidade", as vias de condução monetária devido ao elevado grau de informatização da rede bancária. Na distribuição monetária o fluxo é retardado no espaço técnico-burocrático ao percorrer as vias de condução, sofrendo a artificialidade dispersiva e a 61 congestão monetária, devido à burocracia e ao "burocracismo" impiedoso, gerando em última instância a anóxia monetária ao nível do município, na periferia do Estado Brasileiro, causadora da autólise econômica, ou seja, o retardamento, a inibição, e a perplexidade produtiva, pela falta de moeda que, em conseqüência, explica o desemprego e a imigração responsável pela marginalização nas grandes cidades. Portanto, a complexidade organizacional e burocrática do Estado Mecanicista Brasileiro produz no fluxo monetário que deveria irrigar o país em todas as direções, uma linearidade específica que decorre dos "túneis" pelos quais a moeda se vê obrigada a atravessar, para voltar à circulação externa diminuindo excessivamente o calibre e a pressão do fluxo, constituindo-se um grande contraste após a saída do espaço técnico-burocrático, ao contrário da penetração rápida e "calibradora" do fluxo, quando este é trazido pela malha bancária informatizada. O retardamento e a diminuição do fluxo monetário na estrutura autônoma do espaço técnico burocrático aliado à politização do dinheiro, produzem a inflação metabólica que passa desapercebida ao observador econômico comum, pelo fato de se localizar na parte interna da realidade econômica, sedimentando, segurando e tornando perene e em autoalimentação o artificialismo econômico acadêmico que, por sua prolixidade, não pode levar vantagens em relação ao assédio empresarial ávido de capital. A busca voraz de capital pela vertente empresarial escava o interior do espaço técnicoburocrático a procura de dinheiro para o financiamento de empreendimentos e negócios, os quais, muitas das vezes, são aéticos e divorciados da economia coletiva. A estrutura que foi tecida pela técnico-burocracia forma um espaço próprio divorciado da economia natural e mantém 62 relações com a política arcaica, fisiológica e apadrinhadora. Tal estrutura, com o que há de mais conservador e corruptor de grande parte do empresariado, é o "motor" da inflação metabólica, causa "sem causa" do déficit público ao longo destes últimos vinte anos. Por conseguinte, é nessa área que devem ser localizadas pelos economistas as ações de correção das distorções e dos desperdícios econômicos redutores da atividade econômica. Ditas ações de correção, se praticadas pelo menos parcialmente fariam a economia correr livre com o fluxo monetário, irrigando com calibre ótimo e velocidade constante, vitalizando e incrementando os negócios na sua rica gama de variedades. Frisando mais uma vez, a falta de irrigação monetária no espaço econômico do município é o maior inibidor da atividade econômica individual, sendo que o somatório desta distorção econômica se faz sentir no Produto Interno Bruto, (PIB), agravando os endividamentos externo e interno, causa primária da voracidade do Estado Mecanicista, que recicla essa avidez arrecadadora todas as vezes em que se vê obrigado a saldar os seus pesados compromissos assumidos com serviços, juros, "spread" e o principal da dívida. A ditadura monetária fiscal e lotérica, que amarra, castra e artificializa a economia do país, se mantém firme pelo fato de ser uma estrutura impessoal que está acima do poder político e por possuir vida autônoma, estruturação complexa, linguagem hermética, vias específicas de condução monetária e decifração particular que esconde, no seu âmago, o metabolismo da inflação. O retorno do fluxo monetário, veloz na ida e retardado na volta, precisa ser "democratizado" para que a sua canalização política e apadrinhadora não venha produzir a esterilidade da atividade econômica, pois, a dignidade, o trabalho, a competência e o ideal econômico, devem estar associados para causar a vitalidade da nação. 63 A democracia econômica vitaliza os negócios dando igual oportunidade a todos, permitindo que os portadores da subjetividade econômica, ou seja, o homo economicus em potencial, possa crescer e expandir-se gerando a economia produtiva, ampliando o mercado de trabalho, preparando o terreno para a capitalização da economia privada, que hoje é totalmente dependente dos bancos e do Estado Mecanicista vagaroso, corrupto, corruptor, alienado, "oligofrenizador" e alienador, que não compete, não pensa economicamente, não decide com velocidade econômica e não vislumbra saídas econômicas baseadas em seus próprios meios, não usa criatividade e é totalmente dependente da poupança externa para saldar compromissos econômicos e produzir infra-estrutura econômica. Este Estado Mecanicista acadêmico que interpreta a realidade econômica com base em teorias econômicas alienígenas colocadas em tratados universitários, cujos autores jamais suspeitaram que viesse a existir um país com a singularidade e com características culturais como é o nosso, que precisa dar lugar a um Estado com teoria econômica própria, baseada na reflexão econômica da nossa realidade e divorciado da "politicagem" permitindo, apenas, a aproximação teórica na elaboração do seu conteúdo. Portanto, precisa pensar economicamente, engajado na nossa realidade através do enfoque prático da economia que possui nos talentos econômicos encontrados no homem comum o fator principal do desenvolvimento econômico de um país nutrido de subjetividade e de liberdade econômica. A liberdade econômica é necessária para que o entusiasmo econômico possa se transformar no seu equivalente físico, ou seja, a objetivação da riqueza material independente do Estado, servindo inclusive para a disseminação da mentalidade ou espírito econômico nas massas populacionais pelo exemplo e pela imitação. 64 A modificação do enfoque dado pela economia do Estado Mecanicista que insiste em diminuir o denominador da equação a seguir, causa inflação, como poderemos constatar na relação matemática que vincula grandezas como: valor dos bens de consumo; quantidade de dinheiro em circulação; e; velocidade média de circulação da moeda, ficando compreendido que: - o valor dos bens de consumo expressa a riqueza produtiva do país (= Vbc) a quantidade de dinheiro em circulação é o próprio meio circulante, necessário para que se efetue e se viabilize os negócios e empreendimentos (= Qdc) e a velocidade média de circulação da moeda, é a velocidade que o fluxo monetário constituído pela quantidade de dinheiro em circulação tem em um dado momento (= Vmcm). Portanto: V bc = ___Q dc_____ V mcm 65 A título de ilustração, passemos a analisar dois diferentes momentos econômicos do Estado Mecanicista, que ao longo das décadas anteriormente citadas, sofreram a enorme influência dos técnicos da macro economia na sua instituição e condução tomando como base a fórmula anterior: 1) na época do choque do petróleo: quando a divida externa passou de 13 bilhões de dólares para 100 bilhões e evidenciava-se a correção monetária, defendida pelos tecnocratas, o simples aumento do numerador da equação (I), e que era nutrido pela citada correção, era suficiente que o quociente resultante denotasse inflação, sem se levar em conta outros parâmetros que contribuíam para o aumento da mesma, todos eles relacionados com a recessão causada pelo racionamento do referido produto, indispensável ao processo produtivo. 2) a velocidade média de circulação da moeda, (Vmcm). É diminuída no espaço técnico-burocrático como veremos em capítulo, que tratará da congestão monetária, pois que, sendo denominador da equação (I), ao ter um valor diminuído, implicará o mesmo fenômeno "matemático" ocorrido no exemplo anterior. 66 SEGUNDO CAPÍTULO 67 68 A CORRECAO MONETARIA 69 70 71 72 A CORREÇÃO MONETÁRIA Como a inflação resultante do metabolismo do regime, ou seja, causada pela "ditadura" de ordens monetária, bancária, fiscal e iotérica, não foi diagnosticada na época do seu surgimento, por ocasião da construção do Estado Mecanicista; os técnicos da área econômica, desconhecendo seu diagnóstico etiológico, devido ao despreparo, face a um fenômeno econômico novo, ainda não estudado nas universidades, e não encontrado nos tratados clássicos de economia, instituíram a correção monetária para defender o Estado Mecanicista das perdas tributárias geradas por ela, (inflação). Ainda, devido ao fato da hipertrofia do sistema financeiro-estatal, constituído por Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Bancos Estaduais, Caixas Econômicas, Banco Nacional de Habitação, etc, que ocupavam grandes espaços econômicos do país. Naquela época, as grandes cidades brasileiras foram acometidas de um brutal aumento em suas áreas físicas, devido ao fato de a correção monetária, a cada mês, ampliar desmesuradamente a quantidade de fluxo monetário dentro do sistema financeiro como um todo, propiciando o aparecimento artificial de uma quantidade enorme de recursos que através do BNH promoveu uma avantajada ampliação da construção civil. Como exemplo, podemos citar o fato da Praia do Futuro, (em Fortaleza/CE), Praia de Boa Viagem, (em Recife/PE), 73 Barra da Tijuca, (no Rio de Janeiro/RJ), etc, que antes da correção monetária era um lugar deserto, servindo apenas para abrigar casais descomprometidos, tornando-se em pouco mais de cinco anos um "bairro-praia" urbanizado, assemelhando-se àqueles que levaram mais de cinqüenta anos para se constituírem. É bom notar que esse fenômeno aconteceu em quase todas as grandes e médias cidades do Brasil, que foram, assim, ampliadas territorialmente com os recursos fictícios da correção monetária. É preciso que tenhamos a coragem de dizer que o então sistema financeiro de habitação funcionava no país como uma neoplasia maligna, que se nutria da economia da nação, com crescimento "descontrolado", enfraquecendo-a e ameaçando-a de morte "para morrer em seguida". O BNH foi extinto somente após décadas de estragos exercidos na economia do país pelo método das "tentativas", pelo fato dos economistas oficiais não perceberem, anteriormente, que a enorme correção monetária de que essa instituição se sentia beneficiária, era a causadora do aumento vertiginoso da inflação no mencionado período. A correção monetária foi a causa maior da economia especulativa, que trabalhando contra a economia produtiva, acarretou o deslocamento dos recursos humanos desta para o setor burocrático daquela. 74 Desnecessário se faz dizer, que a inflação ocasionada pela correção monetária, e combatida pela tecnocracia através de planos de estabilização recessivos, que inibiu a expansão do PIB, ampliando, desse modo, os endividamentos externo e interno. Os tecnocratas por não conhecerem o diagnóstico etiológico da inflação, {inflação metabólica), não mencionada nos livros clássicos de economia, optaram pelo controle monetário exclusivo, agindo de maneira totalmente objetiva, ou seja, pelo lado de fora da realidade econômica do Estado Mecanicista. Ao invés de corrigir as distorções estruturais do modelo técnicoburocrático gerador da inflação metabólica, na trama técnico-burocrática do espaço técnico-burocrático, ou seja, na tecetura técnico-burocrática que constitui o regime "particular" do Estado Brasileiro, (ESTADO MECANICISTA), na sua postura acadêmica e burocrática divorciou-se da realidade econômica e prática, ou seja, dos negócios, que em sua grande maioria, são relações de compra e venda baseadas nas necessidades reais da população. A letargia na execução dos negócios e dos empreendimentos não suporta a duração técnicoburocrática, complexa e sofisticada, inviabilizando o fato econômico no seu nascedouro, onde se dá a atividade econômica normal resultante do relacionamento econômico natural entre indivíduos de uma mesma sociedade. 75 Os técnicos responsáveis pela arquitetura causadora da funcionalidade inflacionária, geradora da inflação metabólica, não aceitavam o argumento de que a correção monetária contribuía para o aumento da inflação e de sua perpetuidade, alegando que a indexação da economia era devida ao fato dela necessitar de um coeficiente para medir as perdas que a inflação gerava na liquidez. Mais uma vez, observávamos a preocupação da economia exclusivamente acadêmica com a medição do fenômeno econômico exclusivo e a total despreocupação com a causa da inflação, como se a realidade econômica possuísse apenas o lado objetivo, ou seja, o lado de fora do universo econômico. A manutenção da indexação econômica, (correção monetária), produziu a mentalidade econômica exclusivamente especulativa e a denominada cultura inflacionária. O Estado Mecanicista que dava a impressão de ser todo poderoso, mas que se mantinha economicamente vivo pelo artificialismo financeiro e pela nomenclatura econômica acadêmica, hermética, que escondia do homem comum o seu verdadeiro significado, foi a causa "mortis" pelos imensos estragos econômicos ocorridos na vida particular e na das empresas. 76 O enfoque totalmente teórico não trouxe nenhum resultado para a economia do país, tendo sido ultrapassado por aqueles que seriam os atuais tigres asiáticos, em percentual de crescimento na década passada. A fórmula matemática apresentada no capítulo anterior, poderá ser mais uma vez aqui usada para demonstrar o efeito danoso da correção monetária em relação ao aumento dos bens de consumo, (inflação), tendo em vista que o aumento da quantidade de dinheiro em circulação, (correção monetária), representado pelo numerador Qdc resultará numa elevação do valor numérico expresso por Vbc ■ Destarte, verifica-se que a aquela fórmula demonstra de maneira cabal e insofismável que a correção monetária criada para corrigir as perdas que o Estado Mecanicista teria com a inflação metabólica, somada à correção monetária, levou esse mesmo Estado aos sucessivos planos de estabilização da moeda, que como o atual, Plano Real, mantém opaís impossibilitado de fazer uso de suas avantajadas potencialidades econômicas. 77 78 TERCEIRO CAPÍTULO 79 80 A CONGESTAO MONETARIA 81 82 83 84 A CONGESTÃO MONETÁRIA O termo médico "congestão", utilizado cientificamente, serve para indicar parada circulatória localizada, ou seja, uma fração do volume sangüíneo circulante, volemia, que estagnou em um órgão ou num conjunto de órgãos do indivíduo considerado. É muito comum observar-se nas enfermarias de cardiologia, pacientes portando dispnéia, (falta de ar); edema dos membros inferiores, (inchação); e abdome volumoso como conseqüência do mal funcionamento do coração que, como bomba de sucção e recalque (expulsão), mantém o líquido sangüíneo regularmente distribuído em todo o corpo. Quando o ventrículo direito, (coração do lado direito), entra em insuficiência, observamos: edema dos membros inferiores; abdome crescido; e a descida da reborda costal do fígado. Quando a falência muscular cardíaca se dá às expensas do ventrículo esquerdo, (coração do lado esquerdo), verifica-se a dispnéia acima mencionada, em virtude da congestão ou estagnação sangüínea pulmonar, cuja pressão nos bronquios e bronquíolos dificultam a passagem do ar, através dos mesmos, a fim 85 de ser absorvido na hematose que se dá a nível dos alvéolos. A introdução acima se fez necessária para que se pudesse visualizar o que acontece no interior do espaço técnico-burocrático. Do mesmo modo que ocorre com o pulmão do indivíduo, com o abdome, fígado e membros inferiores desse mesmo indivíduo, também, ocorre no interior do espaço "vascular" da nação, ou seja, do conjunto formado pelas vias de arrecadação tributária e das vias de distribuição monetária, cujo fluxo de moeda estagna naquilo que batizamos neste ensaio de espaço técnicoburocrático. A nível microscópico, a distribuição hídrica no organismo humano, repartida que está nos diferentes espaços orgânicos, ou seja, espaço celular (dentro das células), espaço extra-celular (fora das células), espaço vascular (rede de vasos, artérias e veias), e líquido de seqüestro, constituído de líquidos decorrentes de afecções localizadas. O conjunto compreendido pelas trocas líquidas entre os espaços do organismo com o meio, levando-se em consideração que os líquidos contêm os eletrólitos necessários para as trocas osmóticas, através das membranas celulares, é uma atividade denominada metabolismo, cuja alteração ou desequilíbrio resulta da 86 atuação das diversas afecções que acometem tal organismo. Com isso, poderá acontecer a morte ou êxito letal, se não ocorrer, por parte da terapêutica, um balanço hídrico ou eletrolítico para manter o indivíduo dentro de um equilíbrio, (homeostase), compatível com a vida. Embora o fenômeno biológico acima se dê a nível celular e através dos espaços endoteliais, (espaços localizados entre as células formadoras do vasos), o mesmo ilustra, microscopicamente, com base na histologia orgânica, o fenômeno econômico que ocorre a nível dos municípios, levando-se em consideração que a congestão monetária localizada no espaço técnicoburocrático impede a correta perfusão monetária, a nível municipal do fluxo de dinheiro contido nas vias de distribuição. Portanto, a nível do Estado Mecanicista, a congestão e a imperfusão monetárias se dão por conta da arrecadação tributária informatizada, através da rede bancária nacional e da distribuição burocratizada que, somada ao fisiologismo político, tiram do "citoplasma municipal" a moeda, "prefeiturizando, estadualizando e empreiteirízando" o fluxo, impedindo a cidadania do mesmo e gerando mal-estar para o "homo economicus", (castração), por lhe impedir o capital de giro dos negócios. 87 A velocidade com que a moeda percorre as vias de arrecadação, é muitas vezes superior à velocidade de um carro caixa-forte correndo a mais de 100 km/h. Pode isto até parecer cômico, mas é a pura verdade, porque dita velocidade se dá de maneira virtual, ou seja, a ordem de pagamento atravessa a malha da rede bancária através da imensa extensão do país por uma simples transmissão eletrônica medida em Nano segundos. Portanto, o pulso monetário tem a velocidade maior que a velocidade da transmissão hertziana, isto é, assemelha-se no seu mecanismo de propagação ao estímulo nervoso percorrendo as fibras sensitivas ou motoras, ou seja, quase instantaneamente. Percorre grandes extensões territoriais sem a necessidade do equivalente material, ou seja, o próprio dinheiro, que já se encontra nos locais de chegada sob a forma de depósitos na localidade considerada. Com a velocidade descrita anteriormente, a decisão creditícia chega na frente do equivalente físico e penetra no espaço técnico-burocrático, mais especificamente, nas contas do próprio Estado Mecanicista. Verifica-se, portanto, que são vasos de grosso calibre a "inflacionar" (encher ou abarrotar) os porões da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Central, e outras instituições financeiras estatais. O espaço técnico-burocrático como é visto da maneira anterior, configura-se como um autêntico "buraco negro", onde o dinheiro se esvai, se desvia, se perde, se estraga, 88 em conseqüência da trama técnico-burocrática de elevada e sofisticada complexidade, cuja linguagem hermética é inacessível àqueles que não militam no seu interior. As vias da trama técnico-burocrática são de exclusiva compreensão daqueles que se familiarizaram com as mesmas ao longo das três últimas décadas, conhecedores que são de todos os seus interstícios por onde se perdem volumosas frações do fluxo monetário, (quantias), que em relação à enormidade do dinheiro "congesto" que, para eles, se trata de quantias desprezíveis, isto é, sem a menor importância. Isso explica a colossal corrupção no Brasil. Desnecessário se torna dizer, que a solução do intrincado problema formador da inflação metabólica se dá na intimidade do espaço técnico-burocrático, como conseqüência da capilaridade dispersiva já descrita anteriormente. Ora, essa capilaridade dispersiva se dá ao longo da malha do espaço técnico-burocrático e enfraquece o fluxo no seu calibre e pressão, passando pela decifração ou "derrubada" do véu que o torna hermético e impede a sua compreensão, face a uma infinidade de termos técnicos que assemelham-se ao simbolismo usado nas ciências ocultas ou esotéricas para esconder do público "profano" verdades morais ou científicas, que poderiam ser utilizadas de maneira indevida por aqueles que não tiveram o compromisso da "iniciação". O "buraco negro" do espaço técnico-burocrático, que explica o enorme desvio de recursos, se estabelece 89 na enorme complexidade secundária à ramificação das vias de condução internas ao mesmo, e que se desviando do fluxo original em virtude da capilaridade dispersiva, esconde no seu âmago os mecanismos virtuais que, em resolução profunda, nada mais são que o ponto de vista da macroscopia econometrista convencional, focalizadora apenas da face externa do espaço técnico-burocrático, impossibilitado da visão tridimensional, funcional e metabólica, que só os sistemas tridimensionais possuem para a compreensão de si próprios e sistemas afins. A linearidade econômica tradicional, por ser puramente topográfica ou anatômica, não pode perceber a funcionalidade ocorrida na intimidade "microscópica" e interna do espaço técnico-burocrático, limitado que está pela sua formação exclusivamente acadêmica e resultante da assimilação de sistemas alienígenas que se baseiam em teorias econômicas surgidas em outras economias. Tais economias foram sujeitas no seu estabelecimento, à história, à geografia, à sociologia, à antropologia e à psicologia, todas estas diferentes da nação brasileira e sem a singularidade desta. Convém observar, que a economia brasileira ainda não foi dissecada até a exaustação pelos mestres, teóricos ou prêmios "nóbeis" da ciência econômica internacional. Com isso, queremos dizer claramente, que no Estado Mecanicista Brasileiro não há "PHd's" qualificados 90 em Economia Brasileira, capazes de diagnosticar corretamente os problemas nacionais. A importação de teorias econômicas, sem a devida adaptação à geografia, à história, à antropologia e à sociologia brasileiras, e levando-se em consideração que o Brasil é um país "continental", um caso sem par em todo o mundo, no que tange à unidade lingüística, uniformidade de costumes e de leis, constituindo um todo homogêneo totalmente diferenciado dos países limítrofes, torna-se desnecessário dizer que resulta imprópria para a abordagem científica da economia brasileira. Com isso, deu origem a enorme confusão econômica em que vive atualmente o Estado Mecanicista Brasileiro, haja vista a dificuldade de se enquadrar "semiologicámente" a sua problemática econômica e o impedimento imposto ao desenvolvimento de uma teoria econômica nacional alicerçada na nossa realidade singular. Posto isso, recordaremos a física clássica, (newtoniana), em relação à física relativista, (einsteiniana), que embora resultando da primeira, apresenta a singularidade ou especificidade no que tange a posição do observador que permitiu a dedução de que tempo e espaço não eram grandezas totalmente diferentes na sua natureza, mas sim, grandezas relativas que dependiam do movimento de rotação do planeta em torno do seu próprio eixo e outros astros. Portanto, compara-se tal exemplo com a afirmação anterior que prescreve uma teoria econômica "relativista", ou seja, específica para o caso brasileiro. O Brasil precisa, portanto, de uma teoria econômica própria para uma melhor compreensão da sua realidade financeira e 91 econômica, e de sua repercussão nas demais vertentes da realidade objetiva. Também, é preciso verificar na elaboração da auto teoria econômica brasileira a enormidade da congestão monetária que se dá à altura do espaço técnico-burocrático como conseqüência da parada do fluxo monetário devido à burocracia e ao "burocracismo", (espírito distorcido dos burocratas), que teimam em desconhecer a duração ou tempo em que se dá a constituição dos fatos econômicos ou dos negócios. A magnitude da parada circulatória no interior do espaço tecnoburocrático em relação a velocidade do fluxo proveniente da arrecadação informatizada já dissertada, é de aproximadamente o dobro da velocidade em sentido inverso, inundando o seu interior e produzindo aí, a elevada sofisticação administrativa com vida autônoma já relatada, divorciada que é da dinâmica monetária global, desperdiçadora do tempo e sem dar importância ao fato de que o mesmo é um dos agentes econômicos de maior valia para que o Estado Brasileiro possa superar o seu atraso em um mundo cada vez mais capitalizado e veloz, face às modernas tecnologias gerenciais e produtivas, com base na "robótica" e nos "hardware e software" . O entrave burocrático gerado pelo sofisticação excessiva da administração autônoma do espaço técnicoburocrático, "encistadora" de colossais recursos internos, (exemplificando-se: o Fundo de Ação Social", o "FAZ", 92 etc.), impede que o país acompanhe a dinâmica econômica mundial devido ao fato do capital de giro necessário à velocidade e incremento dos negócios, parou no túnel do tempo, acarretando a diminuição da expansão natural do PIB, sem a qual o Estado Mecanicista manterá endividada, perpetuamente, o país e a nação, tanto no que diz respeito à liquidez financeira como nos segmentos relacionados com a inteligência, a cultura, a expansão científica e a descoberta de novas tecnologias necessárias ao espírito e à alma do lugar, com repercussão no social e na psique coletiva e individual. A parada monetária no espaço técnico-burocrático está causando a volta ao passado, o que impede o direcionamento da atividade econômica para o futuro. Não está alimentando os negócios grandes ou pequenos que desencadeiam a elevação do PIB, fonte alimentadora da liquidez necessária ao pagamento das dívidas externa e interna, gerando a "oligofrenia" econômica, portanto interna e externamente, responsáveis pela participação "zerada" do país na liquidez mundial em confronto ou em franco desacordo com a sua incomensurável riqueza "imobilizada" (potencial). Situa-se no entrave burocrático gerado pela sofisticação administrativa autônoma, "incistadora" do fluxo monetário dentro do espaço técnico-burocrático, a "etiologia" da inflação significando a causa básica, cuja 93 "matemática" teremos oportunidade de estudar mais adiante sob o ponto de vista teórico. Nesta altura, deduzimos que o Estado Mecanicista Brasileiro desperdiça o maior capital econômico considerado do ponto de vista da realidade subjetivoeconômica, ou seja, o tempo, matéria prima da economia no que tange ao aspecto hiperfísico, se é que podemos empregar tal termo para definir a face interna do fato econômico. Imagino, ser oportuno a seguinte reflexão: a subjetividade significando entusiasmo, liberdade de decisão e presença de meio circulante produz fatos de maior expressão econômica, isto é, a riqueza. Estamos, portanto, diante de uma calamidade econômica sem precedentes tanto na história da economia mundial como na história econômica nacional. Uma "camisa de força econometrista" que mede apenas o lado externo da realidade econômica, "castrando" o espírito da economia, ou seja, a criatividade, o entusiasmo e a motivação pertinentes, dando lugar, apenas, a projetos técnicos desconhecedores da realidade econômica própria do Brasil, baseados em teorias administrativas e econômicas alienígenas e que não têm nada a ver com a problemática nacional. A "camisa de força" mencionada, ou seja, uma autêntica ditadura monetária, fiscal e lotérica, canaliza para o "buraco negro" do espaço técnico-burocrático o "sangue" monetário, produzindo na periferia do país, isto é, nas grandes, médias, pequenas cidades, inclusive nos 94 vilarejos, quando consideramos estes últimos a esfera municipal, o único lugar onde pode se dar o fato econômico, a "anóxia" monetária. Assim, explica-se o "apocalipse" a que estamos fadados a suportar com o alarmante aumento da criminalidade, dá corrupção desenfreada, da impunidade vergonhosa e da enorme ampliação dos negócios funerários e crescimento das redes de farmácias, que vêm ocorrendo no país de forma sistemática. O emperramento burocrático, "pai" da corrupção e da inibição da decisão econômica, está paralisando o país em relação ao desenvolvimento da economia mundial, que livre de amarras, desvios monetários, desperdícios e artificialismos, queima as etapas sucessivas do fato econômico, que vão da idéia à acumulação do capital, passando pelas fases intermediárias e progressivas do planejamento e da organização, isto é, a modificação do desejo de riqueza e bem-estar, passando pela formação do plano e dos negócios, que consubstanciam sua transformação em equivalente físico ou monetário. A organização estrutural do Estado Mecanicista está voltada contra o povo, que ainda, de modo geral, não atingiu o estágio de compreensão, quedando-se totalmente indefeso diante da inviabilidade econômica decorrente da sofisticação técnico-burocrática do "buraco negro" do espaço técnico-burocrático, que dispondo de velozes controles eletrônicos computacionais de última geração e outros "inibidores" da duração (o tempo), 95 escravizando a todos no impedimento da atividade econômica individual impossível de se dar sem liberdade monetária. O Estado Mecanicista resulta, portanto, de uma relação incestuosa da informática com a burocracia que de maneira imoral se conjugaram para impedir o talento do homem de gênio, ou seja, portador de capacidade empreendedora e de liderança, tão necessárias aos movimentos desenvolvedores, que premidos pelo privilégio cadastral de terceiros, foram alijados pelo enfoque numérico do mesmo, isto é, quantitativo, (característica do Estado Mecanicista), em prejuízo de um "curriculum-vitae" que prioriza o aspecto qualitativo, indicador da potencialidade desse mesmo homem "gênio econômico" - (homem empreendedor). É claro que as garantias reais são necessárias ao crédito, porém, não podem se constituir critérios de seleção creditícia exclusiva, carecendo também, de avaliação subjetiva do empreendedor, que só é possível através de um curriculum-vitae, uma prova escrita, um teste oral e uma autobiografia. O enfoque atual marginaliza o vocacionado e privilegia aquele sem nenhum talento econômico, explicando assim a elevada inadimplência da economia sem resultados dos nossos dias. 96 QUARTO CAPÍTULO 97 98 A INEFICACIA DOS PLANOS DE ESTABILIZACAO DA MOEDA 99 100 101 102 A INEFICÁCIA DOS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA Como conseqüência do metabolismo do Estado Mecanicista Brasileiro, de ideologia econômica e administrativa importada, sem projeto de médio e longo prazos, e, ainda, sempre sujeito a "intempéries" ideológicas e econômicas externas, a inflação orgânica ameaçando através da "autofagia" do próprio Estado Brasileiro, a romper o regime tecnicista, ou seja, a ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica que se perpetua com o auxílio dos meios de comunicação de massa, o Governo se vê obrigado a instituir os planos econômicos de. estabilização, os quais reagindo recessivamente ao longo de três décadas, têm inibido o crescimento do PIB em relação às exigências que são impostas ao país pela elevada demanda populacional para novos empregos no mercado de trabalho, face ao grande número correspondente de pessoas aptas a esse mesmo mercado de trabalho, e que surge a cada ano causando a transferência dessas gentes para a informalidade e, por via de conseqüência, para a criminalidade. Com relação ao parágrafo anterior, mister se faz dizer que origina o déficit na balança comercial, que 103 influindo no balanço de pagamentos, impede a liquidez do país. Na atualidade, é preciso compreender que certas grandezas como: extensão territorial, riquezas naturais, população economicamente ativa, imobilizado, etc, não possuem valor econômico devido ao fato de que as atuais economias necessitam mais e mais de poupanças para financiamento do seu desenvolvimento. Como vimos, o país há décadas queda-se imobilizado pelas amarras monetárias oriundas dos planos econômicos de estabilização que inibem os empregos, a produtividade, o consumo, a arrecadação de impostos, sendo em grande parte a causa do déficit público que obriga o Governo a buscar recursos através do lançamento no mercado financeiro de títulos da dívida pública a fim de poder pagar suas contas acrescidas dos juros altos do mercado, que por sua vez funcionam como um dos mecanismos recessivos dos diversos planos, acarretando sob a forma de "feed-back" a perpetuação do déficit público, a única variável econômica reconhecida pelos economistas oficiais como a causa da inflação no Estado Brasileiro. Os "indigitados" planos foram elaborados sem levar em conta as causas primeiras, isto é, a "etiologia" que está por trás das causas clássicas da inflação, que são as únicas reconhecidas pelos economistas oficiais, 104 mascarando o "diagnóstico" da dita inflação, que é oriunda como já foi descrito anteriormente, do "metabolismo" inflacionário gerado pelo Estado Mecanicista, pela evidência exacerbada de uma arrecadação informatizada e uma distribuição monetária burocratizada, preponderantemente sobre outras causas de natureza mais periférica. O emperramento burocrático estudado com maiores detalhes no capitulo que trata da "congestão monetária", e, a doença do burocracismo, inibem a distribuição do fluxo monetário desvitalizando monetariamente os municípios, os quais comportandose como pontos onde deveriam ocorrer a atividade econômica, (estrutura econômica do país), impedem ditos municípios de contribuir na formação do PIB, com exceção apenas da participação das médias e grandes cidades, reduzem a arrecadação de impostos tornando os municipios totalmente dependentes e parasitários do Poder Central, que se vê obrigado a contratar financiamentos externos para o seu desenvolvimento e para honrar o pagamento dos compromissos vencidos e a vencerem, os quais por sua vez, foram contratados devido às distorções da política econômica oficial, mal concebida e descabida. O Poder Central, como já vimos, é refém da economia internacional, face ao fenômeno de inversão do fluxo monetário, que o bom senso e a razão mandariam partir da periferia para o centro, e não do 105 centro para a periferia, no que tange ao retorno monetário e não ao contrário como se constata na incoerência funcional do Estado Mecanicista. É necessário que a circulação do fluxo monetário se dê dentro do município irrigando profusamente o mesmo, a fim de permitir o incremento e realização dos negócios, cuja totalidade englobarão a atividade econômica municipal, tornando o município auto-suficiente na sua peculiaridade no que toca à produtividade de matérias primas ou manufaturadas, próprias de sua realidade climática e geográfica. O município não pode ficar na dependência política para liberação de verbas e nem tampouco sujeitar-se à centralização administrativa da União, devido ao fenômeno que surge de "apagamento" da estrutura federativa, o que impede a convivência harmônica das partes diferenciadas, inibindo vocações econômicas e desmanchando pela hipertrofia da técnica, ou seja, o tecnicismo enredado profundamente na estrutura de governo. Também, desmancha o substrato histórico e cultural dos referidos municípios, mata a alma, o espírito e a inteligência do lugar, e ainda, descaracteriza e roubalhes a identidade, e castra a personalidade. Tudo isso inviabiliza estas características, as quais deveriam ser preservadas, porque é imprescindível a atividade econômica pródiga, totalmente baseada na independência que leva ao poder de decisão, à 106 criatividade, à liquidez, sem as quais não poderá haver a acumulação de capital em âmbito municipal. O modelo econômico do Estado Mecanicista Brasileiro impede, pelas razões já expostas, a liquidez dos negócios e dos empreendimentos, dificultando a sua expansão e tornando-os reféns das redes bancárias hegemônicas nacionais e internacionais, que se capitalizam cada vez mais, pela sua própria natureza de guardiã da moeda, acrescentadas da atividade atual ocorrida nessas ditas redes, ou sejam: a prestação de serviços, a arrecadação de impostos, a contribuição sindical, os encargos trabalhistas, etc, privilegiadores da liquidez, fazendo-os cada vez mais vorazes e produzindo a elevada mortalidade dos empreendimentos, dos negócios, das empresas e do impedimento funcional ou profissional do vocacionado para a economia. A irrigação monetária autônoma em âmbito municipal impediria, com certeza, a varredura do país pelas redes bancárias, concentradoras de liquidez, tornando os elementos empreendedores menos dependentes de crédito, desburocratizando os respectivos empreendimentos e aumentando-lhes a duração da formação dos mesmos, e fazendo-os mais ágeis numa realidade econômica que na atualidade exige velocidade na constituição dos negócios. 