1 - O Ensino sob a Ótica da Solução de Problemas Repassar ações bem definidas, que se aplicadas corretamente e na ordem apropriada levam à solução do problema, faz parte do ensino de engenharia. A abordagem do “livro de receitas” ainda está presente. O domínio da técnica de solução influencia fortemente a formulação do problema, é o ensino dependente da especialidade do professor e do domínio da técnica. Ensinar a técnica de solução é importante, mas se desacompanhada da metodologia, que orienta o processo de definição do problema, sua análise, o levantamento de alternativas, o estabelecimento de critérios e escolha da alternativa de solução, leva o estudante a: • não ter consciência do processo mental utilizado para resolver o problema, daí não consegue descrevê-lo; • não utilizar um método organizado/sistematizado para resolver problemas; • mergulhar no problema sem compreender o que é desejado; e • não explorar as alternativas não convencionais. As disciplinas do curso de engenharia são estruturadas para atingir um determinado propósito. Cada disciplina encarrega-se de ensinar um conjunto de fundamentos e técnicas, em termos teóricos e práticos. Cada uma dessas técnicas é apresentada, e então aplicada a problemas trabalhados em sala de aula, complementados por uma lista de exercícios selecionados e organizados pelo professor. Na prova, o aluno deve mostrar sua habilidade em aplicar uma técnica na solução de um problema novo (CORL, 1995). O ensino de engenharia apoia-se muito na transmissão de conhecimentos baseada na solução de problemas, sem o necessário envolvimento com a sistematização do processo decisório. A informação vital é normalmente omitida, sintomas não são observados ou são relatados incorretamente, o desempenho desejado nem sempre é conhecido ou entendido. Nesta classe estão os chamados problemas mal-estruturados. A partir do momento em que são obtidas mais informações (precisas e significativas), os problemas começam a tomar forma, a ter uma melhor estrutura para análise. São problemas bem-estruturados, que são resolvidos a partir de uma seqüência de passos bem definidos e que têm uma resposta correta, pré-determinada. O termo solução de problemas tem um entendimento bastante estreito na educação em engenharia, devido aos “problemas de sala de aula”, isto é, os exercícios e tarefas propostas, cuja solução resume-se à escolha da técnica e à derivação da resposta apropriada, normalmente numérica. A abordagem de resolver os “problemas de sala de aula” pode ser, por si só, um problema para os novos engenheiros (recém-formados) que serão colocados no mercado de trabalho. A indústria utiliza-se de um conceito mais geral de solução de problemas. Nesses ambientes, um problema é inicialmente detectado pela constatação de que alguma coisa não funciona bem e não é aceita na sua forma ou estado atual. A solução do problema visa a conduzir a situação atual para um estado desejado ou aceitável. 2. Enfoques Teóricos sobre a Solução de Problemas As contribuições relativas ao significado e estratégias envolvidas na resolução de problemas são tantas e abrangem tal diversidade de aspectos que não seria possível resumi-las aqui. Por isso, optou-se por selecionar algumas contribuições a respeito deste tema, ressaltando-se, especialmente, os aspectos diretamente relacionados com procedimentos de ensino e aprendizagem de solução de problemas. Uma abordagem neobehaviorista é dada por GAGNÉ (1982), para quem a solução de problemas é “um tipo de aprendizagem que requer elementos internos habitualmente chamados de pensamento. Dois ou mais princípios anteriormente adquiridos são combinados de maneira a produzir uma nova capacidade que se pode indicar como dependente de um princípio de ‘ordem superior”. Segundo o autor, este tipo de aprendizagem tem duas características básicas na solução de problemas: 1) é um tipo de aprendizagem que envolve a combinação de princípios anteriormente aprendidos em um novo princípio de “ordem superior”, que resolve o problema e se estende a toda uma classe de situações que compreendem problemas do mesmo tipo; 2) exige a descoberta do princípio de ordem superior sem qualquer auxílio verbal específico, o que não significa, no entanto, que nenhuma orientação deva ser dada ao aluno; ao contrário, determinado nível de instrução deverá ser fornecido para reduzir o tempo de busca e seleção, o que não diminuirá a significação do resultado obtido. GAGNÉ (1982) também alerta que se o professor apresentar o princípio de ordem superior ao aluno, ele será aprendido