1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CONSELHEIRO LAFAIETE / MG ENGENHARIA ELÉTRICA NOTAS DE AULA CIRCUITOS ELÉTRICOS II – 5º P PROFESSOR : PAULO ROGÉRIO PINHEIRO NAZARETH ALUNO(A): .................................................................................................... 2 1- SISTEMAS POLIFÁSICOS. 1.1- INTRODUÇÃO Um sistema é dito polifásico, quando possui duas ou mais tensões iguais, com diferenças de fase fixas, suprindo de energia as cargas ligadas às linhas. Num sistema bifásico, as duas tensões iguais diferem em fase de 90. Num sistema trifásico, a diferença de fase entre as três tensões iguais é de 120. Nos retificadores polifásicos usam-se, as vezes, sistemas de seis ou mais fases, com o objetivo de obter uma tensão retificada com pouca ondulação (Ripple). Para geração e transmissão de energia elétrica, o sistema trifásico é o mais comumente usado. 1.2- SISTEMA BIFÁSICO. Considere a figura: A N S B’ B A’ A rotação do par de bobinas perpendiculares no campo magnético constante acarreta tensões induzidas cuja diferença de fase constante é 90. Com o mesmo número de espiras nas bobinas, as tensões instantâneas e dos fasores têm as mesmas amplitudes, como mostram os diagramas a seguir: A 90 t A 0 A’ N B’ B Ligando-se A’ e B’, obtemos o ponto N. Logo temos: A B 3 VAN VBOB 90 ; VBN VBOB 0 A VAB VAN VNB VBOB 90 VBOB 180 Onde , VAB 2 VBOB 135 B N Exemplo. Um sistema bifásico com tensão de 150 volts entre linha e neutro alimenta uma carga equilibrada ligada em triângulo, constituída por impedâncias de 10 53,1 . Calcular as correntes de linha e a potência total. Repita o exemplo anterior para as seguintes cargas: Z AN 1230 ; Z BN 1045 e Z AB 860 . 1.3- SISTEMA TRIFÁSICO. Como já dissemos, no sistema trifásico, a diferença de fase entre as tensões induzidas nas três bobinas igualmente espaçadas é de 120°. Considere a figura a seguir: C’ A B N S C B’ A’ Na seqüência ABC, a tensão na bobina A atinge um máximo em primeiro lugar, seguida pela bobina B, e depois pela bobina C. Esta seqüência pode ser vista pelo diagrama de fasores, considerada positiva o sentido anti-horário, e o traçado das tensões instantâneas, como mostram as seguintes figuras: 4 A A A’ B C t A 120 B’ 240 C’ B C A inversão nas bobinas B e C resulta na seqüência CBA ou seqüência negativa, como segue: A C A A’ B t A C’ 120 B’ C 240 B A ligação dos terminais A’ , B’ e C’ , resulta num alternador ligado em Y ( estrêla ), ao passo que a ligação de A em B’ , de B em C’ e de C em A’ , resulta num alternador ligado em ( delta ou triângulo ), representadas a seguir: A A AB’ A VFASE VLINHA BC’ A’B’C’=N B B C B C CA’ C NOTAS: 1ª Na ligação em estrêla as correntes de linha e de fase são iguais, e a tensão de linha é vezes a tensão de fase, ou seja; I LINHA I FASE e VLINHA 3 .VFASE 3 5 2ª) Na ligação triângulo, as tensões de linha e de fase são iguais, e a corrente de linha é corrente de fase, ou seja; VL VF 3 a e I L 3 .I F OBS.: Seja qual for a ligação, as três linhas A, B e C constituem um sistema trifásico de tensão. O ponto neutro da ligação em estrêla fornece o quarto condutor do sistema trifásico a quatro condutores. 1.3.1- TENSÕES DO SISTEMA TRIFÁSICO. Seqüência ABC Seqüência CBA A B C N N C B A VAB VL 120 VAB VL 240 VBC VL 0 VBC VL 0 VCA VL 240 VCA VL 120 VAN ( VL / 3 )90 VAN ( VL / 3 ) 90 VBN ( VL / 3 ) 30 VBN ( VL / 3 )30 VCN ( VL / 3 ) 150 VCN ( VL / 3 )150 1.3.2- CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS. EXEMPLOS: 1º) Um sistema ABC trifásico a três condutores, 110 volts, alimenta uma carga em triângulo, constituída por três impedâncias iguais de 545 . Determinar as correntes de linha IA , IB e IC e traçar o diagrama de fasores. 