107 Do ponto de vista político, a irrigação monetária autônoma do município impede o voto de cabresto, dando maior representatividade e autenticidade ao processo de renovação política na atualidade arcaica e apadrinhadora, que tem na castração econômica o maior dos seus aliados, perpetuando a política sem consciência da realidade econômica mundial, vassala das teorias econômicas e ideologias políticas alienígenas que sempre impuseram modelos políticos e econômicos exógenos, ultrapassados e totalmente divorciados da nossa realidade de país singular, diferente de todos os países do mundo e que alberga em quase um continente um amálgama racial proveniente de todas as etnias do globo terrestre, que deram origem no nosso país uma raça diferenciada e mais adaptável às exigências impostas pelas mudanças rápidas e bruscas que se passam no mundo moderno. Os planos de estabilização econômica tiveram e na economia o enfoque exclusivo por parte da equipe governamental, com o objetivo de impedir a falência do Estado, diante da ameaça devastadora do déficit público, que se nutria de juros e correção monetária a que o Governo era obrigado a pagar junto com o principal para resgate dos títulos da dívida pública, que em uma inflação muito grande, (hiperinflação), se tornaria impossível de resgatá-los em detrimento dos prioritários e autênticos objetivos econômicos, que seriam: acabar com o metabolismo inflacionário do Estado Mecanicista, acabar com as causas primárias ou 108 "etiológicas" da inflação brasileira, ao nosso ver, sui gêneris ou singular, devida à arrecadação voraz e à distribuição capilar lenta e preguiçosa. Como vimos, o "metabolismo" da inflação crônica do Estado Brasileiro, atualmente represada e amarrada pelas âncora cambial e âncora da elevação dos juros, decorre de uma arrecadação informatizada que faz uso das redes bancárias nacionais, assemelhando-se à vasos de grosso calibre, sugando para as contas governamentais 58 impostos, (sem incluir o famigerado CPMF), dinheiro proveniente de várias loterías de âmbito nacional, com a velocidade instantânea da informática e uma distribuição lerda e burocrática, sujeita a desvios causados pela corrupção, traduzidos em "comissões" que variam de 5 a 20% para liberação das respectivas verbas, e, canalização de enormes recursos para as empreiteiras, que concentram benefícios arquitetônicos em locais já privilegiados economicamente do ponto de vista da densidade e calibre do fluxo monetário, o maior causador da geração de empreendimentos em locais privilegiados em detrimento de outros setores da topografia do Estado Brasileiro, onde se faz necessário o maior calibre do fluxo monetário, para que o mesmo possa vitalizar, localmente, a atividade econômica espontânea, sem a necessidade de repartições ortodoxas, tipo SUDENE, que só praticam o artificialismo econômico e causam a perpetuação da injustiça econômica no nosso país. 109 O fluxo monetário quase não existe na grande maioria dos municípios brasileiros, (hoje totalizando 5255 municípios), principalmente naqueles que constituem a chamada periferia do Estado Brasileiro, devido à congestão do fluxo onetário em áreas burocráticas e à canalização para empreendimentos já constituídos, dificações supérfluas, incentivos despropositados, falta de austeridade e investimentos preferenciais em setores de regiões já desenvolvidas, com prejuízo da atividade econômica básica municipal, que se nutrida pelo fluxo monetário capilar, propiciaria a inclusão econômica do município, fortalecendo o mesmo, e ainda causando prosperidade e riqueza econômica a seus habitantes, fazendo esencadear aí, também, as atividades econômicas secundárias e terciárias. A escassez do fluxo monetário municipal, ponto da anatomia do Estado Brasileiro onde se dá a atividade econômica, castra, minimiza e impede a mesma, asfixiando-a no local e produzindo o social indevido e descabido, totalmente fora do que se convencionou chamar civilização. Pois, necessita desse fluxo monetário para poder permitir a atividade econômica reguladora e propiciadora de um status quo compatível com a moral e a virtude, e, conseqüentemente, o progresso material. A anemia do município pela ausência do fluxo monetário é uma das maiores causas do comportamento violento da ociosidade, do alcoolismo, das doenças, da 110 apatia, da acomodação, da inveja, do charlatanismo, da falta de participação municipal na riqueza nacional, tudo isso contribuindo para a dependência do país no que diz respeito a liquidez internacional, consubstanciando, ainda, um dos motores da inflação brasileira. Os planos de estabilização da moeda impediram e impedem a correta e vitalizadora perfusão monetária municipal devido a falta de pressão monetária em face da "congestão" monetária no submundo do espaço técnico-político-burocrático, e ainda, a contenção do fluxo monetário na "represa" do Banco Central, como ocorre atualmente, de maneira exacerbada no atual PLANO REAL que limitou o meio circulante, em aproximadamente 72 bilhões de Reais, (no momento em que este ensaio é escrito). O Estado Mecanicista por ocasião dos planos de estabilização da moeda vem produzindo um estado de perplexidade econômica em face de mudanças bruscas das realidades financeira e econômica, ao longo de quase três décadas, gerando espasmos econômicos que necessitam geralmente de um a dois anos para que a economia volte a se readaptar por causa da mesma necessitar de decisões, que em última análise se originam de mentes em condições de pensar economicamente, o que só pode ocorrer em clima de regras estáveis para o desenvolvimento dos empreendimentos econômicos. 111 Os planos de estabilização econômica passam para a população a falsa idéia de que a economia é uma atividade linear divorciada da história, da geografia, da antropologia e da sociologia. Tais planos produzem o obscurecimento da realidade econômica, ou seja, um apagamento da idéia da estrutura que as economias são obrigadas a ter para poderem produzir liquidez. Constituem autênticas camisas de força que impedem o "nascer" econômico que necessita do entusiasmo, da vocação e do tempo para poder acontecer. Portanto, são os maiores responsáveis pelos tigres asiáticos terem superado economicamente o Brasil, após o que se convencionou chamar-se de o milagre brasileiro. Destarte, perdemos mais de duas décadas que poderão ser recuperadas se as autoridades econômicas nacionais abdicarem da política econômica suicida e de ideologia importada, que nada tem a ver com os objetivos que o Brasil forçosamente deverá ter em relação a um mundo em que as economias se constróem partindo dos anseios de seus povos, conservando, entretanto, a convivência internacional pacífica. Os planos de estabilização econômica têm impedido o Brasil de poder competir com as economias estabelecidas e as emergentes, por dificultarem o funcionamento de nossa economia e sua conseqüente evolução, que sem nenhuma dúvida produziriam um PIB específico, que num mundo de economias diversificadas do ponto de vista da produção, poderiam consumir em seus mercados movidos pelo interesse na sua 112 especificidade e singularidade decorrente de país que guarda em seu bojo população relativamente nova e oriunda de várias etnias, configurando o novo em um mundo envelhecido e impregnado de procedimentos arcaicos incompatíveis com o atual estágio do conhecimento humano. A comoção social inevitavelmente virá se as autoridades insistirem em não querer enxergar que o tecido econômico brasileiro está sendo "desvitalizado" pelos sucessivos planos de estabilização econômica, eminentemente técnicos, burocráticos e "econométricos", que diminuem a pressão monetária ao nível do município, inibindo ou impedindo a sua atividade econômica. Geram, por sua vez, a falsa esperança de que o problema do bem-estar social será resolvido, quando na realidade, apenas retardam a sua solução, mascarando-a e causando-lhe o agravamento da situação de acordo com a máxima: "problema postergado é problema agravado". Tais planos têm servido para privilegiar segmentos em detrimento de outros, diminuindo a coesão ou pacto nacional, tão importante para o país encontrar a sua unidade em torno de um objetivo comum, condição prévia para que se chegue a uma ideologia brasileira indispensável ao mesmo no sentido de deixar de ser amorfo e passar a ter uma identidade sem a qual é impossível de ser bem sucedido economicamente. 113 Posto isso, resgatar-se-á inevitavelmente o Amor à Pátria, emoção salutar e indispensável à motivação econômica harmônica, portanto, sem a necessidade de atividade predadora, tão comum na nossa atualidade. A fragmentação da sociedade brasileira se deve à quebra da unidade nacional que foi instituída ao longo das últimas quase três décadas, quando se instalou no país o capitalismo extremado, que tem tido no Estado Mecanicista Brasileiro o seu maior causador. O Estado Mecanicista Brasileiro de ideologia econômica, política e administrativa importada jaz sem cabeça, sem pensamento, sem idéias, trabalhando com braços e pernas em cima de planilhas elaboradas por economistas políticos e administradores incapacitados para enxergar as realidades sócio-econômicas nacionais devido a lavagem cerebral feita pelas ideologias oriundas de economias de realidades diferentes da brasileira. A crise que se prolonga há cerca de quase três décadas precisa, pelo menos, servir para indicar caminhos que as autoridades econômicas deverão seguir a fim de tirar o país da estagnação e da "autofagia" econômica, mantendo-o em um mundo econômico em condições de igualdade econômica, sem, todavia, espoliar o seu povo através de impostos escorchantes, que aumentando o custo dos nossos produtos, torna-os incapazes de competirem em uma realidade econômica 114 mundial, que cada vez mais procura aumento de produtividade como condição de baixar custos. 115 116 QUINTO CAPÍTULO 117 118 A INIBICAO DO PRODUTO INTERNO BRUTO 119 120 121 122 A INIBIÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO Recapitulando-se o que foi descrito até aqui, quisemos evidenciar que a inflação do Estado Mecanicista deriva, primariamente, de uma arrecadação brutal informatizada e voraz, e, de uma distribuição burocratizada. No impedimento do consumo está a compreensão do "porquê" do Estado Mecanicista se preocupar, cada vez mais, com a arrecadação per capita de impostos, descuidando-se da ampliação da base global que aumentaria em demasia a dita arrecadação, pelo fato de poder permitir a redução do chamado custo Brasil, o qual, espoliando economicamente as empresas, acarreta a diminuição da vida média das mesmas, e ainda, dificulta a competição dos nossos produtos no mercado internacional. O Estado Mecanicista vendo-se obrigado à uma arrecadação per capita, ou seja, "no varejo e não no atacado", como seria o esperado, "se desespera" em aumentar o número de impostos para poder com isso, alcançar o tão almejado e distante superávit fiscal que resolveria, de uma vez por todas, o problema do déficit público, (como pensam os técnicos oficiais). Assim, devido ao modelo econômico arcaico, com base num 123 lastro virtual oneroso da moeda, passa a emitir títulos da dívida pública, que ao invés de contribuírem para a solução do desequilíbrio das contas em apreço, perpetuam e ampliam o déficit, pelo fato do mercado exigir o resgate de tais títulos, acompanhados do pagamento de juros e/ou TR. Na atualidade, o pagamento de juros se eleva a altos patamares devido ao modelo praticado pelo Plano Real, que usando de âncoras cambial e de juros impede o superávit no balanço de pagamentos e acumula déficits cada vez maiores, a despeito da entrada de divisas mas que são "hot money" na sua maior parte, e ainda, de origem duvidosa. O Estado Mecanicista de um lado fica imprensado, lado externo, pelo endividamento determinado pelos juros, que aumenta sempre, em face da âncora dos juros (elevadíssimos), e, do outro lado, lado interno, fica também sufocado pela impossibilidade de incrementar a arrecadação de impostos para atingir o superávit fiscal, razão pela qual lança mão dos famigerados planos de estabilização econômica, porque o impasse levaría à falência do Estado Mecanicista. Ocorre que os mencionados planos, por terem sido de caráter recessivo, acarretam por via de conseqüência a diminuição relativa do PIB, (inibição), impedindo a liquidez necessária aos investimentos produtivos, resultando daí a busca de créditos externos, elevando desse modo o já "geométrico" endividamento do país. 124 A manutenção das políticas econômicas com base em planos de estabilização recessivos tem sido a causa permanente do endividamento face o Estado Mecanicista ser obrigado a "rolar" continuamente a dívida externa, sem o concomitante pagamento de parte do principal. Com isso, acarreta a "doença crônica" do endividamento externo, que aliado ao endividamento interno também "crônico", ambos produzem a espoliação da sociedade e impedem a libertação econômica do próprio Estado Mecanicista num círculo vicioso, ou feed-back, que necessitaria de uma intervenção drástica ou de uma nova ordem econômica, (modelo alternativo), que soltando as amarras geradas internamente pelo "metabolismo" inflacionário ,lainda não resolvido" por não ter sido identificado. Tal metabolismo inflacionário, que antes do Plano Real obrigava o Estado Mecanicista a corrigir-se monetariamente, causava mais inflação e aumento do déficit público pelo fato já dissecado, isto é, de que a inflação metabólica é a causadora do déficit considerado, e não, decorrente do mesmo, como pensam os economistas do país baseando-se em conceitos clássicos adquiridos no estudo de economias diferentes da que se estruturou no Estado Mecanicista. Atualmente, a âncora cambial, a âncora de juros e a âncora de contenção do meio circulante limitam totalmente o crescimento econômico. Por isso, tais itens comportando-se como "ancoradouros" na economia de um país de mercado do tamanho do nosso, produzem a implosão econômica em duas vertentes: 125 ■ a vertente externa, constituída pela âncora cambial, impecilho às exportações. Portanto, desequilíbrio na balança comercial e elevada saída de capitais internos face à âncora de juros, que o Estado Mecanicista se vê obrigado a usar para manter reservas em dólar a fim de assegurar, conforme concepção do plano, a manutenção da presumível estabilidade econômica; ■ a vertente interna, formada pelo endividamento galopante da dívida pública, que também se nutre "geometricamente" dos juros elevados. Um observador imparcial, colocado em posição privilegiada, ou seja, desengajado da política "econometrista", monetarista e monocentrista, privilegiadora do capital em detrimento do trabalho = "capitalismo extremado", ao lançar sua visão sobre a política econômica atual, percebe que se trata de uma política econômica suicida, pelo fato de detectar que as dívidas interna e externa alcançaram patamares altíssimos nos três anos do atual Plano Econômico (PLANO REAL). O Estado Mecanicista vê-se obrigado diante do contínuo endividamento do país e da insegurança advinda das reservas constituídas de capitais externos voláteis, (de curtíssimo prazo), e tidos como compensadores da balança comercial nestes últimos três anos, a pressionar o Congresso para aprovação das chamadas reformas governamentais, e com isso, alcançar o "Estado Mínimo", de maneira abrupta, sacrificando a classe média, vendendo estatais rentáveis, como se aí 126 residisse a causa do fracasso econômico. Como vimos, estamos diante de perspectivas sombrias porque as autoridades da área econômica teimam em não procurar a verdadeira causa da inflação, que ao nosso ver, reside internamente no "metabolismo" inflacionário do Estado Mecanicista já estudado em capítulo anterior, cujas entranhas econômicas inviabilizam a vitalidade econômica dos municípios impedidos de crescerem e de se manterem autônomos. Tais municípios são impedidos de contribuir na produção da riqueza global do país, através do seu elevado número, (5255 municípios), para libertação do Estado Mecanicista que os "federaliza" do grandioso impasse montado pelos tecnocratas por meio de seus excedentes econômicos, que poderiam ser largamente utilizados em uma política de exportação cada vez mais necessária nas atuais circunstâncias dos mercados globalizados, acabando assim, com o chamado custo Brasil, que em última análise provém, como vimos, da inflação metabólica oriunda da natureza do Estado Mecanicista, que arrecada nformatizadamente" e distribui "burocratizadamente". A participação do Brasil no mercado da economia mundial, tendo em vista suas condições favoráveis à produção, ou seja, uniformidade de língua, docilidade do povo, grandeza territorial, dimensão ímpar de riquezas naturais, tamanho de mercado, etc, é verdadeiramente ridícula, se levarmos em consideração o seu PIB calculado em 728 bilhões de 127 Dólares e comparando-se, por exemplo, com o PIB do Japão, que é de 4,5 trilhões de Dólares. Um país das dimensões populacional e territorial como o nosso, necessita de um PIB compatível com a ocupação econômica do seu território e com o engajamento econômico da totalidade do seu povo, o que nunca poderá acontecer se o planejamento econômico desenvolvido "academicamente" não entender que a economia inclui ocupação territorial e engajamento econômico da população. A redução ou extinção do fluxo monetário no município e a doença da burocracia centralizadora que retarda o mesmo ao nível compatível com a "isquemia" monetária e que impede de circular a moeda necessária aos empreendimentos e negócios. O emperramento burocrático causado pela doença burocrática que é tratada em todos os países do primeiro mundo, (ver termo na Enciclopédia Britânica, segundo o tratado "Um anarquista no final do século", de Vandick Ponte), juntamente com o burocracismo nacional impiedoso, que acumula o meio circulante para o submundo ou "bas-fond' da corrupção nos porões do Estado Mecanicista, além de dissipar os recursos, produz a estagnação dos mesmos, sujeitando-os e impedindo o país da competição leal em um mundo econômico ágil, constituído por países "não amarrados" pelo lado interno, 128 de modo a impossibilitar os investimentos no tempo ótimo em prol do aproveitamento das oportunidades econômicas dentro da máxima "de que as decisões econômicas deverão ser rápidas e as mudanças lentas". A "amarração" econômica interna causada pela burocracia inviabiliza economicamente o país produzindo o endividamento, amplia o déficit devido aos juros, impede o aumento da renda per capita e dificulta o bemestar da população que, sem entusiasmo, queda-se na apatia e no estado de perplexidade. O Estado Mecanicista nos parece, portanto, ser desconhecedor de que o entusiasmo nacional é fator preponderante no avanço econômico de uma sociedade que deverá, necessariamente, estar liberta da regulamentação excessiva causada pela hipertrofia cartonai de documentação exuberante, reclamada pelo Estado para saciar o apetite voraz do "burocracismo". 129 130 SEXTO CAPÍTULO 131 132 O AUMENTO ASFIXIANTE DA CARGA TRIBUTARIA C A R G A T R B U T A R 133 A 134 135 136 O AUMENTO ASFIXIANTE DA CARGA TRIBUTÁRIA O Estado Mecanicista Brasileiro, como vimos, desconhecendo a causa básica da sua inflação e tendo engendrado em seu "laboratorio" tecnocrático o artifício técnico da correção monetária, quase perpetuando-a, viuse diante de um enorme déficit fiscal causado pela sua própria fórmula mágica, haja vista os papéis lançados no mercado financeiro para financiar o déficit fiscal anterior. Por ocasião do prazo de resgate, cujos pagamentos se davam no valor da data de vencimento, acrescidos da correção monetária da inflação do período, resultavam, necessariamente, num valor mais elevado do que o tomado. O déficit público, portanto, aumentava e se "cronificava" pelo fato do mesmo se dever ao pagamento de juros aumentados dos altos valores dos mesmos, que eram mantidos em elevados patamares a fim de conter o consumo e a redução da arrecadação de impostos originada da diminuição do dito consumo, que sempre foi a tônica dos diferentes planos de estabilização econômica. Tais planos de estabilização sempre pecaram pelo seu elevado teor burocrático e acadêmico, concentrador do dinheiro no Banco Central, de modo a retirá-lo do espaço técnico-burocrático de onde voltaria para compor o fluxo monetário, que necessariamente teria que dispor da pressão originada deste, para perfundir as entranhas teciduais do Estado Mecanicista. Dessa forma, o fluxo monetário chegaria às células econômicas municipais, 137 levando o "oxigênio" da moeda que iria propiciar a realização da "glicólise" econômica do mesmo, ou seja, a formação da cadeia econômica composta por moeda, capital de giro, pequenos negócios, grandes negócios, empregos, elevados empreendimentos, consumo, produção, pagamentos de impostos, superávit fiscal dentro do próprio município, tornando-o independente economicamente. A liberdade econômica do município, assim conquistada, desencadearia a ampliação da plataforma tributária do Estado Mecanicista, (ridiculamente pequena), levando-se em consideração o grande conjunto dos municípios brasileiros, e não, como ocorre atualmente, limitada apenas pela arrecadação daqueles que se acham desenvolvidos e que contribuem para a mesma, em sua grande maioria, com os impostos resultantes sobretudo da venda de serviços. O fluxo monetário pela hipótese formulada neste ensaio perfundiria os pequenos municípios que, além de ter fomentada a sua agricultura de subsistência, base da agricultura econômica, iria fomentar a esta como segundo passo econômico, criando condições para que o comércio local surgisse do mesmo modo que as demais etapas do ciclo econômico, ou seja, a poupança, a vinda de agências bancárias, a pequena indústria, enfim, a vitalidade econômica como um todo, com a concomitante criação e expansão das práticas culturais e científicas próprias do desenvolvimento. Em um mundo cada vez mais globalizado pela informatização e pelas comunicações, a "desvitalização" econômica do município acarretará a supressão do mesmo, e apagando a sua cultura, o seu folclore, e conseqüentemente, o equilíbrio emocional e psíquico de sua população, a qual necessita daqueles ingredientes para a sua sobrevivência. Tais itens, por sua vez são 138 fatores importantes na produção econômica, que em última análise resultam do entusiasmo cívico não existente na exclusão econômica, originadora do espírito de acomodação. O imposto no Brasil é cobrado no "varejo" em detrimento do "atacado", o que permitiria a enorme ampliação da base arrecadadora, porquanto, o Estado Mecanicista Brasileiro pressionado pela frente externa, (pagamento da monumental dívida externa, manutenção do país em condições paritárias de tecnologias para a competição internacional em um mundo que avança rapidamente - principalmente os países ricos que não estão "amarrados" monetariamente), e também, pressionado pela frente interna, (pagamento da dívida interna, pressão política dos partidos de oposição, pressão da Igreja, pressão social, etc), se vê obrigado a ampliar a arrecadação per capita impedindo a liquidez individual e a liquidez das empresas, complicando o quadro econômico, deixando a Sociedade e as empresas sem a poupança necessária aos investimentos cultural e profissional da primeira. Com isso, verifica-se a diminuição na qualidade de vida, pela castração da atividade econômica das segundas, de forma a reduzir percentualmente a sua produtividade, causando grandes transtornos recessivos com repercussão no PIB que, na atualidade, gira em torno de 758 bilhões de dólares, o que é absolutamente ridículo tendo em vista a dimensão continental do país, a expressividade de sua demografia, as potencialidades de seus recursos humanos, de seus recursos naturais, do imobilizado, de tecnologias e "knowhow" de seus quadros universitários totalmente ociosos e desmotivados por falta de recursos, constituindo um quadro geral desanimador, frustador, incapacitador, contrário à participação coletiva nos seus diferentes graus de hierarquia de ordens cultural, profissional, técnica 139 e acadêmica. A ausência de unidade e de identidade, geradas pelo "marionetizador" Estado Mecanicista, castra e inibe o entusiasmo, a participação, gera a angústia, a ansiedade, matando o espírito da terra, a alma do lugar, sufocando através da economia indevida e descabida, totalmente acadêmica, sem idéia central, sem projeto a médio e longo prazos, burocrática, "centrada" no Banco Central a sabor de técnicos de conhecimento linear, absorvidos totalmente por ideologias clássicas, autoritárias, burocráticas, arcaicas, e divorciadas das realidades brasileiras cultural e social, portanto, impraticáveis no singular e diferente substrato brasileiro, que mostra retorno toda vez que utiliza os ditames da moral e da razão econômica teórico-prática, com base no estudo sério da nossa realidade, como vimos na industrialização do país, na indústria automobilística, na informática, nas telecomunicações, e na construção civil, etc, etc. Alega-se, em ambiente fiscal, que o Estado Mecanicista possui atualmente uma carga tributária elevada devido ao fato da enorme sonegação em torno de 50%. Neste caso, a arrecadação se manteria no nível de projeções de receitas com o auxílio deste artifício, ou seja, do aumento do valor dos impostos, tendo assim o problema da sonegação e da corrupção fiscais resolvidos de "uma só cajadada". Esquecem os defensores de tão deletéria compreensão em relação ao componente "moral" do imposto e do pavor da elevada carga tributária, com altíssima complexidade, que, a conseqüência é a formação de um departamento específico para pagamento do mesmo, causando na mentalidade do empreendedor e do empresário a diminuição do seu entusiasmo, enredando-os numa malha complexa de 140 dificuldades técnicas e da carência de recursos humanos específicos. Portanto, força-os buscar saídas mais simples na atividade informal. Como podemos deduzir, conforme informação por certo membro da Câmara Federal, quando debatendo a cerca da regulamentação dos planos de saúde, falou da existência de 60 milhões de usuários de planos particulares, quando, destes, só 30 milhões têm carteira assinada, mostrando assim que os outros 30 milhões restantes praticam a atividade informal, não pagam o imposto de renda e, ainda, usufruem dos benefícios da assistência médica oficial do Estado, no que tange aos procedimentos médicos excluídos dos planos particulares que são os de maior complexidade. Com relação à "moral" do imposto, não cremos existir vínculo subjetivo maior com o que se convencionou chamar "cidadania" que o Estado Mecanicista alardeia e prega para desviar a atenção da Sociedade, que estaria dentro do estado de direito. Assim, chegamos à conclusão tratar-se de uma falácia, porquanto a cidadania necessita de condições básicas, ou seja: seu portador necessita de moradia, transporte, instrução, lazer, profissão e atendimento médico, impossíveis de se obter no Estado mecanicista, cuja pouca compreensão da economia prática levou o país ao endividamento insuportável, "cronificou" a recessão e promoveu e promove a matança de empresas e de instituições. Ainda, tirou do contribuinte o salário compatível com as exigências do exercício da cidadania, 141 marginalizando-o, fazendo-o adoecer, como teremos oportunidade de entender acompanhando o seguinte ciclo: o Estado Mecanicista espoliando a nação para pagar o endividamento, produzindo ansiedade coletiva e individual e o estado de perplexidade que geram hipertensão e violência ("o psicótico antes de agredir fica perplexo"). A violência gera a criminalidade, a hipertensão gera as doenças oriundas de uma circulação indevida (patológica), ou seja, nefropatias, coronariopatias (anginas e enfartos agudos do miocárdio), cardiopatias congestivas (insuficiência cardíaca congestiva), acidentes vasculares cerebrais, edema agudo dos pulmões, coma, etc., que podem levar ao êxito letal (morte), em significativo número de casos. Diz-se à boca miúda que no Estado Mecanicista o empreendimento funerário é ainda um grande negócio. Examinando este tema, constataremos que as mortes no Estado Mecanicista acometem em sua maioria indivíduos jovens e de meia idade, devido ao fato da expectativa média de vida estar por volta dos 60 anos de idade, forçando-nos à conclusão de que a mesma em comparação com a do Japão, em torno de 80 anos, cuja população é submetida à abordagem médica assistencial com os mesmos recursos técnicos da assistência nacional, mostra, assim, que a diminuição da nossa expectativa média de vida em relação ao país nipônico se deve à morte prematura de grande parte da população que não faz uso dos meios de que a ciência hoje dispõe, configurando desta forma, um verdadeiro genocídio. 142 O Estado Mecanicista, por um lado, faz adoecer e matar, e, do outro lado, impede o tratamento através da sua recessão crônica que impossibilita os meios para os indivíduos se desenvolverem e se manterem vivos, inviabilizando o segmento mais importante da realidade física, colocada aqui como patrimonial, social, antropológica e política, o lado econômico da manifestação na realidade prática como o próprio Deus falou por seu Filho Unigénito, conforme registro do Evangelista Mateus, em Mt 28:18 ("Todo o poder me foi dado no Céu e na terra"). Portanto, o elemento econômico simbolizado aqui por "poder na terra", conforme grifo nosso, é dado "duramente" pelo próprio Pai que está nos Céus ao Filho que mandou entre os homens, quando observamos facilmente que aqueles que estão se comportando intimamente e externamente de acordo com as normas ou "software" localizado nas profundezas da realidade - PODER DIVINO -crescem em liquidez. O imposto adequado, além de ser fonte crescente de receita fiscal, deve ser compreendido como alimento "cívico" a que a população é obrigada a ingerir sob pena de ter em si mesma, diminuído ou mesmo "zerado" um componente importante do seu vigor psíquico que, se nutrindo da moral ligada ao emocional, necessita do entusiasmo cívico para poder "materializar-se". Exemplificando-se: por meio da religiosidade os "dizimistas", ou mesmos os eventuais "ofertantes", que doam do fruto do seu trabalho contribuições para utilização na obra do Salvador Senhor Jesus Cristo, ou mesmo para instituições filantrópicas fundadas no seu ideal, prosperam em maior patamar em relação aos que retendo por 143 medo de ter sua individualidade atingida, negam-se a participar acalentados pelo engano de que "a prosperidade tem mais a ver com a individualidade do que com a personalidade", esquecendo que esta , quando próspera, é o maior instrumento que o homo economicus deve fazer uso para obter a economia de resultados - (liquidez). Quando o Estado Mecanicista aborda de maneira exclusivamente técnica a questão do imposto, mata o espírito do mesmo, contribui para o afastamento da moral e da cívica do contribuinte, inibe o entusiasmo cívico da participação no superávit fiscal, contribui para a inflação que necessitará sempre de planos artificiais, meramente técnicos, burocráticos e lineares, que pretendem resolver a questão pelo ângulo exclusivo da objetividade técnica ou científica , que vê apenas o lado de fora da realidade econômica, devida ao fato da ciência ocidental, dita positivista, desconhecer a verdade da esfericidade do fenômeno econômico nas suas faces nomenal (face interna, espírito), e fenomenal (face externa, mundo objetivo). As Autoridades do Estado Mecanicista Brasileiro estão na hora de compreender que seus líderes, produtores e políticos não podem continuar reféns da tecnocracia econômica impiedosa e sem alma, que inibe lideranças autênticas nas diversas faixas de atividades necessárias ao avanço nacional, que já estão impossibilitadas de se manifestarem, sufocadas que estão por uma mídia sem unidade, sem identidade, e que se baseia apenas na informação sem objetivo, e, muitas vezes, despudorada, portanto, sem projeto ético, 144 estético, sem capacidade de discernimento do bem ou do mal, formando opinião pública sem a preocupação do intelecto e do espírito. Finalizando o presente capitulo, lembramos que o Divino Mestre, o Senhor JESUS CRISTO, para dar exemplo da moral que deve estar por trás da técnica arrecadadora, não foi contra o pagamento do imposto, nem a César, (Lc 20:25), símbolo do PODER POLÍTICO, e nem ao Templo de Salomão, (Mc 13:17), que era dirigido pelos Sumos Sacerdotes, os quais se sentiam responsáveis pela esfera do PODER DIVINO. 