causas da indisciplina escolar

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DISCIPLINA E INDISCIPLINA ESCOLAR
INTRODUÇÃO
A indisciplina escolar vem ocupando grande destaque. Desde
o início do século e, provavelmente nas próximas décadas, será
muito comentado e debatido. Afinal, o que é indisciplina? E
disciplina? Onde se manifesta? Quais as perspectivas de ação? Qual
a percepção dos professores dessa realidade? Esse texto não
pretende solucionar os problemas de indisciplina, pois este é
complexo e possui muitas variáveis. O objetivo principal é conceituar
a disciplina e o que ela engloba, entender a indisciplina, suas
possíveis causas e consequências, e analisar as alternativas do que
pode ser feito para conter seu avanço. Entender como a indisciplina
é percebida pelos professores e o que apresentam as diversas
leituras sobre o tema. Nos textos aqui considerados, encontramos
várias vertentes e procuraremos esclarecer o que elas representam.
A solução da indisciplina, ou pelo menos, a contenção de seu avanço,
pode ser descoberto analisando os estudos e ideias aqui
apresentadas.
DISCIPLINA
Disciplina tem a mesma etimologia da palavra "discípulo", que
significa "aquele que segue". Também é um dos nomes que se pode
dar a qualquer área de conhecimento estudada e ministrada em um
ambiente escolar ou acadêmico. Geralmente diz respeito a uma
Ciência ou Técnica, ou subderivados destas. Aqueles que seguem
uma disciplina podem assim ser chamados de discípulos. No geral,
castigo que produz obediência. No entanto, este conceito é muito
limitado. A palavra "disciplina" deriva-se de "discípulo" e, tanto uma
quanto outra palavra, ambas têm origem no termo latino para pupilo
que, por sua vez, significa instruir, educar treinar, dando ideia de
modelagem total de caráter. Assim, a palavra disciplina, além de
significar, em sentido acadêmico, matéria, aula, cadeira ou cátedra,
também é utilizada para indicar, em educação, a disposição dos
alunos de seguir os ensinamentos e as regras de comportamento.
A disciplina é um hábito interno que facilita a cada pessoa o
cumprimento de suas obrigações, é um autodomínio, é a capacidade
de utilizar a liberdade pessoal, isto é, a possibilidade de atuar
livremente superando os condicionamentos internos e externos que
se apresentam na vida cotidiana. Ou seja, as crianças precisam sim
aderir às regras (que implicam valores e formas de conduta) e estas
somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os
limites implicados por estas regras não devem ser apenas
interpretados no seu sentido negativo: o que não pode ser feito ou
ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo:
o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum
espaço social – a família, a escola, a sociedade como um todo.
Então é mais fácil para os alunos seguir regras que eles ajudam
a criar, chegando à disciplina. Para definir regras, de forma
democrática, a classe toda discute, sob a condição de que todos
aceitem o que a maioria decidir. Com a negociação de objetivos e
regras com os alunos, estes vão aos poucos aprendendo a ter
disciplina, pois a disciplina é, de modo geral, um trabalho de todos
em sala de aula. Constrói-se a melhor forma de acordo com a
necessidade. Cada atividade em sala de aula tem uma disciplina
adequada a seu desenvolvimento.
A qualidade de uma instituição escolar depende em grande
parte do modo pelo qual ela enfoca o processo de condução das
atividades que se desenvolvem nas classes, ou seja, não é somente
na escola onde se realiza o processo de ensino-aprendizagem, como
também o lugar que traz sempre o momento oportuno para se
desenvolver e promover os valores humanos nos alunos. Essa
qualidade depende, sobretudo, da capacidade dos professores
estimularem o esforço dos alunos. No momento em que a criança
aprende a administrar sozinha suas tarefas e, se necessário, pede
ajuda ao professor, melhora suas notas. Ela está na conquista de sua
autonomia, passa por um aprendizado complexo e longo pelo qual a
criança desenvolve a disciplina para dar conta de suas tarefas. Deste
modo, as crianças aprendem desde cedo a se organizar para chegar
à autodisciplina.
