76. SILVA, R.S. As Origens da Patologização Escolar: Concepções de Infância entre Professores. Resumo de Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia, Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2012. Orientador(a): Dr. Luís Antônio Gomes Lima Banca: Ms. Beatriz de Paula Souza e Dr. Paulo Jonas de Lima Piva RESUMO Verifica-se atualmente que muitos dos problemas produzidos nas relações educativas são tomados pela escola como sintomas de uma doença individual, e que condutas de crianças que poderiam ser interpretadas como atitudes comuns da infância, por não serem desejáveis ou não corresponderem às expectativas são tomadas como sintomas de possíveis distúrbios que precisam ser diagnosticados e tratados. A este fenômeno dá-se o nome de “patologização escolar”, que pode ser descrito como o ato de transformar em doença, em patologia, o que é diferente do padrão normativo, estigmatizando e segregando crianças que não se adequam ao cotidiano escolar estabelecido. O presente trabalho tem como objetivo entender quais são e como se produziram as concepções de infância dos educadores e como interpretam as fronteiras entre o normal e o patológico no processo de escolarização da criança. Para a realização da pesquisa foram entrevistadas oito professoras que lecionam para 1º ou 2º anos do Ensino Fundamental I, utilizando-se de roteiro semi-aberto. Foi possível verificar que o modo como as professoras se relacionam com seus alunos está diretamente ligado a uma concepção paradoxal de infância: os relatos indicam uma ideia nostálgica e idealizada de uma criança que obedece a regras sem questionamentos, e o controle se tornaria mais fácil de ser exercido na sala de aula, ideia oposta à criança que se apresenta atualmente como sujeito nas relações, ou seja, é capaz de expressar ideias e sentimentos que muitas vezes diferem do esperado, e por isso são interpretados como opositivos, violentos, e no mais alto grau expressão de uma patologia escolar. 77. SILVA. E. E. Normal e Patológico na Educação: Análise do Discurso Docente. Resumo de Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia, Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2012. Orientador(a): Dr. Luís Antônio Gomes Lima Banca: Roberto Moraes Salazar e Ms. Valéria Ribeiro Linard RESUMO As queixas escolares sobre alunos que vivenciam problemas de escolarização, podem ser elaboradas, numa visão acrítica, a partir da atribuição de deficiências biológicas ou psicológicas nos indivíduos, ao que decorreria a compreensão do malogro escolar por meio da chamada “medicalização” - fenômeno de transformação de questões complexas em alterações biológicas. A fim de compreender como se dá, no contexto educacional, a criação do que é interpretado como patológico no processo de ensino- aprendizagem e sua relação com a dimensão político-social da educação, realizou-se a presente pesquisa. Especificamente, objetivou-se verificar como se produziu a maneira de pensar que ora é problematizada acerca das queixas escolares, a partir da compreensão de qual é a concepção de aprendizagem que se baseia a expectativa dos professores em relação aos alunos; qual a compreensão que se tem quando o aprendizado da criança não se cumpre; aspectos da formação e atuação profissional do docente. A pesquisa foi realizada com cinco professoras do ensino fundamental público (Ciclo I e Ciclo II), atuantes em diferentes bairros da região leste da cidade de São Paulo. Utilizou-se um roteiro de entrevistas e um gravador. O material utilizado foi constituído de relatos dos participantes e analisadas a partir do referencial teórico Materialismo Histórico Dialético. A partir dos resultados, pode-se considerar que um possível caminho que leva à construção do que é interpretado como patológico envolve um processo de intensificação do olhar que examina o aluno em si mesmo na busca de respostas de algo que deveria ser esperado, propiciado a partir de um referencial de aluno ideal, legitimado por bases científicas organicistas. A culpabilização da família de origem e a atribuição de suas limitações são vistas como determinantes dos problemas de não aprendizagem, ao que se culminará na evocação da figura de um especialista que diagnostique e intervenha sobre supostos problemas localizados nos alunos. Comparece no cenário escolar reflexos de políticas educacionais vigentes, que têm agravado a qualidade da educação pública e limitado um adequado processo de ensino-aprendizagem que contemple a todos os alunos, repercutindo na atividade docente e sua possibilidade de intervir em complexas situações escolares – para as quais somente a formação inicial tem se mostrado insuficiente. 