145 146 SETIMO CAPÍTULO 147 148 O ENDIVIDAMENTO INTERNO E EXTERNO 149 150 151 152 ENDIVIDAMENTO EXTERNO E INTERNO A compreensão a que chegamos até agora, é que o Estado Mecanicista de ideologia importada não conhece a si mesmo por falta de um modelo teórico que retrate a sua realidade tanto na sua estrutura técnico-burocrática que o hipertrofia, anatômica e funcionalmente, como no seu conteúdo sociológico, antropológico, histórico e cultural próprios sem o qual não é possível um estudo sério e competente de sua disposição interna e suas relações com a verdade econômica do país e do mundo. Como foi dito: falta compreensão de si mesmo por não ser possível um diagnóstico "certeza" da maneira como vem sendo feita há cerca de 3 décadas pelos técnicos do Governo e por seus políticos simplórios e fisiologistas e, somados a estes, os que possuem valor e caráter, mas que foram decerebrados pelas ideologias alienígenas. O país precisa da elaboração de uma ideologia que retrate a sua verdade atual com a compreensão profunda dos seus problemas e soluções tomadas ao longo do período citado, ou seja, a ideologia fornecida pelos partidos brasileiros não dá substância para que o Estado Mecanicista sofra uma análise profunda com base 153 na sua história, antropologia, psicologia, sociologia e política, e realize as modificações necessárias. Não é possível a compreensão de si próprio sem um referencial, e como referencial adequado não existe, o Estado mecanicista fica ao sabor dos ventos e das tempestades da mídia nacional e internacional, que por fornecerem informações que retratam interesses vários localizados de maneira focal dentro e fora do país, impedem o Estado Mecanicista de refletir profundamente, devido a impossibilidade do engajamento necessário à sua realidade para chegar-se ao seu próprio "autodiagnóstico". O retardamento do seu "autodiagnóstico" fez o país, ao longo das décadas citadas, enveredar pelo tratamento das causas secundarias e terciárias em detrimento das causas primárias (etiológicas), que estão na base e na estrutura do Estado Mecanicista, que como foi dito anteriormente, precisa conhecer a si próprio para poder encontrar-se sem que com isso não poderá compreender os rumos interno e externo que deverá trilhar, a fim de se manter em um mundo que avança rapidamente para a globalização, sem apagar-se ou ser tragado pelas forças externas fortíssimas, que muitas vezes não têm o menor compromisso com a ética ou a moral econômica. É preciso que o Estado Mecanicista, à semelhança do que ocorre com os peixes das regiões abissais, que desenvolvem exo-esqueleto e bexiga natatoria para 154 poderem suportar as elevadas pressões do fundo dos oceanos, as quais destruiriam a sua estrutura, (corpo), não tendo as compensações endógenas citadas e desenvolvidas pela adaptação biológica ao longo do processo evolutivo, busque estrutura endógena própria com base na sua realidade. O exemplo adjetivador do último parágrafo, (peixes), é o mesmo que deve ser executado pelo Estado Brasileiro com relação à globalização. Mas, para que se possa imitar o fenômeno ocorrido no fundo do mar com os peixes das regiões abissais é necessário um diagnóstico da situação interna e externa do Estado Brasileiro, impossível de se fazer através do pensamento político nacionai da atualidade, totalmente arcaico e influenciado pelas ideologias políticas partidárias, que deram origem a programas e estatutos próprios incompatíveis com a realidade da globalização em confronto com a preservação do Brasil como nação e pátria de um povo cuja raça em formação, como disse Gilberto Freire, "baixo, moreno e risonho", (ri da própria desgraça), e na visão de Pietro Ubaldi, e, da nossa, tem toda a condição de "ser a raça do futuro", porquanto, um mundo globalizado necessita de um homem híbrido, ou seja, síntese de todas as raças, como é o caso da raça brasileira, cujas características se afastam das características do neobrasileiro que predomina nos extremos do país. 155 O que vimos no caso da inflação, foram planos executados de acordo com as teorias econômicas ortodoxas e heterodoxas externas, que chegaram ao ponto de intervir e extorquir a poupança do contribuinte, o qual, além do imposto exacerbado a que foi (e continua) submetido, se viu paralisado economicamente, isto é, sem poder empreender e desenvolver seus negócios. Todavia, com relação à inflação, a abordagem do seu diagnóstico e tratamento com base nas ortodoxias e heterodoxias, o que temos a dizer é que o país não pode mais ser submetido a planos que visam enquadrar sua realidade econômica, derivada de condições próprias anteriormente citadas, porque o sufoco, a castração e a "marionetização" da substância do seu substrato econômico inviabilizam a economia, como ocorre atualmente, pela explosão da dívida interna e externa, o déficit preocupante na balança de pagamentos, o descalabro da saúde, a inviabilidade da segurança, a elevação alarmante dos índices relacionados com a tensão social, também, observados no campo com os "sem terra" e demais movimentos correlatos. O noticiário econômico atual aponta para a possível especulação do capital sem pátria que, a qualquer momento, poderá desfechar no Brasil, a exemplo do que ocorreu com o México, a Argentina, os "tigres" Asiáticos, etc, um "ataque" especulativo que poderá deixar o país sem as reservas monetárias necessárias ao equilíbrio do 156 seu balanço de pagamentos, atualmente numa "geométrica" deficitária, tendo em vista o disparate entre operações de importação e de exportação. É desnecessário explicar ao leitor para que possa compreender a substância do endividamento interno e externo, ou seja, o Estado Mecanicista é impedido de funcionar economicamente dentro do patamar da economia de resultados, devido ao fato do não entendimento por parte dos tecnocratas do Governo, da natureza profunda da vitalidade econômica do país, concentrando-se totalmente nos elementos periféricos da análise econômica, ou seja, rede bancária, âncora de juros, âncora fiscal, âncora cambial, âncora do meio circulante, que amarram e inviabilizam economicamente o país pelo lado de fora, causando a inviabilidade econômica interna e externa, e pelo lado de dentro, ou seja, na célula econômica que é localizada no nascedouro econômico, (município), cuja intimidade necessita de fluxo monetário para se estruturar e funcionar, o que é impossível de ocorrer sem o capital de giro no bolso do cidadão, o que não vem ocorrendo devido a imperfusão (não perfusão) - do fluxo monetário por parte do Estado Mecanicista. Portanto, o que queremos enfatizar é que o Brasil não é um câncer, e sim um Estado Mecanicista incrustado na sua organização constitucional, à semelhança de corpo estranho ou parasita impiedoso. É urgente ter-se esta compreensão porque, a sua ausência na administração econômica do país, faz com 157 que o endividamentos interno e externo assumam proporções descomunais que começam a romper as estruturas econômicas internas do Brasil, necessárias que são, à suportação das grandes pressões abissais, (exemplo dos peixes), representadas aqui pelos capitais sem pátria responsáveis pelo jogo especulativo e a pressão comercial dos países do primeiro mundo que se acham no direito de "traçar" o destino de toda a Humanidade, pela imposição da doutrina do mercado. Os endividamentos interno e externo vêm obrigando o Estado Mecanicista impessoal e de difícil resolução, face a tecedura da malha que escapa à visualização dos políticos e do povo em geral, a esmagar a coletividade espoliando-a, apavorando-a com responsabilidades crescentes decorrentes de obrigações com pagamento e vencimentos de prazos cada vez mais próximos e de montantes cada vez maiores, no caso interno, como conseqüência da âncora dos juros. Externamente, tal impasse se deve ao monstruoso déficit do balanço de pagamentos. O PLANO REAL, (R$), o nosso plano recessivo atual, está levando o país a um estado de falta de liquidez insuportável devido ao referido déficit na balança de pagamentos e à redução do meio circulante (base monetária), que obriga ao Estado Mecanicista a lançar mão do artifício perigoso do chamado capital apátrida a fim de afastar o próximo estado de falimento. 158 A situação é tão preocupante pelo fato do financiamento do déficit do balanço de pagamentos ser feito por reservas provenientes do capital apátrida que basta uma notícia imprópria oriunda do fracasso de outras economias, para fazer migrar em frações de segundos as referidas reservas deixando o país à deriva "economicamente". A propósito, relembro que conhecido político de nosso país retratou tal situação da seguinte maneira: "um contribuinte asiático come torresmo infectado por salmonela e outro contribuinte, em Sobral/CE, é acometido com diarréia." Esta é a situação do nosso país atualmente, avaliada pelo ângulo tanto da economia interna quanto externa, uma verdadeira "corda bamba" produzindo a incerteza e atrapalhando o espírito na reciclagem das condutas que devemos estabelecer para um planejamento econômico adequado ao país e a seu povo, dentro de um patamar que preserve sua identidade, unidade e personalidade, sem as quais é impossível a maioridade econômica geradora de liquidez e de poupanças próprias. Portanto, sem isso, ficaremos eternamente em dependência de poupanças externas que escravizam através de juros e impedem a capitalização do contribuinte e de suas empresas, mantendo a geração atual desencantada, castrada na acomodação e na perplexidade, pela inibição do crescimento do PIB, sem o qual não se diminuirá nunca o endividamento cruel, a não ser, perpetuá-lo. 159 Os endividamentos interno e externo devem ser encarados como sintomas de "doença econômica", chamando a atenção das autoridades, dos técnicos e do povo em geral, para o tratamento adequado com base em diagnóstico próprio e terapêutica brasileira a fim de impedir a cronicidade e a morte "econômica" a termo e que já se descortina, assim como, o "apagamento" da cultura brasileira que deve ser encarada como alternativa humanística para uma Humanidade que tende para a máquina em detrimento do homem, a qual foi criada para "assegurar-lhe conforto e promover o bem-estar". A insistência dos órgãos financeiros do mundo, (FMI, Banco Mundial, etc), sujeitos à políticas econômicas dos países ricos, a monitorarem as economias dos países emergentes, tem o propósito de manterem sua hegemonia econômica. Assim, o objetivo é o de impedir o pensamento próprio dos países emergentes na preservação da sua integridade cultural, apesar de fazerem parte do Estado Mundial, evitará a repetição enfadonha ("clonagem") de seres sem cultura própria, (regional), portanto, sem emoção e debilitados para poderem criar e causar o futuro no mundo globalizado. O Estado Mundial deverá ser integrado de modo a ser constituído por partes diferenciadas no que diz respeito às suas culturas. A globalização dar-se-á pela integração decorrente dos meios de comunicação e de transportes, porém, deverá manter a heterogeneidade das culturas para o não desaparecimento da diversidade dos espíritos no conjunto do mundo globalizado, ou seja: 160 11 um só rebanho e um só pastor" na diversidade dos inúmeros fatores físicos, geográficos, sociológicos, antropológicos, (individualidades, subjetividades, personalidades, etc.), que dão o colorido do planeta. 161 162 OITAVO CAPÍTULO 163 164 O ESTADO AUTOFÁGICO 165 166 167 168 O ESTADO AUTOFÁGICO Com relação ao título do presente capítulo, que dá a entender apenas a "autodestruição" da entidade ESTADO, achamos por bem esclarecer que o mesmo engloba, também, a "autodestruição" da Sociedade, (ESTADO SOCIOFÁGICO). Há casos de patologias, (doenças orgânicas), que vêm sendo estudadas com maior expressão na medicina humana, sobretudo, na área das infecções auto-imunes, ou seja, doenças que segundo as hipóteses que vigoravam nas décadas de 70 e 80 eram causadas pela hipertrofia do próprio sistema imunológico do organismo, aquele que tem por incumbência proteger e defender o mesmo contra os ataques dos agentes infecciosos internos, (endógenos), e do meio-ambiente (exógenos). Este fenômeno hipoteticamente apresentado pelos clínicos gerais e patologistas, como sendo a causa das aludidas afecções, chamou-me a atenção para o que acontece com o Estado Brasileiro no que se refere ao aumento escandaloso da criminalidade, ao analfabetismo crônico, à deterioração da segurança pública, ao estado de perplexidade do brasileiro, à ansiedade coletiva, ao desengajamento em que se mantém o Judiciário, ao "encistamento" do Congresso Nacional em relação ao 169 anseio da sociedade e da classe política composta por parlamentares, governadores, prefeitos, etc, sempre submissos aos tecnocratas e chefes de governo. Neste ensaio, que analisa o "Apocalipse" brasileiro através da hipótese formulada, "O ESTADO MECANICISTA", ficará mais nítida no espírito do leitor à medida que viaje "despreconceituosamente", quer de maneira objetiva, quer subjetiva, nas páginas deste trabalho. O termo fagia, oriundo de FAGOS, ("engloba", "come", "digere", etc.), se relaciona à função de um grupo de células do sistema imunológico, possuidoras da função precípua de englobar os elementos invasores, (antígenos), no fenômeno biológico denominado fagocitose. O leitor já deve ter percebido que a hipótese do Estado Mecanicista procura traçar uma analogia do Estado Brasileiro com o organismo humano pela didática necessária a uma compreensão e realização de uma economia de resultados. É uma visão nova e brasileira do Problema Brasileiro. Assim, está para a política e a economia brasileiras como a teoria newtoniana está para a teoria einsteiniana. Ora, até NEWTON, tempo e espaço eram grandezas absolutas; mas, a partir de EINSTEIN, tornam-se grandezas relativas, simplesmente pelo fato do observador ter sido deslocado da sua posição inical. A expressão "O Estado Mecanicista" que foi dada a esta hipótese é imprópria para a compreensão do país e 170 da nação vista como pátria, porém, sintetiza o conjunto das distorções acumuladas pela política fisiológica e pela tenocracia ao longo de quase 3 décadas que causaram as diferentes "patologias" do país, inclusive a doença "universitária" e o "parasitismo" da sociedade causado pelo sistema financeiro. Pela equação da lei de gravitação universal, a força de atração gravitacional entre dois corpos é proporcional à massa de cada corpo e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Sabemos que essa lei (newtoniana) pode ser expressa por meio de uma fórmula matemática. Portanto, sendo M e m a s massas dos dois corpos, e cf a distância entre eles, a força F é dada por: M.m F = G. ____________ d² obs.: a constante de proporcionalidade G é denominada constante universal de gravitação. É preciso compreender que a equação acima destacada, e que exprime "matematicamente" o equilíbrio dos corpos celestes sob o ponto de vista gravitacional, relaciona as grandezas massas dos corpos e distância entre os mesmos, mas não explica o que causa a referida gravidade, ou seja, a matemática exprime a parte mecânica da lei, porém, não pode explicar a sua causa, 171 como bem observou Helena Petrovna Blawask, em seu livro "A Doutrina Secreta". A hipótese do Estado Mecanicista pela sua simplicidade é mais um instrumento teórico para ser utilizado até que alguns fenômenos negativos do malogro brasileiro não possam ser explicados por ela, quando a mesma deverá, ou ser abandonada, ou ser alargada. É um instrumento de diagnóstico que deverá contribuir, a nosso ver, para a compreensão da doença do Estado Brasileiro, mascarada que está, na confusão enorme das ideologias económico-administrativas veiculadas e debatidas pela mídia. Mas, voltemos ao Estado Autofágico. O "tecnicismo", o monetarismo, o "econometrismo", a burocracia, o burocracismo, como bem define a mentalidade do espaço técnicoburocrático o emérito e preclaro Professor Wandick Pontes, no seu livro "Um anarquista em fim de século", de que é portador o Estado Brasileiro, produzem, inclusive, o fisiologismo e o sinecurismo, devido ao fato da prevalência do enfoque tecnicista montado em software exclusivamente financeiro, que privilegia a liquidez e que acarreta a diminuição ou a eliminação da moral nacional, e que é causa, também, da corrupção que elevou-se atualmente a níveis monumentais. Diante da realidade periférica do Estado Brasileiro, excessivamente técnica e política, o bem-estar, o 172 recolhimento, a cultura, o espírito e, consequentemente, o discernimento, são impedidos de se estabelecer e de se manifestar generalizadamente em todas as camadas de decisões e em todas as faixas sociais, acarretando com isso a bancarrota das instituições. Os que escapam dessa "prensa" técnico-política, por sua moralidade sedimentada na fé e na tradição, são, todavia, atingidos e ofendidos pela mídia. Trazido até aqui o estudo e compreensão do Problema Brasileiro através da teoria restrita do Estado Mecanicista, a dedução é inevitável, como veremos a seguir pelas distorções funcionais e estruturais dos diversos "tecidos, órgãos, aparelhos e sistemas" do país, ou seja, acarretando as perdas da auto-estima individual e social, das instituições particulares e públicas, do Parlamento, do Judiciário, do sistema policial, do sistema previdenciário, etc. A repercussão das distorções elaboradas pelo Estado Mecanicista no que diz respeito ao enquadramento indevido da realidade sócio-econômica, antropológica, sociológica e psicológica da nação, aliadas ao controle monetário exacerbado feito pelo Banco Central, produzem na intimidade da plataforma básica do Estado Brasileiro, o fator que não permite a infra-estrutura capaz de ensejar a manutenção do processo civilizador que inclui os meios materiais, culturais, psicológicos e econômicos, impossíveis de existir sem o oxigênio da 173 moeda, ocorrendo nesse estágio a inviabilização do referido processo, devido ao fato do mesmo exigir o fator monetário que possibilita os negócios e, por via de conseqüência, o consumo do necessário, sem o qual os "embriões da biologia" de maneira alguma poderiam chegar ao estado de feto e, consequentemente, de nasciturno se não tirasse do sangue placentário os elementos nutrientes. O constrangimento e impedimento que esta situação acarreta diminui o espaço econômico e psicológico do cidadão. Se este último, (o psicológico), que se baseia na política, na moral e na cívica pudesse ter algum significado sem o meio monetário ligado ao processo civilizador, e impedindo a mencionada redução do referido espaço, então, a manutenção e penetração da Moral e da Ética, ministradas no passado pelo exemplo dos homens e das instituições que construíram a nação antes do estabelecimento do Estado Mecanicista, e a impossibilidade do recolhimento que permite a análise das referidas questões, sejam objetivas ou subjetivas, e, ainda, o conhecimento e discernimento cristãos, sem os quais o afastamento da verdade, do bom senso, da ética e da estética, dariam início na área do comportamento através da ansiedade patológica devido ao stress psico-emocional e orgânico, que comprimindo a realidade na exaustão do brasileiro em todas as suas vertentes, a destruição do Estado Brasileiro, desde as mais profundas até as mais periféricas situações, passando pela gama 174 variada de funções econômicas do país. cívicas, culturais e A política brasileira analisada pelo instrumento teórico do Estado Mecanicista que nos possibilita a referida visão tem sido alvo de enorme distorção. A lei eleitoral que é elaborada e aprovada pela maioria do Congresso, ou seja, deputados e senadores, dóceis e acomodados devido à falta de compreensão do Estado Mecanicista, visa manter o status quo e o establishment, haja vista que o salário dos congress istas é o que mais se torna relevante em relação ao papel que o parlamentar deveria ter, que é o de contribuir através da visão ideológica que o seu partido estabeleceu no seu programa, e, moral e civicamente, lutar para o equacionamento e solução das gran des e pequenas questões do país. Mas o que vemos é a luta eleitoral insana, com base exclusivamente no componente salarial, na manutenção de privilégios e na defesa de lobbies que perpetuam a injustiça social e contribuem para a empreteirização do meio circulante, "prato" ótimo para a corrupção política, que desviando a arrecadação de suas finalidades e prioridades sociais e econômicas, 175 perpetuam a miséria e os males proveniente dela, a exclusão social, a marginalização, e a inviabilidade econômica, como r esultante. Por outro lado a diminuição intelectual e moral do nosso quadro parlamentar impede a reflexão desengajada das pressões dos lobbies que devem se basear no mérito e na capacitação para que não sejam inibidos os quadros extra partidários do país n o que tange à participação do esforço coletivo para tirar a nação do anacronismo econômico, político, da segurança. Causando, inclusive, a crise universitária e a inibição da pesquisa, sem a qual não é possível o desenvolvimento de tecnologias necessárias a uma posição de vanguarda do país, que se queda à posição de importador das mesmas, juntando a amarra monetária à amarra da tecnologia. Um país submetido à camisa de forca relatada, que impede a expansão da economia e da tecnologia, e ainda, a formação de quadros e o estudo profundo por estes quadros, para que se chegue a um modelo com base na sua singularidade para servir de ponto de partida para o seu avanço econômico e cultural, perpetua a dependência externa nos seus diversos segmentos que, colocados em relação às exigências da participação na economia e política mundiais globalizadas. Acaba por ter que prestar 176 mais atenção às pressões externas do que as internas, resultando daí, a destruição generalizada de todos os segmentos da realidade brasileira, exemplificando-se, com a vertente da saúde, como a volta das doenças infecciosas, (sarampo, tuberculose, etc), infecção hospitalar, as enormes filas do "SUS" com pacientes agonizantes ou mesmo em êxito letal, devido ao fato da consulta ter sido marcada para prazo elevado, (de até seis meses), a grande inadimplência dos planos de saúde, a destruição da medicina filantrópica, a estatização e privatização da medicina em detrimento da socialização da mesma, que deveria existir para servir a um população que é impedida de ganhar, portanto, impedida de pagar tais planos devido à recessividade dos planos econômicos, o aumento do erro médico, a diminuição e a alteração da relação "médico/paciente", a "laboratorização", a hospitalização, a "ambulanciação", e a "medicamentalização" excessivas, o mercantilismo médico, a consulta no charlatão e no balcão da farmácia, o aumento das curas religiosas, as cirurgias mediúnicas, e por aí vão ... No que diz respeito à vertente da Segurança, impera uma verdadeira calamidade com o aumento dos crimes hediondos, com a participação dos próprios policiais em sequestros, de delegados e de ex-Secretários de Segurança envolvidos diretamente com a criminalidade ("rateio" de dividendos escusos). Na Polícia Militar, por culpa da exigência profissional militar, sem a contemplação da contrapartida, ou seja, o amparo social 177 que as instituições militares deveriam dar aos seus componentes graças a elevada incidência de alcoolismo que vai do soldado ao coronel, passando por toda a hierarquia que intermedia a instituição que, ao nosso ver, presta enorme contribuição quando comparando-se aos salários simbólicos recebidos. Por outro lado, em face da falta de reflexão do próprio quadro militar acerca do seu papel na sociedade, com ênfase para a proteção do cidadão, a mesma fica sujeita a normas arcaicas e divorciadas da realidade atual, atuando de maneira compatível a um passado não muito remoto em que as Polícias Militares eram apenas um braço político do regime que terminou com o advento da nova República. As demais vertentes serão analisadas em capítulos específicos, ao longo do decorrer deste ensaio. O Estado Autofágico por implicação direta da existência e ocorrência na atualidade do que se denomina neste ensaio de "Estado Mecanicista", é o "dizimador, disperdiçador e inibidor" dos parâmetros científicos, sócio-culturais, econômicos e cívicos, necessários ao desenvolvimento, manutenção e aprimoramento do Estado Brasileiro para que possa permitir a existência da nação e da pátria. São a alma da terra e o espírito do lugar, ou "nuosfera" como diria Teilhard de Chardin, se tivesse nascido no Brasil. 178 A preocupação com o espírito da nação é importante devido ao fato da "centralidade" causada por este, que assegura e mantém o eixo energético central, onde se dão a reflexão e o desengajamento necessários ao estudo das diferentes questões, que elucidadas e tratadas, trarão a objetividade, a prosperidade e a ampliação da qualidade de vida e, ainda, a liquidez individual e nacional. 179 180 NONO CAPÍTULO 181 182 AS IMPLICACOES NA SAUDE 183 184 185 186 AS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE Ao iniciar o presente capítulo, chamo a atenção do leitor para o fato do Estado Mecanicista que, além de pouco contribuir na resolução da problemática da Saúde, quer no enfoque preventivo, quer no curativo, colabora para o aumento das doenças que têm, no stress ou na ansiedade reativa, secundária à situações de inviabilidade dos projetos profissionais e existenciais do contribuinte, produzem as enfermidades que têm, na hipertensão, a sua causa, ou sejam, o enfarto do miocárdio, as nefropatias, o edema agudo do pulmão, a insuficiência cardíaca congestiva, o acidente vascular cerebral hemorrágico e o coma, sem falarmos nas doenças que surgem e podem matar o indivíduo devido ao elevado consumo de cigarros como, o enfarto agudo do miocárdio, as anginas, o câncer de lábio, de língua, da orofaringe, da traqueia, do estômago, carcinoma broncogênico, a bronquite dos fumantes, o enfizema do pulmão, a trombogeite obliterante e as patologias causadas pelo álcool: a hipertensão portal, a cirrose hepática, a pancreatite, as disritmias cerebrais, e o próprio alcoolismo que deve ser visto com preocupação por parte das autoridades devido ao fato dos acidentes e os crimes ocorrerem na maioria dos casos quando o indivíduo se encontra alcoolizado. A questão da relação médico/paciente sem a qual não se pode chegar a bom termo no que diz respeito ao 187 diagnóstico das doenças e, consequentemente, inviabiliza a terapêutica, tem sido sobremaneira atingida pelo que se denominou neste ensaio de "Estado Mecanicista", como veremos a seguir e de maneira mais detalhada no estudo da mencionada relação médico/paciente, que exposta na sua intimidade, colaborará para compreensão das relações desse Estado Mecanicista com o erro médico e o descrédito da assistência médica convencional, ou seja, o modelo oficial e os planos de saúde particulares excessivamente "laboratorizados" e hospitalizados, que tiraram o médico do seu verdadeiro lugar, o qual é o de maior e melhor e mais barato agente diagnóstico e terapêutico. Um dos fatores que sem dúvida alguma mais contribuiu para fragmentação do modelo de assistência médica nacional, causando enorme desperdício e tirando do médico a decisão diagnostica e inibindo seu poder terapêutico em cerca de 95% dos casos, foi a relação médico/paciente cuja causa principal foi o modelo tecnocrático imposto ao país pelo Movimento Político-Militar de 31 de Março de 1964. Para fazer do médico um indivíduo castrado, tirar-lhe a capacidade de liderança junto à comunidade e reduzir-lhe o poder de influir no diagnóstico e na terapêutica através da catarse, que resolve os casos que aos milhões dependem de ansiolíticos e tranqüilizantes, e transforma os lucros dos laboratórios farmacêuticos em colossais somas, a consulta foi transformada numa espécie de triagem para o laboratório, para a farmácia e para o hospital, devido ao fato do médico ser obrigado a atender uma grande quantidade de doentes num 188 mínimo espaço de tempo, e, sendo impedido de fazer o interrogatório {anaminese), o exame físico e o aconselhamento oriundo da sua experiência pessoal. Tudo isso visa aumentar o consumo de medicamentos, reagentes, equipamentos de laboratório e móveis hospitalares, beneficiando a indústria, elevando os custos com a assistência médica, tornando-a demorada, iatrogênica e impessoal, e abala enormemente o prestígio do médico e o seu talento terapêutico, fruto da sua profissionalização e do seu componente existencial, tornando dessa forma a medicina positivista, mecanicista, laboratorial e hospitalar, responsável hoje pela grande procura dos pacientes pelos charlatões, curandeiros e diferentes movimentos religiosos, inclusive, descambando para a busca do que se convencionou chamar-se de medicina alternativa, com as suas várias facetas que não cabem aqui ser mencionadas. Esta manipulação tecnocrática, com o deslocamento da prioridade para o laboratório e o hospital em detrimento do consultório ou ambulatório, é a causa mais importante de todos os males com que se depara a assistência médica brasileira porque ela está na raiz, sendo a distorção principal que norteia o modelo cujos estragos na saúde do brasileiro chegou ao ponto culminante de originar a morte do ex-Presidente Tancredo Neves. Com o seu desaparecimento a Nação assistiu estarrecida a não uniformidade de conduta médica, tanto ética como técnica, em que se evidenciou o enfoque cirúrgico exclusivo, a supremacia do equipamento tomando o lugar do discernimento clínico, terapêutico e metabólico, que deve estar internalizado na consciência de cada 189 médico, individualmente, porquanto, as reuniões de curta duração dos membros de uma equipe médica não dão condição para o aprofundamento necessário do caso, não podendo substituir a reflexão individual exercida ao longo do período entre uma visita e a próxima, onde se dá a evolução da doença, sujeitando a abordagem diária de controle clínico a uma conversa superficial que por sua vez é impedida de ser aprofundada pela fragmentação que o modelo de assistência médica impõe aos próprios componentes da equipe médica com resultados desastrosos, como já vimos. A preservação da relação médico/paciente em toda a sua integridade, ou seja, a anaminese e o exame físico completo, e ainda, o aconselhamento pessoal ao paciente, inverterão a tendência autofágica do modelo de assistência médica brasileira, agora incompatibilizada com a mídia, com as autoridades médicas e políticas, e que é a causa principal do erro médico no Brasil, sendo mesmo superior à causa bastante alegada por alguns pedagogos da medicina nacional, de que "as faculdades formam maus profissionais", portanto, uma causa que não resiste ao argumento da não diminuição do erro médico após a ampliação das residências médicas e a sua generalização pelo país. O modelo de como núcleo de médico/paciente aspecto individual assistência médica que não possui cristalização central uma relação semiológica, globalizada no seu e integralizada no seu aspecto 190 estrutural, não chega a lugar nenhum, pecando na base, no meio e na superfície, ficando sem unidade e sem identidade, restringindo-se a fragmentos na diversidade sem autocontrole nem homeostase, perdendo a capacidade de atuar qualitativamente e quantitativamente de maneira eficaz, ficando reduzido a um amontoado de elementos que não resolvem os problemas de saúde e nem os seus próprios, caindo no descrédito ou no ridículo, gerando doenças, impedindo sua cura e elevando e alastrando os serviços funerários que tornou esse tipo de prestação de serviços um dos grandes negócios do Brasil. A relação médico/paciente, uma das grandes distorções causadas pelo Estado Mecanicista precisa urgentemente ser reformulada, o que só será possível com a mudança do modelo de assistência médica atual que privilegia a instituição, massifica o atendimento e faz com que o paciente seja apenas "uma consulta a mais", totalmente descaracterizada, realizada em local impróprio, quase sempre no hospital que deveria ser reservado só para hospitalização das doenças que necessitassem de "baixa hospitalar" para seu tratamento, que são a grande minoria, devendo ali chegar somente os casos de "agudização" com intenso desconforto, necessitando de abordagem complexa a ser exercida por equipe médica e de enfermagem, o que só é necessário acontecer nos casos que exigem tratamento sofisticado, com abordagem de equipamentos de alta tecnologia, na sua terapêutica ou necessitando de terapia intensiva para 191 o completo controle de todas as funções vitais do paciente, o que só é possível nas unidades de terapia intensiva (UTI) ou unidades coronariano-intensivas, reservadas apenas para os casos que exijam abordagem imediata pela sua natureza emergencial ou de risco de vida. O talento, a vocação e a profissionalização do médico precisam de melhor uso. Portanto, precisam ser utilizados na consulta através de uma aproximação maior com o paciente, um conhecimento maior da sua pessoa, nas diversas esferas a que está submetida a personalidade humana, só sendo possível com o concurso de um interrogatório minucioso abrangendo parâmetros social, econômico, conjugal, familiar, cultural, existencial, religioso e filosófico, além do interrogatório clínico tradicional e semiológico que deve ser demorado e completo para que o médico possa obter maior rendimento do seu exame rigoroso para a abordagem global de cada caso e suas nuanças, com maior aproximação do doente, ganhando-Ihe a confiança, exercendo sobre ele o poder terapêutico da sua personalidade profissional alicerçada na experiência e na sua competência que exercem grande influência na personalidade do paciente, cuja doença por ter causada a regressão da libido que dificultou não só a exteriorização dos sintomas mas, inclusive, a compreensão de sua natureza. O paciente beneficia-se enormemente com o contato pessoal do médico. Recebe dele energia 192 psicológica, ou seja, ao ter tempo suficiente para consulta, conquista-lhe a confiança que é responsável pela cura dos casos que se devem à ansiedade aguda. O paciente recebe também do seu médico a compreensão do seu caso em profundidade, possibilitando de sua parte um maior controle do caso, evitando outras consultas e procedimentos repetitivos devido a falta de controle por parte do paciente, o que só é possível pela informação passada pelo médico, no tempo destinado a consulta que de maneira nenhuma deve ser encurtada para satisfazer as exigências de produtividade, filas extensas, locais inadequados de atendimento, necessidade de deslocamento do médico para outro emprego, dependência burocrática de exames complementares de diagnóstico ou estafa causada pelo trabalho excessivo durante todos os dias da semana até altas horas da noite, com plantões vários para assegurar um mínimo de sobrevivência decente. O médico brasileiro é Imprensado" por todos os lados através de pressões do próprio hospital, pelo ambiente de trabalho, pela mídia, pelo procedimento médico mal remunerado e pelo salário irrisório, que são distorções causadas primariamente pelo famigerado Estado Mecanicista. Galeno já dizia: "uma vontade poderosa poderá obter sucesso em um caso no qual a hesitação e a dúvida descambaram em fracassos". 193 Mas, como o médico brasileiro pode possuir vontade forte se é esmagado por um modelo opressor de assistência médica, centrado no hospital e não nele, que lhe paga mal, que lhe "marionetiza", que lhe desqualifica, que lhe despersonaliza, que lhe faz perambular de emprego em emprego, sujeito a toda sorte de incompreensão, ele que é profissional do maior nível em seu ambiente de trabalho, exigindo para seu treinamento a maior carga horária em relação a outras profissões, ficando por isso mesmo ilhado num "oceano" de disparates causados pela formação intelectual precária e a falta de educação da grande maioria dos executivos e autoridades administrativas e políticas. A substituição do médico como agente diagnóstico e terapêutico pelo hospital e pelo equipamento, nos casos desnecessários, resulta da ignorância das elites do Poder e da tecnocracia, responsáveis pela parafernália do Estado Mecanicista. Tudo isso tem acarretado uma calamidade maior do que a que ocorre em muitas guerras no Oriente Médio, e que passam desapercebidas por serem diluídas na irracionalidade em que se transformou o país, sendo escondida da sociedade pela hermetismo da nomenclatura médica que não permite acesso à compreensão do leigo. O médico deverá inclusive, ao lado do nome comercial do medicamento escrever o nome do princípio terapêutico com suas respectivas dosagens e posologia, a fim de que o paciente tenha a liberdade de usar as leis de mercado. 194 Voltando ao caso da catarse, ou seja, "equilíbrio bioenergético" entre o médico e o paciente, desejamos esclarecer que o distúrbio serotonínico (impedimento da condução do potencial de ação - estímulo nervoso ou energia), a nível de dendritos e axônios (sinapse, neurônio), componente celular do tecido encefálico (cérebro), é responsável como se diz "poeticamente" em psiquiatria pelo "...mundo da poesia das sinapses nervosas", segundo o Dr. A. Vandick Andrade Ponte. Portanto, as afeções cujas causas estão relacionadas ao distúrbio do sentimento (timopatia) vem sendo geradas pelo Estado Mecanicista. Verifica-se, assim, o elevado consumo de psicotrópicos, (ansiolíticos e antidepressivos), por nossa população, na tentativa de compensação do tônus psíquico diminuído pelo referido distúrbio, com repercussões no humor e no ânimo necessários à atividade econômica e social. A ansiedade crônica causada pelo distúrbio serotonínico através da psicossomática gera uma enormidade de sintomas e de doenças catalogadas e estudadas pelo capítulo da medicina psicossomática. A ansiedade aguda pode causar os picos hipertensivos responsáveis por grande incidência de cefaléias. A ansiedade abordada nos templos religiosos e nos demais locais de aconselhamento místico é absorvida pelos rituais ou pelas preces em grupo substituindo a catarse da relação médico/paciente. 