CONCEITUANDO A INDISCIPLINA
Segundo Estrela (1992, p17) a indisciplina pode ser pensada
como negação da disciplina ou como desordem proveniente da
quebra de regras estabelecidas pelo grupo. Fortuna(2002,p.90)
aponta a noção predominante de não cumprimento de regras, de
rebeldia contra qualquer regra construída, e desrespeito aos
princípios de convivência combinados, sem uma justificativa viável,
criando transtornos e incapacidade e se relacionar de acordo com as
normas estabelecidas por um grupo. Outra definição seria, negação
as normas, falta de respeito às regras, mau comportamento que
compromete a convivência social. A Indisciplina escolar engloba
todos esses aspectos, mas dentro do ambiente escolar.
ASPECTOS DA INDISCIPLINA ESCOLAR
Uma das mais comuns definições de indisciplina é quando o
aluno impede que a escola cumpra com seus objetivos. Mas para que
essa indisciplina aconteça ela tem origem em três aspectos: a escola,
o professor e o aluno. A escola; quando a escola não oferece a
perspectiva de construir em conjunto as regras de um convívio, de
interação, pois a escola precisa de regras e normas que orientem seu
funcionamento e de convivência entre os diferentes elementos que
nela atuam. Nesse sentido, as normas passam a ser compreendidas
como condição necessária ao convívio social; O professor; quando
ele não constrói uma aula significativa; quando não critica que o aluno
que “quebra” conceitos que foram estabelecidos sobre os limites. Um
dos fatores que mais estimula a indisciplina, ou a falta de
consideração dos alunos ao professor é a falta de coerência entre o
que o professor diz e o que ele faz, entre os valores que ele tenta
transmitir aos alunos e os que ele mesmo vive.
Ou seja, os valores e atitudes cultivados numa escola precisam
ser incorporados por toda a equipe de profissionais; a incoerência
entre a vivência desses valores pelos professores, pode transmitir
aos alunos uma visão distorcida dos valores que a instituição cultiva.
O aluno; quando procura capturar a atenção do professor; certas
posturas que a escola tem, desde que estes valores sejam
cultivados. Muitas crianças têm uma criação familiar totalmente
autoritária, estão acostumadas a serem surradas e a receberem
severos castigos. Por esta razão não conseguem viver em ambiente
democrático. Mas também há, muitos pais que acabam dando
liberdade excessiva a seus filhos, criando-os indisciplinados, cheios
de dengos, que não conseguem conviver com obrigações rotineiras
e sentem-se frustrados quando não são os centros das atenções. Os
diversos conceitos de indisciplina e disciplina estão ligados a vários
meios: social, moral, intelectual, entre outros. O consenso entre
diversos grupos poderá ser a melhor saída.
"Ninguém se disciplina sozinho. Os homens se disciplinam em
comunhão, mediados pela realidade". (Paulo Freire)
Desse modo, a disciplina não deve ser imposta e nem tão pouco os
educadores e a família estão alheios a esta função, todos devem
participar da formação dos novos cidadãos de nossa sociedade.
INDISCIPLINAS ESCOLAR NA ATUALIDADE
A indisciplina escolar sempre foi um entrave ao bom andamento
pedagógico. Hoje, porém, as escolas passam por um momento
crítico uma vez que essa situação vem se agravando
progressivamente. Ocorrências diárias, dentro e fora das salas de
aula, refletem-se na família e em outras instituições da sociedade.
Por outro lado, a indisciplina escolar pode ser vista como um mero
reflexo da indisciplina generalizada em que se encontra a
humanidade atualmente.
