O Estado Mecanicista - movimento cidadanista.com

Propaganda
O ESTADO
MECANICISTA
1
Copyright @ by
ANTÔNIO JORGE ACÁRIO
Aquisição
Exemplares desta edição podem ser adquiridos através
dos telefones:
(085) 30 82 19 36
(085) 86 39 66 64
Capa
Jorge Acario
Revisão técnica
Prof. José Sady Tavares (085) 983-9039
"Charges"
Francisco Bedê (085) 985-4571
Editoração eletrônica
Jorge Acario
Impressão
Impressão no Brasil / Printed in Brazil
2
Antonio Jorge Acário
O ESTADO
MECANICISTA
- Uma Teoria Restrita -
para análise da relação do Estado
Brasileiro com a qualidade de vida
de seu povo.
3ª. Edição
Fortaleza - Ceará
Setembro de 2009
3
4
Um modelo teórico simplificado para
decifração, solução e resolução das
distorções do Estado Brasileiro
quanto ao ponto de vista de suas
causas e de suas relações com o
comportamento no cotidiano do
indivíduo, das instituições e do
coletivo.
5
6
DEDICATÓRIAS
Dedico este trabalho a José Nagíb Acário e Maria
de Lourdes Barbosa Acário, meus pais a quem
devo a visão essencial das cousas; a Wandick
Andrade Pontes que causou em mim, nas
conversas que mantínbamos nos corredores da
faculdade de Medicina do Estado do Ceará, o
gosto pelos desafíos do intelecto; a Paulo de
Melo Machado que despertou-me a curiosidade
científica.
Dedico, ainda, a todo brasileiro que se sentir
insatisfeito com os rumos dados pelo atual
Estado brasileiro à Pátria de todos nós.
Finalmente, dedico a todo brasileiro que
compreender este ensaio como um instrumento
teóríco-prático cuja única finalidade é colaborar
na correção das distorções que levaram à
desumanização do cotidiano daqueles que
militam na realidade prática e econômica do
Brasil.
Antonio Jorge Acário
7
8
Agradecimentos
Ao Prof. e Dr. José Sady Tavares, MESTRE EM
ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING, que compreendeu o
verdadeiro objetivo deste trabalho e, como estudioso de
assuntos ligados à cadeira de Marketing Internacional e de
Comércio Exterior, da UNIFOR, se dispôs a fazer uma
revisão técnica, além de nos ajudar no entendimento de
determinados termos empregados pelos especialistas
que trabalham na área econômico-financeira do Governo
Brasileiro e de outros em setores correspondentes de
países que não o Brasil.
Ao Prof. Francisco L. O. Bedê, autor de peças literárias
inéditas, como a "A matemática dos homens e a Mente
Matemática de Deus", pois, depois que li esse trabalho,
uma formidável associação estabelecida entre a
"matemática da terra" e a "Matemática dos Céus", sentime encorajado a publicar as idéias esboçadas no
presente ensaio, ajudando-me na editoração do mesmo
e produzindo "charges" para maior leveza deste ensaio.
9
10
Pensamento
"Ver. Poder-se-ia dizer que toda a vida
consiste em ver, senão, finalmente, pelo
menos essencialmente. Ser mais é unir-se
mais. Procurar ver mais e melhor não é,
pois, uma fantasia, uma curiosidade, um
luxo. Ver ou perecer. Tal é a situação
imposta pelo dom misterioso da existência
a tudo quanto é elemento do Universo."
TEILHARD DE CHARDIN
11
12
Glossário de Termos
ANÓXIA – Falta
de oxigenação.
ANTROPOLOGIA - Ciência que estuda o homem, seu
comportamento, suas realizações e relações com o meio.
AUTÓLISE - Autodestruição (destruição interna causada
por si próprio).
BALANÇO DE PAGAMENTOS - Registro sistemático de
todas as operações realizadas por residentes (nacionais e
estrangeiros) de um país com o Exterior, e que é expresso
em moeda nacional sob o critério de anualidade. Obs.:
Para fins estatísticos junto ao FMI, tais registros devem
ser expressos em Dólares e, agrupados, segundo sua
natureza: balança comercial; balança de serviços; balança de
capitais; etc.
BALANÇA COMERCIAL - Relação entre o que um país
vende (exportação) e o que compra (importação).
Obs.: É chamada de favorável quando exporta mais do
que importa.
CATARSE - Equilíbrio bio-energético entre o médico e o
paciente.
CIDADÃO - Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos
de um Estado. (Pela visão popular, é todo aquele que
tem dinheiro no bolso com a finalidade de gerar
produtividade e não de especular).
"CLIENTELISMO" - Ação política voltada exclusivamente
para atender os interesses diretos dos amigos do
segmento político dominante.
13
CONGESTÃO = Fenômeno ocorrido no interior dos
órgãos devido a parada sanguínea causada pela
insuficiência cardíaca.
DIAGNÓSTICO "CERTEZA" - Confirmação da hipótese
"diagnóstica" através de um exame complementar de
diagnóstico "específico".
ESPAÇO TÉCNICO-BUROCRÁTICO = Atual espaço
econômico onde atuam os técnicos com as contas do
Governo, desenvolvendo uma linguagem hermética de
difícil decifração.
ESTADO MECANICISTA - Corpo estranho inserido no
atual Estado Brasileiro. Trata-se de um modelo "técnico",
não partidário e não teocrático.
ESTASE = Um tipo de parada sanguínea dentro de
determinados órgãos.
ETIOLOGIA (ETIOLÓGICO) - Estudo das causas ou
origem das cousas. Investigação da causa primeira de
uma doença.
EUTROFIA - Relacionado a boa saúde.
FAGOCITOSE - "Englobamento" de partículas ou
microrganismos ou células do sistema imunológico, ou
ainda, por alguns protozoários.
"FISIOLOGISMO" - Ação do segmento político dominante
que visa manter determinado status quo, com base em
"apadrinhamento".
HOMEOSTASE - Processo que mantém as atividades do
organismo em uma faixa de variação compatível com a
vida em relação a mudanças dos meios interno e
externo.
14
HOMO ECONOMICUS - Homem econômico.
IATROGÊNICO - Relativo à capacidade de gerar doenças
pelo uso indevido da medicina.
ISQUEMIA - Diminuição da irrigação sanguínea de um
tecido face a uma semi-obstrução da artéria supridora.
"LOBBY" - Grupo que procura influenciar legisladores.
METABOLISMO - Variação ocorrida no organismo,
incluindo perdas e ganhos de eletrólitos e água, como
conseqüência das trocas de eletrólitos que se dão nos
espaços intracelular e extracelular, por influência
hormonal.
"MISENSENE" - Realização de uma cena através da
participação e marcação executada pelos atores.
MUNICÍPIO - Divisão administrativa de um estado. É a
unidade político-econômica e territorial por excelência.
NEOPLASIA - Formação tumoral resultante
crescimento autônomo do número de células.
do
PERFUSÃO - Difusão do sangue na
intimidade dos tecidos. PIB - Produto
interno bruto.
"PREFEITURIZAÇÃO" - Concentração do fluxo monetário,
politicamente na Prefeitura.
PSICOLOGIA - Ciência da vida mental e das suas leis.
SALMONELA
alimentar.
-
Bactéria
causadora
15
de
intoxicação
SOCIOLOGIA - Ciência que estuda as relações entre os
homens; ciência que trata dos fenômenos sociais.
16
Prefácio
Do Pr. Antônio Vandick de Andrade Ponte
ANTÔNIO JORGE ACÁRIO é um multifário - cirurgião, clínico
generalista, professor de ciências básicas, filósofo - e tem uma
inquietação de um pensador a serviço de um ativismo políticosocial.
Este livro, a que o Autor caracteriza de ensaio, versa
sobre a Economia Brasileira e está inspirado na sensibilidade à
desolação que, atualmente, reside atrás das grandes massas
do sofrido povo brasileiro, cujas reações são da crônica revolta
à perplexidade atônita.
Ora, o livro surge num momento excepcionalmente
propício, ou seja, a partir do crítico de uma transição nacional e
internacional, tendo a Economia Mundial como o pivô do
processo.
A nosso ver - a ótica de um médico, ex-professor de três
cátedras, com pequenas excursões no campo da
pesquisa - um dos maiores méritos do livro é exatamente a
sua oportunidade e um estilo difuso de quem é virtualmente
um leigo em economia, porém, com a capacidade especial de
instruir e de compadecer-se com as gigantescas comunidades
de nosso país, inexoravelmente afetadas pelas numerosas
17
distorções do atual Estado Econômico Brasileiro, ou melhor, da
segunda metade deste século.
A interação psico-sócio-cultural das ações macroeconômicas é
interativamente revelada na multiplicidade de seus capítulos:
"carga tributária" (completa e pesada); "endividamento
interno e externo"; "saúde"; "segurança"; "judiciário";
"ética e moral".
Duas formulações me impressionaram e intrigaram como
leigo em economia, mas cronista colaborador - a pedido de
Edson Queiroz de indelével memória - de um jornal diário.
(Crônicas que foram reunidas pela UNIFOR em livro
intitulado "Reflexões de um anarquista no final de
século", de uma engajada pesquisa jornalístico-social
sobre os problemas do Estado e suas conseqüências
sociais). Então, constatei a existência de uma constante nas
vicissitudes da vida nacional. Ou seja, a evidência da patologia
descritiva nos compêndios, inclusive, detalhadamente, na
Enciclopédia Britânica, "Da doença do Estado
Nacional Brasileiro" - Desease aj Bureaucracy:
1.
portanto, a minha convicção absolutamente
enraizada foi externada de que os males sociais
contemporâneos do Brasil têm, como etiopatogenia
atual, o Estado predador e arcaico, quaisquer que tenham
sido
suas
raízes
psico-sócio-culturais.
Algo
estranhamente e perturbadoramente semelhante
encontra-se na teoria do livro de ACÁRIO.
18
2.
o segundo fato iluminante das verdades
teorizadas no livro é muito mais recente. O livro
oportuno de Stefan Keit, endossa uma premissa ou
constatação do livro de ACÁRIO: de que a problemática
resistente e complexa do Brasil é o fato de ser ele governado
por economistas em vez de Estadista e Administradores.
Faltaria ao Estado Nacional uma visão pragmática
competente
como
é
descrito
no
"ESTADO
MECANICISTA", e, atribuída aos economistas gestores
de nosso país.
ANTÔNIO JORGE ACÁRIO neste ponto de seu discurso
abrangente, por vezes difuso e interativo, porém, sempre
relevante e pertinente, chega a uma conclusão
semelhante a um determinado autor especialista da
matéria destacada e atual.
O ensaio de ACÁRIO revela-se indubitavelmente
tanto oportuno como esclarecedor dos brasileiros,
versados ou leigos, solidários aos sofrimentos nacionais
decorrentes das graves distorções do Estado e que
desejem compreender e cooperar nas mudanças
necessárias para o desenvolvimento psico-sócioeconômico, que comece a atenuar estes males com a
retomada do desenvolvimento global, neste momento
histórico da crise mundial que agora ameaça envolver o
Brasil e, quando já se vê não muito longe, "o dia do
juízo final estatístico" dos seres humanos do planeta
Terra.
Nota do Autor: Dr. Antônio Vandick de Andrade Ponte é
médico neuro-psiquiatra. É jubilado em 3 cátedras da UFC
(Farmácia, Medicina e Direito). É pesquisador com Bolsas da
19
FULLBRIGHT e da DAVINE FOUNDATION MEDICAL
RESEARCH. Foi médico-generalista das Santas Casas de
Fortaleza e do Rio de Janeiro. Foi urgentista do Pronto
Socorro das Prefeituras do Rio de Janeiro e de Fortaleza
(IJF).
20
Prefácio
Do Dr. Marcus Vinícius Cavalcanti Soares
Li e gostei da obra "O ESTADO MECANICISTA"
de autoria do ilustrado médico-cirurgião Antônio Jorge
Acário. Trata-se de um ensaio político-sociológico que
aborda no presente e delicado período em que vivemos
e, de forma precisa para não dizer "cirúrgica", as mazelas
por que passa o Estado Brasileiro na atualidade.
Acário estréia na vida literária com um livro
polêmico e que desnuda a feição tecnocrática da elite que
governa o País, mostrando que os problemas nacionais
não são enfrentados buscando soluções, e sim, meios
para enriquecimento e perpetuação no Poder.
O maior exemplo disso é a atual situação porque
passa o nosso Nordeste, vivenciando mais um ano de
seca, onde um grande número de pessoas passam fome e
sede, num problema que perdura desde o nosso
descobrimento mas que, aos tecnocratas do Poder, a
solução continuará sendo a exploração política desse
drama humano para obtenção de votos, trocados por
cestas básicas ou empregos nas frentes de trabalho
criadas para fins puramente eleitoreiros.
Passado o período eleitoral, quando dividendos
políticos são contabilizados pelos detentores do Poder,
tudo volta a ser como antes. Nada se faz,
verdadeiramente, para solucionar o problema da
estiagem até que outra seca se instale nessa região.
21
E, assim, as elites vão se perpetuando no Poder,
graças à miséria que campeia neste País, fragilizando o
sofrido povo nordestino que, impotente, face à
desnutrição e analfabetismo, troca seu voto por uma
migalha qualquer fazendo, destarte, perdurar o ciclo da
pobreza com o enriquecimento cada vez maior dos seus
algozes, os quais se encastelam nas posições de mando
da Política Nacional.
O livro do Dr. Acário, embora sendo um ensaio,
parece um relato fiel da situação política de nosso Brasil.
Nunca, na história deste País, se assistiu tanta
indignidade como as que ocorrem a cada dia.
O Governo gasta milhões de Reais com
propaganda mentirosa para enaltecer a mediocridade,
enquanto a educação e a saúde agonizam pela falta de
investimentos e vontade política.
A mistificação das massas pela propaganda
política é uma constante neste Governo da Fome e da
Miséria, que pensa modificar a realidade cruel da vida
brasileira, numa visão paradisíaca de um País imaginário,
graças aos efeitos especiais da mídia especializada,
também chamada de marqueteiros políticos.
Tais profissionais, cujo produto de sua
engenhosidade transforma nulidades em sumidades,
vêm sendo utilizados à peso de ouro pelos governantes
atuais, objetivando venderem um imagem distanciada da
realidade em que vivemos.
22
Fosse o Brasil um País sem analfabetos, essas
figuras não "emplacariam" e nem tampouco teriam vez
na arena da Política Nacional. A comprovação disso é o
resultado obtido por esses farsantes tanto nas capitais
como nas grandes cidades brasileiras, onde o grau de
politização é maior e, a rejeição, se faz notar pelas
fragorosas derrotas que amargam em todos os pleitos.
Não fora miserável o Interior do Território Nacional,
essas nulidades jamais ganhariam eleições no País.
O livro do Dr. Antônio Jorge Acário, cujo
brilhantismo e aguçado saber credenciam-no como um
vitorioso, também, neste mister, merece ser lido e relido
por todos os brasileiros, para que saibam como seria fácil
a solução de problemas tão simples, caso existisse
vontade política para resolvê-los.
Portanto, o livro-ensaio intitulado "O ESTADO
MECANICISTA" desvenda a ditadura do Poder Executivo
esmagando os Poderes Legislativo e Judiciário, quando o
País é governado através de Medidas Provisórias e, o
Judiciário, é pressionado a não fazer prevalecer o direito
dos cidadãos, uma vez turbados pelo Estado Imperial
em vigência no Brasil.
Nota do Autor: o Dr. Marcus Vinícius Cavalcanti Soares é Advogado
militante e dos mais conceituados em Fortaleza-CE., com atuação
destacada na área de Advocacia Internacional, com escritório em
Miami-FLÓRIDA, (nos Estados
Unidos da América).
23
24
Apresentação
Quem já teve oportunidade de penetrar nos âmagos da
Economia de um país do tipo Sul-americano, percebeu que,
nos planos econômicos que regem tal Economia e,
em função de governos sucessivos e não
necessariamente de mesmo partido político, existe
uma "hermetismo tecnocrata" que está sempre pronto a
entrar em confronto com a "compreensão" daqueles que
pretendem adentrá-los.
Portanto, não poderia ser diferente com o exemplo da
Economia Brasileira, que "navega" junto às demais
Economias do mundo, quase "naufragando" nestas últimas
três décadas, face ao caráter recessivo imprimido pelos
seguidos Planos de Estabilização Econômica,
culminando com o atual Plano Real.
Afirmo que não sou economista, porém, asseguro
que estou pronto a emitir certos conceitos "econômicos"
neste ato de apresentar o Autor e o seu presente ensaio, a
que chamou de "O ESTADO MECANICISTA". Portanto, veio
que este trabalho me fez entender aquilo que nestes últimos
anos "aperta o meu próprio bolso".
Ora, ANTÔNIO JORGE ACÁRIO me faz lembrar a figura
histórica de DIOGO ÁLVARES CORRÊA, aquele português que
durante os primeiros momentos de descobrimento do Brasil
pela Esquadra Lusitana se viu, em determinado e aflitivo
instante e em terras que hoje constituem a Bahia,
a dar um "tiro" para cima com sua espingarda, mirando
(com ajuda da "sorte") certo pássaro a sobrevoar sua cabeça,
matando-o. Só que, no caso de ACÁRIO, o "tiro", isto é, este
ensaio, "acertou" em cheio o economês que ele viu reinar
ao longo de sua vida e que, também, "matou muito mais do
que viu", ou seja, "engatilhou" diversos desdobramentos
25
constituídos pelos 17 capítulos, a par da introdução e da
conclusão.
O Autor, na qualidade de médico-cirurgião, faz um
verdadeiro diagnóstico da doença "econômica" que
assola o nosso país, pois, ao dissecá-la inicialmente com o seu
"bisturi" literário conforme determinadas partes, resolveu
chamá-las de "inflação metabólica", de "congestão
monetária", etc, passando pela "ineficácia dos planos
de estabilização" e pela "inibição do PIB". Em
seguida, escandaliza e deixa corados de vergonha os
tecnocratas que teimam em "asfixiar a carga tributária
nacional" obrigando, destarte, que o Estado Brasileiro entre
numa atitude de "autofagia", (para não dizer
"sociofagia").
Finalmente,
desemboca
sobre
os
"embirros" que jazem nos setores da Saúde, da
Educação, da Segurança, da Previdência, do
Judiciário, da Classe Política, da Mídia em geral, da
Ética e da Moral, e, do Bem-estar do nosso povo.
Prosaica e poeticamente, o Autor nos brinda,
através da última parte do seu trabalho, com uma
"terapêutica" diversificada pela qual deve ser tratada a
doença "econômica" do grande corpo chamado Brasil.
Terminando nossa curta apresentação sobre o Autor
e sua presente obra, gostaríamos de dizer, ainda, quatro
cousas:
1- que o Autor nos parece ser o Caramuru da
Economia Brasileira a reger os destinos
econômico-financeiros do nosso povo no milênio
que se finda;
2- que
o Autor foi de grande perspicácia na
abordagem do tema desenvolvido, buscando
subsídios não somente nos livros clássicos como
em outros tratados de Economia, e, também,
investigando o Pensamento Econômico que se
26
encontra diluído nas ESCRITURAS, a fim de dar
suporte humanístico às suas próprias idéias, ao
citar passagens escritas por MATEUS, MARCOS E
LUCAS, - Novo Testamento;
3- que o Autor, (quem sabe por motivos de ordem
particular), deixou de declinar passagens do Velho
Testamento. Quero dizer, com isso, que o Autor
ao desenvolver determinado capítulo de seu ensaio
relacionando-o à Ética e Moral, o fez
magistralmente, pois, pareceu-me ter-se inspirado
no Segundo Livro dos Reis e no Segundo Livro de
Crônicas, (2 Rs 23 e 2 Cr 34, respectivamente),
não só por nos mostrar o "entulho" que havia nos
"planos dos reis bíblicos", a exemplo do "entulho"
que continua a existir em nossos planos de
estabilização econômica, como, também, acertou
mais uma vez no que não viu, isto é,
"obrigando-nos" a deduzir que:
"A MORAL DO HOMEM É QUE ESTÁ SEMPRE SE
ALTERANDO, PORÉM, A ÉTICA DE DEUS JAMAIS
MUDA." Por isso, embora não aceite, até
"compreendo" o porquê dos nossos tecnocratas
não conseguirem retirar o "entulho" que existe nos
planos de estabilização, pois, a própria Bíblia nos
mostra que dentre todos os Reis citados no Velho
Testamento somente um teve coragem de afastar
o "entulho" que os homens colocaram no Plano de
Deus: o destemido REI JOSIAS, (porque não tinha
"rabo preso" com os "economistas" de seu tempo).
Por conseguinte, o Autor de "O ESTADO
MECANICISTA" nos propõe:
uma nova realidade, o NOVO "CÉU", portanto,
um "novo agora"; e;
27
uma nova vida, o NOVO "ESPÍRITO', portanto,
"uma nova atividade política".
4- que os tecnocratas que estão no comando da
Economia
Nacional tenham a humildade e a coragem de ler o
presente
ensaio.
Embora o Autor ao abordar certos tópicos em seu
ensaio não tenha sido totalmente explícito, foi sutil em
passar algumas "lições" de ordens política, econômica,
sociológica, etc, senão vejamos pelo que deduzimos de
sua obra:
■ "O Estado Mecanicista" parece-nos ser uma
grande denúncia ao denotar que a qualidade de
vida do brasileiro "democrata" não é melhor
por causa do Estado Brasileiro "monárquico";
■ por extensão, deduzimos ainda que o nosso
"federalismo" existe somente no papel;
■ a doença "organizacional" promovida pelo
corpo estranho instalado dentro do Estado
Brasileiro, a que o Autor chamou de "O Estado
Mecanicista", não permite reação pelo próprio
Estado Brasileiro, a exemplos longínquos no
tempo, como: quem se insurgia contra Roma
ia parar na cruz; quem se insurgia contra
Lenine ia parar na Sibéria ou na KGB; e
agora. quem ousa se insurgir contra esse
"Estado Mecanicista" vai acabar parando
nas mãos dos banqueiros ou do SPC, e
quem sabe, do SUS.
De parabéns o médico-cirurgião Dr. ANTÔNIO
JORGE ACÁRIO por nos apresentar, com destemor, não
28
um "receituário" de críticas à Economia Nacional, mas, um
"bloco terapêutico" contendo propostas de soluções
econômicas.
NÃO SERIA ESTE ENSAIO UMA ESPÉCIE DE SUMÁRIO
PARA AQUELES QUE SE SENTEM CAPAZES DE DIRIGIR A
NAÇÃO, E QUE QUEREM SER ELEITOS (OU MESMO
REELEITO !?) PARA O MANDATO MAIOR DO NOSSO
BRASIL, NO PLEITO ELEITORAL QUE SE AVIZINHA?
FRANCISCO BEDÊ
(Escritor laureado)
29
30
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................
CAPÍTULO 1
A inflação metabólica.......................................................................
CAPÍTULO 2
A correção monetária......................................................................
CAPÍTULO 3
A congestão monetária .......................................... ......................
CAPÍTULO 4
A ineficácia dos Planos de Estabilização Econômica.................
CAPÍTULO 5
A inibição do Produto Interno Bruto (PIB) ............. .....................
CAPÍTULO 6
O aumento asfixiante da carga tributária............... .....................
CAPÍTULO 7
Endividamento externo e interno.....................................
CAPÍTULO 8
O Estado autofágico .... ..................................................................
CAPÍTULO 9
As implicações na Saúde................................................................
CAPÍTULO 10
Na Educação....................................................................................
31
CAPÍTULO 11
Na Segurança .............. .................................................................
CAPÍTULO 12
Na Previdência .......................................................
CAPÍTULO 13
No Judiciário...........................................................
CAPÍTULO 14
Na Política..............................................................
CAPÍTULO 15
Na Mídia..................................................................
CAPITULO 16
Na Ética e na Moral........................................................
CAPÍTULO 17
No Bem-estar..................................................................
CONCLUSÃO ................................................................
1. Conclusão
Prosaica............................
2. Conclusão
Poética........................................
BIBLIOGRAFIA.................................................................
32
INTRODUÇÃO
33
34
35
36
INTRODUÇÃO
I
O presente trabalho deve ser compreendido
pelo leitor como um ensaio sobre conceitos de
Economia, sem a pretensão de esgotar a
abordagem dos diferentes prismas pelos quais
devem ser analisadas as grandes distorções do
Estado Brasileiro, causa maior da infelicidade do
seu povo em comparação com o bem-estar
coletivo propiciado por outras nações cuja
arrumação interna permitiu um clima de reflexão
a cerca dos seus problemas, ou seja, "um
diagnóstico etiológico".
No Brasil, verificamos que há mais de duas décadas
o país vem sendo impedido de progredir de maneira
integrada nas vertentes compreendidas como liquidez
econômica, cultura, saúde, educação, segurança e
espírito, indispensáveis ao processo que se convencionou
chamar-se de civilização.
A nossa intenção ao escrever o presente ensaio foi
a de contribuir através da análise econômica, à qual
estão subordinadas na atualidade todas as outras em
face da enorme concentração de capitais voláteis, de
dezenas de 100 trilhões de Dólares que pressionam as
economias emergentes subordinadas a elevada
tecnologia informatizada e presente nos bancos em um
mundo que se pretende globalizar.
37
Portanto, foi preciso que partíssemos de um
ângulo que permitisse a visualização numérica da
realidade nacional pelas simplicidade, síntese e
objetividade no tratamento do problema brasileiro, de
modo que tal visão econômica nos facilitasse a
compreensão do que deve ser feito para reverter
situações estruturais do nosso País, que causaram
inflação, que tornaram necessária a correção
monetária, que acarretaram os diferentes planos de
estabilização econômica totalmente recessivos e que
tornam galopante, como é o caso do atual Plano Real, o
endividamento nacional tanto interno quanto externo.
Todos esses planos de estabilização destroem as
instituições e alteram o comportamento do brasileiro,
fazendo-o passar do estado de perplexidade ao de
irresponsabilidade, intermediado pelo estado de
ansiedade crônica a níveis insuportáveis, constituindo-se
em efeito secundário com relação a piora da qualidade
de vida, porém, causa primária com relação a uma
quantidade imensa de patologias físicas, psíquicas e
sociais.
Foi nossa pretensão descrever neste trabalho uma
espécie de guia prático e seguro que se apresentasse
como roteiro a ser seguido pelas autoridades que estão à
frente do Estado Brasileiro, para que não se percam na
enorme confusão das ideologias alienígenas e das teorias
administrativas e econômicas que causaram enorme
confusão quando postas em confronto com o intenso
debate que a democracia propiciou, prejudicado pelo
trabalho negativo de uma mídia e que peca pelo
38
estardalhaço, pelo sensacionalismo, falta de unidade e de
identidade brasileira.
Ora, se o tempo é. a matéria-prima da vida, quanto
o Brasil perdeu, isto é, quanta "matéria-prima" o nosso
País desperdiçou.
Sem falsa modéstia, estamos certos que este
trabalho despertará sugestões e críticas, sobretudo nos
leitores de formação econômica porque sabemos ser um
ensaio original. Ao mesmo tempo, é preciso que tais
leitores se despojem momentaneamente de suas
ideologias e enxerguem exatamente o que se passa no
nosso país com base no modelo apresentado por este
ensaio, a fim de poderem compreender que o fenômeno
econômico do Brasil é uma "situação" nova ainda não
estudada pela economia clássica e impedida de ser vista
pelas nossas inteligências econômicas, pela falta de
estudo acadêmico específico do problema em si. Esse
estudo vem sendo retardado devido ao fato da própria
absorção que o fenômeno gera na mentalidade dos
estudiosos da economia que se viram, pelas razões já
expostas, impedidos de fazê-lo, embora tivessem a
intuição do mesmo.
O título atribuído a este ensaio, "O Estado
Mecanicista", foi para chamar a atenção do que ocorre
no cotidiano do Brasil com relação a violência, ao
desaparecimento do humanismo e do espírito cristão
decorrente da implantação no Estado Brasileiro de uma
parafernália técnica e burocrática que, arrecadando com
voracidade e de forma informatizada, e ainda,
distribuindo preguiçosamente a moeda, inibindo a
generalização do meio circulante, mata os municípios
39
de anemia monetária e paralisa economicamente o país,
matando o 40spírito da terra e a alma do lugar.
Esse estado de “coisas” foi montado pelos técnicos que
substituíram os políticos durante a duração do
Movimento Militar de 31 de Março de 1964.
A mentalidade técnica é por demais superficial e
focal, •em, portanto, ter o “panorâmico” daqueles que
enxergam o todo, ou seja, o conjunto.
Na sua grande maioria eram tais técnicos advindos
das escolas de administração e de economia, os quais
não possuíam antes do citado “movimento militar”
perspectivas de pronto emprego em suas profissões,
razão pela qual muitos viajaram ao exterior em busca de
se “ultra” especializarem.
É oportuno relembrar que na época acolhiam
excedentes de todas as outras, e que apresentavam
ofertas de vagas muitas vezes superiores à quantidade
de excedentes, somada à daqueles que as procuravam
devido a falta de mercado de trabalho para os
profissionais formados pelas mesmas, que acarretava a
procura pelos cursos ministrados daqueles menos
aquinhoados intelectualmente pelos cursos primário e
secundário. Tais formandos, detentores de pequena
cultura
geral,
se
especializavam
indevida
e
prematuramente, e como lhes faltava mercado para seu
serviço, viajavam para o exterior, e lá, os mesmos se
“megaespecializavam”, tornando-se economistas e
administradores “esquizofrênicos” em relação às
necessidades da Economia e Administração do país
quando do retorno de seus estágios, e como ainda não
havia o emprego privado pretendido, passaram a
trabalhar para o Governo, ganhando até 10 salários
40
mínimos, “infestando” os ministérios. Foi a partir desse
momento que se deu o surgimento de uma economia
“ultra” acadêmica e demasiadamente especializada,
produzindo no Estado Brasileiro as chamadas “ilhas” de
prosperidade financeira ou “colunas” de vitalidade
econômica, em detrimento do resto do País, que até hoje
amarga a mais dolorosa miséria. Não compreenderam
eles que a “economia deveria ir do município para o
governo central”, e não, deste para aquele, como ocorre
em nossos dias. No nosso modo de ver, esta é a causa
de todas as distorções econômico-financeiras da nação
brasileira, levando-a a um brutal e progressivo
endividamento, inibindo-a com relação ao seu PIB e
condenando-a a outras disfunções, cujos tópicos o leitor
descortinará durante a apresentação deste ensaio.
Afirmamos sem medo de errar que o nosso
trabalho faz o "diagnóstico" e propõe o "tratamento" da
doença causada pelo Estado Mecanicista, onde se travam
os projetos culturais, políticos e sociais. Só há uma
"terapêutica" para essa enfermidade: a aplicação da
geografia, da história, da sociologia, da antropologia e
porque não dizer, também e de modo significativo, do
espírito cristão, os quais se constituirão como únicos
remédios capazes de administrar o País para aquele
norte há muito antevisto pelos estadistas nacionais que
viveram até o Movimento Militar de 1964. Destarte, o
Brasil poderá entrar na globalização alardeada
preservando todas as suas identidades, sejam de ordem
cultural, política, social, espiritual, etc, a fim de não ser
varrido como "lixo continental" indesejável de um
panorama mundial formado por forças gigantescas e
imprevisíveis.
41
O modelo teórico proposto neste ensaio, cujo
objetivo como já foi afirmado é o de colaborar para a
compreensão e resolução do problema brasileiro causado
pelo Estado cuja crise já dura mais de duas décadas,
explica a não resolução do déficit público, eleito pelos
economistas como sendo a causa da inflação brasileira
antes do Plano Real e que continua após o valor
desprezível da mesma, depois do citado plano e da
elevação estrondosa do referido déficit.
Alegam os economistas que o Estado gasta muito e
no entanto não conseguiram reduzir a zero esse gasto
durante o citado período. Queremos dizer que, na
realidade, o que houve foi o aumento do "rombo" apesar
das privatizações anunciadas e realizadas, o que deixa
transparecer que o déficit se deve a elevada conta dos
juros das dívidas interna e externa decorrente da âncora
dos juros, uma das vigas de sustentação do Plano Real.
Veremos neste ensaio como a falta de "diagnóstico"
pelos primeiros economistas que assumiram no início do
citado período os Ministérios da Fazenda e do
Planejamento, criaram a correção monetária para
compensar o Estado das perdas fiscais causadas pela
inflação com a intenção de combater o referido déficit
público através do superávit fiscal, até hoje não
alcançado.
Fala da "congestão monetária", um conceito
introduzido pela teoria de que trata este ensaio, que é
fenômeno econômico novo, que inundando de moeda,
contribuiu e contribui atualmente para a perpetuidade da
inflação, (a inflação do pós-Plano Real está represada
pela âncora de imos, pela âncora cambial, pela âncora
do meio circulante e pela âncora do déficit do balanço
42
de pagamentos). Mostra como as loterias informatizadas
varrem o país tirando do município a moeda necessária
ao capital de giro dos negócios.
Compreenderemos o porquê dos planos de
estabilização econômica, "remédios" paliativos e
periféricos que são administrados à economia brasileira,
trazendo a inibição do PIB, o endividamento interno e
externo e finalmente o Estado Autofágico, que destrói
todos os valores da nação, inclusive o econômico e o
moral.
Os demais capítulos analisam a repercussão deste
metabolismo inflacionário situado nas "entranhas" do
Estado, nos diversos setores da realidade prática e
inviabilizando os mesmos, e contribuindo para a
atmosfera "hiperfísica" de confusão e canibalismo que
vivemos no cotidiano.
Este modelo teórico, cuja finalidade é simplificar e
sintetizar a compreensão e resolução do problema
brasileiro que ocorre disperso, sem precipitação e nitidez
na enorme confusão de ideologias, teorias econômicas
e administrativas que tornaram o debate da questão
brasileira infrutífero no que diz respeito à saída do
impasse.
Com ajuda do modelo teórico ora apresentado
poderemos compreender que a crise brasileira não
guarda qualquer relação com os ataques especulativos
do mundo globalizado e muito menos com a necessidade
de investimentos internacionais na nossa economia.
Compreenderemos que o fato da ausência de um
prêmio "Nobel" brasileiro em administração ou mesmo
43
em economia, defendendo teses nacionais, contribui para
o impasse derivado do modelo denominado "Estado
Mecanicista", que deve ser compreendido como um
conjunto de decisões e execuções técnicas que
redundaram na formação de um corpo técnico artificial e
burocrático, o qual funciona como um corpo estranho
parasitário na economia do país e que precisa ser
desfeito pelos economistas, a fim de que o Brasil possa
sobreviver econômica e existencialmente.
O mencionado modelo está para a economia do
PAÍS assim como o átomo teórico de Ernest
Rutherford estava para a QUÍMICA na explicação dos
fenômenos observados na química prática. Deverá ser
abandonado como aquele o foi, quando o seu concurso
não permitiu a explicação do "como" uma lâmina de ouro
se deixa atravessar por um feixe de partículas gama.
Portanto, um modelo teórico é apenas o recurso
momentâneo na evolução de qualquer ciência do qual
nos devemos valer para explicação da realidade em
qualquer área em determinado estágio da mesma.
Quando o mesmo não mais servir para explicação de
fenômenos novos que vierem a ser observados deverá
ser abandonado e substituído por outro que possa
explicar melhor os fenômenos antigos e já conhecidos, os
fenômenos novos e inclusive antecipar fenômenos que
ainda não foram observados.
Em economia como em qualquer outra realidade,
para correção de rumos ou distorções que a mesma
sofreu ao longo de determinada duração, se impõe a
elaboração de um modelo teórico para visualização,
compreensão, equacionamento e solução dos problemas
nela diagnosticados.
44
A confusão reinante no debate nacional tem
postergado um entendimento do equacionamento e
solução da crise brasileira que estão intrinsecamente
ligados à realidade econômica, daí a necessidade de
formação de um modelo teórico como o que agora
propomos para aglutinação dos vários elementos
dispersos facilitando a compreensão pela facilidade de
visualização que o mesmo permite, antecipando uma
tomada de decisão na solução do problema brasileiro.
A tecnocracia brasileira montou o Estado Mecanicista
Brasileiro que se perpetua "perpetuando" a crise pela
incapacidade teórica dos políticos e técnicos atuais que
se nutrem de ideologias importadas de outras realidades
através de cursos e veiculação da mídia, esquecendo-se
eles que o Brasil resulta de um fenômeno histórico,
geográfico, antropológico e sociológico, singular,
portanto, necessitando de ideologia própria. Melhor
dizendo: de um sonho próprio para poder se constituir
como realidade diferenciada como de fato o é desde sua
base inicial, e devendo continuar para o futuro com
identidade própria em meio ao contexto das nações.
Um
modelo
ideológico
importado
castra,
"marionetiza" e inviabiliza o país como vemos atualmente
apesar das inúmeras tentativas realizadas através dos
planos de estabilização econômica cujo ápice o atual
PLANO REAL desencadeou um estupendo endividamento
de aproximadamente 500 bilhões de Dólares, paralisando
a economia, submetendo-a às âncoras cambial, de juros
e do meio circulante, as quais são apenas recursos
"econometristas" e retentores artificiais puramente
acadêmicos
que
impedem
a
ECONOMIA
DE
RESULTADOS.
45
O presente ensaio comporta, certamente, críticas,
todavia, elas devem possuir idoneidade e sem
prolixidade, ou seja, que não desvirtuem o objetivo
prático do modelo teórico aqui apresentado, o qual não
pode sob pena de interferir nos seus resultados receber
contribuição ideológica ou meramente acadêmica.
Finalmente, queremos dizer que este ensaio tratase de uma proposta com caráter "tridimensional" em
comparação com a linearidade do "economês" tão
conhecido entre nós.
46
PRIMEIRO CAPÍTULO
47
48
A INFLAÇÃO METABÓLICA
49
50
51
52
A INFLAÇÃO METABÓLICA
Há cerca de vinte anos a inflação brasileira era atribuída
ao choque do "petróleo". Portanto, foi necessário o petróleo
internacional baixar de preços e a gasolina nacional
continuar elevando os seus custos para que o brasileiro se
convencesse da inveracidade da explicação fornecida pela
tecnocracia do país, a qual mantém o Estado Brasileiro sob sua
tutela.
Assim posto, verifica-se que foi nessa época que o País
crescia a todo vapor e possuía apenas 13 bilhões de dólares de
dívida externa. Como a máquina elaboradora do PIB é
movida à petróleo, a falta de diagnóstico etiológico da inflação
brasileira determinou desde aquela época, uma política
econômica recessiva e produtora de incomensurável
endividamento progressivo, (como a que constatamos
atualmente).
Em virtude da implantação dessa política recessiva, o PIB
vem sendo inibido no seu crescimento em virtude da
mencionada política, fruto da economia concebida pela
tecnocracia que desconhece a etiologia da inflação brasileira, e
por ter em mente, apenas, os tratados clássicos de economia
lidos por seus pares. Referidos tratados são provenientes de
estudos realizados por economistas de renome em economias
diferentes e sem a singularidade da economia brasileira.
A mentalidade tecnocrática, por demais consubstanciada
no espírito universitário, é totalmente destituída de "audácia"
em virtude do seu enfoque exclusivamente teórico e limitador.
53
A Universidade no seu introvertimento econômico, por
ser mantida com recursos financeiros oriundos de terceiros, é
tímida no que diz respeito à capacidade de decidir
economicamente e de ousar.
A formação acadêmica impede a velocidade de decisão e
de síntese, e se entrega por demais à análise, o que acarreta o
medo acadêmico pelas posições de vanguarda.
A economia da extinta União Soviética, por ser
totalmente acadêmica, levou à fragmentação do colosso
soviético a que melancolicamente assistimos, tanto pela
sua introversão com relação ao Mundo Econômico como
ao seu exclusivo enfoque teórico e burocrático. Portanto,
lerdo e indeciso diante da evolução tecnológica e social
do seu povo.
A decisão rápida em um mundo econômico que
muda velozmente no tempo é o maior fator
condicionante de crescimento e de síntese, portanto, de
acumulação de capital.
A preferência exclusiva pela análise produz a
estagnação ou o endividamento externo, porquanto o
mundo acadêmico desconhece a intuição tão
desenvolvida nas decisões da economia prática.
Por outro lado, a estrutura acadêmica organizada
sob a égide do professor impede o amadurecimento da
estrutura psicológica necessária por parte daquele que
decide economicamente, ou seja, o acadêmico teme se
responsabilizar por numerário que represente quantias
acima do seu próprio orçamento doméstico. Em síntese:
o acadêmico é um covarde econômico.
54
Além do mais, o acadêmico é tão somente um
idealista no sentido propriamente dito acadêmico e um
"não detentor" da dosagem da sagacidade profana do
homem de negócios.
Então, o que é um homem de negócios ?
Respondemos: é um extrovertido econômico !
Ora, deduzimos o seguinte: o acadêmico é um
introvertido
econômico ! ? ! ? ! ?
O enfoque acadêmico da política econômica
brasileira ao longo das últimas duas décadas tem sido um
dos principais fatores do modelo econômico recessivo
responsável pelos endividamentos externo e interno
durante todo esse tempo.
A pretensa autodeterminação universitária não
leva vantagem diante da autodeterminação dos homens
de negócios, porque enquanto faltam aos acadêmicos a
LIBERDADE e a OUSADIA para decidir e determinar quais
atitudes ou caminhos a tomar, sobram aos negociantes
RESOLUÇÕES CORAJOSAS que os tornam responsáveis,
em última análise, pelo superávit econômico.
A estrutura acadêmica por ser castradora não
pode continuar conduzindo a política econômica brasileira
pelo fato Impedir a autodeterminação econômica.
fator desencadeante do sucesso econômico de qualquer
país. Portanto, esse fator é o responsável pelo não
enfoque prático da economia brasileira, que está longe
da economia de resultados existentes em países do
primeiro mundo, concentrando-se exclusivamente na
55
procura de capitais externos em detrimento da busca
de superávit na balança de pagamentos, condição
indispensável para obtenção da liquidez que o país
necessita
para
investimentos
no
seu
desenvolvimento.