195 O acompanhamento por parte do médico é necessário até para levar a bom termo uma ansiedade causada por anemia "ferropriva". Esta, continuará determinando a desnutrição do organismo por falta do suprimento férrico necessário ao seu tratamento. No caso da eliminação da ansiedade pelo ritual religioso a anemia causadora da mesma continuará comprometendo os órgãos e aparelhos orgânicos pela falta de tratamento adequado, ou seja, a reposição do ferro. Portanto, é importante ter em mente que ao contrário do que a população pensa, ser a doença causada no organismo pela anatomia, fisiologia, metabolismo, imunologia (alterados), comportamento inadequado do indivíduo em relação aos fatores externos (ambientais), na verdade, queremos dizer que a falta de liquidez influi de modo poderoso no surgimento desse tipo de doença. Já vai longe o tempo em que a necropsia era o único recurso para a compreensão da patologia do indivíduo. A influência do fator econômico na alteração da homeostase (processo que mantém as atividades do organismo em uma faixa de variação compatível com a vida em relação a mudanças dos meios interno e externo), é tão relevante e imediata que basta um 196 correntista tomar conhecimento de que sua conta bancária está em saldo negativo, quando ele pensava ao contrário, para ele ter a aceleração dos batimentos cardíacos, um vaso-espasmo generalizado da microcirculação, palidez devido emigração das hemácias para o interior do organismo, respondendo a uma fração mínima de adrenalina que as glândulas renais jogam na circulação sangüínea na ocasião do "conhecimento" da informação citada. Tal vaso-espasmo se for em maior quantidade e ao nível das artérias coronárias, (que irriga de sangue arterial o músculo cardíaco), pode causar o enfarto fulminante nos casos em que se somam o fator hereditário, o descontrole das taxas de colesterol e triglicérides e o uso demasiado de cigarro, cuja freqüência/dia é aumentada na situação de stress. O vaso-espasmo pode determinar inclusive a elevação da pressão arterial sistólica e diastólica, que além de poder desencadear o enfarto do miocárdio em paciente com as condições daquele aludido no parágrafo anterior, pode acarretar, também, o acidente vascular cerebral hemorrágico, afeção grave de tratamento caro em unidades UTI, inacessível à grande maioria da população. Portanto, falar-se de uma patologia política causada pelo Estado Mecanicista não é, ao nosso ver, um exagero. No exato momento em que escrevo estas linhas posso dizer com certeza que qualquer brasileiro que for acometido da citada afecção e não dispor de plano de saúde privado ou de outro "bancado" pelas diversas 197 caixas de assistências estatais, ficará ao desamparo da assistência médica oficial vindo a ocorrer o êxito letal (a morte do indivíduo considerado). Assim, se levarmos em consideração que o Estado Mercanicista de modelo econômico técnico-burocrático, cujo metabolismo é conseqüente à circulação monetária indevida e insuficiente, e ainda, à obediência a políticas exclusivamente "econometristas" e monetaristas que produziram o "econometrismo" e o monetarismo, impiedosos e malsãos, causando e elevando o stress de maneira crônica e espasmódica pelos famigerados planos de estabilização da moeda, recessivos e burocráticos, a que somos obrigados a aceitá-los, e que nos foram impostos gerando um enorme genocídio sem par na história dos povos, maior do que as calamidades causadas pela peste negra na Europa, do que a Segunda Grande Guerra e o Conflito interminável do Oriente Médio. A favor desta tese podemos citar o equilíbrio entre nascimentos e óbitos, ou seja, a estabilidade da taxa demográfica atual, mesmo diante de políticas de controle de natalidade e de planejamento familiar públicas e religiosas, insuficientes e inconseqüentes. Podemos observar claramente, mesmo sem querermos nos dar ao trabalho da consulta aos índices de saúde, de mortalidade e de criminalidade, que atestam de maneira insofismável e matemática a veracidade da tese, o crescimento espantoso do número de redes farmacêuticas - (farmácias) - e da quantidade 198 alarmante de empresas funerárias encontradas em todas as localidades do território brasileiro. O faturamento da indústria farmacêutica, quase totalmente em mãos do capital internacional, cresce de maneira assustadora assegurando enormes transferências de recursos do país que em última análise decorre da espoliação tributária, bancária, lotérica e de enormes desvios de recursos no espaço técnicoburocrático gerador do "metabolismo" do Estado Mecanicista incompatível com a homeostase da pátria e da nação, compreendidas "tridimensionalmente" como já vimos anteriormente. O consumo exagerado e institucionalizado de psicotrópicos no país, decorrente do elemento existencial fragmentado pela força caótica do Estado Mecanicista torna a multinacional do psicotrópico como o maior agente parasitário do país, da nação e da pátria, devido ao fato de manter o psiquismo brasileiro dependente químico da ingestão dos fármacos citados que englobam a vontade e a afetividade homem nacional, num feedback parasitário que controla, explora e internacionaliza as suas subjetividades, e ainda, drena para o meio internacional uma vultuosa ou mesmo astronômica soma de recursos contribuindo desse modo para a manutenção ou perpetuação do Estado autofágico ou Estado terminal desse Estado Mecanicista, que ao morrer teve tempo de sobra para acabar com a nação e a pátria, tidas neste ensaio como o espírito da terra, ou a alma do lugar. 199 O leitor através da reflexão e meditação com base na teoria proposta, compreenderá que o Estado Mecanicista montado e instituído pelos técnicos submissos ao aspecto focal da sua própria compreensão técnica, que funciona como colunas montadas de modo espaçado entre tecidos de realidade constituída por doutrinas de hegemonias externas obedecem a planilhas criteriosas estabelecidas subliminarmente pelos mestres da economia e da administração muitas vezes detentores de prémios "nóbeis" e absorvidos pela profundidade do trabalho científico, perdem o contato com a realidade global e superficial, e deixam de pensar politicamente, devido ao fato de a ciência estar dividida até o infinito, como ousou afirmar cientista, antropólogo, paleontólogo, filósofo e teólogo, da dimensão do Padre Teilhard de Chardin. A ausência de visão integrada, ou holística, (como diriam os esotéricos, estudiosos das ciências ocultas), gera distorções na intimidade do tecido social, lugar de encontro das diferentes partículas anabólicas e catabólicas, "endo e extra-celular", (municípios, distritos, povoações, etc.), sede do substrato bio-psíquico e econômico da realidade havida e compreendida como "metabolismo" econômico por este ensaio. 200 DECIMO CAPÍTULO 201 202 NA EDUCACAO 203 204 205 206 NA EDUCAÇÃO Dentro da análise e da síntese necessárias à compreensão do Estado e de suas relações com a nação e a pátria, propiciadas neste ensaio pelo modelo proposto da teoria do Estado Mecanicista, a educação surge na opinião unânime dos diversos segmentos da Sociedade como expediente salvador e libertador, e que, a sua não generalização por parte do Estado, apesar das promessas por ocasião das campanhas eleitorais seriam estratégias dos governos para perpetuação das oligarquias. Com base na teoria do Estado Mecanicista a educação convencional terá que passar por urgentes, profundas e alargadas mudanças. A educação da maneira como está posta no mundo e, de modo mais deteriorado no Brasil, além de pecar por sua superficialidade, impede a grande maioria dos corpos discente e docente de verem a realidade integrada, ou seja, dentro da razão pura e da razão prática. A realidade é mágica. É composta, portanto, do segmento racional e do segmento emocional como já sabiam os místicos do Oriente, particularmente, aqueles que eram iniciados nas ciências ocultas. O livro "A 207 Consciência Emocional", editado recentemente, revoluciona a psicologia tirando-a do conceito exclusivo dos testes de Ql. Dentro dessa perspectiva, os vestibulares e os testes objetivos adaptados para computador, além de impedirem a percepção da inteligência emocional, a mais subjetiva, ou seja, a mais profunda e substancial, e ainda, relacionada com o comportamento e vocação, dificultam a correta avaliação intelectual do alunado devido ao fato de que as limitadas opções nos quesitos constantes das provas não permitem a exteriorização do conhecimento daqueles mais capazes, porquanto, o avaliado sendo portador de elevado conhecimento na área considerada, ou portador de genialidade, pode compreender que a questão do teste em apreço não foi abordada de maneira adequada. Assim, se explica a existência dos atuais economistas que estão alocados no Banco Central. Concluímos desse modo, que o processo de avaliação do alunado está comprometido por ser superficial, eminentemente técnico, exclusivamente objetivo e, portanto, limitado. Querer "amarrar" o infinito subjetivo com todas as suas matizes resultantes da assimilação conhecimento ministrado em 5 ou mais opções por quesito de prova, é impedir tecnicamente a manifestação ou exteriorização da realidade subjetiva, "o dentro das cousas" - o nuos. É 208 desprezar a participação da criatividade, ou seja, da síntese entregando-se à análise total dissipadora da coesão. É a decomposição levada ao mais elevado grau, tendo aí, a causa dos debates vazios que esgotam todos os temas em ambiente universitário, mas não ensejam a participação político-objetiva de resultados. Este fosso entre o conhecimento e a política alargase cada vez mais, distanciando esta daquela compreensão que deve ter sobre as causas contemporâneas das diversas questões que envolvem o Estado e a Sociedade. A classe política impedida de "ver e pensar" o Estado nas suas causas, entrega-se a satisfazer o desejo das bases eleitorais, que por serem incultas, e quem sabe, incautas, não podem perceber as causas do seu próprio problema e reivindicam a solução de questões periféricas e espasmódicas em detrimento da solução da causa geradora dessas questões, que seria a solução definitiva, que é a causa das distorções sociais que mantêm o fisiologismo e clientelismo crônicos, os quais além de serem antieconômicos, perpetuam a educação insuficiente, do ponto de vista da sua qualidade e globalidade. A educação avaliada de maneira indevida volta-se contra si própria, na formação dos seus mestres e administradores que ficam sujeitos aos ventos do modismo e das ideologias concebidas de forma alienígena, divorciadas do nosso meio, explicando a 209 repetência do 1o. grau da escola pública, transformada em restaurante, como se a desnutrição fosse a causa única da dificuldade de concentração e de participação dos alunos nas aulas ministradas naquele segmento. Voltando ao vestibular, somos obrigados a conceituar que se trata em linguagem coloquial ou simples, uma espécie de atestado que o Estado Mecanicista passa da sua própria incapacidade de equacionar e solucionar o problema básico da educação originador de todos os outros problemas do Estado, excluindo-se aqui, o grande problema da falta de poupança interna e a ameaça cada vez maior do capital sem pátria, da liquidez externa por volta dos trilhões de Dólares, que seria suficiente para espoliar e esmagar qualquer país através do recurso altamente antiético da especulação. A educação desenvolvida, orientada e substanciada com o objetivo de reagir ao perigo eminente do capital aético, devido ao fato da peculiaridade do processo educativo poder originar consciência, prudência e knowhow, tecnologias e ideologias nacionais, que em confronto com o capital líquido apátrida tornado estéril diante da estrutura educacional sólida e suas conseqüências positivas na sociologia e na formação da economia estrutural que possibilita a produção desvinculada do "econometrismo", do monetarismo, da burocracia e do "burocracismo". 210 O denominado "provão" pode servir como ilustração do que o Estado Mecanicista foi obrigado a estabelecer como controle exclusivamente externo da calamitosa situação a que chegou a educação universitária no nosso país. E, agora, com o curso de nível secundário. De particular preocupação tem sido a questão do alfabetizado, que apesar de saber as operações básicas matemáticas, e ainda, declamar a leitura de qualquer texto, é incapaz de compreender ou interpretar, quando for o caso, o alvo e o tema da sua leitura. Por exemplo, na Faculdade de Medicina, por ocasião dos exames mensais e finais, sempre ocorreu, pelo menos na minha turma, grande dificuldade para o início da prova face a dificuldade que tinham os acadêmicos de compreender a formulação das questões, o que era demonstrado pelo fato de que logo que o assunto era compreendido, com o auxílio da explicação dos professores, a prova era resolvida em tempo inferior ao tempo usado para que a mesma tivesse o seu início. Isso mostra que a interpretação e compreensão da parte subjetiva da prova, tida como prova de quesitos objetivos, era de difícil captação por parte do alunado habituado pela tradição dos cursos primário e secundário que privilegiam desde o começo da vida curricular o teste objetivo incompetente para avaliar a profundidade do conhecimento e da inteligência, as quais são grandezas de ordem subjetiva. 211 As figuras alegres do "doutor" analfabeto e do "analfabeto" doutor são bastante utilizadas nos ambientes intra e extra-universitários, demonstrando de maneira jocosa a verdade acadêmica que o modelo de interpretação ou a chave da teoria do Estado Mecanicista proposta neste ensaio procura contribuir para a correta decifração do que se passa por detrás do véu do fenômeno atual do descalabro da educação no segmentos alfabetizado, graduado e até pós-graduado. Digno de menção é o fato do acadêmico na sua grande maioria não necessitar da leitura de um livro sequer para a conclusão do semestre letivo, tão somente atendo-se a copiar as aulas ministradas em cadernos com objetivo prático e único de aprovação em exames parciais e finais, "superficializando" o aprendizado, cuja profundidade é necessária à reflexão e ao estudo das diferentes causas primárias dos problemas econômicos, sociais, cívicos e políticos do país. O pragmatismo brasileiro é bastante nutrido pela atitude do parágrafo anterior, podendo surgir, inclusive, dessa vertente, o espírito burguês compreendido aqui como atitude de espírito que peca por sua superficialidade e periferia, quando do ajuizamento ou discernimento na multiplicidade de parâmetros, com suas respectivas variantes que sensibilizam de maneira direta o córtex cerebral, ou seja, a interpretação pela consciência dos fenômenos físicos, sociais, intelectuais, 212 culturais e psicológicos, formadores da realidade objetiva pelo lado interno. O espírito pragmático, (não confundir com o espírito prático), é responsável pelo organicismo, o positivismo impiedoso, o materialismo rebelde e infenso a qualquer tentativa de se explicar a natureza como conseqüência de uma causa anterior, na impossibilidade do que é relativo a criar a si próprio. O pragmático brasileiro é partidário da pena de morte, de julgamentos sumários e de linchamentos físicos e políticos; nutre o mercantilismo, o corporativismo, o burocracismo, o sinecurismo, o fisiologismo, o situacionismo e a política arcaica, e, procura colocar urna "camisa de força" através da realidade periférica institucional, a fim de impedir a eclosão ou exteriorização da realidade subjetiva, através dos seus componentes de idealismo: criatividade e síntese que o espirito opera com os elementos do presente para tecer e compor o futuro, trazendo a mudança, o progresso, a evolução da política e da ciência, que de maneira geral estão conectadas à subjetividade da realidade, impedindo que as conquistas materiais se dêem segundo a Verdade, a Justiça e o Mérito. A educação não pode deixar de incluir faixas populacionais e nem ser manipulada para impedir o espírito crítico através da superficialidade causada pelo 213 objetivismo e tecnicismo das avaliações atuais do alunado e nem servir para mitificar portadores de "ultras" especialidades em áreas de compreensão hermética a que submetem a sociedade e o país a imenso controle como no caso da economia burocratizada que invalidou a conquista democrática. O pragmatismo, filho do espírito burguês, responde pelo autoritarismo das instituições brasileiras que urgem pela democratização, como diriam os partidários da política democrática, a qual é impossível de ser construída devido ao "corpo estranho" do Estado Mecanicista que arrecada "informatizadamente" e que distribui burocratizada, injusta e "desfocalizadamente", perpetuando a ditadura econômica cruel, incapaz de ser resolvida por escapar à visão do político submisso tanto por falta de qualificação técnica quanto ao que diz respeito ao que se dá no espaço técnico-burocrático, hipertrofiado pelo tecnicismo, monetarismo assemelhando-se a uma crescimento autônomo. e neoplasia burocracismo, maligna de Uma ilustração com base na nossa história recente se faz necessária como exemplo e maior compreensão do nosso ensaio, o que ocorre no interior do espaço técnicoburocrático do Estado Mecanicista. O "falecido" BNH, que teve de ser extinto pelos próprios tecnocratas que o criaram, por ocasião da sua extinção em uma das tentativas "heróicas", inusitadas e 214 fracassadas da redução do déficit público, erigido e compreendido pelos tecnocratas como sendo a causa principal da inflação, por desconhecerem a inflação metabólica mencionada na teoria do Estado Mecanicista, objeto deste ensaio, pode ser citado como um exemplo de uma "neoplasia maligna-econômica" localizada e referida no parágrafo anterior. A inflação "metabólica", inédita e conceituada neste ensaio como o eixo central da teoria do Estado Mecancista, por ser a causa etiológica (primeira) da inflação brasileira, necessitou da elaboração do atual Plano Real para o seu "represamento" ou contenção externa, haja vista que a compreensão por demais "hiper e ultra" especializada dos técnicos impede o entendimento do conjuntural. Voltando ao exemplo do BNH e estudando-se a sua atuação na economia brasileira com base na equação mencionada no capítulo 1 do presente ensaio, que relaciona o valor dos bens de consumo, (Vbc), com a quantidade de dinheiro em circulação, (Qdc) e a velocidade média de circulação da moeda, (VmCm), podemos constatar, então, que o aumento do quociente representado por Q dc _______________ V mcm 215 se deu pelo aumento do numerador, (Qdc)- Portanto, esse aumento no numerador foi o grande responsável na época do BNH pela retroalimentação da inflação devida a enormidade de recursos provenientes do FGTS, os quais eram corrigidos monetariamente mês a mês, originando a grandiosa fonte de recursos que triplicou as edificações na maioria das grandes cidades brasileiras. Ora, a nossa "Praia do Futuro", (em Fortaleza/CE), totalmente desabitada e servindo para casais que buscavam tão somente o sexo informal, se deveu a sua existência como bairro elegante e praiano, face a correção monetária do BNH, assemelhando-se às praias de Boa Viagem, (Recife), e de Copacabana, (Rio), que levaram quase meio século para serem edificadas e urbanizadas. Os técnicos que às cegas, isto é, devido à sua visão focal ("ultra" especializada), procuravam combater a inflação pelo método das tentativas, finalmente compreenderam que o "câncer" do BNH funcionava na economia brasileira como uma neoplasia de crescimento autônomo que parasitava a economia nacional e ia morrer em seguida, pois, se nutria dos elementos vitais da mesma, ou seja, trazendo para o Estado Mecanicista a moeda vitalizadora que não pode ser encistada por desfigurar a grande, média e pequena "microcirculação" ao nível de município e distrito, ou seja, as "células" econômicas do país. 216 Sem a Educação integrada nas suas diversas vertentes e descompromissada de pedagogos alienígenas, e sim, com aquilo que foi prescrito pelos verdadeir os e estudiosos pátrios da Educação, como Lauro de Oliveira Lima, Anísio Teixeira, etc, cuja contribuição foi soterrada pelo modelo tecnicista e "tecnicida" simplório ao qual o político fisiologista, despreparado e incapaz de compreender, assiste, por cons eguinte, perplexo e alheiamente, o "Apocalipse" da Educação Brasileira nas poltronas e tapetes de larga espessura do Congresso Nacional, sem se dar conta de que o seu dedo no painel eletrônico do Poder Legislativo, poderia reverter de forma inexorável a ca lamitosa situação da Educação Nacional, que contribuiu também para o autoritarismo das instituições, a manutenção do pragmatismo e a democracia instituída apenas no espaço "extra" instituição, que mesmo assim, é limitada pela política oficial por ocasião dos movimentos reivindicatórios, pelo "jugo" governamental que exclui os segmentos populares. A educação nos moldes em que foi e se mantém posta, é o maior fator de manutenção do status quo indevido e descabido da economia e da política do establishment atual, servindo para amestrar a sociedade. Está totalmente desvinculada da moral e da cívica. É gritante o exemplo que ocorre nos colégios particulares 217 com uma "roleta" de ônibus colocada no acesso de entrada desses estabelecimentos de ensino para evitar a e ntrada dos alunos inadimplentes, como se a educação fosse mercadoria e como se a inadimplência no Estado Mecanicista pudesse ser atribuída exclusivamente pela falta de cumprimento do acordo contratual do pai do aluno com a direção da escola considerada, quando na realidade, o seu maior percentual se deve à espoliação da sociedade pelo Estado Mecanicista, que por si só, se inviabilizou também por falta de compreensão e resolução interna, gerando a falta de unidade e de identidade, ou seja, a ausência de a/ma e de espírito do lugar, do país, da pátria, da nação, indispensáveis à reflexão, diagnóstico de si próprio, sem os quais não é possível qualquer terapêutica ou tratamento. No que tange ao salário do professor o Estado Mecanicista através do seu metabolismo "tecnicida" ilhou o professor com uma parafernália administrativa e técnico-burocrática cara que, somada à redução do crescimento do PIB, explica a diminuição dos recursos destinados à educação como um todo, priorizando o televisor e o computador no que diz respeito aos referidos recursos, porque "a máquina pára imediatamente quando não é satisfeita a sua manutenção técnica", o que não ocorre com o recurso humano do tipo professor, que foi obrigado a atividades paralelas em detrimento da qualidade do seu ensino, e que se mantém "professor por vocação e profissionalização". 218 DECIMO PRIMEIRO CAPÍTULO 219 220 NA SEGURANÇA 221 222 223 224 NA SEGURANÇA A área ou aparelho do organismo estatal com função de dar segurança ao cidadão não deixou, também, de ser comprometida pela série de decisões eminentemente técnicas que deram origem ao metabolismo catabólico do Estado Mecanicista que originou o Estado Autofágico. As Polícias Civil e Militar passaram a ser vistas como aparelhos meramente repressivos, totalmente divorciados da função constitucional que preceitua a defesa do cidadão e da cidadania entregando-se, por imposição das autoridades e de seus estatutos, a reprimir com violência os diversos conflitos individuais, sociais e marginais de elevadíssima incidência, que é explicada pelo catabolismo do tecido social impossibilitado de participar economicamente pela falta de fluxo monetário no distrito e no município. A ausência de fluxo monetário é particularmente sentida no interior das residências, onde mora o cidadão e a sua família, que ao contribuir (e/ou seus familiares contribuírem) com os impostos, deveria (e/ou seus familiares deveriam) ter o retorno monetário sob a forma do engajamento econômico de todos os que contribuem, possibilitando-lhes poupança 225 que propiciariam o desenvolvimento e a expansão econômica de todos, tirando-os das submissões da política e da burocracia determinadas pela "prefeiturização" e "empreiteirização" da moeda que perpetua o clientelismo e o fisiologismo. A política monetária que coloca o fluxo monetário no espaço "extra" familiar exclusivamente contribui desse modo para a não coesão do grupo familiar sujeito apenas ao componente religioso e à tradição insuficientes por si só para manterem sua coesão, contribuindo assim para os delitos passionais e irracionais, "intra e extra" familiar, servindo de material abundante para a marginalidade elevada e assustadora do Estado Brasileiro, hoje, organizada e sofisticada, cobrindo uma elevada gama de especialidades, ou sejam, arrombamentos, estupros, assaltos, tráfico de drogas, sequestros, etc. Antes da estruturação do Estado Mecanicista a marginalidade quase que exclusivamente era composta no Brasil pela figura do arrombador clássico que, em trajes menores, e untado de óleo no corpo inteiro, destelhava as casas residenciais durante a madrugada, escapando devido à falta de atrito causada pelo lubrificante, personagem atualmente extinto. A economia formal controlada até o infinito pela tecnocracia acadêmica e agravada pela enorme regulamentação e "burocratização", como é público e notório, não permite pela sua enorme taxação fiscal a 226 inclusão de faixa expressiva da população marginalizada do processo econômico, pelo seu enfoque acadêmico baseado nas teorias sócio-econômicas de natureza externa, desconhecedoras que são da realidade potencial e econômica do Brasil, por desconhecer o seu substrato econômico constituído por sua psicologia, antropologia e sociologia. Com relação à sobrevivência nas condições da economia artificial e burocrática do país, como em qualquer outro lugar, existe necessariamente a prevalência do estômago em relação à ética impossível de se praticar numa ditadura econômica. Isso se explica pela elevada marginalização de nossa população, aumentando a níveis insuportáveis a criminalidade e deixando-a totalmente fora do controle das polícias e de outros mecanismos de controle do Estado que se quedam insuficientes, incompetentes e mal focalizados com relação à especificidade da criminalidade brasileira e, ainda, inadequados para condutas de segurança preventiva. A insuficiência dos mecanismos de controle e de prevenção na área da Segurança se deve à militarização da Polícia Militar, ao desaparelhamento da Polícia Civil, métodos arcaicos de investigação, regimento interno da polícia que privilegia as questões políticas e patrimoniais, o despreparo moral, cívico e humanístico de seus pares, frutos da longa noite de implantação, estruturação e manutenção do Estado Mecanicista. Portanto, combate 227 os efeitos, os conflitos sociais, marginais e políticos, sem um prévio conhecimento de suas causas, com base em regimento "militarizado", o que explicam o radicalismo e os excessos sobejamente denunciados pelas associações não governamentais, partidos políticos e cidadãos, como se a Sociedade estivesse em estado de guerra. Por outro lado, a criminalidade praticada por elementos pertencentes à própria comunidade, (cidadão comum), é por demais elevada e denunciada pelos meios de comunicação de massas, que já produziu na população uma grande e patológica desconfiança dos aparelhos policiais. Resulta da insuficiência de recursos orçamentários destinados à Segurança, devido ao fato do Estado Mecanicista que dá a impressão de ser "todo poderoso" pela arrecadação informatizada e capitalização forçada pela burocracia na sua luta crônica de combate ao déficit público ao longo de mais de duas décadas e que se viu diante de monumental impasse pela absoluta falta de recursos, devido à inibição do crescimento do PIB, que diminuiu a arrecadação fiscal e produziu os endividamentos interno e externo de forma galopante, resultante do mesmo déficit, e do desequilíbrio do balanço de pagamentos que originou o enorme pagamento de juros e parcelamento do "principal" nos referidos endividamentos, em descompasso com o aumento da demografia e o elevado crescimento da criminalidade face ao Estado Autofágico, resultante da falta de investimentos devido aos planos de estabilização recessivos e burocráticos. 228 A autólise (destruição interna causada por si próprio), ocorrida em elevada escala dentro do organismo policial, decorre da impraticabilidade do exercício de suas insalubres funções, com salários defasados, reciclagens inexistentes ou postergadas, prerrogativas inexistentes para a função policial, que não credenciam as aludidas instituições para o combate, a "guerra urbana" já estabelecida, que por incapacidade das lideranças inautênticas e exclusivamente formadas pela mídia, não foi ainda canalizada para um projeto de poder, com exceção do recente movimento dos "sem terra", cujos líderes se nutriram, inicialmente, pela ideologia fornecida pela doutrina pastoral da igreja (Igreja Católica). Dentro deste quadro, somos obrigados a concluir que a hierarquia predominantemente ocorrida na Polícia Militar é insuficiente para manter a instituição em compatibilidade com o bom senso, a moral e a cívica de suas importantes funções, por lhe faltar o básico salarial, o assistencial e o existencial, chegando mesmo a falta da educação e da moradia do policial, que como qualquer cidadão no Brasil, além de sofrer as mesmas carências daquele, é obrigado pela profissionalização e investidura de suas funções, a se manter numa atitude irônica semelhante à do palhaço de que trata a poesia de Padre Antônio Tomás, que era obrigado a fazer rir, no picadeiro, a platéia do circo tendo deixado em casa a esposa enferma e a filha única à beira da morte. 229 A teoria do Estado Mecanicista como modelo para explicar a autólise do aparelho policial não deixa de englobar a questão carcerária, cuja população atesta e comprova a inexistência de segurança preventiva e a exaustão do aparelho policial, em relação às condições estruturais e salariais precárias em confronto com a elevadíssima demanda do delito no Brasil, causado pela economia artificial, acadêmica e burocrática do Estado Mecanicista. No que tange à ressocialização do ex-presidiário, trabalho quase impossível por parte das pessoas que se interessam pela questão devido ao fato das condições sociais, políticas e econômicas oriundas do Estado Mecanicista neutralizarem o trabalho realizado pelo fato do Estado Mecanicista produzir no ex-detento a impossibilidade de não delinquir, que se agravará progressivamente até que os diferentes partidos de posse de um instrumento de diagnóstico e terapêutica revertam através de leis engajadas na realidade prática as condições sociais e econômicas que neutralizariam as barreiras da ressocialização, integrando definitivamente o ex-carcerário no segmento da economia produtiva. Hoje, o cidadão vive "ilhado e, consequentemente, preso em residências ou condomínios cercados de grades a par de uma segurança particular cara" - (segurança eletrônica), o que faz diferir dos presídios apenas pelo conforto. E ainda, são impedidos até de 230 esperar a abertura do sinal luminoso de trânsito, (sinal verde), em locais desertos ou em horas de "rush", pelo temor de serem assaltados. Os casos de arrombamento e estupro que a crônica policial alardeia cada vez mais e que no entanto até hoje não foram submetidos à tratamento adequado pelo fato do Estado Mecanicista insistir em não ver a causa etiológica (causa primeira) e não destinar os recursos para enfoque preventivo pela falta dos mesmos que se dissipam no "buraco negro" dos endividamentos interno e externo. A compressão econômica determinada pelo Estado Mecanicista formador da força "centrípeta" - (entendase "caótica"), que "desconecta" internamente a estrutura da instituição militar, terminará por impedir a organização policial da prática preventiva tornando repressivo hipertrofiado devido ao enorme contingente de casos que escapam ao controle social, por parte de instituições públicas e privadas, a não ser que ocorra um intenso debate nacional com a finalidade de esgotar a democracia. Tal democracia é hoje conduzida pela "democracia política" que o Brasil conseguiu mas que é repleta de "ilhas e arquipélagos" autoritários constituídos das instituições governamentais que ainda não passaram pelo processo democrático, dependendo, portanto, do Estado Autoritário que é decorrente da atual lei eleitoral privilegiadora de grupos oligárquicos que através dos partidos políticos -(feudos de poder) - sem 231 nenhum controle social obrigam o povo a votar nos candidatos da "prateleira" eleitoral por eles apresentados, totalmente divorciados das questões populares, porém, compromissados com os grupos de interesses econômicos estabelecidos pelo conservadorismo através do "patrimonialismo" que se perpetuou dentro do direito de família. Hoje vivemos em clima de verdadeiro caos no que tange à questão da Segurança. A imprensa faiada, televisiva e escrita, nas seções correspondentes à área policial, estampa um imenso leque de casos que não é difícil através de simples análises enxergar a origem social dos mesmos em sua grande e avassaladora maioria. Percebe-se aí, que a base econômica do país, totalmente inviabilizada pelo Estado Mecanicista que desconhece a nossa especificidade sociológica, cultural e antropológica já relatadas anteriormente, fornece matéria "matéria prima" abundante para a criminalidade formada na marginalidade econômica das economias formal e informal (de pequeno patamar), em relação às exigências demográficas do país. O clamor da Sociedade, claramente observado na participação radiofônica, apresenta estatísticas elevadas favorável à adoção da pena de morte pelo temor de que é portadora a população constantemente constrangida e atingida por marginais de toda a espécie, impedindo-a 232 das realizações próprias da civilização, ou seja, ida ao trabalho, ida às compras, ou mesmo, a participação de lazer a que tem direito, na compensação da atividade de que lhe é própria, acrescida da espoliação desenvolvida pelo Estado Mecanicista que piorou até as últimas conseqüências a qualidade de vida. As escolas da rede pública são constantemente assediadas por assaltantes drogados e arrombadores chegando mesmo a causarem pânico em seus corpos discente e docente, respectivamente atingidos pela desnutrição crônica e os baixos salários "vilipendiadores". Os bairros e mesmo o centro das cidades são repletos de marginais de toda ordem onde é comum, nas principais praças das cidades, encontrarmos crianças cheirando cola de sapateiro estarrecendo o público com seus corpos magros e suas roupas esfarrapadas. As Comissões de Direitos Humanos têm recebido por parte da população, de um modo geral, exacerbadas críticas mesmo diante de esclarecimentos, tais como, o de que um Estado que não tem competência para instituir e manter a vida através da educação, da segurança, da saúde, da habitação, do judiciário, com base em uma lei justa que não privilegia ninguém, não pode ter competência para promover ou gerenciar a "morte" através da pena capital. 