como simples cadeia verbal e não como uma descoberta. Nesse caso, a aprendizagem não será significativa e não se mostrará resistente ao esquecimento. A consideração do processo de solução de problemas nas teorias e pesquisas tradicionais, baseavam-se principalmente em três modelos: 1) o de Dewey que propõe uma seqüência regular de etapas temporais do pensamento reflexivo; 2) os gestaltistas, mais voltados para as condições necessárias para a ocorrência da solução de problemas, enfatizam a experiência prévia do sujeito e a reorganização das idéias, interagindo com os aspectos do problema; e 3) os de estímulo-resposta, behavioristas e operantes, centrados nas concepções de ensaio e erro, força do hábito e contingências de reforço (KURI, 1990). Existem várias versões do modelo de Dewey elaboradas por teóricos da educação, como a proposta por DAVIS et al.(1972), para os quais, a exemplo de Gagné, a solução de problemas é um tipo específico de aprendizagem. As etapas desta proposta, muito parecida com a de Dewey, fornecem uma estrutura a partir da qual são elaboradas as heurísticas, estas entendidas como regras operacionais para a solução de problemas em geral e dirigidas ao professor. As etapas propostas são as seguintes: 1. percebendo o problema: várias situações se apresentam com muitos problemas potenciais, por isso o aluno deve ser orientado a perceber um problema quando com ele se depara; 2. formulando problemas: percebido o problema, sua natureza e elementos devem ser descritos; 3. buscando soluções: a partir dos dados do problema e das próprias idéias, soluções hipotéticas são formuladas; 4. selecionando uma abordagem: existindo várias soluções para o problema, o aluno deve ser orientado para selecionar as mais adequadas à situação; 5. implementando e avaliando: a solução escolhida é colocada em prática e a sua aplicabilidade, em função do objetivo visado, é analisada. Se rejeitada, novas soluções são tentadas. Um enfoque cognitivista para a solução de problemas é fornecido por AUSUBEL (1976), ao afirmar que: “a solução de qualquer problema supõe a reorganização do resíduo da experiência passada, de modo que se ajuste aos requisitos concretos da situação atual”. A esta afirmação, acrescenta outros aspectos que lhe dá maior precisão: • a estrutura cognitiva existente desempenha papel chave na solução de problemas, já que os conceitos, princípios e leis anteriormente aprendidos constituem a matéria prima da solução de problemas; • se os conhecimentos prévios pertinentes ao problema são claros, estáveis e discrimináveis, isso facilita sua resolução; • sem esse conhecimento prévio não é possível nenhuma solução, independente do grau de habilidade que o aluno tenha para a descoberta; e, • sem tal conhecimento, o aluno não pode sequer entender a natureza do problema que enfrenta. Quanto à natureza da solução de problemas, AUSUBEL (1976) distingue duas classes principais: solução por ensaio e erro e solução por discernimento. O enfoque do ensaio e erro consiste na variação, aproximação e correção de respostas, feitas de maneira aleatória ou sistemática, até a obtenção da resposta correta. Já o discernimento supõe a “disposição” para a descoberta de uma relação significativa entre meios e fim, o que é feito através de formulação e comprovação de hipóteses. Muitos outros estudos e projetos de pesquisa tem sido publicados, sobre os procedimentos envolvidos na resolução de problemas de engenharia. Alguns autores relatam os esforços para ensinar a seus alunos técnicas mais efetivas para resolver problemas e muitos enfatizam as etapas ou estratégia a ser adotada. Algumas estratégias são descritas a seguir. 2.1 Estratégias para a Solução de Problemas CORL (1995) atesta que vários modelos têm sido propostos, com diferentes etapas ou fases que conduzem da identificação do problema à sua solução. (vide também POLYA, 1978; RUBENSTEIN,1975. WOODS et.al.