Teoria da Inclusão (D. Ausubel) Visão Geral: A teoria de Ausubel está interessada em como os indivíduos aprendem grandes quantidades de material significativo por meio de apresentações verbal/textual em um quadro escolar (em contraste com as teorias desenvolvidas no contexto de experiências em laboratório). De acordo com Ausubel, o aprendizado é baseado em tipos de processos superordenados, representacionais e combinatoriais, que ocorrem durante a recepção da informação. Um processo primário em aprendizado é a inclusão, na qual o material novo é relacionado com as idéias relevantes da estrutura cognitiva existente em uma base substantiva, não literal. As estruturas cognitivas representam o resíduo de todas as experiências de aprendizado. O esquecimento ocorre porque detalhes se tornam integrados e perdem suas identidades individuais. Um mecanismo principal de instrução proposto por Ausubel é o uso de organizadores avançados: "Estes organizadores são apresentados com antecedência ao aprendizado por si mesmo, e também são apresentados em um nível mais elevado de abstração, generalidade e abrangência. E como o conteúdo substantivo de um dado organizador, ou de uma série de organizadores, é selecionado com base na sua conveniência para explicar, integrar e interrelacionar o material que eles precedem, esta estratégia satisfaz simultaneamente o substantivo, assim como o critério de programação para aumentar a força organizacional da estrutura cognitiva." (1963 , p. 81). Ausubel enfatiza que organizadores avançados são diferentes de visões gerais ou resumos, os quais simplesmente enfatizam as idéias-chaves e são apresentados no mesmo nível de abstração e generalidade que o resto do material. Os organizadores agem como uma ponte de inclusão entre o material de aprendizado novo e as idéias existentes relacionadas. A teoria de Ausubel tem pontos em comum com as teorias Gestalt e aquelas que envolvem esquemas (por exemplo, Bartlett) como princípio central. Existem similaridades também com o modelo de aprendizado espiral de Bruner, embora Ausubel enfatize que a subsumption envolve a reorganização das estruturas cognitivas existentes e não o desenvolvimento de novas estruturas, como as teorias construtivistas sugerem. Âmbito/Aplicação: Ausubel indica claramente que sua teoria se aplica somente ao aprendizado recepção (expositivo) em quadros escolares. Ele distingue o aprendizado de recepção do aprendizado maquinal e de descoberta. O primeiro, porque não envolve subsumption (isto é, materiais significativos) e o último porque o aprendiz precisa descobrir a informação por meio da resolução de problemas. Vários estudos foram conduzidos sobre os efeitos dos organizadores avançados no aprendizado (ver Ausubel, 1968, 1978). Exemplo: Ausubel (1963, p. 80) cita o texto de patologia de Boyd como um exemplo de diferenciação progressiva, pois o livro apresenta a informação de acordo com os processos gerais (por exemplo, inflamação, degeneração) em vez de descrever os sistemas dos órgãos separadamente. Ele também cita o currículo do Physical Science Study Committee, que organiza o material de acordo com as idéias principais da física, em vez da discussão gradativa do princípio ou fenômeno (p. 78). Princípios: 1. As idéias mais gerais de um assunto devem ser apresentadas primeiro e, depois, progressivamente diferenciadas em termos de detalhe e especificidade. 2. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e referências cruzadas de idéias novas e antigas. Referências: Ausubel, D. (1963). The Psychology of Meaningful Verbal Learning. New York: Grune & Stratton. Ausubel, D. (1978). In defense of advance organizers: A reply to the critics. Review of Educational Research, 48, 251-257. Ausubel, D., Novak, J., & Hanesian, H. (1978). Educational Psychology: A Cognitive View (2nd Ed.). New York: Holt, Rinehart & Winston.