233 A elevada incidência da criminalidade no Brasil chegou ao ponto de tornar o crime tão banal que os programas de rádio e de televisão que focalizam o setor policial são vistos nas estatísticas dos famosos institutos de pesquisas, do tipo Ibope, Datafolha, etc, como os de maior audiência orientando inclusive as emissoras a dar preferência salarial aos profissionais que atuam no setor em relação a outros que dedicaram suas vidas às questões da ciência, da arte e da cultura. A mentalidade curiosa por questões policiais oriunda do medo e do sensacionalismo policial veiculado pela imprensa tem sido responsável pelo patrocínio aos referidos programas, porquanto, os patrocinadores sabedores que são que os seus produtos anunciados nos citados programas terão um público grande, assegurando assim o retorno ampliado dos recursos destinados à veiculação da propaganda dos mesmos. Portanto, os parcos recursos que sobram ao Estado Mecanicista devido a inviabilidade da economia acadêmica, que prejudicam a Pátria e a Nação, tendo em vista a "camisa de força" do monetarismo exclusivo e do enfoque burocrático total nas razões expostas resulta insuficiente, porque pretendem ingenuamente conter, e não resolver, o problema econômico, que ao nosso ver está escapando deliberadamente ou ingenuamente na compressão da realidade nacional que por sua vez comprime o setor representado pelas autoridades da área de segurança ou dos congressistas, impedindo a ambos de ver a abaixo da linha demarcatóría que separa o sensível do inteligível. 234 É fácil compreender, portanto, que em última análise, ou seja, dissecando a realidade da segurança até ao ponto em que se forma a criminalidade que encontra material profuso e abundante na "autólise" econômica municipal citada anteriormente, que impede o relacionamento econômico sem o qual não pode acontecer o processo civilizador que se baseia exclusivamente na conscientização, prende "libertariamente" o indivíduo pelo "lado de dentro", ou seja, na esfera subjetiva da personalidade tornando desnecessária a intimidação da autoridade seja eia clerical, policial, oficial ou mística. O Estado Mecanicista impede pelo tecnicismo extremado a abordagem profunda da realidade pelo prisma da semiologia sem a qual não é possível perceber-se além da linha que separa a realidade sensível da realidade inteligível mencionada em parágrafo anterior. 235 236 DECIMO SEGUNDO CAPÍTULO 237 238 NA PREVIDENCIA 239 240 241 242 NA PREVIDÊNCIA A Previdência e o funcionalismo público têm sido encarados pelas autoridades monetárias e administrativas, como sendo em nosso país os dois maiores vilões dos gastos governamentais. Tais segmentos têm sido objeto de cortes significativos devido à diminuição da arrecadação pelo fato do Estado estar endividado e "freado" no que diz respeito à sua vitalidade econômica, e não como causa do déficit público. É fácil compreender que um Estado endividado além da sua capacidade de pagamento face aos planos de estabilização da economia ao longo de quase três décadas e que culmina agora com o endividamento galopante nos três últimos anos do Plano Real, precisa cortar as "gorduras", como se diz habitualmente, para que o mesmo possa dispor de uma margem de liquidez a fim de poder honrar os compromissos com o resgate dos títulos da dívida pública e com o pagamento das parcelas do "principal" da dívida externa e o "spread" e juros de médios e curtos prazos, frutos da concepção financeira "dependente" dos economistas oficiais que "rezam" na cartilha dos mestres ou prêmios "nóbeis" da economia internacional, numa perfeita consonância com a idéia de que "no Brasil não existe o grau de 243 conhecimento econômico", porquanto os economistas oficiais receberam formação acadêmica em tratados econômicos que não retratam a nossa realidade. Diante do impasse da falta de liquidez causada pela política econômica montada em bases de liquidez externa, cujos juros variam segundo a oscilação dos choques de demanda de investimentos internacionais e da flutuação das bolsas de valores totalmente integradas na globalização da economia, as autoridades monetárias optaram pelo mais fácil, ou seja, ampliar o corte das mencionadas "gorduras" a um nível que atinge de cheio o direito adquirido dos aposentados, o congelamento dos salarios dos funcionários públicos há mais de 1.000 dias sem a devida reposição de perdas salariais, em torno de 64% em relação à cesta básica, e as perdas de 240% em relação a serviços prestados pelo Estado, tais como: tarifas telefônicas, água e luz, e serviços outros prestados pela iniciativa particular, no caso das mensalidades escolares que atingiram o mesmo patamar. Alegam as autoridades governamentais que os cortes mencionados justificam-se para poder-se alcançar o Estado "mínimo" fora da atividade econômica, decorrendo desta ideologia o acelerado processo de privatização que vivemos atualmente. Segundo essas mesmas autoridades, as empresas estatais rentáveis seriam "gordura", o que é um contrasenso. O que temos a dizer é que as estatais deficitárias se devem ao fato do incompetente gerenciamento e do 244 quadro inchado de funcionários recrutados "politicamente", o que produziriam a sua não rentabilidade. Tais autoridades alegam que a venda das mesmas teria o objetivo de fazer com que o Estado passe a tratar apenas das atividades básicas, ou sejam, habitação, educação, saúde, fiscalização e segurança. Analisando o quadro insustentável levado ao país pela incompetência e imprevidência dos técnicos da área econômica, incapazes de montarem políticas econômicas de médio e longo prazos, por desconhecerem totalmente a arte, o conhecimento e a prática econômica que leva à geração de recursos na economia de resultados que só aos homens de negócios e outros empreendedores é permitido conhecer, incapazes que são pela sua formação totalmente monetária, chegamos à conclusão que tais técnicos escondem a verdade econômica, e arranjam o pretexto acima aludido, para correrem com a privatização e também com os cortes de investimentos e custeio para pagar juros e "principal" dos capitais voláteis, destruindo a economia do Estado por meio de uma política econômica suicida, tendo em vista que o montante dos cortes somado com o dinheiro das privatizações estão longe de diminuir significativamente a dívida como um todo, por não representar nem 1/3 do montante do endividamento levado a efeito pela concepção econômica suicida do Plano Real. O "monecentrismo" em detrimento do "laborcentrismo" é um equívoco, ou seja, uma contradição, porque inibindo o segundo, impede a 245 demanda que, através do consumo, contempla a arrecadação do ICM e IPI, que colaboram no somatório da carga fiscal para "zeragem" do déficit público, que sem a recompensa devida ao trabalho realizado na economia dificulta ou mesmo inibe a arrecadação previdenciária e o consumo, diminuindo a condição vendável que possibilitaria o retorno econômico ao empreendedor ou investidor sob a forma de lucro líquido e certo. O "monecentrismo", enfoque predominante das políticas econômicas montadas pelas autoridades ao longo de quase três décadas, já causou enormes estragos à economia brasileira, pois, podemos dizer sem medo de errar, que é o maior responsável pela década econômica perdida que nos colocou em situação de inferioridade em relação ao crescimento econômico dos chamados "tigres asiáticos", como Taiwan, Coréia, etc, que agora enfrentam gigantescas dificuldades por terem pautado suas políticas econômicas à semelhança do que está fazendo a economia brasileira. É desnecessário dizer que sem empregos, sem salários e sem estatais rentáveis, estamos sujeitos a um crescimento desprezível ou mesmo negativo por falta de mercado interno, por falta de capacidade de competição externa, face ao fato do "custo Brasil" gerado pela carga tributária excessiva e pela falta de produtividade de nossas indústrias incapazes de se modernizarem por ausência de investimentos cujas poupanças se originam da liquidez obtida pelo retorno do dinheiro aplicado em cima do "trabalho", como preconiza o "laborcentrismo". 246 Como se deduz do que foi dito anteriormente, o impasse aludido que gera o "feed-back" compreendido como desemprego, diminuição do consumo, improdutividade, falta de liquidez, falta de retorno, falta de poupança, falta de investimento, etc, é a chamada grande contradição do capitalismo extremado, advogado pelas autoridades monetárias do nosso país, que se caracteriza pelo elevado número de negócios relacionado com loterias, excessiva quantidade de instituições bancárias nacionais, etc. O capitalismo de primeiro grau, ou seja, o socialismo nos moldes como pregavam as antigas lideranças do socialismo real, agora recicladas, avançadas e aprofundadas tanto na psicologia, na sociologia e na política econômica, como também na compreensão da economia moderna resultante da "robótica" e das tecnologias produtivas oriundas da informática, tanto do software como do hardware, supera conforme o manifesto apresentado na última reunião da sua Executiva Nacional, "o próprio Marx quando propõe o novo enfoque econômico através da vertente política que assumiu o compromisso perante a nação de levar a democracia individual e a democracia das instituições, inclusive, as monetárias, até a exaustão, não se afastando assim do sonho socialista, porém, compreendendo que um regime que possibilita as classes trabalhadoras participarem sobre a forma de ações no capital das empresas, não deixa de ser a praxis socialista em harmonia com o capital fora do Estado, mas sujeito à 247 lógica científica, ou seja, o postulado de que os problemas sociais são passíveis de resolução científica." No que tange a Previdência Pública o modelo mais compatível com o "laborcentrismo" seria o da aposentadoria apenas dos inválidos, com pagamento por parte do Estado sem a necessidade do recolhimento "pré-aposentadoria" do previdenciário, portanto, ao nosso ver, única maneira de se fazer justiça com base na atividade a que se entregou o mencionado previdenciário ao longo da sua vida, (no caso da vida do trabalhador). É bom esclarecer que a contribuição previdenciária por parte do trabalhador implica em redução salarial, porquanto o mesmo não pode repassar essa contribuição para o preço de qualquer produto, haja vista que o seu trabalho é o próprio "produto". No caso do empreendedor ou patrão, além de não ocorrer o repasse do que é obrigado a descontar para a Previdência, porque tal importância é totalmente repassada para os preços do produto, então, digamos que ele receberia pela média da sua renda líquida ao longo da sua vida produtiva, e essa importância seria paga também pelo Estado. A injustiça que é cometida ao trabalhador de renda menor, que não pode descontar elevada quantia para uma aposentadoria mais condigna do ponto de vista financeiro, mas que no entanto contribui para o montante usado para pagar aposentadoria do patrão, o qual pode pagar muito ao longo de sua vida produtiva, 248 porque pode repassar tudo para os preços dos produtos elaborados pela empresa. Ora, se o trabalhador pagasse muito teria, então, seu salário drasticamente diminuído, como se conclui com o que foi afirmado anteriormente. Queremos lembrar que os recursos financeiros destinados ao pagamento da aposentadoria do trabalhador e do patrão se originariam de emissão governamental com base em rigoroso estudo demográfico e atuarial, que seria apenas um meio de provisão do melo circulante de maneira natural, ao contrário do que é feito atualmente através de crédito, que por necessitar de pagamento de juros, amplia a inflação. Segundo obra que trata do assunto "aposentadoria" de autoria do Dr. Maurílio Aquino Ribeiro, com o título "APOSENTADORIA, CRIME ADMINISTRATIVO", a questão do aposentado no que toca ao achatamento dos proventos e as dificuldades interpostas pelo Poder Público de papelada exuberante para obtenção do aludido direito, pelo qual se descontou de maneira compulsória o valor exigido é um verdadeiro delito oficial, daí, a felicidade com que o autor denominou seu livro. No que se relaciona ao funcionalismo, há cerca de duas décadas que os mesmos vêm perdendo significativamente o seu poder de compra, ou seja, o seu bem-estar como resultado de uma espoliação levada a efeito pelo Estado Brasileiro, que na tentativa infrutífera de atingir o equilíbrio nas contas públicas pela idéia 249 preconcebida ou mesma impregnada de que o tão alardeado déficit público se deve a salários e custeio, quando o mesmo decorre quase exclusivamente das elevadas taxas de juros e pagamentos de principal e serviços das dívidas externa e interna financiadas pela EMISSÃO DE TÍTULOS da dívida pública e CAPTAÇÃO DE DINHEIRO ESTRANGEIRO, de custo elevado, tudo isso já mencionado anteriormente. Desnecessário se torna fazer o relacionamento entre a diminuição do poder de compra do funcionário e a inibição do crescimento do PIB, que é dependente do consumo e sua relação com o desenvolvimento da economia nacional como um todo. A priorização do mercado externo estabelecida no período compreendido entre os anos de 1982 a 1988, quando as exportações cresceram acentuadamente, gerou um superávit recorde no último ano desse citado período em cerca de 20 bilhões de Dólares. Com isso, dita priorização acarretou uma elevada concentração de renda às custas do mercado externo acrescida com a despreocupação do mercado interno que não necessitava de distribuição de renda, devido ao fato da priorização do superávit acentuado da balança comercial, objetivo da política econômica de então a fim de fazer face ao pagamento da elevadíssima dívida externa, como relata o autor de "O GOVERNO COLLOR E AS PERDAS DOS TRABALHADORES", (Marcos Arruda). No que se relaciona com as privatizações no Governo COLLOR, e agora aceleradas no Governo FHC, 250 porque o Estado Brasileiro conduzido de maneira intempestiva por uma política econômica "transinternacionalizadora" sem levar em conta um estudo sério de nossas especificidades naturais e as decorrentes do corpo estranho do Estado Mecanicista e, ainda, as que resultam dos elementos que se juntaram na formação da nação, e daqueles que através da mídia procuram "anestesiar" o avanço econômico do país, a política atual com base na âncora cambial, na âncora dos juros e na âncora do meio circulante, determinou um grande déficit na balança comercial, que no ano de 1997 a fim de poderem com o dinheiro resultante de suas vendas colaborar para o equilíbrio do balanço de pagamentos, cujo déficit se aproxima no ano que passou, (1997), em torno de 20 bilhões de Dólares. Isso levou de enxurrada, a preço de "nada", numerosas empresas estatais que resultaram do talento, do esforço e do sacrifício do povo brasileiro, ao longo das quase três últimas décadas, mostrando de forma patente em nítida, clara e insofismável demonstração, de que as diferentes políticas econômicas elaboradas pelas autoridades monetárias, resultando mais uma vez na destruição do tecido econômico do Brasil por se assentar em bases falsas para o nosso país. A necessidade das privatizações alegadas pelas autoridades a fim de que o Estado "mínimo" possa se encarregar da educação, da segurança e da saúde, tem um único propósito: o de colaborar no pagamento do formidável endividamento causado pelo Plano Real. Quando escrevo este capítulo, as autoridades monetárias aumentam em dobro os juros bancários para assegurar a "não 251 fuga" do capital volátil e "transnacional" a fim de impedir o ataque especulativo ao Real, o que seria catastrófico para a economia do país, que ainda não foi submetida, segundo essas autoridades, aos reajustes necessários à política econômica decorrente do Plano Real, os quais foram retardados em três anos pelos interesses corporativos do Congresso Nacional e a luta que o Presidente da República teve que travar para que fosse obtido o direito de pleitear a sua própria reeleição. A nosso ver, as privatizações das Estatais que fazem parte da infra-estrutura necessária ao retorno econômico dos investimentos feitos nessa área, são um "protetor" seguro contra a total dependência da economia brasileira dos capitais voláteis usados pelas autoridades monetárias para lastrear o Plano Real, segundo essas autoridades. Consoante o livro "AS CAUSAS DA INFLAÇÃO NO BRASIL", que diz que o Dólar é uma moeda sem lastro, assim o entendi pelo fato de ser impossível uma só nação possuir um excesso de produção de tal ordem que possibilite inundar o planeta e todas as nações ao seu redor, com a sua própria moeda, no caso o Dólar. Portanto, inundar o mundo com Dólares. Deduzimos que esta política econômica é totalmente descabida do ponto de vista do atrelamento da economia brasileira e, consequentemente, a sorte e bem-estar do seu povo, a ataques especulativos internacionais resultantes do nervosismo das principais bolsas de valores, as quais são conseqüência da "aleatoriedade" e da incapacidade desse 252 tipo de investidor, que além de ser de impossível "localização", baseia as suas decisões na sua pouca subjetividade, porque carrega as suas razões de viver fora deles, (parte objetiva da sua realidade), e que é sujeita a enormes variações. Preferiram o "ter" em detrimento do "ser", vivendo, portanto, em uma ansiedade crônica ao sabor dos ventos e das tempestades externas que não estão "conectadas" com o "dentro", eixo central da realidade, de onde partem a segurança, a fé, o desejo, a ética, o planejamento, a organização, a prosperidade e a riqueza. A nosso ver, um país com as dimensões continentais e demográficas do Brasil, levando-se em consideração a ampliação da população economicamente ativa através da educação, profissionalização e elevação do meio circulante, de acordo com as regras da saúde econômica advindas do "laborcentrismo", poderia conceber uma política econômica parecida com a do ex-Presidente Kubitschek, ao optar por investimentos baseados na emissão de moeda e sujeito a um balanço demográfico rigoroso, provendo o meio circulante de forma adequada e não sob a forma de financiamento, através de crédito à agricultura pelo Banco do Brasil, contratando obras públicas para serem realizadas por particulares ou instituições sediadas nos municípios, sem a "prefeiturização" do dinheiro, com a finalidade da "cidadanização" do mesmo, aumentando a renda familiar, contribuindo para a manutenção das famílias, contendo o êxodo rural, desenvolvendo economicamente os municípios, resolvendo de maneira indireta o problema da saúde e da educação, permitindo o custeio das mesmas pelo cidadão, elevando o número de contribuintes, capitalizando o cidadão, a empresa, as prefeituras, e, tirando destas, as 253 enormes responsabilidades sociais. E, ainda, localizando a administração na esfera arrecadadora e administrativa. Tal conduta implicará por certo pela maior perfusão monetária no município e no aumento da poupança individual do munícipe, libertando-o da Prefeitura, do Estado e da Federação, colaborando com estas instituições, formando uma orquestra afinada composta de munícipes, Municípios, Estados e Federação, atuando de maneira harmônica, vitalizando a economia global do país, tirando-o da dependência exclusiva de capitais voláteis, com sensibilidade "uterina", (proveniente das velhinhas viúvas dos grandes capitalistas internacionais), elevando o Brasil à condição de co-partícipe soberano da economia mundial, com a cabeça erguida para poder atuar satisfatoriamente do ponto de vista econômico sem ser amarrado à economias mórbidas que insistem em manipular e brecar o desenvolvimento de outras economias mais propícias a se desenvolverem, atualmente, em razão das suas peculiaridades mais favoráveis no corrente estágio de desenvolvimento econômico do planeta. É preciso, portanto, o total desengajamento da economia tradicional exclusivamente monetária com base em capitais externos e se fazer uso da criatividade em benefício de uma política econômica própria, tendo em vista a nossa realidade fácil de ser concebida em nossa continentalidade, potencialidade, insignificância do PEA e ao fato de ser a 8a. economia do mundo. 254 É preciso a libertação da lavagem cerebral que o acadêmico leva ao se "ultra" especializar em países do primeiro mundo, com destaque para os EUA, que chega ao ponto de não aceitar qualquer saída ou projeto alternativo que não possa ser compreendido pelo lastro teórico internalizado pelo mesmo, no curso da "ultra" especialização feita com estudo de teses econômicas diferentes da nossa realidade que impedem diagnósticos específicos de outras realidades, pela incapacidade que tem o intelectual de se entregar a análise total do modelo em apreço com base num modelo teórico adquirido, aceito e incrustado que só é válido para a compreensão de realidades econômicas não estudadas até agora. Sem a independência monetária, ou seja, a liquidez, não haverá jeito para o Brasil. Tal liquidez não é possível de ser obtida face às políticas econômicas com base em capitais "transnacionais" voláteis oriundos de instituições do tipo: Banco Mundial, FMI, etc, porque trata-se de dinheiro que é preciso ser restituído com juros, ao passo que a política que privilegia um meio circulante nacional cujo fluxo irriga o município, então, teremos uma liquidez proveniente da vitalidade econômica originada daquele. A política precisa, portanto, assumir a responsabilidade de decidir o destino econômico do país. Não pode ficar perplexa e submissa ao pensamento macroeconômico oriundo de um segmento constituído de tecnocratas, de formação exclusivamente acadêmica, os 255 quais são impossibilitados de enxergar o geral e o profundo por conseqüência da atividade acadêmica e profissional "ultra" especializada que afasta o militante do todo, ou seja, do conjuntural, impedindo inclusive o conhecimento do micro, formador do macro. 256 DECIMO TERCEIRO CAPÍTULO 257 258 NO JUDICÍARIO 259 260 261 262 NO JUDICÍARIO O Judiciário, como uma instituição que veio para executar justiça, através da interpretação e aplicação da lei, queda-se diante do Estado Mecanicista de modo inadequado para a sua difícil e elevada função, devido ao fato de que a grande maioria dos delitos ou questões em que se vê obrigado pela sua função precípua a cuidar dos mesmos, resultam em sua grande maioria da enorme confusão estabelecida no país pelos impedimentos burocráticos, tecnicismo impiedoso e ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, acrescida da complicação do culto ao bacharel, culto ao doutor, conforme o autor Dr Wandick Pontes, que impede o convívio dentro da base necessária à continuação do processo que se convencionou chamar "civilização". A civilização se dá e se mantém de maneira engajada, ou seja, em um substrato. Não é questão exclusiva de comportamento humano de conteúdo unipolar na esfera exclusivamente subjetiva. O comportamento humano é um elemento da realidade sócio-biológica que resulta de uma interação subjetiva/objetiva que se mantém e evolui com a cultura, o conhecimento, a arte, a moral, a ética, a religião, a hereditariedade, o inconsciente coletivo, e, a "noosfera" como diria Teilhard de Chardin, impossível de se manter 263 saudável, hígido e eutrófico em um grupo familiar ou social sem a base ou substrato bio-psíquíca social e econômica exigida para o seu misensene (realização). A lei pela sua natureza, formal, normativa, resultante do pacto familiar e social gerado pelos costumes, destina-se a regular, controlar e administrar os conflitos acontecidos no grupo menor - a família, e no grupo maior - a sociedade; mas, atua em uma porção mais periférica da realidade, apenas nos casos que escapam ao controle do próprio. PORTANTO, O BRASIL NÃO É UM CASO EXCLUSIVO DE POLÍCIA E DE JUSTIÇA, MAS TAMBÉM, DE NATUREZA ECONÔMICA E POLÍTICA. Pretendermos que o Judiciário atue dentro da faixa que não lhe compete por natureza, é falta de bom senso. É ver a questão de maneira simplista, pragmática ao extremo ou discernimento inadequado. O leitor a esta altura já deve ter percebido que a base ou substrato de que necessita a civilização para se manter e se desenvolver foi profundamente alterada no Brasil pelo corpo estranho do Estado Mecanicista, que foi constituído pelos técnicos "ultra" especializados na época em que imperou o Movimento de 31 de Março de 1964, com a conivência passiva dos políticos impossibilitados de ver por falta de discernimento face a sua formação científica precária. 264 No período ditatorial a conivência ou omissão dos políticos se devia também ao medo institucional decorrente da inserção do espírito fisiológico, do clientelismo e da incapacidade teórica de interpretação da realidade do Estado tecida pelos técnicos, depreendida no parágrafo anterior. Hoje, a conivência política passiva deve-se ao fato das IDEOLOGIAS sócio-políticas, administrativas e econômicas, ("importadas"), que nutrem a tecnocracia e o estatuto dos partidos brasileiros, que impede por estes o discernimento ou diagnóstico com base na realidade bio-psíquica, social, econômica e política do país. A nossa classe política é por demais simplória e incompetente. Vejamos um exemplo apanhado na realidade atual: vivemos num período de exceção econômica e institucional; por um lado, juros estratosféricos, âncora cambial, âncora do meio circulante, que inviabilizam a economia interna e externa do país, a espera de que sejam votadas no Congresso Nacional as reformas pregadas pelo atual Governo, ao nosso ver, desnecessárias: e pelo outro lado, o Governo atuando exclusivamente através das indigitadas Medidas Provisórias. Não seria inadimplência, indivíduo e a econômica dos lógico que para evitar a desmesurada que além de ameaçar a saúde do das empresas, impede a atividade mesmos, que fosse apresentado por 265 político e votada Medida Provisória que atenuasse os efeitos parausantes na economia dos protestos, execuções, concordatas e falências, excluindo-se os casos que não decorressem da má fé, e sim, do regime de exceção vivido como foi concebido e declarado acima ? Será que o Judiciário constituído por homens de formação universitária, de juristas e eruditos na sua ciência, poderão fazer justiça tendo como instrumento na realização desta, modelos inadequados e elaborados por um Congresso composto na sua grande e esmagadora maioria por indivíduos simplórios, de características fisiologistas ou clientelistas, alguns até se comportando como "decerebrados" ideológicos, ou ainda, carreiristas sem formação teórica que lhes possibilite uma compreensão da realidade singular instalada há mais de duas décadas e, especificamente, a atual do Brasil ? Não é difícil inferirmos que o leitor esclarecido, quando hoje informado pelas redes tendenciosas de rádio e televisão, é capaz de preencher os vazios entre uma e outra informação impregnada de parcialidade, chegando assim a verdade, que foi manipulada com o intuito de formar a opinião favorável aos interesses daqueles a quem o Estado Mecanicista favorece, ou sejam, os "mega" empreiteiros, os "mega" empresários e os "mega" bicheiros, todos sem compromisso quer de ordem social, quer espiritual, 266 usando como instrumento dócil e adequado na manutenção do status quo vigente, drenando dinheiro do espaço técnico-burocrático, através de projetos faraônicos, levando para suas gordas contas bancárias externas, que juntado ao desperdício causado pelo fisiologismo e clientelismo são a causa da falta de liquidez do Brasil. Excluímos, ironicamente, os bicheiros, porque estes estão na informalidade e são os responsáveis pela instituição da agiotagem no Brasil. Ao Judiciário só resta servir de anteparo com a única finalidade de inibir as tensões resultantes de um país com a economia endividada acima da sua capacidade de pagamento. Ficar às voltas, diuturnamente, com pilhas colossais de processos que em última análise resultam por sua grande e avassaladora maioria da compressão da realidade econômica devido ao fato da incrustação do ESTADO MECANICISTA a produzir enormes distorções que culminaram no Estado autofágico, (já tratado em capítulo anterior), que explica a excessiva criminalidade, a insegurança, a estrutura epidemiológica alterada patologicamente pelo Estado. Podemos dizer que existem patologias "politicas e econômicas" causadas pela Política e pela Economia, e, o elevado analfabetismo, a crise universitária, a incidência da droga, o aumento da economia informai e todos os males secundários e terciários que configuram a "atmosfera" ou "clima" hiperfísico do Brasil, que quando é conhecido por estudiosos estrangeiros, (lembro a 267 visita do Presidente Clinton), é interpretado de maneira inadequada quando dizem que os males do Brasil são endêmicos, quando na realidade são sistêmicos e causados pelo Estado Mecanicista de ideologia importada. A corrupção brasileira, fenômeno que pode ser interpretado nas suas maiores proporções, ou seja, deve ser atribuída ao Estado Mecanicista que funciona como um parasita da economia brasileira sendo usado pelo empresariado nacional através de seus lobbies para remover grande quantidade de recursos do espaço técnico-burocrático, foi compreendida pelas autoridades norte-americanas em relatório recente, (encontrado na Internet), como se fosse de natureza endêmica, portanto, um enfoque totalmente inadequado devido aos estudiosos responsáveis pelo citado relatório no processo de avaliação do mesmo, não fazerem uso de instrumento teórico, adequado, que mostraria claramente que se trata de fenômeno sistêmico, e não endêmico, como já vimos anteriormente. A teoria do Estado Mecanicista Brasileiro, (teoria restrita que é exposta neste ensaio nos primeiros capítulos), mostra com clareza que a mencionada corrupção é causa etiológica sistêmica, e não o contrário como pretendem os estudiosos norte-americanos, cujo parecer provocou enorme indignação na opinião pública nacional, a qual foi atribuída por certos setores da imprensa e mesmo por pessoas participantes em programas de rádio, como tremenda hipocrisia por parte da população. 268 No que diz respeito ao Ministério Público, que atualmente vem atuando de maneira precaríssima, haja vista a relação infraestrutura / profissional / demanda dentro do quadro caótico compreendido até agora pela enorme procura na resolução dos conflitos rotulados ou enquadrados na área da cidadania, sob jurisdição de Decons e Procons, que nada mais são que "amortecedores" do impacto social gerado pela insatisfação da sociedade em relação a injustiça da elevadíssima concentração de renda propiciada pelo Estado Mecanicista. Tais "amortecedores" dão a impressão que o Estado preocupa-se com a população e não com a espoliação da mesma como está claramente compreendido no que foi dito até o presente momento, constituindo-se como um dos maiores "blefes" que já se jogou ao povo brasileiro, (Decons ?, Procons ?) Esses conflitos da área de prestação de serviços ou da venda de produtos decorrem em sua grande e avassaladora maioria por causa da enorme pressão que os setores produtivos recebem do Estado Mecanicista, que totalmente inviabilizado economicamente, como já vimos, portanto, atuando parasitariamente pela cobrança de numerosíssimos impostos, encurtam a margem de lucro obrigando ao setor economizar com relação a prestação de serviços na área de recursos humanos especializados, sem o que não é possível levar uma correspondente prestação de serviços a bom termo e a 269 fazer uso de materiais e tecnologias de qualidade inferior no que tange à área da venda de produtos. No instante em que escrevemos o presente parágrafo, verifica-se que um parlamentar do Estado do Ceará, está a propor a favor do Governo Central, mais um tipo de imposto (sobre combustíveis e lubrificantes). No que diz respeito aos aluguéis a questão se complicou muitíssimo nas últimas décadas pela enorme demanda com relação á moradia, agravada por uma demografia em ascensão geométrica e os reduzidos ou mesmo aritméticos investimentos no setor, aliado ao fato da recessão relativa imposta pelo Estado Mecanicista através dos diversos planos de estabilização econômica totalmente recessivos, cuja terapêutica suicida tem sido executada para postergar o seu êxito letal (morte), tendo em vista que o desencontro econômico movido pelo enfoque teórico exclusivo da economia realizada nos laboratórios do Ministério da Fazenda, inviabilizou o Estado nas suas relações econômicas de resultados causando danos na economia externa e interna, fazendo com que o mesmo ao invés de incrementar a economia faça justamente o contrário, ou seja, espoliá-la. O modelo teórico do Estado Mecanicista montado em software financeiro de ideologia "econometrista", parasitária por excelência, hipertrofia-se à medida que visualiza a sua inadequação face ao impasse a que chegou, isto é, não pode elevar mais a carga tributária na expectativa do sonho "superavitário" em relação aos 270 impostos (superávit fiscal). Por sua vez, a parada monetária no interior do espaço técnico-burocrático impedindo a perfusão monetária a nível municipal, certamente paralisará a atividade econômica geradora de impostos; e por outro lado, (lado externo da economia), a âncora cambial que estoura no déficit da balança de pagamentos e a âncora de juros que faz explodir o endividamento. O Judiciário, a nosso ver, dentro do quadro sombrio causado pelo Estado Mecanicista à vitalidade econômica do país e a auto-estima da nação, elementos por demais ligados ao entusiasmo gerador de economia, é uma instituição que sofre grande desgaste de imagem, de função e de auto-estima, devido ao fato de um lado ser obrigado a agir com base em leis inadequadas e ultrapassadas em confronto com a grande consciência jurídica do mesmo, fruto de secular praxe acadêmica, e do outro lado a opinião pública exigente e fiscalizadora, e cada vez mais politizada, e ainda, levada a exaustão psicológica pelo próprio Estado Mecanicista. O Judiciário, portanto, recebe pressão multifacetada, ora por volume ascendente de processos originados de questões que não haveriam razão de existir se houvesse uma condição de economia normal, e, ora face a recursos insuficientes explicados pela razão do Estado pré-ialimentar : as prisões abarrotadas de encarcerados; a estrutura judiciária incapacitada na sua dinâmica por uma lei inadequada do processo civil, no que diz 271 respeito à enorme demanda decorrente do Estado Mecanicista; a grande consciência jurídica da maioria dos seus pares impossibilitados de agir eticamente; e, ironicamente, a estrutura decisória do Judiciário inviabilizou o Estado nas suas relações econômicas de resultados causando danos na economia externa e interna, fazendo com que o mesmo ao invés de incrementar a economia faça justamente o contrário, ou seja, espoliá-la. O modelo teórico do Estado Mecanicista montado em software financeiro de ideologia "econometrista", parasitária por excelência, hipertrofia-se à medida que visualiza a sua inadequação face ao impasse a que chegou, isto é, não pode elevar mais a carga tributária na expectativa do sonho "superavitário" em relação aos impostos (superávit fiscal). Por sua vez, a parada monetária no interior do espaço técnico-burocrático impedindo a perfusão monetária a nível municipal, certamente paralisará a atividade econômica geradora de impostos; e por outro lado, (lado externo da economia), a âncora cambial que estoura no déficit da balança de pagamentos e a âncora de juros que faz explodir o endividamento. O Judiciário, a nosso ver, dentro do quadro sombrio causado pelo Estado Mecanicista à vitalidade econômica do país e a auto-estima da nação, elementos por demais ligados ao entusiasmo gerador de economia, é uma instituição que sofre grande desgaste de imagem, de função e de auto-estima, devido ao fato de um lado 272 ser obrigado a agir com base em leis inadequadas e ultrapassadas em confronto com a grande consciência jurídica do mesmo, fruto de secular praxe acadêmica, e do outro lado a opinião pública exigente e fiscalizadora, e cada