Opções Opção é um contrato em que um dos intervenientes (o comprador, ou holder, da opção) adquire o direito de comprar ou vender um determinado activo subjacente, por um preço (o preço de exercício) e num prazo (a maturidade) previamente acordados. O outro interveniente (o vendedor, ou writer, da opção) assume a obrigação de agir segundo a decisão tomada pelo comprador. Recebe, para isso, um prémio. Em cada momento uma opção tem um certo valor, que é o resultado que o holder pode obter pelo exercício imediato do seu direito. Como é evidente, o valor de uma opção depende do preço de exercício e do valor do activo subjacente. As opções ditas europeias só podem ser exercidas na maturidade, mas as opções chamadas americanas podem ser exercidas em qualquer momento, até ao fim do prazo. Quando a opção se refere à compra do activo subjacente, diz-se uma opção de compra, ou call option. Nesse caso: Na data do contrato: 1. O comprador da opção paga o prémio e adquire o direito a comprar o activo subjacente nas condições acordadas. 2. O vendedor da opção recebe o prémio e assume o compromisso de vender o activo subjacente nas condições acordadas, se o comprador da opção assim o decidir; se este optar por não exercer o seu direito a comprar, então não tem qualquer obrigação. No termo do contrato: 1. O comprador da opção exerce o seu direito e compra o activo se a opção tiver então um valor positivo; não compra, no caso contrário. 2. O vendedor age de acordo com a decisão do comprador. Quer dizer, vende o activo, se ele quiser comprar. Quando a opção se refere à venda do activo subjacente, diz-se uma opção de venda, ou put option. Nesse caso: Na data do contrato: 1. O comprador da opção paga o prémio e adquire o direito a vender o activo subjacente nas condições acordadas. 2. O vendedor da opção recebe o prémio e assume o compromisso de comprar o activo subjacente nas condições acordadas, se o comprador da opção assim o decidir; se este optar por não exercer o seu direito a vender, então não tem qualquer obrigação. No termo do contrato: 1. O comprador da opção exerce o seu direito e vende o activo se a opção tiver então um valor positivo; não vende, no caso contrário. 2. O vendedor age de acordo com a decisão do comprador. Quer dizer, compra o activo, se ele quiser vender. Síntese Opção de compra: O comprador da opção pode decidir comprar, ou não, o activo. O vendedor da opção faz o que o outro quiser: vende, se ele quiser comprar; não lhe vende, se ele optar por não comprar. O comprador da opção é também o potencial comprador do activo e o vendedor da opção é o potencial vendedor do activo. Opção de venda: O comprador da opção pode decidir vender, ou não, o activo. O vendedor da opção faz o que o outro quiser: compra, se ele quiser vender; não lhe compra, se ele optar por não vender. Agora, o comprador da opção é o potencial vendedor do activo e o vendedor da opção é o potencial comprador do activo. Determinação do preço de uma call-option Naturalmente, uma das grandes dificuldades nos contratos de opções é a determinação do preço a pagar pelo comprador da opção na data do contrato, o prémio. Apresentam-se a seguir dois modelos elementares, um para tempo discreto e outro para tempo contínuo, sobretudo para ilustrar a situação. A) Modelo binomial com um único período e probabilidades iguais Considere-se um contrato em que é transaccionada uma opção de compra. Seja: S 0 = preço corrente do activo subjacente (no momento em que o contrato é celebrado) S1 = preço do activo subjacente no termo do contrato K = preço de exercício do activo C1 = valor da opção no termo do contrato r = taxa de juro sem risco correspondente ao prazo do contrato. Por hipótese, neste modelo só há duas possibilidades, ambas com probabilidade 0.5, para o preço do activo no termo do contrato, sejam: S1 S ou S1 S , S S . Quer determinar-se C0 , o valor a pagar pela opção quando o contrato é celebrado. Uma vez que só há duas possibilidades para o preço do activo no termo do contrato, daí resulta que só há duas possibilidades para o valor da opção nesse momento, também ambas com probabilidade 0.5. são elas: C1 C , quando S1 S , ou C1 C , quando S1 S . Recorrendo a uma estratégia de replicação do portfólio em condições de não arbitragem é possível demonstrar que C0 satisfaz a dupla igualdade seguinte: hS0 C0 (1 r ) hS C =hS C+ , sendo h B) C C o chamado rácio de cobertura. S S Modelo de Black-Scholes Quando o tempo é considerado uma variável contínua, e se admite que o preço do activo subjacente tem um comportamento que permite assumir uma distribuição normal com variância 2 para o retorno das aplicações nesse activo (o preço propriamente dito do activo tem distribuição lognormal), o preço da opção de compra é C S0 d1 Ke n d2 , com d1 ln(S0 / K ) ( 0.5 2 ) n ln(S0 / K ) ( 0.5 2 ) n e d2 d1 n . n n é a taxa de juro sem risco e n é o prazo do contrato, em anos; é a função de distribuição da v.a. normal-standard.