UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS BÁSICOS Disciplina: EDU01004 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: História da Escolarização Brasileira e Processos Pedagógicos Professor responsável: JORGE ALBERTO ROSA RIBEIRO 1º semestre de 2015 – Questionário de entrada! (considere a leitura do texto complementar) Nome: semestre em curso: 1) Razão da escolha da disciplina considerando o seu curso: 1.2) Expectativa com a disciplina: 2) Atividade profissional atual: Já atua(ou) com a temática da educação associada ao seu curso em Escola? (em que nível ou modalidade)? 2.2) Conte como foi? 3) Conhece a origem social e cultural da escola no Brasil? Vê sentido deste conhecimento e o seu curso/profissão? 4) Como aluno(a), recorda de haver estudado ou realizado alguma atividade significativa na escola que possibilitou “ir compreendendo” a relação da sociedade em que vives e a história da escolarização brasileira? 5) Em que momento e contexto acreditas que a escola e a escolarização é apresentada como sendo a educação de cada um? = 09/03/2015 2º encontro - Sistematização do Programa de Trabalho. Apresentação dos períodos e processos significativos da História do Brasil. Discussão Guazzelli, Cesar A. Barcelos. “Do sistema colonial português ao Brasil Imperial”. In: Panizzi, Wrana e Mix, Miguel. Brasil desde Porto Alegre. P.A.: Ed.UFRGS, 2007. PASTA COM MATERIAL NO “GAMA FOTOCÓPIAS” TEXTO COMPLEMENTAR Ribeiro, Jorge A. Rosa. Momentos históricos da escolarização. In. Inclusão e Escolarização. Baptista, Claudio (org.). Ed. Mediação, 2006. MOMENTOS HISTÓRICOS DA ESCOLARIZAÇÃO Apresento neste ensaio um conjunto de argumentos sociológicos e históricos capazes de dar resposta a duas questões. A primeira diz respeito ao problema da continuidade e evolução da escola: a escola que temos hoje é fruto de uma continuidade e uma evolução do passado aos dias atuais? A segunda pode ser assim formulada: o que fez com que o fenômeno da escolarização se orientasse para a universalização1 do acesso à escola? Lembro que o conceito de escolarização diz respeito ao processo complexo2 que envolve aspectos relacionados com a instituição escolar: a quem é oferecida, qual a sua função, sua organização, seu currículo, a tecnologia a sua disposição (livros, recursos e materiais utilizados para a escrita, entre outros), a forma e o princípio das ações pedagógicas desenvolvidas em seu interior, o sistema escolar (se é constituído ou não), entre outros, inclui os saberes culturais associados a determinados grupos profissionais e a transformação destes em disciplinas escolares, como é o caso da investigação de Jean Hébrard (1990). Também isso é escolarização. O fenômeno social da escolarização na sociedade contemporânea é analisado e criticado com muito mais significado desde o momento em que se configurou como um projeto político orientado para a sua universalização. Sabemos que até o século XIX esta universalização não se efetivou, não só por que as vozes conservadoras a condenavam, como, também, por representar uma ameaça de transformação social, afinal ‘quem iria querer ser agricultor depois de conhecer as boas letras’. A par desta posição, a escolarização entre os séculos XV-XVIII estava orientada pela homogeneização do público escolar. Escolares e estudantes estavam submetidos a uma ordem disciplinadora, autoritária e, paradoxalmente, paternalista, muito mais próxima da cultura clássica do que do conhecimento científico e do mundo do trabalho, estando por isso organizada para produzir trajetórias e percursos no sistema escolar condizentes com uma sociedade aristocrática. Apenas no século XX, observou-se políticas voltadas a uma escolarização inclusiva e efetivamente universalizadora resultante de forças e agentes sociais novos, como as classes sociais em luta, os Estados Nacionais e seus interesses em promover a escolarização, a aceleração das mudanças produtivas, a importância do conhecimento científico, a valorização da escola como promotora da educação de trabalhadores, a luta emancipatória da mulher, a descoberta da criança e da pesquisa psicológica. Nem por isto, a escola e a escolarização têm significado uma experiência exitosa e isenta de crise. Muito próximo do questionamento e do objetivo de Ramírez & Boli (2001): “o objetivo deste artigo é o de desenvolver esta idéia numa explicação coerente sobre a construção e institucionalização do sistema de educação pública.” 2 Para problematizar a categoria escolarização a leitura de Hamilton (1992) é muito elucidativa e provocante. Em uma primeira aproximação ao conceito, escolarização é reivindicada “...sempre que haja, entre outras coisas, de pessoal distintivo (p.e., ‘professores’), instrumentos educacionais distintivos (p.e., ‘livros-textos’) e instalações educacionais distintivas (p.e., ‘escolas’)” (p.15) 1