vez mais politizada, e ainda, levada a exaustão psicológica pelo próprio Estado Mecanicista. O Judiciário, portanto, recebe pressão multifacetada, ora por volume ascendente de processos originados de questões que não haveriam razão de existir se houvesse uma condição de economia normal, e, ora face a recursos insuficientes explicados pela razão do Estado pré-ialimentar : as prisões abarrotadas de encarcerados; a estrutura judiciária incapacitada na sua dinâmica por uma lei inadequada do processo civil, no que diz respeito à enorme demanda decorrente do Estado Mecanicista; a grande consciência jurídica da maioria dos seus pares impossibilitados de agir eticamente; e, ironicamente, a estrutura decisória do Judiciário queda-se atrelada a interesses de outros poderes (Executivo, Legislativo). O recurso do aumento das custas processuais na tentativa de inibir a demanda judicial, estimulando acordos e negociações entre as partes, tem se mostrado insuficiente para manter o Judiciário em uma faixa de atividade processual compatível com a sua capacidade estrutural, o bom senso, a razão e a "biologia" dos seus membros devido ao fato de que na maioria dos casos ficam sujeitos à compulsão causada pelo Estado Mecanicista, que inviabiliza o bem-estar e piora a 273 qualidade de vida, fazendo com que a luta desesperada pelo alvo do processo represente sua própria redenção, haja vista o fato que a procura pelo bem-estar através do trabalho numa sociedade sem investimentos, pelas razões já apontadas neste ensaio, acarretou a diminuição do número de empregos ou de várias outras atividades, tudo isso aliado ao fato conhecido de todos, que é o da elevada sofisticação das tecnologias baseadas na robótica e na informática. O desconforto elevado e vivido pelos membros do Judiciário já se reflete no anseio que se torna evidente no tempo atual, deixado escapar pela imprensa falada e escrita, em face de "aqui" e "ali" doutos membros manifestarem-se por ocasião de entrevistas, onde se percebe claramente a intenção subliminar e mesmo manifesta de certos membros de participarem de maneira efetiva na vida política por meio de mandato eletivo. Já tivemos o caso de certos membros do Ministério Público, que pleitearam o cargo de "governante" maior de seu município. Até há casos de "sucesso eleitoral' com a conquista de mandato em Assembléia Legislativa, os quais vêm desempenhando suas novas funções com capacidade e proficuidade acima da média dos parlamentares oriundos de outros segmentos. No rádio, observamos a discussão levada a efeito por membros do Ministério Público, que revelando seu grande engajamento em questões de interesse geral, 274 passam "ótima" impressão à população que é acusada de não saber votar, quando na realidade vota mal devido ao fato da "prateleira eleitoral" ser a pior possível. Queremos dizer claramente, que temos uma democracia que funciona "da porta dos Partidos para fora". Quando escrevo estas páginas, a imprensa falada e escrita do meu Estado, (Ceará), põe em destaque o desejo de "prestigiadas" figuras do Poder Judiciário pleitearem o cargo maior da esfera administrativa estadual. O Judiciário como instrumento da Justiça Legal é indispensável ao Estado, que deve se basear na lei e na ordem. Ora, da maneira como se observa o Judiciário na realidade brasileira, ele tem sido usado para manter e perpetuar a injustiça como já depreendemos por ocasião das falências decretadas, protestos e execuções, já tratados anteriormente. No caso da agiotagem desmedida, tornada hipertrofiada pelo privilégio que o Estado Mecanicista oferece às empreiteiras, ao jogo-do-bicho que não paga imposto, às empresas de "factoring" que se beneficiam esplendorosamente da situação pré-falimentar de pessoas físicas e jurídicas, e ainda, pela ineficácia do combate às drogas, cujo dinheiro é "lavado" na agiotagem, o Judiciário tem sido usado para promover a injustiça ao defenderem aqueles que não precisam dele 275 (Judiciário), devido ao fato do aludido privilégio e de comportamento fora dos padrões financeiros de economias saudáveis. No jogo-do-bicho, a elevada liquidez do mesmo decorre do não pagamento de impostos, os quais, certamente, colaborariam para o país poder quase chegar ao almejado e perseguido superávit fiscal. Mas, o que se vê é essa contravenção ser usada largamente na agiotagem, que com o "concurso" da Polícia, torna um homem de negócios com espírito de cidadania a pagar seus impostos, por exemplo, um veículo de grande valor, dado como garantia por um empréstimo de menor valor, impossibilitado de saldar seu compromisso dentro das cláusulas pactuadas devido às distorções econômicas, ou seja, aumentos não previstos de juros e âncora de meio circulante causados pelo Estado Mecanicista. Como vimos, o Judiciário além de suas elevadas funções na execução da Justiça, pelo exemplo em apreço se vê obrigado para defender a "lei", causar a injustiça por causa do Estado Mecanicista que numa das pontas da realidade econômica, produz a necessidade do financiamento para capital de giro e, na outra ponta, impede o resgate. Destarte, o Juiz, pressionado pelo advogado de defesa e ao mesmo tempo pela lei normativa e pragmática por excelência, fica impedido de fazer valer o espírito da questão em detrimento da lógica dessa mesma lei (corporeidade ?). Ora, o espírito da lei 276 de modo nenhum pode estar contido numa regra de direito elaborada por um Congresso eleito por facções poderosas economicamente, que defendem exclusivamente os seus próprios interesses sem qualquer ética, ou mesmo, pela compressão que o Estado Mecanicista exerce por sobre a realidade da economia natural do país, impedindo sua base moral e científica. Sugerimos, portanto, que o juiz jamais se afaste sob qualquer hipótese do espírito da lei, não deixando prevalecer a lógica exclusiva. A nosso ver, o Judiciário é uma das instituições mais atingidas e vilipendiadas nesse desencontro indecoroso, um autêntico "Apocalipse" causado pelo Estado Mecanicista. 277 278 DECIMO QUARTO CAPITULO 279 280 N A POLITICA 281 282 283 284 NA POLÍTICA Na Política, as implicações e distorções geradas pelo Estado Mecanicista podem ser classificadas em "antes" e "após" a democratização do País, a partir do Movimento de 31 de Março de 1964, que frustou e endividou o Brasil, mas que teve tudo para chegar a bom termo não fora a forte matiz de "direita" observada pela fobia ao Comunismo, demonstrada pelas lideranças militares de então, cujos Cursos de Estado-Maior foram realizados nos EUA, os quais ministraram uma doutrina e prática militares radicalmente anticomunista, e a grande estatização da economia empreendida por técnicos que atuavam paripassu nos elevados escalões do Governo Militar. As implicações ocorridas antes da democratização do país se prenderam ao retardamento desta, chamada na época pelo termo "distensão", devido ao fato dos políticos de então não compreenderem o arcabouço técnico-burocrático tecido pelo Poder. Na época, os militares desconfiando dos políticos deram total credibilidade aos técnicos, resultando daí o citado arcabouço. 285 A timidez dos políticos, por não compreenderem a constituição íntima da parafernália técnico-burocrática, era maior do que o medo que os mesmos tinham do autoritarismo do regime denominado de "período de exceção". Foi preciso os próprios militares acenarem com a perspectiva da democracia que deveria vir, inclusive por pressão de potência estrangeira, useira e vezeira, e pública e notoriamente acostumada a se intrometer em assuntos internos de outros países, para que se desse a tão almejada democracia, a qual só veio à luz em função da extraordinária competência e talento político do falecido Presidente que não chegou a tomar posse, TANCREDO NEVES, com a sua famosa tática mineira, na qual se percebia o "cortar da direita e da esquerda para o centro", dando excelente resultado e envolvendo militares desconfiados e políticos incapazes, portanto, sem modelo político para a travessia da "longa noite" do período de transição do regime autoritário para a democracia. Para um observador neutro que se desse ao luxo de pensar um pouco, notaria perfeitamente o interesse das Forças Armadas de entregarem o governo ao segmento civil, mas, no entanto, não encontravam essas lideranças capazes durante aquela confusão reinante, fruto de ódios e frustrações acumuladas. 286 É bom lembrar que não fora a atitude corajosa de famoso político paulista assumindo a postura de competir no colégio eleitoral do seu Estado por conta própria, (PAULO MALUF), contra o banqueiro candidato único, (NAUDO LATEL), em torno do qual os militares queriam um consenso, a chamada "distensão" teria incorporado em seu bojo mais 5 ou 10 anos, tão grande era o clima de pusilanimidade existente na época por parte dos políticos e dos partidos que tinham sido engendrados nos laboratórios do regime autoritário. A incapacidade, a ingenuidade e a "simploriedade" dos Congressistas em relação às questões econômicas relacionadas com a implantação e as distorções do Estado Mecanicista, eram tão grandes e perfeitamente nítidas que conhecido político e economista habilidoso denominado na época como o "czar da economia", (DELFIM NETO), o qual tinha a coragem de ir ao Congresso ser submetido em plenário a um verdadeiro massacre de indagações, ("tiroteio" político), numa autêntica prestação de contas "oral e pública", saía-se magistralmente de sua missão, rindo e ironizando pela certeza que estava tratando com tolos ou leigos que não ofereciam a menor resistência por não compreenderem a estrutura técnico-burocrática de que o país tornou-se possuidor durante os primeiros anos do regime dito "discricionário". O chamado período de transição foi apenas a transformação da ditadura militar, ou seja, com base na 287 força dos Atos Institucionais forçados pelas "armas" para a ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, cujos autores principais foram o citado ex-ministro acima; e, um outro ex-ministro famoso pelas suas habilidades de professor de economia e dono de banco, (MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN). Com a morte de TANCREDO NEVES, vítima da insânia de político famoso mas que não tinha votos para se eleger presidente, e por causa disso sempre arranjava um jeito de sua própria criatividade para ficar na crista da onda, portanto, em evidência política, (ULISSES GUIMARÃES), que levou o recém-operado TANCREDO NEVES para a capital do Estado de São Paulo, e causou o fracasso do tratamento médico que deu no infausto acontecimento que foi comentado no capítulo que trata da "Saúde", assumindo o comando da nação, portanto, o então Vice-Presidente, (SARNEY), que foi feliz apenas na democratização política do país, o que não tem nada a ver com a democratização das instituições brasileiras que continuaram estruturadas e coordenadas, compondo a argamassa do corpo estranho do Estado Mecanicista Brasileiro, ou seja, a ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, postada pela face de dentro da realidade política do país, encoberta pela tênue porém competente fachada, conhecida por "democracia política" que não passa de um grosseiro embuste. A característica dessa ditadura, que possui como maior relevância o aspecto funcional, ou seja, a 288 capacidade do Estado intervir à semelhança de uma gigantesca máquina (neoplasia maligna - "câncer" ), em todas as atividades econômicas do país pela sua conexão, justaposição e assimilação com o espaço técnico-burocrático, aqui compreendido como Banco Central, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Ministério do Planejamento, Ministério da Fazenda, BNDS e Receita Federal. É necessário verificar que a hipertrofia do Estado Brasileiro está localizada na parte dinâmica, ou seja, no componente funcional com forte intervenção no "calibre e velocidade" do fluxo monetário, nos diversos tecidos da atividade econômica do país continental, localizados nas entranhas dos municípios. O aspecto anatômico identificado pelas Estatais não possui relevância, bastando para isso submeter as mesmas às leis de mercado, desregulamentando o monopólio, permitindo que a iniciativa privada possa atuar nas referidas áreas em uma concorrência saudável. 0 que a economia brasileira precisa é se livrar do monopólio e do oligopólio. Mas, passando a tratar da questão das implicações ou complicações pós-democracia política nos deparamos com brutal inaptidão dos políticos e dos técnicos em instituírem a democracia monetária pela total incapacidade de ver o Estado Brasileiro como um todo dinâmico e funcional, devido a uma visão 289 eminentemente técnica (por parte dos técnicos) e outra superficial (por parte dos políticos), em que predominam o "focar, o detalhe, o secundário e o terciário, ou seja, a visão fragmentada da realidade do Estado Brasileiro, impedido de ascender pelas enormes amarras funcionais do Estado Mecanicista. A primeira impressão que os técnicos e políticos possuem a cerca do Estado Brasileiro é aquela fornecida por uma visão simplória, ou seja, técnica, que por sua vez é fragmentada pela insistência que a Ciência tem de se dividir até o infinito, e o conhecimento simplório do político desprovido de formação universitária na sua grande maioria, por tratar-se de uma profissão que não exige qualificação para ser exercida. É a profissão da "boa ou má" vontade, por excelência. A percepção por parte dos políticos atuais de que a hipertrofia do Estado, particularmente dos que estão na governança do país, é de que a hipertrofia do Estado está representada pela estrutura das empresas estatais, melhor dizendo, na anatomia do mesmo, (Estado), e não na hiperfunção, (capacidade do Estado intervir drasticamente no calibre, volume e direção do fluxo monetário), que modifica o meio circulante tornando-o incompatível com a função econômica dos municípios, consequentemente, do país como um todo. A compreensão da verdade teórica por parte da classe política mencionada anteriormente, mencionada anteriormente, é fundamental à normalização da 290 atividade econômica brasileira, compatibilizando-a com a liquidez necessária a um país com as dimensões geográficas e demográficas como o nosso, devido ao fato da extrema necessidade que se tem anualmente de incorporar à economia ativa do país de um grande segmento de marginalizados econômicos, que procuram a informalidade econômica, o tráfico de drogas, a contravenção e a criminalidade. Como conseqüência, há necessidade do país poder investir para a superação das mencionadas distorções, e do seu atraso econômico e tecnológico em relação aos países ditos de primeiro mundo. A falta de unidade e de identidade por que passa o Brasil na atualidade se deve em grande parte à falta de liquidez e ao endividamento progressivo, que em última análise, se deve à impregnação e à incrustação na economia do país dos tentáculos provenientes do modelo inadequado do Estado Mecanicista que não lhe dão a flexibilidade e a versatilidade necessárias à criatividade e ao poder de decisão, pilares maiores na construção das economias bem sucedidas de então, que não se deixaram levar exclusivamente pelo monetarismo, nem o monecentrismo e, nem tampouco, pelo "econometrismo". A repercussão do advento do Estado Mecanicista na classe política brasileira foi e continua sendo catastrófica. Inibiu a renovação dos quadros e a penetração dos vocacionados, dotados de espírito público e portadores 291 de competência, tornando mais aptos para o processo político os conservadores, os fisiologistas, os situacionistas, os apadrinhados e apadrinhadores, sem país "visão", sem "mundi-visão", preocupados tão somente com a manutenção do seu status de políticos, pensando exclusivamente na próxima eleição e menos nas próximas gerações, cuidando particularmente da sua individualidade e de sua liderança nutrida apenas de colégios eleitorais às custas dos recursos oriundos da elevada carga tributária e fiscal, asfixiadora do país, responsável pela grande mortalidade das pessoas físicas e jurídicas, de modo particular, as pequenas e médias empresas. Era muito comum antes da implantação do Estado Mecanicista na estrutura do Estado Brasileiro a presença de políticos portadores de filosofia e elevado conteúdo cultural. (PLÍNIO SALGADO, CARLOS LACERDA, OTÁVIO MANGABEIRA, ALBERTO PASQUALINE, etc). Portanto, sendo homens pautados pela moral e pela razão, levavam às últimas conseqüências a defesa do eleitorado e do país, com base nos programas de seus partidos, sem o "troca-troca" partidario, tão comum na atualidade, que deixa claramente transparecer a falta de conteúdo político e programático com aqueles que através de seus discursos eleitorais se comprometiam a votar em seus nomes e em suas legendas. Por outro lado, a lei eleitoral tendo em vista o fato causado pela distorção económico-administrativa do país 292 devido ao Estado Mecanicista, privilegia sempre aqueles que através de manobras oportunistas, (casuísmo), modelam as mesmas para favorecer as suas candidaturas e a de seus "comparsas", alijando do processo eleitoral aqueles que não detêm mandatos, impedindo assim a renovação salutar e a participação abundante de todas as camadas sociais no referido processo, ensejando o aperfeiçoamento da democracia e da melhoria da qualidade dos quadros políticos. É bom lembrar que as mencionadas distorções levaram a efeito, no que tange a legalização dos partidos, a formação de feudos que impõem muitas vezes ao eleitorado uma "prateleira" de candidatos tirados do bolso do colete dos dirigentes partidários, sem valor ou qualquer liderança efetiva, sem compromisso com as "bases", que por sua vez se continuam com a sociedade e as comunidades, impedindo desse modo: a legitimidade da representação popular; a canalização para o candidato dos anseios do município; e "encontrar-se" o perfil de candidato exigido e sonhado pelos eleitores. Conclui-se facilmente que as causas do divórcio em que vive a classe política e a sociedade brasileira, fato explicado na compreensão do que aconteceu por ocasião da redemocratização do país pela ampliação do leque partidário, que teve por base as exigências do modelo inadequado e informatizado ao extremo do Estado Mecanicista que procurou enquadrar de maneira 293 indevida a realidade antropológica, psicológica, histórica, social e econômica através de simples software importado, tentando objetivar exclusivamente assunto possuidor de duas faces, na realidade bifacetada do país, tomada esquematicamente tendo em vista a elevada multiplicidade de ângulos, que um mesmo fenômeno de qualquer ordem, necessariamente, deverá ser abordado. Portanto, vemos a política cerceada nos componentes da arte, da ciência, da liderança, da moral, da cívica, do programa e da ideologia brasileira, que são impedidos de se manifestar ou se materializar pela "camisa-de-força" da lei eleitoral, coadjuvada e alimentada pela mídia e pelos institutos de pesquisa. A lei eleitoral desde a democratização do país muda constantemente de conteúdo para impedir com base na visão da manutenção do status quo gerado no país pelo Estado Mecanicista, que a cidadania "produzida e incrementada" pela democracia política que vem forçando aos partidos e ao Estado uma participação fundamentada na ética democrática, possa ser bem sucedida no processo eleitoral, ou seja, obtendo mandato de representante popular. Esta participação legítima é combatida de maneira tenaz e feroz pela política indevida, descabida e distorcida pela tecnicidade impiedosa, como já vimos, determinada pelo Estado Mecanicista que esmagou a cidadania e represa o afloramento da mesma através de 294 leis eleitorais sucessivas, cuja única finalidade é "tapar" os orifícios por onde poderia passar a verdade política tal qual se deseja atualmente na sociedade civil, que cresce alentadoramente no que diz respeito à conscientização política, a qual já é uma "ampulheta" que começamos a fazer da democratização política realizada no país. O modelo teórico colocado neste ensaio com o único ensejo de colaborar na compreensão do avantajado descaminho econômico, financeiro e social que o país sofre, a fim de facilitar o diagnóstico etiológico do mal do mesmo, para colaborar na instituição da terapêutica necessária à correção da rota para findar os transtornos nas diversas áreas de que trata este tratado e o enorme desperdício financeiro que se evapora nos juros elevados pagos pelo Estado, na obtenção da liquidez que segundo a opinião dos técnicos oficiais lastreia a estabilidade monetária de difícil visualização prática, que no entanto é preponderante e coadjuvante na visão dos políticos simplórios. Tais políticos serão obrigados a terem a visão etiológica da natureza do Estado Brasileiro, para livrar a política do artificialismo e das leis oportunistas que impedem a legitimidade dos mandatos, a dignidade e a moralidade dos mesmos. A moralidade política é fator que tem de ser adquirida às duras penas pela classe política para a sua própria sobrevivência, porquanto a preocupação exclusiva de liberação de verbas e de obras e o elevado custo das campanhas exigidas por um eleitorado "encabrestado" que cobra benesses cada vez maiores, (dentaduras, ligaduras de trompa, material de construção, pagamento de contas de luz, de água, aluguel, etc), não mais 295 possíveis serem custeadas através do numerário drenado de um Estado por demais combalido, fácil de compreender pela leitura das razões expostas neste ensaio. Ou a política volta ao seu leito natural, baseada em lideranças autênticas, em partidos com programas fundamentados e oriundos de ideologias elaboradas com base na realidade brasileira, cujo chamamento, este despretensioso ensaio chama a atenção e proporciona, inclusive, modelo teórico para facilitar a elaboração ou mesmo a sua "praxis", não será mais possível, ficando o Estado Brasileiro eternamente a mercê da tecnocracia monetária, encistada no Banco Central, tornando a atividade política sem importância, servindo apenas para compor um cenário institucional ou congressual, para manter a aparência de um país democrático. Ao terminarmos este capítulo, o rádio alardeia a preocupação das autoridades monetárias brasileiras com o provável ataque especulativo na economia asiática que obrigou a baixa da bolsa de valores de Hong-Kong, obrigando aquele país a elevar os juros, notícia péssima para o Estado Brasileiro, vítima crônica do Estado Mecanicista, que não poderá tão cedo baixar os seus juros, o que certamente manterá o seu endividamento galopante e o desmonte de sua atividade produtiva elevadamente descapitalizada e, certamente, terá repercussão no balanço de pagamentos, já deficitário, que por sua vez está sendo financiado por captação de 296 recursos baseados no pagamento de taxas, de juros escorchantes, constituindo um autêntica bola de neve de endividamento, que a nosso ver deixou o Estado Brasileiro totalmente incapaz de, através de receitas a serem adquiridas com a venda das estatais, chegar a bom termo. É desnecessário dizer que a elevada taxa de juros contribuirá por certo para diminuição da produtividade, consequentemente, para o aumento do déficit fiscal. 297 298 DECIMO QUINTO CAPITULO 299 300 NA MIDIA 301 302 303 304 NA MÍDIA Os meios de comunicação de massa, instrumentos poderosos de formação de opinião pública, exercem no Brasil o papel de um anteparo que mantém a população fora das realidades econômica, histórica e política da Nação na sua face mais interna, devido ao fato da elevada soma de dinheiro proveniente do contribuinte gasta pelo governo na imprensa televisiva, falada e escrita, que ocupando quase que a totalidade dos espaços de entretenimento, torna a informação honesta e isenta, figura rara que é disputada avidamente por aqueles que praticam o verdadeiro jornalismo. A notícia passou a ser instrumento quase que exclusivo de grupos que mantêm uma relação incestuosa com aqueles que querem manter o poder político a qualquer preço e aqueles que a usam, ora amenizando o fato jornalístico, manipulando assim a opinião pública e impedindo-a de indignar-se, ora por aqueles que usam o noticiário para através da intimidação, canalizarem para seus órgãos noticiosos polpudas verbas governamentais. A atividade jornalística, na grande maioria dos casos, é cerceada pela direção dos órgãos de imprensa, de forma a impedir os jornalistas de publicarem a verdade integral, ou seja, a notícia incompatível com os interesses financeiros do 305 órgão noticioso, na contemplação das colossais verbas publicitárias públicas. O aumento ascendente das verbas governamentais destinadas à publicidade, após a implantação do Estado Mecanicista no Brasil, se deve ao fato da necessidade por parte da política de realizar a mimetização ou mascaramento da realidade brasileira que escapa para o fato jornalístico, a fim de que a opinião pública se torne favorável porque será ela mesma que "segurará" os governos, os quais sem a sua unção não conseguiriam concluir os seus períodos, porquanto, a estruturação do Estado Mecanicista em bases incompatíveis com o bom senso, a moral e a razão, e o respeito às necessidades básicas da sociedade, limitam o "intervir" e o "agir". O Estado Mecanicista Brasileiro força as autoridades governamentais que foram colocadas do "lado de fora" do artificialismo técnico-burocrático, também, em situação não confortadora, separadas da sociedade nacional que coloca homem contra homem, mulher contra mulher, homem contra mulher, mulher contra homem, mulher e/ou homem contra Instituições, instituições contra homem e/ou mulher, e, todo o mundo contra todo o mundo, pelo fato de ter comprimido ou anulado o espaço objetivo reservado à moralidade e à afetividade. Com isso, tornou a sociedade governada exclusivamente pela lógica financeira por ter tirado 306 da Nação o espírito da boa convivência que se baseia nos sentimentos de elevada freqüência vibratória, os bons sentimentos, que são impedidos de se manifestar na realidade prática da vida, neutralizados que foram pela tecnicidade e dureza do cotidiano, que alterou de forma desmesurada o lado objetivo da realidade aludida, pelo desvio do fluxo monetário e a insignificância do volume do meio circulante a impedir os negócios e as relações econômicas necessárias a uma economia que se assenta na demografia e na enorme dívida social do Brasil por parte da população. A sociedade brasileira vive "anestesiada", ou seja, narcotizada pelos tóxicos das novelas televisivas que se incidem sobre um homem ou uma mulher após longo dia de trabalho, os quais se atiram numa cadeira ante um receptor de TV, absorvendo mental e subliminarmente a visão de uma realidade colorida e atraente, de maneira fantasiosa, para compensar a sociedade da exaustão causada pelo massacre de ter que agir, isto é, ter que trabalhar como operário ou patrão em meio econômico totalmente adverso, quer do ponto de vista monetário, quer do ponto de vista da segurança e quer do ponto de vista da intimidação, quando patrões são vitimados por uma fiscalização feroz e voraz, muitas vezes compostas de equipes formadas por membros desonestos, que se aproveitam da "labitidade" psíquica ou emocional, exacerbada pelo fato de ter que militarem numa economia artificializada pelas condutas técnico-burocráticas hipertrofiadas daqueles que se incrustaram e internalizaram na 307 realidade brasileira, o "tecnicismo tecnicida" do Estado Mecanicista. Quando escrevo este capítulo, a mídia através dos diversos órgãos sobretudo da imprensa falada e escrita dá apenas a versão oficial das autoridades econômicas do país no que diz respeito às quedas das bolsas de valores do mundo todo, devido a situação econômica artificial em que se encontram os países emergentes do bloco asiático, e ao fato das autoridades econômicas de Hong-Kong reagirem como puderam, para preservarem o valor da sua moeda, pela elevação de juros a um patamar de cerca de 700%, que certamente será superado pelas autoridades monetárias brasileiras, a fim de assegurarem o sucesso aparente do Plano Real. A mídia tem sido um aliado muito forte na preservação das distorções e dos desperdícios econômicos, (elevado endividamento com remessas colossais de juros para o exterior), e a venda de estatais rentáveis para o pagamento dos citados juros, quando esconde as informações acerca do que é primordial, e não promove o debate generalizado sobre as questões econômicas atuais que foram levadas à quase insolvência por ter sido impedida a sociedade de participar do debate preventivo, servindo apenas para ser canalizada pelo impropério das condutas artificiais e antieconômicas das autoridades monetárias. Portanto, a mídia pactua de maneira exacerbada, encobrindo uma situação econômica insustentável do 308 ponto de vista da liquidez que o país necessita para investir em atividades básicas, a fim de que o processo econômico possa se dar de uma maneira sadia e sem grandes riscos, guardando as relações de independência entre as nações que pleiteiam a integração na globalização levada a efeito por meios de transporte e de comunicação, e de informatização, todos cada vez mais velozes. Levando-se em consideração que um país precisa de unidade, de pensamento, para que possa elaborar projetos de curto, médio e longo prazo, tendo em vista suas potencialidades diversas, seu imobilizado e suas necessidades demográficas e econômicas, a mídia atua de maneira avassaladora, perturbando a consciência nacional, dispersando os espíritos, desconectando a interioridade nos seus liames de justa e superposição, gerando inquietação por falta de engajamento em um ideário que contemple o país visto pelo ângulo da pátria e da nação. A mídia está assentada em muitas "águas" como diz o Apocalipse de São João ao se referir à distribuição da Babilônia Bíblica, chamando-a de grande "meretriz", cujo pensamento fragmentado e fragmentário contribui para a grande confusão de que somos vítimas atualmente, no que diz respeito aos caminhos que devemos seguir na condução do país a lugar seguro no concerto das nações. 309 Baseia-se a mídia exclusivamente no "escândalo", no insólito, no inusitado, na imoralidade e no pragmatismo, descuidando-se da moral e da cívica, voltando-se totalmente para o entretenimento a qualquer preço com a única finalidade de derrotar o concorrente mais próximo, consoante os famigerados institutos de pesquisas na guerra insana da audiência. A "erotização" do cotidiano nacional levado a efeito pela mídia, chegou a tal ponto que o homem comum, simples e de pouca formação cultural sente dificuldades para se manter firme dentro de uma conduta comportamental compatível com a sociedade, isenta da violabilidade, da intimidade e do legítimo direito que as mulheres possuem de "irem e virem". Daí, a assustadora audiência que os programas policiais desfrutam atualmente por narrarem os casos de abordagem sexual e estupros mais escabrosos. Aumenta a cada dia, desmesuradamente, o número de abordagens em lugares públicos, casas de espetáculos, interior de ônibus, assédios sexuais, estupros seguidos de morte, casos de sedução, com a promiscuidade sexual campeando solta e elevando a níveis alarmantes a contaminação da AIDS na nossa população, a qual é formada em sua grande maioria por adultos "jovens", que é justamente a faixa etária preferida pela afecção que se denominou chamar o mal do século. A sexolatria é uma constante na vida do brasileiro. Ora, conhecida bailarina, integrante de grupo musical de expressão 310 nacional, adquiriu sua fama e pequena fortuna mostrando de maneira totalmente excitante e despudorada a sua região glútea hipertrofiada, fazendo exclusivamente da lascívia o meio do seu enorme sucesso, o que vem sendo imitado por outras bailarinas menos desavisadas e aplaudido pelo segmento incauto que integra a sociedade como um todo. O clima erótico produzido peia mídia brasileira assemelha-se aos antigos cultos pagãos, como o culto do bezerro de ouro semelhante ao clima que o legislador Moisés que conduzia o povo judeu pelo deserto, presenciou ao descer do Monte Sinai com as tábuas da lei que o próprio Deus escrevera na pedra com fogo, para serem estatutos perpétuos para que o seu povo pudesse ter unidade interna, mantendo coesão face às grandes dificuldades que teriam que se deparar por ocasião do seu projeto de se instituir como nação e como país na obtenção da terra prometida, cuja aspiração não teria chegado a bom termo não fora a ajuda da Divindade. Devemos compreender que a "empreitada" do povo judeu chegou até a condução de Moisés devido a tradição oral legada pelos pais no contato direto com a Divindade, como ocorreu com Abraão, Isaque e Jacó, todos patriarcas do povo eleito pelo Senhor. Observa-se nesta passagem bíblica que Deus teve o cuidado de localizar o culto religioso totalmente em cima da sua pessoa para que o povo não se dispersasse absorvido pela multiplicidade dos cultos pagãos, que por sua vez impediriam a "centralidade" de crença e costumes 311 necessários à formação do Estado e da Nação Israelitas que viriam depois. Em outras passagens do mesmo relato bíblico, observamos sempre que o povo perdia a sua unidade em torno dos parâmetros morais de crença e costumes herdados dos seus ancestrais e que viabilizavam o cumprimento da promessa feita pela Divindade a Abraão e aos demais Patriarcas; o país se fragmentava como foi o caso da divisão em dois, um formado por 10 tribos e outro formado pelas duas tribos restantes, todas oriundas dos 12 filhos do Patriarca Jacó, neto de Abraão. No caso do Brasil, em analogia com o exemplo bíblico, a mídia tem realizado inúmeros "cultos", a saber: o "culto" da Angélica, o "culto" da Xuxa, o "culto" do Sílvio Santos, o "culto" do Gugu, o "culto" da Ana Maria Braga, etc, e, o "culto" da região glútea da Carla Peres, etc, etc, Podemos, todavia, louvarmos o "culto" do gordo Jô Soares, devido ao fato de sua perspicácia em prol da inteligência nacional; e, no setor do telejornalismo, Bóris Casoy, que de quando em vez chama a atenção das distorções governamentais, porém, sempre aquelas que dizem respeito aos interesses de setores da elite que não fazem parte do Governo; se esse jornalista não tivesse tal "pecado", suas informações levadas aos receptores de TV de todo o país adjetivariam de forma total o seu discurso. 