A halo determinação universitária não leva
vantagem diante da autodeterminação dos homens de
negócios que são os responsáveis, em última análise,
pelo superávit econômico, e que, no entanto, são
impedidos de fazê-lo em face das limitações burocráticas
oriundas desse academicismo.
A prolixidade acadêmica contaminou todos os
setores do espaço técnico-burocrático. E, ainda, tornouse responsável pela incapacidade do Estado Mecanicista
Brasileiro de decidir economicamente, pois, os
condutores
de
nossa
economia
analisam
demasiadamente e decidem de modo inverso, isto é,
deliberam muito pouco, se comparados aos que guiam
rapidamente outras economias do mundo. Nossos
condutores econômicos, por via de conseqüência,
tornam-se "ilhados" em regime de autodestruição e ficam
obrigados a depender de recursos externos para o giro
dos negócios do país.
A dependência do Estado Mecanicista Brasileiro de
espírito
tecnocrático
causado
pela
prolixidade
universitária tem cm.piolado uma ampliação topográfica
e metabólica do espaço técnico-burocrático gerador da
inflação metabólica, assim batizada por nós com este
nome, por ser uma inflação que
Resulta da dinâmica monetária específica que
arrecada,informatizante",
e
distribui,
56
"burocratizadamente". Pode-se dizer, ainda, que a
tecnocracia teceu uma trama por demais complexa e de
estrutura profunda, capaz de condicionar o retardamento
do fluxo monetário e de diminuir o seu "calibre" ao longo
de um percurso "labiríntico", pela sujeição de i
niittllznções dispersivas e retardadoras.
Esse metabolismo, ou seja, entrada e saída de fluxo
monetário nas diversas câmaras do espaço técnicoburocrático, assemelha-se à deslocação de líquidos ou de
eletrólitos nos diversos espaços do organismo biológico
que se junta na intimidade dos tecidos, onde se dá a
essência fisiológica do que se convencionou chamar
VIDA.
Esse metabolismo que tornou-se autônomo no
interior do espaço técnico-burocrático é o causador da
sua hipertrofia estrutural e funcional. É ele que faz inchar
a função do Estado Brasileiro, dando a impressão que a
hipertrofia do mesmo se localiza na sua topografia.
A hipertrofia do Estado Brasileiro se origina da
hipertrofia
estrutural
e
funcional
gerada
"metabolicamente" na intimidade do espaço técnicoburocrático ao longo de sua malha intrincada e de suas
câmaras resultantes do crescimento autônomo que dá
liberdade ao setor, tornando-o "todo poderoso" em
relação ao poder político e que desconhece a linguagem
hermética do seu funcionamento e a decifração dos seus
códigos.
O controle e o conhecimento do setor aludido
couberam exclusivamente ao longo de quase três
décadas aos militantes diuturnos de seu âmago.
57
A hipertrofia do Estado Brasileiro deve ser
compreendida pelo seu aspecto funcional, como já vimos.
É esta hiperfunção que se faz sentir na avaliação do
espaço técnico-burocrático por elevada sofisticação da
sua informatização, da sua linguagem hermética, de sua
capilaridade dispersiva, que modificam a velocidade, a
quantidade e o calibre do fluxo monetário,
compativelmente com a estrutura impessoal do Estado
Mecanicista organizado para arrecadar vorazmente e
para reter de formas burocrática e seletiva os recursos.
O fluxo monetário não chega ao município a não ser em
quantidades reduzidíssimas e, ainda, dificultado pela
"prefeiturização" concentradora do mesmo, num
emaranhado
de
interesses
políticos
estéreis
(fisiologismo), sem nenhuma conotação econômica do
ponto de vista do capital de giro ou poupança que o
homem comum, (homo economicus), necessariamente
deveria ter para realização do seu pequeno
empreendimento, ficando sem nenhuma liberdade
produtiva por falta de oxigenação monetária.
A atividade econômica no município é inexistente
ou insipiente devido a essa "anóxia" monetária que
impede o giro dos pequenos negócios, fazendo
desaparecer o homo economicus, causando a
marginalidade econômica de todo matiz e a dependência
pessoal que o munícipe tem da prefeitura em qualquer
atividade de subsistência, tirando-lhe a cidadania, que no
nosso entendimento é impossível existir sem liquidez
econômica pessoal.
A "anóxia" municipal causada pelo entumecimento
do espaço técnico-burocrático "desvitaliza" ou
impede monetariamente a atividade econômica no seu
58
nascedouro, porquanto, o município é a topografia
econômica por excelência, sendo os Estados e o próprio
País, de acordo com esta visão, grandezas meramente
políticas. Esta situação faz surgir a dependência
econômica do poder municipal, porquanto, fica impedido
de arrecadar, tornando-se um dos grandes responsáveis
pela política arcaica de clientelismo e fisiologismo,
portanto, os maiores inibidores da atividade econômica
no âmbito municipal, por destruir a liberdade econômica,
mãe da cidadania e da dignidade, que unidas à moral
econômica são determinantes importantes no substrato
subjetivo dos munícipes, ou seja, na estrutura psicológica
que deve ter para tornar-se agente na produção
econômica objetiva.
Portanto, a atividade econômica a nível municipal
no Estado Mecanicista é inibida por força da
"prefeiturização" do fluxo monetário que origina a sua
esterilização econômica, num círculo vicioso ou "feedback" passando da fisiologia antiquada anestesiante do
impulso econômico subjetivo decorrente do
entusiasmo pela liberdade, pela necessidade e por
razões psicológicas na área existencial.
A "prefeiturização" do fluxo monetário mantém a
política arcaica, que é uma das causas da inflação
metabólica e que produziu, anteriormente, a necessidade
da correção monetária . e dos planos de estabilização
econômica
indevidos
e
descabidos,
totalmente
burocráticos e recessivos. Tais planos trataram e tratam
exclusivamente dos efeitos, ou seja, das causas
secundárias e terciárias da inflação em detrimento da
causa primária (etiológica) ao longo de quase três
décadas, e que são os causadores do déficit público crônico
do Estado Mecanicista anacrônico e perdulário, que
59
impedindo município da participação econômica, com exceção:
grandes e médias cidades, torna refém da com-" financeira
internacional o Estado Brasileiro, expor: cidadãos e empresas à
espoliação exacerbada dos irra: que teria no município o ponto
de partida ds desenvolvimento econômico.
A compreensão do enovelamento que as v = condução
do fluxo monetário sofrem no interior do a técnico-burocrático
impedindo
a irrigação econômica município na outra
extremidade, traz ao espírito a chave compreensão da inflação
metabólica, que há muito tempo mina a resistência econômica
do Estado Brasileiro exatamente ponto em que deveria irradiar
a atividade econômica compreensão da economia
tridimensional - (corpo da na: mal nutrida pela economia linear
originada no espaço te: burocrático.
A parada do fluxo monetário por "congestão" - (para
interior do espaço técnico-burocrático) - é um dos fatore
hipertrofia do Estado Brasileiro e causador da autonomia citado
espaço, tornando a todos, inclusive os políticos vassalos do
Estado Mecanicista, impessoal, "marionete castrador e inibidor
da atividade econômica.
O Estado Mecanicista, criador de artificialismos a
econômicos, é totalmente divorciado da realidade economica
engajada na história, na sociologia, na antropologia patrimônio
físico do país.
A linearidade da compreensão econômica dos mil* no
espaço técnico-burocrático impede a percepção estruturas
econômicas tridimensionais, responsáveis avanço econômico
dos países ricos, tendo em vista : enfoque "econometrista"
acadêmico é superficial e reli" não alcançando a subjetividade
econômica, que é grandeza de ordem diferente e dependente
da psicologia, história, da sociologia, dos conflitos existenciais
dos munícipes e do ideal econômico como ficou explicado.
60
A cristalização da mentalidade acadêmica na extensão
espaço técnico-burocrático e de seu segmento
ministerial divorcia a economia natural da política
econômica brasileira, tornando o PIB nacional
conseqüência do artificialismo econômico estéril, inibidor
da economia produtiva, necessária para colocar o país
em condições igualitárias dentro da economia mundial.
A velocidade do fluxo monetário determinada
pela canalização específica resultante das estruturas
arrecadadoras e distribuidoras no seu aspecto
matemático, tendo em vista a relação entre o valor dos
bens de consumo, a quantidade de dinheiro em
circulação e a velocidade média de circulação da
moeda, tem como conseqüência a diminuição do
denominador, explicando assim a matemática da
inflação, de acordo com o coeficiente expresso na
equação adiante citada, (I), ou seja: A RELAÇÃO DO
VALOR DOS BENS DE CONSUMO É IGUAL À
QUANTIDADE DO DINHEIRO EM CIRCULAÇÃO DIVIDIDA
PELA VELOCIDADE MÉDIA DE CIRCULAÇÃO DO FLUXO
MONETÁRIO.
Utilizando-se dessa estrutura matemática para
analisar-se o que ocorre com o fluxo monetário no
Estado Mecanicista brasileiro, verifica-se que tal fluxo nas
vias do sistema bancário, que além de possuir
"velocidade constante", percorre, em "alta velocidade",
as vias de condução monetária devido ao elevado grau
de informatização da rede bancária.
Na distribuição monetária o fluxo é retardado no
espaço técnico-burocrático ao percorrer as vias de
condução, sofrendo a artificialidade dispersiva e a
61
congestão monetária, devido à burocracia e ao
"burocracismo" impiedoso, gerando em última
instância a anóxia monetária ao nível do município, na
periferia do Estado Brasileiro, causadora da autólise
econômica, ou seja, o retardamento, a inibição, e a
perplexidade produtiva, pela falta de moeda que, em
conseqüência, explica o desemprego e a imigração
responsável pela marginalização nas grandes cidades.
Portanto, a complexidade organizacional e
burocrática do Estado Mecanicista Brasileiro produz no
fluxo monetário que deveria irrigar o país em todas as
direções, uma linearidade específica que decorre dos
"túneis" pelos quais a moeda se vê obrigada a
atravessar, para voltar à circulação externa diminuindo
excessivamente o calibre e a pressão do fluxo,
constituindo-se um grande contraste após a saída do espaço
técnico-burocrático, ao contrário da penetração rápida e
"calibradora" do fluxo, quando este é trazido pela malha
bancária informatizada.
O retardamento e a diminuição do fluxo monetário na
estrutura autônoma do espaço técnico burocrático aliado à
politização do dinheiro, produzem a inflação metabólica que
passa desapercebida ao observador econômico comum, pelo
fato de se localizar na parte interna da realidade econômica,
sedimentando, segurando e tornando perene e em autoalimentação o artificialismo econômico acadêmico que, por sua
prolixidade, não pode levar vantagens em relação ao assédio
empresarial ávido de capital. A busca voraz de capital pela
vertente empresarial escava o interior do espaço técnicoburocrático a procura de dinheiro para o financiamento de
empreendimentos e negócios, os quais, muitas das vezes, são
aéticos e divorciados da economia coletiva.
A estrutura que foi tecida pela técnico-burocracia forma
um espaço próprio divorciado da economia natural e mantém
62
relações com a política arcaica, fisiológica e apadrinhadora. Tal
estrutura, com o que há de mais conservador e corruptor de
grande parte do empresariado, é o "motor" da inflação
metabólica, causa "sem causa" do déficit público ao longo
destes últimos vinte anos. Por conseguinte, é nessa área que
devem ser localizadas pelos economistas as ações de
correção das distorções e dos desperdícios econômicos
redutores da atividade econômica. Ditas ações de correção,
se praticadas pelo menos parcialmente fariam a economia
correr livre com o fluxo monetário, irrigando com calibre
ótimo e velocidade constante, vitalizando e incrementando
os negócios na sua rica gama de variedades.
Frisando mais uma vez, a falta de irrigação monetária
no espaço econômico do município é o maior inibidor da
atividade econômica individual, sendo que o somatório desta
distorção econômica se faz sentir no Produto Interno Bruto,
(PIB), agravando os endividamentos externo e interno, causa
primária da voracidade do Estado Mecanicista, que recicla essa
avidez arrecadadora todas as vezes em que se vê obrigado a
saldar os seus pesados compromissos assumidos com
serviços, juros, "spread" e o principal da dívida.
A ditadura monetária fiscal e lotérica, que amarra,
castra e artificializa a economia do país, se mantém firme
pelo fato de ser uma estrutura impessoal que está acima
do poder político e por possuir vida autônoma,
estruturação complexa, linguagem hermética, vias
específicas de condução monetária e decifração particular
que esconde, no seu âmago, o metabolismo da inflação.
O retorno do fluxo monetário, veloz na ida e
retardado na volta, precisa ser "democratizado" para que
a sua canalização política e apadrinhadora não venha
produzir a esterilidade da atividade econômica, pois, a
dignidade, o trabalho, a competência e o ideal
econômico, devem estar associados para causar a
vitalidade da nação.
63
A democracia econômica vitaliza os negócios dando
igual oportunidade a todos, permitindo que os portadores
da subjetividade econômica, ou seja, o homo economicus
em potencial, possa crescer e expandir-se gerando a
economia produtiva, ampliando o mercado de trabalho,
preparando o terreno para a capitalização da economia
privada, que hoje é totalmente dependente dos bancos e
do Estado Mecanicista vagaroso, corrupto, corruptor,
alienado, "oligofrenizador" e alienador, que não compete,
não pensa economicamente, não decide com velocidade
econômica e não vislumbra saídas econômicas baseadas
em seus próprios meios, não usa criatividade e é
totalmente dependente da poupança externa para saldar
compromissos econômicos e produzir infra-estrutura
econômica.
Este Estado Mecanicista acadêmico que interpreta a
realidade econômica com base em teorias econômicas
alienígenas colocadas em tratados universitários, cujos
autores jamais suspeitaram que viesse a existir um país
com a singularidade e com características culturais como
é o nosso, que precisa dar lugar a um Estado com teoria
econômica própria, baseada na reflexão econômica da
nossa realidade e divorciado da "politicagem" permitindo,
apenas, a aproximação teórica na elaboração do seu
conteúdo.
Portanto,
precisa
pensar
economicamente,
engajado na nossa realidade através do enfoque prático
da economia que possui nos talentos econômicos
encontrados no homem comum o fator principal do
desenvolvimento econômico de um país nutrido de
subjetividade e de liberdade econômica.
A liberdade econômica é necessária para que o
entusiasmo econômico possa se transformar no seu
equivalente físico, ou seja, a objetivação da riqueza
material independente do Estado, servindo inclusive para
a disseminação da mentalidade ou espírito econômico
nas massas populacionais pelo exemplo e pela imitação.
64
A modificação do enfoque dado pela economia do
Estado Mecanicista que insiste em diminuir o
denominador da equação a seguir, causa inflação, como
poderemos constatar na relação matemática que vincula
grandezas como:
valor dos bens de consumo;
quantidade de dinheiro em circulação; e;
velocidade média de circulação da moeda, ficando
compreendido que:
- o valor dos bens de consumo expressa a riqueza
produtiva do país (= Vbc) a quantidade de dinheiro
em circulação é o próprio meio circulante, necessário
para que se efetue e se viabilize os negócios e
empreendimentos (= Qdc) e a velocidade média de
circulação da moeda, é a velocidade que o fluxo
monetário constituído pela quantidade de dinheiro em
circulação tem em um dado momento (= Vmcm).
Portanto:
V bc = ___Q dc_____
V mcm
65
A título de ilustração, passemos a analisar dois
diferentes momentos econômicos do Estado Mecanicista,
que ao longo das décadas anteriormente citadas,
sofreram a enorme influência dos técnicos da macro
economia na sua instituição e condução tomando como
base a fórmula anterior:
1) na época do choque do petróleo: quando a
divida externa passou de 13 bilhões de dólares para
100 bilhões e evidenciava-se a correção monetária,
defendida pelos tecnocratas, o simples aumento do
numerador da equação (I), e que era nutrido pela
citada correção, era suficiente
que o quociente
resultante denotasse inflação, sem se levar em conta
outros parâmetros que contribuíam para o aumento da
mesma, todos eles relacionados com a recessão
causada pelo racionamento do referido produto,
indispensável ao processo produtivo.
2) a velocidade média de circulação da moeda,
(Vmcm). É diminuída no espaço técnico-burocrático
como veremos em capítulo, que tratará da congestão
monetária, pois que, sendo denominador da equação
(I), ao ter um valor diminuído, implicará o mesmo
fenômeno "matemático" ocorrido no exemplo anterior.
66
SEGUNDO CAPÍTULO
67
68
A CORRECAO MONETARIA
69
70
71
72
A CORREÇÃO MONETÁRIA
Como a inflação resultante do metabolismo do regime,
ou seja, causada pela "ditadura" de ordens monetária,
bancária, fiscal e iotérica, não foi diagnosticada na época do
seu surgimento, por ocasião da construção
do Estado
Mecanicista; os técnicos da área econômica, desconhecendo
seu diagnóstico etiológico, devido ao despreparo, face a um
fenômeno econômico novo, ainda não estudado nas
universidades, e não encontrado nos tratados clássicos de
economia, instituíram a correção monetária para defender o
Estado Mecanicista das perdas tributárias geradas por ela,
(inflação). Ainda, devido ao fato da hipertrofia do sistema
financeiro-estatal, constituído por Banco do Nordeste, Banco do
Brasil, Bancos Estaduais, Caixas Econômicas, Banco Nacional
de Habitação, etc, que ocupavam grandes espaços econômicos
do país.
Naquela época, as grandes cidades brasileiras foram
acometidas de um brutal aumento em suas áreas físicas,
devido ao fato de a correção monetária, a cada mês, ampliar
desmesuradamente a quantidade de fluxo monetário dentro do
sistema financeiro como um todo, propiciando o aparecimento
artificial de uma quantidade enorme de recursos que através
do BNH promoveu uma avantajada ampliação da construção
civil. Como exemplo, podemos citar o fato da Praia do Futuro,
(em Fortaleza/CE), Praia de Boa Viagem, (em Recife/PE),
73
Barra da Tijuca, (no Rio de Janeiro/RJ), etc, que antes da
correção monetária era um lugar deserto, servindo apenas
para abrigar casais descomprometidos, tornando-se em pouco
mais de cinco anos um "bairro-praia" urbanizado,
assemelhando-se àqueles que levaram mais de cinqüenta anos
para se constituírem. É bom notar que esse fenômeno
aconteceu em quase todas as grandes e médias cidades do
Brasil, que foram, assim, ampliadas territorialmente com os
recursos fictícios da correção monetária.
É preciso que tenhamos a coragem de dizer que o
então sistema financeiro de habitação funcionava no país
como uma neoplasia maligna, que se nutria da economia
da
nação,
com
crescimento
"descontrolado",
enfraquecendo-a e ameaçando-a de morte "para morrer
em seguida".
O BNH foi extinto somente após décadas de
estragos exercidos na economia do país pelo método das
"tentativas", pelo fato dos economistas oficiais não
perceberem, anteriormente, que a enorme correção
monetária de que essa instituição se sentia beneficiária,
era a causadora do aumento vertiginoso da inflação no
mencionado período.
A correção monetária foi a causa maior da economia
especulativa, que trabalhando contra a economia produtiva,
acarretou o deslocamento dos recursos humanos desta
para o setor burocrático daquela.
74
Desnecessário se faz dizer, que a inflação
ocasionada pela correção monetária, e combatida pela
tecnocracia através de planos de estabilização recessivos,
que inibiu a expansão do PIB, ampliando, desse modo,
os endividamentos externo e interno.
Os tecnocratas por não conhecerem o diagnóstico
etiológico da inflação, {inflação metabólica), não
mencionada nos livros clássicos de economia, optaram
pelo controle monetário exclusivo, agindo de maneira
totalmente objetiva, ou seja, pelo lado de fora da
realidade econômica do Estado Mecanicista. Ao invés de
corrigir as distorções estruturais do modelo técnicoburocrático gerador da inflação metabólica, na trama
técnico-burocrática do espaço técnico-burocrático, ou seja,
na tecetura técnico-burocrática que constitui o regime
"particular"
do
Estado
Brasileiro,
(ESTADO
MECANICISTA), na sua postura acadêmica e burocrática
divorciou-se da realidade econômica e prática, ou seja,
dos negócios, que em sua grande maioria, são relações
de compra e venda baseadas nas necessidades reais da
população.
A letargia na execução dos negócios e dos
empreendimentos não suporta a duração técnicoburocrática, complexa e sofisticada, inviabilizando o fato
econômico no seu nascedouro, onde se dá a atividade
econômica normal resultante
do
relacionamento
econômico natural entre indivíduos de uma mesma
sociedade.
75
Os técnicos responsáveis pela arquitetura causadora da
funcionalidade inflacionária, geradora da inflação
metabólica, não aceitavam o argumento de que a
correção monetária contribuía para o aumento da
inflação e de sua perpetuidade, alegando que a
indexação da economia era devida ao fato dela
necessitar de um coeficiente para medir as perdas que a
inflação gerava na liquidez.
Mais uma vez, observávamos a preocupação da
economia exclusivamente acadêmica com a medição do
fenômeno econômico exclusivo e a total despreocupação
com a causa da inflação, como se a realidade econômica
possuísse apenas o lado objetivo, ou seja, o lado de fora
do universo econômico.
A manutenção da indexação econômica,
(correção monetária), produziu a mentalidade econômica
exclusivamente especulativa e a denominada cultura
inflacionária.
O Estado Mecanicista que dava a impressão de ser
todo poderoso, mas que se mantinha economicamente
vivo pelo artificialismo financeiro e pela nomenclatura
econômica acadêmica, hermética, que escondia do
homem comum o seu verdadeiro significado, foi a causa
"mortis" pelos imensos estragos econômicos ocorridos
na vida particular e na das empresas.
76
O enfoque totalmente teórico não trouxe nenhum
resultado para a economia do país, tendo sido
ultrapassado por aqueles que seriam os atuais tigres
asiáticos, em percentual de crescimento na década
passada.
A fórmula matemática apresentada no capítulo
anterior, poderá ser mais uma vez aqui usada para
demonstrar o efeito danoso da correção monetária em
relação ao aumento dos bens de consumo, (inflação),
tendo em vista que o aumento da quantidade de dinheiro
em circulação, (correção monetária), representado pelo
numerador Qdc resultará numa elevação do valor
numérico expresso por Vbc ■
Destarte, verifica-se que a aquela fórmula
demonstra de maneira cabal e insofismável que a
correção monetária criada para corrigir as perdas que o
Estado Mecanicista teria com a inflação metabólica,
somada à correção monetária, levou esse mesmo Estado
aos sucessivos planos de estabilização da moeda, que
como o atual, Plano Real, mantém opaís impossibilitado
de fazer uso de suas avantajadas potencialidades
econômicas.
77
78
TERCEIRO CAPÍTULO
79
80
A CONGESTAO MONETARIA
81
82
83
84
A CONGESTÃO MONETÁRIA
O termo médico "congestão", utilizado cientificamente,
serve para indicar parada circulatória localizada, ou seja,
uma fração do volume sangüíneo circulante, volemia, que
estagnou em um órgão ou num conjunto de órgãos do
indivíduo considerado.
É muito comum observar-se nas enfermarias de
cardiologia, pacientes portando dispnéia, (falta de ar);
edema dos membros inferiores, (inchação); e abdome
volumoso como conseqüência do mal funcionamento do
coração que, como bomba de sucção e recalque
(expulsão), mantém o líquido sangüíneo regularmente
distribuído em todo o corpo.
Quando o ventrículo direito, (coração do lado
direito), entra em insuficiência, observamos: edema dos
membros inferiores; abdome crescido; e a descida da
reborda costal do fígado.
Quando a falência muscular cardíaca se dá às
expensas do ventrículo esquerdo, (coração do lado
esquerdo), verifica-se a dispnéia acima mencionada, em
virtude da congestão ou estagnação sangüínea
pulmonar, cuja pressão nos bronquios e bronquíolos
dificultam a passagem do ar, através dos mesmos, a fim
85
de ser absorvido na hematose que se dá a nível dos
alvéolos.
A introdução acima se fez necessária para que se
pudesse visualizar o que acontece no interior do espaço
técnico-burocrático.
Do mesmo modo que ocorre com o pulmão do
indivíduo, com o abdome, fígado e membros inferiores
desse mesmo indivíduo, também, ocorre no interior do
espaço "vascular" da nação, ou seja, do conjunto
formado pelas vias de arrecadação tributária e das vias de
distribuição monetária, cujo fluxo de moeda estagna
naquilo que batizamos neste ensaio de espaço técnicoburocrático.
A nível microscópico, a distribuição hídrica no
organismo humano, repartida que está nos diferentes
espaços orgânicos, ou seja, espaço celular (dentro das
células), espaço extra-celular (fora das células),
espaço vascular (rede de vasos, artérias e veias), e
líquido de seqüestro, constituído de líquidos
decorrentes de afecções localizadas.
O conjunto compreendido pelas trocas líquidas
entre os espaços do organismo com o meio, levando-se
em consideração que os líquidos contêm os eletrólitos
necessários para as trocas osmóticas, através das
membranas celulares, é uma atividade denominada
metabolismo, cuja alteração ou desequilíbrio resulta da
86
atuação das diversas afecções que acometem tal
organismo. Com isso, poderá acontecer a morte ou êxito
letal, se não ocorrer, por parte da terapêutica, um
balanço hídrico ou eletrolítico para manter o indivíduo
dentro de um equilíbrio, (homeostase), compatível com
a vida.
Embora o fenômeno biológico acima se dê a nível
celular e através dos espaços endoteliais, (espaços
localizados entre as células formadoras do vasos), o
mesmo ilustra, microscopicamente, com base na
histologia orgânica, o fenômeno econômico que ocorre a
nível dos municípios, levando-se em consideração que a
congestão monetária localizada no espaço técnicoburocrático impede a correta perfusão monetária, a
nível municipal do fluxo de dinheiro contido nas vias de
distribuição.
Portanto, a nível do Estado Mecanicista, a
congestão e a imperfusão monetárias se dão por
conta da arrecadação tributária informatizada, através da
rede bancária nacional e da distribuição burocratizada
que, somada ao fisiologismo político, tiram do
"citoplasma municipal" a moeda, "prefeiturizando,
estadualizando e empreiteirízando" o fluxo,
impedindo a cidadania do mesmo e gerando mal-estar
para o "homo economicus", (castração), por lhe
impedir o capital de giro dos negócios.
87
A velocidade com que a moeda percorre as vias de
arrecadação, é muitas vezes superior à velocidade de um
carro caixa-forte correndo a mais de 100 km/h. Pode
isto até parecer cômico, mas é a pura verdade, porque
dita velocidade se dá de maneira virtual, ou seja, a
ordem de pagamento atravessa a malha da rede bancária
através da imensa extensão do país por uma simples
transmissão eletrônica medida em Nano segundos. Portanto,
o pulso monetário tem a velocidade maior que a velocidade da
transmissão hertziana, isto é, assemelha-se no seu mecanismo
de propagação ao estímulo nervoso percorrendo as fibras
sensitivas ou motoras, ou seja, quase instantaneamente.
Percorre grandes extensões territoriais sem a necessidade do
equivalente material, ou seja, o próprio dinheiro, que já se
encontra nos locais de chegada sob a forma de depósitos na
localidade considerada.
Com a velocidade descrita anteriormente, a decisão
creditícia chega na frente do equivalente físico e penetra no
espaço técnico-burocrático, mais especificamente, nas contas
do próprio Estado Mecanicista.
Verifica-se, portanto, que são vasos de grosso calibre
a "inflacionar" (encher ou abarrotar) os porões da Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Central, e outras
instituições financeiras estatais.
O espaço técnico-burocrático como é visto da maneira
anterior, configura-se como um autêntico "buraco negro",
onde o dinheiro se esvai, se desvia, se perde, se estraga,
88
em conseqüência da trama técnico-burocrática de elevada e
sofisticada complexidade, cuja linguagem hermética é
inacessível àqueles que não militam no seu interior.
As vias da trama técnico-burocrática são de exclusiva
compreensão daqueles que se familiarizaram com as mesmas
ao longo das três últimas décadas, conhecedores que são de
todos os seus interstícios por onde se perdem volumosas
frações do fluxo monetário, (quantias), que em relação à
enormidade do dinheiro "congesto" que, para eles, se trata de
quantias desprezíveis, isto é, sem a menor importância.
Isso explica a colossal corrupção no Brasil.
Desnecessário se torna dizer, que a solução do intrincado
problema formador da inflação metabólica se dá na
intimidade do espaço técnico-burocrático, como conseqüência
da capilaridade dispersiva já descrita anteriormente. Ora,
essa capilaridade dispersiva se dá ao longo da malha do
espaço técnico-burocrático e enfraquece o fluxo no seu calibre
e pressão, passando pela decifração ou "derrubada" do véu
que o torna hermético e impede a sua compreensão, face
a uma infinidade de termos técnicos que assemelham-se
ao simbolismo usado nas ciências ocultas ou esotéricas
para esconder do público "profano" verdades morais ou
científicas, que poderiam ser utilizadas de maneira
indevida por aqueles que não tiveram o compromisso da
"iniciação".
O "buraco negro" do espaço técnico-burocrático,
que explica o enorme desvio de recursos, se estabelece
89
na enorme complexidade secundária à ramificação das
vias de condução internas ao mesmo, e que se desviando
do fluxo original em virtude da capilaridade
dispersiva, esconde no seu âmago os mecanismos
virtuais que, em resolução profunda, nada mais são que
o ponto de vista da macroscopia econometrista
convencional, focalizadora apenas da face externa do
espaço técnico-burocrático, impossibilitado da visão
tridimensional, funcional e metabólica, que só os
sistemas tridimensionais possuem para a compreensão
de si próprios e sistemas afins.
A linearidade econômica tradicional, por ser
puramente topográfica ou anatômica, não pode perceber
a funcionalidade ocorrida na intimidade "microscópica" e
interna do espaço técnico-burocrático, limitado que está
pela sua formação exclusivamente acadêmica e
resultante da assimilação de sistemas alienígenas que se
baseiam em teorias econômicas surgidas em outras
economias. Tais economias foram sujeitas no seu
estabelecimento, à história, à geografia, à sociologia, à
antropologia e à psicologia, todas estas diferentes da
nação brasileira e sem a singularidade desta.
Convém observar, que a economia brasileira ainda
não foi dissecada até a exaustação pelos mestres,
teóricos ou prêmios "nóbeis" da ciência econômica
internacional. Com isso, queremos dizer claramente, que
no Estado Mecanicista Brasileiro não há "PHd's" qualificados
90
em Economia Brasileira, capazes de diagnosticar
corretamente os problemas nacionais.
A importação de teorias econômicas, sem a devida
adaptação à geografia, à história, à antropologia e à
sociologia brasileiras, e levando-se em consideração que
o Brasil é um país "continental", um caso sem par em
todo o mundo, no que tange à unidade lingüística,
uniformidade de costumes e de leis, constituindo um todo
homogêneo totalmente diferenciado dos países limítrofes,
torna-se desnecessário dizer que resulta imprópria para a
abordagem científica da economia brasileira. Com isso, deu
origem a enorme confusão econômica em que vive atualmente
o Estado Mecanicista Brasileiro, haja vista a dificuldade de se
enquadrar "semiologicámente" a sua problemática
econômica e o impedimento imposto ao desenvolvimento de
uma teoria econômica nacional alicerçada na nossa realidade
singular. Posto isso, recordaremos a física clássica,
(newtoniana), em relação à física relativista,
(einsteiniana), que embora resultando da primeira, apresenta a
singularidade ou especificidade no que tange a posição do
observador que permitiu a dedução de que tempo e espaço
não eram grandezas totalmente diferentes na sua natureza,
mas sim, grandezas relativas que dependiam do movimento de
rotação do planeta em torno do seu próprio eixo e outros
astros. Portanto, compara-se tal exemplo com a afirmação
anterior que prescreve uma teoria econômica
"relativista", ou seja, específica para o caso brasileiro.
O Brasil precisa, portanto, de uma teoria econômica própria
para uma melhor compreensão da sua realidade financeira e
91
econômica, e de sua repercussão nas demais vertentes da
realidade objetiva.
Também, é preciso verificar na elaboração da auto teoria
econômica brasileira a enormidade da congestão monetária
que se dá à altura do espaço técnico-burocrático como
conseqüência da parada do fluxo monetário devido à
burocracia e ao "burocracismo", (espírito distorcido dos
burocratas), que teimam em desconhecer a duração ou
tempo em que se dá a constituição dos fatos econômicos ou
dos negócios.
A magnitude da parada circulatória no interior do espaço
tecnoburocrático em relação a velocidade do fluxo proveniente
da arrecadação informatizada já dissertada, é de
aproximadamente o dobro da velocidade em sentido inverso,
inundando o seu interior e produzindo aí, a elevada sofisticação
administrativa com vida autônoma já relatada, divorciada que é
da dinâmica monetária global, desperdiçadora do tempo e sem
dar importância ao fato de que o mesmo é um dos agentes
econômicos de maior valia para que o Estado Brasileiro
possa superar o seu atraso em um mundo cada vez mais
capitalizado e veloz, face às modernas tecnologias
gerenciais e produtivas, com base na "robótica" e nos
"hardware e software" .
O entrave burocrático gerado pelo sofisticação
excessiva da administração autônoma do espaço técnicoburocrático, "encistadora" de colossais recursos internos,
(exemplificando-se: o Fundo de Ação Social", o "FAZ",
92
etc.), impede que o país acompanhe a dinâmica
econômica mundial devido ao fato do capital de giro
necessário à velocidade e incremento dos negócios,
parou no túnel do tempo, acarretando a diminuição da
expansão natural do PIB, sem a qual o Estado
Mecanicista manterá endividada, perpetuamente, o país e
a nação, tanto no que diz respeito à liquidez financeira
como nos segmentos relacionados com a inteligência, a
cultura, a expansão científica e a descoberta de novas
tecnologias necessárias ao espírito e à alma do lugar,
com repercussão no social e na psique coletiva e
individual.
A parada monetária no espaço técnico-burocrático
está causando a volta ao passado, o que impede o
direcionamento da atividade econômica para o futuro.
Não está alimentando os negócios grandes ou pequenos
que desencadeiam a elevação do PIB, fonte alimentadora
da liquidez necessária ao pagamento das dívidas externa
e interna, gerando a "oligofrenia" econômica, portanto
interna e externamente, responsáveis pela participação
"zerada" do país na liquidez mundial em confronto ou
em franco desacordo com a sua incomensurável riqueza
"imobilizada" (potencial).
Situa-se no entrave burocrático gerado pela
sofisticação administrativa autônoma, "incistadora" do
fluxo monetário dentro do espaço técnico-burocrático, a
"etiologia" da inflação significando a causa básica, cuja
93
"matemática" teremos oportunidade de estudar mais
adiante sob o ponto de vista teórico.
Nesta altura, deduzimos que o Estado Mecanicista
Brasileiro desperdiça o maior capital econômico
considerado do ponto de vista da realidade subjetivoeconômica, ou seja, o tempo, matéria prima da
economia no que tange ao aspecto hiperfísico, se é que
podemos empregar tal termo para definir a face interna
do fato econômico. Imagino, ser oportuno a seguinte
reflexão: a subjetividade significando entusiasmo, liberdade
de decisão e presença de meio circulante produz fatos de
maior expressão econômica, isto é, a riqueza.
Estamos, portanto, diante de uma calamidade
econômica sem precedentes tanto na história da
economia mundial como na história econômica nacional.
Uma "camisa de força econometrista" que mede apenas o
lado externo da realidade econômica, "castrando" o
espírito da economia, ou seja, a criatividade, o
entusiasmo e a motivação pertinentes, dando lugar,
apenas, a projetos técnicos desconhecedores da
realidade econômica própria do Brasil, baseados em
teorias administrativas e econômicas alienígenas e que
não têm nada a ver com a problemática nacional. A
"camisa de força" mencionada, ou seja, uma autêntica
ditadura monetária, fiscal e lotérica, canaliza para o
"buraco negro" do espaço técnico-burocrático o "sangue"
monetário, produzindo na periferia do país, isto é, nas
grandes, médias, pequenas cidades, inclusive nos
94
vilarejos, quando consideramos estes últimos a esfera
municipal, o único lugar onde pode se dar o fato
econômico, a "anóxia" monetária. Assim, explica-se o
"apocalipse" a que estamos fadados a suportar com o
alarmante aumento da criminalidade, dá corrupção
desenfreada, da impunidade vergonhosa e da enorme
ampliação dos negócios funerários e crescimento das
redes de farmácias, que vêm ocorrendo no país de forma
sistemática.
O emperramento burocrático, "pai" da corrupção e da
inibição da decisão econômica, está paralisando o país em
relação ao desenvolvimento da economia mundial, que
livre de amarras, desvios monetários, desperdícios e
artificialismos, queima as etapas sucessivas do fato
econômico, que vão da idéia à acumulação do capital,
passando pelas fases intermediárias e progressivas do
planejamento e da organização, isto é, a modificação do
desejo de riqueza e bem-estar, passando pela formação
do plano e dos negócios, que consubstanciam sua
transformação em equivalente físico ou monetário.
A organização estrutural do Estado Mecanicista
está voltada contra o povo, que ainda, de modo geral,
não atingiu o estágio de compreensão, quedando-se
totalmente indefeso diante da inviabilidade econômica
decorrente da sofisticação técnico-burocrática do "buraco
negro" do espaço técnico-burocrático, que dispondo de
velozes controles eletrônicos computacionais de última
geração e outros "inibidores" da duração (o tempo),
95
escravizando a todos no impedimento da atividade
econômica individual impossível de se dar sem liberdade
monetária.
O Estado Mecanicista resulta, portanto, de uma
relação incestuosa da informática com a burocracia que
de maneira imoral se conjugaram para impedir o talento
do homem de gênio, ou seja, portador de capacidade
empreendedora e de liderança, tão necessárias aos
movimentos desenvolvedores, que premidos pelo
privilégio cadastral de terceiros, foram alijados pelo
enfoque numérico do mesmo, isto é, quantitativo,
(característica do Estado Mecanicista), em prejuízo de um
"curriculum-vitae" que prioriza o aspecto qualitativo,
indicador da potencialidade desse mesmo homem "gênio
econômico" - (homem empreendedor). É claro que as
garantias reais são necessárias ao crédito, porém, não
podem se constituir critérios de seleção creditícia
exclusiva, carecendo também, de avaliação subjetiva do
empreendedor, que só é possível através de um
curriculum-vitae, uma prova escrita, um teste oral e uma
autobiografia.
O enfoque atual marginaliza o vocacionado e
privilegia aquele sem nenhum talento econômico,
explicando assim a elevada inadimplência da economia
sem resultados dos nossos dias.
96
QUARTO CAPÍTULO
97
98
A INEFICACIA DOS PLANOS DE
ESTABILIZACAO DA MOEDA
99
100
101
102
A INEFICÁCIA DOS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO
ECONÔMICA
Como conseqüência do metabolismo do Estado
Mecanicista Brasileiro, de ideologia econômica e
administrativa importada, sem projeto de médio e longo
prazos, e, ainda, sempre sujeito a "intempéries"
ideológicas e econômicas externas, a inflação orgânica
ameaçando através da "autofagia" do próprio Estado
Brasileiro, a romper o regime tecnicista, ou seja, a
ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica que
se perpetua com o auxílio dos meios de comunicação de
massa, o Governo se vê obrigado a instituir os planos
econômicos de. estabilização, os quais reagindo
recessivamente ao longo de três décadas, têm inibido o
crescimento do PIB em relação às exigências que são
impostas ao país pela elevada demanda populacional
para novos empregos no mercado de trabalho, face ao
grande número correspondente de pessoas aptas a esse
mesmo mercado de trabalho, e que surge a cada ano
causando a transferência dessas gentes para a
informalidade e, por via de conseqüência, para a
criminalidade.
Com relação ao parágrafo anterior, mister se faz
dizer que origina o déficit na balança comercial, que
103
influindo no balanço de pagamentos, impede a liquidez
do país.
Na atualidade, é preciso compreender que certas
grandezas como: extensão territorial, riquezas naturais,
população economicamente ativa, imobilizado, etc, não
possuem valor econômico devido ao fato de que as
atuais economias necessitam mais e mais de poupanças
para financiamento do seu desenvolvimento.
Como vimos, o país há décadas queda-se
imobilizado pelas amarras monetárias oriundas dos
planos econômicos de estabilização que inibem os
empregos, a produtividade, o consumo, a arrecadação de
impostos, sendo em grande parte a causa do déficit
público que obriga o Governo a buscar recursos
através do lançamento no mercado financeiro de
títulos da dívida pública a fim de poder pagar suas
contas acrescidas dos juros altos do mercado, que
por sua vez funcionam como um dos mecanismos
recessivos dos diversos planos, acarretando sob a
forma de "feed-back" a perpetuação do déficit
público, a única variável econômica reconhecida
pelos economistas oficiais como a causa da
inflação no Estado Brasileiro.
Os "indigitados" planos foram elaborados sem levar
em conta as causas primeiras, isto é, a "etiologia" que
está por trás das causas clássicas da inflação, que são as
únicas
reconhecidas pelos economistas
oficiais,
104
mascarando o "diagnóstico" da dita inflação, que é
oriunda como já foi descrito anteriormente, do
"metabolismo" inflacionário gerado pelo Estado
Mecanicista, pela evidência exacerbada de uma
arrecadação informatizada e uma distribuição monetária
burocratizada, preponderantemente sobre outras causas
de natureza mais periférica.