2°) Um sistema CBA trifásico a quatro condutores, 208 volts, alimenta uma carga em estrêla, constituída por impedâncias de diagrama de fasores. 20 30 . Calcular as correntes de linha e traçar o 6 - ESTRUTURA PASSIVA EM DELTA (Δ) OU ESTRÊLA (Y) I - TRANSFORMAÇÃO Δ Y: ZB Z1 Z2 ZA Z3 II - TRANSFORMAÇÃO Y ZC Z1 Z A .ZB Z A Z B ZC Z2 ZB .ZC Z A Z B ZC Z3 Z A .ZC Z A Z B ZC Δ: ZB Z1 ZA Z2 Z3 ZC ZA Z1 .Z 2 Z1 .Z 3 Z 2 .Z 3 Z2 ZB Z1 .Z 2 Z1 .Z 3 Z 2 .Z 3 Z3 ZC Z1 .Z 2 Z1 .Z 3 Z 2 .Z 3 Z1 OBS.: No caso de ZA = ZB = ZC = ZΔ , e Z1 = Z2 = Z3 = ZY , temos: Δ → Y : ZY Z .Z Z 2 Z ou seja, Z Z Z 3Z 3 ZY Z 3 Y→Δ: Z Y .Z Y Z Y .Z Y Z Y .Z Y 3Z 2Y Z 3Z Y ou seja, Z 3Z Y ZY ZY 7 1.3.3- CIRCUITO MONOFÁSICO EQUIVALENTE PARA CARGAS EQUILIBRADAS. De acordo com as transformações de Y para Δ, vistas anteriormente, um conjunto de três impedâncias ZΔ, numa ligação em triângulo, é equivalente a um conjunto de três impedâncias iguais ZY, ligadas em estrela, onde ZY = (1/3)ZΔ. É possível, portanto um cálculo mais direto do circuito em estrela para cargas trifásicas equilibradas, ligadas de qualquer das duas formas. O circuito equivalente de uma linha é uma fase do circuito trifásico a quatro condutores em estrela, com a diferença de que se emprega uma tensão de amplitude igual a de linha para neutro e de ângulo de fase igual a zero. A corrente de linha calculada para esse circuito tem um ângulo de fase referido ao ângulo de fase nula da tensão. As correntes de linha reais IA , IB e IC estarão avançadas ou atrasadas, em relação às respectivas tensões de linha para neutro, do mesmo ângulo de fase. Veja a figura a seguir do circuito monofásico equivalente de um circuito em estrela a quatro condutores: C B Z 1 IL Z 2 N Z VLN 0° Z VA 3 N A EXEMPLO Um sistema ABC trifásico a três condutores, 220 volts, alimenta uma carga em triângulo, constituída por três impedâncias iguais de 1245 ohms. Determinar as correntes de linha usando o método do circuito monofásico equivalente e traçar o diagrama de fasores. A impedância equivalente ligada em estrela é ZY Z 3 = 445 Ω , e a tensão de linha é VLN VL 3 220 3 127 Portanto a corrente de linha é, V 127 0 IL L 31,75 45 Z 4 45 IL 1270 445 8 Como esta corrente está atrasada de 45˚ em relação à tensão, as correntes de linha IA , IB e IC estão atrasadas de 45˚ em relação às suas respectivas tensões VAN , VBN e VCN. Os ângulos dessas tensões são obtidos das tensões de fase do sistema trifásico de seqüência ABC. As tensões entre linha e neutro e as correspondentes correntes de linha são escritas como segue: VAN 12790 I A 31,7590 45 31,7545 A VBN 127 30 I B 31,75 30 45 31,75 75 A VCN 127 150 IC 31,75 150 45 31,75 195 A Caso se deseje, as correntes de fase da carga ligada em triângulo poderão ser calculadas por I F I L 3 31,75 / 3 18,33 A. Os ângulos de fase dessas correntes são obtidos, escrevendo-se as tensões de linha do sistema trifásico de seqüência ABC, e em seguida, determinando-se as correntes, de modo que estejam atrasadas de 45º, mostradas a seguir: VAB 220120 I AB 18,33120 45 18,3375 A VBC 2200 IBC 18,330 45 18,33 45 A VCA 220240 ICA 18,33240 45 18,33195 A 1.3.4- CARGA DESEQUILIBRADA EM TRIÂNGULO. A solução, quando a carga é desequilibrada e ligada em triângulo, consiste em se calcularem as correntes de fase e, em seguida, por aplicação aos nós da lei de Kirchhoff para as correntes, determinar as três correntes de linha. As correntes de linha não serão iguais e sua defasagem não será de 120°, como ocorre nas cargas equilibradas. EXEMPLO. Um sistema trifásico ABC de 240 volts, a três condutores, tem carga ligada em triângulo com ZAB 100 , ZBC 1030 e ZCA 15 30. Calcular as três correntes de linha e traçar o diagrama de fasores. 