312 Se as forças caóticas da mídia fossem utilizadas apenas com a finalidade de manter o povo entretido com os "bezerros de ouro", a fim desse mesmo povo ficar anestesiado ou narcotizado com emoções superficiais e bizarras desprovidas de ética e inibindo reivindicações de caráter social. Procedem como os ditadores romanos que usavam o circo para entreter o povo. Tal situação bastante lamentável do ponto de vista da formação saudável e do espírito responsável, necessários ao progresso, é agravada quando essas citadas forças caóticas utilizam da informação para compor uma espécie de script informativo visando a manutenção do status quo, nivelando a opinião pública, mantendo os questionamentos progressistas dentro da faixa de controle das correntes conservadoras interessadas na continuação dos privilégios, embora às custas do insucesso da elaboração de um projeto nacional que contemple o bem-estar para a maioria da sociedade brasileira engajada, e sem as amarras indevidas, injustas e descabidas, do artificialismo gerado pelo Estado Mecanicista. Saindo do aspecto geral para o particular, notamos a cultura, a ciência, a universidade, todas localizadas em um canal de pouquíssimos recursos que, no Estado do Ceará, recebe o nome de TV CEARÁ, fazendo parte de uma rede de caráter nacional, que nunca foi contemplada com investimentos compatíveis com a sua importância na formação de uma onsciência nacional (populacional), compatível com os elevados propósitos 313 que um país necessita ter para colocar a "cabeça" para fora da malha de dominação cultural, científica e econômica exercida pelo Grupo dos Sete, melhor dizendo, dos países mais ricos do mundo industrializado. Na rede educativa o privilégio que se dá aos artistas que militam na arte dramática por influência das novelas é tão grande no que diz respeito ao tempo alocado para entrevista, ou mesmo, o tempo permitido para divulgação do seu trabalho, que os apresentadores quase que cochilam enquanto os atores enfadam os telespectadores. Já no caso da apresentação ou entrevistas de artistas plásticos, músicos, ou mesmo professores, advogados, médicos, escritores, engenheiros ou cientistas, o apresentador informa de quando em quando que o tempo está esgotado. Uma mídia que peca pela superficialidade, que gasta enormes recursos na promoção do erotismo e do homossexualismo, na promoção pessoal, na divulgação de noticias deletérias do ponto de vista da moral, da cultura e da ciência, desprovida de senso ético e estético, voltada exclusivamente para a manutenção do establishment, dos privilégios, da "festança", da micareta e do futebol. A nosso ver, é um desperdício muito grande de numerário que, se fosse usado na generalização da divulgação dos procedimentos de medicina preventiva, contribuiria sem dúvida para diminuir a níveis desprezíveis o descalabro a que chegou a Saúde, quase que totalmente entregue à conduta curativa, a qual por sua vez não vem sendo realizada 314 pelo Governo devido à situação pré-falimentar do Estado Brasileiro, levada a efeito pelo Estado Mecanicista que insiste na descapitalização do país. Esclarecemos que no atual Plano Real o endividamento interno e externo passou de 120 bilhões para quase 500 bilhões de Dólares, portanto, mais da metade do PIB. Se 10% da mídia fossem usados na divulgação da medicina preventiva, a economia que poderia ser feita para redução do real déficit público representaria o bastante para a "zeragem" desse déficit. Devemos lembrar que o tão alardeado déficit público, (por parte dos economistas), se deve ao déficit público nominal, que é a soma do déficit público real mais a conta colossal de pagamento de juros. A redução dos gastos com a Saúde, como foi afirmado no parágrafo anterior, seria exponencial devido ao fato desse setor governamental influenciado e planejado pelos técnicos idealizadores e controladores do modelo de assistência médica nacional, totalmente inadequado, cujo fator relevante de distorção é o fato de privilegiar-se uma tabela de procedimentos médicos que na cirurgia funciona como uma "tabela de açougueiro", dificultando o discernimento cirúrgico porquanto a mesma tem a pretensão de tornar totalmente objetiva uma conduta cirúrgica que exige reflexão e estudo, conforme a natureza do caso, dentro do elevado conceito médico de que "a medicina não é matemática", e, a 315 sua "matematicacização" pode incorrer em prejuízos para o paciente, para o Estado e para o contribuinte. Como vimos no capítulo que trata da Saúde, o modelo de assistência médica consequente à implantação do Estado Mecanicista há cerca de quase três décadas, elevou enormemente o desperdício de verbas destinadas à Saúde, assim como aumentou o número desmesuradamente das iatrogenias (doenças causadas pelo uso indevido da medicina) e dos erros médicos. Uma mídia sem compromisso com a instrução, como meio de entretenimento, como forma de prazer saudável, hígido e eutrófico, presta um enorme desserviço à nação, mantendo a ignorância, despertando para o prazer oriundo de emoções desordenadas, tirando o indivíduo do equilíbrio biopsíquico e social, afastando-o da faixa de variação intelectual, emocional e espiritual, que conduzem para o processo ou atividade econômica formal, ético e participativo, que beneficia a sociedade como um todo. Uma mídia baseada exclusivamente nos índices de audiência fornecidos pelos famigerados institutos de pesquisa, sempre ao lado dos candidatos estabelecidos "eleitoralmente". Em um país impedido de se bem colocar no contexto das nações que já resolveram os problemas do analfabetismo, da elevada criminalidade e do engajamento econômico dos municípios, na "cidadanização" do capital de giro (capital do cidadão) 316 necessário ao incremento dos negócios e dos empreendimentos, que na sua totalidade trariam a independência econômica, vive submetido ao disfarce ou burla decorrente da gigantesca pantomina que é mais uma "camisa de força", agora, informativa, que somada a amarra dos juros elevados às amarras cambial, do endividamento galopante e progressivo, de contenção e insuficiência do meio circulante, do cartão de crédito ou do ticket, etc, contribuem de maneira ímpar para o Estado Autofágico (já estudado em capítulo anterior), que mostrou a acelerada destruição dos valores éticos, morais, culturais, intelectuais, políticos, científicos, religiosos e econômicos, a que assistimos na atualidade brasileira. A mídia por ser um poderoso meio de instrução deveria ser usada com objetivo exclusivo de levar o país para um destino feliz e de progresso material, para a vitória com base em plano decorrente de ideologia brasileira constituindo um projeto para o país, a serviço do mesmo e do seu povo, guardando total isenção em relação a projetos de outras nações, facilitando assim a formação da nossa consciência com relação às nossas tradições, a unidade lingüística, a preservação da cultura, o avanço da educação, o desenvolvimento de tecnologias próprias e do desengajamento da nossa economia das vertentes de outras economias, que minam endógena e exogenamente (pelo "lado de dentro" e pelo "lado de fora"), todas as nossas tentativas de organizar uma 317 estrutura econômica própria sem a qual é impossível manter unidade, identidade e verdade da nação, em um mundo que marcha aceleradamente para a globalização. A mídia precisa colaborar através da função que lhe é específica para preservação dos nossos valores morais e culturais, como forma da sua própria preservação, porquanto a sua absorção por grupos de comunicação internacional que levaram de reboque a identidade dos grupos de comunicação nacional, que têm a sua própria personalidade e especialidades, como decorrência da militância em país singular detentor de cultura diferenciada e totalmente diferente de outras nacionalidades. O papel que a mídia deverá ter necessariamente será o da contribuição relacionada com a coesão da nação em torno dos seus próprios valores e de suas raízes que se perdem no passado, que estavam internalizadas no subconsciente do seu povo, que a nosso ver é a única maneira de preservar-se o país da fragmentação e da absorção com perda do que se adquiriu até agora pelo processo da globalização regida pelas nações hegemônicas. Finalmente, não interessa a ninguém, indivíduo ou instituição, uma desestruturação interna que só acarretaria uma fagocitose ("englobação" de partículas), e nunca uma simbiose interativa num mundo que se "globaliza" cada vez mais devido às tecnologias avançadas de comunicação, de transporte, de informática e de robotização. 318 DECIMO SEXTO CAPITULO 319 320 NA ETICA E NA MORAL 321 322 323 324 NA ÉTICA E NA MORAL A Moral, do ponto de vista teórico, é a ciência que disciplina os atos ou procedimentos humanos tendo em vista o seu fim último. Como o fim último se identifica com a Perfeição, a Moral se encarrega através de leis universais oriundas da lei natural a reger a conduta humana dentro dos padrões estabelecidos por ela. Trata-se de ciência prática, mas que comporta reflexões profundas a respeito de sua essencialidade e de sua metafísica. A Moral do lugar decorre da Moral universal, e se relaciona com os costumes, tradições e religiões do dito lugar. A sua aplicação nas diversas vertentes da atividade profissional e no comportamento humano é denominada Ética. É certo que a Moral, incidindo no comportamento e na atividade prática que inclui as profissões e o trabalho de uma maneira geral, necessita de um substrato, plataforma ou veículo, ou seja, uma base onde o elemento humano possa atuar dentro dos padrões de moralidade e racionalidade. 325 O composto humano como o grande "libertado" da Natureza, já que os demais animais por serem ligados à mesma não estão incluídos nem na Moralidade e nem na Racionalidade, devido ao fato de que a Moralidade decorreu da Liberdade trazida pela Racionalidade, necessita de substrato mais complexo do que os outros animais pelo fato de que o homem ao longo do processo histórico da Razão teve, por esta, a obtenção de várias conquistas no que tange consoante alguns exemplos, à habitação, à comunicação, ao vestuário, à educação, ao entretenimento, ao lazer, às obrigações sociais e familiares, à constituição e manutenção do patrimônio imobilizado, ao pagamento de impostos, à poupança e à aposentadoria, que fazem do fator financeiro e da liquidez decorrente do mesmo na modernidade, o habitar ou viver em meio que o possibilite tirar do mesmo, através da Razão com base na Moral, os meios para fazer ou manter a sua existência. Esse "atuar" civilizado está situado dentro dos limites permitidos pela anatomia, histologia, fisiologia, psicologia e metabolismo que englobam a Moral e a Razão, tendo-se em vista que estas foram internalizadas no ente humano fornecidas pela Moral do lugar. A manutenção da "existência", ou seja, do "existir", implica em "o elemento humano tirar, pelo trabalho do meio em que vive, os recursos que necessita a fim de que possa na sua comunidade manter-se com a dignidade que a Moral do lugar exige do indivíduo e da sociedade." 326 Como o elemento humano engajado no Estado Brasileiro de há muito superou o estágio tribal, cujos negócios ou outras relações se davam através de trocas, e necessita agora da moeda ou meio circulante para poder receber o seu salário ou realizar seus empreendimentos, tem sua bioquímica e sua biofísica alteradas pelos estímulos exógenos da realidade sócioeconômica incompatibilizada com a sua programação interna resultante da Moral e da Cultura. Referidos estímulos penetram no indivíduo pelo córtex cerebral, gerando destarte um conflito que desencadeando um distúrbio serotonínico, (alteração da condução do estímulo nervoso via sinapse nervosa), mantém o elemento humano em estado de perplexidade e de ansiedade crônica. Quando perplexo o indivíduo homo economicus tem totalmente "zerada" a sua atividade. E, quando ansioso, se vê diante de psiquismo inadequado cuja interpretação é compatível com enorme compressão psíquica por parte da realidade que o faz deixar de respeitar e compreender etapas importantes da atividade econômica, advindo dessa situação o insucesso com sua repercussão na auto-estima, gerando angústia com mais ansiedade e perplexidade num feed-back que só é desfeito por um profissional habilitado na área da psiquiatria. Nos indivíduos mais primitivos que ainda não passaram ou adentraram ao estágio da Moral, o seu comportamento é Totalmente decorrente da pressão social advinda do meio, pelo fato da não existência de Formação Ética a 327 priori oriunda da Moral do lugar, funcionando nesses casos como uma "proteção" que a sociedade possui para manter a harmonia ou limitar os conflitos, impedindo a violência nas mais diversas formas, (estupros, sequestros, roubos, estelionatos, prostituição, abandono da família, alcoolismo, etc). Portanto, temos aqui um feed-back causado pelo lado de fora da realidade, (objetivo), pela insuficiência de meio circulante; e, pelo lado de dentro, (subjetivo), pelo estado de perplexidade e de ansiedade, diminuição da auto-estima fazendo aparecer o comportamento amoral primitivo ou simplório, que impede a economia de resultados por perturbar a harmonia do meio, gerando a violência e os conflitos de toda ordem. Desde já, fica compreendido de maneira clara, nítida e insofismável o ponto de encontro, ou seja, a linha demarcatória entre o comportamento econômico, o comportamento ético e a insuficiência do fluxo monetário, isto é, a diminuição do meio circulante como elemento gerador de coações e de todo tipo de constrangimento, trazendo a compreensão da escalada acentuada de violência após a implantação da âncora do meio circulante, um dos "pilares" do Plano Real. Não podemos deixar de lembrar o fato embora menos comum, de que o indivíduo portador de distúrbio serotonínico desencadeado por pressão sócio-econômica excessiva pode levar exagerada ou patologicamente 328 a sério a sua profissão, chegando mesmo até ao crime como vimos no caso do Soldado de Polícia RAMBO que matou um inocente por ocasião de uma "blitz" realizada numa favela da cidade de São Paulo, por discernir de maneira inadequada o comportamento de um dos revistados. A nosso ver, tal crime se deu devido a distúrbio serotonínico por parte do citado policial. O exemplo citado anteriormente, que teve repercussão nacional e internacional, para melhor ser compreendido necessita da informação fidedigna, pois o Soldado RAMBO era tido como pessoa benquista em sua comunidade, sem "antecedentes criminais" e membro atuante de determinada denominação evangélica, portanto, era conhecido no lugar como indivíduo generoso e prestabilíssimo. Como o Estado Mecanicista é fundamentado na ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, nos dá a impressão de ser todo poderoso e faz surgir na mente da população o pensamento de que "fora da sua proteção não há salvação". Tal forma de pensar, que é inibidora da auto-estima, dá lugar ao pensamento antieconômico de que "ao Estado devemos depender*, haja vista a condição irreal que o mesmo criou em torno de si próprio, tornando a todos vassalos por trás da membrana da democracia política, epidérmica, que agora através de defensoria pública procura passar a impressão de que a população pode se defender desse mesmo Estado através do Poder 329 Judiciário lerdo, amarrado que é, por uma lei processual conservadora e mantenedora do status quo. Tal pensamento, como vimos, desencadeado na mente coletiva do ponto de vista da Moral, ou seja, da coesão interna que deve ter a mente econômica resultante da aprovação da sua conduta pelo próprio super-ego, como foi estabelecido por Freud, impede a nitidez com que é avaliada pelo próprio indivíduo a sua responsabilidade por si próprio, levando-o à despreocupação da sua individualidade econômica, fazendo com que ele busque na acomodação, no parasitismo, no nepotismo, na corrupção e na violência, ou seja, na indignidade, os meios para sua sobrevivência, é obrigado pelo Estado Mecanicista a fazer concessões ao seu Código de Ética e Moral, que foi internalizado pela religião e pelos costumes desde a época do descobrimento, gerando o conflito psicológico e suas conseqüências, ansiedade e depressão, que tornaram o Brasil campeão mundial do consumo de psicotrópicos. O psiquismo brasileiro vive em constante e exausto processo de compensação que por insuficiência de meios normais, ou seja, de racionalização diante das pressões abissais se vê obrigado a fazer uso da saída do mecanismo do narcotismo, (consumo exagerado), alcoolismo, psicofarmacoterapia, separações, divórcios, etc. A economia de resultados, isto é, a economia prática, ao contrário da economia acadêmica, tecnicista e 330 tecnicida que canaliza a moeda brasileira para a especulação internacional, precisa para se instituir de estabilidade psicológica, impossível de se verificar em um país com um corpo estranho, ou seja, um Estado Mecanicista a parasitá-lo e a torná-lo sujeito às pressões abissais da economia internacional, subordinada às bolsas mundiais, que especulam quantias colossais numa atividade antiética por excelência, baseada exclusivamente na liquidez, na informação, no imediatismo e na esperteza de seus beneficiários. Neste contexto o lazer excessivo, o sexo em demasia, a "festança", a "gastança" - (desperdício) e o alcoolismo acabam de completar o quadro que impede a poupança e a atividade produtiva que exigem disciplina interna e autocontrole, que só se conseguem através das virtudes impedidas de se fazer ou se manter pelas religiões, as quais encontram dificuldades no ensino da Moral Religiosa, atrapalhadas que estão pelo intenso trabalho de degradação moral promovido pelo Estado Mecanicista Brasileiro ao atuar de maneira desastrosa incentivando a licenciosidade, a promiscuidade e até a imoralidade como vemos nas campanhas relacionadas com as doenças sexualmente transmissíveis, particularmente no caso das campanhas da síndrome da insuficiência imunológica adquirida e conhecida popularmente com o nome de AIDS. 331 Tal insistência por parte das autoridades do Estado Mecanicista se deve à tentativa de se desmobilizar e de inibir a atuação das massas que quedam sem força, sem coesão interna, sem vontade, sem tônus psíquico, inebriada e embriagada na orgia da permissividade totalmente "desenergizada", portanto, sem condição de conceber ou empreender modelo econômico alternativo de libertação. Através da humilhação que destrói a auto-estima e da erotização excessiva que aniquilam a família, o Estado Mecanicista desmobiliza grande parte da sociedade cuja reivindicação poderia causar danos a seu projeto de eternização e parasitismo. O leitor, às vezes ao descortinar o panorama atual, (a atmosfera bio-psíquica e social da realidade brasileira), se sente muitas vezes constrangido diante da elevada incidência de criminalidade, de exclusão social, de prostituição infantil e de colossais escândalos econômicofinanceiros veiculados na grande imprensa falada e escrita do país. Muitas vezes, chega a pensar ser o brasileiro um imoral, um aético integrante de uma subraça portadora do gene do mal esquecendo-se de que a Moral para ser instituída e exercida em toda a sua plenitude necessita das condições básicas sócioeconômicas já referidas anteriormente, e que alteram o comportamento humano dependendo da sua existência ou não, com maior prevalência naqueles indivíduos extrovertidos, (vertidos para fora), portanto, que reagem 332 "para fora" todas as vezes em que se sentem pressionados por uma situação externa de caráter opressor, surgida de maneira abrupta, melhor dizendo, que não havia sido antes analisada ou assimilada. Puro engano! Estamos dentro ou nos quedamos imersos numa situação técnico-econômico-burocrático altamente opressora que não fora a índole simples e bondosa do brasileiro, devido a sua característica de raça em formação, já teríamos chegado ao banho de sangue a que outros povos chegaram, mesmo levando-se em consideração que o Estado Mecanicista quando causa distúrbios serotonímicos, o que é muito comum, produz no indivíduo o estado de perplexidade que muitas vezes é confundido com espírito de acomodação ou mesmo covardia. A nomenclatura hermética da Medicina tem servido ao Estado Mecanicista para encobrir a destruição em massa de brasileiros de todas as camadas sociais em ondas compatíveis com os pacotes ou reajustes econômicos levados a efeito pelo Estado Brasileiro sempre que a debilidade econômica crônica do país, decorrente das razões apresentadas em capítulos passados, ameaça a economia nacional com períodos de "agudização" com iminência de morte súbita. Toda uma geração de pessoas viáveis econômica e culturalmente, portanto, todo o contingente de homo economicus em potência e em ato, tem sido sacrificada pelos pacotes ou planos econômicos de estabilização, 333 cuja única finalidade é a manutenção das oligarquias no Poder. A Ética e a Moral são internamente impedidas de se manifestarem pelas pressões externas do ambiente econômico, acadêmico e "tecnicista", levadas a efeito pela técnico-burocracia sob obediência da antiética e da imoralidade encasteladas no Poder Político. Veja-se, como exemplo, o próprio Presidente da República do nosso país que é refém dessas forças técnicoburocráticas, e que num de seus discursos disse: "o Presidente não pode dizer tudo o que sabe", (para o bem do próprio país !?) O artificialismo do Estado Mecanicista é o mecanismo retardatário com que a oligarquia faz uso para se manter no Poder, sabedora de que "o poder vem da verdade e da dignidade", e que estas não podem ser escondidas por muito tempo em confronto com o preceito bíblico "que não há nada escondido que não venha ser bradado na multidão". Consoante o que foi descrito até aqui, a Moral impedida de se manifestar pelo artificialismo do Estado Mecanicista ao usar as antiética e imoralidade das oligarquias, estoura na frustração e nas inúmeras "patologias", alvo do estudo realizado no capítulo relativo à Saúde, contribuindo assim para o aumento da renda per capita pela via da dizimação em massa da população na formação do Estado "Patogênico", 334 (Estado causador de doenças), recurso utilizado agora, escandalosamente, como controlador demográfico. Dentro desta perspectiva surge o efeito da banalização do crime. Como conseqüência da dificuldade que a Moral tem de se manifestar na indignação decorrente do distúrbio serotonínico causado pelo Estado Mecanicista, aliado ao fato estatístico do crime como regra, e não, do crime como exceção, como ocorre no nosso país em profundo desacordo com a estatística de outras nações. A Moral da mídia foi tão duramente atingida pelo Estado Mecanicista, que ela (a mídia) se utiliza da criminalidade para a conquista de audiência sem veicular a denúncia da causa básica ou primária do delito fruto do tecnicismo e burocracismo impiedosos, se servindo da putrefação resultante do Estado Autofágico à semelhança de saprofitas, hienas ou chacais, totalmente divorciada da Ética e da Moral, único meio de se chegar ao verdadeiro entretenimento, informação e educação, que é o objeto dos meios de comunicação de massa. Chegamos, portanto, ao estágio da imoralidade sem retorno devido ao feed-back que gira sempre e voltando ao ponto de partida, que de maneira nenhuma penetra no interior da questão primária que solucionaria todas as outras, as quais são conseqüência daquela, que não abordada com propriedade, impede a solução do problema, que é mascarado pelo artificialismo e 335 pragmatismo que sufocam e impedem o aparecimento da inteligência na abordagem, equacionamento e solução da questão brasileira. Vivemos dias de involução psíquica e moral, pelo fato de estarmos girando em círculos periféricos trazidos a nós por modelos teóricos inadequados do ponto de vista das verdades subjetiva e objetiva do país, que foram desprezadas a partir do Movimento Positivista de 31 de Março de 1964, o qual teceu tecnicamente uma armadura que impede o surgimento expontâneo, ou mesmo através da abordagem semiológica, do cerne, ou seja, o "NÓ DA QUESTÃO". Quando o país democratizou-se do ponto de vista político, faltou competência por parte do segmento político na compreensão e desmonte do que se convencionou chamar neste ensaio de O Estado Mecanicista. A bem da verdade, esta parafernália técnicoburocrática ainda se encontra funcionando com todo o esplendor, que de maneira autônoma infelicita o brasileiro mantendo-o numa rede impedidora da atividade individual e coletiva e que, bloqueando a emoção, impede a manifestação da Moral nos procedimentos executores do progresso individual e coletivo. 336 Tal bloqueio chegou a um ponto que é preciso uma nova ordem baseada numa filosofia construída com os elementos positivos da Moral Nacional para que possamos dar início ao processo de feitura (cristalização) do sistema teórico que nos possibilitará sair do concerto de crises sucessivas que impedem o Estado Brasileiro de encontrar-se a si próprio, ou seja, de conhecer-se na atualidade, e, com base nesse conhecimento fazer uso do mesmo na obtenção dos valores que necessita para se manter em equilíbrio moral e ético no mundo moderno. Valores que possibilitam, portanto, a reflexão e o estudo de alternativas que desamarrem seu povo das cadeias limitadoras da expressão do espírito, impedindo-o de vir à tona em face do constrangimento imposto à Moral tradicional integrada à nação. Deverão levar a Moral, a Cívica e a Democracia até a exaustão dentro da lei a ser reformada consoante a Moral e a Razão. O monecentrismo (valor excessivo dado à moeda) terá que dar lugar ao laborcentrísmo (valor dado ao trabalho), tirando o país do impasse do modelo neoliberal que privilegiando a produtividade em detrimento dos trabalhadores excluirá, forçosamente do mercado, um grande número de consumidores, e aqueles, agora desempregados, serão impedidos da participação econômica, tornando o país escravo das tecnologias estrangeiras vindas a existir pelo investimento do capital milenar que exerce influência arrasadora sobre as economias emergentes, inviabilizando 337 economicamente e, por conseqüência, os pobres e as nações no modo moral, impedindo-os de se instituírem como grupos humanos partícipes econômicos, mas, de maneira independente. O meio circulante não poderá ser provido sob a forma de crédito, e sim, através do trabalho sob a forma de obras de caráter estrutural e produtivo, realizadas nos municípios e distritos supervisionados por conselhos integrados por membros das diversas classes sociais, religiões e integrantes do Ministério Público, contratados ou autônomos, e as empresas que vivam e militam há mais de uma década no lugar. Controlar seletivamente o câmbio, ou seja, a transformação do Real em Dólar: renegociar as dívidas interna e externa com juros constitucionais; impedir a manutenção e formação de redes televisivas e bancárias assim como as loterias nacionais, tornando-as exclusivamente distritais e municipais. Incrementar massivamente a cultura e a educação tanto primária como secundária, as profissões de nível médio, e, o curso superior, o qual deverá ser mantido e instituído com base nas necessidades locais para esse tipo de prestação de serviço educacional. Observa-se que com as medidas anteriores, o enfoque dado ao monecentrismo dará lugar ao 338 laborcentrísmo, responsável pelo progresso que se manifestou nos países que privilegiaram o trabalho, fonte de todo o capital. Não só do seu surgimento, mas também da sua manutenção, ampliação e diversificação dentro de um equilíbrio que acabará sufocando o caráter especulativo, que por sua vez é uma distorção gerada pelo monecentrismo. Com relação aos países que privilegiaram o trabalho, podemos fornecer como exemplos o do Japão e o dos Estados Unidos da América. Restabelecida a Moral pela prática do trabalho que internalizará as condições psicológicas compatíveis com a dignidade e a autoestima teremos, então: o aparecimento no plano do comportamento e da realidade externa; a Ética e a Moral, respectivamente perdidas pelo país, redundando no extremo do cotidiano prático, no aumento do PIB, no aumento da renda per capita capaz de ser sustentada, apesar da globalização centralizada nos países desenvolvidos, tendo-se em vista a grandeza continental e material do nosso país, que necessita apenas de: alfabetização, educação, meio circulante, poupança individual e liquidez. Com estas medidas virão, certamente, a moral e a dignidade política tão esvaziadas nestas últimas três décadas, com conseqüências 339 catastróficas na economia, ou seja, a abundância do fisiologismo, do clientelismo, do "empreiteirismo" e de outros "ismos". A cultura profundamente estabelecida pela alfabetização e pela educação dará lugar ao incremento dos negócios na própria área, fortalecendo o elemento emocional do brasileiro tirando-lhe da acomodação, da perplexidade, do passionalismo e da violência, melhor dizendo, afastando da desobediência às leis naturais e legais, que deverão ser internalizadas, ficando a Justiça para controlar apenas os casos que saírem do controle social e grupai, tirando a mesma do sufoco do excesso de processos que abarrotam o Judiciário. Quando escrevemos este capítulo, assistimos pelo noticiário televisivo o caso escandaloso do Edifício Pálace 2, desmoronado e redundando na morte de 8 pessoas, como um exemplo vivo da deterioração da Moral Política, haja vista que o seu causador, como membro do Congresso Nacional, e inclusive votando contra todas as questões de anseio popular a favor do atual Governo, cometeu grande desrespeito à ética das construções, ao colocar areia de praia ao invés de areia de rio na composição da argamassa formadora dos alicerces. A Moral tem que ser exercida sociologicamente, ou seja, pelo Código de Ética e Moral do lugar, baseado nos costumes do mesmo, porque é uma questão de controle subjetivo e objetivo do grupo 340 envolvido. Só os casos que escapem a esse controle deverão ser objeto da justiça imposta pelo Judiciário. Não se pode hipertrofiar e especializar até ao infinito o Judiciário para que possa controlar e julgar os casos que normalmente deverão ser encarregados pelo superego individual e instinto de grupo. É muito comum ouvir-se no rádio as pessoas indignadas pelos excessos de delitos ocorridos, culparem o Judiciário como se pretendessem, dele, a solução da questão básica do país como se ela estivesse na dependência da Justiça, quando esta, na atualidade, é uma das maiores vítimas do desencontro moral que se apoderou do país após a instituição do Estado Mecanicista, baseado no Dólar e no seu lastro ilusório, haja vista que um país não pode inundar o mundo de moedas por não poder ter um excesso produtivo tão grande cuja correspondência em dinheiro produzisse a liquidez de uma única moeda para o resto do mundo. É a moeda brasileira que deverá ser o ponto de partida da nossa economia. É preciso uma ruptura total com o passado monetário com base no Dólar, para podermos cuidar da nossa economia de acordo com a dimensão do nosso imobilizado e potencial, única maneira de levarmos o país a bom termo. A 341 população no seu ideal de bem-estar e no desejo de superação de si própria, estados inerentes aos grupos humanos, deverá ter dito ideal "capitalizado" pelas autoridades e não o contrário, como tem sido feito ao longo dessas três últimas décadas pelos técnicos e burocratas do monetarismo, que têm impedido o estruturalismo da nossa economia em bases duradouras e compatíveis com a nossa realidade sócio-cultural, tornando-a retrataria a intempéries oriundas do malogro e da intervenção de outras economias. É preciso compreender que dissecando-se a estrutura do PIB de qualquer país chegar-se-á como última análise ao ideal de bem-estar da população e ao desejo de superação de si própria. A crise das bolsas que se desloca pelo mundo a fora não abalará certas economias fortemente estruturadas, como é o caso da China, da índia, da Suíça, da Alemanha, da Austrália, da Dinamarca, etc. (portanto, por acaso o leitor teria ouvido qualquer noticiário de que as economias exemplificadas foram "abaladas" ?). Voltando ao nosso tema, a Moral e a Ética do Estado Brasileiro, desejamos esclarecer que a Moral individual do brasileiro em nada é diferente da Moral do japonês, do norueguês, do chinês, etc, apenas estes contribuintes não estão submetidos a uma parafernália técnico-burocrática e bancária que arrecada com voracidade e distribui pouco injusta e perdulariamente. 342 Nenhum país do mundo até os dias de hoje, (pois não há referência histórica), foi submetido em sua continentalidade a uma camisa de força invisível de natureza técnica, burocrática e bancária, (instalada pelo Movimento de 31 de Março de 1964). Ora, o próprio Império Romano, o maior desde a história conhecida, não escorchava os seus cidadãos do modo como é feito hoje no Brasil pelos computadores das redes bancárias nacionais que cobram 58 impostos, (conta de água, tarifa de energia elétrica, de telefone, multa de trânsito, etc.), e arrecada para várias loterias nacionais, quase que "cotidianamente", concentrando 10% do total das apostas nas mãos de quem ganha, e 90% para os cofres do Governo, assim como para certas "organizações" conhecidas como: Papa-Tudo, PoupaGanha, Totolee, Baú da Felicidade, loterias "0900" do SBT, da Rede Record, etc, esquecendo-se, ainda, os juros altíssimos cobrados ao agricultor e às demais classes produtoras, que incidem sobre a provisão do meio circulante, que deve ser considerado como mais um "imposto" devido ao fato bastante elementar de que banco é um aparelho que puxa do meio circulante dinheiro e empresta com uma taxa, que é o juro. Com relação à arrecadação das loterias mencionadas no parágrafo anterior devemos considerar que aqueles 90% citados e oriundos das loterias governamentais devem ser compreendidos como mais um "imposto", o que configura totalmente de maneira implícita e explícita a ditadura monetária, 343 bancária, fiscal e lotérica - (portanto, o Estado Mecanicista). O aludido Movimento de 31 de Março de 1964, na época da sua instituição, submeteu o país através da arregimentação de técnicos de visão focal e paroquial, sem "panoramicidade", fazendo o povo brasileiro "servir" ao Exército, cuja filosofia se baseia exclusivamente no positivismo de Augusto Comte, que foi exteriorizada pela tecnicidade computadorizada e impiedosa que mata o entusiasmo, fonte de toda a economia, pela manipulação excessiva e as regras do pragmatismo inibidor da criatividade. A Moral e a Ética, a vigorarem no país, deveriam ser utilizadas nos seus componentes geradores da atividade cultural e produtiva (econômica). As autoridades deverão compreender que o monetarismo e monecentrismo impostos ao Brasil impedem a manifestação da Moral e da Ética, nos planos da exteriodade familiar e social, entorpecendo o espírito de iniciativa sem o qual não haverá nunca em nosso país a necessária independência econômica, pois, deixamos de dizer sonhada, porque o Estado Mecanicista há muito tempo apagou o sonho do povo. É preciso instalar-se o culto ao trabalho em detrimento do culto ao emprego, do culto ao "loterismo", do culto ao "empreiteirismo", existentes como retroalimentadores das reservas morais desgastadas por vários anos de iniquidade 344 monetária, privilegiadora da especulação, da agiotagem e alimentadora do parasitismo e do exclusivismo. O tônus psíquico do país está baixo pela deterioração do sentimento imposto pelo modelo tecnicista e tecnicida, "impedidores" da reflexão e da compreensão para o encontro de saídas novas baseadas na criatividade e engenhosidade. O brasileiro precisa voltar a poder decidir o seu futuro a fim de contribuir com o Estado na elaboração de política econômica factível, cujo único propósito seja o de assegurar o bem-estar e o mérito. Não podemos continuar andando em círculos e nem regredindo totalmente, isto é, voltados para o Exterior sem construirmos uma economia natural (economia de resultados), em bases nacionais, através do legado grandioso deixado por nossos antepassados, que não pode ser apagado de maneira nenhuma por uma mídia imoral e submetida a interesses internacionais totalmente opostos aos interesses do Brasil. É imperiosa a libertação das cadeias do preconceito e da informação em demasia que impedem a reflexão com base na realidade do país, centrada em um projeto de cor brasileira, o estilo brasileiro moreno-risonho, improvisador e criador, uma das grandes armas que temos para nos insinuarmos em uma realidade econômica mundial impregnada e controlada em demasia pela "transnacionalização" do capital exclusivamente monecentrista. 