(1976), definindo a solução de problemas como “uma atividade na qual o melhor valor é atribuído para o desconhecido, sujeito a um conjunto específico de condições”, identificaram esta atividade como um conjunto de etapas que combinam pensamento analítico e criativo, denominando-a Estratégia para a Solução de Problemas. Planejada racionalmente, a estratégia exigia que os estudantes se concentrassem em uma etapa de cada vez e, simultaneamente, discutissem cada idéia com os demais. Uma observação interessante relatada por esses autores foi que, embora apresentassem inúmeras sugestões de como resolver problemas e variados exemplos, os alunos não capitalizaram essas sugestões ou exemplos. E concluíram que, provavelmente, falharam porque suas contribuições em classe eram feitas verbalmente e não no quadro-negro. Levantaram ainda, que os professores de engenharia embora aptos para especificar o processo que utilizam para resolver problemas, têm dificuldades para transmiti-lo aos alunos, possivelmente porque suas ações são muito interiorizadas pela prática e experiência que possuem. Uma análise cuidadosa dessa literatura sugere, basicamente, os seguintes pontos: • é imprescindível desenvolver a habilidade de identificar (definir) o problema ou o que vai ser resolvido. Portanto, o aluno precisa ser treinado a identificar a variável desconhecida ou incógnita de um problema e a reconhecer os dados importantes fornecidos em sua formulação; • o planejamento em solução de problemas também é muito importante, principalmente para os mais difíceis e complexos. O treinamento para desenvolver uma estratégia geral favorece a resolução de problemas, quaisquer que sejam; • por melhor que seja a estratégia utilizada, ela não dispensa conhecimentos prévios bem consolidados e o domínio de procedimentos específicos à área em que se situa o problema; • diferentes tipos de problemas requerem diferentes competências, em graus que variam de problemas relativamente simples aos mais complexos e abstratos; • a prática é indispensável para que o aluno desenvolva seu próprio estilo em solução de problemas, pois não há procedimento, método ou técnica de resolução boa para todos. Através de variadas experiências, ele adquire confiança e pode desenvolver um método de trabalho que seja o melhor para ele. Com base nas contribuições aqui descritas, pode-se inferir que resolver problemas é um processo complexo, constituído de diversas habilidades e, uma delas pode estar causando dificuldades para o estudante, sendo tarefa do professor tentar descobrir qual delas está causando dificuldade, para ajudá-lo a superá-la e desenvolver suas habilidades. Nesse sentido, apresenta-se, a seguir, uma estratégia instrucional baseada na solução de problemas, visando avaliar o potencial de sua utilização no ensino de engenharia. 3 - Aprendizagem Baseada em Problemas A engenharia lida com sistemas que são combinações de subsistemas genéricos e customizados, sobre os quais se têm pouca literatura publicada em termos do que seria um desempenho normal, ou de um modelo de referência. Os engenheiros, freqüentemente, deparam-se com sistemas únicos, que foram criados para atender necessidades específicas ou mesmo temporais. Como conseqüência, o engenheiro deve integrar seu conhecimento e experiência com cada novo sistema com que se depara na sua vida profissional, na tentativa de identificar, priorizar e corrigir problemas A aprendizagem baseada em problemas (Problem-Based Learning - PBL), no seu nível mais fundamental, é um método instrucional caracterizado pelo uso de problemas reais, como o contexto para que os estudantes aprendam a ter uma postura crítica e as habilidades necessárias para resolver problemas, além de adquirir conhecimento dos conceitos essenciais. Usando PBL, os estudantes adquirem habilidades mais duradouras, que incluem a capacidade de descobrir e usar os recursos de aprendizagem apropriados. Este método, utilizado para engajar os estudantes no processo de aprendizagem, está apoiado em dois pontos básicos da teoria cognitivista. O primeiro é que os estudantes trabalham nos problemas percebidos como significativos ou relevantes, e o segundo é que as pessoas tentam obter mais informações quando colocadas frente a uma situação que elas não entendem prontamente. Simplificadamente, o processo se inicia com o professor apresentando o problema aos alunos, que em grupos pesquisam, discutem, obtém explicações, soluções ou recomendações. É um processo iterativo, composto dos seguintes passos: 1. Forneça o problema - apresente aos estudantes um problema mal-estruturado ou um cenário, sobre o qual eles não tenham conhecimento suficiente para resolvê-lo. Isto significa que os estudantes deverão obter as informações necessárias sobre o problema, aprender novos conceitos ou princípios, assim que se comprometem com a solução do problema. 2. Liste o que é conhecido - em grupos, os estudantes listam o que conhecem sobre a situação apresentada. Esta informação é colocada sob o título: “O que nós sabemos?” Pode incluir os dados do problema ou alguma informação baseada em conhecimento prévio. 