78. Naddeo, B. DISLEXIA - Análise qualitativa do filme “Como estrelas na terra: toda criança é especial”. Resumo de Trabalho de conclusão de curso. Psicologia, Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2012. Orientador(a): Ms. Aline Íris Gil Parra Magnani Banca: Ms. Fátima Ali Zahra e Ms. Valéria Ribeiro Linard RESUMO O presente trabalho explicita, primeiramente, os conceitos de transtornos de aprendizagem com o intuito de contribuir para o conhecimento a respeito da temática, pois a falta de informação resulta em diagnósticos errôneos e, consequentemente, rotulações de crianças com problemas escolares. Neste sentido, dentre os distúrbios de aprendizagem, optou-se por pesquisar sobre a dislexia, pois trata-se de um dos transtornos mais comentados atualmente em mídias, congressos, escolas e pesquisas. Este distúrbio pode ser encontrado em crianças com capacidade intelectual normal ou acima da média, com boas oportunidades de escolarização, estimulações adequadas e órgãos sensoriais intactos, no entanto apresentam extrema dificuldade para se apropriar da aprendizagem da leitura e escrita. Para poder discutir acerca das vivências de uma criança disléxica, este trabalho foi dividido em: Introdução (o primeiro capítulo sobre Transtornos de Aprendizagem, o segundo a respeito da Dislexia e o terceiro quanto à Pesquisa Qualitativa); Objetivo (analisar qualitativamente o filme “Como estrelas na terra: toda criança é especial” e discutir aspectos da trajetória do personagem principal); Método (em que envolve todo o processo de execução da pesquisa); Resultados e Discussão (após a seleção e descrição das cenas da obra cinematográfica, realizou-se uma análise qualitativa das cenas do filme) e; Considerações Finais. A partir da análise qualitativa realizada pode-se entender que é fundamental que o diagnóstico da dislexia seja realizado de maneira multidisciplinar e que tanto a família, quanto a escola como um todo ofereçam todo o apoio e suporte necessário para que a aprendizagem seja alcançada. 79. SANTOS, A. dos; SOUSA. A. O. de. Dificuldades de Aprendizagem Baseadas em Crenças: A Atuação do Psicólogo Cognitivo. Resumo de Trabalho de conclusão de curso. Psicologia, Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2012. Orientador(a): Ms. Aline Íris Gil Parra Magnani Banca: Drª Eliana Ribeiro da Silva e Ms. Valéria Ribeiro Linard RESUMO Definir o termo aprendizagem parece ser fácil num primeiro momento por ser empregado diariamente pelas pessoas em diversos contextos e, existindo diversas possibilidades de aprender, a Psicologia transforma a aprendizagem em um processo a ser investigado. O aspecto sócio-afetivo é uma das áreas em que qualquer aprendizagem gira, devendo ser destacada a importância dos fatores sociais para o desenvolvimento cognitivo, sendo a interação social uma condição para o desenvolvimento. Os fatores afetivos contribuíam para o início das dificuldades, pois quando o aluno não tem o desempenho esperado, a tendência é ter baixas expectativas em relação à realização pessoal, não persistindo diante das tarefas escolares, e, por fim, desenvolvendo uma baixa autoestima de si próprio. A criança se comportará frente às dificuldades de acordo com o que aprendeu em sua relação com o meio, e seu êxito ou “fracasso” obtido nessa relação refletirá em suas atitudes consigo mesma. Assim, pensamentos distorcidos ou disfuncionais interferem diretamente na maneira como a criança se comporta e levanta a hipótese de que as emoções e comportamentos são influenciados por sua percepção dos eventos. Na infância as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, e a terapia cognitiva se utiliza de técnicas para identificar os pensamentos distorcidos e/ou disfuncionais que envolvem essas crenças. O trabalho com crianças, na identificação e mudanças das crenças que envolvem as dificuldades de aprendizagem, deve ser