345 Preservemos a todo custo as nossas tradições, os nossos sentimentos, os nossos costumes, o nosso "fazer" econômico, a Moral e a Ética brasileiras, para nós mesmos, e, assim, negociarmos o excedente, tendo a nossa moeda como ponto central do "Universo" que iremos buscar com ajuda do espírito, fonte da força que precisamos para resistir às pressões abissais ditadas pelas "heresias" econômicas, voltadas exclusivamente para o "fora" do país. É preciso um equilíbrio rigoroso entre as forças endógenas e exógenas, para podermos manter a nossa coesão interna, o nosso espírito de país, {pois, uma nação não pode viver só de corpo e membros, precisa ter cabeça, cérebro, intelecto, inteligência e alma). Sem o que a Moral, a Ética e a Economia não se aguentarão. O Brasil se agüenta pela parte interna e não pelo contrário, como se observa na estruturação do mal fadado plano econômico da atualidade a fragmentar o país em todas as direções, ou seja, no aumento da criminalidade, na inadimplência, no elevado grau de concordata, na falência das empresas, na elevação progressiva do desemprego, na ampliação do déficit público, no aumento continuado do déficit da balança comercial, no incremento do arrocho fiscal, etc. Estamos totalmente confundidos e perdidos num vendaval que não passará a não ser que possamos repensar o Estado Brasileiro na sua face interna, que é a 346 única que agüenta o país dentro da harmonia e da paz necessárias ao recolhimento e, consequentemente, à reflexão e análise que originam as políticas econômicas adequadas e que produzem os superávits e a ordem, tudo dentro da Moral e da Cívica. A economia necessita de espíritos desarmados. O canibalismo social, econômico e institucional produzido no Brasil pelas ideologias econômicas e administrativas importadas pelos técnicos do Ministério da Economia só serve como massa de manobra a ser manipulada por interesses aéticos detentores de objetivos diferentes daqueles de que necessita o nosso país. Cada vez mais se aproxima do fim a contagem regressiva instalada pelo Estado Mecanicista, cuja bomba relógio necessita ser desligada sob pena de não podermos afastar a tempo da explosão, danificando todo o aparelho produtivo, a moeda, a educação, a saúde, a segurança, a habitação, necessários à manutenção da civilização no nosso país. O gigante cambaleia, tem o sangue parado na veia em descomunal congestão. O pulmão enorme mal respira, vagueia pela escuridão sem direção e sem mira. O gigante continental se dobra diante de: caça-níquel infernal, malha arrecadadora insana, inorgânica e imoral; de espasmos de dor se arranca; e, na "parada circulatória", está a tranca que foi posta por algoz. 347 É urgente que se dê na imensa multidão dos municípios anemiados a "anóxia" monetária (falta de perfusão), pois, já se percebe o início a autólise (destruição de si próprio) das grandes, médias e pequenas cidades, e distritos, impedidora em última conseqüência do superávit da balança comercial. É uma questão de decisão política e de ação política. Ora, deixamos de dizer vontade política e ação política porque ambas estão mais ligadas á economia. Tal decisão e tal ação necessitarão da parte do governante de elevada postura moral e de legitimação da sua conduta perante o coletivo, só possível através de um pacto nacional, transparente e com divisão equitativa de sacrifícios, e com reexame por parte do Judiciário e dos Cartórios de Protestos, Banco Central e Serviço de Proteção ao Crédito, para tirar da inadimplência os agentes econômicos individuais e as pessoas jurídicas que foram vítimas de danos morais, legais e cartonais causados pelo artificialismo e tecnicismo que nem compatíveis com a economia de primeiro mundo são, mas que mantêm de maneira eficaz a nossa economia no quinto mundo. Referidos danos, (mencionados no parágrafo anterior), e que causaram a marginalidade produtiva dos atingidos, necessitam de neutralização para que se dê o novo engajamento econômico de modo que o país possa se recuperar economicamente e ficar liberto dos entraves monetaristas e monetários, escravizadores que são em sua verdadeira realidade. 348 Nova realidade, novo “céu”. E não haverá nem recordação, e nem subirá ao coração, pois, como diz a Palavra Eterna, "surgirá o novo agora" apenas com compromisso econômico dentro da Moral e da Ética, lastreado pela verdade e justiça. Um país igualitário sem prejuízo da hierarquia, com a meritocracia livre perpetuamente do privilegio ultrajante. Nova atividade política. Nova economia. Novo Estado. Uma nação revigorada agora pela longa noite da escravidão econômica tecida pela tecnocracia, que nem de longe foi apontada e esclarecida pela Constituição. Nova vida, novo "espírito". 349 350 DECIMO SETIMO CAPITULO 351 352 NO BEM ESTAR 353 354 355 356 NO BEM–ESTAR Antes do chamado Movimento Militar de 31 de Março de 1964, o Estado Brasileiro era submetido a um capitalismo do "segundo" grau - (era Kubitschek). Fazendo-se uma analogia do bem-estar resultante do modelo exercido naquela época com a qualidade de vida do cotidiano que hoje vivemos, somos obrigado a constatar a brutal piora na qualidade de vida apesar da economia ter passado da 49a. economia à 7a. economia do planeta. A chamada integração nacional levada a efeito pelos meios de comunicação e de transporte foi constituída para, através dela, podermos reger a grande "orquestra sinfônica" da municipalidade. No entanto, ela está permitindo a "desmunicipalização" do país e o total domínio econômico do município e do distrito pelas razões já expostas neste ensaio, aliado ao fato de, sobretudo, ter sido parte integrante do processo produtivo de cada um deles. Os municípios viviam em harmonia com a sua cultura, suas potencialidades e sua produtividade, sem trazerem prejuízos à sua receita, inclusive porque a sua 357 instituição e estruturação econômica se baseavam nos elementos trazidos pela colonização do país de que relata a história e que se deu de maneira lenta e gradativa, que em processo expontâneo de base sociológica e antropológica, gerava o seu desenvolvimento, enquadrando-o como fonte produtora e arrecadadora do país. Com a sofisticação técnica imposta pelo modelo artificial do Estado Mecanicista estão se apagando as culturas locais e regionais dando lugar a uma uniformização da conduta de suas populações, sugerida pela imposição de comportamentos incompatíveis com a Moral e os costumes do lugar, e tendo, ainda, a indução das populações municipais a anseios e comportamentos que não se harmonizam com a economia do lugar. Este fenômeno desestruturou em grande parte a economia municipal ainda portadora do processo de produção artesanal, deixando-o a mercê da conhecida liberação de verbas federais pelos deputados, que na sua grande maioria eram levadas para projetos de faixadas com base no mais rigoroso clientelismo e fisiologismo, portanto, sem o retorno econômico do ponto de vista da economia estrutural. Tais liberações, cada vez maiores, contribuíram para tirar o município da sua vocação econômica própria no que diz respeito às suas peculiaridades de como fazer a economia produtiva. Assim, tornou-se o município totalmente dependente da prefeitura quando, ao contrário, deveria ser em termos do superávit fiscal que por sua vez deveria ter, e que 358 seria o prescrito pelo administrativo. bom senso econômico e O prefeito doravante ao invés de se constituir um líder que reunindo os diferentes segmentos da sociedade municipal, como acontece normalmente em qualquer lugar do mundo, para engajá-los em projetos de desenvolvimento do lugar, passou a ser um "solicitador" de verbas para execução de projetos elaborados por instituições sediadas próximas do Poder Central, (Brasília), sem a participação e engajamento dos valores da sociedade local e muitas vezes tocados por empreiteiras de grande porte que não têm nada a ver com a economia do lugar. O artificialismo econômico resultante, portanto, sem respeito à cultura e à sociologia do município, além de "desestruturar" a economia do lugar causou desconforto psicológico e baixou a qualidade de vida que depende em 95% dos casos da economia estruturada da região que deveria viver em harmonia ou modo contínuo, como acontecia desde a época da colonização até o tempo em que tínhamos regendo o nosso país o capitalismo de segundo grau mencionado anteriormente. A qualidade de vida nada tem a ver com a excessiva sofisticação tecnológica e tecnocrática, as quais quando chegam não podem atuar de maneira abrupta para não desestruturar costumes e práticas econômicas vigentes, simples, mas que dão resultados. 359 Hoje, a grande maioria dos municípios brasileiros é dependente das suas respectivas prefeituras devido ao fato de terem mudado o seu comportamento econômico e seus munícipes terem internalizado a cultura da dependência municipal pela "prefeiturização" da moeda instituída pelas verbas federais, canalizadas para objetivos simplórios, antieconômicos, sem a preocupação com a estruturação da economia produtiva necessariamente autônoma e não dependente do poder político municipal. A falta da economia estrutural produtiva, municipal e autônoma permitiu o capitalismo de "terceiro" grau (ou extremado do modelo atual) que produziu o "sufoco nacional", ou seja, a redução do bem-estar a níveis desprezíveis. Tal capitalismo, que cultua a poupança como valor principal, esquece que só se pode poupar o excedente do que se precisa para manter as atividades básicas em compatibilidade com o bem-estar. Outra faceta desse capitalismo extremado é a inibição da atividade produtiva pela insistência da elevada freqüência com os grandes prêmios lotéricos que inibem a preocupação com a produção, impedindo o bem-estar gerado pela prosperidade, levando para a fantasia da "sorte grande", e conduzindo a população para o raciocínio mágico que é o inverso do raciocínio econômico. 360 Se levarmos em consideração que os diferentes jogos e loterias, que semanalmente, alguns até diariamente como é o conhecido "jogo do bicho", são bancados no país com farta presença na mídia, como é o caso da loteria da Caixa Econômica Federal, quase que impossível de premiar pelo fato de ser multiplicação de probabilidades que chegam próximo a zero, mostrando suficientemente que as populações que poderiam estar a procura do bem-estar como conseqüência da liquidez resultante da produção, da comercialização e da prestação de serviços, os mais diversos de acordo com a sua vocação, estão sendo vítimas de um gigantesco logro que além de impedir a formação da sua independência econômica ainda surrupia o seu dinheiro, haja vista que a possibilidade de que ela venha a acertar a sorte grande é quase impossível como vimos pelo conceito de multiplicação de probabilidades, (já referido). As loterias governamentais de âmbito nacional se constituem, na realidade, em mais um "imposto" que causa a esperança ou delírio da sorte grande mas que se revela em mais um mecanismo de manipulação e dominação econômica do Estado Mecanicista, que de maneira nacional varre o país distribuindo 10% do arrecadado para o possível ganhador e 90% do mesmo deposita nos porões do espaço técnico-burocrático do Estado Mecanicista. Esse processo aético por excelência produzido para gerar a esperança àqueles que foram impedidos de participar do processo econômico pela inibição do PIB causada pelos diferentes planos de 361 estabilização da moeda, e agora, pela contenção impiedosa do meio circulante, configura-se como a maior irresponsabilidade ou "conto de vigário" que as autoridades do Estado Mecanicista cometem no que diz respeito ao retardamento do engajamento da população na economia produtiva. O bem-estar apesar de ser uma situação subjetiva resulta em grande parte no mundo atual de um conjunto de relações favoráveis e harmônicas com o meio sócioeconômico em que vivemos. Parte de situações e relações reais, isto é, objetivas, necessitam de meio circulante compatível com a atividade econômica do município que é onde se dão os referidos relacionamentos. Não pode ser incrementado através da ilusão de que todos estão sujeitos à sorte grande, quando a probabilística demonstra o contrário. A ilusão produzida nas massas por esse artificialismo desonesto do capitalismo extremado, além de esgotar e enganar o povo, mantém a sua psicologia em uma atmosfera ilusória e incompatível com o pensar racional, o único que leva à economia de resultados. No bem-estar da comunidade municipal se dão as trocas energéticas do entusiasmo, das motivações e dos ideais que produzem grupos de mentes coordenadas, ou seja, em cadeia por associações muitas vezes responsáveis pelo sucesso em termos econômicos. O bem-estar é propenso a indução do estado de recolhimento, fonte originária das idéias, da criatividade 362 e do entusiasmo cívico e econômico. É importante observar que o laser com base nos costumes e na moral do lugar foi substituído pela informação despudorada trazida pelas redes televisivas produzindo um artificialismo de condutas totalmente inadequadas do ponto de vista do relacionamento "patrão/empregado", com quebra da hierarquia e do respeito entre ambos, ocorrendo também com os diversos grupos sociais dando lugar a promiscuidade, a libertinagem e a vulgaridade, tornando as relações sociais de difícil realização que aliada à dificuldade na luta pela sobrevivência em um município (unidade econômica topográfica), impedido de participar economicamente devido a insuficiência de meio circulante de um país que elegeu a agiotagem como razão primeira de sua razão de ser. O lazer saudável e a alegria que nascem da participação no projeto nacional, do engajamento nas atividades socioeconómicas, foram substituídos pela violência das torcidas organizadas, no caso do futebol, e a formação de gangs nos bairros inspiradas pelos filmes policiais apre sentados pela Rede Globo, sobretudo, mantendo a população alarmada. 363 Decorre também das razões expostas no parágrafo anterior o narcotismo na grande procura pela fuga existencial no uso dos agentes químicos (dependência de drogas). Uma população fra gmentada, receosa, atormentada e sem liderança porque os líderes atuais são feitos pela mídia dividida e confundida por uma enormidade de informações desconectadas com uma única finalidade: a de atordoar, para com isso se tirar proveitos imediatos visando ganho e poder político através da intimidação e da manipulação. 364 365 366 CONCLUSÃO 367 368 CONCLUSÃO 1. CONCLUSÃO PROSAICA: acontecimento político funesto na forma natural de falar ou escrever Como vimos ao longo dos capítulos desenvolvidos, que se propuseram a interpretar o modelo teórico do Estado Mecanicista, ( A ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica), de natureza importada e que mata o espírito da terra, ou seja, a alma do lugar, foi, então, tal modelo instalado no país pelos tecnocratas, que causando a inflação metabólica, produziram a necessidade da correção monetária no período em que a mesma se deu, a fim de que o Governo pudesse neutralizar as perdas em suas receitas devido a inflação que as alimentaria mais ainda, segundo o conceito clássico de que: "os DÉFICITS FISCAIS podem causar DÉFICITS PÚBLICOS" portanto, um assunto abordado por outras economias. A inflação que até hoje continua sendo tratada nos seus efeitos e não nas suas causas, como ocorre com o atual PLANO REAL, é um fenômeno novo na história da ciência econômica. 369 falta de perfusão monetária a nível municipal, diminuição da velocidade média de circulação da moeda, "empreiteirização" do dinheiro através da prioridade da construção faraônica por parte das grandes empreiteiras com base em projetos montados por firmas especializadas em montá-los partindo de outros já executados e aprová-los no grande ritual dos lobbies e da corrupção, permitiu desvio no referido espaço de grandes montantes em dinheiro. É preciso compreender que a congestão monetária é também a causa de enormes desperdícios. Em seguida, os planos de estabilização da moeda que de maneira puramente artificial, acadêmica e burocrática foram executados exclusivamente para impedir a falência do Estado Brasileiro ao longo do período em os mesmos se deram, produziram por parte do Estado um gigantesco endividamento, que atualmente impede os investimentos necessários à ampliação da população economicamente ativa e, consequentemente, ao desenvolvimento do país, acarretando o Estado Autofágico e Sociofágico, que destrói a si mesmo, como assistimos em nossos dias e estudamos através da repercussão do "corpo estranho" do Estado Mecanicista na saúde, na criminalidade, na segurança, na educação, etc., e agora com o Plano Real, no aumento do desemprego. O aumento da concentração alarmante de renda, 370 decorrente também do que foi afirmado, tem sido a causa do enorme agravamento da caótica situação social. Como vimos, a própria psicologia da população foi afetada e a estrutura epidemiológica sofreu brutal modificação levando-se em consideração que os estados de perplexidade e de ansiedade coletivas, (o sufoco nacional), produz hipertensão atualmente quase generalizada, e, esta, gera acidente vascular cerebral, enfarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, edema agudo do pulmão, insuficiência renal, coma e morte em elevada percentagem de casos complicando e agravando a saúde já por demais insuficiente no que tange a sua estrutura. Enfim, um verdadeiro apocalipse particular, o "apocalipse brasileiro", que já dura mais que o tempo que a Bíblia promete para o seu próprio Apocalipse. Funerárias, organizações de assistência médica particular, redes de farmácia, empresas de segurança, de transporte e de dinheiro, e, empreiteiras, se tornaram os maiores negócios do Brasil, isto é, o parasitismo econômico em alta escala, em detrimento da construção da infra-estrutura de país em desenvolvimento. Por todos os lados vêem-se o confronto, o descrédito, a desesperança, a "castração" das atividades e a "marionetização" das vontades econômicas. Toda uma sociedade constituída por cerca de 160 371 milhões de pessoas impedidas de agir pelas "amarras" do Estado Mecanicista que insiste num "econometrismo", num "burocracismo" e numa arrecadação fiscal "no varejo", e, ainda, na absorção monetária através do jogo lotérico. Trata-se, portanto, da maior espoliação a que um povo foi submetido por tanto tempo em todo o mundo, enfim, em toda a história do planeta. Um guerra subliminar, surda, invisível, avassaladora, nojenta e destruidora da economia, da cultura da história do país, da identidade do mesmo, da sua centralidade, da sua unidade e da personalidade da sua Sociedade. Uma carnificina de origem invisível encoberta pelo véu da legalidade, sem consciência e sem raciocínio. O controle da demografia objetivando de maneira escusa o aumento da renda per capita, acarretando a insistência do freio durante várias décadas na economia, através da morte de pessoas de todas as classes sociais pela política econômica indevida e descabida que instaurou o "canibalismo" econômico como maneira de vida prática e social. A involução, o desespero, o desencontro, o caos. A impressão de que o país não tem mais jeito devido ao emaranhado de problemas que sufocam o 372 brasileiro no seu cotidiano. Ninguém escapando: povo, governo, comerciantes, industriais, políticos, religiosos, encarcerados, etc, num desencontro total. Será que não há solução para o Brasil ? Ou será que o corpo estranho do Estado Mecanicista que vive há tanto tempo sem diagnóstico etiológico (primário), sem o qual não é possível tratamento, vai ficar eternamente "mascarado" no emaranhado de ideologias políticas, econômicas e administrativas importadas ? Que são dos nossos prêmios "nóbeis", os iluminados em política, em economia e em administração ? Será que os prêmios "nóbeis" existentes no mundo, cujas teses serviram de teoria para os "tupininquins", ganharam os seus prêmios estudando economia, política e administração praticadas no Brasil ? É exatamente aqui que se situa o problema, isto é, o nó górdio da questão, tão simples de ser visto, mas, no entanto, tão difícil de ser enxergado, porque o cérebro brasileiro está necessitando de lastro teórico para compreender. Necessitamos, de acordo com a conclusão a que chegamos no estudo do presente ensaio, de um modelo teórico próprio afim de que possamos compreender a crise 373 brasileira, isto é, que possamos encontrar o diagnóstico "certeza", pois, com o "prováve/" que já assistimos o povo não agüenta mais tanto empirismo. Urge que instituamos a "terapêutica" libertadora e curadora - (o tratamento) - de que está precisando a crise nacional. O Estado Brasileiro como já foi afirmado várias vezes neste ensaio, e tornamos a repetir para que, através da repetição, o diagnóstico fique lembrado: trata-se de uma ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, disfarçada pela democracia política, de fachada e com a mídia em conluio. São vasos de grosso calibre que conduzem 58 impostos, já exemplificados e que arrastam para a conta do Governo (espaço técnico-burocrático) de maneira informatizada, inundando os porões do Estado Mecanicista (congestão monetária), que somados à irracionalidade econômica da cobrança dos mais elevados juros de que se tem conhecimento na história do mundo, inviabilizam a economia do Brasil e maltrata o seu povo. Uma arrecadação voraz, um "caça-níquel" informatizado, portanto, esta última qualificação define o regime do Brasil. Do outro lado, face ao emperramento burocrático cheio de impiedade, capilares gotejam moeda para os municípios que morrem de "anemia" monetária. Portanto, sem capital de giro para a atividade produtiva dos seus munícipes 374 causando o desemprego, a diminuição do consumo e dos impostos que no conjunto da municipalidade do país daria o superávit fiscal que tem sido tentado pelos técnicos cobrando impostos *nc varejo", gerando a morte das empresas e espoliando as pessoas físicas prestadoras de serviços. Com o atual regime de ditadura econômica, ocorre uma verdadeira distonia pelo fato da velocidade arrecadadora avantajada, própria dos computadores das redes nacionais bancárias, e, de uma distribuição municipal retardatária, face o emperramento burocrático do espaço técnico-burocrático de decifração e resolução inacessíveis devido à linguagem hermética dos seus militantes, dar-se-á a maior causa da congestão monetária. A velocidade média de circulação do dinheiro é inversamente proporcional ao valor dos bens de consumo e diretamente proporcional à quantidade de dinheiro em circulação, como vimos anteriormente no capítulo que trata da inflação metabólica, e que constitui a própria, que iaz há muito tempo sem diagnóstico, por se tratar de fenômeno nacional que não foi estudado pelos "prêmios nóbeis" da economia mundial. FEITO O DIAGNÓSTICO, PASSEMOS AO TRATAMENTO ! 375 Inicialmente, é necessário igualar-se a velocidade de arrecadação monetária (tributação) com a velocidade de distribuição do dinheiro, de tal sorte que esta última se dê a nível do município e do distrito que são as grandezas geográficas de atividade econômica por excelência. Os negócios deverão ser incrementados e desenvolvidos a esse nível pelo munícipe (homo economicus), e não pela prefeitura (unidade administrativa). O dinheiro deverá, portanto, ser "cidadanizado" para nao inibir o aparecimento do "homo economicus" no município e, proporcionar ao mesmo, o capital de implantação e de giro para os seus empreendimentos ou negócios, e não "prefeiturizado" e "estadualizado", ou mesmo "federalizado". Este último é o que se observa preponderantemente nos nossos dias, devido aos planos econômicos. A administração municipal deverá estar voltada da porta da rua para dentro da "casa", onde mora o indivíduo com sua família, e não, da porta da rua para "fora" da casa do cidadão, como se vê desde a época do descobrimento do nosso país, porque esta área da topografia municipal abriga o marginal que não está engajado no processo produtivo e, o turista que vindo no máximo uma vez por ano ao nosso país, apenas ajuda a movimentar a industria do lazer e que contribui com pequena parcela dos impostos arrecadados em relação ao munícipe, haja vista que toda a tributação do país é incidente sobre ele, (o munícipe). 376 Deverá ser instituída radicalmente a democracia monetária devido ao fato do dinheiro ser apenas o fator monetário que possibilita os negócios, isto é, um artifício que a civilização incorporou como evolução as trocas que se davam nos tempos primitivos. A ele (dinheiro) deve-se na atualidade a realização dos negócios, dos empreendimentos e consequentemente dos empregos, dos salários, do consumo, dos impostos necessários ao superávit fiscal buscado penosamente e sem qualquer êxito pelos tecnocratas há mais de duas décadas. As instituições deverão ser democratizadas até a exaustão, e, privilegiar o cidadão e não empresas particulares ou entidades públicas, prefeituras ou estados. As prefeituras e os governos estaduais deverão usar somente o dinheiro proveniente dos impostos arrecadados na sua jurisdição. Os bancos e as redes televisivas serão municipais ou distritais. A moeda brasileira, (o Real), não poderá ser convertida em Dólar, a não ser em casos especiais e sob o controle de conselhos monetários municipais. Portanto, só o Dólar poderá ser convertido em Real. 377 Tira-se a âncora do meio circulante (limitação do meio circulante a apenas 72 bilhões de Dólares). Tira-se a âncora cambial. Tira-se a âncora dos juros. Impede-se o funcionamento das loterias federais e estaduais. Porém, fica facultado o funcionamento das municipais. O meio circulante (dinheiro em circulação) só poderá ser provido através de obras realizadas nos municípios e contratadas a instituições e particulares instaladas e residentes no município ou distrito. Não haverá mais financiamento para obras. Todas as obras ou empreendimentos deverão ser executados através da emissão de moeda, no caso de déficit fiscal com base em rigoroso balanço demográfico visando apenas a provisão do meio circulante municipal. As aposentadorias só poderão se dar por invalidez e o beneficiário deixa de descontar do seu salário o referido pecúlio, e o recurso para a sua provisão deverá originar-se de acordo com o disposto no parágrafo anterior. Elaboração de ideologia econômica, política e administrativa brasileiras, visando a unidade, personalidade e identidade do Brasil com base no seu diagnóstico e ideal. 378 Integração do país na globalização (tão alardeada em nossos dias) apenas pelo lado de fora da realidade política e econômica para impedir a "fagocitose" administrativa e econômica do Brasil pelas grandes potências, multinacionais e capital oriundo das drogas. Percebe-se do que foi exposto até aqui, que a "municipalização" da moeda no país é necessária para a reversão da situação de caos em que se encontra o Brasil, devido ao fato de que o Estado Mecanicista nacionalizou ou federalizou o que é predominantemente municipal e distrital, ou seja, o fenômeno econômico. O Estado é uma grandeza política, mas não administrativa ou econômica. É uma grandeza arrecadadora que se obriga a redistribuir o fluxo monetário (meio circulante) no município e no distrito, devido ao fato do fenômeno econômico só poder se dar no mesmo. Fazendo-se analogia com o caso da economia orgânica ocorrida nos metazoários, inclusive no homem, a combustão resultante da queima dos açúcares na presença do oxigênio, conhecida como via glicolítica intra-celular, se dá dentro da unidade anátomomorfológico-histológico-fisiológica e de ordem eletromagnética, que é a célula, ou seja, da intimidade dos tecidos para a periferia. Da unidade metabólica ou econômica para o organismo, e não o contrario como se verifica na distorção causada pelo corpo estranho do 379 Estado Mecanicista que arrecada instantaneamente devido a (on-linidade do processo atual), e distribui "burocratizadamente", isto é, "preguiçosamente". Sem o município nutrido economicamente pela "cidadanização" da moeda através da atividade econômica incrementada no mesmo, o que não tem nada a ver com a "prefeiturização" do meio circulante, nem com o crédito à agricultura ou ao cidadão. A provisão do meio circulante pelo crédito à agricultura através do Banco do Brasil é uma das causas da inflação metabólica originada no espaço técnicoburocrático. A atividade do Banco Central deverá ser fragmentada pelos municípios, tirando-lhe a hegemonia ou hipertrofia federal, eixo maior da distorção e da perpetuação do Estado Mecanicista. A "terapêutica" exposta acima de maneira axiomática ou postular deverá servir como ponto de partida nos debates para a reformulação do Estado Brasileiro no que tange a instituição da democracia econômica com base na teoria do Estado Mecanicista desenvolvida neste ensaio. Trata-se de "terapêutica" inusitada levando-se em consideração o jornalismo econômico da mídia e o "economês" disseminado pelos técnicos oficiais. 380 O jornalismo econômico veicula apenas a opinião econômica favorável às esferas do poder econômico de suas localidades, extrapolando-a para o resto do país. Por outro lado, a universidade tem sido incompetente para formular "terapêutica" adequada devido às seguintes duas explicações: ■ está submetida ao Estado Mecanicista e tem a dificuldade de berço, de através do raciocínio dedutivo, que é o raciocínio da semiologia, chegar a diagnósticos etiológicos; por conseguinte, não pode encontrar a "terapêutica". O acadêmico analisa em demasia, compõe pouco, deduz insuficientemente e decide menos ainda. ■ a universidade se entrega por demais a análise e é tímida no que tange aos negócios. Já o político pensa apenas na sua liderança e na sua próxima eleição, não destinando parte do seu tempo para o estudo dos transtornos e distorções que o Estado sofreu como conseqüência de ideologias políticas, econômicas e administrativas importadas sem a devida reflexão e adaptação ao país do ponto de vista da cultura, da tradição, da antropologia, da psicologia e da economia do seu povo. É uma "terapêutica" inusitada, repito, porém, verdadeira se levando em consideração a criação de um ideal brasileiro que atualmente é impedido de se 381 manifestar. Ela trata das causas e não dos efeitos que têm sido o alvo das teorias ortodoxas e heterodoxas que fundamentaram os planos de estabilização econômica recessivos, que ao longo de mais de duas décadas vem nos infelicitando e piorando progressivamente a crise brasileira. Com isso, acarreta o endividamento do Estado de modo avassalador. No momento em que escrevo esta conclusão, a dívida brasileira (interna e externa) está por volta dos 500 bilhões de Dólares, o que é um contrasenso levando-se em consideração que o PIB do país está em torno de 720 bilhões de Dólares. Todas as vezes que tratamos as diferentes questões econômicas pelos seus efeitos, obtemos apenas a parada dos fenômenos em questão, pelo lado externo da sua realidade (exotérico), ou seja, através do artificialismo amarramos ou prendemos a "exteriozação" dos mesmos. A solução das diferentes questões aventadas, ou seja, a sua resolução, o seu final, só é possível através do combate às suas causas, e para isso é necessário um modelo teórico próprio para sua compreensão. No caso da teoria atômica, (que trata do que ocorre com as partículas intra-atômicas), o modelo de NIELS BORN, foi erigido para explicar a quantidade, a natureza e a maneira pela qual se compõem ou se comportam as 382 mesmas dentro da estrutura atômica. Quando uma lâmina metálica, mais precisamente conforme a história da química, uma lâmina de ouro permitiu ser atravessada por um feixe de partículas gama deixando impresso o registro em um filme fotográfico localizado na posição de anteparo em relação à fonte do feixe logo após a referida lâmina, foi necessário erigir-se outro modelo: o modelo de RUTHFORD, trazendo agora a eletrosfera afastada do núcleo (prótons e neutrons) para poder justificar a passagem das partículas gama através da lâmina, o que foi deduzido pelo registro do feixe na película do filme. Portanto, o modelo do Estado Mecanicista aqui proposto foi concebido teoricamente através do raciocínio dedutivo e da síntese necessária à não dispersão dos elementos para explicar o "porquê" da ineficácia do trabalho dos economistas governamentais ao longo de quase três décadas, no sentido de eliminar o déficit público brasileiro e debelar a inflação. O atual plano brasileiro, (o Plano Real), repete os planos anteriores de maneira mais sofisticada e dissimulada, através da âncora dos juros, da âncora cambial e da âncora do meio circulante. Apenas transformou a inflação metabólica em escandaloso endividamento, que proibindo os investimentos, fez surgir o fantasma do desemprego. 383 Finalizando este ensaio e dentro de um rápido enfoque recheado de humor, um leitor ligeiramente desavisado poderia colocar para este autor o seguinte questionamento: (Leitor) – “Não deverá maior preocupação com a nossa ecomia porque Deus é brasileiro!” (Auto) – “Quem assim pensa é porque esquece que os Adões condutores da política que votaram pela cidadania de brasileiro a Deus, foram os mesmos que expulsaram o Senhor do paraíso , isto é, do Brasil. Caro leitor, como você vê, nosso ensaio é um brado de alerta e um basta à atual política econômica do Governo Brasileiro, elaborada que foi nos "laboratórios" da tecnocracia que vem infelicitando o nosso país e que agora chega ao cúmulo do absurdo de passar a sua responsabilidade para o capital apátrida. 2. CONCLUSÃO POÉTICA: política em vários planos tragédia Acometido de terrível doença, Portando sangue parado no pulmão, Na causa não sendo abordado o seu mal, 384 Vagueia o gigante na multidão. A estase vascular lhe tira o ar, Impedido na monumental congestão, Faltando terapêutica libertária, Está combalido na incompreensão. Hesitante, indeciso, sem rumo, Tendo como limite a imensidão, Estupenda parada monetária, Emperra o país, humilha a nação. Atada perfusão circulatória, Eleva a anóxia nos tecidos, Na distribuição burocratizada, Abafando os enormes gemidos. Perpetuando o colossal tormento, Sem nutrientes para "metabolizar", No endividamento galopante, Se nutrindo da autólise celular. Pela plutocracia submetido, Com insana tranca do Banco Central, E sentindo espasmos de dor, arranca, Arrasado pelo déficit fiscal. A informatizada arrecadação, Da nutrição arterial invertida, 385 Burra distribuição burocratizada, Mal da tecnocracia pervertida. Topa no chão o hércules continental, Esforça-se, levanta-se, mas se dobra, Puxado pelo caça-níquel infernal, Da malha tributária que cobra, Na teia inorgânica, imoral. No corpo sem eutrofia, só palidez Com o edema sob o suor da face, Amargando gigantesca insensatez, Sórdida mídia, burla, o disfarce. Não conseguindo mais ver, então, vagueia, Fome, desemprego, criminalidade, Cruel autólise dos municípos, Atingidos da brutal "tecnicidade". Pelos juros desumanos e perversos, E âncora pérfida, prisão cambial, Mas insensível, rígido, tecnocrata, Não sente o próximo êxito letal. Fortaleza-CE, ano de 1998. Dr. ANTÔNIO JORGE ACÁRIO 386 BIBLIOGRAFIA ABRAMOVAY, RICARDO, "O que é fome" - Editora Brasiliense - Coleção "Primeiros Passos", 102 - 3a. Edição -1995 ANJOS & ARRUDA, IVAN GONÇALVES DOS & MIGUEL DE TOLEDO, "Física na escola atual" - Atual Editora Ltda. - São Paulo -1993 ARRUDA, MARCOS, "O Governo Collor e as perdas dos trabalhadores - Editora Vozes Ltda. - Petrópolis -1991 BARBOSA, HÉLIO, "O controle clínico do paciente cirúrgico" Editora Ateneu BEDÊ, FRANCISCO L. O., "A matemática dos homens e a Mente Matemática de Deus" - Edição particular - Fortaleza Fundação Biblioteca Nacional registro 99.420, primeira averbação em 06/07/1995; segunda averbação em 30/07/1996 2a. Edição (revisada) -1997 BEDÊ, FRANCISCO L. O., "O pensamento econômico de Deus e os pensamentos sócio-econômicos dos homens" Edição particular - Fortaleza - 1a. Edição -1997 BEDÊ, FRANCISCO L. O., "Teorema da clonagem, uma proposição posta entre Deus e o homem" - Edição particular - Fortaleza - 2a. 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