3. Faça a definição do problema - a definição do problema deve ser feita a partir da análise do que os estudantes sabem. Essa definição provavelmente será revista, conforme novas informações sejam obtidas. As definições típicas são normalmente baseadas em incongruências, discrepâncias, anomalias, ou nas necessidades de um cliente. 4. Liste o que é necessário - os estudantes devem descobrir as informações necessárias para o entendimento e solução do problema. Uma segunda lista deve ser preparada com o título: “O que precisamos saber?” Esses quesitos irão guiar as buscas, que podem ser feitas on line, na biblioteca, ou em qualquer outro lugar fora da sala de aula. 5. Liste as possíveis alternativas de ação e os critérios – nesta fase e sob o título: “O que devemos fazer?”, os estudantes listam as ações a serem tomadas (por exemplo, consultar um especialista), formulam e testam hipóteses alternativas. 6. Apresente e defenda a solução proposta - como parte do fechamento, os estudantes podem comunicar oralmente ou por escrito suas descobertas e recomendações. O pacote deve incluir a definição do problema, questões, dados obtidos e a análise dos dados que dá suporte às soluções ou recomendações. Os estudantes devem ser encorajados a repartir as informações on line com seus pares, inclusive de outras escolas, fazendo uso das tecnologias disponíveis. Devem ser estimulados a dividir seu trabalho, através da delegação de tarefas. Alguns estudantes devem estar trabalhando no computador, enquanto outros buscam informações ou usam referências escritas, entrevistam especialistas ou utilizam outros recursos audio-visuais. Trabalhar em um problema mal-estrutrado tem por finalidade levar o aluno à percepção de que precisam de mais informações, que as inicialmente apresentadas. As informações não disponíveis vão ajudá-los a entender o que está ocorrendo e a decidir quais ações, se alguma, são necessárias para resolver o problema. Nesse tipo de problema não existe um caminho certo ou receita fixa para conduzir a investigação. Cada problema é único, e muda conforme novas informações vão sendo obtidas. Os processos de obtenção de informações são variados, e levam os estudantes a buscar novos, quando os atuais estão esgotados ou por interação com outros estudantes. Os estudantes tomam decisões e resolvem problemas reais, com base no processo definido pelo grupo o que significa a não existência de uma única resposta ótima. Estudantes acostumados com aulas tradicionais baseadas no”giz e cuspe” podem se sentir pouco confortáveis com o formato do P.B.L. durante algum tempo. Ao professor cabe convencer os alunos de que eles são pesquisadores procurando por informações, e que os problemas podem não ter uma única resposta correta. Os alunos normalmente querem saber o que é que eles realmente têm de fazer. Eles esperam que o professor prescreva o que deve ser feito. Os alunos acostumados com o “livro de receitas” podem se sentir desconfortáveis com os papéis a desempenhar nessa nova proposta. Os professores que não estão familiarizados com a aprendizagem baseada em problemas (P.B.L.) podem ter certas surpresas na sua aplicação. Trabalhar com um método de ensino não convencional pode, a princípio, parecer perigoso, amedrontador e incerto. O professor não pode conduzir o raciocínio dos alunos, com o risco deles acharem que há uma solução ótima, e que ela pertence ao professor. Nas primeiras tentativas, o professor pode ser tentado a dar muita informação aos estudantes, palavras-chave ou simplificar em demasia o problema. Cenários complexos têm se mostrado eficientes para aumentar a motivação e o engajamento dos alunos. Ao utilizar esse método nas aulas, os professores devem agir como conselheiros metacognitivos, servindo como modelo, pensando alto junto aos estudantes e exercitando o comportamento que se espera deles. Os estudantes devem se acostumar a questões do tipo: O que está acontecendo aqui? O que mais precisamos saber sobre? O que foi feito de modo efetivo? Diversas obras de referência podem ser consultadas sobre o assunto, que oferecem uma vasta relação de referências bibliográficas, entre elas SOUTHERN ILLINOIS UNIVERSITY, 1996; BARROWS, 1995. 