O emperramento burocrático estudado com
maiores detalhes no capitulo que trata da "congestão
monetária", e, a doença do burocracismo, inibem a
distribuição do fluxo monetário desvitalizando
monetariamente os municípios, os quais comportandose como pontos onde deveriam ocorrer a atividade
econômica, (estrutura econômica do país), impedem
ditos municípios de contribuir na formação do PIB, com
exceção apenas da participação das médias e grandes
cidades, reduzem a arrecadação de impostos tornando os
municipios totalmente dependentes e parasitários do
Poder Central, que se vê obrigado a contratar
financiamentos externos para o seu desenvolvimento e
para honrar o pagamento dos compromissos vencidos e
a vencerem, os quais por sua vez, foram contratados
devido às distorções da política econômica oficial, mal
concebida e descabida.
O Poder Central, como já vimos, é refém da
economia internacional, face ao fenômeno de inversão
do fluxo monetário, que o bom senso e a razão
mandariam partir da periferia para o centro, e não do
105
centro para a periferia, no que tange ao retorno
monetário e não ao contrário como se constata na
incoerência funcional do Estado Mecanicista.
É necessário que a circulação do fluxo monetário se dê
dentro do município irrigando profusamente o mesmo, a
fim de permitir o incremento e realização dos negócios,
cuja totalidade englobarão a atividade econômica
municipal, tornando o município auto-suficiente na sua
peculiaridade no que toca à produtividade de matérias
primas ou manufaturadas, próprias de sua realidade
climática e geográfica.
O município não pode ficar na dependência política
para liberação de verbas e nem tampouco sujeitar-se à
centralização administrativa da União, devido ao
fenômeno que surge de "apagamento" da estrutura
federativa, o que impede a convivência harmônica das
partes diferenciadas, inibindo vocações econômicas e
desmanchando pela hipertrofia da técnica, ou seja, o
tecnicismo enredado profundamente na estrutura de
governo. Também, desmancha o substrato histórico e
cultural dos referidos municípios, mata a alma, o espírito
e a inteligência do lugar, e ainda, descaracteriza e roubalhes a identidade, e castra a personalidade. Tudo isso
inviabiliza estas características, as quais deveriam ser
preservadas, porque é imprescindível a atividade
econômica
pródiga,
totalmente
baseada
na
independência que leva ao poder de decisão, à
106
criatividade, à liquidez, sem as quais não poderá
haver a acumulação de capital em âmbito municipal.
O modelo econômico do Estado Mecanicista
Brasileiro impede, pelas razões já expostas, a liquidez
dos negócios e dos empreendimentos, dificultando a sua
expansão e tornando-os reféns das redes bancárias
hegemônicas nacionais e internacionais, que se
capitalizam cada vez mais, pela sua própria natureza de
guardiã da moeda, acrescentadas da atividade atual
ocorrida nessas ditas redes, ou sejam: a prestação de
serviços,
a
arrecadação
de
impostos,
a
contribuição sindical, os encargos trabalhistas,
etc, privilegiadores da liquidez, fazendo-os cada vez mais
vorazes e produzindo a elevada mortalidade dos
empreendimentos, dos negócios, das empresas e do
impedimento funcional ou profissional do vocacionado
para a economia.
A irrigação monetária autônoma em âmbito
municipal impediria, com certeza, a varredura do
país pelas redes bancárias, concentradoras de
liquidez, tornando os elementos empreendedores
menos dependentes de crédito, desburocratizando os
respectivos empreendimentos e aumentando-lhes a
duração da formação dos mesmos, e fazendo-os mais
ágeis numa realidade econômica que na atualidade exige
velocidade na constituição dos negócios.
107
Do ponto de vista político, a irrigação monetária
autônoma do município impede o voto de cabresto,
dando maior representatividade e autenticidade ao
processo de renovação política na atualidade arcaica e
apadrinhadora, que tem na castração econômica o maior
dos seus aliados, perpetuando a política sem consciência
da realidade econômica mundial, vassala das teorias
econômicas e ideologias políticas alienígenas que sempre
impuseram modelos políticos e econômicos exógenos,
ultrapassados e totalmente divorciados da nossa
realidade de país singular, diferente de todos os países
do mundo e que alberga em quase um continente um
amálgama racial proveniente de todas as etnias do globo
terrestre, que deram origem no nosso país uma raça
diferenciada e mais adaptável às exigências impostas
pelas mudanças rápidas e bruscas que se passam no
mundo moderno.
Os planos de estabilização econômica tiveram
e na economia o enfoque exclusivo por parte da equipe
governamental, com o objetivo de impedir a falência do
Estado, diante da ameaça devastadora do déficit público,
que se nutria de juros e correção monetária a que o
Governo era obrigado a pagar junto com o principal
para resgate dos títulos da dívida pública, que em uma
inflação muito grande, (hiperinflação), se tornaria
impossível de resgatá-los em detrimento dos prioritários
e autênticos objetivos econômicos, que seriam:
acabar com o metabolismo inflacionário do Estado
Mecanicista, acabar com as causas primárias ou
108
"etiológicas" da inflação brasileira, ao nosso ver, sui
gêneris ou singular, devida à arrecadação voraz e à
distribuição capilar lenta e preguiçosa.
Como vimos, o "metabolismo" da inflação
crônica do Estado Brasileiro, atualmente represada e
amarrada pelas âncora cambial e âncora da
elevação dos juros, decorre de uma arrecadação
informatizada que faz uso das redes bancárias nacionais,
assemelhando-se à vasos de grosso calibre, sugando
para as contas governamentais 58 impostos, (sem incluir
o famigerado CPMF), dinheiro proveniente de várias
loterías de âmbito nacional, com a velocidade
instantânea da informática e uma distribuição lerda e
burocrática, sujeita a desvios causados pela corrupção,
traduzidos em "comissões" que variam de 5 a 20% para
liberação das respectivas verbas, e, canalização de
enormes recursos para as empreiteiras, que concentram
benefícios arquitetônicos em locais já privilegiados
economicamente do ponto de vista da densidade e
calibre do fluxo monetário, o maior causador da geração
de empreendimentos em locais privilegiados em
detrimento de outros setores da topografia do Estado
Brasileiro, onde se faz necessário o maior calibre do fluxo
monetário, para que o mesmo possa vitalizar,
localmente, a atividade econômica espontânea, sem a
necessidade de repartições ortodoxas, tipo SUDENE, que
só praticam o artificialismo econômico e causam a
perpetuação da injustiça econômica no nosso país.
109
O fluxo monetário quase não existe na grande
maioria dos municípios brasileiros, (hoje totalizando 5255
municípios), principalmente naqueles que constituem a
chamada periferia do Estado Brasileiro, devido à
congestão do fluxo onetário em áreas burocráticas e à
canalização para empreendimentos já constituídos,
dificações supérfluas, incentivos despropositados, falta
de austeridade e investimentos preferenciais em setores
de regiões já desenvolvidas, com prejuízo da atividade
econômica básica municipal, que se nutrida pelo fluxo
monetário capilar, propiciaria a inclusão econômica do
município, fortalecendo o mesmo, e ainda causando
prosperidade e riqueza econômica a seus habitantes,
fazendo esencadear aí, também, as atividades
econômicas secundárias e terciárias.
A escassez do fluxo monetário municipal, ponto da
anatomia do Estado Brasileiro onde se dá a atividade
econômica, castra, minimiza e impede a mesma,
asfixiando-a no local e produzindo o social indevido e
descabido, totalmente fora do que se convencionou
chamar civilização. Pois, necessita desse fluxo
monetário para poder permitir a atividade econômica
reguladora e propiciadora de um status quo compatível
com a moral e a virtude, e, conseqüentemente, o
progresso material.
A anemia do município pela ausência do fluxo
monetário é uma das maiores causas do comportamento
violento da ociosidade, do alcoolismo, das doenças, da
110
apatia, da acomodação, da inveja, do charlatanismo, da
falta de participação municipal na riqueza nacional, tudo
isso contribuindo para a dependência do país no que diz
respeito a liquidez internacional, consubstanciando,
ainda, um dos motores da inflação brasileira.
Os planos de estabilização da moeda impediram e
impedem a correta e vitalizadora perfusão monetária
municipal devido a falta de pressão monetária em face
da "congestão" monetária no submundo do espaço
técnico-político-burocrático, e ainda, a contenção do
fluxo monetário na "represa" do Banco Central, como
ocorre atualmente, de maneira exacerbada no atual
PLANO REAL que limitou o meio circulante, em
aproximadamente 72 bilhões de Reais, (no momento em
que este ensaio é escrito).
O Estado Mecanicista por ocasião dos planos de
estabilização da moeda vem produzindo um estado de
perplexidade econômica em face de mudanças bruscas
das realidades financeira e econômica, ao longo de quase
três décadas, gerando espasmos econômicos que
necessitam geralmente de um a dois anos para que a
economia volte a se readaptar por causa da mesma
necessitar de decisões, que em última análise se
originam de mentes em condições de pensar
economicamente, o que só pode ocorrer em clima de
regras
estáveis
para
o
desenvolvimento
dos
empreendimentos econômicos.
111
Os planos de estabilização econômica passam
para a população a falsa idéia de que a economia é uma
atividade linear divorciada da história, da geografia, da
antropologia e da sociologia. Tais planos produzem o
obscurecimento da realidade econômica, ou seja, um
apagamento da idéia da estrutura que as economias são
obrigadas a ter para poderem produzir liquidez.
Constituem autênticas camisas de força que impedem
o "nascer" econômico que necessita do entusiasmo, da
vocação e do tempo para poder acontecer. Portanto, são
os maiores responsáveis pelos tigres asiáticos terem
superado economicamente o Brasil, após o que se
convencionou chamar-se de o milagre brasileiro.
Destarte, perdemos mais de duas décadas que poderão
ser recuperadas se as autoridades econômicas nacionais
abdicarem da política econômica suicida e de ideologia
importada, que nada tem a ver com os objetivos que o
Brasil forçosamente deverá ter em relação a um mundo
em que as economias se constróem partindo dos anseios
de seus povos, conservando, entretanto, a convivência
internacional pacífica.
Os planos de estabilização econômica têm
impedido o Brasil de poder competir com as economias
estabelecidas e as emergentes, por dificultarem o
funcionamento de nossa economia e sua conseqüente
evolução, que sem nenhuma dúvida produziriam um PIB
específico, que num mundo de economias diversificadas
do ponto de vista da produção, poderiam consumir em
seus mercados movidos pelo interesse na sua
112
especificidade e singularidade decorrente de país que
guarda em seu bojo população relativamente nova e
oriunda de várias etnias, configurando o novo em um
mundo envelhecido e impregnado de procedimentos
arcaicos incompatíveis com o atual estágio do
conhecimento humano.
A comoção social inevitavelmente virá se as
autoridades insistirem em não querer enxergar que o
tecido econômico brasileiro está sendo "desvitalizado" pelos
sucessivos
planos
de
estabilização
econômica,
eminentemente técnicos, burocráticos e "econométricos",
que diminuem a pressão monetária ao nível do
município, inibindo ou impedindo a sua atividade
econômica. Geram, por sua vez, a falsa esperança de
que o problema do bem-estar social será resolvido,
quando na realidade, apenas retardam a sua solução,
mascarando-a e causando-lhe o agravamento da situação
de acordo com a máxima: "problema postergado é
problema agravado".
Tais planos têm servido para privilegiar segmentos
em detrimento de outros, diminuindo a coesão ou pacto
nacional, tão importante para o país encontrar a sua
unidade em torno de um objetivo comum, condição
prévia para que se chegue a uma ideologia brasileira
indispensável ao mesmo no sentido de deixar de ser
amorfo e passar a ter uma identidade sem a qual é
impossível de ser bem sucedido economicamente.
113
Posto isso, resgatar-se-á inevitavelmente o Amor à
Pátria, emoção salutar e indispensável à motivação
econômica harmônica, portanto, sem a necessidade de
atividade predadora, tão comum na nossa atualidade.
A fragmentação da sociedade brasileira se deve à
quebra da unidade nacional que foi instituída ao longo
das últimas quase três décadas, quando se instalou no
país o capitalismo extremado, que tem tido no Estado
Mecanicista Brasileiro o seu maior causador.
O Estado Mecanicista Brasileiro de ideologia
econômica, política e administrativa importada jaz sem
cabeça, sem pensamento, sem idéias, trabalhando com
braços e pernas em cima de planilhas elaboradas por
economistas políticos e administradores incapacitados
para enxergar as realidades sócio-econômicas nacionais
devido a lavagem cerebral feita pelas ideologias oriundas
de economias de realidades diferentes da brasileira.
A crise que se prolonga há cerca de quase três
décadas precisa, pelo menos, servir para indicar
caminhos que as autoridades econômicas deverão seguir
a fim de tirar o país da estagnação e da "autofagia"
econômica, mantendo-o em um mundo econômico em
condições de igualdade econômica, sem, todavia,
espoliar o seu povo através de impostos escorchantes,
que aumentando o custo dos nossos produtos, torna-os
incapazes de competirem em uma realidade econômica
114
mundial, que cada vez mais procura aumento de
produtividade como condição de baixar custos.
115
116
QUINTO CAPÍTULO
117
118
A INIBICAO DO PRODUTO
INTERNO BRUTO
119
120
121
122
A INIBIÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO
Recapitulando-se o que foi descrito até aqui, quisemos
evidenciar que a inflação do Estado Mecanicista deriva,
primariamente, de uma arrecadação brutal informatizada
e voraz, e, de uma distribuição burocratizada.
No impedimento do consumo está a compreensão
do "porquê" do Estado Mecanicista se preocupar, cada
vez mais, com a arrecadação per capita de impostos,
descuidando-se da ampliação da base global que
aumentaria em demasia a dita arrecadação, pelo fato de
poder permitir a redução do chamado custo Brasil, o
qual, espoliando economicamente as empresas, acarreta
a diminuição da vida média das mesmas, e ainda,
dificulta a competição dos nossos produtos no mercado
internacional.
O Estado Mecanicista vendo-se obrigado à uma
arrecadação per capita, ou seja, "no varejo e não no
atacado", como seria o esperado, "se desespera" em
aumentar o número de impostos para poder com isso,
alcançar o tão almejado e distante superávit fiscal que
resolveria, de uma vez por todas, o problema do déficit
público, (como pensam os técnicos oficiais). Assim,
devido ao modelo econômico arcaico, com base num
123
lastro virtual oneroso da moeda, passa a emitir títulos da
dívida pública, que ao invés de contribuírem para a
solução do desequilíbrio das contas em apreço,
perpetuam e ampliam o déficit, pelo fato do mercado
exigir o resgate de tais títulos, acompanhados do
pagamento de juros e/ou TR. Na atualidade, o
pagamento de juros se eleva a altos patamares devido
ao modelo praticado pelo Plano Real, que usando de
âncoras cambial e de juros impede o superávit no
balanço de pagamentos e acumula déficits cada vez
maiores, a despeito da entrada de divisas mas que são
"hot money" na sua maior parte, e ainda, de origem
duvidosa.
O Estado Mecanicista de um lado fica imprensado, lado
externo, pelo endividamento determinado pelos juros, que
aumenta sempre, em face da âncora dos juros
(elevadíssimos), e, do outro lado, lado interno, fica
também sufocado pela impossibilidade de incrementar a
arrecadação de impostos para atingir o superávit fiscal, razão
pela qual lança mão dos famigerados planos de estabilização
econômica, porque o impasse levaría à falência do Estado
Mecanicista.
Ocorre que os mencionados planos, por terem sido de
caráter recessivo, acarretam por via de conseqüência a
diminuição relativa do PIB, (inibição), impedindo a liquidez
necessária aos investimentos produtivos, resultando daí a
busca de créditos externos, elevando desse modo o já
"geométrico" endividamento do país.
124
A manutenção das políticas econômicas com base em
planos de estabilização recessivos tem sido a causa
permanente do endividamento face o Estado Mecanicista ser
obrigado a "rolar" continuamente a dívida externa, sem o
concomitante pagamento de parte do principal. Com isso,
acarreta a "doença crônica" do endividamento externo, que
aliado ao endividamento interno também "crônico", ambos
produzem a espoliação da sociedade e impedem a libertação
econômica do próprio Estado Mecanicista num círculo vicioso,
ou feed-back, que necessitaria de uma intervenção drástica
ou de uma nova ordem econômica, (modelo alternativo), que
soltando as amarras geradas internamente pelo "metabolismo"
inflacionário ,lainda não resolvido" por não ter sido
identificado. Tal metabolismo inflacionário, que antes do Plano
Real obrigava o Estado Mecanicista a corrigir-se
monetariamente, causava mais inflação e aumento do déficit
público pelo fato já dissecado, isto é, de que a inflação
metabólica é a causadora do déficit considerado, e não,
decorrente do mesmo, como pensam os economistas do país
baseando-se em conceitos clássicos adquiridos no estudo de
economias diferentes da que se estruturou no Estado
Mecanicista.
Atualmente, a âncora cambial, a âncora de juros e a
âncora de contenção do meio circulante limitam totalmente
o crescimento econômico. Por isso, tais itens comportando-se
como "ancoradouros" na economia de um país de mercado
do tamanho do nosso, produzem a implosão econômica
em duas vertentes:
125
■ a vertente externa, constituída pela âncora cambial,
impecilho às exportações. Portanto, desequilíbrio na
balança comercial e elevada saída de capitais internos
face à âncora de juros, que o Estado Mecanicista se vê
obrigado a usar para manter reservas em dólar a fim de
assegurar, conforme concepção do plano, a
manutenção da presumível estabilidade econômica;
■ a vertente interna, formada pelo endividamento
galopante da dívida pública, que também se nutre
"geometricamente" dos juros elevados.
Um observador imparcial, colocado em posição
privilegiada, ou seja, desengajado da política
"econometrista", monetarista e monocentrista, privilegiadora
do capital em detrimento do trabalho = "capitalismo
extremado", ao lançar sua visão sobre a política
econômica atual, percebe que se trata de uma política
econômica suicida, pelo fato de detectar que as dívidas
interna e externa alcançaram patamares altíssimos nos
três anos do atual Plano Econômico (PLANO REAL).
O Estado Mecanicista vê-se obrigado diante do
contínuo endividamento do país e da insegurança
advinda das reservas constituídas de capitais externos
voláteis, (de curtíssimo prazo), e tidos como
compensadores da balança comercial nestes últimos três
anos, a pressionar o Congresso para aprovação das
chamadas reformas governamentais, e com isso, alcançar o
"Estado Mínimo", de maneira abrupta, sacrificando a
classe média, vendendo estatais rentáveis, como se aí
126
residisse a causa do fracasso econômico. Como vimos,
estamos diante de perspectivas sombrias porque as
autoridades da área econômica teimam em não procurar
a verdadeira causa da inflação, que ao nosso ver, reside
internamente no "metabolismo" inflacionário do Estado
Mecanicista já estudado em capítulo anterior, cujas
entranhas
econômicas
inviabilizam
a
vitalidade
econômica dos municípios impedidos de crescerem e de
se manterem autônomos. Tais municípios são impedidos
de contribuir na produção da riqueza global do país,
através do seu elevado número, (5255 municípios), para
libertação do Estado Mecanicista que os "federaliza" do
grandioso impasse montado pelos tecnocratas por meio
de seus excedentes econômicos, que poderiam ser
largamente utilizados em uma política de exportação
cada vez mais necessária nas atuais circunstâncias dos
mercados globalizados, acabando assim, com o chamado
custo Brasil, que em última análise provém, como
vimos, da inflação metabólica oriunda da natureza do
Estado Mecanicista, que arrecada nformatizadamente"
e distribui "burocratizadamente".
A participação do Brasil no mercado da economia
mundial, tendo em vista suas condições favoráveis à
produção, ou seja, uniformidade de língua,
docilidade do povo, grandeza territorial, dimensão
ímpar de riquezas naturais, tamanho de mercado,
etc, é verdadeiramente ridícula, se levarmos em
consideração o seu PIB calculado em 728 bilhões de
127
Dólares e comparando-se, por exemplo, com o PIB do
Japão, que é de 4,5 trilhões de Dólares.
Um país das dimensões populacional e
territorial como o nosso, necessita de um PIB
compatível com a ocupação econômica do seu território e
com o engajamento econômico da totalidade do seu
povo, o que nunca poderá acontecer se o planejamento
econômico desenvolvido "academicamente" não
entender que a economia inclui ocupação territorial e
engajamento econômico da população.
A redução ou extinção do fluxo monetário no
município e a doença da burocracia centralizadora que
retarda o mesmo ao nível compatível com a "isquemia"
monetária e que impede de circular a moeda necessária
aos empreendimentos e negócios.
O emperramento burocrático causado pela doença
burocrática que é tratada em todos os países do primeiro
mundo, (ver termo na Enciclopédia Britânica, segundo o
tratado "Um anarquista no final do século", de
Vandick Ponte), juntamente com o burocracismo nacional
impiedoso, que acumula o meio circulante para o
submundo ou "bas-fond' da corrupção nos porões do
Estado Mecanicista, além de dissipar os recursos, produz
a estagnação dos mesmos, sujeitando-os e impedindo o
país da competição leal em um mundo econômico ágil,
constituído por países "não amarrados" pelo lado interno,
128
de modo a impossibilitar os investimentos no tempo
ótimo em prol do aproveitamento das oportunidades
econômicas dentro da máxima "de que as decisões
econômicas deverão ser rápidas e as mudanças
lentas".
A "amarração" econômica interna causada pela
burocracia inviabiliza economicamente o país produzindo
o endividamento, amplia o déficit devido aos juros,
impede o aumento da renda per capita e dificulta o bemestar da população que, sem entusiasmo, queda-se na
apatia e no estado de perplexidade.
O Estado Mecanicista nos parece, portanto, ser
desconhecedor de que o entusiasmo nacional é fator
preponderante no avanço econômico de uma sociedade
que deverá, necessariamente, estar liberta da
regulamentação excessiva causada pela hipertrofia
cartonai de documentação exuberante, reclamada pelo
Estado para saciar o apetite voraz do "burocracismo".
129
130
SEXTO CAPÍTULO
131
132
O AUMENTO ASFIXIANTE DA
CARGA TRIBUTARIA
C
A
R
G
A
T
R
B
U
T
A
R
133
A
134
135
136
O AUMENTO ASFIXIANTE DA CARGA TRIBUTÁRIA
O Estado Mecanicista Brasileiro, como vimos,
desconhecendo a causa básica da sua inflação e tendo
engendrado em seu "laboratorio" tecnocrático o artifício
técnico da correção monetária, quase perpetuando-a, viuse diante de um enorme déficit fiscal causado pela sua
própria fórmula mágica, haja vista os papéis lançados no
mercado financeiro para financiar o déficit fiscal anterior.
Por ocasião do prazo de resgate, cujos pagamentos se
davam no valor da data de vencimento, acrescidos da
correção monetária da inflação do período, resultavam,
necessariamente, num valor mais elevado do que o
tomado.
O déficit público, portanto, aumentava e se
"cronificava" pelo fato do mesmo se dever ao pagamento
de juros aumentados dos altos valores dos mesmos, que
eram mantidos em elevados patamares a fim de conter o
consumo e a redução da arrecadação de impostos
originada da diminuição do dito consumo, que sempre foi
a tônica dos diferentes planos de estabilização
econômica.
Tais planos de estabilização sempre pecaram pelo
seu elevado teor burocrático e acadêmico, concentrador
do dinheiro no Banco Central, de modo a retirá-lo do
espaço técnico-burocrático de onde voltaria para compor
o fluxo monetário, que necessariamente teria que dispor
da pressão originada deste, para perfundir as entranhas
teciduais do Estado Mecanicista. Dessa forma, o fluxo
monetário chegaria às células econômicas municipais,
137
levando o "oxigênio" da moeda que iria propiciar a
realização da "glicólise" econômica do mesmo, ou seja, a
formação da cadeia econômica composta por moeda,
capital de giro, pequenos negócios, grandes negócios,
empregos, elevados empreendimentos, consumo, produção,
pagamentos de
impostos, superávit fiscal dentro do
próprio
município,
tornando-o
independente
economicamente.
A liberdade econômica do município, assim
conquistada, desencadearia a ampliação da plataforma
tributária do Estado Mecanicista, (ridiculamente
pequena), levando-se em consideração o grande
conjunto dos municípios brasileiros, e não, como ocorre
atualmente, limitada apenas pela arrecadação daqueles
que se acham desenvolvidos e que contribuem para a
mesma, em sua grande maioria, com os impostos
resultantes sobretudo da venda de serviços.
O fluxo monetário pela hipótese formulada neste
ensaio perfundiria os pequenos municípios que, além de
ter fomentada a sua agricultura de subsistência, base
da agricultura econômica, iria fomentar a esta como
segundo passo econômico, criando condições para que o
comércio local surgisse do mesmo modo que as demais
etapas do ciclo econômico, ou seja, a poupança, a
vinda de agências bancárias, a pequena indústria,
enfim, a vitalidade econômica como um todo, com a
concomitante criação e expansão das práticas culturais e
científicas próprias do desenvolvimento.
Em um mundo cada vez mais globalizado pela
informatização e pelas comunicações, a "desvitalização"
econômica do município acarretará a supressão do
mesmo, e apagando a sua cultura, o seu folclore, e
conseqüentemente, o equilíbrio emocional e psíquico de
sua população, a qual necessita daqueles ingredientes
para a sua sobrevivência. Tais itens, por sua vez são
138
fatores importantes na produção econômica, que em
última análise resultam do entusiasmo cívico não
existente na exclusão econômica, originadora do espírito
de acomodação.
O imposto no Brasil é cobrado no "varejo" em
detrimento do "atacado", o que permitiria a enorme
ampliação da base arrecadadora, porquanto, o Estado
Mecanicista Brasileiro pressionado pela frente externa,
(pagamento da monumental dívida externa, manutenção
do país em condições paritárias de tecnologias para a
competição internacional em um mundo que avança
rapidamente - principalmente os países ricos que não
estão "amarrados" monetariamente), e também,
pressionado pela frente interna, (pagamento da dívida
interna, pressão política dos partidos de oposição,
pressão da Igreja, pressão social, etc), se vê obrigado a
ampliar a arrecadação per capita impedindo a liquidez
individual e a liquidez das empresas, complicando o
quadro econômico, deixando a Sociedade e as empresas
sem a poupança necessária aos investimentos cultural e
profissional da primeira. Com isso, verifica-se a
diminuição na qualidade de vida, pela castração da
atividade econômica das segundas, de forma a reduzir
percentualmente a sua produtividade, causando grandes
transtornos recessivos com repercussão no PIB que, na
atualidade, gira em torno de 758 bilhões de dólares, o
que é absolutamente ridículo tendo em vista a dimensão
continental do país, a expressividade de sua demografia,
as potencialidades de seus recursos humanos, de seus
recursos naturais, do imobilizado, de tecnologias e "knowhow" de seus quadros universitários totalmente ociosos e
desmotivados por falta de recursos, constituindo um
quadro geral desanimador, frustador, incapacitador,
contrário à participação coletiva nos seus diferentes
graus de hierarquia de ordens cultural, profissional, técnica
139
e acadêmica. A ausência de unidade e de identidade,
geradas pelo "marionetizador" Estado Mecanicista, castra
e inibe o entusiasmo, a participação, gera a angústia, a
ansiedade, matando o espírito da terra, a alma do lugar,
sufocando através da economia indevida e descabida,
totalmente acadêmica, sem idéia central, sem projeto a
médio e longo prazos, burocrática, "centrada" no Banco
Central a sabor de técnicos de conhecimento linear,
absorvidos
totalmente
por
ideologias
clássicas,
autoritárias, burocráticas, arcaicas, e divorciadas das
realidades brasileiras cultural e social, portanto,
impraticáveis no singular e diferente substrato brasileiro,
que mostra retorno toda vez que utiliza os ditames da
moral e da razão econômica teórico-prática, com base no
estudo sério da nossa realidade, como vimos na
industrialização do país, na indústria automobilística, na
informática, nas telecomunicações, e na construção civil,
etc, etc. Alega-se, em ambiente fiscal, que o Estado
Mecanicista possui atualmente uma carga tributária
elevada devido ao fato da enorme sonegação em torno
de 50%. Neste caso, a arrecadação se manteria no nível
de projeções de receitas com o auxílio deste artifício, ou
seja, do aumento do valor dos impostos, tendo assim o
problema da sonegação e da corrupção fiscais resolvidos
de "uma só cajadada".
Esquecem os defensores de tão deletéria
compreensão em relação ao componente "moral" do
imposto e do pavor da elevada carga tributária, com
altíssima complexidade, que, a conseqüência é a
formação de um departamento específico para
pagamento do mesmo, causando na mentalidade do
empreendedor e do empresário a diminuição do seu
entusiasmo, enredando-os numa malha complexa de
140
dificuldades técnicas e da carência de recursos humanos
específicos. Portanto, força-os buscar saídas mais simples
na atividade informal. Como podemos deduzir, conforme
informação por certo membro da Câmara Federal,
quando debatendo a cerca da regulamentação dos
planos de saúde, falou da existência de 60 milhões de
usuários de planos particulares, quando, destes, só 30
milhões têm carteira assinada, mostrando assim que os
outros 30 milhões restantes praticam a atividade
informal, não pagam o imposto de renda e, ainda,
usufruem dos benefícios da assistência médica oficial do
Estado, no que tange aos procedimentos médicos
excluídos dos planos particulares que são os de maior
complexidade.
Com relação à "moral" do imposto, não cremos
existir vínculo subjetivo maior com o que se
convencionou chamar "cidadania" que o Estado
Mecanicista alardeia e prega para desviar a atenção da
Sociedade, que estaria dentro do estado de direito.
Assim, chegamos à conclusão tratar-se de uma falácia,
porquanto a cidadania necessita de condições básicas, ou
seja: seu portador necessita de moradia, transporte,
instrução, lazer, profissão e atendimento médico,
impossíveis de se obter no Estado mecanicista, cuja
pouca compreensão da economia prática levou o país ao
endividamento insuportável, "cronificou" a recessão e
promoveu e promove a matança de empresas e de
instituições. Ainda, tirou do contribuinte o salário
compatível com as exigências do exercício da cidadania,
141
marginalizando-o, fazendo-o adoecer, como teremos
oportunidade de entender acompanhando o seguinte
ciclo: o Estado Mecanicista espoliando a nação para
pagar o endividamento, produzindo ansiedade coletiva e
individual e o estado de perplexidade que geram
hipertensão e violência ("o psicótico antes de agredir fica
perplexo"). A violência gera a criminalidade, a hipertensão
gera as doenças oriundas de uma circulação indevida
(patológica), ou seja, nefropatias, coronariopatias (anginas e
enfartos agudos do miocárdio), cardiopatias congestivas
(insuficiência cardíaca congestiva), acidentes vasculares
cerebrais, edema agudo dos pulmões, coma, etc., que
podem levar ao êxito letal (morte), em significativo número de
casos.
Diz-se à boca miúda que no Estado Mecanicista o
empreendimento funerário é ainda um grande negócio.
Examinando este tema, constataremos que as mortes no
Estado Mecanicista acometem em sua maioria indivíduos
jovens e de meia idade, devido ao fato da expectativa média
de vida estar por volta dos 60 anos de idade, forçando-nos à
conclusão de que a mesma em comparação com a do Japão,
em torno de 80 anos, cuja população é submetida à
abordagem médica assistencial com os mesmos recursos
técnicos da assistência nacional, mostra, assim, que a
diminuição da nossa expectativa média de vida em relação ao
país nipônico se deve à morte prematura de grande parte da
população que não faz uso dos meios de que a ciência hoje
dispõe, configurando desta forma, um verdadeiro genocídio.
142
O Estado Mecanicista, por um lado, faz adoecer e
matar, e, do outro lado, impede o tratamento através da sua
recessão crônica que impossibilita os meios para os indivíduos
se desenvolverem e se manterem vivos, inviabilizando o
segmento mais importante da realidade física, colocada aqui
como patrimonial, social, antropológica e política, o lado
econômico da manifestação na realidade prática como o
próprio Deus falou por seu Filho Unigénito, conforme registro
do Evangelista Mateus, em Mt 28:18 ("Todo o poder me
foi dado no Céu e na terra"). Portanto, o elemento
econômico simbolizado aqui por "poder na terra", conforme
grifo nosso, é dado "duramente" pelo próprio Pai que está nos
Céus ao Filho que mandou entre os homens, quando
observamos facilmente que aqueles que estão se comportando
intimamente e externamente de acordo com as normas ou
"software" localizado nas profundezas da realidade - PODER
DIVINO -crescem em liquidez.
O imposto adequado, além de ser fonte crescente de
receita fiscal, deve ser compreendido como alimento "cívico" a
que a população é obrigada a ingerir sob pena de ter em si
mesma, diminuído ou mesmo "zerado" um componente
importante do seu vigor psíquico que, se nutrindo da moral
ligada ao emocional, necessita do entusiasmo cívico para
poder "materializar-se". Exemplificando-se: por meio da
religiosidade os "dizimistas", ou mesmos os eventuais
"ofertantes", que doam do fruto do seu trabalho contribuições
para utilização na obra do Salvador Senhor Jesus Cristo, ou
mesmo para instituições filantrópicas fundadas no seu ideal,
prosperam em maior patamar em relação aos que retendo por
143
medo de ter sua individualidade atingida, negam-se a participar
acalentados pelo engano de que "a prosperidade tem mais a
ver com a individualidade do que com a personalidade",
esquecendo que esta , quando próspera, é o maior
instrumento que o homo economicus deve fazer uso para
obter a economia de resultados - (liquidez).
Quando o Estado Mecanicista aborda de maneira
exclusivamente técnica a questão do imposto, mata o espírito
do mesmo, contribui para o afastamento da moral e da cívica
do contribuinte, inibe o entusiasmo cívico da participação no
superávit fiscal, contribui para a inflação que necessitará
sempre de planos artificiais, meramente técnicos, burocráticos
e lineares, que pretendem resolver a questão pelo ângulo
exclusivo da objetividade técnica ou científica , que vê apenas
o lado de fora da realidade econômica, devida ao fato da
ciência ocidental, dita positivista, desconhecer a verdade da
esfericidade do fenômeno econômico nas suas faces nomenal
(face interna, espírito), e fenomenal (face externa, mundo
objetivo).
As Autoridades do Estado Mecanicista Brasileiro estão
na hora de compreender que seus líderes, produtores e
políticos não podem continuar reféns da tecnocracia econômica
impiedosa e sem alma, que inibe lideranças autênticas nas
diversas faixas de atividades necessárias ao avanço nacional,
que já estão impossibilitadas de se manifestarem, sufocadas
que estão por uma mídia sem unidade, sem identidade, e
que se baseia apenas na informação sem objetivo, e,
muitas vezes, despudorada, portanto, sem projeto ético,
144
estético, sem capacidade de discernimento do bem ou do
mal, formando opinião pública sem a preocupação do
intelecto e do espírito.
Finalizando o presente capitulo, lembramos que o
Divino Mestre, o Senhor JESUS CRISTO, para dar
exemplo da moral que deve estar por trás da técnica
arrecadadora, não foi contra o pagamento do imposto,
nem a César, (Lc 20:25), símbolo do PODER POLÍTICO, e
nem ao Templo de Salomão, (Mc 13:17), que era dirigido
pelos Sumos Sacerdotes, os quais se sentiam
responsáveis pela esfera do PODER DIVINO.
145
146
SETIMO CAPÍTULO
147
148
O ENDIVIDAMENTO INTERNO E
EXTERNO
149
150
151
152
ENDIVIDAMENTO EXTERNO E INTERNO
A compreensão a que chegamos até agora, é que o
Estado Mecanicista de ideologia importada não conhece a
si mesmo por falta de um modelo teórico que retrate a
sua realidade tanto na sua estrutura técnico-burocrática
que o hipertrofia, anatômica e funcionalmente, como no
seu conteúdo sociológico, antropológico, histórico e
cultural próprios sem o qual não é possível um estudo
sério e competente de sua disposição interna e suas
relações com a verdade econômica do país e do mundo.
Como foi dito: falta compreensão de si mesmo por
não ser possível um diagnóstico "certeza" da maneira
como vem sendo feita há cerca de 3 décadas pelos
técnicos do Governo e por seus políticos simplórios e
fisiologistas e, somados a estes, os que possuem valor e
caráter, mas que foram decerebrados pelas ideologias
alienígenas.
O país precisa da elaboração de uma ideologia
que retrate a sua verdade atual com a compreensão
profunda dos seus problemas e soluções tomadas ao
longo do período citado, ou seja, a ideologia fornecida
pelos partidos brasileiros não dá substância para que o
Estado Mecanicista sofra uma análise profunda com base
153
na sua história, antropologia, psicologia, sociologia e
política, e realize as modificações necessárias.
Não é possível a compreensão de si próprio sem um
referencial, e como referencial adequado não existe, o
Estado mecanicista fica ao sabor dos ventos e das
tempestades da mídia nacional e internacional, que por
fornecerem informações que retratam interesses vários
localizados de maneira focal dentro e fora do país,
impedem
o
Estado
Mecanicista
de
refletir
profundamente,
devido
a
impossibilidade
do
engajamento necessário à sua realidade para chegar-se
ao seu próprio "autodiagnóstico".
O retardamento do seu "autodiagnóstico" fez o país, ao
longo das décadas citadas, enveredar pelo tratamento
das causas secundarias e terciárias em detrimento das
causas primárias (etiológicas), que estão na base e na
estrutura do Estado Mecanicista, que como foi dito
anteriormente, precisa conhecer a si próprio para poder
encontrar-se sem que com isso não poderá compreender
os rumos interno e externo que deverá trilhar, a fim de
se manter em um mundo que avança rapidamente para a
globalização, sem apagar-se ou ser tragado pelas forças
externas fortíssimas, que muitas vezes não têm o menor
compromisso com a ética ou a moral econômica.
É preciso que o Estado Mecanicista, à semelhança
do que ocorre com os peixes das regiões abissais, que
desenvolvem exo-esqueleto e bexiga natatoria para
154
poderem suportar as elevadas pressões do fundo dos
oceanos, as quais destruiriam a sua estrutura, (corpo),
não tendo as compensações endógenas citadas e
desenvolvidas pela adaptação biológica ao longo do
processo evolutivo, busque estrutura endógena própria
com base na sua realidade.
O exemplo adjetivador do último parágrafo, (peixes),
é o mesmo que deve ser executado pelo Estado
Brasileiro com relação à globalização. Mas, para que se
possa imitar o fenômeno ocorrido no fundo do mar com
os peixes das regiões abissais é necessário um
diagnóstico da situação interna e externa do Estado
Brasileiro, impossível de se fazer através do pensamento
político nacionai da atualidade, totalmente arcaico e
influenciado pelas ideologias políticas partidárias, que
deram origem a programas e estatutos próprios
incompatíveis com a realidade da globalização em
confronto com a preservação do Brasil como nação e
pátria de um povo cuja raça em formação, como disse
Gilberto Freire, "baixo, moreno e risonho", (ri da própria
desgraça), e na visão de Pietro Ubaldi, e, da nossa, tem
toda a condição de "ser a raça do futuro", porquanto, um
mundo globalizado necessita de um homem híbrido, ou
seja, síntese de todas as raças, como é o caso da raça
brasileira, cujas características se afastam das
características do neobrasileiro que predomina nos
extremos do país.
155
O que vimos no caso da inflação, foram planos
executados de acordo com as teorias econômicas
ortodoxas e heterodoxas externas, que chegaram ao
ponto de intervir e extorquir a poupança do contribuinte,
o qual, além do imposto exacerbado a que foi (e
continua) submetido, se viu paralisado economicamente,
isto é, sem poder empreender e desenvolver seus
negócios.
Todavia, com relação à inflação, a abordagem do
seu diagnóstico e tratamento com base nas ortodoxias e
heterodoxias, o que temos a dizer é que o país não pode
mais ser submetido a planos que visam enquadrar sua
realidade econômica, derivada de condições próprias
anteriormente citadas, porque o sufoco, a castração e a
"marionetização" da substância do seu substrato
econômico inviabilizam a economia, como ocorre
atualmente, pela explosão da dívida interna e externa, o
déficit preocupante na balança de pagamentos, o
descalabro da saúde, a inviabilidade da segurança, a
elevação alarmante dos índices relacionados com a
tensão social, também, observados no campo com os
"sem terra" e demais movimentos correlatos.
O noticiário econômico atual aponta para a possível
especulação do capital sem pátria que, a qualquer
momento, poderá desfechar no Brasil, a exemplo do que
ocorreu com o México, a Argentina, os "tigres" Asiáticos,
etc, um "ataque" especulativo que poderá deixar o país
sem as reservas monetárias necessárias ao equilíbrio do
156
seu balanço de pagamentos, atualmente numa
"geométrica" deficitária, tendo em vista o disparate entre
operações de importação e de exportação.
É desnecessário explicar ao leitor para que possa
compreender a substância do endividamento interno e
externo, ou seja, o Estado Mecanicista é impedido de
funcionar economicamente dentro do patamar da
economia de resultados, devido ao fato do não
entendimento por parte dos tecnocratas do Governo, da
natureza profunda da vitalidade econômica do país,
concentrando-se totalmente nos elementos periféricos da
análise econômica, ou seja, rede bancária, âncora de
juros, âncora fiscal, âncora cambial, âncora do meio
circulante, que amarram e inviabilizam economicamente
o país pelo lado de fora, causando a inviabilidade
econômica interna e externa, e pelo lado de dentro, ou
seja, na célula econômica que é localizada no nascedouro
econômico, (município), cuja intimidade necessita de
fluxo monetário para se estruturar e funcionar, o que é
impossível de ocorrer sem o capital de giro no bolso do
cidadão, o que não vem ocorrendo devido a imperfusão (não perfusão) - do fluxo monetário por parte do Estado
Mecanicista. Portanto, o que queremos enfatizar é que o
Brasil não é um câncer, e sim um Estado Mecanicista
incrustado na sua organização constitucional, à
semelhança de corpo estranho ou parasita impiedoso.