Diante do caos instalado, professores e dirigentes não
conseguem exercer seu papel de autoridade, sentindo-se
impotentes. O detentor do conhecimento perdeu seu valor e seu lugar
na hierarquia escolar, pois o conhecimento em si já não é valorizado
pelos meios de comunicação de massa, com raríssimas exceções. A
maior atribuição de valor é dada ao prazer individual imediato, não
importa se obtido de forma lícita ou não. A indisciplina se manifesta
em diferentes níveis, indo de pequenas perturbações (como entrar
sem bater, interrompendo a aula) até o vandalismo e os atos de
violência contra a pessoa física. Infelizmente, na atualidade, as
perturbações são vistas como ocorrências normais e inevitáveis,
considerando-se como indisciplina apenas as transgressões de
maior vulto, como agressões, destruição e roubo. Se por um lado as
normas não são claras, por outro vivemos um momento cultural em
que a sociedade como um todo desvaloriza as regras da boa
convivência. Valorizado pela mídia é o levar vantagem, o tirar
proveito, ou seja: individualismo em primeiro lugar na busca pelo
prazer e satisfação imediata. Atitudes antes observadas em uma
minoria de adolescentes, hoje são amplamente generalizadas em
estudantes de todos os níveis de ensino, como: apatia, conversas,
troca de mensagens escritas, exibicionismo (com comentários,
posturas ou roupas/acessórios), desrespeito aos horários de entrada
e saída da sala de aula, atividades de lazer durante a aula (ouvir
música, ler revistas, jogos eletrônicos etc.), perguntas colocadas
propositadamente para desvalorizar o professor ou o conteúdo, entre
outros.
Além dessas, extremamente frequentes, também ocorrem
agressões (a colegas, professores e funcionários), furtos,
provocações (sexuais, racistas ou com outros teores
preconceituosos), desvalorização e destruição de objetos, móveis e
da estrutura física da escola, sendo estas últimas claras
manifestações da agressividade reprimida do estudante. O que se
percebe é que apesar deste quadro de indisciplina escolar, é notória
a ausência de uma cultura disciplinar preventiva nas escolas, bem
como a falta de preparo adequado por parte da comunidade escolar
para lidar com os distúrbios de sala de aula, onde a indisciplina
facilmente se expressa e que a própria escola pode estar ensinando
e reforçando. (GARCIA, 1999).
CAUSAS DA INDISCIPLINA ESCOLAR
Ao falar em Indisciplina ao nível das escolas é necessário ter
em conta um múltiplo conjunto de causas. A indisciplina escolar não
apresenta uma causa única, reflete uma combinação complexa de
causas. A complexidade é parte do perfil da indisciplina, embora seu
conceito seja, ainda, um trabalho não totalmente compreendido.
Segundo Vasconcellos (2004), as causas da indisciplina podem ser
encontradas em cinco grandes níveis: sociedade, família, escola,
professor e aluno.
Um fator determinante desta realidade é a relação professoraluno, uma vez que, as interações que se desenrolam na escola entre
estes, é por vezes submetida a ambiguidades que podem
condicionar muitos acontecimentos que ocorrem em sala de aula. No
entanto, este não é o único fator, destacando-se ainda a família, os
próprios alunos, os grupos de pares e turmas, o Ministério da
Educação, a escola, os programas, os regulamentos disciplinares, os
professores, a sociedade, os grupos problemáticos e as ideologias
políticas. Acerca da família, muito se pode dizer, uma vez que esta é
a base de todo o processo de construção da identidade de todo o
individuo, daí por vezes os alunos manifestarem comportamentos
destrutivos. Estes estão fortemente sujeitos à influência do grupo de
pares a que pertencem e à turma na qual estão inseridos, denotandose de forma mais acentuada quando a família está desajustada às
necessidades das crianças.
Também o Ministério da Educação, os programas e
regulamentos disciplinares, a escola e os professores contribuem
para esta problemática. Como é sabido as várias tentativas, por parte
do Estado, para a minimizar têm fracassado, visto que, ainda assim
os programas não são suficientemente cativantes para os alunos.
Deste modo, as escolas não se sentem preparadas para enfrentar a
complexidade dos problemas atuais. Esta árdua tarefa recai sobre os
professores, que por vezes, tratam de forma agressiva e autoritária
os alunos. Todavia, deve-se ter em conta, que alguns professores
sentem falta de preparação para lidar com situações de conflito. No
que respeita à sociedade e a grupos sociais problemáticos as escolas
públicas são atualmente frequentadas por populações escolares
muito heterogéneas, contando no seu seio com um crescente
número de alunos que provém de grupos sociais onde subsistem
frequentemente graves problemas de integração social (ciganos,
negros...).