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo VASILCA (1994), existem três objetivos fundamentais que a moderna educação em engenharia deve contemplar. Em primeiro lugar, deve dotar o aluno com um conhecimento que tenha profundidade e cobertura. Em segundo lugar, deve garantir que sua formação esteja ajustada à demanda, atual e futura, das instituições. E, por fim, garantir a melhor fundamentação para que o engenheiro tenha empregabilidade e capacidade de se atualizar durante a vida profissional, dando-lhe a capacidade de aprender a aprender. Alguns especialistas recomendam que a educação duradoura deve valorizar a modelagem de atitudes, valores e hábitos que promovam o crescimento pessoal. Os estudantes de engenharia devem adquirir capacidade de raciocínio, habilidade em tomar decisões, resolver problemas e interpretar resultados computacionais corretamente. É preciso mudar a orientação e compatibilizá-la com o momento atual. Voltar os olhos para o mercado, identificar as ameaças e oportunidades e internalizar ações que ajustem o processo de transformação ou o processo de formação do engenheiro. Definir o que é desejado e então estabelecer quais os recursos necessários para alcançar esse objetivo, é uma atitude compatível com as exigências de qualidade e produtividade no ensino de engenharia. Abandonar a idéia ilusória de eficiência em favor da eficácia significa reconhecer que, mais importante que usar bem os recursos para fazer bem feito, é fazer bem feito a atividade correta. Apesar dessas idéias não serem novas, nem tampouco desconhecidas, os aspectos cognitivos embutidos nelas não são discutidos. Os aspectos cognitivos do aprendizado não podem ser visualizados e são de difícil avaliação. O professor efetivamente não sabe o que o aluno aprendeu, se aquilo que foi ensinado ou o que o aluno queria aprender. Assim, é possível que valores e crenças negativas sejam incorporadas, o que levaria à busca de conhecimento incorreto e ações equivocadas. É necessário que o engenheiro desenvolva a capacidade de se adaptar à nova realidade, criando as oportunidades de trabalho e não simplesmente explorando as existentes, bem como prepará-lo para planejar com criatividade e flexibilidade, e não mais reproduzir soluções conhecidas . As questões que se colocam são: Como preparar esse novo tipo de engenheiro? Como estruturar a Educação em Engenharia para enfrentar os desafios do Século 21? É condição básica que os estudantes devam não só conhecer as técnicas, mas principalmente saber porque e quando aplicá-las. Deve ser lembrado também que a obsolescência pode vir a ser um problema, uma vez que o processo de formação em engenharia permanece apoiado em um corpo relativamente estável de conhecimentos técnicos gerados nos últimos anos. O ciclo de vida da tecnologia está cada vez mais curto, quando comparado ao ciclo de vida da educação em engenharia, o que exige um cuidado adicional naquilo que é ensinado nas escolas. Um novo papel para o professor e para o aluno é esperado nesse novo cenário. Mais ênfase será dada ao aprendizado. Nesse sentido, a tecnologia e os métodos de solução de problemas devem ser fortes aliado do processo de ensino-aprendizagem. O futuro, certamente, será diferente do passado e do presente, e por essa razão não podemos continuar ensinando aquilo que foi ensinado, e do mesmo modo. Trabalho em equipe, iniciativa, múltiplas inteligências e criatividade, em breve farão parte do jargão do dia-a-dia dos profissionais, das empresas e das instituições de ensino. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUSUBEL, D. P. (1976) Psicologia educativa: un punto de vista cognoscitivo. México, Editorial Trillas. BARROWS, H. (1995). Problem-based learning bibliographies. http:www.eng.monashi.edu.au/pbl-l (26/11/96). CORL, F. O. (1995). Decision making in industry: what’s the problem. In: INFORMS NEW ORLEANS FALL MEETING, New Orleans, 1995. Final Program. New Orleans, Institute for Operations Research and the Management Sciences, p. 103. DAVIS, R. H. et. al. (1972) Sistema de aprendizagem: uma abordagem do desenvolvimento da instrução. São Paulo, McGraw-Hill. GAGNÉ, R. M. (1982) Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos. KURI, N. P. (1990). O ensino das disciplinas com altos índices de reprovação no curso de engenharia: aspectos metodológicos. São Carlos. XXX p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de. São Carlos. POLYA, G. (1978). A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro - RJ. Interciência. RUBENSTEIN, M.F. (1975). Patterns of problem solving. Englewood Cliffs: Prentice Hall. SOUTHERN ILLINOIS UNIVERSITY (1996). Problem-based learning bibliography. http://www.siumed.edu/pblc/pblbib.html. VASILCA, G. (1994) Personal View: Engineers for a New Age: How Should We Train Them? International Journal of Engineering Education, v. 14, n. 5, p. 394-399. WOODS, D. R. et. al. (1975) Teaching problem solving skills. Engineering Education, 66(3), pp.238-43, Dec.