É urgente ter-se esta compreensão porque, a sua
ausência na administração econômica do país, faz com
157
que o endividamentos interno e externo assumam
proporções descomunais que começam a romper as
estruturas econômicas internas do Brasil, necessárias que
são, à suportação das grandes pressões abissais,
(exemplo dos peixes), representadas aqui pelos capitais
sem pátria responsáveis pelo jogo especulativo e a
pressão comercial dos países do primeiro mundo que se
acham no direito de "traçar" o destino de toda a
Humanidade, pela imposição da doutrina do mercado.
Os endividamentos interno e externo vêm obrigando o
Estado Mecanicista impessoal e de difícil resolução, face
a tecedura da malha que escapa à visualização dos
políticos e do povo em geral, a esmagar a coletividade
espoliando-a, apavorando-a com responsabilidades
crescentes decorrentes de obrigações com pagamento e
vencimentos de prazos cada vez mais próximos e de
montantes cada vez maiores, no caso interno, como
conseqüência da âncora dos juros. Externamente, tal
impasse se deve ao monstruoso déficit do balanço de
pagamentos.
O PLANO REAL, (R$), o nosso plano recessivo atual,
está levando o país a um estado de falta de liquidez
insuportável devido ao referido déficit na balança de
pagamentos e à redução do meio circulante (base
monetária), que obriga ao Estado Mecanicista a lançar
mão do artifício perigoso do chamado capital apátrida a
fim de afastar o próximo estado de falimento.
158
A situação é tão preocupante pelo fato do financiamento
do déficit do balanço de pagamentos ser feito por
reservas provenientes do capital apátrida que basta uma
notícia imprópria oriunda do fracasso de outras
economias, para fazer migrar em frações de segundos as
referidas reservas deixando o país à deriva
"economicamente". A propósito, relembro que conhecido
político de nosso país retratou tal situação da seguinte
maneira: "um contribuinte asiático come torresmo
infectado por salmonela e outro contribuinte, em
Sobral/CE, é acometido com diarréia."
Esta é a situação do nosso país atualmente,
avaliada pelo ângulo tanto da economia interna quanto
externa, uma verdadeira "corda bamba" produzindo a
incerteza e atrapalhando o espírito na reciclagem das
condutas
que
devemos
estabelecer
para
um
planejamento econômico adequado ao país e a seu povo,
dentro de um patamar que preserve sua identidade,
unidade e personalidade, sem as quais é impossível a
maioridade econômica geradora de liquidez e de
poupanças próprias. Portanto, sem isso, ficaremos
eternamente em dependência de poupanças externas
que escravizam através de juros e impedem a
capitalização do contribuinte e de suas empresas,
mantendo a geração atual desencantada, castrada na
acomodação e na perplexidade, pela inibição do
crescimento do PIB, sem o qual não se diminuirá nunca o
endividamento cruel, a não ser, perpetuá-lo.
159
Os endividamentos interno e externo devem ser
encarados como sintomas de "doença econômica",
chamando a atenção das autoridades, dos técnicos e do
povo em geral, para o tratamento adequado com base
em diagnóstico próprio e terapêutica brasileira a fim de
impedir a cronicidade e a morte "econômica" a termo e
que já se descortina, assim como, o "apagamento" da
cultura brasileira que deve ser encarada como alternativa
humanística para uma Humanidade que tende para a
máquina em detrimento do homem, a qual foi criada
para "assegurar-lhe conforto e promover o bem-estar".
A insistência dos órgãos financeiros do mundo,
(FMI, Banco Mundial, etc), sujeitos à políticas econômicas
dos países ricos, a monitorarem as economias dos
países emergentes, tem o propósito de manterem sua
hegemonia econômica. Assim, o objetivo é o de impedir
o pensamento próprio dos países emergentes na
preservação da sua integridade cultural, apesar de
fazerem parte do Estado Mundial, evitará a repetição
enfadonha ("clonagem") de seres sem cultura própria,
(regional), portanto, sem emoção e debilitados para
poderem criar e causar o futuro no mundo globalizado. O
Estado Mundial deverá ser integrado de modo a ser
constituído por partes diferenciadas no que diz respeito
às suas culturas. A globalização dar-se-á pela
integração decorrente dos meios de comunicação e de
transportes, porém, deverá manter a heterogeneidade
das culturas para o não desaparecimento da diversidade
dos espíritos no conjunto do mundo globalizado, ou seja:
160
11
um só rebanho e um só pastor" na diversidade dos inúmeros
fatores físicos, geográficos, sociológicos, antropológicos,
(individualidades, subjetividades, personalidades, etc.), que
dão o colorido do planeta.
161
162
OITAVO CAPÍTULO
163
164
O ESTADO
AUTOFÁGICO
165
166
167
168
O ESTADO AUTOFÁGICO
Com relação ao título do presente capítulo, que dá
a entender apenas a "autodestruição" da entidade
ESTADO, achamos por bem esclarecer que o mesmo
engloba, também, a "autodestruição" da Sociedade,
(ESTADO SOCIOFÁGICO).
Há casos de patologias, (doenças orgânicas), que
vêm sendo estudadas com maior expressão na medicina
humana, sobretudo, na área das infecções auto-imunes,
ou seja, doenças que segundo as hipóteses que
vigoravam nas décadas de 70 e 80 eram causadas pela
hipertrofia do próprio sistema imunológico do organismo,
aquele que tem por incumbência proteger e defender o
mesmo contra os ataques dos agentes infecciosos
internos, (endógenos), e do meio-ambiente (exógenos).
Este fenômeno hipoteticamente apresentado pelos
clínicos gerais e patologistas, como sendo a causa das
aludidas afecções, chamou-me a atenção para o que
acontece com o Estado Brasileiro no que se refere ao
aumento escandaloso da criminalidade, ao analfabetismo
crônico, à deterioração da segurança pública, ao estado
de perplexidade do brasileiro, à ansiedade coletiva, ao
desengajamento em que se mantém o Judiciário, ao
"encistamento" do Congresso Nacional em relação ao
169
anseio da sociedade e da classe política composta por
parlamentares, governadores, prefeitos, etc, sempre
submissos aos tecnocratas e chefes de governo. Neste
ensaio, que analisa o "Apocalipse" brasileiro através da
hipótese formulada, "O ESTADO MECANICISTA", ficará
mais nítida no espírito do leitor à medida que viaje
"despreconceituosamente", quer de maneira objetiva, quer
subjetiva, nas páginas deste trabalho.
O termo fagia, oriundo de FAGOS, ("engloba",
"come", "digere", etc.), se relaciona à função de um
grupo de células do sistema imunológico, possuidoras da
função precípua de englobar os elementos invasores,
(antígenos), no fenômeno biológico denominado
fagocitose.
O leitor já deve ter percebido que a hipótese do
Estado Mecanicista procura traçar uma analogia do
Estado Brasileiro com o organismo humano pela didática
necessária a uma compreensão e realização de uma
economia de resultados. É uma visão nova e brasileira do
Problema Brasileiro. Assim, está para a política e a
economia brasileiras como a teoria newtoniana está para
a teoria einsteiniana. Ora, até NEWTON, tempo e espaço
eram grandezas absolutas; mas, a partir de EINSTEIN,
tornam-se grandezas relativas, simplesmente pelo fato
do observador ter sido deslocado da sua posição inical.
A expressão "O Estado Mecanicista" que foi dada a
esta hipótese é imprópria para a compreensão do país e
170
da nação vista como pátria, porém, sintetiza o conjunto
das distorções acumuladas pela política fisiológica e pela
tenocracia ao longo de quase 3 décadas que causaram as
diferentes "patologias" do país, inclusive a doença
"universitária" e o "parasitismo" da sociedade causado pelo
sistema financeiro.
Pela equação da lei de gravitação universal, a força de
atração gravitacional entre dois corpos é proporcional à
massa de cada corpo e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre eles. Sabemos que essa lei
(newtoniana) pode ser expressa por meio de uma fórmula
matemática. Portanto, sendo M e m a s massas dos dois
corpos, e cf a distância entre eles, a força F é dada por:
M.m
F = G. ____________
d²
obs.: a constante de proporcionalidade G é denominada
constante universal de gravitação.
É preciso compreender que a equação acima destacada,
e que exprime "matematicamente" o equilíbrio dos
corpos celestes sob o ponto de vista gravitacional,
relaciona as grandezas massas dos corpos e distância entre
os mesmos, mas não explica o que causa a referida
gravidade, ou seja, a matemática exprime a parte
mecânica da lei, porém, não pode explicar a sua causa,
171
como bem observou Helena Petrovna Blawask, em seu
livro "A Doutrina Secreta".
A hipótese do Estado Mecanicista pela sua simplicidade é
mais um instrumento teórico para ser utilizado até que
alguns fenômenos negativos do malogro brasileiro não
possam ser explicados por ela, quando a mesma deverá,
ou ser abandonada, ou ser alargada.
É um instrumento de diagnóstico que deverá
contribuir, a nosso ver, para a compreensão da doença
do Estado Brasileiro, mascarada que está, na confusão
enorme
das
ideologias
económico-administrativas
veiculadas e debatidas pela mídia.
Mas, voltemos ao Estado Autofágico.
O
"tecnicismo",
o
monetarismo,
o
"econometrismo", a burocracia, o burocracismo,
como bem define a mentalidade do espaço técnicoburocrático o emérito e preclaro Professor Wandick
Pontes, no seu livro "Um anarquista em fim de
século", de que é portador o Estado Brasileiro,
produzem, inclusive, o fisiologismo e o sinecurismo,
devido ao fato da prevalência do enfoque tecnicista
montado em software exclusivamente financeiro, que
privilegia a liquidez e que acarreta a diminuição ou a
eliminação da moral nacional, e que é causa, também, da
corrupção que elevou-se atualmente a níveis
monumentais.
Diante da realidade periférica do Estado Brasileiro,
excessivamente técnica e política, o bem-estar, o
172
recolhimento,
a
cultura,
o
espírito
e,
consequentemente, o discernimento, são impedidos de
se estabelecer e de se manifestar generalizadamente em
todas as camadas de decisões e em todas as faixas
sociais, acarretando com isso a bancarrota das
instituições.
Os que escapam dessa "prensa" técnico-política,
por sua moralidade sedimentada na fé e na tradição, são,
todavia, atingidos e ofendidos pela mídia.
Trazido até aqui o estudo e compreensão do
Problema Brasileiro através da teoria restrita do Estado
Mecanicista, a dedução é inevitável, como veremos a
seguir pelas distorções funcionais e estruturais dos
diversos "tecidos, órgãos, aparelhos e sistemas" do país,
ou seja, acarretando as perdas da auto-estima individual
e social, das instituições particulares e públicas, do
Parlamento, do Judiciário, do sistema policial, do sistema
previdenciário, etc.
A repercussão das distorções elaboradas pelo Estado
Mecanicista no que diz respeito ao enquadramento
indevido da realidade sócio-econômica, antropológica,
sociológica e psicológica da nação, aliadas ao controle
monetário exacerbado feito pelo Banco Central,
produzem na intimidade da plataforma básica do Estado
Brasileiro, o fator que não permite a infra-estrutura capaz
de ensejar a manutenção do processo civilizador que
inclui os meios materiais, culturais, psicológicos e
econômicos, impossíveis de existir sem o oxigênio da
173
moeda, ocorrendo nesse estágio a inviabilização do
referido processo, devido ao fato do mesmo exigir o
fator monetário que possibilita os negócios e, por via
de conseqüência, o consumo do necessário, sem o qual
os "embriões da biologia" de maneira alguma
poderiam
chegar
ao
estado
de
feto
e,
consequentemente, de nasciturno se não tirasse do
sangue placentário os elementos nutrientes.
O constrangimento e impedimento que esta
situação acarreta diminui o espaço econômico e
psicológico do cidadão. Se este último, (o psicológico),
que se baseia na política, na moral e na cívica pudesse
ter algum significado sem o meio monetário ligado ao
processo civilizador, e impedindo a mencionada
redução do referido espaço, então, a manutenção e
penetração da Moral e da Ética, ministradas no passado
pelo exemplo dos homens e das instituições que
construíram a nação antes do estabelecimento do Estado
Mecanicista, e a impossibilidade do recolhimento que
permite a análise das referidas questões, sejam objetivas
ou subjetivas, e, ainda, o conhecimento e
discernimento cristãos, sem os quais o afastamento
da verdade, do bom senso, da ética e da estética, dariam
início na área do comportamento através da ansiedade
patológica devido ao stress psico-emocional e
orgânico, que comprimindo a realidade na exaustão do
brasileiro em todas as suas vertentes, a destruição do
Estado Brasileiro, desde as mais profundas até as
mais periféricas situações, passando pela gama
174
variada
de
funções
econômicas do país.
cívicas,
culturais
e
A
política
brasileira
analisada
pelo
instrumento teórico do Estado Mecanicista que
nos possibilita a referida visão tem sido alvo de
enorme distorção.
A lei eleitoral que é elaborada e aprovada
pela maioria do Congresso, ou seja, deputados e
senadores, dóceis e acomodados devido à falta
de compreensão do Estado Mecanicista, visa
manter o status quo e o establishment, haja vista
que o salário dos congress istas é o que mais se
torna relevante em relação ao papel que o
parlamentar deveria ter, que é o de contribuir
através da visão ideológica que o seu partido
estabeleceu no seu programa, e, moral e
civicamente, lutar para o equacionamento e
solução das gran des e pequenas questões do
país.
Mas o que vemos é a luta eleitoral insana,
com base exclusivamente no componente
salarial, na manutenção de privilégios e na
defesa de lobbies que perpetuam a injustiça
social e contribuem para a empreteirização do
meio circulante, "prato" ótimo para a corrupção
política, que desviando a arrecadação de suas
finalidades e prioridades sociais e econômicas,
175
perpetuam a miséria e os males proveniente
dela, a exclusão social, a marginalização, e a
inviabilidade econômica, como r esultante.
Por outro lado a diminuição intelectual e
moral do nosso quadro parlamentar impede a
reflexão desengajada das pressões dos lobbies
que devem se basear no mérito e na capacitação
para que não sejam inibidos os quadros extra partidários do país n o que tange à participação
do esforço coletivo para tirar a nação do
anacronismo econômico, político, da segurança.
Causando, inclusive, a crise universitária e a
inibição da pesquisa, sem a qual não é possível
o desenvolvimento de tecnologias necessárias a
uma posição de vanguarda do país, que se
queda à posição de importador das mesmas,
juntando a amarra monetária à amarra da
tecnologia.
Um país submetido à camisa de forca
relatada, que impede a expansão da economia e
da tecnologia, e ainda, a formação de quadros e
o estudo profundo por estes quadros, para que
se chegue a um modelo com base na sua
singularidade para servir de ponto de partida para o seu
avanço econômico e cultural, perpetua a dependência
externa nos seus diversos segmentos que, colocados em
relação às exigências da participação na economia e
política mundiais globalizadas. Acaba por ter que prestar
176
mais atenção às pressões externas do que as internas,
resultando daí, a destruição generalizada de todos os
segmentos da realidade brasileira, exemplificando-se,
com a vertente da saúde, como a volta das doenças
infecciosas, (sarampo, tuberculose, etc), infecção
hospitalar, as enormes filas do "SUS" com pacientes
agonizantes ou mesmo em êxito letal, devido ao fato da
consulta ter sido marcada para prazo elevado, (de até
seis meses), a grande inadimplência dos planos de
saúde, a destruição da medicina filantrópica, a
estatização e privatização da medicina em detrimento da
socialização da mesma, que deveria existir para servir a
um população que é impedida de ganhar, portanto,
impedida de pagar tais planos devido à recessividade dos
planos econômicos, o aumento do erro médico, a
diminuição e a alteração da relação "médico/paciente", a
"laboratorização", a hospitalização, a "ambulanciação", e
a "medicamentalização" excessivas, o mercantilismo
médico, a consulta no charlatão e no balcão da farmácia,
o aumento das curas religiosas, as cirurgias mediúnicas,
e por aí vão ...
No que diz respeito à vertente da Segurança,
impera uma verdadeira calamidade com o aumento dos
crimes hediondos, com a participação dos próprios
policiais em sequestros, de delegados e de ex-Secretários
de
Segurança envolvidos
diretamente
com a
criminalidade ("rateio" de dividendos escusos). Na Polícia
Militar, por culpa da exigência profissional militar, sem a
contemplação da contrapartida, ou seja, o amparo social
177
que as instituições militares deveriam dar aos seus
componentes graças a elevada incidência de alcoolismo
que vai do soldado ao coronel, passando por toda a
hierarquia que intermedia a instituição que, ao nosso ver,
presta enorme contribuição quando comparando-se aos
salários simbólicos recebidos. Por outro lado, em face da
falta de reflexão do próprio quadro militar acerca do seu
papel na sociedade, com ênfase para a proteção do
cidadão, a mesma fica sujeita a normas arcaicas e
divorciadas da realidade atual, atuando de maneira
compatível a um passado não muito remoto em que as
Polícias Militares eram apenas um braço político do
regime que terminou com o advento da nova República.
As demais vertentes serão analisadas em capítulos
específicos, ao longo do decorrer deste ensaio.
O Estado Autofágico por implicação direta da
existência e ocorrência na atualidade do que se
denomina neste ensaio de "Estado Mecanicista", é o
"dizimador,
disperdiçador
e
inibidor"
dos
parâmetros científicos, sócio-culturais, econômicos e
cívicos, necessários ao desenvolvimento, manutenção e
aprimoramento do Estado Brasileiro para que possa
permitir a existência da nação e da pátria.
São a alma da terra e o espírito do lugar, ou
"nuosfera" como diria Teilhard de Chardin, se tivesse
nascido no Brasil.
178
A preocupação com o espírito da nação é
importante devido ao fato da "centralidade" causada por
este, que assegura e mantém o eixo energético central,
onde se dão a reflexão e o desengajamento necessários
ao estudo das diferentes questões, que elucidadas e
tratadas, trarão a objetividade, a prosperidade e a
ampliação da qualidade de vida e, ainda, a liquidez
individual e nacional.
179
180
NONO CAPÍTULO
181
182
AS IMPLICACOES NA SAUDE
183
184
185
186
AS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE
Ao iniciar o presente capítulo, chamo a atenção do leitor
para o fato do Estado Mecanicista que, além de pouco
contribuir na resolução da problemática da Saúde, quer no
enfoque preventivo, quer no curativo, colabora para o
aumento das doenças que têm, no stress ou na ansiedade
reativa, secundária à situações de inviabilidade dos projetos
profissionais e existenciais do contribuinte, produzem as
enfermidades que têm, na hipertensão, a sua causa, ou sejam,
o enfarto do miocárdio, as nefropatias, o edema agudo do
pulmão, a insuficiência cardíaca congestiva, o acidente vascular
cerebral hemorrágico e o coma, sem falarmos nas doenças que
surgem e podem matar o indivíduo devido ao elevado
consumo de cigarros como, o enfarto agudo do miocárdio, as
anginas, o câncer de lábio, de língua, da orofaringe, da
traqueia, do estômago, carcinoma broncogênico, a bronquite
dos fumantes, o enfizema do pulmão, a trombogeite
obliterante e as patologias causadas pelo álcool: a hipertensão
portal, a cirrose hepática, a pancreatite, as disritmias
cerebrais, e o próprio alcoolismo que deve ser visto com
preocupação por parte das autoridades devido ao fato dos
acidentes e os crimes ocorrerem na maioria dos casos quando
o indivíduo se encontra alcoolizado.
A questão da relação médico/paciente sem a qual não
se pode chegar a bom termo no que diz respeito ao
187
diagnóstico das doenças e, consequentemente, inviabiliza a
terapêutica, tem sido sobremaneira atingida pelo que se
denominou neste ensaio de "Estado Mecanicista", como
veremos a seguir e de maneira mais detalhada no estudo da
mencionada relação médico/paciente, que exposta na sua
intimidade, colaborará para compreensão das relações desse
Estado Mecanicista com o erro médico e o descrédito da
assistência médica convencional, ou seja, o modelo oficial e
os planos de saúde particulares excessivamente
"laboratorizados" e hospitalizados, que tiraram o médico do seu
verdadeiro lugar, o qual é o de maior e melhor e mais barato
agente diagnóstico e terapêutico.
Um dos fatores que sem dúvida alguma mais contribuiu
para fragmentação do modelo de assistência médica nacional,
causando enorme desperdício e tirando do médico a decisão
diagnostica e inibindo seu poder terapêutico em cerca de
95% dos casos, foi a relação médico/paciente cuja causa
principal foi o modelo tecnocrático imposto ao país pelo
Movimento Político-Militar de 31 de Março de 1964.
Para fazer do médico um indivíduo castrado, tirar-lhe a
capacidade de liderança junto à comunidade e reduzir-lhe o
poder de influir no diagnóstico e na terapêutica através da
catarse, que resolve os casos que aos milhões dependem de
ansiolíticos e tranqüilizantes, e transforma os lucros dos
laboratórios farmacêuticos em colossais somas, a consulta foi
transformada numa espécie de triagem para o laboratório,
para a farmácia e para o hospital, devido ao fato do médico ser
obrigado a atender uma grande quantidade de doentes num
188
mínimo espaço de tempo, e, sendo impedido de fazer o
interrogatório {anaminese), o exame físico e o
aconselhamento oriundo da sua experiência pessoal. Tudo isso
visa aumentar o consumo de medicamentos, reagentes,
equipamentos de laboratório e móveis hospitalares,
beneficiando a indústria, elevando os custos com a assistência
médica, tornando-a demorada, iatrogênica e impessoal, e
abala enormemente o prestígio do médico e o seu talento
terapêutico, fruto da sua profissionalização e do seu
componente existencial, tornando dessa forma a medicina
positivista,
mecanicista,
laboratorial
e
hospitalar,
responsável hoje pela grande procura dos pacientes pelos
charlatões, curandeiros e diferentes movimentos religiosos,
inclusive, descambando para a busca do que se convencionou
chamar-se de medicina alternativa, com as suas várias
facetas que não cabem aqui ser mencionadas.
Esta manipulação tecnocrática, com o deslocamento da
prioridade para o laboratório e o hospital em detrimento do
consultório ou ambulatório, é a causa mais importante
de todos os males com que se depara a assistência
médica brasileira porque ela está na raiz, sendo a
distorção principal que norteia o modelo cujos estragos
na saúde do brasileiro chegou ao ponto culminante de
originar a morte do ex-Presidente Tancredo Neves. Com
o seu desaparecimento a Nação assistiu estarrecida a
não uniformidade de conduta médica, tanto ética
como técnica, em que se evidenciou o enfoque cirúrgico
exclusivo, a supremacia do equipamento tomando o
lugar do discernimento clínico, terapêutico e metabólico,
que deve estar internalizado na consciência de cada
189
médico, individualmente, porquanto, as reuniões de curta
duração dos membros de uma equipe médica não dão
condição para o aprofundamento necessário do caso, não
podendo substituir a reflexão individual exercida ao longo
do período entre uma visita e a próxima, onde se dá a
evolução da doença, sujeitando a abordagem diária de
controle clínico a uma conversa superficial que por sua
vez é impedida de ser aprofundada pela fragmentação
que o modelo de assistência médica impõe aos próprios
componentes da equipe médica com resultados
desastrosos, como já vimos.
A preservação da relação médico/paciente em
toda a sua integridade, ou seja, a anaminese e o exame
físico completo, e ainda, o aconselhamento pessoal ao
paciente, inverterão a tendência autofágica do modelo
de assistência médica brasileira, agora incompatibilizada
com a mídia, com as autoridades médicas e políticas, e
que é a causa principal do erro médico no Brasil, sendo
mesmo superior à causa bastante alegada por alguns
pedagogos da medicina nacional, de que "as
faculdades formam maus profissionais", portanto,
uma causa que não resiste ao argumento da não
diminuição do erro médico após a ampliação das
residências médicas e a sua generalização pelo país.
O modelo de
como núcleo de
médico/paciente
aspecto individual
assistência médica que não possui
cristalização central uma relação
semiológica, globalizada no seu
e integralizada no seu aspecto
190
estrutural, não chega a lugar nenhum, pecando na base,
no meio e na superfície, ficando sem unidade e sem
identidade, restringindo-se a fragmentos na diversidade
sem autocontrole nem homeostase, perdendo a
capacidade
de
atuar
qualitativamente
e
quantitativamente de maneira eficaz, ficando reduzido a
um amontoado de elementos que não resolvem os
problemas de saúde e nem os seus próprios, caindo no
descrédito ou no ridículo, gerando doenças, impedindo
sua cura e elevando e alastrando os serviços funerários
que tornou esse tipo de prestação de serviços um dos
grandes negócios do Brasil.
A relação médico/paciente, uma das grandes
distorções causadas pelo Estado Mecanicista precisa
urgentemente ser reformulada, o que só será possível
com a mudança do modelo de assistência médica atual
que privilegia a instituição, massifica o atendimento e faz
com que o paciente seja apenas "uma consulta a mais",
totalmente descaracterizada, realizada em local
impróprio, quase sempre no hospital que deveria ser
reservado só para hospitalização das doenças que
necessitassem de "baixa hospitalar" para seu tratamento,
que são a grande minoria, devendo ali chegar somente
os casos de "agudização" com intenso desconforto,
necessitando de abordagem complexa a ser exercida por
equipe médica e de enfermagem, o que só é necessário
acontecer nos casos que exigem tratamento sofisticado,
com abordagem de equipamentos de alta tecnologia, na
sua terapêutica ou necessitando de terapia intensiva para
191
o completo controle de todas as funções vitais do
paciente, o que só é possível nas unidades de terapia
intensiva (UTI) ou unidades coronariano-intensivas,
reservadas apenas para os casos que exijam abordagem
imediata pela sua natureza emergencial ou de risco de
vida.
O talento, a vocação e a profissionalização do
médico precisam de melhor uso. Portanto, precisam ser
utilizados na consulta através de uma aproximação maior
com o paciente, um conhecimento maior da sua pessoa,
nas diversas esferas a que está submetida a
personalidade humana, só sendo possível com o
concurso de um interrogatório minucioso abrangendo
parâmetros social, econômico, conjugal, familiar, cultural,
existencial, religioso e filosófico, além do interrogatório
clínico tradicional e semiológico que deve ser demorado e
completo para que o médico possa obter maior
rendimento do seu exame rigoroso para a abordagem
global de cada caso e suas nuanças, com maior
aproximação do doente, ganhando-Ihe a confiança,
exercendo sobre ele o poder terapêutico da sua
personalidade profissional alicerçada na experiência e na
sua competência que exercem grande influência na
personalidade do paciente, cuja doença por ter causada
a regressão da libido que dificultou não só a
exteriorização dos sintomas mas, inclusive, a
compreensão de sua natureza.
O paciente beneficia-se enormemente com o
contato pessoal do médico. Recebe dele energia
192
psicológica, ou seja, ao ter tempo suficiente para
consulta, conquista-lhe a confiança que é responsável
pela cura dos casos que se devem à ansiedade aguda. O
paciente recebe também do seu médico a compreensão
do seu caso em profundidade, possibilitando de sua parte
um maior controle do caso, evitando outras consultas e
procedimentos repetitivos devido a falta de controle por
parte do paciente, o que só é possível pela informação
passada pelo médico, no tempo destinado a consulta que
de maneira nenhuma deve ser encurtada para satisfazer
as exigências de produtividade, filas extensas, locais
inadequados
de
atendimento,
necessidade
de
deslocamento do médico para outro emprego,
dependência burocrática de exames complementares de
diagnóstico ou estafa causada pelo trabalho excessivo
durante todos os dias da semana até altas horas da
noite, com plantões vários para assegurar um mínimo de
sobrevivência decente.
O médico brasileiro é Imprensado" por todos os
lados através de pressões do próprio hospital, pelo
ambiente de trabalho, pela mídia, pelo procedimento
médico mal remunerado e pelo salário irrisório, que são
distorções causadas primariamente pelo famigerado
Estado Mecanicista.
Galeno já dizia: "uma vontade poderosa poderá obter
sucesso em um caso no qual a hesitação e a dúvida
descambaram em fracassos".
193
Mas, como o médico brasileiro pode possuir vontade
forte se é esmagado por um modelo opressor de
assistência médica, centrado no hospital e não nele, que
lhe paga mal, que lhe "marionetiza", que lhe desqualifica,
que lhe despersonaliza, que lhe faz perambular de
emprego em emprego, sujeito a toda sorte de
incompreensão, ele que é profissional do maior nível em seu
ambiente de trabalho, exigindo para seu treinamento a maior
carga horária em relação a outras profissões, ficando por isso
mesmo ilhado num "oceano" de disparates causados pela
formação intelectual precária e a falta de educação da grande
maioria dos executivos e autoridades administrativas e
políticas.
A substituição do médico como agente diagnóstico e
terapêutico pelo hospital e pelo equipamento, nos casos
desnecessários, resulta da ignorância das elites do Poder e da
tecnocracia, responsáveis pela parafernália do Estado
Mecanicista. Tudo isso tem acarretado uma calamidade maior
do que a que ocorre em muitas guerras no Oriente Médio, e
que passam desapercebidas por serem diluídas na
irracionalidade em que se transformou o país, sendo escondida
da sociedade pela hermetismo da nomenclatura médica que
não permite acesso à compreensão do leigo.
O médico deverá inclusive, ao lado do nome comercial
do medicamento escrever o nome do princípio terapêutico
com suas respectivas dosagens e posologia, a fim de que o
paciente tenha a liberdade de usar as leis de mercado.
194
Voltando ao caso da catarse, ou seja, "equilíbrio
bioenergético" entre o médico e o paciente, desejamos
esclarecer que o distúrbio serotonínico (impedimento da
condução do potencial de ação - estímulo nervoso ou energia),
a nível de dendritos e axônios (sinapse, neurônio),
componente celular do tecido encefálico (cérebro), é
responsável como se diz "poeticamente" em psiquiatria pelo
"...mundo da poesia das sinapses nervosas", segundo o
Dr. A. Vandick Andrade Ponte. Portanto, as afeções cujas
causas estão relacionadas ao distúrbio do sentimento
(timopatia) vem sendo geradas pelo Estado Mecanicista.
Verifica-se, assim, o elevado consumo de psicotrópicos,
(ansiolíticos e antidepressivos), por nossa população, na
tentativa de compensação do tônus psíquico diminuído pelo
referido distúrbio, com repercussões no humor e no ânimo
necessários à atividade econômica e social.
A ansiedade crônica causada pelo distúrbio serotonínico
através da psicossomática gera uma enormidade de sintomas
e de doenças catalogadas e estudadas pelo capítulo da
medicina psicossomática.
A ansiedade aguda pode causar os picos
hipertensivos responsáveis por grande incidência de
cefaléias.
A ansiedade abordada nos templos religiosos e
nos demais locais de aconselhamento místico é absorvida
pelos rituais ou pelas preces em grupo substituindo a
catarse da relação médico/paciente.
195
O acompanhamento por parte do médico é
necessário até para levar a bom termo uma ansiedade
causada por anemia "ferropriva". Esta, continuará
determinando a desnutrição do organismo por falta do
suprimento férrico necessário ao seu tratamento.
No caso da eliminação da ansiedade pelo ritual
religioso a anemia causadora da mesma continuará
comprometendo os órgãos e aparelhos orgânicos pela
falta de tratamento adequado, ou seja, a reposição do
ferro.
Portanto, é importante ter em mente que ao
contrário do que a população pensa, ser a doença
causada no organismo pela anatomia, fisiologia,
metabolismo, imunologia (alterados), comportamento
inadequado do indivíduo em relação aos fatores externos
(ambientais), na verdade, queremos dizer que a falta de
liquidez influi de modo poderoso no surgimento desse
tipo de doença.
Já vai longe o tempo em que a necropsia era o
único recurso para a compreensão da patologia do
indivíduo.
A influência do fator econômico na alteração da
homeostase (processo que mantém as atividades do
organismo em uma faixa de variação compatível com a
vida em relação a mudanças dos meios interno e
externo), é tão relevante e imediata que basta um
196
correntista tomar conhecimento de que sua conta
bancária está em saldo negativo, quando ele pensava ao
contrário, para ele ter a aceleração dos batimentos
cardíacos,
um
vaso-espasmo
generalizado
da
microcirculação, palidez devido emigração das hemácias
para o interior do organismo, respondendo a uma fração
mínima de adrenalina que as glândulas renais jogam na
circulação sangüínea na ocasião do "conhecimento" da
informação citada. Tal vaso-espasmo se for em maior
quantidade e ao nível das artérias coronárias, (que irriga
de sangue arterial o músculo cardíaco), pode causar o
enfarto fulminante nos casos em que se somam o fator
hereditário, o descontrole das taxas de colesterol e
triglicérides e o uso demasiado de cigarro, cuja
freqüência/dia é aumentada na situação de stress.
O vaso-espasmo pode determinar inclusive a
elevação da pressão arterial sistólica e diastólica, que
além de poder desencadear o enfarto do miocárdio em
paciente com as condições daquele aludido no parágrafo
anterior, pode acarretar, também, o acidente vascular
cerebral hemorrágico, afeção grave de tratamento caro
em unidades UTI, inacessível à grande maioria da
população. Portanto, falar-se de uma patologia política
causada pelo Estado Mecanicista não é, ao nosso ver, um
exagero.
No exato momento em que escrevo estas linhas
posso dizer com certeza que qualquer brasileiro que for
acometido da citada afecção e não dispor de plano de
saúde privado ou de outro "bancado" pelas diversas
197
caixas de assistências estatais, ficará ao desamparo da
assistência médica oficial vindo a ocorrer o êxito letal (a
morte do indivíduo considerado).
Assim, se levarmos em consideração que o Estado
Mercanicista de modelo econômico técnico-burocrático,
cujo metabolismo é conseqüente à circulação monetária
indevida e insuficiente, e ainda, à obediência a políticas
exclusivamente "econometristas" e monetaristas que
produziram o "econometrismo" e o monetarismo,
impiedosos e malsãos, causando e elevando o stress de
maneira crônica e espasmódica pelos famigerados
planos de estabilização da moeda, recessivos e
burocráticos, a que somos obrigados a aceitá-los, e que
nos foram impostos gerando um enorme genocídio sem
par na história dos povos, maior do que as calamidades
causadas pela peste negra na Europa, do que a Segunda
Grande Guerra e o Conflito interminável do Oriente
Médio.
A favor desta tese podemos citar o equilíbrio entre
nascimentos e óbitos, ou seja, a estabilidade da taxa
demográfica atual, mesmo diante de políticas de controle
de natalidade e de planejamento familiar públicas e
religiosas, insuficientes e inconseqüentes.
Podemos observar claramente, mesmo sem
querermos nos dar ao trabalho da consulta aos índices
de saúde, de mortalidade e de criminalidade, que
atestam de maneira insofismável e matemática a
veracidade da tese, o crescimento espantoso do número
de redes farmacêuticas - (farmácias) - e da quantidade
198
alarmante de empresas funerárias encontradas em todas
as localidades do território brasileiro.
O faturamento da indústria farmacêutica, quase
totalmente em mãos do capital internacional, cresce de
maneira
assustadora
assegurando
enormes
transferências de recursos do país que em última análise
decorre da espoliação tributária, bancária, lotérica e de
enormes desvios de recursos no espaço técnicoburocrático gerador do "metabolismo" do Estado
Mecanicista incompatível com a homeostase da pátria e
da nação, compreendidas "tridimensionalmente" como já
vimos anteriormente.
O consumo exagerado e institucionalizado de
psicotrópicos no país, decorrente do elemento existencial
fragmentado pela força caótica do Estado Mecanicista
torna a multinacional do psicotrópico como o maior
agente parasitário do país, da nação e da pátria, devido
ao fato de manter o psiquismo brasileiro dependente
químico da ingestão dos fármacos citados que englobam
a vontade e a afetividade homem nacional, num feedback parasitário que controla, explora e internacionaliza
as suas subjetividades, e ainda, drena para o meio
internacional uma vultuosa ou mesmo astronômica soma
de recursos contribuindo desse modo para a manutenção
ou perpetuação do Estado autofágico ou Estado terminal
desse Estado Mecanicista, que ao morrer teve tempo de
sobra para acabar com a nação e a pátria, tidas neste
ensaio como o espírito da terra, ou a alma do lugar.
199
O leitor através da reflexão e meditação com base
na teoria proposta, compreenderá que o Estado
Mecanicista montado e instituído pelos técnicos
submissos ao aspecto focal da sua própria compreensão
técnica, que funciona como colunas montadas de modo
espaçado entre tecidos de realidade constituída por
doutrinas de hegemonias externas obedecem a planilhas
criteriosas estabelecidas subliminarmente pelos mestres
da economia e da administração muitas vezes detentores
de prémios "nóbeis" e absorvidos pela profundidade do
trabalho científico, perdem o contato com a realidade
global e superficial, e deixam de pensar politicamente,
devido ao fato de a ciência estar dividida até o infinito,
como ousou afirmar cientista, antropólogo, paleontólogo,
filósofo e teólogo, da dimensão do Padre Teilhard de
Chardin.
A ausência de visão integrada, ou holística, (como
diriam os esotéricos, estudiosos das ciências ocultas),
gera distorções na intimidade do tecido social, lugar de
encontro das diferentes partículas anabólicas e
catabólicas, "endo e extra-celular", (municípios, distritos,
povoações, etc.), sede do substrato bio-psíquico e
econômico da realidade havida e compreendida como
"metabolismo" econômico por este ensaio.
200
DECIMO CAPÍTULO
201
202
NA EDUCACAO
203
204
205
206
NA
EDUCAÇÃO
Dentro da análise e da síntese necessárias à
compreensão do Estado e de suas relações com a nação
e a pátria, propiciadas neste ensaio pelo modelo
proposto da teoria do Estado Mecanicista, a educação
surge na opinião unânime dos diversos segmentos da
Sociedade como expediente salvador e libertador, e que,
a sua não generalização por parte do Estado, apesar das
promessas por ocasião das campanhas eleitorais seriam
estratégias dos governos para perpetuação das
oligarquias.
Com base na teoria do Estado Mecanicista a
educação convencional terá que passar por urgentes,
profundas e alargadas mudanças.
A educação da maneira como está posta no mundo
e, de modo mais deteriorado no Brasil, além de pecar por
sua superficialidade, impede a grande maioria dos corpos
discente e docente de verem a realidade integrada, ou
seja, dentro da razão pura e da razão prática.
A realidade é mágica. É composta, portanto, do
segmento racional e do segmento emocional como já
sabiam os místicos do Oriente, particularmente, aqueles
que eram iniciados nas ciências ocultas. O livro "A
207
Consciência
Emocional",
editado
recentemente,
revoluciona a psicologia tirando-a do conceito exclusivo
dos testes de Ql.
Dentro dessa perspectiva, os vestibulares e os
testes objetivos adaptados para computador, além de
impedirem a percepção da inteligência emocional, a mais
subjetiva, ou seja, a mais profunda e substancial, e
ainda, relacionada com o comportamento e vocação,
dificultam a correta avaliação intelectual do alunado
devido ao fato de que as limitadas opções nos quesitos
constantes das provas não permitem a exteriorização do
conhecimento daqueles mais capazes, porquanto, o
avaliado sendo portador de elevado conhecimento na
área considerada, ou portador de genialidade, pode
compreender que a questão do teste em apreço não foi
abordada de maneira adequada. Assim, se explica a
existência dos atuais economistas que estão alocados no
Banco Central.
Concluímos desse modo, que o processo de
avaliação do alunado está comprometido por ser
superficial, eminentemente técnico, exclusivamente
objetivo e, portanto, limitado.
Querer "amarrar" o infinito subjetivo com todas
as suas matizes resultantes da assimilação conhecimento
ministrado em 5 ou mais opções por quesito de prova, é
impedir tecnicamente a manifestação ou exteriorização
da realidade subjetiva, "o dentro das cousas" - o nuos. É
208
desprezar a participação da criatividade, ou seja, da
síntese entregando-se à análise total dissipadora da
coesão. É a decomposição levada ao mais elevado grau,
tendo aí, a causa dos debates vazios que esgotam todos
os temas em ambiente universitário, mas não ensejam a
participação político-objetiva de resultados.
Este fosso entre o conhecimento e a política alargase cada vez mais, distanciando esta daquela
compreensão que deve ter sobre as causas
contemporâneas das diversas questões que envolvem o
Estado e a Sociedade.
A classe política impedida de "ver e pensar" o
Estado nas suas causas, entrega-se a satisfazer o desejo
das bases eleitorais, que por serem incultas, e quem sabe,
incautas, não podem perceber as causas do seu próprio
problema e reivindicam a solução de questões periféricas
e espasmódicas em detrimento da solução da causa
geradora dessas questões, que seria a solução definitiva,
que é a causa das distorções sociais que mantêm o
fisiologismo e clientelismo crônicos, os quais além de serem
antieconômicos, perpetuam a educação insuficiente, do
ponto de vista da sua qualidade e globalidade.
A educação avaliada de maneira indevida volta-se
contra si própria, na formação dos seus mestres e
administradores que ficam sujeitos aos ventos do
modismo e das ideologias concebidas de forma
alienígena, divorciadas do nosso meio, explicando a
209
repetência do 1o. grau da escola pública, transformada
em restaurante, como se a desnutrição fosse a causa
única da dificuldade de concentração e de participação
dos alunos nas aulas ministradas naquele segmento.
Voltando ao vestibular, somos obrigados a
conceituar que se trata em linguagem coloquial ou
simples, uma espécie de atestado que o Estado
Mecanicista passa da sua própria incapacidade de
equacionar e solucionar o problema básico da educação
originador de todos os outros problemas do Estado,
excluindo-se aqui, o grande problema da falta de
poupança interna e a ameaça cada vez maior do capital
sem pátria, da liquidez externa por volta dos trilhões de
Dólares, que seria suficiente para espoliar e esmagar
qualquer país através do recurso altamente antiético da
especulação.
A educação desenvolvida, orientada e substanciada
com o objetivo de reagir ao perigo eminente do capital
aético, devido ao fato da peculiaridade do processo
educativo poder originar consciência, prudência e knowhow, tecnologias e ideologias nacionais, que em
confronto com o capital líquido apátrida tornado estéril
diante da estrutura educacional sólida e suas
conseqüências positivas na sociologia e na formação da
economia estrutural que possibilita a produção
desvinculada do "econometrismo", do monetarismo, da
burocracia e do "burocracismo".