1.3.5- CARGA DESEQUILIBRADA, LIGADA EM ESTRELA, COM QUATRO CONDUTORES. Num sistema a quatro fios, o condutor neutro transporta corrente quando a carga é desequilibrada e a tensão em cada uma das impedâncias de carga permanece fixa e de amplitude igual à existente entre linha e neutro. As correntes de linha são desiguais e sua defasagem não é 120°. 9 EXEMPLO. Um sistema CBA, trifásico a quatro fios, 208 volts, tem carga ligada em estrela com ZA 60 , ZB 630 e ZC 545. Determinar as correntes de linha e no neutro. Traçar o diagrama de fasores. 1.3.6- CARGA DESEQUILIBRADA, CONDUTORES. LIGADA EM ESTRELA, COM TRÊS Estando apenas as três linhas A, B e C ligados a uma carga desequilibrada em estrela, o ponto comum das três impedâncias de carga não está no potencial do neutro e é designado por ”O” , em vez de “N” . As tensões nas três impedâncias podem diferir consideravelmente do valor entre linha e neutro, como mostra o triângulo das tensões que relaciona todas as tensões no circuito. É de particular interesse a diferença de tensão entre “O” e “N” , tensão de deslocamento do neutro. EXEMPLO. Um sistema CBA trifásico, a três fios, 208 volts, tem carga ZA 60 , ZB 630 e ZC 545 , ligada em estrela. Determinar as correntes de linha e o fasor tensão em cada impedância. Traçar o triângulo das tensões e determinar a tensão de deslocamento de neutro, VON. Traça-se o diagrama do circuito e selecionam-se as correntes de malha I1 e I2, conforme figura: IA A 208240 60 I1 O 545 630 IB B I2 2080 IC C Escrevendo-se as correspondentes equações matriciais de I1 e I2, temos: 60 630 630 I1 208240 . 630 545 I 2 2080 630 que resulta para as correntes de malha em I1 23,3261,1 e I 2 26,5 63,4 10 As correntes de linha IA, IB e IC, representadas no diagrama, são: I A I1 23,3261,1 A ; I B I 2 I1 26,5 63,4 23,3261,1 15,45 2,5 A e IC I2 26,5116,6 A Calculando-se as tensões nas três impedâncias e representando em diagrama de fasores, temos: VCO VAO IA ZA 23,3261,1 60 139,8261,1 volts VBO O VBO IBZB 15,45 2,5 630 92,727,5 volts VCO ICZC 26,5116,6 545 132,5161,6 volts O diagrama de fasores das três tensões forma um triângulo eqüilátero. Reconstrói-se esse triângulo eqüilátero, acrescentando-se o neutro, e aparecendo, assim, a tensão de deslocamento de neutro, VON. VAO B C O N Essa tensão pode ser calculada, utilizandose qualquer um dos três pontos A, B ou C e seguindo-se a notação convencional de duplo índice. Utilizando o ponto A, temos: A VON VOA VAN 139,8261,1 120 90 28,139,8 volts . 