Apesar da escola ter consciência desta realidade, recusa-se
por uma questão de ideologias políticas a trata-los de um modo
diferenciado. Este ponto de vista também é defendido por Montagner
(1996) quando diz que a escola nivela os valores, não toma
suficientemente em conta a individualidade de cada criança e os seus
ritmos pessoais de desenvolvimento intelectual. Dado o papel
determinante para o sucesso escolar e para a formação em geral, o
problema da (in) disciplina na sala de aula constitui um assunto
importante no processo de ensino-aprendizagem.
É possível apreender nos argumentos explicitados pelos alunos
a relação entre indisciplina e o desrespeito, aos professores e
colegas; entre o descumprimento das regras preestabelecidas na
escola; e entre alguns comportamentos dos alunos, como por
exemplo: não estudar, brigar, bagunçar o espaço da sala de aula. Os
alunos pesquisados apontam a disciplina não como condição para o
aprendizado, mas como o próprio aprendizado, referindo-se também
à disposição em estar atento à aula e aprender. Além de relacionada
ao processo de aprendizagem, para eles a disciplina também é
associada ao comportamento do aluno: comportar-se bem, ter
respeito e postura. Ou seja, concebem a disciplina como algo que se
dá de forma autônoma.
Evidenciamos que os termos disciplina e indisciplina são
considerados contrários pelos entrevistados, pois quando definem
indisciplina citam comportamentos que prejudicam o aprendizado,
como bagunçar e atrapalhar a aula, já ao falar da disciplina afirmam
que ela esteja relacionada ao bom comportamento do aluno, como
respeito, por exemplo. A definição de Ferreira (1986, p.596) está de
acordo com essa afirmação, segundo o autor indisciplina é definida
como: “procedimento ou ato dito contrário à disciplina;
desobediência; desordem; rebelião”. Assim, indisciplinado é aquele
que se insurge contra a disciplina.
Nas respostas dos alunos pesquisados, identificamos as
manifestações de indisciplina, relacionados a alguns fatores, como
por exemplo:
1° – Indisciplina do aluno: falta de vontade de estudar;
2° - Indisciplina da família: falha na educação recebida;
3° - Indisciplina do professor: falta de autoridade do professor.
Alguns textos classificam tipos de alunos que agravam o
problema da indisciplina escolar. Pois bem, quando alguém se
propõe a investigar as razões desse "fantasma" do fracasso que
ronda a todos nós, ultimamente tem aparecido, dentre as muitas
razões alegadas pelos educadores (desde as ligadas à esfera
governamental até aquelas de cunho social), uma figura muito
polêmica: o "aluno-problema". O aluno-problema é tomado, em geral,
como aquele que padece de certos supostos "distúrbios
psico/pedagógicos"; distúrbios estes que podem ser de natureza
cognitiva (os tais "distúrbios de aprendizagem") ou de natureza
comportamental, e nessa última categoria enquadra-se um grande
conjunto de ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas".
A primeira hipótese explicativa: O aluno "desrespeitador"
Uma primeira hipótese de explicação da indisciplina seria a de que
"o aluno de hoje em dia é menos respeitador do que o aluno de antes,
e que, na verdade, a escola atual teria se tornado muito permissiva,
em comparação ao rigor e à qualidade daquela educação de
antigamente". É muito comum nos reportarmos à escola de
antigamente com reverência, admiração, nostalgia. Pois bem, na
verdade, essa escola anterior aos anos 70 era uma escola para
poucos, muito poucos. Uma escola elitista, portanto. Exclusão,pois,
é um processo que já estava lá, nessa escola de antigamente, hoje
tão idealizada.
A segunda hipótese explicativa: o aluno “sem limites”.
Outra hipótese muito em voga no meio escolar, produto de nosso
suposto e, às vezes, perigoso "bom senso" prático, diz respeito à
suposição de que "as crianças de hoje em dia não têm limites, não
reconhecem a autoridade, não respeitam as regras, e a
responsabilidade por isso é dos pais, que teriam se tornado muito
permissivos". Quase todos parecem concordar com essa hipótese do
"déficit moral" como explicativa da indisciplina.