210
O denominado "provão" pode servir como ilustração
do que o Estado Mecanicista foi obrigado a estabelecer
como controle exclusivamente externo da calamitosa
situação a que chegou a educação universitária no nosso
país. E, agora, com o curso de nível secundário.
De particular preocupação tem sido a questão do
alfabetizado, que apesar de saber as operações básicas
matemáticas, e ainda, declamar a leitura de qualquer
texto, é incapaz de compreender ou interpretar, quando
for o caso, o alvo e o tema da sua leitura. Por exemplo,
na Faculdade de Medicina, por ocasião dos exames
mensais e finais, sempre ocorreu, pelo menos na minha
turma, grande dificuldade para o início da prova face a
dificuldade que tinham os acadêmicos de compreender a
formulação das questões, o que era demonstrado pelo
fato de que logo que o assunto era compreendido, com o
auxílio da explicação dos professores, a prova era
resolvida em tempo inferior ao tempo usado para que a
mesma tivesse o seu início. Isso mostra que a
interpretação e compreensão da parte subjetiva da
prova, tida como prova de quesitos objetivos, era de
difícil captação por parte do alunado habituado pela
tradição dos cursos primário e secundário que privilegiam
desde o começo da vida curricular o teste objetivo
incompetente para avaliar a profundidade do
conhecimento e da inteligência, as quais são grandezas
de ordem subjetiva.
211
As figuras alegres do "doutor" analfabeto e do
"analfabeto" doutor são bastante utilizadas nos
ambientes intra e extra-universitários, demonstrando
de maneira jocosa a verdade acadêmica que o modelo de
interpretação ou a chave da teoria do Estado Mecanicista
proposta neste ensaio procura contribuir para a correta
decifração do que se passa por detrás do véu do
fenômeno atual do descalabro da educação no
segmentos alfabetizado, graduado e até pós-graduado.
Digno de menção é o fato do acadêmico na sua
grande maioria não necessitar da leitura de um livro
sequer para a conclusão do semestre letivo, tão somente
atendo-se a copiar as aulas ministradas em cadernos
com objetivo prático e único de aprovação em exames
parciais e finais, "superficializando" o aprendizado, cuja
profundidade é necessária à reflexão e ao estudo das
diferentes causas primárias dos problemas econômicos,
sociais, cívicos e políticos do país.
O pragmatismo brasileiro é bastante nutrido pela
atitude do parágrafo anterior, podendo surgir, inclusive,
dessa vertente, o espírito burguês compreendido aqui
como atitude de espírito que peca por sua
superficialidade
e
periferia,
quando
do
ajuizamento ou discernimento na multiplicidade
de parâmetros, com suas respectivas variantes
que sensibilizam de maneira direta o córtex
cerebral, ou seja, a interpretação pela consciência
dos fenômenos físicos, sociais, intelectuais,
212
culturais e psicológicos, formadores da realidade
objetiva pelo lado interno.
O espírito pragmático, (não confundir com o
espírito prático), é responsável pelo organicismo, o
positivismo impiedoso, o materialismo rebelde e infenso a
qualquer tentativa de se explicar a natureza como
conseqüência de uma causa anterior, na impossibilidade
do que é relativo a criar a si próprio.
O pragmático brasileiro é partidário da pena de
morte, de julgamentos sumários e de linchamentos
físicos e políticos; nutre o mercantilismo, o
corporativismo, o burocracismo, o sinecurismo, o
fisiologismo, o situacionismo e a política arcaica, e,
procura colocar urna "camisa de força" através da
realidade periférica institucional, a fim de impedir a
eclosão ou exteriorização da realidade subjetiva, através
dos seus componentes de idealismo: criatividade e
síntese que o espirito opera com os elementos do
presente para tecer e compor o futuro, trazendo a
mudança, o progresso, a evolução da política e da
ciência, que de maneira geral estão conectadas à
subjetividade da realidade, impedindo que as conquistas
materiais se dêem segundo a Verdade, a Justiça e o
Mérito.
A educação não pode deixar de incluir faixas
populacionais e nem ser manipulada para impedir o
espírito crítico através da superficialidade causada pelo
213
objetivismo e tecnicismo das avaliações atuais do
alunado e nem servir para mitificar portadores de
"ultras" especialidades em áreas de compreensão
hermética a que submetem a sociedade e o país a
imenso controle como no caso da economia
burocratizada que invalidou a conquista democrática.
O pragmatismo, filho do espírito burguês, responde
pelo autoritarismo das instituições brasileiras que urgem
pela democratização, como diriam os partidários da
política democrática, a qual é impossível de ser
construída devido ao "corpo estranho" do Estado
Mecanicista que arrecada "informatizadamente" e que
distribui
burocratizada,
injusta
e
"desfocalizadamente",
perpetuando
a
ditadura
econômica cruel, incapaz de ser resolvida por escapar à
visão do político submisso tanto por falta de qualificação
técnica quanto ao que diz respeito ao que se dá no
espaço
técnico-burocrático,
hipertrofiado
pelo
tecnicismo,
monetarismo
assemelhando-se a uma
crescimento autônomo.
e
neoplasia
burocracismo,
maligna
de
Uma ilustração com base na nossa história recente
se faz necessária como exemplo e maior compreensão do
nosso ensaio, o que ocorre no interior do espaço técnicoburocrático do Estado Mecanicista.
O "falecido" BNH, que teve de ser extinto pelos próprios
tecnocratas que o criaram, por ocasião da sua extinção
em uma das tentativas "heróicas", inusitadas e
214
fracassadas da redução do déficit público, erigido e
compreendido pelos tecnocratas como sendo a causa
principal da inflação, por desconhecerem a inflação
metabólica mencionada na teoria do Estado Mecanicista,
objeto deste ensaio, pode ser citado como um exemplo
de uma "neoplasia maligna-econômica" localizada e
referida no parágrafo anterior.
A inflação "metabólica", inédita e conceituada
neste ensaio como o eixo central da teoria do Estado
Mecancista, por ser a causa etiológica (primeira) da
inflação brasileira, necessitou da elaboração do atual
Plano Real para o seu "represamento" ou contenção
externa, haja vista que a compreensão por demais "hiper
e ultra" especializada dos técnicos impede o
entendimento do conjuntural.
Voltando ao exemplo do BNH e estudando-se a sua
atuação na economia brasileira com base na equação
mencionada no capítulo 1 do presente ensaio, que
relaciona o valor dos bens de consumo, (Vbc), com a
quantidade de dinheiro em circulação, (Qdc) e a
velocidade média de circulação da moeda, (VmCm),
podemos constatar, então, que o aumento do quociente
representado por
Q
dc
_______________
V mcm
215
se deu pelo aumento do numerador, (Qdc)- Portanto,
esse aumento no numerador foi o grande responsável na
época do BNH pela retroalimentação da inflação devida a
enormidade de recursos provenientes do FGTS, os quais
eram corrigidos monetariamente mês a mês, originando
a grandiosa fonte de recursos que triplicou as edificações
na maioria das grandes cidades brasileiras. Ora, a nossa
"Praia do Futuro", (em Fortaleza/CE), totalmente
desabitada e servindo para casais que buscavam tão
somente o sexo informal, se deveu a sua existência como
bairro elegante e praiano, face a correção monetária do
BNH, assemelhando-se às praias de Boa Viagem,
(Recife), e de Copacabana, (Rio), que levaram quase
meio
século
para
serem
edificadas
e
urbanizadas.
Os técnicos que às cegas, isto é, devido à
sua
visão
focal
("ultra"
especializada),
procuravam combater a inflação pelo método
das tentativas, finalmente compreenderam que
o "câncer" do BNH funcionava na economia
brasileira como uma neoplasia de crescimento
autônomo que parasitava a economia nacional e
ia morrer em seguida, pois, se nutria dos
elementos vitais da mesma, ou seja, trazendo
para o Estado Mecanicista a moeda vitalizadora
que não pode ser encistada por desfigurar a
grande, média e pequena "microcirculação" ao
nível de município e distrito, ou seja, as
"células" econômicas do país.
216
Sem a Educação integrada nas suas diversas
vertentes e descompromissada de pedagogos
alienígenas, e sim, com aquilo que foi prescrito
pelos verdadeir os e estudiosos pátrios da
Educação, como Lauro de Oliveira Lima, Anísio
Teixeira, etc, cuja contribuição foi soterrada
pelo modelo tecnicista e "tecnicida" simplório ao
qual o político fisiologista, despreparado e incapaz
de compreender, assiste, por cons eguinte,
perplexo e alheiamente, o "Apocalipse" da
Educação Brasileira nas poltronas e tapetes de
larga espessura do Congresso Nacional, sem se
dar conta de que o seu dedo no painel
eletrônico do Poder Legislativo, poderia reverter
de forma inexorável a ca lamitosa situação da
Educação Nacional, que contribuiu também para
o autoritarismo das instituições, a manutenção
do pragmatismo e a democracia instituída
apenas no espaço "extra" instituição, que mesmo
assim, é limitada pela política oficial por ocasião
dos movimentos reivindicatórios, pelo "jugo"
governamental que exclui os segmentos populares.
A educação nos moldes em que foi e se
mantém posta, é o maior fator de manutenção
do status quo indevido e descabido da economia e
da política do establishment atual, servindo para
amestrar
a
sociedade.
Está
totalmente
desvinculada da moral e da cívica. É gritante o
exemplo que ocorre nos colégios particulares
217
com uma "roleta" de ônibus colocada no acesso
de entrada desses estabelecimentos de ensino
para evitar a e ntrada dos alunos inadimplentes,
como se a educação fosse mercadoria e como se
a inadimplência no Estado Mecanicista pudesse
ser atribuída exclusivamente pela falta de
cumprimento do acordo contratual do pai do aluno com a
direção da escola considerada, quando na realidade, o
seu maior percentual se deve à espoliação da sociedade
pelo Estado Mecanicista, que por si só, se inviabilizou
também por falta de compreensão e resolução interna,
gerando a falta de unidade e de identidade, ou seja, a
ausência de a/ma e de espírito do lugar, do país, da
pátria, da nação, indispensáveis à reflexão, diagnóstico
de si próprio, sem os quais não é possível qualquer
terapêutica ou tratamento.
No que tange ao salário do professor o Estado
Mecanicista através do seu metabolismo "tecnicida"
ilhou o professor com uma parafernália administrativa e
técnico-burocrática cara que, somada à redução do
crescimento do PIB, explica a diminuição dos recursos
destinados à educação como um todo, priorizando o
televisor e o computador no que diz respeito aos
referidos recursos, porque "a máquina pára imediatamente
quando não é satisfeita a sua manutenção técnica", o que não
ocorre com o recurso humano do tipo professor, que foi
obrigado a atividades paralelas em detrimento da
qualidade do seu ensino, e que se mantém "professor
por vocação e profissionalização".
218
DECIMO PRIMEIRO CAPÍTULO
219
220
NA
SEGURANÇA
221
222
223
224
NA
SEGURANÇA
A área ou aparelho do organismo estatal com
função de dar segurança ao cidadão não deixou,
também, de ser comprometida pela série de decisões
eminentemente técnicas que deram origem ao
metabolismo catabólico do Estado Mecanicista que
originou o Estado Autofágico.
As Polícias Civil e Militar passaram a ser vistas como
aparelhos meramente repressivos, totalmente divorciados
da função constitucional que preceitua a defesa do
cidadão e da cidadania entregando-se, por imposição das
autoridades e de seus estatutos, a reprimir com violência
os diversos conflitos individuais, sociais e marginais de
elevadíssima incidência, que é explicada pelo catabolismo
do
tecido
social
impossibilitado
de
participar
economicamente pela falta de fluxo monetário no distrito
e no município. A ausência de fluxo monetário é
particularmente sentida no interior das residências,
onde mora o cidadão e a sua família, que ao contribuir
(e/ou seus familiares contribuírem) com os impostos,
deveria (e/ou seus familiares deveriam) ter o retorno
monetário sob a forma do engajamento econômico de
todos os que contribuem, possibilitando-lhes poupança
225
que propiciariam o desenvolvimento e a expansão
econômica de todos, tirando-os das submissões da
política e da burocracia determinadas pela "prefeiturização"
e "empreiteirização" da moeda que perpetua o
clientelismo e o fisiologismo.
A política monetária que coloca o fluxo monetário
no espaço "extra" familiar exclusivamente contribui desse
modo para a não coesão do grupo familiar sujeito apenas
ao componente religioso e à tradição insuficientes por si só
para manterem sua coesão, contribuindo assim para os
delitos passionais e irracionais, "intra e extra" familiar,
servindo de material abundante para a marginalidade
elevada e assustadora do Estado Brasileiro, hoje,
organizada e sofisticada, cobrindo uma elevada gama de
especialidades, ou sejam, arrombamentos, estupros,
assaltos, tráfico de drogas, sequestros, etc.
Antes da estruturação do Estado Mecanicista a
marginalidade quase que exclusivamente era composta
no Brasil pela figura do arrombador clássico que, em
trajes menores, e untado de óleo no corpo inteiro,
destelhava as casas residenciais durante a madrugada,
escapando devido à falta de atrito causada pelo
lubrificante, personagem atualmente extinto.
A economia formal controlada até o infinito pela
tecnocracia acadêmica e agravada pela enorme
regulamentação e "burocratização", como é público e
notório, não permite pela sua enorme taxação fiscal a
226
inclusão de faixa expressiva da população marginalizada
do processo econômico, pelo seu enfoque acadêmico
baseado nas teorias sócio-econômicas de natureza
externa, desconhecedoras que são da realidade potencial
e econômica do Brasil, por desconhecer o seu substrato
econômico constituído por sua psicologia, antropologia e
sociologia.
Com relação à sobrevivência nas condições da
economia artificial e burocrática do país, como em
qualquer outro lugar, existe necessariamente a
prevalência do estômago em relação à ética impossível
de se praticar numa ditadura econômica. Isso se explica
pela elevada marginalização de nossa população,
aumentando a níveis insuportáveis a criminalidade e
deixando-a totalmente fora do controle das polícias e de
outros mecanismos de controle do Estado que se
quedam insuficientes, incompetentes e mal focalizados
com relação à especificidade da criminalidade brasileira
e, ainda, inadequados para condutas de segurança
preventiva.
A insuficiência dos mecanismos de controle e de
prevenção na área da Segurança se deve à militarização
da Polícia Militar, ao desaparelhamento da Polícia Civil,
métodos arcaicos de investigação, regimento interno da
polícia que privilegia as questões políticas e patrimoniais,
o despreparo moral, cívico e humanístico de seus pares,
frutos da longa noite de implantação, estruturação e
manutenção do Estado Mecanicista. Portanto, combate
227
os efeitos, os conflitos sociais, marginais e políticos, sem
um prévio conhecimento de suas causas, com base em
regimento "militarizado", o que explicam o radicalismo e
os excessos sobejamente denunciados pelas associações
não governamentais, partidos políticos e cidadãos, como
se a Sociedade estivesse em estado de guerra.
Por outro lado, a criminalidade praticada por
elementos pertencentes à própria comunidade, (cidadão
comum), é por demais elevada e denunciada pelos meios
de comunicação de massas, que já produziu na
população uma grande e patológica desconfiança dos
aparelhos policiais. Resulta da insuficiência de recursos
orçamentários destinados à Segurança, devido ao fato do
Estado Mecanicista que dá a impressão de ser "todo
poderoso"
pela
arrecadação
informatizada
e
capitalização forçada pela burocracia na sua luta crônica
de combate ao déficit público ao longo de mais de duas
décadas e que se viu diante de monumental impasse
pela absoluta falta de recursos, devido à inibição do
crescimento do PIB, que diminuiu a arrecadação fiscal e
produziu os endividamentos interno e externo de forma
galopante, resultante do mesmo déficit, e do
desequilíbrio do balanço de pagamentos que originou o
enorme pagamento de juros e parcelamento do
"principal"
nos
referidos
endividamentos,
em
descompasso com o aumento da demografia e o elevado
crescimento da criminalidade face ao Estado Autofágico,
resultante da falta de investimentos devido aos planos de
estabilização recessivos e burocráticos.
228
A autólise (destruição interna causada por si
próprio), ocorrida em elevada escala dentro do
organismo policial, decorre da impraticabilidade do
exercício de suas insalubres funções, com salários
defasados, reciclagens inexistentes ou postergadas,
prerrogativas inexistentes para a função policial, que não
credenciam as aludidas instituições para o combate, a
"guerra urbana" já estabelecida, que por incapacidade
das lideranças inautênticas e exclusivamente formadas
pela mídia, não foi ainda canalizada para um projeto de
poder, com exceção do recente movimento dos "sem
terra", cujos líderes se nutriram, inicialmente, pela
ideologia fornecida pela doutrina pastoral da igreja (Igreja Católica).
Dentro deste quadro, somos obrigados a concluir
que a hierarquia predominantemente ocorrida na Polícia
Militar é insuficiente para manter a instituição em
compatibilidade com o bom senso, a moral e a cívica de
suas importantes funções, por lhe faltar o básico salarial, o
assistencial e o existencial, chegando mesmo a falta da
educação e da moradia do policial, que como qualquer
cidadão no Brasil, além de sofrer as mesmas carências
daquele, é obrigado pela profissionalização e investidura
de suas funções, a se manter numa atitude irônica
semelhante à do palhaço de que trata a poesia de Padre
Antônio Tomás, que era obrigado a fazer rir, no
picadeiro, a platéia do circo tendo deixado em casa a
esposa enferma e a filha única à beira da morte.
229
A teoria do Estado Mecanicista como modelo para
explicar a autólise do aparelho policial não deixa de
englobar a questão carcerária, cuja população atesta e
comprova a inexistência de segurança preventiva e a
exaustão do aparelho policial, em relação às condições
estruturais e salariais precárias em confronto com a
elevadíssima demanda do delito no Brasil, causado pela
economia artificial, acadêmica e burocrática do Estado
Mecanicista.
No que tange à ressocialização do ex-presidiário,
trabalho quase impossível por parte das pessoas que se
interessam pela questão devido ao fato das condições
sociais, políticas e econômicas oriundas do Estado
Mecanicista neutralizarem o trabalho realizado pelo fato
do Estado Mecanicista produzir no ex-detento a
impossibilidade de não delinquir, que se agravará
progressivamente até que os diferentes partidos de
posse de um instrumento de diagnóstico e terapêutica
revertam através de leis engajadas na realidade prática
as condições sociais e econômicas que neutralizariam as
barreiras
da
ressocialização,
integrando
definitivamente o ex-carcerário no segmento da
economia produtiva.
Hoje, o cidadão vive "ilhado e, consequentemente,
preso em residências ou condomínios cercados de grades a
par de uma segurança particular cara" - (segurança
eletrônica), o que faz diferir dos presídios apenas
pelo conforto. E ainda, são impedidos até de
230
esperar a abertura do sinal luminoso de trânsito, (sinal
verde), em locais desertos ou em horas de "rush", pelo
temor de serem assaltados.
Os casos de arrombamento e estupro que a crônica
policial alardeia cada vez mais e que no entanto até hoje
não foram submetidos à tratamento adequado pelo fato
do Estado Mecanicista insistir em não ver a causa
etiológica (causa primeira) e não destinar os recursos
para enfoque preventivo pela falta dos mesmos que se
dissipam no "buraco negro" dos endividamentos interno
e externo.
A compressão econômica determinada pelo Estado
Mecanicista formador da força "centrípeta" - (entendase "caótica"), que "desconecta" internamente a
estrutura da instituição militar, terminará por impedir a
organização policial da prática preventiva tornando
repressivo hipertrofiado devido ao enorme contingente
de casos que escapam ao controle social, por parte de
instituições públicas e privadas, a não ser que ocorra um
intenso debate nacional com a finalidade de esgotar a
democracia. Tal democracia é hoje conduzida pela
"democracia política" que o Brasil conseguiu mas que
é repleta de "ilhas e arquipélagos" autoritários
constituídos das instituições governamentais que ainda
não passaram pelo processo democrático, dependendo,
portanto, do Estado Autoritário que é decorrente da atual
lei eleitoral privilegiadora de grupos oligárquicos que
através dos partidos políticos -(feudos de poder) - sem
231
nenhum controle social obrigam o povo a votar nos
candidatos da "prateleira" eleitoral por eles
apresentados, totalmente divorciados das questões
populares, porém, compromissados com os grupos de
interesses
econômicos
estabelecidos
pelo
conservadorismo através do "patrimonialismo" que se
perpetuou dentro do direito de família.
Hoje vivemos em clima de verdadeiro caos no que
tange à questão da Segurança.
A imprensa faiada, televisiva e escrita, nas seções
correspondentes à área policial, estampa um imenso
leque de casos que não é difícil através de simples
análises enxergar a origem social dos mesmos em sua
grande e avassaladora maioria.
Percebe-se aí, que a base econômica do país,
totalmente inviabilizada pelo Estado Mecanicista que
desconhece a nossa especificidade sociológica, cultural e
antropológica já relatadas anteriormente, fornece matéria
"matéria prima" abundante para a criminalidade formada
na marginalidade econômica das economias formal e
informal (de pequeno patamar), em relação às exigências
demográficas do país.
O clamor da Sociedade, claramente observado na
participação radiofônica, apresenta estatísticas elevadas
favorável à adoção da pena de morte pelo temor de que
é portadora a população constantemente constrangida e
atingida por marginais de toda a espécie, impedindo-a
232
das realizações próprias da civilização, ou seja, ida ao
trabalho, ida às compras, ou mesmo, a participação de
lazer a que tem direito, na compensação da atividade de
que lhe é própria, acrescida da espoliação desenvolvida
pelo Estado Mecanicista que piorou até as últimas
conseqüências a qualidade de vida.
As escolas da rede pública são constantemente
assediadas por assaltantes drogados e arrombadores
chegando mesmo a causarem pânico em seus corpos
discente e docente, respectivamente atingidos pela
desnutrição
crônica
e
os
baixos
salários
"vilipendiadores".
Os bairros e mesmo o centro das cidades são
repletos de marginais de toda ordem onde é comum, nas
principais praças das cidades, encontrarmos crianças
cheirando cola de sapateiro estarrecendo o público com
seus corpos magros e suas roupas esfarrapadas.
As Comissões de Direitos Humanos têm
recebido por parte da população, de um modo geral,
exacerbadas críticas mesmo diante de esclarecimentos,
tais como, o de que um Estado que não tem
competência para instituir e manter a vida através da
educação, da segurança, da saúde, da habitação, do
judiciário, com base em uma lei justa que não
privilegia ninguém, não pode ter competência para
promover ou gerenciar a "morte" através da pena capital.
233
A elevada incidência da criminalidade no Brasil
chegou ao ponto de tornar o crime tão banal que os
programas de rádio e de televisão que focalizam o setor
policial são vistos nas estatísticas dos famosos institutos
de pesquisas, do tipo Ibope, Datafolha, etc, como os de
maior audiência orientando inclusive as emissoras a dar
preferência salarial aos profissionais que atuam no setor
em relação a outros que dedicaram suas vidas às
questões da ciência, da arte e da cultura.
A mentalidade curiosa por questões policiais
oriunda do medo e do sensacionalismo policial veiculado
pela imprensa tem sido responsável pelo patrocínio aos
referidos programas, porquanto, os patrocinadores
sabedores que são que os seus produtos anunciados nos
citados programas terão um público grande, assegurando
assim o retorno ampliado dos recursos destinados à
veiculação da propaganda dos mesmos. Portanto, os
parcos recursos que sobram ao Estado Mecanicista
devido a inviabilidade da economia acadêmica, que
prejudicam a Pátria e a Nação, tendo em vista a "camisa
de força" do monetarismo exclusivo e do enfoque
burocrático total nas razões expostas resulta insuficiente,
porque pretendem ingenuamente conter, e não resolver,
o problema econômico, que ao nosso ver está escapando
deliberadamente ou ingenuamente na compressão da
realidade nacional que por sua vez comprime o setor
representado pelas autoridades da área de segurança ou
dos congressistas, impedindo a ambos de ver a abaixo da
linha demarcatóría que separa o sensível do inteligível.
234
É fácil compreender, portanto, que em última
análise, ou seja, dissecando a realidade da segurança até
ao ponto em que se forma a criminalidade que encontra
material profuso e abundante na "autólise" econômica
municipal citada anteriormente, que impede o
relacionamento econômico sem o qual não pode
acontecer o processo civilizador que se baseia
exclusivamente
na
conscientização,
prende
"libertariamente" o indivíduo pelo "lado de dentro", ou
seja, na esfera subjetiva da personalidade tornando
desnecessária a intimidação da autoridade seja eia
clerical, policial, oficial ou mística.
O Estado Mecanicista impede pelo tecnicismo
extremado a abordagem profunda da realidade pelo
prisma da semiologia sem a qual não é possível
perceber-se além da linha que separa a realidade
sensível da realidade inteligível mencionada em
parágrafo anterior.
235
236
DECIMO SEGUNDO CAPÍTULO
237
238
NA PREVIDENCIA
239
240
241
242
NA PREVIDÊNCIA
A Previdência e o funcionalismo público têm sido
encarados
pelas
autoridades
monetárias
e
administrativas, como sendo em nosso país os dois
maiores vilões dos gastos governamentais. Tais
segmentos têm sido objeto de cortes significativos devido
à diminuição da arrecadação pelo fato do Estado estar
endividado e "freado" no que diz respeito à sua vitalidade
econômica, e não como causa do déficit público.
É fácil compreender que um Estado endividado
além da sua capacidade de pagamento face aos planos
de estabilização da economia ao longo de quase três
décadas e que culmina agora com o endividamento
galopante nos três últimos anos do Plano Real, precisa
cortar as "gorduras", como se diz habitualmente, para
que o mesmo possa dispor de uma margem de liquidez a
fim de poder honrar os compromissos com o resgate dos
títulos da dívida pública e com o pagamento das
parcelas do "principal" da dívida externa e o "spread" e
juros de médios e curtos prazos, frutos da concepção
financeira "dependente" dos economistas oficiais que
"rezam" na cartilha dos mestres ou prêmios "nóbeis" da
economia internacional, numa perfeita consonância com
a idéia de que "no Brasil não existe o grau de
243
conhecimento econômico", porquanto os economistas
oficiais receberam formação acadêmica em tratados
econômicos que não retratam a nossa realidade.
Diante do impasse da falta de liquidez causada pela
política econômica montada em bases de liquidez
externa, cujos juros variam segundo a oscilação dos
choques de demanda de investimentos internacionais e
da flutuação das bolsas de valores totalmente integradas
na globalização da economia, as autoridades monetárias
optaram pelo mais fácil, ou seja, ampliar o corte das
mencionadas "gorduras" a um nível que atinge de cheio
o direito adquirido dos aposentados, o congelamento dos
salarios dos funcionários públicos há mais de 1.000 dias
sem a devida reposição de perdas salariais, em torno de
64% em relação à cesta básica, e as perdas de 240% em
relação a serviços prestados pelo Estado, tais como:
tarifas telefônicas, água e luz, e serviços outros
prestados pela iniciativa particular, no caso das
mensalidades escolares que atingiram o mesmo patamar.
Alegam as autoridades governamentais que os cortes
mencionados justificam-se para poder-se alcançar o
Estado "mínimo" fora da atividade econômica,
decorrendo desta ideologia o acelerado processo de
privatização que vivemos atualmente.
Segundo essas mesmas autoridades, as empresas
estatais rentáveis seriam "gordura", o que é um contrasenso. O que temos a dizer é que as estatais deficitárias
se devem ao fato do incompetente gerenciamento e do
244
quadro
inchado
de
funcionários
recrutados
"politicamente", o que produziriam a sua não
rentabilidade. Tais autoridades alegam que a venda das
mesmas teria o objetivo de fazer com que o Estado passe
a tratar apenas das atividades básicas, ou sejam,
habitação, educação, saúde, fiscalização e segurança.
Analisando o quadro insustentável levado ao país pela
incompetência e imprevidência dos técnicos da área
econômica, incapazes de montarem políticas econômicas
de médio e longo prazos, por desconhecerem totalmente
a arte, o conhecimento e a prática econômica que leva à
geração de recursos na economia de resultados que só
aos homens de negócios e outros empreendedores é
permitido conhecer, incapazes que são pela sua
formação
totalmente
monetária,
chegamos
à
conclusão que tais técnicos escondem a verdade
econômica, e arranjam o pretexto acima aludido, para
correrem com a privatização e também com os cortes de
investimentos e custeio para pagar juros e "principal" dos
capitais voláteis, destruindo a economia do Estado por
meio de uma política econômica suicida, tendo em vista
que o montante dos cortes somado com o dinheiro das
privatizações estão longe de diminuir significativamente a
dívida como um todo, por não representar nem 1/3 do
montante do endividamento levado a efeito pela
concepção econômica suicida do Plano Real.
O
"monecentrismo"
em
detrimento
do
"laborcentrismo" é um equívoco, ou seja, uma
contradição, porque inibindo o segundo, impede a
245
demanda que, através do consumo, contempla a
arrecadação do ICM e IPI, que colaboram no somatório
da carga fiscal para "zeragem" do déficit público, que
sem a recompensa devida ao trabalho realizado na
economia dificulta ou mesmo inibe a arrecadação
previdenciária e o consumo, diminuindo a condição
vendável que possibilitaria o retorno econômico ao
empreendedor ou investidor sob a forma de lucro líquido
e certo.
O "monecentrismo", enfoque predominante das
políticas econômicas montadas pelas autoridades ao
longo de quase três décadas, já causou enormes
estragos à economia brasileira, pois, podemos dizer sem
medo de errar, que é o maior responsável pela década
econômica perdida que nos colocou em situação de
inferioridade em relação ao crescimento econômico dos
chamados "tigres asiáticos", como Taiwan, Coréia, etc,
que agora enfrentam gigantescas dificuldades por terem
pautado suas políticas econômicas à semelhança do que
está fazendo a economia brasileira.
É desnecessário dizer que sem empregos, sem
salários e sem estatais rentáveis, estamos sujeitos a um
crescimento desprezível ou mesmo negativo por falta de
mercado interno, por falta de capacidade de competição
externa, face ao fato do "custo Brasil" gerado pela carga
tributária excessiva e pela falta de produtividade de
nossas indústrias incapazes de se modernizarem por
ausência de investimentos cujas poupanças se originam
da liquidez obtida pelo retorno do dinheiro aplicado em
cima do "trabalho", como preconiza o "laborcentrismo".
246
Como se deduz do que foi dito anteriormente, o
impasse aludido que gera o "feed-back" compreendido
como desemprego, diminuição do consumo,
improdutividade, falta de liquidez, falta de
retorno, falta de poupança, falta de investimento,
etc, é a chamada grande contradição do capitalismo
extremado, advogado pelas autoridades monetárias do
nosso país, que se caracteriza pelo elevado número de
negócios relacionado com loterias, excessiva quantidade
de instituições bancárias nacionais, etc.
O capitalismo de primeiro grau, ou seja, o socialismo
nos moldes como pregavam as antigas lideranças do
socialismo real, agora recicladas, avançadas e aprofundadas
tanto na psicologia, na sociologia e na política econômica,
como também na compreensão da economia moderna
resultante da "robótica" e das tecnologias produtivas oriundas
da informática, tanto do software como do hardware, supera
conforme o manifesto apresentado na última reunião da sua
Executiva Nacional, "o próprio Marx quando propõe o novo
enfoque econômico através da vertente política que
assumiu o compromisso perante a nação de levar a
democracia individual e a democracia das instituições,
inclusive, as monetárias, até a exaustão, não se
afastando
assim
do
sonho
socialista,
porém,
compreendendo que um regime que possibilita as classes
trabalhadoras participarem sobre a forma de ações no
capital das empresas, não deixa de ser a praxis socialista
em harmonia com o capital fora do Estado, mas sujeito à
247
lógica científica, ou seja, o postulado de que os
problemas sociais são passíveis de resolução científica."
No que tange a Previdência Pública o modelo mais compatível
com o "laborcentrismo" seria o da aposentadoria apenas dos
inválidos, com pagamento por parte do Estado sem a
necessidade do recolhimento "pré-aposentadoria" do
previdenciário, portanto, ao nosso ver, única maneira de se
fazer justiça com base na atividade a que se entregou o
mencionado previdenciário ao longo da sua vida, (no caso da
vida do trabalhador).
É bom esclarecer que a contribuição previdenciária por
parte do trabalhador implica em redução salarial, porquanto o
mesmo não pode repassar essa contribuição para o preço de
qualquer produto, haja vista que o seu trabalho é o próprio
"produto".
No caso do empreendedor ou patrão, além de não
ocorrer o repasse do que é obrigado a descontar para a
Previdência, porque tal importância é totalmente repassada
para os preços do produto, então, digamos que ele receberia
pela média da sua renda líquida ao longo da sua vida
produtiva, e essa importância seria paga também pelo Estado.
A injustiça que é cometida ao trabalhador de
renda menor, que não pode descontar elevada quantia
para uma aposentadoria mais condigna do ponto de vista
financeiro, mas que no entanto contribui para o
montante usado para pagar aposentadoria do patrão, o
qual pode pagar muito ao longo de sua vida produtiva,
248
porque pode repassar tudo para os preços dos produtos
elaborados pela empresa. Ora, se o trabalhador
pagasse muito teria, então, seu salário drasticamente
diminuído, como se conclui com o que foi afirmado
anteriormente.
Queremos lembrar que os recursos financeiros
destinados ao pagamento da aposentadoria do
trabalhador e do patrão se originariam de emissão
governamental com base em rigoroso estudo
demográfico e atuarial, que seria apenas um meio de
provisão do melo circulante de maneira natural, ao
contrário do que é feito atualmente através de crédito,
que por necessitar de pagamento de juros, amplia a
inflação.
Segundo obra que trata do assunto "aposentadoria"
de autoria do Dr. Maurílio Aquino Ribeiro, com o título
"APOSENTADORIA, CRIME ADMINISTRATIVO", a questão
do aposentado no que toca ao achatamento dos
proventos e as dificuldades interpostas pelo Poder
Público de papelada exuberante para obtenção do
aludido direito, pelo qual se descontou de maneira
compulsória o valor exigido é um verdadeiro delito oficial,
daí, a felicidade com que o autor denominou seu livro.
No que se relaciona ao funcionalismo, há cerca de
duas décadas que os mesmos vêm perdendo
significativamente o seu poder de compra, ou seja, o seu
bem-estar como resultado de uma espoliação levada a
efeito pelo Estado Brasileiro, que na tentativa infrutífera
de atingir o equilíbrio nas contas públicas pela idéia
249
preconcebida ou mesma impregnada de que o tão
alardeado déficit público se deve a salários e custeio,
quando o mesmo decorre quase exclusivamente das
elevadas taxas de juros e pagamentos de principal e
serviços das dívidas externa e interna financiadas pela
EMISSÃO DE TÍTULOS da dívida pública e CAPTAÇÃO DE
DINHEIRO ESTRANGEIRO, de custo elevado, tudo isso já
mencionado anteriormente.
Desnecessário se torna fazer o relacionamento
entre a diminuição do poder de compra do funcionário e
a inibição do crescimento do PIB, que é dependente do
consumo e sua relação com o desenvolvimento da
economia nacional como um todo.
A priorização do mercado externo estabelecida no
período compreendido entre os anos de 1982 a 1988,
quando as exportações cresceram acentuadamente,
gerou um superávit recorde no último ano desse citado
período em cerca de 20 bilhões de Dólares. Com isso,
dita priorização acarretou uma elevada concentração de
renda às custas do mercado externo acrescida com a
despreocupação do mercado interno que não necessitava
de distribuição de renda, devido ao fato da priorização do
superávit acentuado da balança comercial, objetivo da
política econômica de então a fim de fazer face ao
pagamento da elevadíssima dívida externa, como relata o
autor de "O GOVERNO COLLOR E AS PERDAS DOS
TRABALHADORES", (Marcos Arruda).
No que se relaciona com as privatizações no
Governo COLLOR, e agora aceleradas no Governo FHC,
250
porque o Estado Brasileiro conduzido de maneira
intempestiva por uma política econômica "transinternacionalizadora" sem levar em conta um estudo sério
de nossas especificidades naturais e as decorrentes do
corpo estranho do Estado Mecanicista e, ainda, as que
resultam dos elementos que se juntaram na formação da
nação, e daqueles que através da mídia procuram
"anestesiar" o avanço econômico do país, a política atual
com base na âncora cambial, na âncora dos juros e na
âncora do meio circulante, determinou um grande déficit na
balança comercial, que no ano de 1997 a fim de poderem
com o dinheiro resultante de suas vendas colaborar para
o equilíbrio do balanço de pagamentos, cujo déficit se
aproxima no ano que passou, (1997), em torno de 20
bilhões de Dólares. Isso levou de enxurrada, a preço de
"nada", numerosas empresas estatais que resultaram do
talento, do esforço e do sacrifício do povo brasileiro, ao
longo das quase três últimas décadas, mostrando de
forma patente em nítida, clara e insofismável demonstração,
de que as diferentes políticas econômicas elaboradas
pelas autoridades monetárias, resultando mais uma vez
na destruição do tecido econômico do Brasil por se assentar
em bases falsas para o nosso país.
A necessidade das privatizações alegadas pelas
autoridades a fim de que o Estado "mínimo" possa se
encarregar da educação, da segurança e da saúde, tem um
único propósito: o de colaborar no pagamento do formidável
endividamento causado pelo Plano Real.
Quando escrevo este capítulo, as autoridades monetárias
aumentam em dobro os juros bancários para assegurar a "não
251
fuga" do capital volátil e "transnacional" a fim de impedir o
ataque especulativo ao Real, o que seria catastrófico para a
economia do país, que ainda não foi submetida, segundo essas
autoridades, aos reajustes necessários à política econômica
decorrente do Plano Real, os quais foram retardados em três
anos pelos interesses corporativos do Congresso Nacional e a
luta que o Presidente da República teve que travar para que
fosse obtido o direito de pleitear a sua própria reeleição.
A nosso ver, as privatizações das Estatais que fazem
parte da infra-estrutura necessária ao retorno econômico dos
investimentos feitos nessa área, são um "protetor" seguro
contra a total dependência da economia brasileira dos capitais
voláteis usados pelas autoridades monetárias para lastrear o
Plano Real, segundo essas autoridades.
Consoante o livro "AS CAUSAS DA INFLAÇÃO NO
BRASIL", que diz que o Dólar é uma moeda sem lastro,
assim o entendi pelo fato de ser impossível uma só nação
possuir um excesso de produção de tal ordem que possibilite
inundar o planeta e todas as nações ao seu redor, com a sua
própria moeda, no caso o Dólar. Portanto, inundar o mundo
com Dólares.
Deduzimos que esta política econômica é totalmente
descabida do ponto de vista do atrelamento da economia
brasileira e, consequentemente, a sorte e bem-estar do seu
povo, a ataques especulativos internacionais resultantes do
nervosismo das principais bolsas de valores, as quais são
conseqüência da "aleatoriedade" e da incapacidade desse
252
tipo de investidor, que além de ser de impossível "localização",
baseia as suas decisões na sua pouca subjetividade, porque
carrega as suas razões de viver fora deles, (parte objetiva da
sua realidade), e que é sujeita a enormes variações. Preferiram
o "ter" em detrimento do "ser", vivendo, portanto, em uma
ansiedade crônica ao sabor dos ventos e das tempestades
externas que não estão "conectadas" com o "dentro", eixo
central da realidade, de onde partem a segurança, a fé, o
desejo, a ética, o planejamento, a organização, a
prosperidade e a riqueza.
A nosso ver, um país com as dimensões continentais e
demográficas do Brasil, levando-se em consideração a
ampliação da população economicamente ativa através da
educação, profissionalização e elevação do meio circulante, de
acordo com as regras da saúde econômica advindas do
"laborcentrismo", poderia conceber uma política econômica
parecida com a do ex-Presidente Kubitschek, ao optar por
investimentos baseados na emissão de moeda e sujeito a um
balanço demográfico rigoroso, provendo o meio circulante de
forma adequada e não sob a forma de financiamento, através
de crédito à agricultura pelo Banco do Brasil, contratando obras
públicas para serem realizadas por particulares ou instituições
sediadas nos municípios, sem a "prefeiturização" do dinheiro,
com a finalidade da "cidadanização" do mesmo, aumentando a
renda familiar, contribuindo para a manutenção das famílias,
contendo o êxodo rural, desenvolvendo economicamente os
municípios, resolvendo de maneira indireta o problema da
saúde e da educação, permitindo o custeio das mesmas pelo
cidadão, elevando o número de contribuintes, capitalizando o
cidadão, a empresa, as prefeituras, e, tirando destas, as
253
enormes responsabilidades sociais. E, ainda, localizando a
administração na esfera arrecadadora e administrativa.
Tal conduta implicará por certo pela maior perfusão
monetária no município e no aumento da poupança individual
do munícipe, libertando-o da Prefeitura, do Estado e da
Federação, colaborando com estas instituições, formando uma
orquestra afinada composta de munícipes, Municípios, Estados
e Federação, atuando de maneira harmônica, vitalizando a
economia global do país, tirando-o da dependência exclusiva
de capitais voláteis, com sensibilidade "uterina", (proveniente
das velhinhas viúvas dos grandes capitalistas internacionais),
elevando o Brasil à condição de co-partícipe soberano da
economia mundial, com a cabeça erguida para poder
atuar satisfatoriamente do ponto de vista econômico sem
ser amarrado à economias mórbidas que insistem em
manipular e brecar o desenvolvimento de outras
economias mais propícias a se desenvolverem,
atualmente, em razão das suas peculiaridades mais
favoráveis no corrente estágio de desenvolvimento
econômico do planeta.