feito por intermédio de brincadeiras e atividades lúdicas. Nos jogos e brincadeiras a criança vai percebendo que é capaz de desempenhar certas atividades e sua autoestima também vai sendo trabalhada. Essa pesquisa teve como objetivo geral conhecer a atuação do psicólogo cognitivo frente à demanda de crianças com a queixa de dificuldades de aprendizagem baseadas em crenças. Os objetivos específicos foram conhecer o tempo de atuação dos profissionais; investigar a respeito da formação complementar dos profissionais; verificar quais são as principais crenças relacionadas às dificuldades de aprendizagem com as quais estes profissionais se deparam durante os tratamentos e conhecer as principais técnicas utilizadas pelos psicólogos cognitivos no tratamento de crianças com este tipo de dificuldades. O método da pesquisa foi estruturado da seguinte forma: a amostra dos participantes foi composta por 4 (quatro) profissionais psicólogos que atuassem a partir da teoria cognitiva e que atendessem à demanda de crianças com dificuldades de aprendizagem baseadas em crenças. O material utilizado foi uma entrevista semi-dirigida composta por cinco perguntas abertas e, com o consentimento dos participantes, as entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas para a análise. Os resultados apontaram que, apesar de muitas vezes a criança ser a única responsabilizada pelo mau desempenho, hoje também é reconhecido que esse fenômeno é produto da relação desta criança com seu meio. Esse reconhecimento permite que a escola e a família também sejam inclusas no processo de escolarização, seja para o sucesso ou insucesso. Além disso, foi possível verificar que o psicólogo cognitivo pode, por meio de uma atuação mais voltada para o lúdico, trabalhar com as crenças que a criança constrói relacionadas às suas dificuldades. 80. Lima, Aline Giorgini Pereira; Vieira, Angélica Poiati. Crianças abrigadas: reflexões sobre o processo de escolarização e a construção da subjetividade. Resumo de Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia, Universidade São Judas Tadeu. São Paulo, 2012. Orientador(a): Dr. Luís Antônio Gomes de Lima Banca: Ms. Alexandre Lara de Moraes e Ms. Márcia Martins Ferreiro RESUMO Um estudo focado no processo de escolarização e na subjetividade da criança em situação de abrigamento pode apresentar novos horizontes para o assunto. Tanto pode ajudar a melhorar o entendimento das questões, sendo possível apresentar ferramentas para os profissionais que fazem a intermediação do aprendizado e da subjetivação da criança, quanto ajudar a promover a universidade e o meio científico, incrementando estudos no que diz respeito ao tema, alimentando fontes de informações e base de dados da instituição para eventuais projetos interdisciplinares. Desta forma, o presente estudo teve por objetivo analisar aspectos relacionados à construção da subjetividade da criança em situação de abrigamento e o seu processo de escolarização. Para a realização desta pesquisa, participaram deste estudo seis profissionais que residiam dentro da Grande São Paulo que tiveram ou tem trabalhado com crianças abrigadas. Como instrumento, foi utilizado um questionário semiestruturado, com perguntas que possibilitaram ao entrevistado discorrer de forma ampla sobre o tema proposto. Após busca por profissionais que trabalham ou já trabalharam com crianças abrigadas; e a adesão dos mesmos à proposta e com TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), devidamente assinado, os profissionais foram entrevistados individualmente. Para serem alcançados os objetivos propostos, as entrevistas foram analisadas qualitativamente, de forma que os dados foram articulados por meio das proposições do materialismo histórico juntamente com a pesquisa psicanalítica nessa área temática. Desta forma, utilizamos da análise de discurso, na perspectiva do materialismo histórico, para analisar tais entrevistas, levantando aspectos relevantes no material para um exercício de análise crítica conjugada com a aplicação de conceitos psicanalíticos, obtendo um resultado de duas categorias de análises mais evidentes, referente a ruptura nos vínculos de referência para a construção da subjetividade na infância e falta de família e a impossibilidade de aprendizagem.