A terceira hipótese explicativa: O aluno "desinteressado"
Ainda, uma terceira hipótese que os professores levantam
frequentemente sobre as razões da indisciplina é que "para os
alunos, a sala de aula não é tão atrativa quanto os outros meios de
comunicação, e particularmente o apelo da televisão. Por isso, a falta
de interesse e a apatia em relação à escola. A saída, então, seria ela
se modernizar com o uso, por exemplo, de recursos didáticos mais
atraentes e assuntos mais atuais". Fica claro, analisado os textos que
as razões da indisciplina escolar tem várias vertentes, dependendo
do lado que se enxerga o fato. O importante é ressaltar que as causas
são diversas e as consequências tomam lugar cada dia mais
avançado na sociedade.
CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA ESCOLAR
Qualquer pessoa ligada às práticas escolares, seja como
educador, seja como educando, ou público mais geral(pais,
comunidade etc.), consegue ter uma razoável clareza quanto àquilo
que nos acostumamos a reconhecer como a "crise da educação".
Sabemos todos diagnosticar sua presença, mas não sabemos direito
sua extensão nem suas razões exatas. De qualquer modo, o indício
mais evidente dessa "crise" é que boa parte da população de
crianças que ingressam nas escolas não consegue concluir
satisfatoriamente sua jornada escolar de oito anos mínimos e
obrigatórios; processo este que se convencionou nomear como
"fracasso escolar", e que pode ser constatado no simples fato de que
um considerável número das pessoas à nossa volta, egressos do
contexto escolar, parece ter uma história de inadequação ou
insucesso para contar.
Este certamente é o maior problema enfrentado pela escola
brasileira nos dias de hoje, e que dá ao Brasil um lugar bastante
desconcertante quando em comparação com os outros países. Mais
precisamente, os índices de retenção e evasão escolar no país são
semelhantes aos de países africanos como a Nigéria e o Sudão. Mais
ainda, quando se investiga a qualidade do ensino ministrado entre
aqueles que permaneceram na escola, o quadro não é menos
desolador. A esse último efeito temos chamado de "fracasso dos
incluídos". Convenhamos, não é estranho e contraditório que,
dependendo do quesito (o econômico ou o político, por exemplo), os
brasileiros apreciem ser comparados aos europeus ou asiáticos, e no
quesito educacional nós sejamos forçados a nos alocar no mesmo
patamar de países castigados da África? Esse é um dado alarmante
que tem chamado a atenção de muitos, desde a esfera
governamental até a do cidadão comum, passando pelos
profissionais da educação.
Poder-se-ia dizer, inclusive, que há uma espécie de "mal-estar"
pairando sobre a escola e o trabalho do professor hoje em dia. A
própria imagem social da escola parece estar em xeque de tal
maneira que os profissionais da área acabam acometidos, por
exemplo, de uma espécie de falta aguda de credibilidade profissional.
É certo, pois, que grande parte dos problemas que enfrentamos
como categoria profissional, inclusive no interior da sala de aula,
parece ter relação (i)mediata com essa lastimável falta de
credibilidade da intervenção escolar e, por extensão, da atuação do
educador. Além disso, se a imagem social da escola está ameaçada,
algo de ameaçador está acontecendo também com a ideia de
cidadania no Brasil, uma vez que não há cidadania sustentável sem
escola.
É importante frisar que, sem escola, não há a possibilidade de
o cidadão ter acesso, de fato, aos seus direitos constituídos. Afinal,
tornar-se cidadão não se restringe ao direito do voto, por exemplo,
mas inclui direitos outros com vistas a uma vida com dignidade? E,
isso tudo tem a ver mediatamente com escola, pois quanto menor for
a escolaridade da pessoa, menores também serão suas chances de
acesso às oportunidades que o mundo atual oferece e às exigências
que ele impõe.
Entretanto, alguns poucos ainda parecem questionar a
importância intrínseca da escolarização nos dias de hoje. Será isso
plausível? De uma coisa estejamos certos: num futuro bem próximo,
o mundo será implacável com aqueles sem escolaridade. Basta olhar
à nossa volta e prestar atenção na situação concreta das pessoas
desempregadas, por exemplo.