É preciso, portanto, o total desengajamento da
economia tradicional exclusivamente monetária com base
em capitais externos e se fazer uso da criatividade em
benefício de uma política econômica própria, tendo em
vista a nossa realidade fácil de ser concebida em nossa
continentalidade, potencialidade, insignificância do PEA e
ao fato de ser a 8a. economia do mundo.
254
É preciso a libertação da lavagem cerebral que o
acadêmico leva ao se "ultra" especializar em países do
primeiro mundo, com destaque para os EUA, que chega
ao ponto de não aceitar qualquer saída ou projeto
alternativo que não possa ser compreendido pelo lastro
teórico internalizado pelo mesmo, no curso da "ultra"
especialização feita com estudo de teses econômicas
diferentes da nossa realidade que impedem diagnósticos
específicos de outras realidades, pela incapacidade que
tem o intelectual de se entregar a análise total do
modelo em apreço com base num modelo teórico
adquirido, aceito e incrustado que só é válido para a
compreensão de realidades econômicas não estudadas
até agora.
Sem a independência monetária, ou seja, a liquidez,
não haverá jeito para o Brasil. Tal liquidez não é possível
de ser obtida face às políticas econômicas com base em
capitais "transnacionais" voláteis oriundos de
instituições do tipo: Banco Mundial, FMI, etc, porque
trata-se de dinheiro que é preciso ser restituído com
juros, ao passo que a política que privilegia um meio
circulante nacional cujo fluxo irriga o município, então,
teremos uma liquidez proveniente da vitalidade
econômica originada daquele.
A
política
precisa,
portanto,
assumir
a
responsabilidade de decidir o destino econômico do país.
Não pode ficar perplexa e submissa ao pensamento
macroeconômico oriundo de um segmento constituído de
tecnocratas, de formação exclusivamente acadêmica, os
255
quais são impossibilitados de enxergar o geral e o
profundo por conseqüência da atividade acadêmica e
profissional "ultra" especializada que afasta o militante do
todo, ou seja, do conjuntural, impedindo inclusive o
conhecimento do micro, formador do macro.
256
DECIMO TERCEIRO CAPÍTULO
257
258
NO
JUDICÍARIO
259
260
261
262
NO JUDICÍARIO
O Judiciário, como uma instituição que veio para
executar justiça, através da interpretação e aplicação da
lei, queda-se diante do Estado Mecanicista de modo
inadequado para a sua difícil e elevada função, devido ao
fato de que a grande maioria dos delitos ou questões em
que se vê obrigado pela sua função precípua a cuidar dos
mesmos, resultam em sua grande maioria da enorme
confusão estabelecida no país pelos impedimentos
burocráticos, tecnicismo impiedoso e ditadura monetária,
bancária, fiscal e lotérica, acrescida da complicação do culto
ao bacharel, culto ao doutor, conforme o autor Dr Wandick
Pontes, que impede o convívio dentro da base necessária
à continuação do processo que se convencionou chamar
"civilização".
A civilização se dá e se mantém de maneira
engajada, ou seja, em um substrato. Não é questão
exclusiva de comportamento humano de conteúdo
unipolar na esfera exclusivamente subjetiva.
O comportamento humano é um elemento da
realidade sócio-biológica que resulta de uma interação
subjetiva/objetiva que se mantém e evolui com a cultura, o
conhecimento, a arte, a moral, a ética, a religião, a
hereditariedade, o inconsciente coletivo, e, a "noosfera"
como diria Teilhard de Chardin, impossível de se manter
263
saudável, hígido e eutrófico em um grupo familiar ou social
sem a base ou substrato bio-psíquíca social e econômica
exigida para o seu misensene (realização).
A lei pela sua natureza, formal, normativa,
resultante do pacto familiar e social gerado pelos
costumes, destina-se a regular, controlar e administrar os
conflitos acontecidos no grupo menor - a família, e no
grupo maior - a sociedade; mas, atua em uma porção
mais periférica da realidade, apenas nos casos que
escapam ao controle do próprio. PORTANTO, O BRASIL
NÃO É UM CASO EXCLUSIVO DE POLÍCIA E DE JUSTIÇA,
MAS TAMBÉM, DE NATUREZA ECONÔMICA E POLÍTICA.
Pretendermos que o Judiciário atue dentro da
faixa que não lhe compete por natureza, é falta de bom
senso. É ver a questão de maneira simplista, pragmática
ao extremo ou discernimento inadequado.
O leitor a esta altura já deve ter percebido que a
base ou substrato de que necessita a civilização para se
manter e se desenvolver foi profundamente alterada no
Brasil pelo corpo estranho do Estado Mecanicista, que foi
constituído pelos técnicos "ultra" especializados na
época em que imperou o Movimento de 31 de Março
de 1964, com a conivência passiva dos políticos
impossibilitados de ver por falta de discernimento face a
sua formação científica precária.
264
No período ditatorial a conivência ou omissão dos
políticos se devia também ao medo institucional
decorrente da inserção do espírito fisiológico, do
clientelismo e da incapacidade teórica de interpretação
da realidade do Estado tecida pelos técnicos,
depreendida no parágrafo anterior.
Hoje, a conivência política passiva deve-se ao fato
das IDEOLOGIAS sócio-políticas, administrativas e
econômicas, ("importadas"), que nutrem a tecnocracia e
o estatuto dos partidos brasileiros, que impede por estes
o discernimento ou diagnóstico com base na realidade
bio-psíquica, social, econômica e política do país.
A nossa classe política é por demais simplória e
incompetente. Vejamos um exemplo apanhado na
realidade atual: vivemos num período de exceção
econômica e institucional; por um lado, juros
estratosféricos, âncora cambial, âncora do meio
circulante, que inviabilizam a economia interna e externa
do país, a espera de que sejam votadas no Congresso
Nacional as reformas pregadas pelo atual Governo, ao
nosso ver, desnecessárias: e pelo outro lado, o Governo
atuando exclusivamente através das indigitadas
Medidas Provisórias.
Não seria
inadimplência,
indivíduo e a
econômica dos
lógico que para evitar a desmesurada
que além de ameaçar a saúde do
das empresas, impede a atividade
mesmos, que fosse apresentado por
265
político e votada Medida Provisória que atenuasse os
efeitos parausantes na economia dos protestos,
execuções, concordatas e falências, excluindo-se os
casos que não decorressem da má fé, e sim, do regime
de exceção vivido como foi concebido e declarado
acima ?
Será que o Judiciário constituído por homens de
formação universitária, de juristas e eruditos na
sua ciência, poderão fazer justiça tendo como
instrumento na realização desta, modelos inadequados e
elaborados por um Congresso composto na sua grande e
esmagadora maioria por indivíduos simplórios, de
características fisiologistas ou clientelistas, alguns
até
se
comportando
como
"decerebrados"
ideológicos, ou ainda, carreiristas sem formação
teórica que lhes possibilite uma compreensão da
realidade singular instalada há mais de duas décadas e,
especificamente, a atual do Brasil ?
Não é difícil inferirmos que o leitor esclarecido,
quando hoje informado pelas redes tendenciosas de
rádio e televisão, é capaz de preencher os vazios entre
uma e outra informação impregnada de parcialidade,
chegando assim a verdade, que foi manipulada com o
intuito de formar a opinião favorável aos interesses
daqueles a quem o Estado Mecanicista favorece, ou
sejam, os "mega" empreiteiros, os "mega"
empresários e os "mega" bicheiros, todos sem
compromisso quer de ordem social, quer espiritual,
266
usando como instrumento dócil e adequado na
manutenção do status quo vigente, drenando dinheiro do
espaço técnico-burocrático, através de projetos
faraônicos, levando para suas gordas contas bancárias
externas, que juntado ao desperdício causado pelo
fisiologismo e clientelismo são a causa da falta de
liquidez do Brasil. Excluímos, ironicamente, os bicheiros,
porque estes estão na informalidade e são os
responsáveis pela instituição da agiotagem no Brasil.
Ao Judiciário só resta servir de anteparo com a única
finalidade de inibir as tensões resultantes de um país
com a economia endividada acima da sua capacidade de
pagamento.
Ficar às voltas, diuturnamente, com pilhas
colossais de processos que em última análise resultam
por sua grande e avassaladora maioria da compressão da
realidade econômica devido ao fato da incrustação do
ESTADO MECANICISTA a produzir enormes distorções
que culminaram no Estado autofágico, (já tratado em
capítulo anterior), que explica a excessiva criminalidade, a
insegurança,
a
estrutura
epidemiológica
alterada
patologicamente pelo Estado. Podemos dizer que existem
patologias "politicas e econômicas" causadas pela Política e
pela Economia, e, o elevado analfabetismo, a crise
universitária, a incidência da droga, o aumento da economia
informai e todos os males secundários e terciários que
configuram a "atmosfera" ou "clima" hiperfísico do Brasil, que
quando é conhecido por estudiosos estrangeiros, (lembro a
267
visita do Presidente Clinton), é interpretado de maneira
inadequada quando dizem que os males do Brasil são
endêmicos, quando na realidade são sistêmicos e causados
pelo Estado Mecanicista de ideologia importada.
A corrupção brasileira, fenômeno que pode ser
interpretado nas suas maiores proporções, ou seja, deve ser
atribuída ao Estado Mecanicista que funciona como um
parasita da economia brasileira sendo usado pelo empresariado
nacional através de seus lobbies para remover grande
quantidade de recursos do espaço técnico-burocrático, foi
compreendida pelas autoridades norte-americanas em relatório
recente, (encontrado na Internet), como se fosse de natureza
endêmica, portanto, um enfoque totalmente inadequado
devido aos estudiosos responsáveis pelo citado relatório no
processo de avaliação do mesmo, não fazerem uso de
instrumento teórico, adequado, que mostraria claramente que
se trata de fenômeno sistêmico, e não endêmico, como já
vimos anteriormente.
A teoria do Estado Mecanicista Brasileiro, (teoria
restrita que é exposta neste ensaio nos primeiros
capítulos), mostra com clareza que a mencionada corrupção é
causa etiológica sistêmica, e não o contrário como pretendem
os estudiosos norte-americanos, cujo parecer provocou
enorme indignação na opinião pública nacional, a qual foi
atribuída por certos setores da imprensa e mesmo por pessoas
participantes em programas de rádio, como tremenda
hipocrisia por parte da população.
268
No que diz respeito ao Ministério Público, que
atualmente vem atuando de maneira precaríssima,
haja vista a relação infraestrutura / profissional /
demanda dentro do quadro caótico compreendido
até agora pela enorme procura na resolução dos
conflitos rotulados ou enquadrados na área da
cidadania, sob jurisdição de Decons e Procons,
que nada mais são que "amortecedores" do
impacto social gerado pela insatisfação da
sociedade em relação a injustiça da elevadíssima
concentração de renda propiciada pelo Estado
Mecanicista. Tais "amortecedores" dão a
impressão que o Estado preocupa-se com a
população e não com a espoliação da mesma
como está claramente compreendido no que foi
dito até o presente momento, constituindo-se
como um dos maiores "blefes" que já se jogou ao
povo brasileiro, (Decons ?, Procons ?)
Esses conflitos da área de prestação de serviços ou
da venda de produtos decorrem em sua grande e
avassaladora maioria por causa da enorme pressão que
os setores produtivos recebem do Estado Mecanicista,
que totalmente inviabilizado economicamente, como já
vimos, portanto, atuando parasitariamente pela cobrança
de numerosíssimos impostos, encurtam a margem de
lucro obrigando ao setor economizar com relação a
prestação de serviços na área de recursos humanos
especializados, sem o que não é possível levar uma
correspondente prestação de serviços a bom termo e a
269
fazer uso de materiais e tecnologias de qualidade inferior
no que tange à área da venda de produtos. No instante
em que escrevemos o presente parágrafo, verifica-se que
um parlamentar do Estado do Ceará, está a propor a
favor do Governo Central, mais um tipo de imposto
(sobre combustíveis e lubrificantes).
No que diz respeito aos aluguéis a questão se
complicou muitíssimo nas últimas décadas pela enorme
demanda com relação á moradia, agravada por uma
demografia em ascensão geométrica e os reduzidos ou
mesmo aritméticos investimentos no setor, aliado ao fato
da recessão relativa imposta pelo Estado Mecanicista
através dos diversos planos de estabilização econômica
totalmente recessivos, cuja terapêutica suicida tem sido
executada para postergar o seu êxito letal (morte), tendo
em vista que o desencontro econômico movido pelo
enfoque teórico exclusivo da economia realizada nos
laboratórios do Ministério da Fazenda, inviabilizou o
Estado nas suas relações econômicas de resultados
causando danos na economia externa e interna, fazendo
com que o mesmo ao invés de incrementar a economia
faça justamente o contrário, ou seja, espoliá-la.
O modelo teórico do Estado Mecanicista montado
em software financeiro de ideologia "econometrista",
parasitária por excelência, hipertrofia-se à medida que
visualiza a sua inadequação face ao impasse a que
chegou, isto é, não pode elevar mais a carga tributária
na expectativa do sonho "superavitário" em relação aos
270
impostos (superávit fiscal). Por sua vez, a parada
monetária no interior do espaço técnico-burocrático
impedindo a perfusão monetária a nível municipal,
certamente paralisará a atividade econômica geradora de
impostos; e por outro lado, (lado externo da economia),
a âncora cambial que estoura no déficit da balança de
pagamentos e a âncora de juros que faz explodir o
endividamento.
O Judiciário, a nosso ver, dentro do quadro
sombrio causado pelo Estado Mecanicista à vitalidade
econômica do país e a auto-estima da nação, elementos
por demais ligados ao entusiasmo gerador de economia,
é uma instituição que sofre grande desgaste de imagem,
de função e de auto-estima, devido ao fato de um lado
ser obrigado a agir com base em leis inadequadas e
ultrapassadas em confronto com a grande consciência
jurídica do mesmo, fruto de secular praxe acadêmica, e
do outro lado a opinião pública exigente e fiscalizadora, e
cada vez mais politizada, e ainda, levada a exaustão
psicológica pelo próprio Estado Mecanicista.
O
Judiciário,
portanto,
recebe
pressão
multifacetada, ora por volume ascendente de processos
originados de questões que não haveriam razão de existir
se houvesse uma condição de economia normal, e, ora
face a recursos insuficientes explicados pela razão do
Estado pré-ialimentar : as prisões abarrotadas de
encarcerados; a estrutura judiciária incapacitada na sua
dinâmica por uma lei inadequada do processo civil, no que diz
271
respeito à enorme demanda decorrente do Estado Mecanicista;
a grande consciência jurídica da maioria dos seus pares
impossibilitados de agir eticamente; e, ironicamente, a
estrutura decisória do Judiciário inviabilizou o Estado nas
suas relações econômicas de resultados causando danos
na economia externa e interna, fazendo com que o
mesmo ao invés de incrementar a economia faça
justamente o contrário, ou seja, espoliá-la.
O modelo teórico do Estado Mecanicista montado
em software financeiro de ideologia "econometrista",
parasitária por excelência, hipertrofia-se à medida que
visualiza a sua inadequação face ao impasse a que
chegou, isto é, não pode elevar mais a carga tributária
na expectativa do sonho "superavitário" em relação aos
impostos (superávit fiscal). Por sua vez, a parada
monetária no interior do espaço técnico-burocrático
impedindo a perfusão monetária a nível municipal,
certamente paralisará a atividade econômica geradora de
impostos; e por outro lado, (lado externo da economia),
a âncora cambial que estoura no déficit da balança de
pagamentos e a âncora de juros que faz explodir o
endividamento.
O Judiciário, a nosso ver, dentro do quadro
sombrio causado pelo Estado Mecanicista à vitalidade
econômica do país e a auto-estima da nação, elementos
por demais ligados ao entusiasmo gerador de economia,
é uma instituição que sofre grande desgaste de imagem,
de função e de auto-estima, devido ao fato de um lado
272
ser obrigado a agir com base em leis inadequadas e
ultrapassadas em confronto com a grande consciência
jurídica do mesmo, fruto de secular praxe acadêmica, e
do outro lado a opinião pública exigente e fiscalizadora, e
cada vez mais politizada, e ainda, levada a exaustão
psicológica pelo próprio Estado Mecanicista.
O
Judiciário,
portanto,
recebe
pressão
multifacetada, ora por volume ascendente de processos
originados de questões que não haveriam razão de existir
se houvesse uma condição de economia normal, e, ora
face a recursos insuficientes explicados pela razão do
Estado pré-ialimentar : as prisões abarrotadas de
encarcerados; a estrutura judiciária incapacitada na sua
dinâmica por uma lei inadequada do processo civil, no que diz
respeito à enorme demanda decorrente do Estado Mecanicista;
a grande consciência jurídica da maioria dos seus pares
impossibilitados de agir eticamente; e, ironicamente, a
estrutura decisória do Judiciário queda-se atrelada a
interesses de outros poderes (Executivo, Legislativo).
O recurso do aumento das custas processuais na
tentativa de inibir a demanda judicial, estimulando
acordos e negociações entre as partes, tem se mostrado
insuficiente para manter o Judiciário em uma faixa de
atividade processual compatível com a sua capacidade
estrutural, o bom senso, a razão e a "biologia" dos seus
membros devido ao fato de que na maioria dos casos
ficam sujeitos à compulsão causada pelo Estado
Mecanicista, que inviabiliza o bem-estar e piora a
273
qualidade de vida, fazendo com que a luta desesperada
pelo alvo do processo represente sua própria redenção,
haja vista o fato que a procura pelo bem-estar através do
trabalho numa sociedade sem investimentos, pelas
razões já apontadas neste ensaio, acarretou a diminuição
do número de empregos ou de várias outras atividades,
tudo isso aliado ao fato conhecido de todos, que é o da
elevada sofisticação das tecnologias baseadas na
robótica e na informática.
O desconforto elevado e vivido pelos membros do
Judiciário já se reflete no anseio que se torna evidente
no tempo atual, deixado escapar pela imprensa falada e
escrita, em face de "aqui" e "ali" doutos membros
manifestarem-se por ocasião de entrevistas, onde se
percebe claramente a intenção subliminar e mesmo
manifesta de certos membros de participarem de
maneira efetiva na vida política por meio de mandato
eletivo. Já tivemos o caso de certos membros do
Ministério Público, que pleitearam o cargo de
"governante" maior de seu município. Até há casos de
"sucesso eleitoral' com a conquista de mandato em
Assembléia Legislativa, os quais vêm desempenhando
suas novas funções com capacidade e proficuidade acima
da média dos parlamentares oriundos de outros
segmentos.
No rádio, observamos a discussão levada a efeito
por membros do Ministério Público, que revelando seu
grande engajamento em questões de interesse geral,
274
passam "ótima" impressão à população que é acusada de
não saber votar, quando na realidade vota mal devido ao
fato da "prateleira eleitoral" ser a pior possível.
Queremos dizer claramente, que temos uma
democracia que funciona "da porta dos Partidos
para fora".
Quando escrevo estas páginas, a imprensa falada
e escrita do meu Estado, (Ceará), põe em destaque o
desejo de "prestigiadas" figuras do Poder Judiciário
pleitearem o cargo maior da esfera administrativa
estadual.
O Judiciário como instrumento da Justiça Legal é
indispensável ao Estado, que deve se basear na lei e na
ordem. Ora, da maneira como se observa o Judiciário na
realidade brasileira, ele tem sido usado para manter e
perpetuar a injustiça como já depreendemos por
ocasião das falências decretadas, protestos e execuções,
já tratados anteriormente.
No caso da agiotagem desmedida, tornada
hipertrofiada pelo privilégio que o Estado Mecanicista
oferece às empreiteiras, ao jogo-do-bicho que não paga
imposto, às empresas de "factoring" que se beneficiam
esplendorosamente da situação pré-falimentar de
pessoas físicas e jurídicas, e ainda, pela ineficácia do
combate às drogas, cujo dinheiro é "lavado" na
agiotagem, o Judiciário tem sido usado para promover a
injustiça ao defenderem aqueles que não precisam dele
275
(Judiciário), devido ao fato do aludido privilégio e de
comportamento fora dos padrões financeiros de
economias saudáveis.
No jogo-do-bicho, a elevada liquidez do mesmo
decorre do não pagamento de impostos, os quais,
certamente, colaborariam para o país poder quase
chegar ao almejado e perseguido superávit fiscal. Mas, o
que se vê é essa contravenção ser usada largamente na
agiotagem, que com o "concurso" da Polícia, torna um
homem de negócios com espírito de cidadania a pagar
seus impostos, por exemplo, um veículo de grande
valor, dado como garantia por um empréstimo de
menor valor, impossibilitado de saldar seu compromisso
dentro das cláusulas pactuadas devido às distorções
econômicas, ou seja, aumentos não previstos de juros e
âncora de meio circulante causados pelo Estado
Mecanicista.
Como vimos, o Judiciário além de suas elevadas
funções na execução da Justiça, pelo exemplo em apreço
se vê obrigado para defender a "lei", causar a injustiça
por causa do Estado Mecanicista que numa das pontas
da realidade econômica, produz a necessidade do
financiamento para capital de giro e, na outra ponta,
impede o resgate. Destarte, o Juiz, pressionado pelo
advogado de defesa e ao mesmo tempo pela lei
normativa e pragmática por excelência, fica impedido de
fazer valer o espírito da questão em detrimento da lógica
dessa mesma lei (corporeidade ?). Ora, o espírito da lei
276
de modo nenhum pode estar contido numa regra de
direito elaborada por um Congresso eleito por facções
poderosas
economicamente,
que
defendem
exclusivamente os seus próprios interesses sem qualquer
ética, ou mesmo, pela compressão que o Estado
Mecanicista exerce por sobre a realidade da economia
natural do país, impedindo sua base moral e científica.
Sugerimos, portanto, que o juiz jamais se afaste sob qualquer
hipótese do espírito da lei, não deixando prevalecer a lógica
exclusiva.
A nosso ver, o Judiciário é uma das instituições
mais atingidas e vilipendiadas nesse desencontro
indecoroso, um autêntico "Apocalipse" causado pelo
Estado Mecanicista.
277
278
DECIMO QUARTO CAPITULO
279
280
N A POLITICA
281
282
283
284
NA
POLÍTICA
Na Política, as implicações e distorções geradas
pelo Estado Mecanicista podem ser classificadas em
"antes" e "após" a democratização do País, a partir do
Movimento de 31 de Março de 1964, que frustou e
endividou o Brasil, mas que teve tudo para chegar a bom
termo não fora a forte matiz de "direita" observada pela
fobia ao Comunismo, demonstrada pelas lideranças
militares de então, cujos Cursos de Estado-Maior foram
realizados nos EUA, os quais ministraram uma doutrina e
prática militares radicalmente anticomunista, e a grande
estatização da economia empreendida por técnicos que
atuavam paripassu nos elevados escalões do Governo
Militar.
As implicações ocorridas antes da democratização
do país se prenderam ao retardamento desta, chamada
na época pelo termo "distensão", devido ao fato dos
políticos de então não compreenderem o arcabouço
técnico-burocrático tecido pelo Poder. Na época, os
militares desconfiando dos políticos deram total
credibilidade aos técnicos, resultando daí o citado
arcabouço.
285
A timidez dos políticos, por não compreenderem a
constituição íntima da parafernália técnico-burocrática,
era maior do que o medo que os mesmos tinham do
autoritarismo do regime denominado de "período de
exceção".
Foi preciso os próprios militares acenarem com a
perspectiva da democracia que deveria vir, inclusive por
pressão de potência estrangeira, useira e vezeira, e
pública e notoriamente acostumada a se intrometer em
assuntos internos de outros países, para que se desse a
tão almejada democracia, a qual só veio à luz em função
da extraordinária competência e talento político do
falecido Presidente que não chegou a tomar posse,
TANCREDO NEVES, com a sua famosa tática mineira, na
qual se percebia o "cortar da direita e da esquerda para
o centro", dando excelente resultado e envolvendo
militares desconfiados e políticos incapazes, portanto,
sem modelo político para a travessia da "longa noite" do
período de transição do regime autoritário para a
democracia.
Para um observador neutro que se desse ao
luxo de pensar um pouco, notaria perfeitamente o
interesse das Forças Armadas de entregarem o governo
ao segmento civil, mas, no entanto, não encontravam
essas lideranças capazes durante aquela confusão
reinante, fruto de ódios e frustrações acumuladas.
286
É bom lembrar que não fora a atitude corajosa
de famoso político paulista assumindo a postura de
competir no colégio eleitoral do seu Estado por conta
própria, (PAULO MALUF), contra o banqueiro candidato
único, (NAUDO LATEL), em torno do qual os militares
queriam um consenso, a chamada "distensão" teria
incorporado em seu bojo mais 5 ou 10 anos, tão grande
era o clima de pusilanimidade existente na época por
parte dos políticos e dos partidos que tinham sido
engendrados nos laboratórios do regime autoritário.
A
incapacidade,
a
ingenuidade
e
a
"simploriedade" dos Congressistas em relação às
questões econômicas relacionadas com a implantação e
as distorções do Estado Mecanicista, eram tão grandes e
perfeitamente nítidas que conhecido político e
economista habilidoso denominado na época como o
"czar da economia", (DELFIM NETO), o qual tinha a
coragem de ir ao Congresso ser submetido em plenário a
um verdadeiro massacre de indagações, ("tiroteio"
político), numa autêntica prestação de contas "oral e
pública", saía-se magistralmente de sua missão, rindo e
ironizando pela certeza que estava tratando com tolos
ou leigos que não ofereciam a menor resistência por
não compreenderem a estrutura técnico-burocrática de
que o país tornou-se possuidor durante os primeiros anos
do regime dito "discricionário".
O chamado período de transição foi apenas a
transformação da ditadura militar, ou seja, com base na
287
força dos Atos Institucionais forçados pelas "armas" para
a ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica,
cujos autores principais foram o citado ex-ministro
acima; e, um outro ex-ministro famoso pelas suas
habilidades de professor de economia e dono de banco,
(MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN).
Com a morte de TANCREDO NEVES, vítima da
insânia de político famoso mas que não tinha votos para
se eleger presidente, e por causa disso sempre arranjava
um jeito de sua própria criatividade para ficar na crista
da onda, portanto, em evidência política, (ULISSES
GUIMARÃES), que levou o recém-operado TANCREDO
NEVES para a capital do Estado de São Paulo, e causou o
fracasso do tratamento médico que deu no infausto
acontecimento que foi comentado no capítulo que trata
da "Saúde", assumindo o comando da nação, portanto, o
então Vice-Presidente, (SARNEY), que foi feliz apenas na
democratização política do país, o que não tem nada
a ver com a democratização das instituições
brasileiras
que
continuaram
estruturadas
e
coordenadas, compondo a argamassa do corpo estranho
do Estado Mecanicista Brasileiro, ou seja, a ditadura
monetária, bancária, fiscal e lotérica, postada pela face
de dentro da realidade política do país, encoberta pela
tênue porém competente fachada, conhecida por
"democracia política" que não passa de um grosseiro
embuste.
A característica dessa ditadura, que possui como
maior relevância o aspecto funcional, ou seja, a
288
capacidade do Estado intervir à semelhança de uma
gigantesca máquina (neoplasia maligna - "câncer" ), em
todas as atividades econômicas do país pela sua
conexão, justaposição e assimilação com o espaço
técnico-burocrático, aqui compreendido como Banco
Central, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Ministério
do Planejamento, Ministério da Fazenda, BNDS e
Receita Federal.
É necessário verificar que a hipertrofia do Estado
Brasileiro está localizada na parte dinâmica, ou seja, no
componente funcional com forte intervenção no "calibre
e velocidade" do fluxo monetário, nos diversos tecidos
da atividade econômica do país continental, localizados
nas entranhas dos municípios.
O aspecto anatômico identificado pelas Estatais não
possui relevância, bastando para isso submeter as
mesmas às leis de mercado, desregulamentando o
monopólio, permitindo que a iniciativa privada possa
atuar nas referidas áreas em uma concorrência saudável.
0 que a economia brasileira precisa é se livrar do
monopólio e do oligopólio.
Mas, passando a tratar da questão das implicações
ou complicações pós-democracia política nos
deparamos com brutal inaptidão dos políticos e dos
técnicos em instituírem a democracia monetária pela
total incapacidade de ver o Estado Brasileiro como um
todo dinâmico e funcional, devido a uma visão
289
eminentemente técnica (por parte dos técnicos) e outra
superficial (por parte dos políticos), em que predominam
o "focar, o detalhe, o secundário e o terciário, ou
seja, a visão fragmentada da realidade do Estado
Brasileiro, impedido de ascender pelas enormes amarras
funcionais do Estado Mecanicista.
A primeira impressão que os técnicos e políticos
possuem a cerca do Estado Brasileiro é aquela fornecida
por uma visão simplória, ou seja, técnica, que por sua
vez é fragmentada pela insistência que a Ciência tem de
se dividir até o infinito, e o conhecimento simplório do
político desprovido de formação universitária na sua
grande maioria, por tratar-se de uma profissão que não
exige qualificação para ser exercida. É a profissão da
"boa ou má" vontade, por excelência.
A percepção por parte dos políticos atuais de que a
hipertrofia do Estado, particularmente dos que estão na
governança do país, é de que a hipertrofia do Estado
está representada pela estrutura das empresas estatais,
melhor dizendo, na anatomia do mesmo, (Estado), e não
na hiperfunção, (capacidade do Estado intervir
drasticamente no calibre, volume e direção do fluxo
monetário), que modifica o meio circulante tornando-o
incompatível com a função econômica dos municípios,
consequentemente, do país como um todo.
A compreensão da verdade teórica por parte da classe
política
mencionada
anteriormente,
mencionada
anteriormente, é fundamental à normalização da
290
atividade econômica brasileira, compatibilizando-a com a
liquidez necessária a um país com as dimensões
geográficas e demográficas como o nosso, devido ao fato
da extrema necessidade que se tem anualmente de
incorporar à economia ativa do país de um grande
segmento de marginalizados econômicos, que procuram
a informalidade econômica, o tráfico de drogas, a
contravenção e a criminalidade. Como conseqüência, há
necessidade do país poder investir para a superação das
mencionadas distorções, e do seu atraso econômico e
tecnológico em relação aos países ditos de primeiro
mundo.
A falta de unidade e de identidade por que passa o
Brasil na atualidade se deve em grande parte à falta de
liquidez e ao endividamento progressivo, que em última
análise, se deve à impregnação e à incrustação na
economia do país dos tentáculos provenientes do modelo
inadequado do Estado Mecanicista que não lhe dão a
flexibilidade e a versatilidade necessárias à
criatividade e ao poder de decisão, pilares maiores na
construção das economias bem sucedidas de então, que
não se deixaram levar exclusivamente pelo monetarismo,
nem o monecentrismo e, nem tampouco, pelo
"econometrismo".
A repercussão do advento do Estado Mecanicista na
classe política brasileira foi e continua sendo catastrófica.
Inibiu a renovação dos quadros e a penetração dos
vocacionados, dotados de espírito público e portadores
291
de competência, tornando mais aptos para o processo
político os conservadores, os fisiologistas, os
situacionistas, os apadrinhados e apadrinhadores, sem
país "visão", sem "mundi-visão", preocupados tão
somente com a manutenção do seu status de políticos,
pensando exclusivamente na próxima eleição e menos
nas próximas gerações, cuidando particularmente da sua
individualidade e de sua liderança nutrida apenas de
colégios eleitorais às custas dos recursos oriundos da
elevada carga tributária e fiscal, asfixiadora do país,
responsável pela grande mortalidade das pessoas físicas
e jurídicas, de modo particular, as pequenas e médias
empresas.
Era muito comum antes da implantação do Estado
Mecanicista na estrutura do Estado Brasileiro a presença
de políticos portadores de filosofia e elevado conteúdo
cultural. (PLÍNIO SALGADO, CARLOS LACERDA, OTÁVIO
MANGABEIRA, ALBERTO PASQUALINE, etc). Portanto,
sendo homens pautados pela moral e pela razão,
levavam às últimas conseqüências a defesa do
eleitorado e do país, com base nos programas de seus
partidos, sem o "troca-troca" partidario, tão comum na
atualidade, que deixa claramente transparecer a falta de
conteúdo político e programático com aqueles que
através de seus discursos eleitorais se comprometiam a
votar em seus nomes e em suas legendas.
Por outro lado, a lei eleitoral tendo em vista o fato
causado pela distorção económico-administrativa do país
292
devido ao Estado Mecanicista, privilegia sempre aqueles
que através de manobras oportunistas, (casuísmo),
modelam as mesmas para favorecer as suas candidaturas
e a de seus "comparsas", alijando do processo eleitoral
aqueles que não detêm mandatos, impedindo assim a
renovação salutar e a participação abundante de todas as
camadas sociais no referido processo, ensejando o
aperfeiçoamento da democracia e da melhoria da
qualidade dos quadros políticos.
É bom lembrar que as mencionadas distorções
levaram a efeito, no que tange a legalização dos
partidos, a formação de feudos que impõem muitas
vezes ao eleitorado uma "prateleira" de candidatos
tirados do bolso do colete dos dirigentes partidários, sem
valor ou qualquer liderança efetiva, sem compromisso
com as "bases", que por sua vez se continuam com a
sociedade e as comunidades, impedindo desse modo: a
legitimidade da representação popular; a canalização
para o candidato dos anseios do município; e
"encontrar-se" o perfil de candidato exigido e sonhado
pelos eleitores.
Conclui-se facilmente que as causas do divórcio
em que vive a classe política e a sociedade brasileira,
fato explicado na compreensão do que aconteceu por
ocasião da redemocratização do país pela ampliação
do leque partidário, que teve por base as exigências do
modelo inadequado e informatizado ao extremo do
Estado Mecanicista que procurou enquadrar de maneira
293
indevida a realidade antropológica, psicológica, histórica,
social e econômica através de simples software
importado, tentando objetivar exclusivamente assunto
possuidor de duas faces, na realidade bifacetada do
país, tomada esquematicamente tendo em vista a
elevada multiplicidade de ângulos, que um mesmo
fenômeno de qualquer ordem, necessariamente, deverá
ser abordado.
Portanto, vemos a política cerceada nos
componentes da arte, da ciência, da liderança, da moral,
da cívica, do programa e da ideologia brasileira, que são
impedidos de se manifestar ou se materializar pela
"camisa-de-força" da lei eleitoral, coadjuvada e
alimentada pela mídia e pelos institutos de pesquisa.
A lei eleitoral desde a democratização do país muda
constantemente de conteúdo para impedir com base na
visão da manutenção do status quo gerado no país pelo
Estado Mecanicista, que a cidadania "produzida e
incrementada" pela democracia política que vem
forçando aos partidos e ao Estado uma participação
fundamentada na ética democrática, possa ser bem
sucedida no processo eleitoral, ou seja, obtendo mandato
de representante popular.
Esta participação legítima é combatida de maneira
tenaz e feroz pela política indevida, descabida e
distorcida pela tecnicidade impiedosa, como já vimos,
determinada pelo Estado Mecanicista que esmagou a
cidadania e represa o afloramento da mesma através de
294
leis eleitorais sucessivas, cuja única finalidade é "tapar"
os orifícios por onde poderia passar a verdade política tal
qual se deseja atualmente na sociedade civil, que cresce
alentadoramente no que diz respeito à conscientização
política, a qual já é uma "ampulheta" que começamos a
fazer da democratização política realizada no país.
O modelo teórico colocado neste ensaio com o
único ensejo de colaborar na compreensão do
avantajado descaminho econômico, financeiro e social
que o país sofre, a fim de facilitar o diagnóstico etiológico
do mal do mesmo, para colaborar na instituição da
terapêutica necessária à correção da rota para findar os
transtornos nas diversas áreas de que trata este tratado
e o enorme desperdício financeiro que se evapora nos
juros elevados pagos pelo Estado, na obtenção da
liquidez que segundo a opinião dos técnicos oficiais
lastreia a estabilidade monetária de difícil visualização
prática, que no entanto é preponderante e coadjuvante
na visão dos políticos simplórios. Tais políticos serão
obrigados a terem a visão etiológica da natureza do
Estado Brasileiro, para livrar a política do artificialismo e
das leis oportunistas que impedem a legitimidade dos
mandatos, a dignidade e a moralidade dos mesmos.
A moralidade política é fator que tem de ser adquirida às
duras penas pela classe política para a sua própria
sobrevivência, porquanto a preocupação exclusiva de
liberação de verbas e de obras e o elevado custo das
campanhas exigidas por um eleitorado "encabrestado"
que cobra benesses cada vez maiores, (dentaduras,
ligaduras de trompa, material de construção, pagamento
de contas de luz, de água, aluguel, etc), não mais
295
possíveis serem custeadas através do numerário drenado
de um Estado por demais combalido, fácil de
compreender pela leitura das razões expostas neste
ensaio.
Ou a política volta ao seu leito natural, baseada em
lideranças autênticas, em partidos com programas
fundamentados e oriundos de ideologias elaboradas com
base na realidade brasileira, cujo chamamento, este
despretensioso ensaio chama a atenção e proporciona,
inclusive, modelo teórico para facilitar a elaboração ou
mesmo a sua "praxis", não será mais possível, ficando o
Estado Brasileiro eternamente a mercê da tecnocracia
monetária, encistada no Banco Central, tornando a
atividade política sem importância, servindo apenas para
compor um cenário institucional ou congressual, para
manter a aparência de um país democrático.
Ao terminarmos este capítulo, o rádio alardeia a
preocupação das autoridades monetárias brasileiras com
o provável ataque especulativo na economia asiática que
obrigou a baixa da bolsa de valores de Hong-Kong,
obrigando aquele país a elevar os juros, notícia péssima
para o Estado Brasileiro, vítima crônica do Estado
Mecanicista, que não poderá tão cedo baixar os seus
juros, o que certamente manterá o seu endividamento
galopante e o desmonte de sua atividade produtiva
elevadamente descapitalizada e, certamente, terá
repercussão no balanço de pagamentos, já deficitário,
que por sua vez está sendo financiado por captação de
296
recursos baseados no pagamento de taxas, de juros
escorchantes, constituindo um autêntica bola de neve de
endividamento, que a nosso ver deixou o Estado
Brasileiro totalmente incapaz de, através de
receitas a serem adquiridas com a venda das
estatais, chegar a bom termo.
É desnecessário dizer que a elevada taxa de
juros contribuirá por certo para diminuição da
produtividade, consequentemente, para o aumento
do déficit fiscal.
297
298
DECIMO QUINTO CAPITULO
299
300
NA MIDIA
301
302
303
304
NA MÍDIA
Os meios de comunicação de massa, instrumentos
poderosos de formação de opinião pública, exercem no Brasil o
papel de um anteparo que mantém a população fora das
realidades econômica, histórica e política da Nação na sua
face mais interna, devido ao fato da elevada soma de dinheiro
proveniente do contribuinte gasta pelo governo na imprensa
televisiva, falada e escrita, que ocupando quase que a
totalidade dos espaços de entretenimento, torna a informação
honesta e isenta, figura rara que é disputada avidamente por
aqueles que praticam o verdadeiro jornalismo.
A notícia passou a ser instrumento quase que exclusivo
de grupos que mantêm uma relação incestuosa com aqueles
que querem manter o poder político a qualquer preço e
aqueles que a usam, ora amenizando o fato jornalístico,
manipulando assim a opinião pública e impedindo-a de
indignar-se, ora por aqueles que usam o noticiário para através
da intimidação, canalizarem para seus órgãos noticiosos
polpudas verbas governamentais.
A atividade jornalística, na grande maioria dos casos, é
cerceada pela direção dos órgãos de imprensa, de forma a
impedir os jornalistas de publicarem a verdade integral, ou
seja, a notícia incompatível com os interesses financeiros do
305
órgão noticioso, na contemplação das colossais verbas
publicitárias públicas.
O aumento ascendente das verbas governamentais
destinadas à publicidade, após a implantação do Estado
Mecanicista no Brasil, se deve ao fato da necessidade por parte
da política de realizar a mimetização ou mascaramento da
realidade brasileira que escapa para o fato jornalístico, a fim de
que a opinião pública se torne favorável porque será ela
mesma que "segurará" os governos, os quais sem a sua
unção não conseguiriam concluir os seus períodos,
porquanto, a estruturação do Estado Mecanicista em bases
incompatíveis com o bom senso, a moral e a razão, e o
respeito às necessidades básicas da sociedade, limitam o
"intervir" e o "agir".
O Estado Mecanicista Brasileiro força as autoridades
governamentais que foram colocadas do "lado de fora" do
artificialismo técnico-burocrático, também, em situação não
confortadora, separadas da sociedade nacional que coloca
homem contra homem,
mulher contra mulher,
homem contra mulher,
mulher contra homem,
mulher e/ou homem contra Instituições,
instituições contra homem e/ou mulher, e,
todo o mundo contra todo o mundo, pelo fato de ter
comprimido ou anulado o espaço objetivo reservado à
moralidade e à afetividade. Com isso, tornou a sociedade
governada exclusivamente pela lógica financeira por ter tirado
306
da Nação o espírito da boa convivência que se baseia nos
sentimentos de elevada freqüência vibratória, os bons
sentimentos, que são impedidos de se manifestar na realidade
prática da vida, neutralizados que foram pela tecnicidade e
dureza do cotidiano, que alterou de forma desmesurada o lado
objetivo da realidade aludida, pelo desvio do fluxo monetário e
a insignificância do volume do meio circulante a impedir os
negócios e as relações econômicas necessárias a uma
economia que se assenta na demografia e na enorme dívida
social do Brasil por parte da população.
A sociedade brasileira vive "anestesiada", ou seja,
narcotizada pelos tóxicos das novelas televisivas que se
incidem sobre um homem ou uma mulher após longo dia de
trabalho, os quais se atiram numa cadeira ante um receptor
de TV, absorvendo mental e subliminarmente a visão de uma
realidade colorida e atraente, de maneira fantasiosa, para
compensar a sociedade da exaustão causada pelo massacre
de ter que agir, isto é, ter que trabalhar como operário ou
patrão em meio econômico totalmente adverso, quer do
ponto de vista monetário, quer do ponto de vista da
segurança e quer do ponto de vista da intimidação,
quando patrões são vitimados por uma fiscalização feroz
e voraz, muitas vezes compostas de equipes formadas
por membros desonestos, que se aproveitam da
"labitidade" psíquica ou emocional, exacerbada pelo
fato de ter que militarem numa economia artificializada
pelas condutas técnico-burocráticas hipertrofiadas
daqueles que se incrustaram e internalizaram na
307
realidade brasileira, o "tecnicismo tecnicida" do
Estado Mecanicista.