1.3.7- MÉTODO DO DESLOCAMENTO DO NEUTRO, CARGA DESEQUILIBRADA EM ESTRÊLA A TRÊS CONDUTORES. No exemplo anterior, a tensão VON de deslocamento do neutro foi obtida em função das tensões da carga. Se determinarmos uma expressão para VON independente das tensões na carga, as correntes e tensões, pedidas anteriormente, poderão ser obtidas mais diretamente. A Considere o diagrama ao lado: IA VAO YA YB IB IC B O YC C 11 Para obter a tensão de deslocamento de neutro, escrevem-se as correntes de linha em termos das tensões na carga e das admitâncias da carga. IA VAOYA ; IB VBOYB ; IC VCO YC Em seguida aplica-se a lei de Kirchhoff para as correntes ao nó O, escrevendo-se: I A I B IC 0 => VAOYA VBOYB VCO YC 0 Do diagrama do exemplo anterior, tiram-se as tensões VAO ,VBO e VCO em função de suas componentes, isto é, VAO VAN VNO ; VBO VBN VNO e VCO VCN VNO Portanto, VAN VNO YA VBN VNO YB VCN VNO YC 0 Onde, VON VANYA VBN YB VCN YC YA YB YC OBS.: As tensões VAN, VBN e VCN são obtidas pelo triângulo das tensões para a seqüência dada no problema. As admitâncias YA, YB e YC são os inversos das impedâncias de carga ZA, ZB e ZC. EXEMPLO. Um sistema CBA trifásico, a três fios, 208 volts, tem carga ZA 60 , ZB 630 e ZC 545 , ligada em estrela. Determinar as correntes de linha e as tensões na carga pelo método do deslocamento do neutro. 1.3.8- POTÊNCIA NAS CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS. Sendo a corrente a mesma nas impedâncias de fase das cargas equilibradas em estrela ou em triângulo, a potência de fase é igual a um terço da potência total. 1.3.8.1- Potência em cargas equilibradas ligadas em triângulo. Considere a figura a seguir: VL ZΔ PF A tensão na impedância ZΔ é a tensão de linha e a corrente é a corrente de fase IF. O ângulo entre a tensão e a corrente é o ângulo da impedância. Logo, a potência na fase é: PF = VL.IF.cosθ E a potência total é: PT =3 VL.IF.cosθ Nas cargas equilibradas em triângulo, I L 3 I F , vem: PT 3 VL I L cos 12 1.3.8.2- Potência em cargas equilibradas ligadas em estrela. Considere a figura a seguir: VF ZY A tensão na impedância ZY é a tensão de fase e a corrente é a corrente de linha IL. O ângulo entre a tensão e a corrente é o ângulo da impedância. Logo, a potência na fase é: PF = VF.IL.cosθ E a potência total é: PT =3 VF.IL.cosθ Nas cargas equilibradas em estrela, VL 3 VF , vem: PF PT 3 VL I L cos OBS.: Como as equações para potência ativa PT são idênticas para as duas cargas equilibradas (Y ou Δ), a potência em qualquer carga trifásica equilibrada é dada por 3 VLI L cos , onde θ é o ângulo da impedância de carga ou ângulo da impedância equivalente, na hipótese de serem várias cargas equilibradas, alimentadas pelo mesmo sistema. Os volt-ampéres totais ST ( potência aparente total ) e a potência reativa total QT são relacionadas a seguir: ST 3 VLI L ; QT 3 VL I L sen Assim, para uma carga trifásica equilibrada, a potência aparente, a potência ativa e a potência reativa são dadas por: ST 3 VLI L ; PT 3 VL I L cos ; QT 3 VL I L sen 1.3.9- WATTÍMETROS E CARGAS EM ESTRÊLA A QUATRO CONDUTORES. Um wattímetro é um instrumento com uma bobina de potencial e uma bobina de corrente, arranjadas de forma que sua deflexão seja proporcional a VI cos onde θ é o ângulo entre a tensão e a corrente. Uma carga ligada em estrela, a quatro condutores, exige três wattímetros com um medidor instalado em cada linha, conforme figura a seguir: A VAN WA IA IA ZA IB N ZC WB IB B ZB IC C WC VCN IC VBN 13 O diagrama de fasores admite uma corrente atrasada na fase A e adiantada nas fases B e C, com um ângulo θA , θB e θC não representados no diagrama de fasores. As leituras dos wattímetros são : WA VANI A cos( A , AN ) ; WB VBNI B cos(B ,BN ) ; WC VC NI C cos(C,C N ) O wattímetro WA lê a potência na fase A e os wattímetros WB e WC lêem nas fases B e C , respectivamente. A potência total é : PT = WA + WB + WC 1.3.10- MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS . A potência total em uma carga trifásica a três condutores é obtida pela soma das leituras de dois wattímetros ligados em duas linhas quaisquer, estando suas bobinas de potencial ligadas `a terceira linha, como mostra a figura a seguir: A A WA B B C WC C As leituras dos medidores são: WA VABI A cos( A , AB ) ; WC VC BI C cos(C;C B ) Aplicando a primeira lei de Kirchhoff para as correntes aos nós A e C da carga em triângulo, tem-se: I A I AB I AC e IC ICA ICB Substituindo IA e IC em WA e WC , temos: WA VABI AB cos( AB, AB ) VABI AC cos( AC, AB ) WC VC BI C A cos(C A,C B ) VC BI C B cos(C B,C B ) Os termos VABI AB cos( AB, AB ) e VC BI C B cos(C B,C B ) são facilmente identificados e representam as potências nas fases AB e CB da carga. 14 Os dois outros termos restantes que são VABI AC cos( AC, AB ) e VC BI C A cos(C A,C B ) , contêm VABIAC e VCBICA que, agora podem ser escritos como VLIAC, já que VAB e VCB são tensões de linha e IAC = ICA. Para identificarmos esses dois termos, considere o diagrama de fasores a seguir, onde admitimos a corrente IAC atrasada de em relação a VAC. VAB VAC 60° IAC θ VBC VCB 60 ° θ ICA VCA Podemos observar que o ângulo entre VAB e IAC = 60° + θ, e entre VCB e ICA = 60° - θ. Portanto a potência na fase AC será: PAC VAB I AC cos(60 ) VCB I CA cos(60 ) PAC VL I AC (cos 60 cos sen 60 sen ) VL I AC (cos 60 sen sen 60 sen ) Que simplificando temos; Onde resulta : PAC 2VL I AC cos 60 cos PAC VL I AC cos Podemos então concluir que dois wattímetros indicam a potência total numa carga ligada em triângulo. WT WA WB PAB PBC PCA 15 1.3.11- APLICAÇÃO DO MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS A CARGAS EQULIBRADAS. Para mostrar a aplicação do método dos dois wattímetros a cargas equilibradas, consideremos as três impedâncias iguais, ligadas em estrêla, mostradas na figura a seguir: A A WA Z Z Z C B B WC C Considere também o diagrama de fasores para a sequência ABC, admitindo a corrente atrasada de um ângulo θ, como segue: VAB VAN 30° θ IA VBC VCB 30° IC VCN VBN IB VCA 16 Com os wattímetros nas linhas A e C suas leituras são: WA VAB I A cos( A,AB ) e WC VCB I C cos( C,CB ) Do diagrama de fasores, tem-se: VAB e IA = 30° + θ Então, e VCB e IC = 30° - θ WA VAB I A cos(30 ) e WC VCB I C cos(30 ) Quando o método dos dois wattímetros é usado numa carga equilibrada, as leituras dos wattímetros são VL I L cos(30 ) e VL I L cos(30 ) , onde θ é o ângulo da impedância. As duas leituras podem ser empregadas para a determinação do ângulo θ. Escrevendo-se a expressão de W1 e usando o co-seno da soma de dois ângulos, vem: W1 VL I L (cos 30 cos sen 30 sen ) E da mesma forma para W2 usando o co-seno da diferença de dois ângulos, fica: W2 VL I L (cos 30 cos sen 30 sen ) W1 W2 3 VL I L cos e a diferença W2 W1 VL I L sen , nos conduz à seguinte expressão: Assim, a soma de W W1 tan 3 2 W W 1 2 Portanto, a tangente da ângulo da impedância Z é 3 vezes a relação entre a diferença e a soma das leituras dos dois wattímetros. Sem conhecer as linhas em que os medidores estão localizados, nem a seqüência do sistema, é impossível definir o sinal de . Entretanto, quando se conhecem a seqüência e a localização dos medidores, o sinal pode ser determinado pelas seguintes expressões: Seqüência ABC W WC W WA W WB 3 C 3 B tan 3 A W W W W W W A B C B C A Seqüência CBA W WB W WC W WA 3 A 3 C tan 3 B W W W W W W B C A A B C