COMO RESOLVER O PROBLEMA DA INDISCIPLINA
É um grande desafio que os educadores tem encontrado em
relação à indisciplina em sala de aula, tanto na escola pública, quanto
na particular. O trabalho de investigação veio comprovar de que a
indisciplina representa no cotidiano escolar um dos principais
fenômenos geradores de inúmeras dificuldades, sejam elas,
relacionadas às relações professor e aluno, entre alunos, entre
direção e alunos. Este fato vem se agravando de tal forma que nem
a escola e nem a família conseguem driblar o problema. De fato
Santos (2006), ao afirmar que “o professor é visto como coordenador
do processo educativo, criando assim espaços prazerosos para que
haja um conhecimento escolar significativo”, devemos concordar e
respeitar, pois atualmente são muitas as dificuldades encontradas
em uma sala de aula indisciplinada, por esse motivo dá-se a
desmotivação do professor e a falta de interesse por parte dos
alunos.
Entende-se que a família tem a responsabilidade na educação
do filho, mas que muitas vezes cabe à escola reforçar ou ensinar para
esse aluno a disciplina, pois os pais passam essa tarefa aos
professores. No mundo onde a globalização avança de maneira
incalculável, os pais acabam se envolvendo em outros assuntos,
como trabalho e até mesmo falta de interesse, de responsabilidade e
acabam deixando a desejar na educação dos filhos, onde essa falta
de disciplina vem a se expor na escola e na sociedade. Sugere-se
que o professor esteja sempre se atualizando e preparando suas
aulas para despertar o interesse do aluno em buscar novos
conhecimentos, caso contrário se o professor apenas “dá a sua aula”,
está oportunizando para que o aluno vá para escola sem motivação,
com isso ele se comporta de maneira a chamar a atenção, pois sua
atenção não está ligada a nada interessante.
Um trabalho realizado em parceria entre família e escola,
resultará em um indivíduo consciente dos seus direitos e deveres
para a melhoria da sociedade, obtendo constantemente novos
aprendizados para o seu crescimento. Se um dos objetivos da
educação é o de auxiliar o sujeito a construir uma autonomia do
pensamento que “obrigue sua consciência” a respeitar as regras do
grupo depois de raciocinar com base em princípios de reciprocidade
se aquela é justa ou não, isso deve ser alcançado por meio de
relações que não envolvam a coação e o respeito unilateral; caso
contrário, poderá se obter um comportamento desejado pelo adulto,
mas ao preço de reforçar a heteronomia e não um juízo autônomo.
Portanto, somente uma transformação no tipo das relações
estabelecidas dentro das escolas, famílias e da sociedade poderá
fazer com que o problema da indisciplina seja encarado sob
perspectiva diferente. Nesse sentido, deve-se objetivar que os
princípios subjacentes às regras a serem cumpridas pelo sujeito
tenham como pressuposto os ideais democráticos de justiça e
igualdade, bem como a construção de relações que auxiliem esse
sujeito a “obrigar sua consciência” a agir com base no respeito a
esses princípios, e não por obediência.
CONCLUSÃO
Há muito a indisciplina deixou de ser um evento esporádico e
particular no Cotidiano das escolas, se tornando um grande
obstáculo para as escolas nos dias atuais. A maioria dos educadores
busca analisar as causas e sentem as consequências desse
fenômeno. Alguns órgãos, mestres, psicólogos buscam formas de
conter o avanço da indisciplina. Compreender? Punir? Fingir que não
viu? Repreender?
É claro que no cotidiano escolar, essas atitudes atrapalham o
andamento do aprendizado. Mas, porque não tentar olhar esse aluno
com outros olhos. Analisaras possíveis causas dessa indisciplina, o
contexto da escola, sociedade, família. Para que a culpa não seja só
do aluno. Porque ninguém nasce rebelde ou indisciplinado. Mas, a
escola tem uma tarefa educativa. Por essa razão, deve buscar
posturas corretas para que haja disciplina (solidariedade,
cooperação, respeito). Devem, escola e professores, se adequarem
a realidade dos alunos e integrar a comunidade, para que haja
fortalecimento da instituição.
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