Quando escrevo este capítulo, a mídia através dos
diversos órgãos sobretudo da imprensa falada e escrita
dá apenas a versão oficial das autoridades econômicas
do país no que diz respeito às quedas das bolsas de
valores do mundo todo, devido a situação econômica
artificial em que se encontram os países emergentes do
bloco asiático, e ao fato das autoridades econômicas de
Hong-Kong reagirem como puderam, para preservarem o
valor da sua moeda, pela elevação de juros a um
patamar de cerca de 700%, que certamente será
superado pelas autoridades monetárias brasileiras, a fim
de assegurarem o sucesso aparente do Plano Real. A
mídia tem sido um aliado muito forte na preservação das
distorções e dos desperdícios econômicos, (elevado
endividamento com remessas colossais de juros para o
exterior), e a venda de estatais rentáveis para o
pagamento dos citados juros, quando esconde as
informações acerca do que é primordial, e não promove
o debate generalizado sobre as questões econômicas
atuais que foram levadas à quase insolvência por ter sido
impedida a sociedade de participar do debate
preventivo, servindo apenas para ser canalizada pelo
impropério das condutas artificiais e antieconômicas das
autoridades monetárias.
Portanto, a mídia pactua de maneira exacerbada,
encobrindo uma situação econômica insustentável do
308
ponto de vista da liquidez que o país necessita para
investir em atividades básicas, a fim de que o processo
econômico possa se dar de uma maneira sadia e sem
grandes riscos, guardando as relações de independência
entre as nações que pleiteiam a integração na
globalização levada a efeito por meios de transporte e de
comunicação, e de informatização, todos cada vez mais
velozes.
Levando-se em consideração que um país precisa
de unidade, de pensamento, para que possa elaborar
projetos de curto, médio e longo prazo, tendo em vista
suas potencialidades diversas, seu imobilizado e suas
necessidades demográficas e econômicas, a mídia atua
de maneira avassaladora, perturbando a consciência
nacional, dispersando os espíritos, desconectando a
interioridade nos seus liames de justa e superposição,
gerando inquietação por falta de engajamento em um
ideário que contemple o país visto pelo ângulo da pátria
e da nação.
A mídia está assentada em muitas "águas" como
diz o Apocalipse de São João ao se referir à distribuição
da Babilônia Bíblica, chamando-a de grande
"meretriz",
cujo
pensamento
fragmentado
e
fragmentário contribui para a grande confusão de que
somos vítimas atualmente, no que diz respeito aos
caminhos que devemos seguir na condução do país a
lugar seguro no concerto das nações.
309
Baseia-se a mídia exclusivamente no "escândalo", no
insólito, no inusitado, na imoralidade e no pragmatismo,
descuidando-se da moral e da cívica, voltando-se
totalmente para o entretenimento a qualquer preço com
a única finalidade de derrotar o concorrente mais
próximo, consoante os famigerados institutos de
pesquisas na guerra insana da audiência.
A "erotização" do cotidiano nacional levado a efeito
pela mídia, chegou a tal ponto que o homem comum,
simples e de pouca formação cultural sente dificuldades
para se manter firme dentro de uma conduta
comportamental compatível com a sociedade, isenta da
violabilidade, da intimidade e do legítimo direito que as
mulheres possuem de "irem e virem". Daí, a
assustadora audiência que os programas policiais
desfrutam atualmente por narrarem os casos de
abordagem sexual e estupros mais escabrosos.
Aumenta a cada dia, desmesuradamente, o número
de abordagens em lugares públicos, casas de
espetáculos, interior de ônibus, assédios sexuais,
estupros seguidos de morte, casos de sedução, com a
promiscuidade sexual campeando solta e elevando a
níveis alarmantes a contaminação da AIDS na nossa
população, a qual é formada em sua grande maioria por
adultos "jovens", que é justamente a faixa etária preferida
pela afecção que se denominou chamar o mal do século.
A sexolatria é uma constante na vida do brasileiro. Ora,
conhecida bailarina, integrante de grupo musical de expressão
310
nacional, adquiriu sua fama e pequena fortuna mostrando de
maneira totalmente excitante e despudorada a sua região
glútea hipertrofiada, fazendo exclusivamente da lascívia o meio
do seu enorme sucesso, o que vem sendo imitado por outras
bailarinas menos desavisadas e aplaudido pelo segmento
incauto que integra a sociedade como um todo.
O clima erótico produzido peia mídia brasileira
assemelha-se aos antigos cultos pagãos, como o culto do
bezerro de ouro semelhante ao clima que o legislador Moisés
que conduzia o povo judeu pelo deserto, presenciou ao descer
do Monte Sinai com as tábuas da lei que o próprio Deus
escrevera na pedra com fogo, para serem estatutos
perpétuos para que o seu povo pudesse ter unidade interna,
mantendo coesão face às grandes dificuldades que teriam que
se deparar por ocasião do seu projeto de se instituir como
nação e como país na obtenção da terra prometida, cuja
aspiração não teria chegado a bom termo não fora a ajuda da
Divindade. Devemos compreender que a "empreitada" do povo
judeu chegou até a condução de Moisés devido a tradição oral
legada pelos pais no contato direto com a Divindade, como
ocorreu com Abraão, Isaque e Jacó, todos patriarcas do povo
eleito pelo Senhor.
Observa-se nesta passagem bíblica que Deus teve o
cuidado de localizar o culto religioso totalmente em cima da
sua pessoa para que o povo não se dispersasse absorvido
pela multiplicidade dos cultos pagãos, que por sua vez
impediriam a "centralidade" de crença e costumes
311
necessários à formação do Estado e da Nação Israelitas que
viriam depois.
Em outras passagens do mesmo relato bíblico,
observamos sempre que o povo perdia a sua unidade em
torno dos parâmetros morais de crença e costumes herdados
dos seus ancestrais e que viabilizavam o cumprimento da
promessa feita pela Divindade a Abraão e aos demais
Patriarcas; o país se fragmentava como foi o caso da divisão
em dois, um formado por 10 tribos e outro formado pelas duas
tribos restantes, todas oriundas dos 12 filhos do Patriarca
Jacó, neto de Abraão.
No caso do Brasil, em analogia com o exemplo
bíblico, a mídia tem realizado inúmeros "cultos", a saber:
o "culto" da Angélica, o "culto" da Xuxa, o "culto" do
Sílvio Santos, o "culto" do Gugu, o "culto" da Ana
Maria Braga, etc, e, o "culto" da região glútea da Carla
Peres, etc, etc, Podemos, todavia, louvarmos o "culto"
do gordo Jô Soares, devido ao fato de sua perspicácia
em prol da inteligência nacional; e, no setor do
telejornalismo, Bóris Casoy, que de quando em vez
chama a atenção das distorções governamentais, porém,
sempre aquelas que dizem respeito aos interesses de
setores da elite que não fazem parte do Governo; se esse
jornalista não tivesse tal "pecado", suas informações
levadas aos receptores de TV de todo o país adjetivariam
de forma total o seu discurso.
312
Se as forças caóticas da mídia fossem utilizadas
apenas com a finalidade de manter o povo entretido com
os "bezerros de ouro", a fim desse mesmo povo ficar
anestesiado ou narcotizado com emoções superficiais e
bizarras desprovidas de ética e inibindo reivindicações de
caráter social. Procedem como os ditadores romanos que
usavam o circo para entreter o povo. Tal situação
bastante lamentável do ponto de vista da formação
saudável e do espírito responsável, necessários ao
progresso, é agravada quando essas citadas forças
caóticas utilizam da informação para compor uma
espécie de script informativo visando a manutenção do
status quo, nivelando a opinião pública, mantendo os
questionamentos progressistas dentro da faixa de
controle das correntes conservadoras interessadas na
continuação dos privilégios, embora às custas do
insucesso da elaboração de um projeto nacional que
contemple o bem-estar para a maioria da sociedade
brasileira engajada, e sem as amarras indevidas, injustas
e descabidas, do artificialismo gerado pelo Estado
Mecanicista.
Saindo do aspecto geral para o particular, notamos
a cultura, a ciência, a universidade, todas localizadas em
um canal de pouquíssimos recursos que, no Estado do
Ceará, recebe o nome de TV CEARÁ, fazendo parte de
uma rede de caráter nacional, que nunca foi
contemplada com investimentos compatíveis com a sua
importância na formação de uma onsciência nacional
(populacional), compatível com os elevados propósitos
313
que um país necessita ter para colocar a "cabeça" para
fora da malha de dominação cultural, científica e
econômica exercida pelo Grupo dos Sete, melhor
dizendo, dos países mais ricos do mundo industrializado.
Na rede educativa o privilégio que se dá aos artistas que
militam na arte dramática por influência das novelas é
tão grande no que diz respeito ao tempo alocado para
entrevista, ou mesmo, o tempo permitido para
divulgação do seu trabalho, que os apresentadores quase
que cochilam enquanto os atores enfadam os
telespectadores. Já no caso da apresentação ou
entrevistas de artistas plásticos, músicos, ou mesmo
professores, advogados, médicos, escritores, engenheiros
ou cientistas, o apresentador informa de quando em
quando que o tempo está esgotado.
Uma mídia que peca pela superficialidade, que
gasta enormes recursos na promoção do erotismo e do
homossexualismo, na promoção pessoal, na divulgação
de noticias deletérias do ponto de vista da moral, da
cultura e da ciência, desprovida de senso ético e estético,
voltada exclusivamente para a manutenção do
establishment, dos privilégios, da "festança", da
micareta e do futebol. A nosso ver, é um desperdício
muito grande de numerário que, se fosse usado na
generalização da divulgação dos procedimentos de
medicina preventiva, contribuiria sem dúvida para
diminuir a níveis desprezíveis o descalabro a que chegou
a Saúde, quase que totalmente entregue à conduta
curativa, a qual por sua vez não vem sendo realizada
314
pelo Governo devido à situação pré-falimentar do Estado
Brasileiro, levada a efeito pelo Estado Mecanicista que
insiste na descapitalização do país. Esclarecemos que no
atual Plano Real o endividamento interno e externo
passou de 120 bilhões para quase 500 bilhões de
Dólares, portanto, mais da metade do PIB.
Se 10% da mídia fossem usados na divulgação da
medicina preventiva, a economia que poderia ser feita
para redução do real déficit público representaria o
bastante para a "zeragem" desse déficit. Devemos
lembrar que o tão alardeado déficit público, (por parte
dos economistas), se deve ao déficit público nominal,
que é a soma do déficit público real mais a conta
colossal de pagamento de juros.
A redução dos gastos com a Saúde, como foi
afirmado no parágrafo anterior, seria exponencial devido
ao fato desse setor governamental influenciado e
planejado pelos técnicos idealizadores e controladores do
modelo de assistência médica nacional, totalmente
inadequado, cujo fator relevante de distorção é o fato de
privilegiar-se uma tabela de procedimentos médicos que
na cirurgia funciona como uma "tabela de açougueiro",
dificultando o discernimento cirúrgico porquanto a
mesma tem a pretensão de tornar totalmente objetiva
uma conduta cirúrgica que exige reflexão e estudo,
conforme a natureza do caso, dentro do elevado conceito
médico de que "a medicina não é matemática", e, a
315
sua "matematicacização" pode incorrer em prejuízos
para o paciente, para o Estado e para o contribuinte.
Como vimos no capítulo que trata da Saúde, o
modelo de assistência médica consequente à implantação
do Estado Mecanicista há cerca de quase três décadas,
elevou enormemente o desperdício de verbas destinadas
à Saúde, assim como aumentou o número
desmesuradamente das iatrogenias (doenças causadas
pelo uso indevido da medicina) e dos erros médicos.
Uma mídia sem compromisso com a instrução,
como meio de entretenimento, como forma de prazer
saudável, hígido e eutrófico, presta um enorme
desserviço à nação, mantendo a ignorância,
despertando para o prazer oriundo de emoções
desordenadas, tirando o indivíduo do equilíbrio biopsíquico e social, afastando-o da faixa de variação
intelectual, emocional e espiritual, que conduzem para o
processo ou atividade econômica formal, ético e
participativo, que beneficia a sociedade como um todo.
Uma mídia baseada exclusivamente nos índices de
audiência fornecidos pelos famigerados institutos de
pesquisa, sempre ao lado dos candidatos estabelecidos
"eleitoralmente". Em um país impedido de se bem
colocar no contexto das nações que já resolveram os
problemas do analfabetismo, da elevada criminalidade e
do engajamento econômico dos municípios, na
"cidadanização" do capital de giro (capital do cidadão)
316
necessário ao incremento dos negócios e dos
empreendimentos, que na sua totalidade trariam a
independência econômica, vive submetido ao disfarce ou
burla decorrente da gigantesca pantomina que é mais
uma "camisa de força", agora, informativa, que
somada a amarra dos juros elevados às amarras
cambial,
do
endividamento
galopante
e
progressivo, de contenção e insuficiência do meio
circulante, do cartão de crédito ou do ticket, etc,
contribuem de maneira ímpar para o Estado Autofágico
(já estudado em capítulo anterior), que mostrou a
acelerada destruição dos valores éticos, morais,
culturais,
intelectuais,
políticos,
científicos,
religiosos e econômicos, a que assistimos na
atualidade brasileira.
A mídia por ser um poderoso meio de instrução
deveria ser usada com objetivo exclusivo de levar o país
para um destino feliz e de progresso material, para a
vitória com base em plano decorrente de ideologia
brasileira constituindo um projeto para o país, a serviço
do mesmo e do seu povo, guardando total isenção em
relação a projetos de outras nações, facilitando assim a
formação da nossa consciência com relação às nossas
tradições, a unidade lingüística, a preservação da cultura,
o avanço da educação, o desenvolvimento de tecnologias
próprias e do desengajamento da nossa economia das
vertentes de outras economias, que minam endógena e
exogenamente (pelo "lado de dentro" e pelo "lado de
fora"), todas as nossas tentativas de organizar uma
317
estrutura econômica própria sem a qual é impossível
manter unidade, identidade e verdade da nação, em um
mundo que marcha aceleradamente para a globalização.
A mídia precisa colaborar através da função que lhe
é específica para preservação dos nossos valores morais
e culturais, como forma da sua própria preservação,
porquanto a sua absorção por grupos de comunicação
internacional que levaram de reboque a identidade dos
grupos de comunicação nacional, que têm a sua própria
personalidade e especialidades, como decorrência da
militância em país singular detentor de cultura
diferenciada e totalmente diferente de outras
nacionalidades. O papel que a mídia deverá ter
necessariamente será o da contribuição relacionada com
a coesão da nação em torno dos seus próprios valores e
de suas raízes que se perdem no passado, que estavam
internalizadas no subconsciente do seu povo, que a
nosso ver é a única maneira de preservar-se o país da
fragmentação e da absorção com perda do que se
adquiriu até agora pelo processo da globalização regida
pelas nações hegemônicas.
Finalmente, não interessa a ninguém, indivíduo
ou instituição, uma desestruturação interna que só
acarretaria uma fagocitose ("englobação" de partículas),
e nunca uma simbiose interativa num mundo que se
"globaliza" cada vez mais devido às tecnologias
avançadas de comunicação, de transporte, de informática
e de robotização.
318
DECIMO SEXTO CAPITULO
319
320
NA ETICA E NA MORAL
321
322
323
324
NA ÉTICA E NA MORAL
A Moral, do ponto de vista teórico, é a ciência que
disciplina os atos ou procedimentos humanos
tendo em vista o seu fim último. Como o fim último se
identifica com a Perfeição, a Moral se encarrega através de leis
universais oriundas da lei natural a reger a conduta humana
dentro dos padrões estabelecidos por ela.
Trata-se de ciência prática, mas que comporta reflexões
profundas a respeito de sua essencialidade e de sua
metafísica.
A Moral do lugar decorre da Moral universal, e se
relaciona com os costumes, tradições e religiões do dito lugar.
A sua aplicação nas diversas vertentes da atividade
profissional e no comportamento humano é denominada Ética.
É certo que a Moral, incidindo no comportamento
e na atividade prática que inclui as profissões e o
trabalho de uma maneira geral, necessita de um
substrato, plataforma ou veículo, ou seja, uma base onde o
elemento humano possa atuar dentro dos padrões de
moralidade e racionalidade.
325
O composto humano como o grande "libertado" da
Natureza, já que os demais animais por serem ligados à
mesma não estão incluídos nem na Moralidade e nem na
Racionalidade, devido ao fato de que a Moralidade decorreu da
Liberdade trazida pela Racionalidade, necessita de substrato
mais complexo do que os outros animais pelo fato de que o
homem ao longo do processo histórico da Razão teve, por
esta, a obtenção de várias conquistas no que tange consoante
alguns exemplos, à habitação, à comunicação, ao vestuário, à
educação, ao entretenimento, ao lazer, às obrigações sociais e
familiares, à constituição e manutenção do patrimônio
imobilizado, ao pagamento de impostos, à poupança e à
aposentadoria, que fazem do fator financeiro e da liquidez
decorrente do mesmo na modernidade, o habitar ou viver em
meio que o possibilite tirar do mesmo, através da Razão
com base na Moral, os meios para fazer ou manter a sua
existência.
Esse "atuar" civilizado está situado dentro dos limites
permitidos pela anatomia, histologia, fisiologia, psicologia e
metabolismo que englobam a Moral e a Razão, tendo-se em
vista que estas foram internalizadas no ente humano
fornecidas pela Moral do lugar.
A manutenção da "existência", ou seja, do "existir",
implica em "o elemento humano tirar, pelo trabalho do meio
em que vive, os recursos que necessita a fim de que possa na
sua comunidade manter-se com a dignidade que a Moral do
lugar exige do indivíduo e da sociedade."
326
Como o elemento humano engajado no Estado Brasileiro de há
muito superou o estágio tribal, cujos negócios ou outras
relações se davam através de trocas, e necessita agora da
moeda ou meio circulante para poder receber o seu salário
ou realizar seus empreendimentos, tem sua bioquímica e sua
biofísica alteradas pelos estímulos exógenos da realidade sócioeconômica incompatibilizada com a sua programação interna
resultante da Moral e da Cultura. Referidos estímulos penetram
no indivíduo pelo córtex cerebral, gerando destarte um
conflito que desencadeando um distúrbio serotonínico,
(alteração da condução do estímulo nervoso via sinapse
nervosa), mantém o elemento humano em estado de
perplexidade e de ansiedade crônica.
Quando perplexo o indivíduo homo economicus tem
totalmente "zerada" a sua atividade. E, quando ansioso, se vê
diante de psiquismo inadequado cuja interpretação é
compatível com enorme compressão psíquica por parte da
realidade que o faz deixar de respeitar e compreender etapas
importantes da atividade econômica, advindo dessa situação o
insucesso com sua repercussão na auto-estima, gerando
angústia com mais ansiedade e perplexidade num feed-back
que só é desfeito por um profissional habilitado na área da
psiquiatria.
Nos indivíduos mais primitivos que ainda não passaram
ou adentraram ao estágio da Moral, o seu comportamento é
Totalmente decorrente da pressão social advinda
do meio, pelo fato da não existência de Formação Ética a
327
priori oriunda da Moral do lugar, funcionando nesses
casos como uma "proteção" que a sociedade possui para
manter a harmonia ou limitar os conflitos, impedindo a
violência nas mais diversas formas, (estupros,
sequestros, roubos, estelionatos, prostituição, abandono
da família, alcoolismo, etc).
Portanto, temos aqui um feed-back causado pelo
lado de fora da realidade, (objetivo), pela insuficiência de
meio circulante; e, pelo lado de dentro, (subjetivo), pelo
estado de perplexidade e de ansiedade, diminuição da
auto-estima fazendo aparecer o comportamento amoral
primitivo ou simplório, que impede a economia de
resultados por perturbar a harmonia do meio, gerando
a violência e os conflitos de toda ordem.
Desde já, fica compreendido de maneira clara,
nítida e insofismável o ponto de encontro, ou seja, a
linha demarcatória entre o comportamento econômico, o
comportamento ético e a insuficiência do fluxo
monetário, isto é, a diminuição do meio circulante como
elemento gerador de coações e de todo tipo de
constrangimento, trazendo a compreensão da escalada
acentuada de violência após a implantação da âncora do
meio circulante, um dos "pilares" do Plano Real.
Não podemos deixar de lembrar o fato embora
menos comum, de que o indivíduo portador de distúrbio
serotonínico desencadeado por pressão sócio-econômica
excessiva pode levar exagerada ou patologicamente
328
a sério a sua profissão, chegando mesmo até ao crime
como vimos no caso do Soldado de Polícia RAMBO que
matou um inocente por ocasião de uma "blitz" realizada
numa favela da cidade de São Paulo, por discernir de
maneira inadequada o comportamento de um dos
revistados. A nosso ver, tal crime se deu devido a
distúrbio serotonínico por parte do citado policial.
O exemplo citado anteriormente, que teve
repercussão nacional e internacional, para melhor ser
compreendido necessita da informação fidedigna, pois o
Soldado RAMBO era tido como pessoa benquista em sua
comunidade, sem "antecedentes criminais" e membro
atuante de determinada denominação evangélica,
portanto, era conhecido no lugar como indivíduo
generoso e prestabilíssimo.
Como o Estado Mecanicista é fundamentado na
ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, nos dá a
impressão de ser todo poderoso e faz surgir na mente
da população o pensamento de que "fora da sua
proteção não há salvação". Tal forma de pensar, que
é inibidora da auto-estima, dá lugar ao pensamento
antieconômico de que "ao Estado devemos
depender*, haja vista a condição irreal que o mesmo
criou em torno de si próprio, tornando a todos vassalos
por trás da membrana da democracia política,
epidérmica, que agora através de defensoria pública
procura passar a impressão de que a população pode se
defender desse mesmo Estado através do Poder
329
Judiciário lerdo, amarrado que é, por uma lei processual
conservadora e mantenedora do status quo. Tal
pensamento, como vimos, desencadeado na mente
coletiva do ponto de vista da Moral, ou seja, da coesão
interna que deve ter a mente econômica resultante da
aprovação da sua conduta pelo próprio super-ego, como
foi estabelecido por Freud, impede a nitidez com que é
avaliada pelo próprio indivíduo a sua responsabilidade
por si próprio, levando-o à despreocupação da sua
individualidade econômica, fazendo com que ele busque
na acomodação, no parasitismo, no nepotismo, na
corrupção e na violência, ou seja, na indignidade, os
meios para sua sobrevivência, é obrigado pelo Estado
Mecanicista a fazer concessões ao seu Código de Ética e
Moral, que foi internalizado pela religião e pelos
costumes desde a época do descobrimento, gerando o
conflito psicológico e suas conseqüências, ansiedade e
depressão, que tornaram o Brasil campeão mundial do
consumo de psicotrópicos.
O psiquismo brasileiro vive em constante e exausto
processo de compensação que por insuficiência de meios
normais, ou seja, de racionalização diante das pressões
abissais se vê obrigado a fazer uso da saída do
mecanismo do narcotismo, (consumo exagerado),
alcoolismo, psicofarmacoterapia, separações, divórcios,
etc.
A economia de resultados, isto é, a economia prática,
ao contrário da economia acadêmica, tecnicista e
330
tecnicida que canaliza a moeda brasileira para a
especulação internacional, precisa para se instituir de
estabilidade psicológica, impossível de se verificar em um
país com um corpo estranho, ou seja, um Estado
Mecanicista a parasitá-lo e a torná-lo sujeito às pressões
abissais da economia internacional, subordinada às
bolsas mundiais, que especulam quantias colossais numa
atividade
antiética
por
excelência,
baseada
exclusivamente na liquidez, na informação, no
imediatismo e na esperteza de seus beneficiários.
Neste contexto o lazer excessivo, o sexo em
demasia, a "festança", a "gastança" - (desperdício) e o alcoolismo acabam de completar o quadro que
impede a poupança e a atividade produtiva que exigem
disciplina interna e autocontrole, que só se conseguem
através das virtudes impedidas de se fazer ou se manter
pelas religiões, as quais encontram dificuldades no
ensino da Moral Religiosa, atrapalhadas que estão pelo
intenso trabalho de degradação moral promovido pelo
Estado Mecanicista Brasileiro ao atuar de maneira
desastrosa
incentivando
a
licenciosidade,
a
promiscuidade e até a imoralidade como vemos nas
campanhas relacionadas com as doenças sexualmente
transmissíveis, particularmente no caso das campanhas
da
síndrome
da
insuficiência
imunológica
adquirida e conhecida popularmente com o nome de
AIDS.
331
Tal insistência por parte das autoridades do Estado
Mecanicista se deve à tentativa de se desmobilizar e de
inibir a atuação das massas que quedam sem força, sem
coesão interna, sem vontade, sem tônus psíquico,
inebriada e embriagada na orgia da permissividade
totalmente "desenergizada", portanto, sem condição
de conceber ou empreender modelo econômico
alternativo de libertação.
Através da humilhação que destrói a auto-estima e
da erotização excessiva que aniquilam a família, o Estado
Mecanicista desmobiliza grande parte da sociedade cuja
reivindicação poderia causar danos a seu projeto de
eternização e parasitismo.
O leitor, às vezes ao descortinar o panorama atual,
(a atmosfera bio-psíquica e social da realidade brasileira),
se sente muitas vezes constrangido diante da elevada
incidência de criminalidade, de exclusão social, de
prostituição infantil e de colossais escândalos econômicofinanceiros veiculados na grande imprensa falada e
escrita do país. Muitas vezes, chega a pensar ser o
brasileiro um imoral, um aético integrante de uma subraça portadora do gene do mal esquecendo-se de que a
Moral para ser instituída e exercida em toda a sua
plenitude necessita das condições básicas sócioeconômicas já referidas anteriormente, e que alteram o
comportamento humano dependendo da sua existência
ou não, com maior prevalência naqueles indivíduos
extrovertidos, (vertidos para fora), portanto, que reagem
332
"para fora" todas as vezes em que se sentem
pressionados por uma situação externa de caráter
opressor, surgida de maneira abrupta, melhor dizendo,
que não havia sido antes analisada ou assimilada. Puro
engano! Estamos dentro ou nos quedamos imersos numa
situação
técnico-econômico-burocrático
altamente
opressora que não fora a índole simples e bondosa do
brasileiro, devido a sua característica de raça em
formação, já teríamos chegado ao banho de sangue a
que outros povos chegaram, mesmo levando-se em
consideração que o Estado Mecanicista quando causa
distúrbios serotonímicos, o que é muito comum, produz
no indivíduo o estado de perplexidade que muitas vezes
é confundido com espírito de acomodação ou mesmo
covardia.
A nomenclatura hermética da Medicina tem servido
ao Estado Mecanicista para encobrir a destruição em
massa de brasileiros de todas as camadas sociais em
ondas compatíveis com os pacotes ou reajustes
econômicos levados a efeito pelo Estado Brasileiro
sempre que a debilidade econômica crônica do país,
decorrente das razões apresentadas em capítulos
passados, ameaça a economia nacional com períodos de
"agudização" com iminência de morte súbita.
Toda uma geração de pessoas viáveis econômica e
culturalmente, portanto, todo o contingente de homo
economicus em potência e em ato, tem sido sacrificada
pelos pacotes ou planos econômicos de estabilização,
333
cuja única finalidade é a manutenção das oligarquias no
Poder.
A Ética e a Moral são internamente impedidas de se
manifestarem pelas pressões externas do ambiente
econômico, acadêmico e "tecnicista", levadas a efeito
pela técnico-burocracia sob obediência da antiética e da
imoralidade encasteladas no Poder Político. Veja-se,
como exemplo, o próprio Presidente da República do
nosso país que é refém dessas forças técnicoburocráticas, e que num de seus discursos disse: "o
Presidente não pode dizer tudo o que sabe", (para
o bem do próprio país !?)
O artificialismo do Estado Mecanicista é o mecanismo
retardatário com que a oligarquia faz uso para se manter
no Poder, sabedora de que "o poder vem da verdade
e da dignidade", e que estas não podem ser
escondidas por muito tempo em confronto com o
preceito bíblico "que não há nada escondido que não
venha ser bradado na multidão".
Consoante o que foi descrito até aqui, a Moral
impedida de se manifestar pelo artificialismo do Estado
Mecanicista ao usar as antiética e imoralidade das
oligarquias, estoura na frustração e nas inúmeras
"patologias", alvo do estudo realizado no capítulo relativo
à Saúde, contribuindo assim para o aumento da renda
per capita pela via da dizimação em massa da
população na formação do Estado "Patogênico",
334
(Estado causador de doenças), recurso utilizado agora,
escandalosamente, como controlador demográfico.
Dentro desta perspectiva surge o efeito da
banalização do crime. Como conseqüência da
dificuldade que a Moral tem de se manifestar na
indignação decorrente do distúrbio serotonínico causado
pelo Estado Mecanicista, aliado ao fato estatístico do
crime como regra, e não, do crime como exceção, como
ocorre no nosso país em profundo desacordo com a
estatística de outras nações.
A Moral da mídia foi tão duramente atingida pelo
Estado Mecanicista, que ela (a mídia) se utiliza da
criminalidade para a conquista de audiência sem veicular
a denúncia da causa básica ou primária do delito fruto do
tecnicismo e burocracismo impiedosos, se servindo da
putrefação resultante do Estado Autofágico à semelhança
de saprofitas, hienas ou chacais, totalmente divorciada
da Ética e da Moral, único meio de se chegar ao
verdadeiro entretenimento, informação e educação, que
é o objeto dos meios de comunicação de massa.
Chegamos, portanto, ao estágio da imoralidade
sem retorno devido ao feed-back que gira sempre e
voltando ao ponto de partida, que de maneira nenhuma
penetra no interior da questão primária que solucionaria
todas as outras, as quais são conseqüência daquela, que
não abordada com propriedade, impede a solução do
problema, que é mascarado pelo artificialismo e
335
pragmatismo que sufocam e impedem o aparecimento da
inteligência na abordagem, equacionamento e solução da
questão brasileira.
Vivemos dias de involução psíquica e moral, pelo
fato de estarmos girando em círculos periféricos trazidos
a nós por modelos teóricos inadequados do ponto de
vista das verdades subjetiva e objetiva do país, que
foram desprezadas a partir do Movimento Positivista
de 31 de Março de 1964, o qual teceu tecnicamente
uma armadura que impede o surgimento expontâneo, ou
mesmo através da abordagem semiológica, do cerne, ou
seja, o "NÓ DA QUESTÃO".
Quando o país democratizou-se do ponto de vista
político, faltou competência por parte do segmento
político na compreensão e desmonte do que se
convencionou chamar neste ensaio de O Estado
Mecanicista.
A bem da verdade, esta parafernália técnicoburocrática ainda se encontra funcionando com todo o
esplendor, que de maneira autônoma infelicita o
brasileiro mantendo-o numa rede impedidora da
atividade individual e coletiva e que, bloqueando a
emoção, impede a manifestação da Moral nos
procedimentos executores do progresso individual e
coletivo.
336
Tal bloqueio chegou a um ponto que é preciso uma
nova ordem baseada numa filosofia construída com os
elementos positivos da Moral Nacional para que
possamos dar início ao processo de feitura (cristalização)
do sistema teórico que nos possibilitará sair do concerto
de crises sucessivas que impedem o Estado Brasileiro de
encontrar-se a si próprio, ou seja, de conhecer-se na
atualidade, e, com base nesse conhecimento fazer uso
do mesmo na obtenção dos valores que necessita para
se manter em equilíbrio moral e ético no mundo moderno.
Valores que possibilitam, portanto, a reflexão e o estudo
de alternativas que desamarrem seu povo das cadeias
limitadoras da expressão do espírito, impedindo-o de vir
à tona em face do constrangimento imposto à Moral
tradicional integrada à nação.
Deverão levar a Moral, a Cívica e a Democracia
até a exaustão dentro da lei a ser reformada consoante a
Moral e a Razão.
O monecentrismo (valor excessivo dado à moeda)
terá que dar lugar ao laborcentrísmo (valor dado ao
trabalho), tirando o país do impasse do modelo neoliberal
que privilegiando a produtividade em detrimento dos
trabalhadores excluirá, forçosamente do mercado, um
grande número de consumidores, e aqueles, agora
desempregados, serão impedidos da participação
econômica, tornando o país escravo das tecnologias
estrangeiras vindas a existir pelo investimento do capital
milenar que exerce influência arrasadora sobre as
economias
emergentes,
inviabilizando
337
economicamente e, por conseqüência, os pobres e
as nações no modo moral, impedindo-os de se
instituírem como grupos humanos partícipes
econômicos, mas, de maneira independente.
O meio circulante não poderá ser provido sob
a forma de crédito, e sim, através do trabalho sob a
forma de obras de caráter estrutural e produtivo,
realizadas
nos
municípios
e
distritos
supervisionados por conselhos integrados por
membros das diversas classes sociais, religiões e
integrantes do Ministério Público, contratados ou
autônomos, e as empresas que vivam e militam há
mais de uma década no lugar.
Controlar seletivamente o câmbio, ou seja, a
transformação do Real em Dólar: renegociar as
dívidas interna e externa com juros constitucionais;
impedir a manutenção e formação de redes
televisivas e bancárias assim como as loterias
nacionais, tornando-as exclusivamente distritais e
municipais.
Incrementar massivamente a cultura e a
educação tanto primária como secundária, as
profissões de nível médio, e, o curso superior, o
qual deverá ser mantido e instituído com base nas
necessidades locais para esse tipo de prestação de
serviço educacional.
Observa-se que com as medidas anteriores, o
enfoque dado ao monecentrismo dará lugar ao
338
laborcentrísmo, responsável pelo progresso que se
manifestou nos países que privilegiaram o
trabalho, fonte de todo o capital. Não só do seu
surgimento, mas também da sua manutenção,
ampliação e diversificação dentro de um equilíbrio
que acabará sufocando o caráter especulativo, que
por sua vez é uma distorção gerada pelo
monecentrismo.
Com relação aos países que privilegiaram o
trabalho, podemos fornecer como exemplos o do
Japão e o dos Estados Unidos da América.
Restabelecida a Moral pela prática do
trabalho
que
internalizará
as
condições
psicológicas compatíveis com a dignidade e a autoestima teremos, então: o aparecimento no plano
do comportamento e da realidade externa; a Ética
e a Moral, respectivamente perdidas pelo país,
redundando no extremo do cotidiano prático, no
aumento do PIB, no aumento da renda per capita
capaz de ser sustentada, apesar da globalização
centralizada nos países desenvolvidos, tendo-se
em vista a grandeza continental e material do
nosso
país,
que
necessita
apenas
de:
alfabetização,
educação,
meio
circulante,
poupança individual e liquidez.
Com estas medidas virão, certamente, a
moral e a dignidade política tão esvaziadas nestas
últimas três décadas, com
conseqüências
339
catastróficas na economia, ou seja, a abundância
do fisiologismo, do clientelismo, do "empreiteirismo" e
de outros "ismos".
A cultura profundamente estabelecida pela
alfabetização e pela educação dará lugar ao
incremento dos negócios na própria área,
fortalecendo o elemento emocional do brasileiro
tirando-lhe da acomodação, da perplexidade, do
passionalismo e da violência, melhor dizendo,
afastando da desobediência às leis naturais e
legais, que deverão ser internalizadas, ficando a Justiça
para controlar apenas os casos que saírem do controle
social e grupai, tirando a mesma do sufoco do excesso
de processos que abarrotam o Judiciário. Quando
escrevemos este capítulo, assistimos pelo noticiário
televisivo o caso escandaloso do Edifício Pálace 2,
desmoronado e redundando na morte de 8 pessoas,
como um exemplo vivo da deterioração da Moral Política,
haja vista que o seu causador, como membro do
Congresso Nacional, e inclusive votando contra todas as
questões de anseio popular a favor do atual Governo,
cometeu grande desrespeito à ética das construções, ao
colocar areia de praia ao invés de areia de rio na
composição da argamassa formadora dos alicerces.
A Moral tem que ser exercida sociologicamente,
ou seja, pelo Código de Ética e Moral do lugar,
baseado nos costumes do mesmo, porque é uma
questão de controle subjetivo e objetivo do grupo
340
envolvido. Só os casos que escapem a esse controle
deverão ser objeto da justiça imposta pelo
Judiciário.
Não se pode hipertrofiar e especializar até ao
infinito o Judiciário para que possa controlar e julgar
os
casos
que
normalmente
deverão
ser
encarregados pelo superego individual e instinto de
grupo.
É muito comum ouvir-se no rádio as pessoas
indignadas pelos excessos de delitos ocorridos,
culparem o Judiciário como se pretendessem, dele,
a solução da questão básica do país como se ela
estivesse na dependência da Justiça, quando esta,
na atualidade, é uma das maiores vítimas do
desencontro moral que se apoderou do país após a
instituição do Estado Mecanicista, baseado no Dólar
e no seu lastro ilusório, haja vista que um país não
pode inundar o mundo de moedas por não poder ter
um
excesso
produtivo
tão
grande
cuja
correspondência em dinheiro produzisse a liquidez
de uma única moeda para o resto do mundo.
É a moeda brasileira que deverá ser o ponto de
partida da nossa economia. É preciso uma ruptura
total com o passado monetário com base no Dólar,
para podermos cuidar da nossa economia de acordo
com a dimensão do nosso imobilizado e potencial,
única maneira de levarmos o país a bom termo. A
341
população no seu ideal de bem-estar e no desejo de
superação de si própria, estados inerentes aos
grupos
humanos,
deverá
ter
dito
ideal
"capitalizado" pelas autoridades e não o contrário,
como tem sido feito ao longo dessas três últimas
décadas
pelos
técnicos
e
burocratas
do
monetarismo, que têm impedido o estruturalismo
da nossa economia em bases duradouras e
compatíveis com a nossa realidade sócio-cultural,
tornando-a retrataria a intempéries oriundas do
malogro e da intervenção de outras economias.
É preciso compreender que dissecando-se a
estrutura do PIB de qualquer país chegar-se-á
como última análise ao ideal de bem-estar da
população e ao desejo de superação de si própria.
A crise das bolsas que se desloca pelo mundo a
fora não abalará certas economias fortemente
estruturadas, como é o caso da China, da índia, da Suíça,
da Alemanha, da Austrália, da Dinamarca, etc.
(portanto, por acaso o leitor teria ouvido qualquer
noticiário de que as economias exemplificadas foram
"abaladas" ?). Voltando ao nosso tema, a Moral e a Ética
do Estado Brasileiro, desejamos esclarecer que a Moral
individual do brasileiro em nada é diferente da Moral do
japonês, do norueguês, do chinês, etc, apenas estes
contribuintes não estão submetidos a uma parafernália
técnico-burocrática e bancária que arrecada com
voracidade e distribui pouco injusta e perdulariamente.
342
Nenhum país do mundo até os dias de hoje, (pois
não há referência histórica), foi submetido em sua
continentalidade a uma camisa de força invisível de
natureza técnica, burocrática e bancária, (instalada pelo
Movimento de 31 de Março de 1964). Ora, o próprio
Império Romano, o maior desde a história conhecida,
não escorchava os seus cidadãos do modo como é feito
hoje no Brasil pelos computadores das redes bancárias
nacionais que cobram 58 impostos, (conta de água, tarifa
de energia elétrica, de telefone, multa de trânsito, etc.),
e arrecada para várias loterias nacionais, quase que
"cotidianamente", concentrando 10% do total das
apostas nas mãos de quem ganha, e 90% para os
cofres do Governo, assim como para certas
"organizações" conhecidas como: Papa-Tudo, PoupaGanha, Totolee, Baú da Felicidade, loterias "0900" do
SBT, da Rede Record, etc, esquecendo-se, ainda, os
juros altíssimos cobrados ao agricultor e às demais
classes produtoras, que incidem sobre a provisão do
meio circulante, que deve ser considerado como mais um
"imposto" devido ao fato bastante elementar de que
banco é um aparelho que puxa do meio circulante
dinheiro e empresta com uma taxa, que é o juro.
Com relação à arrecadação das loterias
mencionadas no parágrafo anterior devemos considerar
que aqueles 90% citados e oriundos das loterias
governamentais devem ser compreendidos como
mais um "imposto", o que configura totalmente de
maneira implícita e explícita a ditadura monetária,
343
bancária, fiscal e lotérica - (portanto, o Estado
Mecanicista).
O aludido Movimento de 31 de Março de 1964, na
época da sua instituição, submeteu o país através da
arregimentação de técnicos de visão focal e paroquial,
sem "panoramicidade", fazendo o povo brasileiro
"servir" ao Exército, cuja filosofia se baseia
exclusivamente no positivismo de Augusto Comte, que foi
exteriorizada pela tecnicidade computadorizada e
impiedosa que mata o entusiasmo, fonte de toda a
economia, pela manipulação excessiva e as regras do
pragmatismo inibidor da criatividade.
A Moral e a Ética, a vigorarem no país, deveriam ser
utilizadas nos seus componentes geradores da atividade
cultural e produtiva (econômica).
As autoridades deverão compreender que o
monetarismo e monecentrismo impostos ao Brasil
impedem a manifestação da Moral e da Ética, nos planos
da exteriodade familiar e social, entorpecendo o
espírito de iniciativa sem o qual não haverá nunca em
nosso país a necessária independência econômica, pois,
deixamos de dizer sonhada, porque o Estado Mecanicista
há muito tempo apagou o sonho do povo.
É preciso instalar-se o culto ao trabalho em
detrimento do culto ao emprego, do culto ao
"loterismo", do culto ao "empreiteirismo",
existentes como retroalimentadores das reservas
morais desgastadas por vários anos de iniquidade
344
monetária, privilegiadora da especulação, da agiotagem e
alimentadora do parasitismo e do exclusivismo.
