-OS DESAFIOS NA CONCLUSÃO DO PROJETOMais difícil que prever etapas críticas pelas quais passará qualquer empreendimento, tais como redução de custos - (e, dialeticamente, atendimento a prazos) , manutenção de recursos humanos considerados escassos ou mitigação de desvios do escopo , torna-se essencial ao gestor guiar com o claro objetivo de que todos os procedimentos devam convergir para o fechamento satisfatório do projeto. No jargão administrativo , o “fechamento” do projeto se dá quando o “resultado prometido” é entregue, segundo o estabelecido no contrato que formatou o empreendimento. Entretanto, nem sempre a conclusão do projeto significa o alcançar dos resultados previstos no planejamento do escopo; é possível que, por vários motivos, eles difiram sobremaneira do enunciado original ou sejam malogrados, a despeito de todos os esforços. Vários fatores podem concorrer para que o fechamento seja conflitante - vilões que conduzem a disparidades inaceitáveis ou incorrigíveis. Por exemplo, contar com um balanço estratégico entre recursos humanos efetivos e terceirizados pode ser determinante para a conclusão satisfatória. Lembremos que colaboradores terceirizados migram de projeto em projeto e baseiam-se num “ cronograma de permanência “, de forma a planejarem sua empregabilidade , pois não têm vínculos com a organização detentora. Cada vez que um profissional, deliberadamente, deixa o projeto, faz-se necessária a integração e o treinamento de um novo recurso, gerando a bola de neve que distancia o empreendimento de sua conclusão, além de aumentar seu custo. Para evitar que isso aconteça, é estrategicamente relevante obter o compromisso dos que compõem a equipe no sentido de permanecerem até que a aceitação dos resultados seja legitimada – o que pode ser obtido, na medida em que cada etapa é concluída, através do feedback e reconhecimento das contribuições relevantes, evidenciando uma política clara de retenção dos recursos. Outro elemento que contribui para que a conclusão do projeto se distancie do planejado reside na perda de interesse pelos stakeholders: é através dos esforços diários, interações e sintonia entre eles que o empreendimento se aproxima dos objetivos. O resfriamento no interesse, percebido mesmo que numa pequena parcela dos envolvidos, acaba por minar o espírito do time, fazendo diminuir a sinergia, contaminando a execução dos procedimentos e desacelerando o ritmo na obtenção de resultados. Nesse sentido, algumas ações devem contribuir para a estabilizar os interesses: manter os patrocinadores informados sobre o que está sendo entregue a cada sub-fase ( manutenção do sponsorship ) e periodizar um plano eficiente de comunicação e interação entre as equipes, a fim de que a informação não circule privilegiadamente em determinados grupos. Revisões constantes para a detecção e correção de possíveis falhas, respeitando-se o custo ao fechamento de cada sub-fase, devem tornar-se praxe. Estas revisões darão consistência ao estudo de viabilidade, elaborado no início dos trabalhos. A irregularidade nas revisões certamente aumentará o impacto na conclusão do projeto, distanciando-a do cronograma preliminar. PZanetti Página 1 25/06/2017 O calcanhar de Aquiles do projeto é , sem dúvida, o controle dos custos que, essencialmente, existe para reduzir os gastos inesperados ao longo da empreitada. Esse controle não apenas trará os custos para o aceitável (o mais próximo possível do planejado ) , como impedirá que despesas equivocadas passem a integrar o projeto. Atrasos no cronograma podem inoportunamente ser conseqüência de mudanças de escopo e custos, alterando a qualidade do que precisa ser entregue. O desempenho dos custos deve ser periodicamente comunicado à equipe que, por sua vez, pode ser incentivada a apresentar abordagens alternativas de diminuição das despesas. Trazer os gastos aos patamares planejados é a essência do gerenciamento dos custos e o controle da duração do projeto é uma forte premissa ao seu sucesso. Mais uma ferramenta a ser utilizada com critério é a sobreposição de fases, ou fast tracking. Esse método de acelerar os acontecimentos esperados (ou marcos) obrigatoriamente “queima” etapas discretas e é extremamente frutífero quando usado com parcimônia. Entretanto, há que se cuidar para que não sejam eliminadas fases com algum grau de relevância , vislumbrando-se apenas a economia no orçamento. A qualidade é um ideal perene, que necessita correr em paralelo a todos os esforços. Um resultado recorde pode ser entregue antes do prazo esperado, mas o cliente pode rejeitá-lo. Isso só fará a conclusão do projeto ser estendida. Mais inócuo que “gastar pólvora à toa” é verificar que “o tiro saiu pela culatra”. Do ponto de vista das aquisições, o escopo de fornecimento de bens e serviços deve prescindir de um planejamento o mais criterioso possível, de forma a minimizar correções comerciais e garantir a sequência ininterrupta das atividades. A importância do entendimento integral do fornecimento ao longo do projeto - ou seja, de seus respectivos acordos - evita que renegociações suspendam a continuidade do cronograma, interrompendo a fluência das atividades e distanciando-as do término. Ainda no campo da intersecção custos-aquisições, é conveniente incentivar o fornecedor a opinar sobre os produtos ou serviços originalmente especificados. Exatamente pelo fato desse fornecedor concentrar mais conhecimento sobre os itens que ofertará, poderão ser descobertas soluções de menor custo e que igualmente atendam ao projeto, mantidos os patamares de qualidade. Por fim, é necessário ressaltar que o planejamento de redução dos riscos prováveis, identificados antes e ao longo do projeto, revela-se fundamental na garantia de uma conclusão exitosa e que atenda ao prazo. Estrategicamente, lançar mão de projetos similares ocorridos no passado pode ajudar no reconhecimento dos sintomas e na formulação de estratégias de resposta e contingenciamento aos eventos negativos. PZanetti Página 1 25/06/2017