O tônus psíquico do país está baixo pela
deterioração do sentimento imposto pelo modelo
tecnicista e tecnicida, "impedidores" da reflexão e da
compreensão para o encontro de saídas novas baseadas
na criatividade e engenhosidade.
O brasileiro precisa voltar a poder decidir o seu
futuro a fim de contribuir com o Estado na elaboração de
política econômica factível, cujo único propósito seja o de
assegurar o bem-estar e o mérito.
Não podemos continuar andando em círculos e nem
regredindo totalmente, isto é, voltados para o Exterior
sem construirmos uma economia natural (economia de
resultados), em bases nacionais, através do legado
grandioso deixado por nossos antepassados, que não
pode ser apagado de maneira nenhuma por uma mídia
imoral e submetida a interesses internacionais totalmente
opostos aos interesses do Brasil.
É imperiosa a libertação das cadeias do preconceito e
da informação em demasia que impedem a reflexão com
base na realidade do país, centrada em um projeto de
cor brasileira, o estilo brasileiro moreno-risonho,
improvisador e criador, uma das grandes armas que
temos para nos insinuarmos em uma realidade
econômica mundial impregnada e controlada em demasia
pela "transnacionalização" do capital exclusivamente
monecentrista.
345
Preservemos a todo custo as nossas tradições, os
nossos sentimentos, os nossos costumes, o nosso
"fazer" econômico, a Moral e a Ética brasileiras, para
nós mesmos, e, assim, negociarmos o excedente, tendo a
nossa moeda como ponto central do "Universo" que
iremos buscar com ajuda do espírito, fonte da força que
precisamos para resistir às pressões abissais ditadas
pelas "heresias" econômicas, voltadas exclusivamente
para o "fora" do país.
É preciso um equilíbrio rigoroso entre as forças
endógenas e exógenas, para podermos manter a nossa
coesão interna, o nosso espírito de país, {pois, uma nação
não pode viver só de corpo e membros, precisa ter cabeça,
cérebro, intelecto, inteligência e alma). Sem o que a Moral,
a Ética e a Economia não se aguentarão.
O Brasil se agüenta pela parte interna e não pelo
contrário, como se observa na estruturação do mal
fadado plano econômico da atualidade a fragmentar o
país em todas as direções, ou seja, no aumento da
criminalidade, na inadimplência, no elevado grau de
concordata, na falência das empresas, na elevação
progressiva do desemprego, na ampliação do déficit
público, no aumento continuado do déficit da balança
comercial, no incremento do arrocho fiscal, etc.
Estamos totalmente confundidos e perdidos num
vendaval que não passará a não ser que possamos
repensar o Estado Brasileiro na sua face interna, que é a
346
única que agüenta o país dentro da harmonia e da paz
necessárias ao recolhimento e, consequentemente, à
reflexão e análise que originam as políticas econômicas
adequadas e que produzem os superávits e a ordem,
tudo dentro da Moral e da Cívica.
A economia necessita de espíritos desarmados. O
canibalismo social, econômico e institucional produzido
no Brasil pelas ideologias econômicas e administrativas
importadas pelos técnicos do Ministério da Economia só
serve como massa de manobra a ser manipulada por
interesses aéticos detentores de objetivos diferentes
daqueles de que necessita o nosso país.
Cada vez mais se aproxima do fim a contagem
regressiva instalada pelo Estado Mecanicista, cuja bomba
relógio necessita ser desligada sob pena de não
podermos afastar a tempo da explosão, danificando todo
o aparelho produtivo, a moeda, a educação, a saúde, a
segurança, a habitação, necessários à manutenção da
civilização no nosso país. O gigante cambaleia, tem o
sangue parado na veia em descomunal congestão. O
pulmão enorme mal respira, vagueia pela escuridão sem
direção e sem mira. O gigante continental se dobra
diante de: caça-níquel infernal, malha arrecadadora
insana, inorgânica e imoral; de espasmos de dor se
arranca; e, na "parada circulatória", está a tranca que foi
posta por algoz.
347
É urgente que se dê na imensa multidão dos
municípios anemiados a "anóxia" monetária (falta de
perfusão), pois, já se percebe o início a autólise
(destruição de si próprio) das grandes, médias e
pequenas cidades, e distritos, impedidora em última
conseqüência do superávit da balança comercial.
É uma questão de decisão política e de ação
política. Ora, deixamos de dizer vontade política e ação
política porque ambas estão mais ligadas á economia.
Tal decisão e tal ação necessitarão da parte do
governante de elevada postura moral e de
legitimação da sua conduta perante o coletivo, só
possível através de um pacto nacional, transparente e
com divisão equitativa de sacrifícios, e com reexame por
parte do Judiciário e dos Cartórios de Protestos, Banco
Central e Serviço de Proteção ao Crédito, para tirar da
inadimplência os agentes econômicos individuais e as
pessoas jurídicas que foram vítimas de danos morais,
legais e cartonais causados pelo artificialismo e
tecnicismo que nem compatíveis com a economia de
primeiro mundo são, mas que mantêm de maneira eficaz
a nossa economia no quinto mundo.
Referidos danos, (mencionados no parágrafo
anterior), e que causaram a marginalidade produtiva
dos atingidos, necessitam de neutralização para que se
dê o novo engajamento econômico de modo que o país
possa se recuperar economicamente e ficar liberto dos
entraves monetaristas e monetários, escravizadores que
são em sua verdadeira realidade.
348
Nova realidade, novo “céu”. E não haverá nem
recordação, e nem subirá ao coração, pois, como diz
a Palavra Eterna, "surgirá o novo agora" apenas com
compromisso econômico dentro da Moral e da Ética,
lastreado pela verdade e justiça. Um país igualitário sem
prejuízo da hierarquia, com a meritocracia livre
perpetuamente do privilegio ultrajante.
Nova atividade política.
Nova economia. Novo Estado. Uma nação revigorada
agora pela longa noite da escravidão econômica tecida pela
tecnocracia, que nem de longe foi apontada e
esclarecida pela Constituição.
Nova vida, novo "espírito".
349
350
DECIMO SETIMO CAPITULO
351
352
NO BEM ESTAR
353
354
355
356
NO
BEM–ESTAR
Antes do chamado Movimento Militar de 31 de Março
de 1964, o Estado Brasileiro era submetido a um
capitalismo do "segundo" grau - (era Kubitschek).
Fazendo-se uma analogia do bem-estar resultante
do modelo exercido naquela época com a qualidade de
vida do cotidiano que hoje vivemos, somos obrigado a
constatar a brutal piora na qualidade de vida apesar da
economia ter passado da 49a. economia à 7a. economia
do planeta.
A chamada integração nacional levada a efeito
pelos meios de comunicação e de transporte foi
constituída para, através dela, podermos reger a grande
"orquestra sinfônica" da municipalidade. No entanto, ela
está permitindo a "desmunicipalização" do país e o total
domínio econômico do município e do distrito pelas
razões já expostas neste ensaio, aliado ao fato de,
sobretudo, ter sido parte integrante do processo
produtivo de cada um deles.
Os municípios viviam em harmonia com a sua
cultura, suas potencialidades e sua produtividade, sem
trazerem prejuízos à sua receita, inclusive porque a sua
357
instituição e estruturação econômica se baseavam nos
elementos trazidos pela colonização do país de que relata
a história e que se deu de maneira lenta e gradativa, que
em processo expontâneo de base sociológica e antropológica,
gerava o seu desenvolvimento, enquadrando-o como
fonte produtora e arrecadadora do país.
Com a sofisticação técnica imposta pelo modelo
artificial do Estado Mecanicista estão se apagando as
culturas locais e regionais dando lugar a uma
uniformização da conduta de suas populações, sugerida
pela imposição de comportamentos incompatíveis com a
Moral e os costumes do lugar, e tendo, ainda, a indução
das populações municipais a anseios e comportamentos
que não se harmonizam com a economia do lugar. Este
fenômeno desestruturou em grande parte a economia
municipal ainda portadora do processo de produção
artesanal, deixando-o a mercê da conhecida liberação de
verbas federais pelos deputados, que na sua grande
maioria eram levadas para projetos de faixadas com base
no mais rigoroso clientelismo e fisiologismo, portanto,
sem o retorno econômico do ponto de vista da economia
estrutural. Tais liberações, cada vez maiores,
contribuíram para tirar o município da sua vocação
econômica própria no que diz respeito às suas
peculiaridades de como fazer a economia produtiva.
Assim, tornou-se o município totalmente dependente da
prefeitura quando, ao contrário, deveria ser em termos
do superávit fiscal que por sua vez deveria ter, e que
358
seria o prescrito pelo
administrativo.
bom senso econômico e
O prefeito doravante ao invés de se constituir um
líder que reunindo os diferentes segmentos da sociedade
municipal, como acontece normalmente em qualquer
lugar do mundo, para engajá-los em projetos de
desenvolvimento do lugar, passou a ser um "solicitador"
de verbas para execução de projetos elaborados por
instituições sediadas próximas do Poder Central,
(Brasília), sem a participação e engajamento dos valores
da sociedade local e muitas vezes tocados por
empreiteiras de grande porte que não têm nada a ver
com a economia do lugar.
O artificialismo econômico resultante, portanto, sem
respeito à cultura e à sociologia do município, além de
"desestruturar" a economia do lugar causou desconforto
psicológico e baixou a qualidade de vida que depende em
95% dos casos da economia estruturada da região que
deveria viver em harmonia ou modo contínuo, como
acontecia desde a época da colonização até o tempo em
que tínhamos regendo o nosso país o capitalismo de
segundo grau mencionado anteriormente.
A qualidade de vida nada tem a ver com a
excessiva sofisticação tecnológica e tecnocrática, as quais
quando chegam não podem atuar de maneira abrupta
para não desestruturar costumes e práticas econômicas
vigentes, simples, mas que dão resultados.
359
Hoje, a grande maioria dos municípios brasileiros
é dependente das suas respectivas prefeituras devido ao
fato de terem mudado o seu comportamento econômico
e seus munícipes terem internalizado a cultura da
dependência municipal pela "prefeiturização" da moeda
instituída pelas verbas federais, canalizadas para
objetivos simplórios, antieconômicos, sem a preocupação
com
a
estruturação
da
economia
produtiva
necessariamente autônoma e não dependente do poder
político municipal.
A falta da economia estrutural produtiva, municipal
e autônoma permitiu o capitalismo de "terceiro" grau (ou
extremado do modelo atual) que produziu o "sufoco
nacional", ou seja, a redução do bem-estar a níveis
desprezíveis.
Tal capitalismo, que cultua a poupança como valor
principal, esquece que só se pode poupar o excedente do
que se precisa para manter as atividades básicas em
compatibilidade com o bem-estar.
Outra faceta desse capitalismo extremado é a
inibição da atividade produtiva pela insistência da
elevada freqüência com os grandes prêmios lotéricos que
inibem a preocupação com a produção, impedindo o
bem-estar gerado pela prosperidade, levando para a
fantasia da "sorte grande", e conduzindo a população
para o raciocínio mágico que é o inverso do raciocínio
econômico.
360
Se levarmos em consideração que os diferentes
jogos e loterias, que semanalmente, alguns até
diariamente como é o conhecido "jogo do bicho", são
bancados no país com farta presença na mídia, como é o
caso da loteria da Caixa Econômica Federal, quase que
impossível de premiar pelo fato de ser multiplicação de
probabilidades que chegam próximo a zero, mostrando
suficientemente que as populações que poderiam estar a
procura do bem-estar como conseqüência da liquidez
resultante da produção, da comercialização e da
prestação de serviços, os mais diversos de acordo com a
sua vocação, estão sendo vítimas de um gigantesco logro
que além de impedir a formação da sua independência
econômica ainda surrupia o seu dinheiro, haja vista que a
possibilidade de que ela venha a acertar a sorte grande é
quase impossível como vimos pelo conceito de
multiplicação de probabilidades, (já referido).
As loterias governamentais de âmbito nacional se
constituem, na realidade, em mais um "imposto" que
causa a esperança ou delírio da sorte grande mas que se
revela em mais um mecanismo de manipulação e
dominação econômica do Estado Mecanicista, que de
maneira nacional varre o país distribuindo 10% do
arrecadado para o possível ganhador e 90% do mesmo
deposita nos porões do espaço técnico-burocrático do
Estado Mecanicista. Esse processo aético por excelência
produzido para gerar a esperança àqueles que foram
impedidos de participar do processo econômico pela
inibição do PIB causada pelos diferentes planos de
361
estabilização da moeda, e agora, pela contenção
impiedosa do meio circulante, configura-se como a maior
irresponsabilidade ou "conto de vigário" que as
autoridades do Estado Mecanicista cometem no que diz
respeito ao retardamento do engajamento da população
na economia produtiva.
O bem-estar apesar de ser uma situação subjetiva
resulta em grande parte no mundo atual de um conjunto
de relações favoráveis e harmônicas com o meio sócioeconômico em que vivemos. Parte de situações e
relações reais, isto é, objetivas, necessitam de meio
circulante compatível com a atividade econômica do
município que é onde se dão os referidos
relacionamentos. Não pode ser incrementado através da
ilusão de que todos estão sujeitos à sorte grande,
quando a probabilística demonstra o contrário.
A ilusão produzida nas massas por esse
artificialismo desonesto do capitalismo extremado, além
de esgotar e enganar o povo, mantém a sua psicologia
em uma atmosfera ilusória e incompatível com o pensar
racional, o único que leva à economia de resultados.
No bem-estar da comunidade municipal se dão as
trocas energéticas do entusiasmo, das motivações e dos
ideais que produzem grupos de mentes coordenadas, ou
seja, em cadeia por associações muitas vezes
responsáveis pelo sucesso em termos econômicos.
O bem-estar é propenso a indução do estado de
recolhimento, fonte originária das idéias, da criatividade
362
e do entusiasmo cívico e econômico.
É importante observar que o laser com
base nos costumes e na moral do lugar foi
substituído pela informação despudorada trazida
pelas
redes
televisivas
produzindo
um
artificialismo
de
condutas
totalmente
inadequadas
do
ponto
de
vista
do
relacionamento "patrão/empregado", com quebra
da hierarquia e do respeito entre ambos,
ocorrendo também com os diversos grupos
sociais
dando
lugar
a
promiscuidade,
a
libertinagem e a vulgaridade, tornando as
relações sociais de difícil realização que aliada à
dificuldade na luta pela sobrevivência em um
município (unidade econômica topográfica),
impedido de participar economicamente devido
a insuficiência de meio circulante de um país
que elegeu a agiotagem como razão primeira de
sua razão de ser.
O lazer saudável e a alegria que nascem da
participação no projeto nacional, do engajamento nas
atividades socioeconómicas, foram substituídos
pela violência das torcidas organizadas, no caso
do futebol, e a formação de gangs nos bairros
inspiradas pelos filmes policiais apre sentados
pela Rede Globo, sobretudo, mantendo a
população alarmada.
363
Decorre também das razões expostas no
parágrafo anterior o narcotismo na grande
procura pela fuga existencial no uso dos
agentes químicos (dependência de drogas).
Uma população fra gmentada, receosa,
atormentada e sem liderança porque os líderes
atuais são feitos pela mídia dividida e
confundida por uma enormidade de informações
desconectadas com uma única finalidade: a de
atordoar, para com isso se tirar proveitos
imediatos visando ganho e poder político
através da intimidação e da manipulação.
364
365
366
CONCLUSÃO
367
368
CONCLUSÃO
1. CONCLUSÃO PROSAICA: acontecimento
político funesto na forma natural de falar
ou escrever
Como vimos ao longo dos capítulos desenvolvidos,
que se propuseram a interpretar o modelo teórico do
Estado Mecanicista, ( A ditadura monetária, bancária,
fiscal e lotérica), de natureza importada e que mata o
espírito da terra, ou seja, a alma do lugar, foi, então,
tal modelo instalado no país pelos tecnocratas, que
causando a inflação metabólica, produziram a
necessidade da correção monetária no período em que a
mesma se deu, a fim de que o Governo pudesse
neutralizar as perdas em suas receitas devido a inflação
que as alimentaria mais ainda, segundo o conceito
clássico de que:
"os DÉFICITS FISCAIS podem causar DÉFICITS PÚBLICOS"
portanto, um assunto abordado por outras economias. A
inflação que até hoje continua sendo tratada nos seus
efeitos e não nas suas causas, como ocorre com o
atual PLANO REAL, é um fenômeno novo na história da
ciência econômica.
369
falta de perfusão monetária a nível municipal, diminuição
da velocidade média de circulação da moeda,
"empreiteirização" do dinheiro através da prioridade da
construção faraônica por parte das grandes empreiteiras
com base em projetos montados por firmas
especializadas em montá-los partindo de outros já
executados e aprová-los no grande ritual dos lobbies e
da corrupção, permitiu desvio no referido espaço de
grandes montantes em dinheiro.
É preciso compreender que a congestão monetária
é também a causa de enormes desperdícios.
Em seguida, os planos de estabilização da moeda
que de maneira puramente artificial, acadêmica e
burocrática foram executados exclusivamente para
impedir a falência do Estado Brasileiro ao longo do
período em os mesmos se deram, produziram por parte
do Estado um gigantesco endividamento, que atualmente
impede os investimentos necessários à ampliação da
população economicamente ativa e, consequentemente,
ao desenvolvimento do país, acarretando o Estado
Autofágico e Sociofágico, que destrói a si mesmo, como
assistimos em nossos dias e estudamos através da
repercussão do "corpo estranho" do Estado Mecanicista
na saúde, na criminalidade, na segurança, na educação,
etc., e agora com o Plano Real, no aumento do
desemprego.
O aumento da concentração alarmante de renda,
370
decorrente também do que foi afirmado, tem sido a
causa do enorme agravamento da caótica situação social.
Como vimos, a própria psicologia da população foi
afetada e a estrutura epidemiológica sofreu brutal
modificação levando-se em consideração que os estados
de perplexidade e de ansiedade coletivas, (o sufoco
nacional), produz hipertensão atualmente quase
generalizada, e, esta, gera acidente vascular cerebral,
enfarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca
congestiva, edema agudo do pulmão, insuficiência renal,
coma e morte em elevada percentagem de casos
complicando e agravando a saúde já por demais
insuficiente no que tange a sua estrutura. Enfim, um
verdadeiro apocalipse particular, o "apocalipse brasileiro",
que já dura mais que o tempo que a Bíblia promete para
o seu próprio Apocalipse.
Funerárias, organizações de assistência médica
particular, redes de farmácia, empresas de segurança, de
transporte e de dinheiro, e, empreiteiras, se tornaram os
maiores negócios do Brasil, isto é, o parasitismo
econômico em alta escala, em detrimento da construção
da infra-estrutura de país em desenvolvimento.
Por todos os lados vêem-se o confronto, o
descrédito, a desesperança, a "castração" das atividades
e a "marionetização" das vontades econômicas.
Toda uma sociedade constituída por cerca de 160
371
milhões de pessoas impedidas de agir pelas "amarras" do
Estado Mecanicista que insiste num "econometrismo",
num "burocracismo" e numa arrecadação fiscal "no
varejo", e, ainda, na absorção monetária através do jogo
lotérico.
Trata-se, portanto, da maior espoliação a que um
povo foi submetido por tanto tempo em todo o mundo,
enfim, em toda a história do planeta.
Um
guerra
subliminar,
surda,
invisível,
avassaladora, nojenta e destruidora da economia, da
cultura da história do país, da identidade do mesmo, da
sua centralidade, da sua unidade e da personalidade da
sua Sociedade.
Uma carnificina de origem invisível encoberta pelo
véu da legalidade, sem consciência e sem raciocínio.
O controle da demografia objetivando de maneira
escusa o aumento da renda per capita, acarretando a
insistência do freio durante várias décadas na economia,
através da morte de pessoas de todas as classes sociais
pela política econômica indevida e descabida que
instaurou o "canibalismo" econômico como maneira de
vida prática e social.
A involução, o desespero, o desencontro, o caos.
A impressão de que o país não tem mais jeito
devido ao emaranhado de problemas que sufocam o
372
brasileiro no seu cotidiano. Ninguém escapando: povo,
governo, comerciantes, industriais, políticos, religiosos,
encarcerados, etc, num desencontro total.
Será que não há solução para o Brasil ?
Ou será que o corpo estranho do Estado
Mecanicista que vive há tanto tempo sem diagnóstico
etiológico (primário), sem o qual não é possível
tratamento, vai ficar eternamente "mascarado" no
emaranhado de ideologias políticas, econômicas e
administrativas importadas ?
Que são dos nossos prêmios "nóbeis", os
iluminados em política, em economia e em
administração ?
Será que os prêmios "nóbeis" existentes no
mundo, cujas teses serviram de teoria para os
"tupininquins", ganharam os seus prêmios estudando
economia, política e administração praticadas no Brasil ?
É exatamente aqui que se situa o problema, isto é, o nó
górdio da questão, tão simples de ser visto, mas, no
entanto, tão difícil de ser enxergado, porque o cérebro
brasileiro está necessitando de lastro teórico para
compreender.
Necessitamos, de acordo com a conclusão a que
chegamos no estudo do presente ensaio, de um modelo
teórico próprio afim de que possamos compreender a crise
373
brasileira, isto é, que possamos encontrar o diagnóstico
"certeza", pois, com o "prováve/" que já assistimos o povo
não agüenta mais tanto empirismo. Urge que instituamos a
"terapêutica" libertadora e curadora - (o tratamento) - de que
está precisando a crise nacional.
O Estado Brasileiro como já foi afirmado várias vezes
neste ensaio, e tornamos a repetir para que, através da
repetição, o diagnóstico fique lembrado: trata-se de uma
ditadura monetária, bancária, fiscal e lotérica, disfarçada
pela democracia política, de fachada e com a mídia em
conluio.
São vasos de grosso calibre que conduzem 58
impostos, já exemplificados e que arrastam para a conta do
Governo
(espaço
técnico-burocrático)
de
maneira
informatizada, inundando os porões do Estado Mecanicista
(congestão monetária), que somados à irracionalidade
econômica da cobrança dos mais elevados juros de que se
tem conhecimento na história do mundo, inviabilizam a
economia do Brasil e maltrata o seu povo.
Uma
arrecadação
voraz,
um
"caça-níquel"
informatizado, portanto, esta última qualificação define o
regime do Brasil.
Do outro lado, face ao emperramento burocrático
cheio de impiedade, capilares gotejam moeda para os
municípios que morrem de "anemia" monetária. Portanto, sem
capital de giro para a atividade produtiva dos seus munícipes
374
causando o desemprego, a diminuição do consumo e dos
impostos que no conjunto da municipalidade do país daria o
superávit fiscal que tem sido tentado pelos técnicos cobrando
impostos *nc varejo", gerando a morte das empresas e
espoliando as pessoas físicas prestadoras de serviços.
Com o atual regime de ditadura econômica, ocorre uma
verdadeira distonia pelo fato da velocidade arrecadadora
avantajada, própria dos computadores das redes nacionais
bancárias, e, de uma distribuição municipal retardatária, face o
emperramento burocrático do espaço técnico-burocrático de
decifração e resolução inacessíveis devido à linguagem
hermética dos seus militantes, dar-se-á a maior causa da
congestão monetária.
A velocidade média de circulação do dinheiro é
inversamente proporcional ao valor dos bens de consumo e
diretamente proporcional à quantidade de dinheiro em
circulação, como vimos anteriormente no capítulo que trata da
inflação metabólica, e que constitui a própria, que iaz há
muito tempo sem diagnóstico, por se tratar de fenômeno
nacional que não foi estudado pelos "prêmios nóbeis" da
economia mundial.
FEITO O DIAGNÓSTICO, PASSEMOS
AO TRATAMENTO !
375
Inicialmente, é necessário igualar-se a velocidade de
arrecadação monetária (tributação) com a velocidade de
distribuição do dinheiro, de tal sorte que esta última se dê a
nível do município e do distrito que são as grandezas
geográficas de atividade econômica por excelência.
Os negócios deverão ser incrementados e desenvolvidos
a esse nível pelo munícipe (homo economicus), e não pela
prefeitura (unidade administrativa).
O dinheiro deverá, portanto, ser "cidadanizado" para nao
inibir o aparecimento do "homo economicus" no município e,
proporcionar ao mesmo, o capital de implantação e de giro
para os seus empreendimentos ou negócios, e não
"prefeiturizado" e "estadualizado", ou mesmo "federalizado".
Este último é o que se observa preponderantemente nos
nossos dias, devido aos planos econômicos.
A administração municipal deverá estar voltada da
porta da rua para dentro da "casa", onde mora o
indivíduo com sua família, e não, da porta da rua para
"fora" da casa do cidadão, como se vê desde a época do
descobrimento do nosso país, porque esta área da
topografia municipal abriga o marginal que não está
engajado no processo produtivo e, o turista que vindo no
máximo uma vez por ano ao nosso país, apenas ajuda a
movimentar a industria do lazer e que contribui com
pequena parcela dos impostos arrecadados em relação
ao munícipe, haja vista que toda a tributação do país é
incidente sobre ele, (o munícipe).
376
Deverá ser instituída radicalmente a democracia
monetária devido ao fato do dinheiro ser apenas o fator
monetário que possibilita os negócios, isto é, um artifício
que a civilização incorporou como evolução as trocas que
se davam nos tempos primitivos.
A ele (dinheiro) deve-se na atualidade a realização
dos
negócios,
dos
empreendimentos
e
consequentemente dos empregos, dos salários, do
consumo, dos impostos necessários ao superávit fiscal
buscado penosamente e sem qualquer êxito pelos
tecnocratas há mais de duas décadas.
As instituições deverão ser democratizadas até a
exaustão, e, privilegiar o cidadão e não empresas
particulares ou entidades públicas, prefeituras ou
estados.
As prefeituras e os governos estaduais deverão
usar somente o dinheiro proveniente dos impostos
arrecadados na sua jurisdição.
Os bancos e as redes televisivas serão municipais
ou distritais.
A moeda brasileira, (o Real), não poderá ser
convertida em Dólar, a não ser em casos especiais e sob
o controle de conselhos monetários municipais. Portanto,
só o Dólar poderá ser convertido em Real.
377
Tira-se a âncora do meio circulante (limitação do meio
circulante a apenas 72 bilhões de Dólares).
Tira-se a âncora cambial.
Tira-se a âncora dos juros.
Impede-se o funcionamento das loterias federais e
estaduais. Porém, fica facultado o funcionamento das
municipais. O meio circulante (dinheiro em circulação) só
poderá ser provido através de obras realizadas nos
municípios e contratadas a instituições e particulares
instaladas e residentes no município ou distrito.
Não haverá mais financiamento para obras. Todas
as obras ou empreendimentos deverão ser executados
através da emissão de moeda, no caso de déficit fiscal
com base em rigoroso balanço demográfico visando
apenas a provisão do meio circulante municipal.
As aposentadorias só poderão se dar por invalidez e
o beneficiário deixa de descontar do seu salário o
referido pecúlio, e o recurso para a sua provisão deverá
originar-se de acordo com o disposto no parágrafo
anterior.
Elaboração de ideologia econômica, política e
administrativa
brasileiras,
visando
a
unidade,
personalidade e identidade do Brasil com base no seu
diagnóstico e ideal.
378
Integração do país na globalização (tão alardeada
em nossos dias) apenas pelo lado de fora da realidade
política e econômica para impedir a "fagocitose"
administrativa e econômica do Brasil pelas grandes
potências, multinacionais e capital oriundo das drogas.
Percebe-se do que foi exposto até aqui, que a
"municipalização" da moeda no país é necessária para
a reversão da situação de caos em que se encontra o
Brasil, devido ao fato de que o Estado Mecanicista
nacionalizou ou federalizou o que é predominantemente
municipal e distrital, ou seja, o fenômeno econômico.
O Estado é uma grandeza política, mas não
administrativa ou econômica. É uma grandeza
arrecadadora que se obriga a redistribuir o fluxo
monetário (meio circulante) no município e no distrito,
devido ao fato do fenômeno econômico só poder se dar
no mesmo.
Fazendo-se analogia com o caso da economia
orgânica ocorrida nos metazoários, inclusive no homem,
a combustão resultante da queima dos açúcares na
presença do oxigênio, conhecida como via glicolítica
intra-celular, se dá dentro da unidade anátomomorfológico-histológico-fisiológica e de ordem eletromagnética, que é a célula, ou seja, da intimidade dos
tecidos para a periferia. Da unidade metabólica ou
econômica para o organismo, e não o contrario como se
verifica na distorção causada pelo corpo estranho do
379
Estado Mecanicista que arrecada instantaneamente
devido a (on-linidade do processo atual), e distribui
"burocratizadamente", isto é, "preguiçosamente".
Sem o município nutrido economicamente pela
"cidadanização" da moeda através da atividade
econômica incrementada no mesmo, o que não tem nada
a ver com a "prefeiturização" do meio circulante, nem
com o crédito à agricultura ou ao cidadão.
A provisão do meio circulante pelo crédito à
agricultura através do Banco do Brasil é uma das causas
da inflação metabólica originada no espaço técnicoburocrático.
A atividade do Banco Central deverá ser
fragmentada pelos municípios, tirando-lhe a hegemonia
ou hipertrofia federal, eixo maior da distorção e da
perpetuação do Estado Mecanicista.
A "terapêutica" exposta acima de maneira
axiomática ou postular deverá servir como ponto de
partida nos debates para a reformulação do Estado
Brasileiro no que tange a instituição da democracia
econômica com base na teoria do Estado Mecanicista
desenvolvida neste ensaio.
Trata-se de "terapêutica" inusitada levando-se em
consideração o jornalismo econômico da mídia e o
"economês" disseminado pelos técnicos oficiais.
380
O jornalismo econômico veicula apenas a opinião
econômica favorável às esferas do poder econômico de
suas localidades, extrapolando-a para o resto do país.
Por outro lado, a universidade tem sido incompetente
para formular "terapêutica" adequada devido às
seguintes duas explicações:
■ está submetida ao Estado Mecanicista e tem a
dificuldade de berço, de através do raciocínio
dedutivo, que é o raciocínio da semiologia, chegar
a diagnósticos etiológicos; por conseguinte, não
pode encontrar a "terapêutica". O acadêmico
analisa em demasia, compõe pouco, deduz
insuficientemente e decide menos ainda.
■ a universidade se entrega por demais a análise e
é tímida no que tange aos negócios.
Já o político pensa apenas na sua liderança e na
sua próxima eleição, não destinando parte do seu tempo
para o estudo dos transtornos e distorções que o Estado
sofreu como conseqüência de ideologias políticas,
econômicas e administrativas importadas sem a devida
reflexão e adaptação ao país do ponto de vista da
cultura, da tradição, da antropologia, da psicologia e da
economia do seu povo.
É uma "terapêutica" inusitada, repito, porém,
verdadeira se levando em consideração a criação de um
ideal brasileiro que atualmente é impedido de se
381
manifestar.
Ela trata das causas e não dos efeitos que têm
sido o alvo das teorias ortodoxas e heterodoxas que
fundamentaram os planos de estabilização econômica
recessivos, que ao longo de mais de duas décadas vem
nos infelicitando e piorando progressivamente a crise
brasileira. Com isso, acarreta o endividamento do Estado
de modo avassalador. No momento em que escrevo esta
conclusão, a dívida brasileira (interna e externa) está por
volta dos 500 bilhões de Dólares, o que é um contrasenso levando-se em consideração que o PIB do país
está em torno de 720 bilhões de Dólares.
Todas as vezes que tratamos as diferentes
questões econômicas pelos seus efeitos, obtemos
apenas a parada dos fenômenos em questão, pelo lado
externo da sua realidade (exotérico), ou seja, através do
artificialismo amarramos ou prendemos a "exteriozação"
dos mesmos.
A solução das diferentes questões aventadas, ou
seja, a sua resolução, o seu final, só é possível através
do combate às suas causas, e para isso é necessário um
modelo teórico próprio para sua compreensão.
No caso da teoria atômica, (que trata do que ocorre
com as partículas intra-atômicas), o modelo de NIELS
BORN, foi erigido para explicar a quantidade, a natureza
e a maneira pela qual se compõem ou se comportam as
382
mesmas dentro da estrutura atômica.
Quando uma lâmina metálica, mais precisamente
conforme a história da química, uma lâmina de ouro
permitiu ser atravessada por um feixe de partículas gama
deixando impresso o registro em um filme fotográfico
localizado na posição de anteparo em relação à fonte do
feixe logo após a referida lâmina, foi necessário erigir-se
outro modelo: o modelo de RUTHFORD, trazendo agora
a eletrosfera afastada do núcleo (prótons e neutrons)
para poder justificar a passagem das partículas gama
através da lâmina, o que foi deduzido pelo registro do
feixe na película do filme.
Portanto, o modelo do Estado Mecanicista aqui
proposto foi concebido teoricamente através do raciocínio
dedutivo e da síntese necessária à não dispersão dos
elementos para explicar o "porquê" da ineficácia do
trabalho dos economistas governamentais ao longo de
quase três décadas, no sentido de eliminar o déficit
público brasileiro e debelar a inflação.
O atual plano brasileiro, (o Plano Real), repete os
planos anteriores de maneira mais sofisticada e
dissimulada, através da âncora dos juros, da âncora
cambial e da âncora do meio circulante.
Apenas transformou a inflação metabólica em
escandaloso endividamento, que proibindo os
investimentos, fez surgir o fantasma do desemprego.
383
Finalizando este ensaio e dentro de um rápido
enfoque recheado de humor, um leitor ligeiramente
desavisado poderia colocar para este autor o seguinte
questionamento:
(Leitor) – “Não deverá maior preocupação
com a nossa ecomia porque Deus é brasileiro!”
(Auto) – “Quem assim pensa é porque
esquece que os Adões condutores da política
que votaram pela cidadania de brasileiro a Deus,
foram os mesmos que expulsaram o Senhor do
paraíso , isto é, do Brasil.
Caro leitor, como você vê, nosso ensaio é um brado
de alerta e um basta à atual política econômica do
Governo Brasileiro, elaborada que foi nos "laboratórios"
da tecnocracia que vem infelicitando o nosso país e que
agora chega ao cúmulo do absurdo de passar a sua
responsabilidade para o capital apátrida.
2. CONCLUSÃO POÉTICA:
política em vários planos
tragédia
Acometido de terrível doença,
Portando sangue parado no pulmão,
Na causa não sendo abordado o seu mal,
384
Vagueia o gigante na multidão.
A estase vascular lhe tira o ar,
Impedido na monumental congestão,
Faltando terapêutica libertária,
Está combalido na incompreensão.
Hesitante, indeciso, sem rumo,
Tendo como limite a imensidão,
Estupenda parada monetária,
Emperra o país, humilha a
nação.
Atada perfusão circulatória,
Eleva a anóxia nos tecidos,
Na distribuição burocratizada,
Abafando os enormes gemidos.
Perpetuando o colossal tormento,
Sem nutrientes para "metabolizar",
No endividamento galopante,
Se nutrindo da autólise celular.
Pela plutocracia submetido,
Com insana tranca do Banco Central,
E sentindo espasmos de dor, arranca,
Arrasado pelo déficit fiscal.
A informatizada arrecadação,
Da nutrição arterial invertida,
385
Burra distribuição burocratizada,
Mal da tecnocracia pervertida.
Topa no chão o hércules continental,
Esforça-se, levanta-se, mas se dobra,
Puxado pelo caça-níquel infernal,
Da malha tributária que cobra,
Na teia inorgânica, imoral.
No corpo sem eutrofia, só palidez
Com o edema sob o suor da face,
Amargando gigantesca insensatez,
Sórdida mídia, burla, o disfarce.
Não conseguindo mais ver, então, vagueia,
Fome, desemprego, criminalidade,
Cruel autólise dos municípos,
Atingidos da brutal "tecnicidade".
Pelos juros desumanos e perversos,
E âncora pérfida, prisão cambial,
Mas insensível, rígido, tecnocrata,
Não sente o próximo êxito letal.
Fortaleza-CE, ano de 1998.
Dr. ANTÔNIO JORGE ACÁRIO
386
BIBLIOGRAFIA
ABRAMOVAY, RICARDO, "O que é fome" - Editora
Brasiliense - Coleção "Primeiros Passos", 102 - 3a. Edição
-1995
ANJOS & ARRUDA, IVAN GONÇALVES DOS & MIGUEL DE
TOLEDO, "Física na escola atual" - Atual Editora Ltda. - São
Paulo -1993
ARRUDA, MARCOS, "O Governo Collor e as perdas dos
trabalhadores - Editora Vozes Ltda. - Petrópolis -1991
BARBOSA, HÉLIO, "O controle clínico do paciente cirúrgico" Editora Ateneu
BEDÊ, FRANCISCO L. O., "A matemática dos homens e a
Mente Matemática de Deus" - Edição particular - Fortaleza Fundação Biblioteca Nacional
registro 99.420,
primeira averbação em 06/07/1995; segunda averbação
em 30/07/1996 2a. Edição (revisada) -1997
BEDÊ, FRANCISCO L. O., "O pensamento econômico de
Deus e os pensamentos sócio-econômicos dos homens" Edição particular - Fortaleza - 1a. Edição -1997
BEDÊ, FRANCISCO L. O., "Teorema da clonagem, uma
proposição posta entre Deus e o homem" - Edição particular
- Fortaleza - 2a. Edição -1997
BERGE, ANDRÉ, "As psicoterapias" - Livraria Agir Editora Rio de Janeiro -1971
BLAWASKI, PETROVNA HELENA, "A doutrina secreta" Vol.
I, Editora Pensamento Ltda.
387
BLAWASKI, PETROVNA HELENA, "Isis sem véu" - Vol. I
e II, Editora Pensamento Ltda. - São Paulo -1995
CHARDIN, THEILHARD DE, "O fenômeno humano" Edição Presença
CLARET, MARTIN, "O poder do dinheiro" - Editora
Martin Claret Ltda. - São Paulo -1994
COMTE, AUGUSTO, "Curso da filosofia positiva" Editora Nova Cultural - 1996 - Coleção "O Pensador"
DREIFUSS, RENE ARMOND, "A conquista do Estado,
ação política, poder e golpe de classe" - Editora
Vozes -Petrópolis - 3a. Edição -1981
FORRESTIER, VIVIANE, "O horror da economia" Livro Técnico - Editora UNESP -1997
FREUD, SIGMUND, "Esboço de psicanálise" - 2a.
Edição, Editora Imago
FURTADO, HUGO ALENCAR, "Anais do Congresso
Nacional" - Editora do Congresso Nacional - Brasília
HARRISON, T. R., "Medicina interna" - 5a. Edição Tomo I -Editora Guanabara Koogan S/A - Rio de Janeiro
-1968
388
HILL, NAPOLEON, "Pense e enriqueça" - Comércio de
Papéis e Livros Ltda. - São Paulo
HILL, NAPOLEON, "Sucesso através da atividade
mental positiva" - Editora Record
HILL, NAPOLEON, "Sucesso e riqueza pela
persuasão" -Editora Record - Rio de Janeiro -1970
HUMBERG, MÁRIO ERNESTO, "Edson Queiroz, um
homem e seu tempo" - Comunicações S/C Ltda. - São
Paulo -1968
JOLIVET, RÉGIS, "Curso de filosofia" - Editora Agir 13a. Edição - Rio de Janeiro - 1979
KEINES, "Clássico da psicanálise" - Vol. I e II
LUCAS, "Evangelho de Lucas" - Tradução por João
Ferreira de Almeida
MACHIAVELLI, NICCOLÓ, "O Príncipe" - Editora Cultrix
Ltda. - São Paulo - 2a. Edição
MARCOS, "Evangelho de Marcos" - Tradução por João
Ferreira de Almeida
MARSHALL, "Coleção dos economistas"; "Princípios
de economia" - Vol. I e II
389
MARX, KARL, "Para a crítica da economia política" Editora Nova Cultural -1996
MATEUS, "Evangelho de Mateus" - Tradução por João
Ferreira de Almeida
MOISÉS, "Livro do Êxodo" - Tradução por João Ferreira
de Almeida-1995
MONTALVÃO,
ALBERTO,
"Enciclopédia
contemporânea de psicologia e relações humanas"
- Novo Brasil Editora Brasileira Ltda. - São Paulo - Vol. Ill,
Edição 1986
MORAIS, JORGE LEMOS, "Os mistérios da inflação" Editora Bandeirante
PESSOA, FERNANDO, "Obras em prosa, história e
prática do comércio" - 3a. Edição - 1982 * Rio de
Janeiro - Editora Nova Aguilar S/A
PLATÃO, "Diálogos" - Editora Nova Cultural -1996
PPS, "Ruptura e continuidade" - Sindical Gráfica e Editora
Brasília - Distrito Federal
RIBEIRO, DARCI, "O povo brasileiro" - Companhia das
Letras - São Paulo - 2a. Edição -1995
390
RIBEIRO, LAIR, "Como ter sucesso" - Editora Três - São
Paulo -1995
RIBEIRO, LAIR, "Comunicação para o sucesso" - Editora
Três
RIBEIRO, MAURÍLIO AQUINO, "Aposentadoria, crime
administrativo" - Biblioteca Nacional-RJ registro 65.119 1988
RIFKIN, JEREMY, "O fim dos empregos" - Markron Books
do Brasil Editora Ltda. - São Paulo -1995
RODEN, HUBERTO, "A metafísica do Cristianismo" - Editora
Alvorada - São Paulo
SÁ, ANTÔNIO LOPES DE, "Tudo sobre microempresa" Ediouro
SLEGEL, ERIC S., "Para desenvolver seu plano de negócios" Editora Record - Edição de 1991
SMITH, ADAM, "Riqueza das nações" - Vol. I e II Fundação Colostro
SÓCRATES, "Eutifron ou religiosidade"
Cultural Coleção "O Pensador" -1996
TOMÁS, PADRE ANTÔNIO, "Poesias"
391
-
Nova
392
Download